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SOBERANIA.
CIDADANIA.
DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA.
VALORES SOCIAIS DO
TRABALHO E LIVRE
INICIATIVA.
PLURALISMO POLÍTICO.
Observação: O art. 60, § 4º, cita as cláusulas pétreas explícitas, mas a doutrina
coloca os princípios fundamentais como cláusula pétrea implícita.
Observação: Hoje em dia fala-se muito do princípio da dignidade da pessoa humana
por conta de um movimento chamado neoconstitucionalismo, que coloca a pessoa
humana no centro do sistema e faz surgir, a partir daí, uma série de consequências.
Ex. 1: existe uma súmula vinculante que todo brasileiro conhece, que é a que proíbe o
uso de algemas em presos, em regra, pois é algo constrangedor e que ofende a
dignidade da pessoa humana. Então com base nesse princípio é que foi editada essa
SV n. 11. Algemas só podem ser utilizadas em caso de perigo, de resistência ou de
fuga – o mnemônico é PRF. A dignidade da pessoa humana vai além e se espalha em
várias outras circunstâncias.
Ex. 2: hoje em dia são permitidos o casamento e a união estável entre pessoas do
mesmo sexo. Um dos fundamentos que o STF usou foi justamente o da dignidade da
pessoa humana.
Ex. 3: a respeito das pesquisas com células-tronco embrionárias. Certa vez uma
questão de prova dizia que o princípio da felicidade guarda íntima relação com a
dignidade da pessoa humana. Essa frase foi retirada de um julgamento da pesquisa
com células-tronco, em que o STF disse que, se para a pessoa ter uma vida plena,
digna e feliz, ela puder fazer uso de pesquisas de tratamentos médicos que melhorem
sua condição de vida, a pesquisa com células- -tronco é permitida.
Os entes que compõem nossa República (União, estados, DF e municípios) têm
tríplice autonomia: financeira, administrativa e política (FAP).
Observação: No DF existem empresas de transporte por aplicativo (Uber, 99 Pop,
Cabify etc.). Alguns municípios fizeram lei municipal proibindo transporte de
passageiros por aplicativo. O STF entendeu que essa proibição por lei municipal
ofende, viola o princípio da livre iniciativa e da liberdade econômica.
O Art. 1º trata dos Fundamentos da RFB, conforme apresentado nos incisos.Sobre
esse assunto, pode ser perguntado a forma de Estado, as formas de Governo ou os
sistemas de Governo, conforme descritos a seguir.
De todos os itens acima, confederação é o único que o Brasil não foi. Nosso país foi
um Estado unitário até 1891 e é uma federação desde então.
A proclamação da República se deu em 15 de novembro de 1889, e o Brasil se tornou
uma federação somente 2 anos depois. A 1ª Constituição brasileira, de 1824, adotava
a monarquia; só nos tornamos república na 2ª Constituição, de 1891. 1889 é a data do
marco histórico; por isso a divergência.
Além disso, nosso sistema foi o parlamentarismo tanto no Brasil Império quanto no
intervalo entre 1961/1963, um pequeno período que antecedeu o golpe militar de
1964. Desde 1963, nosso sistema é o presidencialismo.
Características parlamentarismo: há 2 chefes um de Estado e um de governo. No
nosso caso, Tancredo Neves era o primeiro ministro e João Goulart era o presidente
da República.
Diferenças entre Presidencialismo X Parlamentarismo:
(a) Presidencialismo: Independência entre os Poderes nas funções
governamentais, governantes possuem mandato certo, há um só chefe do
executivo (presidente ou monarca) que acumula as funções de chefe de estado
e chefe de governo, a responsabilidade do governo é perante o povo.
Características monarquia:
(1) Vitaliciedade: se a pessoa não abdicar do trono, o regente fica no cargo até
morrer. Um exemplo é a rainha da Inglaterra, que reina há décadas;
(2) Hereditariedade; a escolha não é feita pelo povo;
(3) Irresponsabilidade perante o povo.
A monarquia não respondia perante o povo, respondia perante Deus; ele era escolhido
por Deus. Existe uma expressão em inglês, segundo o qual The king can do no wrong,
cuja tradução é “o rei não pode errar”.
Características república:
(1) Temporariedade;
(2) Eletividade; a escolha é feita por meio de eleições;
(3) Responde perante o povo.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Vamos dissecar agora alguns pontos do art. 1º:
• Poder: Titularidade x Exercício: Todo poder emana do povo, logo o titular do poder
é o povo. Já o exercício do poder pode ser feito pelo povo ou não. Na regra, no Brasil
o exercício é de forma indireta, mas a bem da verdade o Brasil mescla as duas
formas: democracia direta e indireta. Por isso é comum aparecer em provas que nossa
democracia é mista ou semidireta.
(a) Democracia indireta: (representativa). É a regra, através das eleições, a
população escolhe as pessoas que a irão representar, em teoria.
(b) Democracia direta:
b) Estadual:
O povo também pode apresentar proposta de LO e de LC; a diferença é que também
pode apresentar PEC, desde que previsto na Constituição estadual. No 2º semestre
de 2018, o STF determinou que a Constituição Estadual pode prever o povo
apresentando PEC. Além disso, no âmbito estadual não existe a exigência de 1% do
eleitorado; aqui se trabalha a autonomia de cada um dos entes da Federação e o
estado é quem vai disciplinar.
c) Municipal:
No âmbito do município, a CF determina que o projeto de iniciativa popular deve
nascer de 5% do eleitorado. O povo também pode apresentar projeto de LO e de LC.
A máxima no âmbito federal é a CF, e no âmbito estadual, as CE. No âmbito do DF e
dos municípios, a norma máxima é, respectivamente, Lei Orgânica do DF e Lei
Orgânica Municipal.
Logo, aqui não há PEC (Proposta de Emenda à Constituição), e sim PELO (Proposta
de Emenda à Lei Orgânica), que também pode ser apresentada pelo povo.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Dentre os princípios fundamentais, somente o art. 2º é uma cláusula pétrea expressa,
explícita. O art. 60, § 4º, da CF cita 4 cláusulas pétreas expressas: a forma federativa
de Estado; os direitos e garantias individuais; o voto direto, secreto, universal e
periódico; e a separação dos poderes.
Esses são os poderes no âmbito federal. No âmbito dos municípios, por exemplo, não
existe Poder Judiciário. Note que os fóruns que existem nos municípios provavelmente
pertencem ao Tribunal de Justiça do estado. No DF, o Poder Judiciário é organizado e
mantido pela União.
• Posicionamento constitucional do MP, Defensoria Pública e do Tribunal de
Contas
Esses 3 órgãos têm autonomia, não estão em subordinação a nenhum dos 3 poderes.
O TC auxilia o Poder Legislativo, mas não é subordinado a ele.
Existe o Tribunal de Contas da União (TCU), o Tribunal de Contas do Estado (TCE), o
Tribunal de Contas do DF (TCDF) e o Tribunal de Contas do Município (TCM), em
alguns casos excepcionais. Uma pessoa que atua como conselheira no TCM do
município do RJ, por exemplo, tem foro especial e será julgado, de início, no STJ; o
mesmo vale para quem atua em TCE e TCDF.
Um vereador faz o papel do Poder Legislativo no município; ele não tem foro especial
na CF. A fiscalização, no âmbito municipal, cabe à Câmara dos Vereadores, auxiliada
pelo TCE ou TCM onde houver. Entretanto, quem auxilia tem o foro especial e quem é
auxiliado, o dono do controle externo, fica sem foro especial. Essa é uma clara
amostra de que não há subordinação nesses órgãos em relação aos Poderes.
• Teoria dos freios e contrapesos (checks and balances – Montesquieu)
Essa teoria diz que nenhum poder pode se sobrepor ao outro, logo, há freios e
controles recíprocos.
Ex. 1: A escolha de ministro para o STF, o mais alto cargo do Poder Judiciário, é feita
pelo Presidente da República, o mais alto cargo do Poder Executivo. O Poder
Legislativo também participa da escolha por meio de sabatina feita pelo Senado
federal.
Ex. 2: o art. 37 da CF estabelece que os vencimentos dos Poderes Legislativo e
Judiciário não podem ser maiores que os do Poder Executivo. Entretanto, essa é só a
teoria, pois o salário mais alto é o do Legislativo, seguido pelo do Judiciário e do
Executivo. Para os servidores do Senado Federal (Legislativo), por exemplo,
conseguirem um reajuste salarial, eles mesmos o pedem; o Presidente da República
(Executivo) também participa sancionando ou vetando o projeto de lei aprovado pelo
Legislativo. O STF (Judiciário) pode declarar o projeto de lei inconstitucional.
Montesquieu dizia que cada poder tem sua função principal (típica) e também exerce
funções secundárias (atípicas); ou seja, todo mundo faz tudo:
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
Vertical: Direitos fundamentais nascem para defender os direitos dos particulares, contra o
Estado.
Transversal ou diagonal: relação entre particulares mas um tem mais poder que o outro Ex:
relações de trabalho ou consumo.
Todos são iguais perante a lei: princípio da igualdade – garantido aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País.
- A questão das cotas na universidade e o princípio meritocrático (capacidade de cada um): STF
disse que pode ter cotas na universidade e centro de pesquisa, inclusive em concurso público.
– Ações afirmativas (discriminações positivas, tentar equilibrar aqueles que tiveram uma vida
mais difícil)
- Estrangeiro pratica crime: será preso e depois condenado. Para ir para o aberto o estrangeiro
tem os direitos, mesmo que não cumpra os requisitos no regime aberto.
- Não pode ter cobrança de preço diferenciado nas mensalidades de alunos deficientes.
- Não pode ter cobrança de valor para leitos diferenciados pelo SUS.
- Transgêneros: : é permitida mudança de nome sem cirurgia por via judicial ou diretamente
em cartório por via administrativa.
