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RESUMO DE LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL – APOSTILA I

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Introdução:
 O Distrito Federal – DF – é um ente político atípico, anômalo, “sui generis”: não organiza nem mantém o Poder
Judiciário, o Ministério Público, as polícias civil, militar e penal e o corpo de bombeiros militar; organiza-se em
Regiões administrativas. Segundo o artigo 32 da Constituição Federal (CF) de 1988, é vedado a ele se dividir em
Municípios.
 Não é Município ou Estado, mas acumula competências legislativas de ambos (possui natureza híbrida). Ora
legisla como Estado, ora como Município.
 A LODF é a norma que rege o DF, observados os princípios constitucionais; ela foi promulgada em 8 de junho de
1993 pela Câmara Legislativa do DF, votada em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por
dois terços (quórum de maioria qualificada) dos membros da Câmara Legislativa (a forma de aprovação da LODF
consta na CF/88). Até o momento, foram promulgadas 129 emendas (alterações) ao seu texto.
 O seu Preâmbulo não tem força normativa, ou seja, não cria direitos e obrigações; não é norma; é apenas um
texto introdutório que auxilia a interpretar a lei. Texto do preâmbulo: “Sob a proteção de Deus, nós, Deputados
Distritais, legítimos representantes do povo do Distrito Federal, investidos de Poder Constituinte, respeitando os
preceitos da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgamos a presente Lei Orgânica, que constitui a
Lei Fundamental do Distrito Federal, com o objetivo de organizar o exercício do poder, fortalecer as instituições
democráticas e os direitos da pessoa humana”.
 Atenção: embora a CF/88 determine que o DF seja regido por Lei Orgânica, ao contrário dos Estados brasileiros
(que são regidos por Constituições Estaduais), a LODF tem caráter de Constituição.
 Em decorrência da CF/88, o DF adquiriu autonomia e uma tríplice capacidade – capacidade de auto-organização
(é regido por sua Lei Orgânica), de autoadministração (executa autonomamente as atividades administrativas de
sua competência) e de autogoverno (eleitores escolhem os seus representantes).
 A lei distrital nº 5.768 de 2016, determina a inclusão de LODF em todos os concursos do DF.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
(CESPE/CLDF/Técnico legislativo/2006)
a) O DF é uma unidade federada sem autonomia, pois não possui capacidade de auto-organização, autogoverno e
autoadministração.
b) O DF pode dividir-se em municípios, do mesmo modo que acontece com os estados e os territórios.
c) O Poder Judiciário e o Ministério Público do DF são organizados e mantidos pelo governo do DF.

(CESPE/ SLU DF/ 2019)


a) O DF é uma unidade federativa cuja organização territorial e política apresenta diferenças com relação às demais
unidades federativas que compõem o território brasileiro: o DF não é município nem estado, mas é regido por lei
orgânica, tal como os municípios brasileiros; além disso, possui governador, mas não vereadores.
Gabarito: E, E, E, C.

