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Conteúdo Programático Legislação Educacional para Concurso da Educação MG – Carga Horária: 21 aulas
Wellington Campos
AULA 2
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo do Estado de Minas Gerais, fiéis aos ideais de liberdade
de sua tradição, reunidos em Assembleia Constituinte, com o propósito de instituir ordem
jurídica autônoma, que, com base nas aspirações dos mineiros, consolide os princípios esta-
belecidos na Constituição da República, promova a descentralização do Poder e assegure
o seu controle pelos cidadãos, garanta o direito de todos à cidadania plena, ao desenvolvi-
mento e à vida, numa sociedade fraterna, pluralista e sem preconceito, fundada na justiça
social, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição:
Há um Julgado do Supremo Tribunal Federal (STF), com relação a este Preâmbulo,
acerca do trecho “sob a proteção e Deus”.
Segundo a Constituição Federal (CF), que é a lei maior, o Estado é laico, ou seja, o Brasil
não tem uma religião oficial. A CF protege a liberdade do cidadão crer ou não crer em algo.
Até o ateísmo tem amparo na proteção constitucional.
A expressão “sob a proteção de Deus” está no preâmbulo tanto da CF e se repete nas
Constituições Estaduais.
O STF considerou que esta expressão “sob a proteção de Deus” não ofende o Estado
laico de Direito, que os Estados poderiam reproduzir, nas suas Constituições, essa expres-
são “sob a proteção de Deus”, por não se constituir numa ofensa para aqueles que não acre-
ditam em Deus porque o Preâmbulo não possui força normativa.
O Preâmbulo é apenas e tão somente uma nota de introdução de um documento que vai
criar direitos e obrigações, mas que no próprio Preâmbulo não cria direitos e, muito menos,
obrigações.
Por ser um elemento formal desprovido de eficácia jurídica, o Preâmbulo não poderia ser
paradigma de controle de constitucionalidade. Este é o entendimento do STF.
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CONSTITUIÇÃO ESTADUAL
Do Preâmbulo, Dos Objetivos E Dos Direitos E Garantias Fundamentais
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
O Estado de Minas Gerais, assim como os demais Estados membros, fazem parte de
um bloco federativo, onde a Federação tem como marca um pacto indissolúvel dos Estados,
Distrito Federal (DF) e Municípios.
A FEDERAÇÃO é uma forma de Estado que, na CF brasileira, é marcada pelo pacto
indissolúvel.
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§ 1º – Todo o poder do Estado emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos da Constituição da República e desta Constituição.
§ 2º – O Estado se organiza e se rege por esta Constituição e leis que adotar, observados os prin-
cípios constitucionais da República.
O Estado de Minas Gerais, como um ente federativo, tem autonomia de se organizar pela
sua Constituição e pelas suas leis, possui autonomia administrativa, autonomia política.
Dos Objetivos
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CONSTITUIÇÃO ESTADUAL
Do Preâmbulo, Dos Objetivos E Dos Direitos E Garantias Fundamentais
Todos os objetivos começam com verbos no infinitivo, como indicativo de AÇÃO, como
indicativo de que a implementação e políticas públicas devem ser executadas para atingir
essas metas.
Do desmembramento do Estado
Art. 3º – O território do Estado somente será incorporado, dividido ou desmembrado, com aprova-
ção da Assembleia Legislativa.
Este artigo precisa ser complementado com a CF, que estabelece as regras de desmem-
bramento, incorporação e criação de novos Estados e também de novos Municípios.
Regras da CF para criação, desmembramento ou divisão do Estado (art. 18, § 3º da CF):
• Ouvir a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (parecer opinativo). Art. 48, da CF.
• Plebiscito popular: se positivo (não vincula o Congresso Nacional), se negativo (vin-
cula o Congresso Nacional);
• Edição de Lei Complementar Federal.