- O STF entende que tanto o casamento quanto a união estável entre pessoas do mesmo sexo
são assegurados
- Direito sucessório: , o Código Civil tratava de formas diferentes a pessoa que vinha do
casamento e a pessoa que vinha da união estável. Casamento: cônjuge. União estável:
Companheiro - O cônjuge sobrevivente tinha mais direitos do que o companheiro
sobrevivente. Essa diferenciação estava disposta no art. 1.790 (Código Civil). Esse artigo foi
considerado inconstitucional pelo STF. Hoje, tanto do casamento quanto da união estável, o
direito sucessório traz os mesmos direitos para quem sobrevive.
- Princípio da legalidade – art. 5º, II CF/98 – pode fazer o que quiser, desde que não tenha lei
proibindo.
Legalidade x Reserva Legal: O princípio da reserva legal exige lei em sentido estrito, formal. A
legalidade tem viés mais amplo, ou seja, pode-se fazer qualquer coisa, desde que não haja
norma proibindo.
(Im)possibilidade de Medida Provisória em Direito Penal: No art. 62, § 1º, da CF, institui-se que
é vedada a edição de medida provisória em direito penal, de modo que não há margem para
que seja editada uma MP em direito penal. Não há diferenciação em relação à MP ser benéfica
ou maléfica ao acusado. O dispositivo mencionado foi adicionado por meio da EC 32/2001.
Em 2000, o STF entendeu que a MP benéfica ao réu poderia ser editada; enquanto a MP
maléfica ao acusado não poderia. Assim, em relação às normas prejudiciais, não há que se
falar em edição de MP, bem como em relação às normas benéficas. Entretanto, em se
tratando provas discursivas, deve-se considerar que a doutrina – de certa forma – permite a
edição de MP benéfica ao réu.
Se tiver prova objetiva: colocar que nunca pode. Salvo se estiver perguntando sobre o STF.
Exame Psicotécnico em Concursos Públicos (SV 44): O STF entende que o exame psicotécnico é
válido e não pode ser questionado na via juridica se estiver previsto em lei e no edital, tiver
critérios objetivos de correção e possibilidade de recurso na via administrativa.
A banca costuma tentar confundir o candidato usando palavras como “prescinde” para induzi-
lo ao erro. O exame psicotécnico precisa de lei, logo ele não prescinde (não dispensa) de lei.
Limite de Idade em Concurso Público (STF, Súmula 683): O limite de idade pode existir na área
da segurança pública. Concursos militares, em especial, costumam ter limite de idade. Este é
legítimo – desde que tenha relação com a natureza do cargo. É preciso previsão legal, não
bastando ato administrativo ou previsão editalícia, isto é, é preciso lei no sentido formal.
- A idade máxima é levada em consideração no momento da inscrição no concurso público. Se
a idade fosse aferida no momento do curso de formação, o candidato seria prejudicado,
porque as demais fases do concurso podem demorar, de maneira que o candidato extrapole a
idade máxima. Os demais requisitos do concurso público são conferidos na data da posse.
O Brasil é um Estado laico, isto é, admite as religiões e não professa fé específica. Na educação,
por exemplo, o ensino religioso é de oferta obrigatória, mas de matrícula facultativa. Além
disso, mesmo nos locais de internação coletiva, é assegurado o oferecimento da questão
religiosa.
No fim do ano de 2019, o programa Porta dos Fundos fez uma crônica de natal na qual eram
ironizados dogmas do cristianismo, colocando Jesus e Maria fora de situações bíblicas. A
crônica viralizou nas mídias e algumas pessoas foram à justiça para retirar do ar o episódio. O
STF entendeu que a crônica era de mau gosto, mas isso não justificava tirar do ar o serviço de
streaming, pois as pessoas não eram obrigadas a assistir ao episódio ou assinar o serviço.
Serviço Militar Obrigatório: Algumas religiões são sabatistas (ex.: adventista, judeu ortodoxo),
isto é, guardam o sábado. Por isso, há dificuldades em aplicar provas aos sábados e fazer com
que um servidor trabalhe aos sábados durante seu estágio probatório ou mesmo depois de
adquirida a estabilidade. Devido a essa problemática, o STF entendeu que é possível a
aplicação de provas em datas ou horários distintos, devendo se considerar a razoabilidade, a
preservação da igualdade entre candidatos e o ônus à Administração – que não pode ser
desproporcional. A Administração deve decidir de forma fundamentada.
Censura Prévia: Excepcionalidade da Medida: Se uma pessoa sabe que uma matéria contra ela
será publicada em determinada revista, ela pode não pedir que a revista não vá para as
bancas. Segundo o STF, isso caracterizaria censura prévia e uma medida excepcionalíssima. Só
seria possível impedir que a revista vá para as bancas se ficar comprovado de forma
incontestável que se trata de uma notícia falsa. Portanto, em regra, deve-se prestigiar a
reportagem, a liberdade de expressão. Por outro lado, após publicada a reportagem, nada
impede que seja pedido o ressarcimento por dano moral e dano material na esfera cível . Além
disso, é possível buscar a penalização na esfera penal, bem como a reparação e o direito de
resposta.
Discurso de Ódio: Hate Speech: Chegou ao STF uma situação em que um religioso estava
ofendendo outras religiões. Para isso, ele pregava desmoralizando outras religiões. O STF
entendeu que tal situação configurava discurso de ódio e era possível a responsabilização
penal. Portanto, a liberdade de expressão não é um valor absoluto, logo, admite exceção, a
exemplo do hate speech (discurso de ódio).
Obs.: a Constituição fala em dano moral, material e à imagem, no entanto o dano estético tem
aparecido com frequência em provas.
– É possível, pelo mesmo evento, cumular dano material, estético e moral. Ex.: uma pessoa
que paga por um procedimento de cirurgia plástica e, por conta de erro médico, acaba saindo
com a aparência prejudicada. Nesse caso, há a acumulação de dano estético, por causa da
aparência, dano material, já que o procedimento foi pago; e dano moral, pois afetou a imagem
da paciente.
• Formas de ressarcimento:
– O ressarcimento pode ser através da tutela ressarcitória (em dinheiro) ou através da tutela
inibitória (impedimento da continuidade do ato).
– Boleia de caminhão: não é considerada casa, ainda que o caminhão esteja estacionado ou
parado.
Inviolabilidade de Domicílio
– Policiais, suspeitando de tráfico de drogas, adentram em uma residência, revistam- -na, mas
não encontram as drogas. Nesse caso, os policiais responderão por abuso de autoridade?
De acordo com o STF, não se pode presumir a má-fé dos policiais. Em regra, é necessário que
haja uma justificativa por parte dos policiais, com fundados indícios da prática criminosa. Do
contrário, a entrada poderá, sim, ser considerada abuso de autoridade.
– É permitido o ingresso à noite para os casos em que seja necessária a colocação de escuta
ambiental.
Obs.: somente deve ser considerada essa possibilidade se o item da questão conduzir a ela
Quebrar o sigilo das comunicações telefônicas é mais difícil do que quebrar os demais sigilos.
CPI pode quebrar o sigilo da correspondência, das comunicações telegráficas e de dados, mas
não pode quebrar o sigilo das comunicações telefônicas. Mesmo no Poder Judiciário, a quebra
do sigilo das comunicações telefônicas não se aplica a qualquer processo, apenas à
investigação criminal. Assim, diante da investigação de um ato de improbidade, por exemplo,
não é possível quebrar o sigilo das comunicações telefônicas. O sigilo de dados se refere aos
dados bancários, fiscais e telefônicos. O sigilo dos dados telefônicos se refere ao extrato da
conta, isto é, para quem a pessoa ligou e quem ligou para ela. O sigilo das comunicações
telefônicas se refere à interceptação telefônica e à escuta
• Pode quebrar qualquer um dos sigilos, desde que o faça de forma fundamentada. A quebra
do sigilo das comunicações telefônicas só se dá na esfera criminal, na fase de investigação ou
de instrução.
CPI pode quebrar todos os sigilos, exceto o das comunicações telefônicas. Portanto, a CPI não
pode determinar interceptação, escuta, grampo, nem a quebra de dados telemáticos, isto é,
de WhatsApp, instagram, redes sociais. Todos os aplicativos de mensagens instantâneas usam
dados telemáticos, logo, usam como base as comunicações telefônicas. Por isso, o dado
telemático é entendido como comunicação telefônica.
A quebra deve ser fundamentada e deve observar o princípio da colegialidade. Este prevê que
a decisão deve ser tomada pelo colegiado, isto é, não deve vir do relator ou do presidente da
comissão.
- CPIs estaduais/distritais também podem quebrar, pois têm os mesmos poderes das
autoridades judiciais.
- CPIs municipais não podem quebrar sigilo, porque não há judiciário no município. De acordo
com o art. 58, § 3º, da CF, a CPI possui poderes próprios de investigação das autoridades
judiciais. Portanto, o município não tem poder de investigação judicial.
Prevalece a orientação de que o Ministério Público não pode quebrar sigilos, devendo
requerer a providência ao Poder Judiciário.
O MP poderia ter acesso a contas pertencentes à Prefeitura, independentemente de autorização judicial, porque
nesse caso o poder público seria o titular da conta. Como se tratam de contas públicas, há a incidência do princípio
da publicidade. Se as contas fossem do Prefeito, deveria haver o pedido de autorização na justiça.
Embora possua os chamados poderes implícitos, os TCs não podem quebrar sigilos, devendo
requerer a providência ao Poder Judiciário.
Chegou na jurisprudência do STF um mandado de segurança contra o TCU, impetrado pelo BNDES, o qual é uma
instituição pública de fomento, incentivo à atividade econômica. O BNDES emprestou grande quantia de dinheiro ao
grupo JBS/FRIBOI. Quando o Tribunal de Contas da União viu a grande quantia emprestada, pediu o contrato para
fiscalizar. O BNDES argumentou que havia o sigilo do contrato. O STF afirmou que a quebra de sigilo não era
possível, mas há a possibilidade de requisição/acesso, pelo TCU, de informações constantes no contrato.
