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PARTIDOS POLÍTICOS

Partidos Políticos - Disposições Preliminares

CONCEITO de Partidos Políticos.


Segundo José Jairo, o “partido político é a entidade formada pela livre
associação de pessoas, cujas finalidades são assegurar, no interesse do regime
democrático, a autenticidade do sistema representativo, e defender os direitos
humanos fundamentais”.
Ademais, os Partidos são grupos sociais (grupos de pessoas) com
idêntica ideologia Política que procuram agregar eleitores para conquistarem
legitimamente o Poder político e a realização de determinado programa.

A constituição Federal preleciona que a criação, fusão, incorporação e


extinção de partidos é LIVRE em todo o país, observando-se as condições
estabelecidas na CF e na Lei.

Destaco que esta liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção


dos partidos políticos, deve respeitar alguns limites, que são o de resguardar:

a) a soberania nacional: um partido político não pode pregar contra a soberania do


nosso país;

b) o regime democrático: o regime político democrático ocupou status de cláusula


pétrea em razão de sua importância para nós brasileiros;

c) o pluripartidarismo: o partido deve respeitar a pluralidade de idéias;

d) os direitos fundamentais da pessoa humana: são garantias mínimas


necessárias para que o indivíduo possa se desenvolver como pessoa humana.

Além disso, deve-se observar os seguintes preceitos:

a) o caráter nacional dos partidos políticos;


b) proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros ou de subordinação a estes;
c) prestação de contas à Justiça Eleitoral;
d) funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

Ademais, a CF/88 assegura autonomia aos partidos políticos para


adotarem os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, SEM a
OBRIGATORIEDADE DE VINCULAÇÃO entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.
Esta regra foi determinada pela Emenda Constitucional n° 52/2006, que
pôs fim à antiga regra da verticalização para as coligações políticas que obrigava
os partidos a seguirem nos Estados as mesmas alianças acordadas em nível
federal.
A título de exemplo, podemos dizer que o PT pode fazer uma
coligação/aliança com o PSDB a nível nacional e pode em um determinado Estado
ou Município fazer uma coligação/aliança com o PMDB. Não existe mais a regra
da verticalização para fins de coligações. As comissões estaduais e municipais de
cada partido possuem autonomia para definirem suas alianças.

Caráter Nacional do Partido

A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de acordo com seu


estatuto e Programa, sem subordinação a entidades ou governos estrangeiros.
Nessa linha, é vedado ao partido político ministrar instrução militar ou
paramilitar, utilizar de organização da mesma natureza e adotar uniforme para
seus membros.
Além disso, para que o Partido comprove seu CARÁTER NACIONAL e
possa ser criado, é preciso que ele obtenha o chamado “Apoiamento Mínimo” de
eleitores.
Não tem segredo, vamos detalhar um pouco. A legislação elenca como
requisito previsto para o APOIAMENTO MÍNIMO de eleitores os seguintes
números:

a) pelo menos, 0,5% (meio por cento) dos votos válidos dados na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados Federais, ou seja, não computados os votos
em branco e os nulos;

b) distribuídos por pelo menos 1/3 (um terço) dos Estados;


c) com um mínimo de 1/10% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado
em cada um deles (1 de cada mil).

A dúvida da maioria dos alunos reside nos 0,5% dos votos dados na
última eleição geral para a Câmara dos Deputados Federais. Vejamos: Nas
eleições 2014, o total de votos válidos para a Câmara dos Deputados foi de
96.833.830. Com isso, 0,5% desses votos corresponde ao total de 484.169 votos
válidos de eleitores na Câmara dos Deputados.
Desse modo, para se criar um novo Partido, deve-se comprovar seu
caráter nacional, coletando as assinaturas de pelo menos 484.169 eleitores!
De posse destas assinaturas, o partido deverá encaminhá-las ao
Cartório Eleitoral com uma relação contendo o número do título de eleitor, zona
eleitoral e a seção eleitoral de cada um, que, por sua vez, fornecerá uma Certidão
atestando a veracidade das assinaturas e o número do título eleitoral (apoio
mínimo de eleitores).
Esta prova do apoiamento mínimo dará base ao registro do Partido
Político no TSE.
Ressalta-se que além do requisito dos 0,5%, deve-se respeitar a
distribuição mínima dos votos por pelo menos de 1/3 dos Estados e com o mínimo
de 1/10% do eleitorado em cada um dos Estados envolvidos.