Título I – Dos Fundamentos da organização dos Poderes e do Distrito Federal (art. 1º ao 5º)
 O DF tem autonomia política, administrativa e financeira. Atenção: o DF não tem autonomia judiciária e não é
dotado de soberania. As bancas, geralmente, substituem a palavra “autonomia” por “soberania”. Somente a
República Federativa do Brasil é soberana.
 Parte da autonomia do DF é tutelada pela União, já que é ela que organiza e mantém o nosso Poder judiciário, o
Ministério público, as polícias civil e militar e o corpo de bombeiros militar do DF.
 “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da
Constituição Federal e da Lei Orgânica” = princípio da soberania popular.
O povo exerce esse poder de duas formas:
o Diretamente: por meio de plebiscitos, referendos e iniciativa popular;
o indiretamente: por meio das eleições.
Como há participação direta e indireta do povo no poder, temos uma democracia semidireta.
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A Soberania popular será exercida por meio de (instrumentos de poder do povo):
a) Sufrágio universal: refere-se ao direito do cidadão de eleger, ser eleito e de participar da organização
e da atividade do DF.
b) Voto direto e secreto. Não consta na LODF que o voto é obrigatório;
c) e nos termos da lei, mediante:
c.1) Plebiscito: é uma consulta formulada aos eleitores antes da existência da norma ou de um ato
administrativo; ex.: Plebiscito em 2011 sobre divisão do Pará em três Estados novos.
c.2) Referendo: é uma consulta formulada aos eleitores depois da existência da norma ou do ato
administrativo; ex.: Referendo em 2005 sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e
munições.
c.3) Iniciativa popular: é a possibilidade dos eleitores oferecerem à Câmara Legislativa uma Proposta de
Emenda à LODF (PELO) ou um Projeto de Lei (PL). Requisitos para apresentação de Proposta de Emenda à
LODF: recolhimento de assinaturas de, no mínimo, 1% dos eleitores do DF, divididos em, no mínimo, 3
zonas eleitorais, com não menos de 0,3% do eleitorado para cada uma das zonas. Requisitos para
apresentação de Projeto de Lei: assinatura de, no mínimo, 1% dos eleitores do DF, divididos em 3 zonas
eleitorais.

 “O DF integra a união indissolúvel da República Federativa do Brasil”, ou seja, é vedada a sua secessão. Não se
pode separar o DF do Estado Federal.

 Valores fundamentais do DF (art. 2º/sinônimos - fundamentos, princípios e axiomas):


o A preservação de sua Autonomia como unidade federativa.
o A plena Cidadania.
o A Dignidade da pessoa humana
o Os Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
o O Pluralismo político
o Parágrafo único do art. 2º: “ninguém será discriminado ou prejudicado em razão de nascimento, idade,
etnia, raça, cor, sexo, características genéticas, estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções
políticas ou filosóficas, orientação sexual, deficiência física, imunológica, sensorial ou mental, por ter
cumprido pena, nem por qualquer particularidade ou condição, observada a Constituição Federal.”
o Mnemônico: AuCiDiVaPlu + ninguém será discriminado ou prejudicado...”

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
(CESPE/BRB/Escriturário/2011) Soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa e pluralismo político constituem valores fundamentais do DF.

(IBFC/SEEDF/Professor/2013) São valores fundamentais do DF, expressamente previstos na LODF, exceto:


a) A plena cidadania.
b) A dignidade da pessoa humana.
c) O pluralismo político.
d) O respeito aos princípios fundamentais estabelecidos na Constituição Federal.
Gabarito: E, D.

 Objetivos prioritários do DF (art. 3º): são as metas a serem alcançadas por políticas públicas. Iniciam com verbos
no infinitivo:
I – garantir e promover os direitos humanos assegurados na Constituição Federal e na Declaração Universal dos
Direitos Humanos;
II – assegurar ao cidadão o exercício dos direitos de iniciativa que lhe couberem, relativos ao controle da
legalidade e legitimidade dos atos do Poder Público e da eficácia dos serviços públicos;
III – preservar os interesses gerais e coletivos;
IV – promover o bem de todos;
V – proporcionar aos seus habitantes condições de vida compatíveis com a dignidade humana, a justiça social e o
bem comum;
VI – dar prioridade ao atendimento das demandas da sociedade nas áreas de educação, saúde, trabalho,
transporte, segurança pública, moradia, saneamento básico, lazer e assistência social; mnemônico: TTEMSSSAL.
VII – garantir a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;