A ABIN compartilha dados com outros entes públicos. O SISBIN compartilha dados com a
Polícia Federal, a AGU, a ANAC, a ANTT, a Casa Civil e a PRF. Quando há alguma situação
suspeita, a ABIN compartilha dados com esses entes. O STF afirmou que não pode haver
arapongagem em benefício pessoal. Deve haver a instauração formal da investigação para que
seja possível analisar se existe situação que comprove interesse público na medida. Além
disso, deve-se respeitar a reserva de jurisdição, logo, quando diante de situações que
necessitam da interferência do Judiciário, será necessária a atuação deste. A ABIN não pode
ser utilizada para fins privados
O STF entende que entre 1988 e 1996, como não havia lei, não era possível fazer a quebra do
sigilo das comunicações telefônicas.
A palavra serendipidade vem de encontro fortuito. Exemplo: Houve um diálogo entre Lula e
Dilma, no telefone, em que Dilma avisava ao Lula que Messias estava indo levar um papel que
ele poderia assinar se precisasse. Esse papel era a nomeação do Lula como Ministro de Estado,
porque havia a suspeita de que um mandado de prisão seria expedido contra Lula. O Lula não
tinha foro especial, enquanto Dilma era Presidente da República. Quem fazia a interceptação
era a polícia, com a autorização de um juiz de primeiro grau. Este pode interceptar de uma
pessoa sem foro especial, mas não pode quando houver alguém com foro especial, devendo
mandar a prova para o foro especial, o qual decidirá se ficará lá quem tem foro especial ou
todos os investigados. As provas colhidas até chegar em quem tem foro especial são válidas. Se
as investigações continuarem, porém, a prova se torna ilícita. O encontro fortuito pode ser
objetivo ou subjetivo. No último, aparecem mais investigados, enquanto no primeiro
aparecem mais crimes. A prova é válida, mas quando há foro especial a prova é válida apenas
até a descoberta do foro.
Degravação dos Diálogos: Integral x Parcial: Basta a degravação parcial. Entretanto, o sistema
de defesa determina que a mídia integral seja colocada à disposição dos advogados. A polícia
não precisa degravar integralmente, mas deve entregar a mídia integral para a defesa.
Espelhamento de Celular, Print de Tela de WhatsApp Web e Troca de Chip: A polícia não pode
espelhar a tela do celular do investigado, segundo o STF, porque o WhatsApp e o Telegram
têm criptografia de ponta a ponta, de modo que se uma mensagem for apagada, não poderá
ser recuperada. Além disso, não é possível saber quem apagou a mensagem, isto é, se foi a
polícia ou o investigado. Pelos mesmos motivos, também não é permitido o print de tela do
WhatsApp Web.
A troca de chip do celular do investigado pela polícia também não é permitida. Se a polícia
apreender um celular e desejar ter acesso às conversas, será necessária a autorização judicial.
Nesse caso, há sigilo de dados telemáticos, os quais usam como base as comunicações
telefônicas, logo, há reserva de jurisdição.
Registro na OAB x Registro na OMB: O STF entendeu que para o exercício da atividade de
músico não é necessário o registro na OMB (Ordem de Músicos do Brasil). A regra é a
inexigibilidade do registro. Quando o Magistrado deixa o cargo porque se aposentou ou pediu
exoneração, ele fica três anos sem poder exercer a advocacia no juízo ou tribunal de onde saiu.
O Conselho Federal da OAB instituiu que esse impedimento atinge todo o escritório que o
advogado integra, porém o STF entendeu que se tratava de punição indevida às pessoas que
não tinham relação com a situação, havendo uma espécie de intranscendência da pena.
Inadimplência e Suspensão do Registro: Chegou ao STF um caso em que uma advogada não
estava pagando a anuidade da OAB. Esta suspendeu o registro da advogada em questão. O STF
entendeu que essa suspensão é indevida, devendo a OAB utilizar os meios de cobrança
disponíveis.
Ilegalidade da Reunião por Falta de Comunicação Formal: No fim de 2020, o STF fixou a
seguinte tese: são permitidas reuniões ou manifestações, independentemente de
comunicação oficial prévia. Portanto, se não houver a comunicação prévia, a reunião não é
ilegal. A exigência constitucional é satisfeita com a veiculação da informação.
Diferenças para o Direito de Associação: O vínculo da reunião é menos estável, pois se desfaz
no fim da manifestação. Na associação se pressupõe um vínculo mais permanente.
• Extensão da gratuidade (para todos). Exemplo 1: um indivíduo teve seu carro furtado ou roubado e vai à
delegacia fazer um boletim de ocorrência (BO), que é registro de uma ocorrência policial. Esse registro é o exercício
de um direito de petição, portanto é gratuito tanto para quem tem um carro simples quanto para quem tem um
Não confundir BO com denúncia, pois denúncia é o nome técnico de uma peça
carro sofisticado.
que o Ministério Público vai propor.
Obs.: há alguns anos, cobrava-se para emitir certidões negativas (nada consta). Atualmente,
essas certidões não são mais cobradas, pois o Conselho Nacional de Justiça decidiu que, por
ser um direito de certidão, não poderia ser cobrado. O Poder Público tomou para si o cartório
e com isso, a cobrança foi extinta.
Há um dispositivo da Constituição Federal (CF), que aparentemente se choca com outro. Veja:
CF: O direito de certidão de nascimento (gratuidade) é assegurado a todos os pobres, na forma da lei.
Muitas pessoas, no Brasil, são indigentes e só se descobre que nunca tiveram um documento
formal de identificação quando são presos pelo cometimento de um crime. Aqueles que não
possuem documento formal de identificação não conseguem benefícios do governo, pois ele
não existe formalmente.
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições
públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
TEXTO DO ART. 283 DO CPP – pós Pacote Anticrime Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão
em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal
transitada em julgado.
• Flagrante
• Prisão cautelar:
– Preventiva; – Temporária;
Essa foi uma mudança de 2019, feita pelo Congresso Nacional e envolve o julgamento de
prisão em segunda instância. Como não traz escrito Prisão em segunda instância, haverá a
fundamentação de decisão do Supremo Tribunal Federal que é o esquema do “tira casaco,
coloca casaco”. Trabalharemos, abaixo, o conceito de possibilidade de prisão após o
julgamento em segunda instância.
Na CF, temos que ninguém é culpado antes do trânsito em julgado. Mas em 1991, houve a
decisão do Supremo que consta no quadro acima (28.06.1991). Ser possível fazer a execução
provisória da pena significa que, depois que se julgou na primeira e segunda instâncias, com
condenação em ambas, expede-se mandado de prisão e se prende o indivíduo. Houve o
julgamento pelo juiz e a condenação. Entretanto, o indivíduo respondia o processo em
liberdade. Recorreu-se ao tribunal de justiça que manteve a condenação (o indivíduo estava
recorrendo em liberdade). O indivíduo foi condenado a 10 anos (roubo) e o juiz permitiu que
ele respondesse ao processo em liberdade. Se isso ocorre, não havia fundamento para a prisão
cautelar. Quando se entra com recurso de apelação, esse recurso é dotado de efeito
suspensivo (mesmo condenado, o indivíduo pode responder em liberdade). A partir daqui,
quando o Tribunal de Justiça manteve a condenação, em regra, o processo acaba, devido ao
duplo grau de jurisdição. É possível, excepcionalmente, que se consiga subir para o STJ
(recurso especial) e para o STF (recurso extraordinário). Entretanto, ambos os recursos
(especial e extraordinário) são sem efeito suspensivo. Se há o feito suspensivo, ao se entrar
com o recurso, o efeito (condenar o indivíduo a 10 anos e prisão) será suspenso. Ao se julgar
no Tribunal de Justiça, pode-se, ainda, subir, mas ao entrar como recurso, não haverá efeito
suspensivo.
Esse era o fundamento que o Supremo Tribunal Federal usava e usou no caso do ex-presidente
Lula (quando o então juiz Sérgio Moro condenou Lula, houve recurso ao TRF – crime federal,
que aumentou a pena e decretou a prisão de Lula, pois o ex-presidente ainda poderia ir ao STJ
e STF, mas os recursos que seriam utilizados não suspenderiam a execução. Em 2009, há a
primeira mudança (vide quadro, 05/05/2009): o trânsito em julgado precisava ser aguardado
devido ao Princípio da presunção de Inocência (que está na CF, que se sobrepõe ao Código).
Em 2016 há nova mudança (vide quadro, 17/02/2016), voltando-se ao entendimento original.
Em 2019, ocorre outra mudança (vide quadro, 24/10/2019), na qual precisa-se aguardar o
trânsito. Isso é o que vale atualmente.
Por que isso ocorre? Porque a ação declaratória de constitucionalidade veio para dizer se
aquele dispositivo do Código de Processo Penal (283 – CPP) era ou não para ser confirmado. O
STF confirmou o dispositivo feito pelo Congresso: ou se prende em flagrante (não era o caso),
ou se prende em prisão preventiva ou temporária (não era o caso) ou somente quando a
condenação transitar em julgado. Logo, todos os que estavam presos, mas não havia
fundamento para a preventiva, puderam responder em liberdade. Exemplos: Suzane von Richthofen
e o casal Nardoni não responderam em liberdade porque havia fundamentação para a prisão preventiva; havendo
essa fundamentação, pode- -se prender a qualquer momento (antes ou depois da segunda instância).
O que prevalece hoje no Supremo Tribunal Federal é que se não houver flagrante, preventiva
ou trânsito em julgado, não se pode expedir mandado de prisão somente pelo fato de se ter
julgado à segunda instância. A exceção é o tribunal do júri, devido à soberania dos veredictos.
