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Direito Eleitoral - Conceito e fontes

Conceito de Direito Eleitoral: Ramo do Direito Público que normatiza o exercício do poder de
sufrágio popular, viabilizando a democracia.

Tem por objetivo o conjunto de normas, institutos e procedimentos com vista a assegurar o exercício
da soberania popular;

Disciplina todas as fases do processo eleitoral, desde o alistamento até a fase de diplomação dos
candidatos eleitos ;
Principais fases do processo eleitoral:
1º fase: alistamento; 2º convenções partidárias (reuniões dos partidos políticos), 3º Registro de
candidatura, 4º fase de propaganda eleitoral, 5º votação, 6º apuração dos votos, 7º proclamação dos
eleitos, 8º diplomação (ate 19 de dezembro).

Objeto: Normatização de todo o chamado “processo eleitoral”, que se inicia com o alistamento do
eleitor e a conseqüente distribuição do corpo eleitoral e se encerra com a diplomação dos eleitos.

Possui autonomia didática, científica e normativa.

Objetivos: Garantia da normalidade e da legitimidade do poder de sufrágio popular.


Fontes do Direito Eleitoral:

Fontes do direito eleitoral

• Fontes Diretas: - Constituição Eleitoral


- Código Eleitoral
- Lei das Eleições (Lei n° 9.504/97)
- Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar nº 64/90)
- Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/1995)
- Lei de transporte dos eleitores ( Lei 6091/74)

• Fontes Indiretas é utilizada em casos especiais


código penal
código processual penal
código tributário
código do processo civil

Fonte primariárias – extrai sua força da constituição – é a que primeiro vamos utilizar
CF/88
Código eleitoral
Demais leis eleitorais

Fontes secundárias
- Jurisprudência
- Doutrina
- Resoluções do TSE - (também pode ser fonte primaria)
Fonte Material - são os acontecimentos que fazem surgir normas eleitorais(movimentos sociais –
ex .lei da ficha limpa)
Fonte Formal - é o documento escrito, é a lei - lei da ficha limpa

• Fique Ligado: Medidas provisórias não são fontes de Direito Eleitoral


CF/88, art 62 inciso1º É vedada a edição de medida provisória sobre matéria
I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
Resoluções dos TSE – Fontes secundárias

Código Eleitoral art. 1º, parágrafo único:


“O tribunal Superior Eleitoral expedirá instruções para sua fiel execução”.

Código Eleitoral, art 23, IX:


Compete privativamente ao tribunal superior eleitoral expedir as instruções que julgar conveniente à
execução deste código.

Resolução do TSE – 22.610/207- Fontes primarias

1ª Possui forma normativa de lei ordinária federal


2ª O seu conteúdo tem caráter geral e abstrato, inovando no ordenamento jurídico.
3ª Diante de colisão entre o texto da resolução e o texto de lei, prevalece o segundo
4ª Em tese, possui vigência provisória, produzindo efeitos até que o Poder Legislativo crie a respectiva
e necessária lei.
5ª Pode ser objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI no Supremo Tribunal Federal, pois
tem a mesma força normativa de lei.
6ª Em virtude de inovar no ordenamento jurídico, deve observar o principio da anualidade eleitoral
quando alterar regras do processo eleitoral.

Resolução do TSE – 23.606/2019 - Fontes secundárias

1ª não pode criar deveres/ obrigações nem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das
previstas na lei.
2ª possui força de ato administrativo ,portanto, subordinada à lei (status inferior)
3ª não pode ser objeto de Ação Direta Inconstitucionalidade no STF
4ª não pode contrair ou substituir o texto da lei
5ª não precisa observar o princípio da anualidade eleitoral

Lei 9.504/1997, art 105:


“Art 105. até o dia 5 de março do ano da eleição , o tribunal superior eleitoral,atende ao caráter
regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta lei, poderá
expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência
pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos.

calendário eleitoral resolução 23.606/19

Fontes do Direito Eleitoral

Doutrina – livros (fonte secundária)


Jurisprudência - são decisões do TRE especifico ou TSE
1“[...] Registro de candidatura. Cargo de deputado estadual.[...] 2. A juntada posterior de
documentação faltante, em registro de candidatura, é possível enquanto não exaurida a instância
ordinária, ainda que oportunizada previamente sua juntada. Procedente. [...]”
(Ac. de 27.11.2018 no AgR-Ro nº060057426, rel. Min. Edson Fachin.)

Consulta
Art 23, XII,CE. Compete ao Tribunal Superior Eleitoral “responder, sobre matéria eleitoral, às
consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de
partido político”.

*jurisdição federal - Presidente, Deputado Federal, Senador


Art. 30, VIII, CE. Compete ao Tribunal Superior Eleitoral “ responder , sobre matéria eleitoral, às
consultas que lhe forem feitas, em tese , por autoridade pública ou partido político".
*autoridade pública - Dep. Estadual. Dep. Federal, Prefeito , Senador, Governador

Consultas – Exemplo

Consultas – Características

1ª só podem ser respondidas pelo TSE e TRE;


2ª não podem versar sobre casos concretos;
3ª A princípio, possuem caráter vinculante;
LINDB, art 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação
das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação
ao órgão ou entidade a que se destinam até ulterior revisão.
4ª Iniciado o processo eleitoral ( com a convenções partidárias), as consultas não serão mais
respondidas pelos Tribunais Eleitorais, pois as dúvidas podem ser transformar em processo judiciais
(demandas concretas)
5ª Não são passíveis de recurso .

Princípios do Direito Eleitoral


Vigência é diferente de eficacia
Vacacio legis – lei já foi publicada, porém as pessoas precisam conhecer, para depois ser imposta
Diversos são os nomes dados ao princípio da anualidade eleitoral, como, por exemplo: princípio
da anualidade em matéria constitucional, princípio da anterioridade eleitoral, princípio da
antinomia eleitoral ou anterioridade constitucional em matéria eleitoral. Sendo assim, diante de
quaisquer deles, sabe-se estar tratando do mesmo assunto.

Esse princípio está expresso no artigo 16 da Constituição de 1988, para o qual “A lei que alterar o
processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que
ocorra até um ano da data de sua vigência.” Em conformidade com a Constituição, os conceitos
de segurança jurídica, de eficácia normativa e de processo eleitoral estão intimamente ligados ao
princípio da anterioridade.

Este princípio está descrito no artigo 16, da Constituição Federal, e consiste em


preservação do processo eleitoral, vez que as leis que alteram este processo, embora
entrem em vigor imediatamente, só poderão ser aplicadas às eleições que ocorrerem pelo
menos 1 ano depois.
O STF entendeu que esse dispositivo (art. 16 CF)é cláusula pétrea, pois trata de um direito
individual do eleitor.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
Subsidiaria – cobra de um depois do outro

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