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VIII – preservar sua identidade, adequando as exigências do desenvolvimento à preservação de sua memória,
tradição e peculiaridades;
IX – valorizar e desenvolver a cultura local, de modo a contribuir para a cultura brasileira;
X – assegurar, por parte do Poder Público, a proteção individualizada à vida e à integridade física e psicológica das
vítimas e das testemunhas de infrações penais e de seus respectivos familiares; (Inciso acrescido pela Emenda à
Lei Orgânica nº 6, de 1996.)
XI – zelar pelo conjunto urbanístico de Brasília, tombado sob a inscrição nº 532 do Livro do Tombo Histórico,
respeitadas as definições e critérios constantes do Decreto nº 10.829, de 2 de outubro de 1987, e da Portaria nº
314, de 8 de outubro de 1992, do então Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural – IBPC, hoje Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN; (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 12, de 1996.)
XII – promover, proteger e defender os direitos da criança, do adolescente e do jovem (Emenda n° 73/2014).
XIII - valorizar a vida e adotar políticas públicas de saúde, de assistência e de educação preventivas do suicídio
(Emenda n° 103/2017).
XIV - promover a inclusão digital, o direito de acesso à Internet, o exercício da cidadania em meios digitais e a
prestação de serviços públicos por múltiplos canais de acesso.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
(IADES/PGDF/2011/ADAPTADA) Assinale a alternativa que não indica objetivo prioritário do Distrito Federal, de
acordo com a Lei Orgânica.
a) Garantir e promover os direitos humanos assegurados na Constituição Federal e na Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
b) Assegurar, por parte do Poder Público, a proteção individualizada à vida e à integridade física e psicológica das
vítimas e das testemunhas de infrações penais e de seus respectivos familiares.
c) Valorizar a vida e adotar políticas públicas de saúde, de assistência e de educação preventivas do suicídio.
d) Garantir a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.
e) Promover, proteger e defender os direitos das crianças, dos adolescentes e dos idosos.

(IBFC/SEEDF/Professor/2013) Dentre as demandas prioritárias da sociedade do DF, a LODF não prevê a:


a) Saúde.
b) Alimentação.
c) Moradia.
d) Assistência social.
Gabarito: E, B.

 Direito de petição ou representação (art. 4º): é assegurado, independentemente de pagamento de taxas ou


emolumentos, ou de garantia de instância (depósito prévio); ou seja, é gratuito. Este instituto permite a
qualquer pessoa dirigir-se formalmente a qualquer autoridade do Poder Público, com o intuito de levar-lhe
uma reivindicação, uma informação, queixa ou mesmo uma simples opinião acerca de algo relevante para o
interesse próprio, de um grupo ou de toda a coletividade. Atenção: o direito de petição é garantido pela
LODF (art. 4º), porém, não é um dos objetivos prioritários do DF.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
(CESPE/SEEDF/Professor/2016) O direito de petição poderá ser exercido independentemente do pagamento de taxas
ou emolumentos.
Gabarito: C.

Título II – Capítulos I, II e IIII – Da Organização do Distrito Federal (art. 6º a 17)


 Brasília: segundo a LODF, é a capital da República Federativa do Brasil e sede do governo do DF. No âmbito
jurídico, Brasília e Distrito Federal não são sinônimos. O DF é um ente da República Federativa do Brasil; é um
conjunto de RAs – regiões administrativas. Brasília já foi uma das Regiões Administrativas do DF – RA I
(atualmente, chamada de Plano Piloto). Há época da promulgação da LODF, a denominação oficial da RA I era
Brasília.
 Como vimos, a LODF determina que a sede do governo do DF seja Brasília e não Taguatinga (por meio de lei,
compete à CLDF, com a sanção do governador, dispor sobre a transferência temporária da sede/art. 58).
Transferência definitiva da sede: apenas por meio de emenda à LODF.
 Símbolos do DF: bandeira, hino e brasão; podem ser estabelecidos outros símbolos por meio de lei. Cuidado: não
confundir com símbolos da República Federativa do Brasil (conforme a CF/88) – bandeira, hino, armas e selo.