Nesse caso, vale a regra específica.
Art. 492. Em seguida, o presidente (juiz do Tribunal do Júri) proferirá sentença que: I – no caso de condenação: (...)
e) mandará o acusado recolher-se (se vinha solto) ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra (se vinha preso),
se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15
(quinze) anos de reclusão, determinará a execução provisória das penas, com expedição do mandado de prisão, se
for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos;
Tudo aquilo que precisa haver fundamentação para a preventiva ou somente no trânsito em
julgado, aqui não prevalece se a condenação for acima de 15 anos. Acima de 15 anos, o sujeito
vai preso, não importando se vinha preso ou solto. Ele ficará preso até o final. Isso se dá
porque o júri é soberano (sua decisão não mudará). Vale recurso, mas o indivíduo recorrerá
estando preso. Não se esquecer de que, nesse caso, a condenação é referente a uma pena
igual ou superior a 15 anos.
Segundo a CF, ninguém será considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença
penal condenatória. Se o sujeito tem inquéritos ou ações penais em andamento, não se pode
aumentar a pena, nem sob o argumento de reincidência, nem sob o argumento de maus
antecedentes, pois vale a presunção de inocência. Até o trânsito em julgado da sentença penal
condenatória, o sujeito é primário e de bons antecedentes.
E se no momento do julgamento o sujeito estiver respondendo a 5, 19 ou 20 processos? Como
não há trânsito em julgado em nenhum dos 5 processos, o sujeito é considerado primário e de
bons antecedentes, logo não se pode aumentar a pena (Súmula 444/STJ).
- Quando não se trata de norma penal, é possível aplicá-la a fatos anteriores (Caso que o
professor contou do Governador do DF – Lei Complementar 135/2010.
Retroatividade de Normas Temporárias e Excepcionais: Não é sempre que uma lei penal
poderá retroagir para beneficiar o réu. Esse é o caso, por exemplo, das normas temporárias e
excepcionais, pois não têm força retroativa, mesmo se for para beneficiar, não retroagem.
Provas ilícitas:
CF/1988, Art. 5º LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
É importante perceber que o texto da constituição não fez diferença entre as provas ilícitas e
as provas ilegítimas, que são gênero das chamadas provas inadmitidas. No entanto, é
importante lembrar que tanto as ilícitas quanto as ilegítimas não são aceitas pela CF/1988.
Diferença entre Ilícitas e Ilegítimas: As provas ilícitas são aquelas que violam direito material
(penal). Já a prova ilegítima viola o direito processual.
Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada (ou Ilicitude por Derivação) Para essa teoria, que é
derivada do Direito Norte-Americano, são inadmissíveis as provas obtidas por meios ilícitos e
as que delas derivarem. Para essa teoria, que é derivada do Direito Norte-Americano, são inadmissíveis as
provas obtidas por meios ilícitos e as que delas derivarem. Exemplo: um processo é dotado de três provas – A, B e C,
sendo a prova A considerada ilícita, pois foi uma interceptação telefônica feita sem autorização judicial. No entanto,
após 15 dias de interceptação, foi concedida a autorização judicial para a realização dessa diligência, o que gerou a
prova B. Ao analisar individualmente essa prova B, ela pode ser considerada lícita, pois trata-se de uma
interceptação telefônica feita com autorização judicial. No entanto, ela se derivou da prova A, que é ilícita e,
portanto, contaminou a prova B. É importante destacar que o fato de um processo conter prova ilícita nem sempre
tornará todo o processo inválido. No caso do exemplo acima, a prova C contava com o depoimento de várias
testemunhas, todos colhidos sob o crivo do contraditório, ampla defesa e do devido processo legal. Nesse caso, a
prova C é lícita e não tem nenhuma relação com as provas A e B, logo a ilicitude por derivação não se aplica a essa
prova C. Na realidade, a essa prova C se aplica outra teoria, que é a fonte independente (ou prova independente.
Inviolabilidade de Sigilo de Correspondência: O STF entendeu ser ilícita a prova obtida a partir
da abertura de carta, pacote, telegrama ou outro meio análogo, desde que seja feita sem
autorização judicial.
TRIBUNAL DO JÚRI:
Art. 5º XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude
de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes
dolosos contra a vida;
O sigilo das votações teve uma modificação dentro da norma infraconstitucional, pois, há
algum tempo, passou-se a não abrir todos os votos dos jurados, até mesmo por uma questão
de segurança. Hoje são abertos os votos dos jurados até que quatro deles, ou seja, a maioria,
seja pelo sim ou pelo não.
A CF/1988 dispõe que o júri tem competência para julgar os crimes dolosos contra a vida,
contudo não delimita quais são esses crimes. Nesse sentido, são crimes dolosos contra a vida:
• Homicídio; • Aborto; • Infanticídio; • Instigação, auxílio ou induzimento ao suicídio.
Competência: Ao Tribunal do Júri compete julgar os crimes dolosos contra a vida e os crimes
conexos. O crime culposo, em princípio, não é julgado pelo júri. Um crime conexo é aquele que
tem alguma relação com o crime principal. Exemplo: uma pessoa mata alguém e esconde o
cadáver. Nesse caso, o crime de ocultação de cadáver não é considerado crime doloso contra a
vida, mas sim um crime contra o respeito aos mortos. Todavia, ao julgar o homicídio, como a
ocultação de cadáver estava conexa, os jurados também irão julgá-lo.
Comissões de Conciliação Prévia na Justiça do Trabalho: Havia uma Lei do ano de 2000 que
dizia que uma pessoa somente poderia procurar a Justiça do Trabalho se antes passasse pela
Comissão de Conciliação Prévia (CCP), mesmo que não tivesse interesse na conciliação.
Todavia, o STF entendeu que a Lei n. 9.958/2000 violou o princípio da inafastabilidade de
jurisdição.
Desporto: No art. 217, a CF/1988 dispõe que o Judiciário não admitirá ações relacionadas a
competições desportivas sem o prévio exaurimento na Justiça Desportiva, que é uma instância
administrativa de cunho forçado.
- Não há o que se falar em contraditório e ampla defesa em inquérito policial, pois este é
procedimento inquisitorial.
- Defesa técnica: feita pelo advogado, pelo defensor público ou até mesmo pelo próprio
acusado, se estiver advogando em causa própria.
PAD e a necessidade de advogado: diferenças entre PAD Administrativo e PAD Penal (SV 5 e
Súmula 533/STJ): Súmula vinculante n. 5: não é nulo o PAD Administrativo sem advogado. –
- PAD Penal: aberto na execução penal (ex.: nos casos em que o preso é liberado, mas não
retorna ao presídio).
Duas punições: perda de 1/3 dos dias remidos ou regressão de regime. PAD penal necessita de
advogado, já que o direito à liberdade está em voga.
• Condução coercitiva para interrogatório: Ninguém é obrigado a produzir prova contra si. – A
condução coercitiva do réu viola o direito de defesa. – É permitida a condução coercitiva da
testemunha e da vítima.
• Multa de trânsito Súmula Vinculante 21: A notificação de multa de trânsito não chega
diretamente para pagamento, mas sim para que o motorista faça a sua defesa. – A Súmula
Vinculante n. 21 considera que é inconstitucional a exigência do pagamento prévio para
possibilitar a interposição de recurso, pois viola o direito de defesa.
•Súmula Vinculante 14: A defesa tem acesso aos elementos de prova já documentados.
Penas proibidas:
XLVII – não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter
perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;
- Trabalhos Forçados
Pessoas com distúrbios mentais recebem medida de segurança, e não pena, como punição a
um crime.
Individualização da pena: CF/1988 Art. 5º XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social
alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;
Direito de herança: CF/1988 Art. 5º XXX - é garantido o direito de herança; XXXI – a sucessão de bens de
estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”;
Tratamento dado a bens de estrangeiros situados no país: regra benéfica aos herdeiros
brasileiros Exemplo: um alemão se casou com uma brasileira e teve três filhos. No entanto, ao
morrer, esse alemão deixou bens no Brasil. Nesse caso, a sucessão dos bens que foram
deixados pelo alemão pode seguir a lei brasileira ou a lei alemã. A regra é que será utilizada a
lei mais favorável aos herdeiros brasileiros. Trata-se do chamado direito de preferência.
Obs: A banca CESPE já perguntou em uma prova se o princípio do prélèvement é adotado no Brasil, na Constituição
Federal de 1988 e na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB).O item estava correto, pois o
chamado princípio do prélèvement se refere justamente a essa ideia de que prevalece a regra mais benéfica aos
herdeiros brasileiros.
Direito de propriedade: CF/1988 Art. 5º XXII – é garantido o direito de propriedade; XXIII – a propriedade
atenderá a sua função social; XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição; XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI – a pequena
propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;
Uso da Propriedade Particular em Caso de Iminente Perigo Público: Nesse caso, a indenização
não é automática, pois acontecerá posteriormente e somente se for comprovado dano.
Requisição Envolvendo Bens Públicos: a regra é que um ente federativo não pode requisitar
bens de um ente menor. Todavia, isso será possível nas hipóteses de estado de sítio.
