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TÍTULO I

DOS FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO


DOS PODERES E DO DISTRITO FEDERAL
RESUMO
• O Distrito Federal é um ente político diferente em relação
aos demais. Ora possui características de um estado, ora
de um município e em alguns casos possui características
que não existem nem nos Estados e nem nos Municípios.
Por isso, costuma-se dizer que o DF possui natureza híbrida
ou mista.
• Para a elaboração e promulgação da Lei Orgânica do DF, deve ser
observada a exigência
constitucional de:
- O DF deve ser regido por lei orgânica;
- Votada em dois turnos;
- Com interstício mínimo de dez dias;
- Aprovada por dois terços da Câmara Legislativa; “DDD”
- Promulgada pela casa legislativa do DF.
• A Lei Orgânica tem força e autoridade equivalentes a um
verdadeiro estatuto constitucional, podendo ser equiparada
às Constituições promulgadas pelos Estados-Membros, ou
seja, possui “status de Constituição”.
• O preâmbulo não possui força normativa e não cria direitos ou
obrigações.
• A Lei Orgânica é a Lei Fundamental do Distrito Federal.
• O objetivo da LODF é organizar o exercício do poder,
fortalecer as instituições democráticas e os direitos da
pessoa humana.
Marco Soares

• O Distrito Federal faz parte de um conjunto. A esse conjunto damos o nome de


República Federativa do Brasil que é composto pela união indissolúvel dos Estados,
Municípios e do Distrito Federal. O DF não pode se separar da Federação!
• O DF possui autonomia.

AUTONOMIA PAF
P OLÍTICA
A DMINISTRATIVA
F INANCEIRA

• São valores fundamentais do DF a preservação de sua autonomia como unidade


federativa, a plena cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.

Tente memorizar o AU CI DI VA PLU.

AU TONOMIA
CI DADANIA
DI GNIDADE
VA LORES
PLU RALISMO

• Conforme o § único do artigo 2º da Lei Orgânica do DF, observada a Constituição Fede-


ral, ninguém será discriminado ou prejudicado em razão de:
- nascimento;
- idade;
- etnia;
- raça;
- cor;
- sexo;
- características genéticas;
- estado civil;
- trabalho rural ou urbano;
- religião;
- convicções políticas ou filosóficas;
- orientação sexual;
- deficiência física, imunológica, sensorial ou mental;
- por ter cumprido pena;
- nem por qualquer particularidade ou condição.
Marco Soares

• São objetivos prioritários do


Distrito Federal:

I – garantir e promover os direitos humanos assegurados na Constituição Federal


e na Declaração Universal dos Direitos Humanos;
II – assegurar ao cidadão o exercício dos direitos de iniciativa que lhe couberem,
relativos ao controle da legalidade e legitimidade dos atos do Poder Público e da
eficácia dos serviços públicos;
III – preservar os interesses gerais e coletivos;
IV – promover o bem de todos;
V – proporcionar aos seus habitantes condições de vida compatíveis com a
dignidade humana, a justiça social e o bem comum;
VI – dar prioridade ao atendimento das demandas da sociedade nas áreas de
educação, saúde, trabalho, transporte, segurança pública, moradia, saneamento básico,
lazer e assistência social;
VII – garantir a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos que comprova-
rem insuficiência de recursos;
VIII – preservar sua identidade, adequando as exigências do desenvolvimento à
preservação de sua memória, tradição e peculiaridades;
IX – valorizar e desenvolver a cultura local, de modo a contribuir para a cultura
brasileira; X – assegurar, por parte do Poder Público, a proteção individualizada à vida
e à integridade física e psicológica das vítimas e das testemunhas de infrações penais
e de seus respectivos familiares;
XI – zelar pelo conjunto urbanístico de Brasília, tombado sob a inscrição n. 532 do
Livro do Tombo Histórico, respeitadas as definições e critérios constantes do Decreto
n. 10.829, de 2 de outubro de 1987, e da Portaria n. 314, de 8 de outubro de 1992, do
então Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural – IBPC, hoje Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional – IPHAN;
XII – promover, proteger e defender os direitos da criança, do adolescente e do
jovem.
XIII XIII – valorizar a vida e adotar políticas públicas de saúde, de assistência e de
educação preventivas do suicídio.
XIV – promover a inclusão digital, o direito de acesso à Internet, o exercício da
cidadania em meios digitais e a prestação de serviços públicos por múltiplos canais de
acesso.