_ Puxa, professor! Vou confundir isso daí com aquelas exigências constitucionais
para iniciativa popular de leis.

_ Então, vamos fazer uma tabela comparativa. Veja:

INICIATIVA POPULAR APOIAMENTO MÍNIMO


No mínimo 0,5% (meio por cento) dos
No mínimo 1% do eleitorado nacional. votos válidos dados na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados
Federais.
Distribuído em pelo menos 1/3 (um
Distribuído em pelo menos 5 Estados. terço) dos Estados. Ou seja, em pelo
menos 9 Estados.
Com um mínimo de 0,3% (três décimos Com um mínimo de 0,1% (um décimo
por cento) dos eleitores de cada um por cento) do eleitorado que haja votado
deles (3 de cada mil). em cada um deles (1 de cada mil).

_ Ah, professor! Agora ficou fácil demais! Pode fazer pergunta de todo jeito na
prova, que não tem como errar não.

_ Certo. Deixe comigo!


Lembre-se que eleitores ou eleitorado não é a mesma coisa que habitantes.

O papel dos partidos políticos no Estado democrático brasileiro


 
A história dos partidos políticos no Brasil é marcada por alguns
períodos de negação (nos regimes ditatoriais, a existência de partidos políticos era
vista como ameaça aos governantes), seguidos de um sistema bipartidário (no
qual o Estado brasileiro só reconhecia a existência e o funcionamento de dois
partidos políticos determinados). Por fim, na atualidade, a Constituição da
República Federativa do Brasil, que é a lei máxima do Estado brasileiro, adota o
pluripartidarismo, permitindo o surgimento de várias agremiações políticas desde
que atendidos certos requisitos previstos em lei.
Em linhas gerais, pode-se afirmar que os partidos representam
diferentes ideologias e convicções políticas existentes na sociedade, reunindo,
como seus filiados, cidadãos adeptos à sua corrente de pensamento. Por isso,
antes de se filiar a um partido político, deveria o eleitor tomar conhecimento do
estatuto partidário, que é a norma interna que rege sua organização e
funcionamento, com o objetivo de verificar sua afinidade com aquele projeto
político. Esse mesmo cuidado deve ter o eleitor que assina ficha de apoiamento à
formação de um novo partido político, pois o apoiamento, condição indispensável
para que o partido possa ser registrado perante o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), implica, como o próprio nome sugere, a adesão do eleitor àquele programa
político.
O partido pode ter atuação em nível nacional, estadual e municipal
desde que tenha órgãos de direção válidos (diretório ou comissão provisória),
também, nos diversos estados e municípios do país, podendo, em conseqüência
da sua regular constituição em todas as esferas federativas, lançar candidatos às
eleições gerais e municipais, tanto para presidente, vice-presidente e senadores
quanto para governador, vice-governador, deputado estadual, deputado federal,
prefeito, vice-prefeito e vereadores municipais.
A principal importância dos partidos políticos devidamente registrados
no TSE reside justamente no lançamento de candidatos às eleições, uma vez que
é proibido, no Brasil, o registro de candidaturas avulsas. Essa premissa foi
fundamental para que o Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima do
Poder Judiciário brasileiro, confirmasse entendimento dado pelo TSE, órgão
superior da Justiça Eleitoral no Brasil, de que os mandatos políticos, pelo menos
no sistema proporcional, pertencem aos partidos e não aos candidatos eleitos sob
sua legenda e que a infidelidade partidária pode ter como conseqüência a perda
do cargo do representante que trocar de partido no curso do mandato.
Tamanha é a importância dos partidos no debate político e nas
discussões sobre os rumos do país, que a Constituição de 1988 dotou-lhes de
autonomia administrativa e financeira, conferindo-lhes recursos do Fundo
Partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão nos termos da lei, exigindo-se,
em contrapartida, a obrigação de prestar contas das receitas arrecadadas e
despesas realizadas ordinariamente durante o ano e durante as campanhas
eleitorais.
Na nossa experiência histórica, as noções de partidos políticos e de
democracia (governo do povo e para o povo) estão intimamente ligadas, pois a
divulgação, pelos partidos, de diversas doutrinas filosóficas e políticas existentes
no mundo tem fomentado o debate e a busca de soluções para as diversas
mazelas que afligem nossa sociedade, favorecendo a formação de opinião sobre
as principais questões que envolvem o país e o amadurecimento do eleitor para o
exercício da cidadania.