Obs: A Constituição Federal não tipifica crimes, mas sim estipula mandados de criminalização
Crimes Hediondos + TTT (Trafico, Tortura e Terrorismo) Características dos crimes hediondos e
equiparados:
• Regime prisional: a redação original previa o cumprimento integral da pena sob regime
fechado. Considerada inconstitucional, foi substituída por instrumento que previa apenas o
início do cumprimento da pena sob regime fechado. Atualmente, não se admite mais essa
hipótese, também inconstitucional e sendo vigente as disposições do art. 33, CP, sendo o
regime prisional diretamente depende da pena a ser cumprida;
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático;
Crimes Imprescritíveis
Racismo:
• antissemitismo e antissionismo: produzir obra literária ofensiva a judeus, ato não recebido
pela liberdade de expressão;
Obs: O racismo diz respeito a uma coletividade indeterminada, enquanto a injúria racial
dispõe-se sobre uma pessoa específica. Ambos são crimes imprescritíveis, sendo o racismo
definido desta forma pela própria constituição, enquanto a injúria racial tem sua
imprescritibilidade sustentada pelo STF/STJ (jurisprudência)
Golpe de Estado – a Lei de Anistia e os atos praticados durante o regime militar: A Lei da
Anistia, elaborada em 1979, foi aplicada a todos os atos praticados durante o regime militar
que fossem considerados crimes políticos ou conexos. Assim, crimes desse tipo praticados
entre 1961 a 1979 não seriam considerados. Em 2010, a lei foi questionada mediante a
Constituição de 1988, a qual não permite a possibilidade de anistia para os crimes hediondos,
tráfico, tortura e terrorismo. Apesar deste questionamento, o STF preservou a validade da Lei
de Anistia, uma vez que o Supremo a interpretou como sendo uma lei medida, a qual possui a
averiguação de sua constitucionalidade não no momento do julgamento, mas sim de acordo
com as circunstâncias de sua época.
Cláusula pétrea: A cláusula pétrea pode sofrer modificação, desde que esta não ocorra no
sentido de abolição de direito. A Emenda n. 45/2004, conhecida como Reforma do Judiciário,
não provocou alterações somente naquele Poder: em verdade, modificou vários pontos da CF,
como verificado, também, no caso da Reforma da Previdência. A Emenda n. 45/2004
acrescentou três dispositivos ao art. 5º da CF:
Para que se considere um tratado internacional pertencente à esfera dos Direitos Humanos, é
preciso que se avalie se ele foi aprovado em 2º turno, por 3/5 dos votos e por cada uma das
casas do Congresso Nacional. Se sim, o tratado será considerado equivalente a uma Emenda
Constitucional. Se não for aprovado em rito especial, será equivalente a uma norma
supralegal.
Obs: A prisão civil do depositário infiel — indivíduo que descumpre sua parte em um contrato
— é, atualmente, considerada ilícita pelo STF, mas não inconstitucional, pois que é norma
originária da Constituição.
• quando a análise vai da norma secundária para a primária, verifica-se o chamado controle de
legalidade;
• ao se estabelecer análise da norma primária para a supralegal, tem-se o controle de
convencionalidade.
Obs: Adesão ao Tribunal Penal Internacional. O Brasil não admite extradição de brasileiro nato,
mas sim a entrega deste para o Tribunal Internacional de Haia.
A Constituição afirma:
§1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Os remédios constitucionais são ações, garantias, writs, como se verifica na língua inglesa. Não
constituem direitos. É fundamental a ciência de que as garantias se diferem dos direitos. As
garantias protegem os direitos. Exemplos: a garantia do habeas corpus protege o direito de
locomoção; a garantia do habeas data protege o direito de informação de caráter pessoal.
• Mandado de segurança (pago) Pode ser individual ou coletivo. Direito líquido e certo.
A Ação Civil Pública difere-se da Ação Popular. Esta é ajuizada por um cidadão; aquela, em
regra, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública.
Três direitos podem ser tutelados na Ação Civil Pública: difusos, coletivos em sentido estrito e
individuais homogêneos
1) HABEAS CORPUS:
Conforme o texto constitucional: LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
O habeas corpus protege os direitos de ir, vir e permanecer. Mas, nem sempre foi assim. Aqui,
tínhamos a doutrina brasileira do habeas corpus. Na realidade, o habeas corpus fazia as vezes
de outros remédios constitucionais. Cabia, no Brasil, habeas corpus contra ilegalidade ou
abuso de poder. Foi assim até 1926. Então, por conta dessa restrição, veio, na sequência, o
surgimento de outro remédio: o mandado de segurança. O próprio texto constitucional deixa
claro que é sempre “que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção”.
- A primeira constituição brasileira que trouxe o habeas corpus foi a de 1891. Após isso, ele
esteve presente em todas. No entanto, na constituição de 1967, fruto do golpe militar, houve
restrição e não coube o habeas corpus com toda a extensão que temos hoje.
- Partes: Quem entra com o HC é o impetrante. Contra quem ele vai entrar é a figura chamada
de autoridade coautora ou impetrado. Além disso, o paciente é quem está sofrendo ou está na
iminência de sofrer a violação ao direito de locomoção. Ademais, pode acontecer de o
impetrante ser paciente? Sim.
a) Impetrante: Ressalta-se que o habeas corpus não possui formalidades. Além disso, quem
pode impetrá-lo é qualquer pessoa natural ou jurídica. Um estrangeiro, inclusive, pode
impetrar habeas corpus, desde que use o vernáculo (o idioma português). Salienta-se que a
pessoa jurídica, embora possa ser impetrante, não pode ser paciente de habeas corpus.
Incumbe mencionar que menores de idade também podem entrar como um habeas corpus,
pois são pessoas.
Em relação a este, o juiz pode conceder habeas corpus de ofício caso observe ilegalidade. É
preciso tomar cuidado com uma coisa. Observe o seguinte: o advogado entrou para beneficiar
o seu cliente, alegando “A”. Ocorre que Fulano não tem direito a “A”, mas sim a “B”. Ocorre
que o advogado esqueceu de pedir “B”. Neste caso, não será concedido habeas corpus para
“A”, mas sim para “B”, sem provocação. Então, no exercício das funções, o juiz não impetra o
HC, mas sim o concede de ofício (o que é muito comum).
O Ministério Público e a Defensoria podem entrar com HC? Sim. Mas, no caso do Ministério
Público, este pode entrar com HC desde que em benefício do acusado. Além disso, o delegado
de polícia, no exercício das funções, não pode entrar com HC. Inclusive, ele não pode conceder
habeas corpus de ofício, pois isso é atribuição do Poder Judiciário.
Essas nomenclaturas são utilizadas no caso de um habeas corpus pré-preventivo (termo para
fins didáticos). Ex.: começaram uma ação penal contra você, mas você afirma que o fato é
atípico. Neste caso, solicita-se o trancamento da ação penal.
Quando você ouve na televisão a expressão “concessão de liminar em habeas corpus, destaca-
se que, na legislação, não existe a previsão de liminar em habeas corpus, mas ela existe por
uma construção da jurisprudência e da doutrina.
Obs: Ressalta-se que não há previsão na legislação para habeas corpus na modalidade coletiva.
Porém, tanto o STF quanto o STJ o admitem. Nesse caso, a legitimação é a mesma do mandado
de injunção coletivo.
Habeas Corpus e a Vedação à Dilação Probatória: Será que, no habeas corpus, é possível
buscar a absolvição de alguém? Depende. O habeas corpus não aceita dilação probatória. Ex.:
sujeito condenado por estupro. Muitas provam fizeram com que o juiz entendesse pela
condenação. Mas, houve recurso para segunda instância, o qual foi negado e a condenação foi
mantida. Com isso, foi alegado, em habeas corpus no STJ, que não havia provas suficientes
para condenação. Nesse caso, não cabe HC, pois, para afirmar que as provas são suficientes ou
não, é preciso analisá-las, mas o HC não admite dilação probatória. Assim, se houver a
necessidade de dilação probatória, não é possível buscar absolvição no habeas corpus. Por
outro lado, para questionar se a conduta é criminosa ou não, é possível. É o exemplo da
insignificância.
É preciso lembrar que o STF possui 11 ministros (Presidente + Primeira Turma + Segunda
Turma). Cada turma tem 5 ministros. Se a Primeira Turma negar um HC, é possível ir ao
Plenário do STF? De acordo com a súmula n. 606 do STF, não cabe HC para o Plenário contra
decisão de Turma ou ministro. A bem da verdade, quando a Turma nega, ela age em nome do
tribunal/Plenário. Mas, não cabe HC contra decisão de Turma ou Ministro quando o processo
foi subindo até chegar ao Supremo. Isso é diferente do caso em que a violação ao direito de
locomoção nasceu no Supremo. Neste caso, cabe HC para o Plenário.
Nos arts. 102 e 105 da Constituição, afirma-se que cabe recurso ordinário para o STF e para o
STJ. Uma das situações de recurso ordinário é contra decisão desfavorável em remédios,
inclusive o HC. Nesse caso, o certo seria entra com um Recurso Ordinário em HC (ROHC).
Todavia, recurso ordinário é recurso, o qual possui formalidade e prazo.
Obs.: ao entrar com um HC, é preciso assinar. Não cabe HC apócrifo (sem assinatura).
Vale destacar que para o STJ, não cabe habeas corpus substitutivo de recurso ordinário. Por
outro lado, para o STF, cabe. Mais uma vez, responde a depender do que te perguntarem.
• Contra decisão que indefere pedido de liminar (as hipóteses de relativização da Súmula n.
691/STF;
Observe a seguinte situação: quando você entra com um HC com pedido de liminar, primeira
julga-se a liminar. Após o deferimento ou indeferimento, julga-se o mérito (o que demora
algumas semanas ou meses). Qual é a lógica do sistema? Julgou a liminar, você espera julgar o
mérito. Julgou o mérito, tendo perdido, é hora de subir. Mas, a manobra que a defesa faz é
não esperar o mérito e sim entrar direto com habeas corpus com pedido de liminar. A
reclamação não é contra o mérito, mas sim contra a liminar negada. Isso se chama liminar em
liminar. A regra é que não cabe habeas corpus contra decisão que nega liminar. Porém, o
próprio Supremo Tribunal Federal flexibiliza a Súmula n. 691 em duas exceções:
1. Decisão teratológica;
2. Ilegalidade manifesta.
Conforme o art. 142 da Constituição, não cabe HC para punição disciplinar militar. Mas, o
Supremo Tribunal Federal diferencia dois cenários. Embora o art. 142 diga de forma muito
clara que não cabe HC para punição disciplinar militar, duas situações serão separadas. Para
discutir se a punição é justa ou injusta, não cabe. Mas, para definir os pressupostos de
legalidade da prisão, cabe.