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ANOTAÇÕES
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Do Preâmbulo, Dos Objetivos E Dos Direitos E Garantias Fundamentais
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Art. 4º – O Estado assegura, no seu território e nos limites de sua competência, os direitos e ga-
rantias fundamentais que a Constituição da República confere aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País.
§ 1º – Incide na penalidade de destituição de mandato administrativo ou de cargo ou função de
direção, em órgão da administração direta ou entidade da administração indireta, o agente público
que deixar injustificadamente de sanar, dentro de noventa dias da data do requerimento do inte-
ressado, omissão que inviabilize o exercício de direito constitucional.
§ 2º – Independe do pagamento de taxa ou de emolumento ou de garantia de instância o exercício
do direito de petição ou representação, bem como a obtenção de certidão para a defesa de direito
ou esclarecimento de situação de interesse pessoal.
Nas repartições públicas o cidadão pode solicitar uma Certidão ou fazer uma Petição na
forma de uma representação, na forma de uma reclamação.
Se é na vida administrativa, nos órgãos, nas autarquias, nas empresas públicas, de eco-
nomia mista de Minas Gerais, independe do pagamento de taxas, há gratuidade.
Os Cartórios não são órgãos da Administração Pública, não é uma entidade da Adminis-
tração Pública Indireta de Minas Gerais –Cartório exerce uma atividade de serviço público
por delegação e, por essa razão, os serviços de Cartório são cobrados porque pertencem à
iniciativa privada.
§ 3º – Nenhuma pessoa será discriminada, ou de qualquer forma prejudicada, pelo fato de litigar
com órgão ou entidade estadual, no âmbito administrativo ou no judicial.
§ 4º – Nos processos administrativos, qualquer que seja o objeto e o procedimento, observar-se-
-ão, entre outros requisitos de validade, a publicidade, o contraditório, a defesa ampla e o despa-
cho ou a decisão motivados.
§ 5º – Todos têm o direito de requerer e obter informação sobre projeto do Poder Público, a qual
será prestada no prazo da lei, ressalvada aquela cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
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Caso não tenha sido feito o pré-aviso formal e, ao chegar ao local, outra reunião, marcada
para o mesmo dia, local e horário, cuja pessoa tenha feito o prévio aviso, ela terá preferência.
A CF exige o prévio aviso, mas o STF considerou que esse pré-aviso não é obrigatório,
não precisa ser formal. A divulgação nas redes sociais já é suficiente.
Direitos do preso
Art. 4º (...)
§ 7º – Ao presidiário é assegurado o direito a:
I – assistência médica, jurídica e espiritual;
II – aprendizado profissionalizante e trabalho produtivo e remunerado;
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Da vedação
Seção I Disposições
Gerais Dos poderes
Na União, o Poder Executivo é representado pela presidência da República, nos Estadose DF,
pelas Governadorias e, nos Municípios, pelas prefeituras.
O Poder Legislativo é representado na União pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal, que formam o Congresso Nacional; nos Estados, pela Assembleia Legislativa; no
DF, pela Câmara Legislativa e, nos Municípios, pela Câmara Municipal.
O Poder Judiciário está presente na União e nos Estados. Não há uma autonomia de
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Art. 9º – É reservada ao Estado a competência que não lhe seja vedada pela
Constituição da República.
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União, sobre:
a) direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
b) orçamento;
c) junta comercial;
d) custas dos serviços forenses;
e) produção e consumo;
f) florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do ambiente e controle da poluição;
g) proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
h) responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;
i) educação, cultura, ensino e desporto;
j) criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
l) procedimentos em matéria processual;
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II – competência plena, quando inexistir lei federal sobre normas gerais, ficando
suspensa a eficá- cia da lei estadual no que for contrário a lei federal superveniente.
A União faz a norma geral e o Estado faz a norma específica. Se a União não faz a norma
geral, o Estado suplementa a lei federal.