Natureza Jurídica dos Partidos Políticos

O Partido Político apresenta natureza jurídica de PESSOA JURÍDICA


DE DIREITO PRIVADO, conforme preceitua o art. 1º da Lei dos Partidos Políticos.
A Constituição Federal de 1988 também fez menção à personalidade jurídica dos
Partidos Políticos, remetendo-se à normação pela “lei civil”, isto é, pelo Código
Civil.
Por sua vez, o Código Civil de 2002, no art. 44, inciso V, define
expressamente os Partidos Políticos como Pessoas Jurídicas de Direito
Privado. Vejamos todos os dispositivos:

Lei nº 9.096/95

Art. 1º O partido político, PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO,


destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do
sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na
Constituição Federal.

CF-88

Art. 17

§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma


da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Código Civil

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito PRIVADO:

I - as associações;

II - as sociedades;
III - as fundações.

IV - as organizações religiosas;

V - os PARTIDOS POLÍTICOS. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

(...)

Da criação e do registro dos partidos políticos

Procedimento de registro e criação dos Partidos.

É preciso que, primeiro, o Partido adquira PERSONALIDADE


JURÍDICA, nos termos do Código Civil (Pessoa de Direito Privado), para que,
depois, possa registrar seu estatuto TSE.
Com efeito, o Partido apenas adquire personalidade jurídica mediante o
seu registro em Cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da
Capital Federal (Brasília/DF).
Adquirindo personalidade jurídica, ele se torna, portanto, uma pessoa
jurídica, podendo, a partir daí, adquirir direitos e contrair obrigações.

Da fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos

Os órgãos de direção nacional do partido poderão decidir pela extinção


do partido, ou mesmo pela fusão ou incorporação a outros Partidos.
A FUSÃO é a união de 2 ou mais partidos que implica no surgimento de
um NOVO PARTIDO.
A INCORPORAÇÃO é o processo em que um partido é dissolvido para
integrar um outro que continua existindo.
A dissolução (extinção) ou a incorporação de um Partido no outro
geram o CANCELAMENTO dos registros dos Partidos perante o Ofício Civil
(Cartório) e junto ao Tribunal Superior Eleitoral; no caso da fusão, cancelam-se
os registros dos partidos de origem e cria-se um novo registro para o partido que
surgiu da fusão.

Procedimentos para Fusão e Incorporação de Partidos


Conforme vimos acima, os órgãos NACIONAIS dos partidos poderão
decidir pela fusão ou incorporação de 2 ou mais partidos.

Para Fusão devem ser observadas as seguintes regras:


a) os órgãos de direção nacional dos partidos elaborarão projetos comuns de
estatuto e programa;
b) os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão
em reunião conjunta, por maioria absoluta, os projetos, elegerão o órgão de
direção que promoverá o registro do novo partido.
c) a existência legal do novo partido tem início com o registro, no Ofício Civil
competente da Capital Federal, do estatuto e do programa, cujo requerimento
deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

Já que no tange ao procedimento da incorporação:


a) caberá ao partido incorporando deliberar por maioria absoluta de votos, em seu
órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do estatuto e do programa do
partido incorporado;
b) o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil competente, que deve,
então, cancelar o registro do partido incorporado.
OBS.: Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que
hajam obtido o registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5
(cinco) anos.