MNEMÔNICO: O SMS ESTÁ TroLado!


Cada letra do mnemônico corresponde a uma área de atendimento
prioritário. Veja:
Saúde
Moradia
Segurança púbica
Educação
Saneamento básico
Transporte
Assistência social
Trabalho
Lazer

1. DIReITO De PeTIÇÃO OU RePReseNTAÇÃO


Art. 4º É assegurado o exercício do direito de petição ou representação, independentemente de
pagamento de taxas ou emolumentos, ou de garantia de instância.
Art. 5º, XXIV. São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal
Peticionar é pedir, requerer. O Direito de Petição tem como finalidade a obtenção de
informações junto à autoridade para que esta tome, se necessárias, as providências cabíveis
sobre o assunto informado.
Já o direito de representação é o exercício do direito de denunciar.
Já a garantia de instância é a exigência de um depósito prévio para que um recurso possa ser
analisado.

O PULO DO GATO
Este é um dos assuntos mais cobrados da LODF em concursos públicos. Os examinadores
costumam afirmar que o direito de petição ou representação são valores ou objetivos
prioritários (conteúdo da primeira aula) ou que poderia ser exigido algum valor para o seu
exercício, desta forma induzindo o candidato ao erro.

sOBeRANIA POPULAR
Esse é um assunto muito cobrado em provas! Estude com atenção!
● o poder emana do povo.

● Sufrágio é o direito de votar e ser votado.


● O plebiscito e o referendo são formas de participação do cidadão que esteja em gozo de
seus direitos políticos.

● A iniciativa popular, por sua vez, é um instituto da democracia direta


Resumindo:
a) plebiscito → consulta popular feita ANTES da edição da norma;

b) referendo → consulta popular feita DEPOIS da edição da norma;

c) iniciativa popular → projeto elaborado por qualquer cidadão que reúna os requisitos
exigidos.

Art. 60. Compete, privativamente, à Câmara Legislativa do Distrito Federal: XLII – autorizar referendo e convocar plebiscito.
TÍTULO II DA ORGANIZAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 6º Brasília, Capital da República Federativa do Brasil, é a sede do governo do Distrito


Federal.

Art. 7º São símbolos do Distrito Federal a bandeira, o hino e o brasão.

Parágrafo único. A lei poderá estabelecer outros símbolos e dispor sobre seu uso no
território do Distrito Federal.

Art. 8º O território do Distrito Federal compreende o espaço físico geográfico que se


encontra sob seu domínio e jurisdição. F

Art. 9º O Distrito Federal, na execução de seu programa de desenvolvimento econômico


social, buscará a integração com a região do entorno do Distrito Federal.

CAPÍTULO II DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO DISTRITO FEDERAL

Art. 10. O Distrito Federal organiza-se em Regiões Administrativas, com vistas à


descentralização administrativa, à utilização racional de recursos para o desenvolvimento
socioeconômico e à melhoria da qualidade de vida.

§ 1º A lei disporá sobre a participação popular no processo de escolha do Administrador


Regional.

§ 2º A remuneração dos Administradores Regionais não poderá ser superior à fixada para os
Secretários de Governo do Distrito Federal.

§ 3° A proibição de que trata o art. 19, § 8°, aplica-se à nomeação de administrador regional.

Art. 11. As Administrações Regionais integram a estrutura administrativa do Distrito Federal.

Art. 12. Cada Região Administrativa do Distrito Federal terá um Conselho de


Representantes Comunitários, com funções consultivas e fiscalizadoras, na forma da lei.

Art. 13. A criação ou extinção de Regiões Administrativas ocorrerá mediante lei aprovada
pela maioria absoluta dos Deputados Distritais.