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 O DF deve buscar a integração com a região do seu entorno para executar o seu programa de desenvolvimento
econômico-social. Esse é um dos fundamentos legais que justificam a existência da RIDE – Região Integrada de
Desenvolvimento do DF e Entorno (formado por municípios mineiros e goianos).
 O DF organiza-se em Regiões Administrativas (RAs): numa Lei Federal de 1960 constava a denominação
“cidades satélites”; em 1998, um Decreto Distrital, proibiu o uso do termo satélite para se referir às RAs,
ratificando a LODF. Atualmente, são 35 RAs.
 As RAs, que são órgãos de natureza territorial do DF, são criadas ou extintas mediante lei (ordinária) aprovada
pela maioria absoluta dos Deputados Distritais, de iniciativa privativa do Governador (segundo o STF). Esse é um
caso “sui generis”, excepcional, de lei ordinária aprovada por maioria absoluta (1º número inteiro superior à
metade da quantidade de deputados existente).

Segundo a CF nº de deputados distritais = 3 x nº de deputados federais eleitos pelo DF.

Espécies de leis do DF:

Lei ordinária: em regra, é aprovada por maioria simples dos membros da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Maioria simples: 1º nº inteiro superior à metade da quantidade de deputados presente.
Exemplo: “a lei poderá estabelecer outros símbolos...”
Só “lei” = lei ordinária

Lei complementar: em regra, é aprovada por maioria absoluta dos membros da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Maioria absoluta: 1º número inteiro superior à metade da quantidade de deputados existente.
Exemplo: “o direito de greve é exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar.”

 As administrações regionais integram a estrutura administrativa do DF e não são independentes.

 Objetivos da organização do DF em RAs:


o descentralização administrativa (no sentido estrito, esse termo foi usado incorretamente na LODF, pois a
expressão correta seria “desconcentração”, que é o instituto usado para criar órgãos. Já a
descentralização é usada para criar entidades, com personalidade jurídica. A desconcentração é mera
técnica administrativa de distribuição interna de funções. As RAs são órgãos, por conseguinte, não têm
personalidade jurídica);
o utilização racional de recursos para o desenvolvimento socioeconômico; e
o melhoria da qualidade de vida.

 Cada RA terá um Conselho de representantes comunitários com funções consultivas e fiscalizadoras. Atenção:
esse Conselho não terá função deliberativa (decisória) ou normativa.
 Lei disporá sobre a participação popular no processo de escolha do administrador regional. Todavia, hoje, essa lei
não existe; por conseguinte, atualmente, quem escolhe o administrador regional é o governador.
 (Emenda nº 113/2019) É proibida a nomeação para o cargo de administrador regional de pessoa condenada, em
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso de
8 anos após o cumprimento da pena, salvo se sobrevier decisão judicial pela absolvição do réu ou pela extinção
da punibilidade, por:
o I - ato tipificado como causa de inelegibilidade prevista na legislação eleitoral;
o II - prática de crimes previstos na Lei federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
Adolescente;
o III - prática de crimes previstos na Lei federal nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 - Estatuto do Idoso;
o IV - prática de crimes previstos na Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 - Lei Maria da Penha.
 A remuneração dos administradores regionais não pode ser superior à fixada para os Secretários de Estado.
Atenção: essa remuneração pode ser igual a dos Secretários.
 Com a criação de nova região administrativa, fica criado, automaticamente, o conselho tutelar para a respectiva
região. A LODF é omissa em relação à forma de extinção dos conselhos tutelares; apenas prevê a forma de
criação.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
(CESPE/ SLU DF/ 2019)
a) As regiões administrativas, popularmente conhecidas como cidades satélites, possuem autonomia político-
administrativa semelhante à dos municípios brasileiros.
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b) Os administradores das regiões administrativas são indicados pelo governador do DF
(CESPE/SEEDF/Professor/2016)
a) Para a extinção de uma região administrativa é necessária a edição de lei específica, ficando condicionada a sua
vigência à aprovação da população diretamente interessada, por meio de plebiscito, e à decisão, por maioria
absoluta, do respectivo conselho de representantes comunitários.
b) Os conselhos de representantes comunitários das regiões administrativas do DF têm funções consultivas,
fiscalizadoras e normativas.
c) No DF, uma região administrativa pode ser criada por decreto do governador, mas só poderá ser extinta por lei
distrital.
(QUADRIX/ SEEDF/ Professor substituto/2017)
a) Quanto à organização do Distrito Federal (DF), criada uma nova região administrativa, deve ser criado, mediante
lei, aprovada pela maioria absoluta dos deputados distritais, um conselho tutelar para a respectiva região.
Gabarito: E, C, E, E, E, E.