Da filiação partidária

Condições para a filiação partidária.

Os partidos políticos são acessíveis a todos os cidadãos, sem


quaisquer distinções. Contudo, a Lei dos Partidos Políticos impõe 2 condições
básicas para que o eleitor possa filiar-se a determinado partido:

a) Estar no PLENO gozo de seus direitos políticos;


b) Atender às regras estatutárias do Partido que desejar filiar-se.

Esta última condição decorre da autonomia partidária, que permite aos


partidos estabelecerem, entre outros, sua organização interna e regras sobre
filiação partidária.
A Constituição Federal e a Legislação Eleitoral e esparsa elencam um
rol de agentes públicos que estão vedados (impedidos) do exercício de atividade
político partidária. Dentre eles, destacam-se:

a) Membros do Ministério Público;


b) Magistrados (Juízes);
c) Servidores da Justiça Eleitoral;
d) Defensores Públicos;
e) Membros do Tribunal de Contas da União;

OBS.: Os profissionais acima, que tomaram posse em seus cargos antes da


Constituição Federal de 1988, PODEM se candidatar normalmente.

Relação dos filiados para a Justiça Eleitoral

Na 2ª (segunda) semana dos meses de ABRIL e OUTUBRO (2 vezes


no ano) de cada ano, o partido, por seus órgãos de direção municipais, regionais
ou nacionais deverão remeter aos JUÍZES ELEITORAIS, para arquivamento,
publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de
candidatura a cargos eletivos, a RELACÃO de todos os seus filiados, da qual
constará a data de filiação, o numero dos títulos eleitorais e das seções em que
estão inscritos.

Prazo mínimo de filiação partidária para concorrer a cargo eletivo

Para concorrer em uma determinada eleição, o eleitor deverá estar


filiado ao seu partido com pelo menos 06 meses antes da data das eleições
(majoritárias ou proporcionais). Se não fosse essa regra, muitos eleitores filiavam-
se aos partidos faltando poucos dias antes das eleições para candidatarem-se,
sem demonstrar qualquer histórico de luta política.
Todavia, a Lei permite aos partidos, à luz da autonomia partidária,
instituir em seus estatutos PRAZOS DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA SUPERIORES a
06 MESES para eventuais candidaturas a cargos eletivos! Ressalva a Lei que
estes prazos NÃO podem ser alterados pelos partidos no ano da eleição.

Desligamento do eleitor do Partido


O desligamento do vínculo de eleitor com o Partido depende de
comunicação escrita dele próprio ao órgão de direção MUNICIPAL do partido e
ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

Comunicação conjunta: órgão de direção MUNICIPAL + Juiz Eleitoral

Considera-se automaticamente extinto o vínculo do eleitor com o


partido tão logo decorram 2 DIAS da data da entrega da comunicação. Isto é, o
desligamento NÃO depende de aprovação do Partido Político e do Juiz Eleitoral;
basta a comunicação e a expiração do prazo de 2 dias. No caso de o Partido não
possuir órgão de direção Municipal ou quando comprovada a impossibilidade de
localizar o representante do partido, basta que se encaminhe a comunicação ao
Juiz Eleitoral.

Da Fidelidade e da Disciplina Partidárias

A Constituição Federal de 1988 prevê, em seu art. 17, § 1º, que o estatuto de
cada partido deverá estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

CF-88

Art. 17

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura


interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre
as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo
seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Isto porque o Estatuto do Partido é o diploma base do regramento das


atividades institucionais e das relações da agremiação com seus filiados.
Igualmente à CF-88, a Lei dos Partidos Políticos prevê que o Estatuto
de cada partido poderá estabelecer regras acerca da apuração de
responsabilidade de seus filiados que eventualmente infringirem as normas legais
e estatutárias.
Estas regras são restritas ao campo interno do partido, normatizando
relações entre filiado e partido, e impõem ao mandatário de cargo eletivo que
paute sua atuação segundo a orientação programática do partido pelo qual foi
eleito, não podendo desviar-se das diretrizes básicas estabelecidas pela ideologia
norteadora da agremiação partidária.
Perda do cargo por infidelidade partidária

Interessante questão é que é possível perder o mandato eletivo se o


titular do mandato deixar sem justa causa legal, o partido cuja legenda tenha
sido eleito.

