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DIREITO ELEITORAL

Conceitos e Fontes do Direito Eleitoral II


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CONCEITOS E FONTES DO DIREITO ELEITORAL II


A democracia brasileira é semidireta ou participativa. Há, ainda, os que chamam de
democracia com modelo misto por envolver tanto a escolha de representantes legais quanto
pela possibilidade de participação direta por meio de iniciativa popular, voto, plebiscito e
referendo.
Os institutos de democracia direta ou institutos de democracia participativa são importan-
tes para o direito eleitoral. A Justiça Eleitoral tem, além da função jurisdicional, função con-
sultiva, função administrativa e função regulamentar.
Em sua função administrativa, a Justiça Eleitoral é responsável por organizar todo o pro-
cesso eleitoral de consulta popular, como é o caso do plebiscito e do referendo. No caso da
iniciativa popular, cuja casa iniciadora será sempre a Câmara dos Deputados, é preciso que
ao menos 1% (um por cento) do eleitorado nacional tenha concordado com a iniciativa popu-
lar e a assinado. Quem dispõe da listagem desses eleitores é a Justiça Eleitoral.

Institutos de democracia participativa

CF/1988, Arts. 14, I, II, III e Lei n. 9.709/1998

• Plebiscito – deve ser convocado com anterioridade ao ato legislativo ou administra-


tivo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido
(art. 2º, §1º);
– Plebiscito para união ou desmembramento tanto de municípios quanto de estados –
não é uma faculdade do Legislativo e, sim, uma obrigação por determinação Cons-
titucional. É um plebiscito vinculativo.
5m

• Referendo – é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo,


cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição (art. 2º, §2º);
• Iniciativa Popular – apresentação de projeto de Lei à Câmara dos Deputados, subscrito
por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada
um deles (art. 13).
– É permitida tanto para Lei Complementar quanto para Lei Ordinária. Não é permitida
para Emenda Constitucional.
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– Um exemplo de Iniciativa Popular foi a Lei da Ficha Limpa.

Poder de sufrágio popular

Na atualidade, o termo sufrágio universal é utilizado porque todos os indivíduos que pos-
suem as condições para a realização de sua capacidade civil em âmbito público podem par-
ticipar das eleições.
Um dos pontos-chave destacado por alguns analistas é a participação dos adultos de
maneira indiscriminada, ou seja, a capacidade eleitoral ativa, em um regime democrático. As
restrições seriam passíveis de ocorrer apenas em virtude de condenações criminais e inca-
pacidade para o exercício do direito.
10m

• SUFRÁGIO – poder inerente ao povo de participar da gerência da vida pública, o poder


de votar e de ser votado.

ATENÇÃO
Capacidade eleitoral ativa – eleitor – capacidade de votar.
Capacidade eleitoral passiva – candidato(a) – capacidade de ser votado(a).

• VOTO – Instrumento de materialização do poder de sufrágio.


• ESCRUTÍNIO – Forma ou procedimento de como se pratica o voto (secreto ou aberto).

Fontes do direito eleitoral

• Fontes materiais – fatores que influenciam a produção de normas eleitorais (fatos


sociais, econômicos ou políticos). Em Direito Eleitoral, está mais voltada para os fato-
res sociais e políticos que podem gerar a promoção de criação de novas normas.
Exemplo: Lei da Ficha Limpa, derivada do desejo da população de não mais ter parti-
cipando do pleito candidatos com a ficha suja, veio a trazer alterações e punições que
podem chegar à inelegibilidade do indivíduo por um tempo determinado.
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• Fontes Formais – “são os processos ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas
se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto
de uma estrutura normativa” (GOMES, 2022, p. 35).
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– Tiposde fontes formais – Constituição Federal; Lei n. 4.737/1965 (Código Eleitoral);


Lei das Eleições (Lei n. 9.504/1997); Lei das Inelegibilidades (LC n. 64/1990); Lei
dos Partidos (Lei n. 9.096/1995); Resoluções do TSE.

Dentre as fontes formais, é possível encontrar fontes primárias e fontes secundárias/


indiretas. As fontes primárias são aquelas com capacidade de inovar no ordenamento jurí-
dico, como as Leis Ordinárias, Leis Complementares e as Normas Constitucionais. As fontes
secundárias são as Resolução, aquelas sem o poder de inovar, resultantes do poder regula-
mentar que a justiça dispões.
20m
No Direito Eleitoral, quem assume o papel de realizar a regulamentação não é o Poder Exe-
cutivo, mas a Justiça Eleitoral. Ela faz a regulamentação por meio da expedição das Resolu-
ções, estabelecendo um conjunto de elementos para a plena execução da legislação colocada.

ATENÇÃO
Existem autores que irão apresentar o poder regulamentar do TSE como se fosse uma
espécie de poder legislativo, chamando as resoluções de fontes primárias. Contudo, para
fins de prova, por a resolução não ter o poder de inovar, é fonte secundária.

Existem outras fontes subsidiárias também consideradas fontes secundárias/indiretas do


Direito. Exemplo: quando o Direito eleitoral recorre a outros códigos e legislações para a sua
atuação, como o uso do Código Processo Civil, o Código Penal, a Doutrina.

 Obs.: apesar de a Justiça Eleitoral se valer do CPC em algumas situações, os prazos do


CPC não são por ela utilizados. No Direito Eleitoral, caso o prazo termine no domingo
ou em meio a um feriado, por exemplo, não será transferido para o dia útil seguinte.
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Resoluções do TSE

• CE/1965, Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior; IX – expedir


as instruções que julgar convenientes à execução deste código.
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• Art. 23-A. A competência normativa regulamentar prevista no parágrafo único do art. 1º


e no inciso IX do caput do art. 23 deste Código restringe-se a matérias especificamente
autorizadas em lei, sendo vedado ao Tribunal Superior Eleitoral tratar de matéria
relativa à organização dos partidos políticos.

Os partidos políticos, conforme a Lei n. 9096/1995, dispõem de autonomia e podem esta-


belecer sua organização específica.

Código Eleitoral

O Código Eleitoral é uma legislação de 1965 que trata, entre outras coisas, da organiza-
ção e competência da Justiça Eleitoral.
O artigo 121 da Constituição Federal afirma que a Lei que deve tratar da organização e
competência da Justiça Eleitoral deve ser Lei Complementar. Contudo, o Código Eleitoral de
1965 foi recepcionado pela Constituição de 1988, mesmo tendo sido, na época, aprovado
como Lei Ordinária. Isso ocorre porque a recepção da determinada Lei possui matéria condi-
zente com a nova Constituição e por esse motivo é passível de ser recepcionada ainda que
o rito formal para a aprovação tenha sido diferente do estabelecido pela nova Constituição.
30m
Qualquer alteração que precise ser feita no que diz respeito à competência e organização
da Justiça eleitoral terá que ser por meio de Lei Complementar. As outras partes do Código
Eleitoral podem ser alteradas por Lei Ordinária.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Odair José Torres de Araújo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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