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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG

CENTRO DE CIÊNCIAS JÚRIDICAS E SOCIAIS – CCJS


UNIDADE ACADÊMICA DE DIREITO - UAD
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
COMPONENTE CURRICULAR: DIREITO CONSTITUCIONAL
DOCENTE: ERIVALDO MOREIRA BARBOSA

DISCENTES:
FRANCINALDO DA SILVA SOUSA
IGOR PEREIRA DE LIMA

TRABALHO:

ORGANIZAÇÃO FEDERATIVA

SOUSA- PB
2022
O presente trabalho buscará fazer uma abordagem sobre as noções de
Organização Federativa, como parte de atividade da disciplina de Direito
Constitucional, do Curso de Direito da Universidade Federal de Campina
Grande, turno Noite.

Segundo a nossa Constituição, a República Federativa do Brasil é


formada pelos estados, municípios e pelo Distrito Federal, que se aliam numa
“união indissolúvel” para a formação de um Estado Federal ou Federação. Por
isso é que a Constituição, em seu art. 1º, estabelece que a organização
político-administrativa da República Federativa do Brasil abrange os estados, o
Distrito Federal, os municípios e a União.
De início, é importante esclarecer que Federalismo é a forma de
organização do Estado em que os entes federados são dotados de autonomia
administrativa, política, tributária e financeira e se aliam na criação de um
governo central por meio de um pacto federativo.
O Federalismo surgiu da necessidade, principalmente, de países com
grandes extensões territoriais descentralizar o seu poder. Nesses países, há
diversidades culturais, climáticas, sociais e econômicas, de modo que as
necessidades e prioridades diferem muito de uma região para a outra.
Para Celso Ribeiro Bastos, “Estado é a organização juridicamente
soberana de um povo em um dado território”.
Dessa forma podemos perceber a análise da estrutura sob três
aspectos principais – forma de governo, sistema de governo e forma de
estado. O Brasil, em sua Constituição, adota a forma republicana, sistema
presidencialista e o federalismo.
A Constituição de 1988, no seu Título III, aborda a Organização do
Estado, onde no Capítulo I trata da organização político-administrativa
brasileira.
No Artigo 18, diz que “a organização político-administrativa da
República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”.
Determina que Brasília é a Capital Federal (§ 1º); que os Territórios
Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar (§ 2º).
Ainda, em seu § 3º, diz que “Os Estados podem incorporar-se entre si,
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem
novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por
lei complementar”.
Por fim, afirma que “a criação, a incorporação, a fusão e o
desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação
dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da
lei ((§ 4º).
Ou seja, desde que obedeça aos princípios e às regras da Constituição
da Re pública, cada estado pode adotar sua própria Constituição e editar suas
leis, assim como cada município, a partir de sua lei orgânica (uma espécie de
Constituição Municipal), pode elaborar sua legislação.
Portanto, ao elaborar sua lei orgânica, os municípios têm de estar
atentos para não infringir o que está nas Constituições Federal e Estadual, mas
não precisam elaborar cópias idênticas e podem inovar na organização.
O art. 1° da Constituição já traz consigo os Fundamentos do Estado,
quais são: a soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, os valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa, e o pluralismo político.
A Soberania é reforçada no Art. 25. ao assegurar que “os Estados
organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição.
O princípio federativo (presente no art. 1°) é reforçado no art. 60, §4°, I,
pois promove a proteção dessa forma de estado (a torna clausula pétrea).
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 4° Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - A forma federativa de Estado;
Há vários outros dispositivos na Constituição que abordam a
organização federativa brasileira, sempre reforçando uns aos outros.
A Organização ainda prevê a divisão em três Poderes: Executivo,
Legislativo e Judiciário.
O Poder Executivo da União é exercido pelo presidente da República
juntamente com o vice-presidente da República, auxiliado pelos ministros de
Estado, que atuam à frente dos ministérios e são responsáveis pela condução
de políticas públicas e pelo serviço público permanente.

O Poder Executivo aplica as leis, administra, presta serviços, realiza


obras e outras atividades administrativas de responsabilidade do poder público.
Nos Estados, o Governador é o chefe, enquanto que nos municípios é o
Prefeito.

Na União (esfera federal), o Poder Legislativo é exercido pelo


Congresso Nacional. Trata-se de um órgão bicameral, ou seja, formado por
duas casas ou câmaras: a Câmara dos Deputados, composta dos deputados
federais, e o Senado Federal, dos senadores. No âmbito estadual, existem as
Assembleias Legislativas, e nos municípios as Câmaras de Vereadores.

O Judiciário é o Poder que julga. Cabe a ele resolver conflitos, seja


entre os cidadãos, entre os cidadãos e o Estado ou entre os Poderes do
Estado.

Concluindo, pode-se afirmar que a divisão dos entes federados (União,


Estados, Municípios e Distrito Federal) é de grande importância para a nação
brasileira, principalmente por conta disso, a regulamentação do Estado
jurisdicional, uma vez que é feito de forma divisora, para que chegue a todos os
cantos do país, sem contar que cada ente federado ainda tem muita
autonomia, o que lhes permite implementar políticas de interesse da sociedade.
REFERÊNCIAS:

GADELHA, Sergio Ricardo de Brito. Introdução ao Federalismo e ao


Federalismo Fiscal no Brasil. Enap Escola Nacional de Administração
Pública. Brasília. 2017. p.7

BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional, 9ª ed., Saraiva,


pág. 8

TRIGUEIRO, Maurício Marques. Organização do Estado / [redação original:


Maurício Marques Trigueiro; atualização da redação: Antônio José Calhau de
Resende]. – Belo Horizonte: Assembleia Legislativa do Estado de Minas
Gerais, Escola do Legislativo, 2015.

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