Resolução 22.610/2007-TSE
Como não havia lei disciplinando o tema, o TSE editou em 2007 a
Resolução nº 22.610 regulamentando as hipóteses e a forma como ocorreria a
perda do mandato eletivo em caso de infidelidade partidária.
O art. 1º da Resolução tratava da tese da infidelidade partidária e previa
que o titular de mandato eletivo poderia ter, perante a Justiça Eleitoral, a
decretação da perda do cargo eletivo caso, sem possuir uma justa causa,
desfiliasse do partido pelo qual foi eleito.

Lei nº 13.165/2015
Em 2015, o Congresso Nacional editou a Lei nº 13.165/2015, que
inseriu o artigo 22-A no texto da Lei nº 9.096/95, passando a tratar expressamente
sobre o tema "infidelidade partidária". Veja o artigo que foi acrescentado:

Art. 22-A. Perderá o mandato o DETENTOR DE CARGO ELETIVO que se


desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito.

Parágrafo único.  Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente


as seguintes hipóteses:

I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;

II - grave discriminação política pessoal; e

III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o
prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou
proporcional, ao término do mandato vigente.

JUSTA CAUSA DA DESFILIAÇÃO


Hipóteses de justa causa em que o titular do mandato poderá sair do partido
sem perder o cargo:
1) se o partido mudar substancialmente ou se desviar reiteradamente do seu
programa partidário;
2) caso o ocupante do cargo sofra grave discriminação política pessoal; e
3) se a mudança de partido for efetuada durante o período de 30 dias que
antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição,
majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.

“Janela” para troca de partidos prevista na Lei nº 13.165/2015”

Nesta terceira hipótese acima elencada, a Lei nº 13.165/2015 previu uma "janela"
para a troca de partidos.
Se a pessoa quer concorrer a determinado cargo eletivo pelo partido "X", ela
precisa estar filiada a esse partido no mínimo 6 meses antes das eleições. Ex:
João, professor, quer se candidatar ao cargo de Vereador nas eleições de
02/10/2016. Para tanto, ele precisará se filiar ao partido político até 02/04/2016.
A Lei autorizou que a pessoa já titular do mandato eletivo que quiser concorrer nas
eleições que serão realizadas naquele ano poderá deixar o partido e se filiar a
outro sem que perca o mandato, bastando que faça isso no período de 30 dias
antes de terminar o prazo final para filiação exigida em lei. Ex: Pedro, que já é
Vereador (eleito pelo partido "X"), deseja concorrer à reeleição nas eleições
municipais de 02/10/2016. Ocorre que ele deseja sair do partido "X" e concorrer
pelo partido "Y". A Lei nº 13.165/2015 acrescentou a possibilidade de que ele saia
do partido sem perder seu mandato de Vereador. Basta que faça a troca um mês
antes do término do prazo para filiação partidária, ou seja, no período entre 7 e 6
meses antes das eleições. Em nosso exemplo, ele teria do dia 02/03/2016 até
02/04/2016 para mudar de partido sem que isso implique a perda do mandato.

_ Ok, professor! Mas se não houver nenhuma das causas justificadoras


previstas no Art. 22-A da Lei nº 13.165/2015, qualquer um que mudar de partido
perderá o mandato?
_ Veja só! Mesmo não havendo uma norma expressa na lei ou na
CF/88 dizendo isso, o TSE e o STF, em 2007, decidiram que a infidelidade
partidária era causa de perda do mandato eletivo. Em outras palavras, o TSE e o
STF firmaram a tese de que, se o titular do mandato eletivo, sem justa causa,
saísse do partido político no qual foi eleito, ele perderia o cargo que ocupasse. E
naquela época (2007) a regra valia para todos os titulares de mandatos eletivos,
fossem eles do Poder Legislativo ou Executivo.
Atualmente, a perda do mandato em razão de mudança de partido, sem
justa causa, somente se aplica aos cargos de Vereadores e Deputados, ou seja,
aos eleitos pelo sistema proporcional. Essa sanção não vale para candidatos
eleitos pelo sistema majoritário (Prefeito, Governador, Senador e Presidente).
Para maiores informações, vide STF. Plenário. ADI 5081/DF, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 27/05/2015.