 Competências do DF: são as atribuições do DF, classificadas em competência privativa, comum e concorrente.
o Competência Privativa: são atribuições executadas apenas pelo DF, de natureza administrativa.
Ex.: art. 15, I – Organizar seu governo e administração; II – Criar, organizar ou extinguir as RAs; XXI – dispor
sobre a utilização de vias e logradouros públicos; XXII – disciplinar o trânsito local, sinalizando as vias
urbanas e estradas do Distrito Federal; XVIII – dispor sobre serviços funerários e administração dos
cemitérios; XXV – licenciar a construção de qualquer obra; XIV – exercer o poder de polícia administrativa;

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
(QUADRIX/DETRAN DF/ Assistente de trânsito /2010/adaptado) Compete privativamente ao DF manter, com a
cooperação técnica e financeira da União, programas de educação, prioritariamente de ensino fundamental e pré-
escolar.
Gabarito: C.

o Competência Comum: são atribuições executadas em comum pela União e pelo DF. Os assuntos tratados
nessa competência são genéricos; não têm natureza específica. Lei complementar deve fixar norma para a
cooperação entre a União e o Distrito Federal (Emenda nº 80/2014).
Ex.: art. 16, I – Zelar pela guarda da CF, desta LODF, das leis e das instituições democráticas; II – Conservar o
patrimônio público. IV – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; V –
preservar a fauna, a flora e o cerrado;

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
(CESPE/SEEDF/Monitor de gestão educacional/2016) A proteção do meio ambiente é competência comum da União e
do DF.
Gabarito: C.

o Competência Concorrente: são atribuições do DF e da União de natureza legislativa; torna possível o DF


legislar sobre determinados assuntos, de forma concorrente à União. Para o item ser de competência
concorrente, deve constar em sua composição a palavra “legislar” + um dos assuntos previstos no art. 17
da LODF ou outro assunto que não seja vedado pela CF. Cuidado: não basta ler o verbo “legislar” para
considerar o item como sendo de competência concorrente; é primordial, também, analisar o assunto
proposto, pois há alguns sobre os quais o DF não legisla, em regra (constam nos artigos 21 e 22 da CF/88).
Ao DF são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (competência
cumulativa), podendo exercer, em seu território, todas as competências que não lhe sejam vedadas pela
Constituição Federal. O DF não é Estado e nem Município, mas acumula competências legislativas dos dois.
Em regra, cabe à União a criação de normas gerais e ao DF, normas específicas para atender as suas
necessidades (competência complementar), sem contrariar às da União. Todavia, se a União não criar
normas gerais, o DF pode legislar de forma plena (competência supletiva) para atender as suas
peculiaridades. Se houver normas federais supervenientes (elaboradas posteriormente) às distritais, estas
(as distritais) terão sua eficácia suspensa no que as contrariar.
Art. 17. Compete ao Distrito Federal, concorrentemente com a União, LEGISLAR sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico (mnemônico: TUPEF)
II – orçamento;
III – junta comercial;
IV – custas de serviços forenses;
V – produção e consumo;
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VI – cerrado, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, paisagístico e turístico;
VIII – responsabilidade por danos ao meio ambiente, ao consumidor e a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, espeleológico, turístico e paisagístico;
IX – educação, cultura, ensino e desporto;
X – previdência social, proteção e defesa da saúde;
XI – defensoria pública (emenda n° 80/2014) e assistência jurídica nos termos da legislação em vigor;
XII – proteção e integração social das pessoas com deficiência (emenda n° 80/2014);
XIII – proteção à infância e à juventude;
XIV – manutenção da ordem e segurança internas;
XV – procedimentos em matéria processual;
XVI – organização, garantias, direitos e deveres da polícia civil. Atenção: sobre PCDF, o DF pode legislar.
Mas, sobre PM e CBMDF, em hipótese alguma o DF poderá legislar.