2) HABEAS DATA
LXXII – conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b)
para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
Cabimento: O habeas data possui natureza dúplice, pois serve para duas coisas:
• Corrigi-las.
Momentos da Impetração: Conforme a Súmula n. 2/STJ, não cabe habeas data antes da prévia
negativa na via administrativa. Isso significa que o habeas data é sempre repressivo, pois ele é
sempre usado depois que o direito é negado.
Quem pode ser Impetrado: Como regra geral, cabe habeas data contra autoridade pública ou
particular detentor de banco de dados de caráter público. Então, cabe habeas data contra SPC
e SERASA, por exemplo.
POLÊMICAS:
Quando a informação de caráter pessoal vem embrulhada por uma certidão, deve-se
entrar com mandado de segurança, pois o que está sendo negado é o direito de certidão.
3) MANDADO DE SEGURANÇA
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo não amparado por habeas corpus
ou habeas data quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
O direito líquido e certo de informação é protegido pelo habeas data. O direito líquido e certo
de locomoção é garantido pelo habeas corpus.
- Diante do exposto na lei, entende-se que quando as questões de prova trazem o termo
“remédio residual”, estão se referindo ao mandado de segurança.
É possível impetrar mandado de segurança contra agente de pessoa jurídica que aja com
atribuições de pessoa pública. É cabível impetração de mandado de segurança contra o agente
público que aja como tal. Não cabe mandado de segurança nas situações em que o público age
como se particular fosse.
- Entende-se por direito líquido e certo como aquele pode ser demonstrado de plano,
demandando prova pré-constituída, meramente documental.
Obs: Só é possível tratar de prazo decadencial de 120 dias quando o mandado de segurança se
dá na forma repressiva.
Como exemplo esclarecedor, considere-se o caso Suzane von Richthofen. Esta se encontrava
cumprindo pena em regime fechado e, posteriormente, intentou-se a possibilidade de
mudança para o regime semiaberto. O juiz, então, respondeu favoravelmente. O Ministério
Público recorreu com o recurso cabível: agravo em execução. Ocorre que este não tem efeito
suspensivo. Isso equivale a dizer que, até que o Tribunal de segunda instância julgue o
contexto de Suzane von Richthofen, ela continuará em regime semiaberto. O MP não pode
impetrar mandado de segurança para dar efeito suspensivo ao recurso de agravo em
execução.
Obs: A decisão proferida no Mandado Segurança não produz efeitos patrimoniais em relação
ao período pretérito. Não é cabível MS contra ato de gestão negocial de entidade exploradora
de atividade econômica.
• Contra ato de gestão negocial de entidade exploradora de atividade econômica (caso em que
o público age como particular); e
Em 2014, a então Presidente Dilma Rousseff enviou ao Congresso Nacional a Lei das Cotas
Raciais, que destinava 20% das vagas do Executivo federal às pessoas negras e pardas, no que
foi aprovada. Na ocasião, um instituto que defende a igualdade racial, IARA, impetrou um
mandado de segurança, no intuito de que os referidos 20% fossem extensíveis a todas as áreas
do âmbito federal. O IARA, à época, questionou a lei de modo abstrato e se valeu de uma ADI
(Ação Direta de Inconstitucionalidade). Ocorre que esta exige a existência de um legitimado,
conforme versa o art. 103 da CF, que não é o caso de referido instituto. Não compete ao STF
conhecer originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais.
Obs: É preciso, nesse caso, certo cuidado com o senso comum, que julga só ser possível ação
contrária ao STJ por parte do STF. Exemplo eloquente disso deu-se quando, em certa ocasião, a
OAB impetrou mandado de segurança contra o STJ, demandando deste as razões da recusa de
uma lista sêxtupla de indicações por ela preparada.
4) MANDADO DE INJUNÇÃO
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Está-se, aqui, diante de uma norma constitucional de eficácia limitada, que possui
aplicabilidade indireta, mediata e dependente de complemento legislativo, que deve ser
realizado não pelo constituinte, mas pelo legislador ordinário. Nesse sentido, o Mandado de
Injunção surge para combater a síndrome da inefetividade das normas constitucionais. Faz-se
necessário, portanto, observar a norma constitucional em questão e perceber se ela carece ou
não de um complemento.
O combate às omissões constitucionais é realizado por meio de duas ferramentas: o MI, que
faz parte do controle difuso, e a ADO (Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão),
integrante do poder concentrado.
. • ADO – Regulamentada pela Lei n. 9.868/1999; realizada apenas no STF, tem só nove
legitimados. Em regra, a decisão do controle concentrado é erga omnes, ou seja, para todos.
Cabimento:
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no
Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
O exposto acima também se aplica ao MI. O requisito supracitado de um ano é válido apenas
para associações.
Legitimados:
• Partidos políticos;
• Entidades de classe;
Ministério Público e Defensoria Pública não estão entre os legitimados para o Mandado de
Segurança Coletivo, e sim para o Mandado de Injunção. No MIC, a associação não necessita de
autorização expressa dos associados nos casos de substituição processual; tal autorização será
necessária somente quando a associação estiver cumprindo papel de representante.
O cabimento dos MS e MI coletivos obedece à mesma lógica dos individuais. Onde couberem
aqueles estes também caberão.
6) AÇÃO POPULAR
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
A ação popular é, via de regra, gratuita, salvo em casos de comprovada má-fé. Esse tipo de
remédio visa questionamento de ato lesivo ao meio ambiente, à moralidade administrativa, ao
patrimônio histórico etc.
Quem pode ajuizar AP: Qualquer cidadão pode propor uma AP, ou seja, qualquer brasileiro
que possua capacidade eleitoral ativa. O Direito Civil preconiza que pessoas entre 16 e 18 anos
são relativamente incapazes, o que significa que, nos atos da vida civil, elas precisam da
assistência dos pais. No entanto, essas pessoas, desde que possuam capacidade de votar, se
quiserem propor AP, não precisam ser assistidas, pois aqui os direitos em questão não são
civis, e sim políticos.
Quem não pode ajuizar AP: Em regra, é vedado ao estrangeiro proposição de AP. A única
exceção se verifica no caso de português em situação de equiparação, conforme o exposto no
art. 12 da CF. Todos os que não podem votar estão impedidos de propor AP, tais como
sindicatos, associações, sociedades de classe e pessoas jurídicas, entre outros. A Lei de Ação
Popular n. 4.717/1965, estabelece que, nos casos em que os cidadãos desistam de ajuizar uma
AP, o Ministério Público pode prosseguir com a ação. A mesma lei, no entanto, não afirma que
o MP pode ajuizar tal remédio constitucional. O que cabe a ele, MP, é ajuizar Ação Civil
Pública, de acordo ao determinado na Lei n. 7.347/1985.
ATENÇÃO: Alguns julgados do STJ afirmam que, dada a semelhança entre ACP e AP, o
Ministério Público também poderia ajuizar AP.
Competência para julgamento: É preciso frisar que Ação Popular, Ação Civil Pública e Ação de
Improbidade Administrativa não possuem foro especial. Portanto, quem julga a Ação Popular
é o juiz de primeiro grau. Eloquente exceção a essa regra foi verificada por ocasião da
demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Atendendo a pressões
internacionais, a União realizou, em determinada ocasião, uma marcação em faixa contínua
delimitando uma reserva indígena. De acordo com a lei, toda reserva indígena é de
propriedade da União. Nesse ínterim, um Senador de Roraima impetrou AP contra o então
Presidente da República, questionando o referido ato. O juiz de primeiro grau, que
recepcionou a Ação, encaminhou-a ao STF, que, de acordo com o art. 102, I, da CF, é
responsável por julgar questões que envolvam conflitos federativos.
DIREITOS SOCIAIS:
O art. 6º dispõe sobre os direitos sociais, o art. 7º sobre os direitos dos trabalhadores urbanos
e rurais e dos artigos 8º ao 11 são expostos o direito sindical e o direito coletivo de greve
Antes de entrar no texto da Constituição é necessário trabalhar um ponto mais abstrato, que
costuma ser abordado em provas, causando dificuldade aos concurseiros: o direito da saúde.
Em torno desse direito há divergências entre duas teorias muito importantes: a teoria da
reserva do possível e a teoria do mínimo existencial.
O poder público (Estado) não dispõe de dinheiro para atender aos direitos sociais de toda a
população. Perceba que, muitas pessoas precisam de moradia. No entanto, o governo não
conta com recursos para assistir todas. Na prática, como não há fundos suficientes para a
totalidade das demandas, é necessário eleger algumas em detrimento de outras. O mínimo
existencial diz respeito ao mínimo necessário para garantir uma vida digna.
O mínimo existencial envolve saúde e educação, mas não em sua totalidade. No âmbito
educacional, por exemplo, são priorizados a educação infantil ‒ com vagas em creches e pré-
escolas, para que as pessoas possam trabalhar ‒ e o ensino em libras (língua brasileira de
sinais). Relativamente à saúde, são exemplos os leitos em UTI e os remédios de alto custo ‒
não todos. O remédio para tratar a doença AME custa cerca de 12 milhões de reais. Por mais
perverso que possa soar, em função da limitação de recursos, o governo não o fornece, já que,
ao destinar 12 milhões para arcar com o tratamento de um indivíduo, todo o sistema público é
privado dessa verba. Assim, para atender a demanda de uma pessoa, milhares de outras
teriam de ser prejudicadas.
ATENÇÃO: Há um ponto incluído no mínimo existencial muito explorado pelas bancas: obras
emergenciais em presídios, que podem ser determinadas pelo Poder Judiciário. Esse ato não
gera violação à repartição de competências.