Por exemplo: está valendo a lei do Estado e, posteriormente, vem a União e faz a norma
geral, mas, da forma como foi feita, conflitou com 3 artigos da lei do Estado – esses 3
artigosficam suspensos nos seus efeitos. A lei federal NÃO PODE revogar a lei estadual
porque caracterizaria intervenção federal, que não pode ocorrer porque não tem amparo na
Consti-tuição Federal (CF), seria invasão de competências.
Competência Comum
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É bem do Estado o que não for da União. O que não for da União, é bem do Estado.
Se o rio nasce e morre dentro do próprio Estado, ele é bem do próprio Estado. Se o riocorta
mais de um Estado ou faz fronteira com outros países, é bem da União.
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Da motivação
Da administração direta
Da administração indireta
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Quando o Estado de Minas Gerais quer se livrar da responsabilidade, ele desloca o centro, ou
seja, ele DESCENTRALIZA a atividade, que consiste na distribuição externa de compe-
tência, e cria uma entidade administrativa: autarquia, fundação pública, empresa pública ou
uma sociedade de economia mista. O Estado de Minas Gerais faz uma outorga legal: faz um
Projeto de Lei para criar ou autorizar a criação de uma nova personalidade jurídica e todas
as entidades possuem personalidade jurídica.
A lei que cria uma autarquia ou autoriza uma empresa pública transfere para ela a titulari-
dade, ela passa a ter autonomia para decidir porque quem tem autonomia não é subordinado,
não tem poder hierárquico, mas se submete ao controle finalístico, se submete à supervisão
das secretarias estaduais, se submete à tutela ao controle externo, tem que prestar contas
aos tribunais de contas ou estão vinculadas a um órgão público, mas nunca subordinadas.
É assim que surge a estrutura da administração pública, DIRETA e INDIRETA.
Toda essa estrutura criada pelo Estado mineiro tem a missão de executar o serviço público
em prol de toda a coletividade, que pode ser executado de maneira direta ou de maneira
indireta.
Da lei específica
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Este inciso entra em conflito com a CF, mas como não foi declarado
inconstitucional pelo STF, no gabarito para a prova vale o que está determinado na
lei. A criação de subsidiárias, segundo a CF, basta apenas que sejam autorizadas
por lei, mas não exige que a lei seja uma lei específica. A lei que autoriza a criação
de uma subsidiária, que é uma filial, pode tratar deoutros assuntos, segundo a CF.
Este inciso estabelece que, tanto a criação da entidade matriz da empresa pública de
Segundo a Constituição do Estado de Minas Gerais, a criação de subsidiárias não pode ser
por uma lei genérica, deve ser por uma lei específica. A lei genérica pode tratar de vários
assuntos e a lei específica somente para aquele assunto.
Obs.: Segundo CF não é necessária lei específica (art. 37, inciso XX da CF).
IV – a alienação de ações que garantam, nas empresas públicas e sociedades de economia mista,
o controle pelo Estado.
§ 5º – Ressalvada a entidade a que se refere o § 14 do art. 36, ao Estado
somente é permitido instituir ou manter fundação com personalidade jurídica de
direito público, cabendo a lei comple- mentar definir as áreas de sua atuação.
As fundações de Minas Gerais mantidas pelo Estado de Minas Gerais são todas pessoas
jurídicas de direito público, mas é possível a criação de fundações de direito privado, exceto
em Minas Gerais, porque há a vedação na Constituição do Estado.
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administrativos e a informações sobre atos de governo, ob- servado o disposto no
art. 5º, X e XXXIII, da Constituição da República;
III – a representação contra negligência ou abuso de poder no exercício de
cargo, emprego ou função da administração pública.
Se esse consórcio for uma pessoa jurídica de direito público, será denominada AUTAR-
QUIA MULTIFEDERATIVA, que pertencerá à administração indireta dos Estados e dos Muni-
cípios de Minas Gerais.
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Dentro deste tema há um Julgado importante do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma
sociedade de economia mista pode criar uma subsidiária, uma filial.