 Assuntos sobre os quais o DF não pode legislar, em regra (pois são de competência privativa da União – art. 22
da CF/88):
o direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
o desapropriação;
o requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
o águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
o serviço postal;
o sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
o política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
o comércio exterior e interestadual;
o diretrizes da política nacional de transportes;
o regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
o trânsito e transporte;
o jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
o nacionalidade, cidadania e naturalização;
o populações indígenas;
o emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
o organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;
o organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública
dos Territórios, bem como organização administrativa destes;
o sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
o sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
o sistemas de consórcios e sorteios;
o normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias
militares e corpos de bombeiros militares;
o competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
o seguridade social;
o diretrizes e bases da educação nacional;
o registros públicos;
o atividades nucleares de qualquer natureza;
o normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto
no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°,
III;
o defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
o propaganda comercial.

 Principais assuntos sobre os quais o DF não pode legislar, em hipótese alguma (pois são de competência
exclusiva da União – art. 21 da CF/88):
o Poder Judiciário e Ministério Público do DF;
o Polícia militar e Corpo de Bombeiros Militar do DF.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

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(CESPE/PCDF/2013) É competência concorrente da União e do DF legislar sobre a organização do Poder Judiciário e
do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios, cabendo à União, no âmbito dessa legislação concorrente,
estabelecer normas de caráter geral.
(CESPE/BRB/Escriturário/2011) Compete ao DF, concorrentemente com a União, legislar sobre orçamento e direito
financeiro.
(CESPE/ Auxiliar/Técnico de trânsito/2008) Compete ao DF e à União, de forma concorrente, legislar sobre direito
urbanístico e proteção dos patrimônios histórico, cultural, artístico, paisagístico e turístico.
(CESPE/ Auxiliar/Técnico de trânsito/2008) No âmbito da competência concorrente, a ausência de lei federal que
disponha sobre normas gerais permite que o DF legisle de forma plena sobre a matéria. No entanto, o advento da
citada lei geral federal revogaria a lei distrital.
Gabarito: E, C, C, E.

 Se forem cobradas questões de competência na sua prova, faça duas perguntas:


o No DF, compete a quem...?
o Qual a natureza dessa atribuição?

o Se a sua resposta for: compete somente ao DF e a atribuição tiver natureza administrativa, o item,
provavelmente, será de competência privativa;
o Se a sua resposta for: compete ao DF e à União, o item pode ser de competência comum ou concorrente
do DF e da União. Se tiver natureza legislativa, provavelmente, será de competência concorrente; se não
tiver natureza específica (se for uma atribuição que pode ser executada de várias formas),
provavelmente, o item será de competência comum do DF e da União.

Título II – Capítulo IV – Das vedações (art. 18, 21 e 28)


 É vedado ao DF:
o Estabelecer, embaraçar ou subvencionar cultos religiosos ou igrejas; manter alianças ou relações de
dependência. Exceção: colaboração de interesse público, na forma da lei.
o Recusar fé aos documentos públicos. Sendo assim, qualquer documento oficial (uma certidão de nascimento,
por exemplo), que não seja manifestamente adulterado ou falsificado, deve ser aceito no DF (pela administração
pública).
o Subvencionar ou auxiliar com recursos públicos propaganda político-partidária ou propaganda com fins
estranhos à administração pública.
o Discriminar ou prejudicar qualquer pessoa (física ou jurídica) por haver litigado ou estar litigando contra os
órgãos públicos do DF.
o Contratar obras e serviços públicos sem prévia aprovação do respectivo projeto, sob pena de nulidade do ato
de contratação.
o Doar bens imóveis de seu patrimônio ou constituir sobre eles ônus real, bem como conceder isenções fiscais
ou remissões de dívidas, sem expressa autorização da Câmara Legislativa, sob pena de nulidade do ato.

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