O Supremo Tribunal Federal entende que o Judiciário pode determinar que a administração
pública (no caso, o Poder Executivo) libere dinheiro para essas obras de emergência. O poder
público tem o direito de punir, mas não violar os direitos básicos dos presos.
A teoria da reserva do possível, que tem relação com atender a todos na medida do possível,
se desdobra em reserva do possível fática ‒ quando há dinheiro em caixa ‒ e jurídica ‒ quando
existe previsão orçamentária para a despesa.
Na reserva do possível fática sempre haverá dinheiro em caixa, contudo, a reserva do possível
jurídica é mais importante, pois é ela que deve ser respeitada para que haja o mínimo de
saúde orçamentária.
Sinônimos para a teoria do mínimo existencial: teoria dos limites dos limites, das restrições das
restrições, Schranken-schranken (nome em alemão) e minimum minimorum (nome em latim).
- O Poder Público não é obrigado a fornecer remédios experimentais, que devem ser custeados
por laboratórios e centros de pesquisa, pois são eles que usufruirão do direito de patente, que,
talvez, venha a ser quebrada, muitos anos depois, propiciando a produção de genéricos.
- Se o remédio não conta com registro na Anvisa parte-se da premissa de que não será
concedido. Entretanto, a depender da situação, é possível consentir que o Estado o forneça.
ATENÇÃO: O STF fixou uma tese estabelecendo que o Estado (Poder Público) NÃO é obrigado a
fornecer medicamento de alto custo solicitado judicialmente quando esse não estiver na
relação de medicamentos em situação excepcional, o programa de dispensação de
medicamentos adotado pelo SUS.
Se o fármaco não constar na lista do SUS o Poder Público não será obrigado a fornecê-lo. Existe
uma balança entre recursos financeiros e saúde e, em regra, esta prevalece. Isso repercutiu na
necessidade de o Supremo Tribunal Federal fixar uma tese para fornecimento de remédios de
alto custo pelo Estado.
O item 4, que é de grande importância para a prova, dispõe que as ações para fornecimento
de medicamentos sem registro deverão ser propostas em face da União, indo, portanto, para
a Justiça Federal. Esse item é uma exceção.
Adiante, será trabalhado o texto do art. 6º da CF, porém, com cautela. No final do ano de 2021
houve uma mudança no texto da Constituição, vinda com a PEC dos precatórios. Foram duas
emendas: 113 e 114, relacionadas a precatório ‒ assunto do art. 100 da Constituição.
A emenda 114 versa sobre um ponto do art. 6º, e, o texto da Constituição, por si só, já traz
problemas.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição. (Redação original da Constituição)
No final de 2021 o governo deu um calote nos precatórios para possibilitar a ampliação do
antigo Bolsa Família. O programa social, que já existia há muitos anos, ganhou uma nova
roupagem no final de 2021 com valores maiores. Isso foi garantido pelo explicitado no art. 6º:
todo o brasileiro em situação de vulnerabilidade terá acesso a um programa de renda básica
familiar permanente de transferência de renda. Os trechos destacados em negrito no texto da
lei ‒ alimentação, moradia, transporte ‒ foram inseridos por meio de emenda. Às vezes, as
provas cobram os direitos sociais inseridos dessa forma. O direito à alimentação foi
introduzido pela EC 64/2010, o à moradia pela EC 26/2000 e o ao transporte pela EC 90/2015.
Um direito social colocado na Constituição não é uma norma vazia, ele deve ser implementado
pelo poder público.
Obs.: o art. 6º é uma norma programática que é aquela que veicula programas de governo a
serem implementados pelo Poder Público.
MORADIA
O direito social à moradia impede a penhora do bem de família do fiador? A penhora do bem
de família do fiador dependerá do fato de a locação ser residencial ou comercial. Se for
comercial, o bem de família não pode ser penhorado, em outras palavras, o fiador não pode
perder sua casa. Se for residencial pode sofrer penhora.
• Existem trabalhadores e servidores. Os trabalhadores são regidos pelo art. 7º, os servidores
não. Estes são regidos pelo art. 39, § 3º da Constituição.
• Não há distinção entre trabalho avulso e com vínculo permanente. – Ex.: trabalhadores
portuários que são contratados por cada embarcação.
• Não há diferença entre homens e mulheres, salvo nos pontos que se referem à maternidade.
• A Reforma Trabalhista do ano de 2017 teve alguns pontos declarados inconstitucionais pelo
Supremo, tal como a parte que permitia que gestantes trabalhassem em situação de
insalubridade.
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar,
que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
FGTS
– Pode se dar por iniciativa do trabalhador ou do patrão. Se for por iniciativa do patrão, este
deverá pagar a multa do FGTS.
– Acordo: a legislação de 2017 legitima o acordo com a multa em 20% ao invés dos 40%.
• Prescrição trintenária x quinquenal – O prazo de prescrição era trintenário, mas passou a ser
quinquenal, ou seja, 5 anos.
Jornada de Trabalho
– Semana inglesa: trabalha-se de segunda a quinta um pouco mais para poder folgar no
sábado. – Semana espanhola: em uma semana trabalha-se 40 horas e, na outra, trabalha- -se
48 horas.
– Quando o servidor faz acumulação, não há limite semanal, desde que haja compatibilidade
de horários.
– Para os casos de acumulação, é possível que a soma dos salários ultrapasse o teto máximo
permitido.
Salário Mínimo
• Caráter nacional
• Proibição de vinculação
• SV 4 e o Adicional de insalubridade
– O adicional de insalubridade não pode ter vinculação com o salário mínimo, por conta do
dispositivo constitucional.
– Conscritos podem receber menos que um salário mínimo, pois não é considerado emprego,
mas, sim, um serviço obrigatório.
– Prescrição envolve 5 anos, o que significa que, se o empregado trabalhou por 20 anos em
uma empresa e deseja processá-la, serão considerados para esse fim apenas os últimos 5 anos.
– A reclamação pode ocorrer até 2 anos após o rompimento com a empresa. Em qualquer dos
casos, é valido o prazo de 5 anos, ou seja, caso o trabalhador decida processar o empregador
após 2 anos do rompimento do vínculo, serão contabilizados apenas os três últimos anos
trabalhados.
Limites Etários
• Entre 14 e 16 anos
– A EC antes da Emenda n. 20/1998 considerava 12 anos a idade mínima para trabalhar como
aprendiz.
• Entre 16 e 18 anos
– A Constituição não proíbe formalmente o trabalho penoso para adolescentes entre 16 e 18.
– Licença-paternidade: 5 dias.
– O STF entende que o início da contagem se dá quando os dois, mãe e filho, tiverem alta do
hospital. Durante o momento que o bebê permanece no hospital (para os casos em que
precise de incubadora) o prazo não é contado.
• Licença à adotante
DIREITO SINDICAL
CF, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
Obs.: trata-se do princípio da liberdade sindical, que possui dois aspectos – de um lado, sob a
ótica da relação Estado vs. sindicato, de outro, sob a ótica do sindicato vs. sindicalizado.
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
Obs.: em relação ao órgão competente, vale destacar que houve mudança no início do
governo de Jair Bolsonaro, que extinguiu, entre outros, o Ministério do Trabalho, que, até
então, era o órgão competente para o registro sindical. Com a extinção do Ministério do
Trabalho, parte de suas competências foi assumida pelo Ministério da Economia e outra parte
pelo Ministério da Justiça, que assumiu, inclusive, a competência para o registro sindical.
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
Obs.: trata-se do princípio da unicidade sindical, ou seja, não pode haver mais do que um
sindicato representativo da mesma categoria econômica ou profissional na mesma base – a
base mínima é o município. Apesar disso, é possível que haja mais de um sindicato na prática,
mas apenas um deles terá o registro no órgão competente. No Distrito Federal, havia dois
sindicatos representativos da categoria dos taxistas, um fundado em 1965 e outro, em 1996. A
Justiça deu ganho de causa para o mais novo, em razão de ter sido registrado no órgão
competente. Mas antes de 1996, o sindicato anterior já defendia os interesses da categoria,
mesmo sem registro. Ademais, como mencionado, a base mínima é um município, mas não
existe um limite máximo para a base, ou seja, pode haver sindicato para um estado inteiro, por
exemplo, e até um sindicato nacional.
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões
judiciais ou administrativas; IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;
Obs.: não se trata da contribuição sindical, mas da contribuição confederativa, paga pelos
filiados ao sindicato
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
– Como mencionado, o sindicato pode atuar na defesa dos interesses de sua categoria, mas o
registro é importante para preservar a unicidade sindical
• 1º grau: sindicato;
• 2º grau: federação;
• 3º grau: confederação.
As centrais sindicais, como CUT, CGT e Força Sindical, não pertencem à estrutura sindical
tradicional. O art. 103 da CF estabelece como legitimados para ajuizar as ações de controle
concentrado de constitucionalidade – ação direta de inconstitucionalidade (ADI), ação
declaratória de constitucionalidade (ADC), ação declaratória de inconstitucionalidade por
omissão (ADO) e arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) – as
confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional. Esse assunto pode ser
exigido em provas no âmbito de controle de constitucionalidade, de direitos e garantias
fundamentais, de Poder Judiciário e de direitos sociais. Em que pese a possibilidade de existir
sindicato, federação e central de âmbito nacional, o STF – ao qual cabe julgar as ações de
controle concentrado – entende que nenhuma dessas três entidades tem legitimidade para
ajuizar ação de controle concentrado, pois somente a confederação sindical é legitimada, ou
seja, somente a entidade de terceiro grau na estrutura sindical.