Vender as ações dessa filial não significa que vai ocorrer a extinção da entidade matriz.
Por exemplo, a Petrobras é uma sociedade de economia mista da União e possui várias
filiais, como a BR Distribuição, Transpetro. Para transferir o controle acionário de uma das
suas filiais, a Petrobras pode fazer isso sem necessidade de lei autorizativa e de licitação,
pois isso não é desestatização.
5m Segundo o STF, isso é DESINVESTIMENTO. Se a Petrobras continua existindo como
entidade matriz, ela vender ações das suas subsidiárias no mercado, é apenas estratégia de
mercado que ela está implementando, no sentido de crescer ou diminuir.
Para a extinção da entidade matriz Petrobras ou da sociedade de economia mista no
Estado de Minas Gerais é necessária a autorização do Poder Legislativo (quórum de 3/5) e
licitação.
Além da autorização do Poder Legislativo, para poder vender as estatais de Minas Gerais
tem de haver um referendo popular quando forem de distribuição de gás e transmissão de
energia elétrica – deve haver a aprovação da sociedade.
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Da licitação
Dos Princípios
Da responsabilidade civil
Na teoria SUBJETIVA, o dano depende de dolo ou culpa para a sua configuração. Pes-
soas jurídicas de DIREITO PRIVADO exploradora de atividade econômica, empresas públi-
cas e sociedades de economia mista. Os agentes públicos também respondem numa AÇÃO
REGRESSIVA se ficar comprovado que da sua conduta houve o dolo ou a culpa. Esta é a
TEORIA SUBJETIVA.
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Quando não é necessário provar dolo ou culpa da parte contrária para que ela possa ser
responsabilizada, é TEORIA OBJETIVA.
Da publicidade
Da alienação de bens
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Os bens públicos são inalienáveis. Essa é a regra, mas há exceções. Existe um grupo de bens
denominados de BENS DOMINICAIS: o Código Civil (CC), do art. 98 ao art. 101, dispõe que esses
bens podem ser alienados e eram aqueles bens de uso comum ou de uso especial que passaram
por um processo de DESAFETAÇÃO, retirando do bem a finalidade pública para a qual ele foi
adquirido.
Uma vez sendo DESAFETADO, ele passa a ser chamado de BEM DOMINICAL, e a partir daí
cabe a sua ALIENAÇÃO. Se for um bem imóvel, precisará de autorização do Poder Legis- lativo para
isso acontecer, assim como promover a licitação.
No caso de bem móvel, é feita uma avaliação prévia, seguida de uma licitação, sendo
dispensada a licitação de bem móvel quando for para doação ou permuta.
§ 2º – O uso especial de bem patrimonial do Estado por terceiro será objeto, na forma da
lei, de:
I – concessão, mediante contrato de direito público, remunerada ou gratuita, ou a título de direito real
resolúvel;
II – permissão;
III – cessão;
IV – autorização
§ 3º – Os bens do patrimônio estadual devem ser cadastrados, zelados e
tecnicamente identifica- dos, especialmente as edificações de interesse
administrativo, as terras públicas e a documenta- ção dos serviços públicos.
§ 4º – O cadastramento e a identificação técnica dos imóveis do Estado, de que
trata o parágrafo anterior, devem ser anualmente atualizados, garantido o
acesso às informações neles contidas.
§ 5º – O disposto neste artigo se aplica às autarquias e às fundações públicas.
§ 3º – Os bens do patrimônio estadual devem ser cadastrados, zelados e
tecnicamente identifica- dos, especialmente as edificações de interesse
administrativo, as terras públicas e a documenta- ção dos serviços públicos.
§ 4º – O cadastramento e a identificação técnica dos imóveis do Estado, de que
trata o parágrafo anterior, devem ser anualmente atualizados, garantido o acesso
às informações neles contidas.
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Da administração fazendária
Da administração tributária
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