Parágrafo único. Com a criação de nova região administrativa, fica criado, automaticamente,
conselho tutelar para a respectiva região.

CAPÍTULO III DA COMPETÊNCIA DO DISTRITO FEDERAL

Art. 14. Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos
Estados e Municípios, cabendo-lhe exercer, em seu território, todas as competências que
não lhe sejam vedadas pela Constituição Federal.
PEGADINHA DA BANCA
As bancas de concurso costumam afirmar nas questões que novos símbolos poderão ser
cria- dos mediante decreto. Essa afirmação está ERRADA! A Lei orgânica prevê
expressamente que seja mediante lei.

2. RIDe
A Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno (RIDE) é uma região composta por
municípios goianos e mineiros, que fazem limite ou estão próximos ao Distrito Federal. os
integrantes da RIDE tem prioridade no recebimento de recursos públicos destinados a
investimentos que estejam de acordo com os interesses pactuados entre os entes.

PEGADINHA DA BANCA
As bancas costumam incluir a integração com a região do entorno entre valores
fundamentais ou objetivos prioritários. Se isso acontecer na sua prova, lembre-se: a
integração com a região do entorno está prevista na Lei Orgânica, mas não entre valores
fundamentais e objetivos prioritários.

3. ReGIÕes ADMINIsTRATIVAs
3.1NOÇÕes INTRODUTÓRIAs
Art. 10. O Distrito Federal organiza-se em Regiões Administrativas, com vistas à descentralização
administrativa, à utilização racional de recursos para o desenvolvimento socioeconômico e à
melhoria da qualidade de vida.

obs: A Constituição Federal proíbe a divisão do Distrito Federal em municípios

Nós já sabemos que o Distrito Federal é dividido em Regiões Administrativas. Atualmente


são 33 RA’s:
Art. 13. A criação ou extinção de Regiões Administrativas ocorrerá mediante lei
aprovada pela maioria absoluta dos Deputados Distritais.
PEGADINHA DA BANCA
Já foi cobrado em concursos anteriores que as administrações regionais fazem parte da
estrutura política do DF. Errado! O correto é estrutura administrativa
Art. 11. As Administrações Regionais integram a estrutura administrativa do Distrito Federal.

3.2 ADMINIsTRADOR
Toda Administração Regional terá um 1 administrador que até pode administrar mais de
uma Região, mas não poderá acumular as duas remunerações.
Art. 10. […]
§ 1º A lei disporá sobre a participação popular no processo de escolha do Administrador Regional.

Art. 10. […]


§ 2º A remuneração dos Administradores Regionais não poderá ser superior à fixada para os
Secretários de Estado do Distrito Federal.
Art. 19. […]
§ 8º É proibida a designação para função de confiança ou a nomeação para emprego ou cargo em
comissão, incluídos os de natureza especial, de pessoa que tenha praticado ato tipificado como
causa de inelegibilidade prevista na legislação eleitoral.

Isso significa que não poderá ser nomeado para ocupar o cargo de Administrador, aquele
que tenha praticado ato tipificado como causa de inelegibilidade prevista na lei eleitoral.
3.3. CONseLHOs
Art. 12. Cada Região Administrativa do Distrito Federal terá um Conselho de Representantes Comu-
nitários, com funções consultivas e fiscalizadoras, na forma da lei.

PEGADINHA DA BANCA
As bancas costumam atribuir outras funções ao Conselho de Representantes Comunitários.
Lembre-se: as funções deste conselho são apenas CONSULTIVAS E FISCALIZADORAS.