A contribuição sindical, mais conhecida popularmente, diz respeito àquela que era paga
anualmente por todos os trabalhadores, mesmo os não sindicalizados. Por sua vez, a
contribuição federativa é paga apenas pelo sindicalizado. Essa contribuição é facultativa. A
contribuição sindical era obrigatória até 2017, quando foi aprovada a Reforma Trabalhista, que
determinou que a contribuição sindical não pode mais ser obrigatória. As entidades sindicais
ingressaram com ADI no STF argumentando que o fim da obrigatoriedade da contribuição seria
inconstitucional. Um dos aspectos em discussão dizia respeito à seguinte questão: se o
sindicato não possui recursos, ele não possui as condições necessárias para defender os
trabalhadores que representa, assim, na relação entre trabalhador e patrão, um sindicato forte
é melhor para o trabalhador. Os autores da ADI, então, sustentavam que cortar os meios de
recurso dos sindicatos causaria desequilíbrio na relação entre empregador e empregados.
Depois de embates intensos no STF, prevaleceu o entendimento de que o fim da
obrigatoriedade é constitucional. Mesmo assim, muitas entidades passaram a remeter boletos
bancários relativos à contribuição sindical, sob pena de protesto. Diante dessa situação, o STF
validou a seguinte regra: se o trabalhador desejar fazer a contribuição para o sindicato, deverá
informar o sindicato de maneira expressa sobre essa opção – antes dessa regra, a lógica era
inversa, quem não queria pagar a contribuição deveria ir ao sindicato para informar essa
opção. Na prática, esse cenário fragilizou a estrutura sindical e isso pode vir a ser prejudicial
aos funcionários.
CF, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: [...] VI – é obrigatória a participação
dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
organizações sindicais; VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à
organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer
– Se para uma eleição para a direção do sindicato forem apresentadas três chapas, as três
terão estabilidade do registro da candidatura até as eleições, porque a ideia é resguardar
aqueles que irão defender a categoria
. – Já a chapa vitoriosa terá estabilidade até um ano após o término do mandato como
dirigente sindical.
– A estabilidade do dirigente sindical não pertence a ele individualmente, mas à categoria.
ATENÇÃO: O dirigente sindical pode ser demitido em caso de falta grave, como roubo, mesmo
possuindo estabilidade
Estabilidade da Gestante
Negociação Coletiva
Qual o Modelo Adotado no Brasil? O Brasil adota o critério territorial. Tal critério pode ser
extremado ou temperado. No primeiro caso, adota-se apenas o território. No segundo caso,
admitem-se exceções ligadas ao sangue. Pode-se afirmar que o Brasil adota o critério
territorial com exceções (ou temperado). O que não se pode dizer é que o Brasil adota o
critério misto.
Art. 12. São brasileiros: I – natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira;
a) Ainda que o filho não seja registrado no Brasil, este continuará sendo brasileiro nato.
ATENÇÃO: Situação hipotética: pai chileno e mãe argentina que estão no Brasil a serviço do
Uruguai. O filho do casal, nascido no Brasil, será brasileiro nato? SIM, pois nenhum dos pais
estava a serviço de seu país.
b) Para filhos nascidos no exterior, basta que um dos pais esteja a serviço do Brasil para que o
filho seja considerado brasileiro nato, não sendo necessário realizar qualquer tipo de registro
no país do nascimento.
BRASILEIROS NATOS
• Critério sanguíneo + trabalho; – Nascidos no estrangeiro com um dos pais a serviço do Brasil.
ATENÇÃO:
Situação hipotética: Um indivíduo, cujos pais não estavam a serviço do Brasil, nasceu em
território estrangeiro e não foi registrado em repartição brasileira competente. Aos 18 anos, o
indivíduo comete um crime na Espanha (cidade em que mora) e, aos 23 anos, vem para o
Brasil. Estando em território brasileiro, o indivíduo poderá solicitar a nacionalidade brasileira, a
qual será concedida na modalidade retroativa, considerando-o brasileiro nato desde o
nascimento. Caso a Espanha solicite ao Brasil a extradição do indivíduo, esta não será
concedida, pois o Brasil não extradita brasileiro nato.
Art. 12. São brasileiros: II – naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b)
os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
Obs.: Os anos ininterruptos de ambos os casos não admitem a residência, mas admitem a
visita a outros países, inclusive o país de origem do indivíduo.
• A quase nacionalidade:
Art. 12. São brasileiros: §1º Aos portugueses com residência permanente no país, se houver reciprocidade em
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição.
• Portugueses não serão considerados brasileiros natos, mas, sim, quase naturalizados,
com os mesmo direitos dos naturalizados, desde que haja reciprocidade.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos
nesta Constituição.
• A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, mas a
constituição poderá.
Obs.: Um indivíduo que possua duas nacionalidades originárias possuirá as mesmas
prerrogativas de um brasileiro que nasceu no Brasil, podendo, inclusive, tornar-se
Presidente da República. Rodrigo Maia, presidente da câmara dos deputados, filho de pais
brasileiros, nasceu no Chile e possui, portanto, duas nacionalidades: a brasileira e a
chilena.
Obs.: Para os cargos que não estão descritos no § 3º, não é necessário ser brasileiro nato.
Por exemplo, ministros e presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
• Ministros do STF
II – Segurança
Obs.: Ministro das Relações Exteriores (chanceler) não precisa ser brasileiro nato,
bastando ser naturalizado. Oficiais da Polícia Militar não precisam ser natos.
PERDA DA NACIONALIDADE
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I – tiver cancelada sua naturalização, por
sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II – adquirir outra nacionalidade, salvo
nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de
naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
• Caso o brasileiro nato decida adquirir, por vontade própria, outra nacionalidade, ele
perderá a nacionalidade brasileira, caso haja obrigatoriedade (como nos casos dos
jogadores de futebol), o indivíduo não pede a nacionalidade brasileira.
• Por opção voluntária, não é possível ser nato e naturalizado ao mesmo tempo, mas
admitem-se duas nacionalidades primárias.
PERDA DA NACIONALIDADE
– A requisição para o naturalizado deve ser feita através de ação rescisória (para que
rescinda o trânsito em julgado);
– Caso o brasileiro nato, que tenha perdido a nacionalidade, deseje voltar a ser brasileiro,
voltará como brasileiro nato.
DIREITOS POLÍTICOS
ATENÇÃO: Os direitos políticos estão dispostos nos artigos 14 (mais extenso e bastante
cobrado), 15 (curto e também muito cobrado) e 16.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual
para todos, e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular § 1º O
alistamento eleitoral e o voto são: I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II – facultativos para: a) os
analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
SUFRÁGIO
• Universal;
• Restrito:
VOTO
Obs.: O Distrito Federal, em 2010, teve eleições indiretas para o cargo de Governador. Os
Deputados Distritais anunciavam o voto abertamente.
• Secreto.
• Representativa;
• Direta:
– Plebiscito;
– Referendo;
– Iniciativa popular.
ANALFABETOS
• Voto facultativo;
• Não têm capacidade eleitoral passiva, ou seja, não podem ser votado
MAIORES DE 70 ANOS
• Voto facultativo.
ATENÇÃO: O Brasil não admite a candidatura avulsa. Para se candidatar, é necessário que
candidato esteja filiado a algum partido.
DISK-CONSTITUIÇÃO – 3530-2118
30 – Governador;
Obs.: A idade de 21 anos vale para Prefeito de qualquer munícipio, interior ou capital.
Obs.: Por conta da idade mínima, o Senado também é chamado de casa dos anciãos.
INELEGIBILIDADE
• Absoluta (só podem estar previstas na Constituição, valem para qualquer cargo);
ATENÇÃO: A inelegibilidade relativa por cônjuge ou parentesco é a que mais costuma cair em
prova.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante: § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I – se
contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II – se contar mais de dez anos de serviço,
será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.
Obs.: O prazo de dez anos deve-se ao fato de esse ser o período de estabilidade dos militares.
• Com MENOS de 10 anos: – Para concorrer a cargo político, deverá ir embora do serviço
militar, independentemente de ganhar ou perder as eleições.
• Com MAIS de 10 anos: – Para concorrer, ficará na condição de agregado. Caso perca as
eleições, o militar volta a trabalhar. Caso ganhe, o militar passa, no ato da diplomação, para a
inatividade. Após o término do mandato, o militar seguirá na inatividade
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante: § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para
um único período subsequente. § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito.
ATENÇÃO: O § 7º é o que mais costuma cair (inelegibilidade reflexa). Vale apenas para o
Executivo. Para o Legislativo, não há impedimento.
Para cada risca, conta-se um grau, não havendo parente de 1º grau em linha colateral.
ATENÇÃO: Inelegibilidade reflexa não deve ser confundida com nepotismo. A primeira diz
respeito à concorrência de cargo eletivo. Suponha-se que o pai seja governador no DF e o filho
deseje candidatar-se a Deputado do DF. A regra não permite, a menos que o filho estivesse
candidatando-se à reeleição.
• Filho 1: Senador;
• Filho 3: Vereador.
O pai ainda não era Presidente. Ele estava concorrendo à Presidência, então não havia
impedimento para os filhos. Em 2022, o pai poderá candidatar-se novamente à reeleição. Os
filhos poderão candidatar-se somente à reeleição, não sendo permitida a mudança de cargo
eletivo.
Exemplo 2: O governador Mario Covas, de São Paulo, cujo vice era Geraldo Alkmin, disputou a
reeleição do cargo. Foi reeleito, mas faleceu no meio do segundo mandato, assumindo Geraldo
Alkmin o mandato tampão. Nesse caso, o STF entendeu que Alkmin poderia concorrer às
próximas eleições para o mesmo cargo, pois ele assumira apenas um mandato (o segundo)
como titular.
O STF, a fim de evitar vários mandatos consecutivos alternados entre um casal divorciado,
impôs a Súmula Vinculante n. 18, a qual aponta que o rompimento do vínculo, no curso do
mandato, não afasta a inelegibilidade reflexa.
Obs.: Em caso de morte, essa regra não se aplica, ou seja, caso Garotinho falecesse no segundo
mandato, Rosinha poderia disputar as eleições seguintes.