Os Conselhos Tutelares são criados automaticamente, sempre que for criada uma Região
Administrativa. Não há necessidade, nem previsão, para que haja um projeto de lei para a
criação deste Conselho.
3.4.COMPeTêNCIAs
A distribuição de competência adota critérios usados pelo constituinte originário. A
repartição de competências é a distribuição de tarefas entre os entes da Federação.
Traduzindo: quem faz o quê.
O Princípio da Predominância do Interesse se traduz no interesse maior por parte de
algum ente federativo. Quando o interesse é maior por parte do Distrito Federal, certamente
não estamos tratando de uma competência comum.
Outro critério adotado é o critério da subsidiariedade. Esse critério estabelece que não
sendo possível o exercício de determinada competência por um ente, ela será atribuída a
outro.
3.4.1. COMPeTêNCIA PRIVATIVA
A competência privativa atribui ao Distrito Federal a responsabilidade pela administração
de assuntos de interesse local. Elas são explícitas e estão dispostas no art. 15 da Lei
Orgânica. A competência privativa é aquela que somente cabe ao DF, não cabendo a um
Estado ou município dispor sobre tal assunto. Elas são, em sua grande maioria, de natureza
administrativa/material

3.4.2COMPeTêNCIA COMUM

A competência comum é uma competência administrativa que permite aos entes agirem
para o atingimento de suas funções administrativas. É uma obrigação solidária. São temas
de interesse da coletividade, e não apenas dos moradores do Distrito Federal, aquela cujo
interesse também possa ser da União. Trata-se de uma espécie de cooperação entre os entes
federados, sem que haja hierarquia entre o disposto pela União e o disposto pelo DF. Aqui não
há predominância do interesse apenas por um dos entes.

A principal diferença entre as competências comuns (art. 16) e as concorrentes (art. 17) é
que as comuns são competências materiais (administrativas), ao passo que as concorrentes
são competências legislativas.

3.4.4.COMPeTêNCIA Concorrente
3.4.4.COMPeTêNCIA sUPLeMeNTAR
A competência suplementar é a possibilidade que o Distrito Federal tem para editar uma
norma diante da omissão do Poder Legislativo Federal.
A União limita-se a estabelecer normas gerais e o Distrito Federal, normas específicas.
Caso não exista lei federal estabelecendo as normas gerais, o DF pode exercer, de forma
plena, a competência que lhe cabe a fim de atender suas peculiaridades. Agora, se
posteriormente a União editar uma norma que seja contrária, ou que contenha alguns
dispositivos contrários à lei distrital, esta terá a sua eficácia suspensa apenas no que for
contrária à lei federal.

Atente-se para estes 3 (três) tópicos a seguir que dizem respeito à competência concorrente:
• O Distrito Federal, no exercício de sua competência suplementar, observará as normas
gerais estabelecidas pela União.
• Inexistindo lei federal sobre normas gerais, o Distrito Federal exercerá competência
legislativa plena, para atender suas peculiaridades.
• A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia de lei local, no
que lhe for contrário.
Anula o que é ilegal; revoga o que é inconveniente e suspende a eficácia do que for contrário.

4. VeDAÇÕes
• RELIGIOSO → estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-las,

embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações


de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público;

• DOCUMENTOS → recusar fé aos documentos públicos;

• DINHEIRO PÚBLICO → subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com recursos públi-


cos, propaganda político-partidária ou com fins estranhos à administração pública;
• BENS doar bens imóveis de seu patrimônio ou constituir sobre eles ônus real, sem a
expressa autorização da Câmara Legislativa, sob pena de nulidade do ato.

• IMPOSTOS → conceder isenções fiscais ou remissões de dívidas, sem expressa

autorização da Câmara Legislativa, sob pena de nulidade do ato.

• DISCRIMINAÇÃO → discriminar ou prejudicar qualquer pessoa (fisica ou juridica) por

haver litigado ou es- tar litigando contra os órgão públicos do DF.

• CONTRATAÇÃO → contratar obras e serviços públicos sem prévia aprovação do

respectivo projeto, sob pena de nulidade do ato de contratação.

1. Servidores Públicos
1.1. Noções Gerais Os servidores públicos do Distrito Federal têm o seu regramento
estabelecido na Lei Orgânica do DF no Título II, capítulo VI, artigos 33 ao 44.
5. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
*

● Os servidores públicos trabalham na administração direta e nas autarquias e


fundações públicas (administração indireta). Já os empregados públicos trabalham nas
empresas públicas e sociedades de economia mista.
e outros..

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