_ Professor, você pode explicar por que a regra da “perda do mandato, em razão
da mudança de partido, sem justa causa” não se aplica aos ocupantes de cargos
eleitos pelo sistema majoritário (Prefeito, Governador, Senador e Presidente)?
_ No julgamento da ADI 5081/DF, o STF argumentou que a perda do mandato em
razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema
majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo
eleitor. É que no sistema majoritário, o candidato escolhido é aquele que obteve
mais votos, não importando o quociente eleitoral nem o quociente partidário. Nos
pleitos dessa natureza, os eleitores votam no candidato e não no seu partido
político. Desse modo, no sistema majoritário, a imposição da perda do mandato
por infidelidade partidária é antagônica (contrária) à soberania popular. No sistema
majoritário não há voto de legenda; até porque o número da legenda do partido e
o número do candidato são os mesmos.
O Supremo ainda disse o seguinte: por este sistema eleitoral, cada partido (ou
coligação) só pode registrar um único candidato para concorrer aos cargos a
serem preenchidos (Prefeito, Governador, Presidente e Senador). Logo, se o
mandato nesse caso pertencesse ao partido, com a saída do mandatário eleito do
partido, quem assumiria o poder? O Supremo disse que nesse caso haveria
ofensa à Soberania Popular, permitir que o partido possa colocar alguém que não
tenha submetido à votação (faz muito sentido).

Já o mandato parlamentar conquistado pelo sistema eleitoral proporcional


pertence ao partido político. Assim, se o parlamentar eleito decidir mudar de
partido político, ele sofrerá um processo na Justiça Eleitoral que poderá resultar na
perda do seu mandato. Neste processo, com contraditório e ampla defesa, será
analisado se havia justa causa para essa mudança. A prova que o mandato
parlamentar neste caso pertence ao partido é o fato de os eleitores poderem votar
unicamente na legenda do partido.

_ Professor, mas a Lei nº 13.165/2015 diz que “perderá o mandato o DETENTOR


DE CARGO ELETIVO que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi
eleito. A lei não disse que somente os eleitos pelo sistema PROPORCIONAL
perderiam seus mandatos se desfiliassem do partido pelo qual foram eleitos.

Além disso, professor, a lei é de 26.11.2015, depois da decisão do Supremo, que


é de 27/05/2015. E aí? Quem é que está valendo afinal?

_ Olha, o STF analisou esse assunto por meio de uma ADI – Ação Direta de
Inconstitucionalidade. Logo, o Supremo fez uma análise dessa matéria utilizando
como parâmetro a norma da Constituição Federal, e disse que ofende a regra da
Soberania Popular retirar o mandato do Prefeito, Governador, Presidente e
Senador, caso eles se desfiliem do partido pelo qual foram eleitos.

_ Então, essa lei já “nasceu” inconstitucional, professor?

_ Não. A lei presume-se constitucional até que o Supremo diga o contrário; é


preciso que o Supremo se manifeste sobre o texto da lei e diga que a mesma é
inconstitucional. E o Supremo ainda não analisou as disposições dessa lei. Mas a
meu ver, a Justiça Eleitoral vai seguir o entendimento do Supremo, se porventura
aparecer algum processo sobre o tema. Isso porque o entendimento do Supremo
representa o alcance normativo da Constituição. A saída será cada juiz declarar a
inconstitucionalidade da lei no caso concreto (essa discussão dá um bom artigo).

_ Ahh! Agora sim, professor! Entendi tudo.

SISTEMAS PARTIDÁRIOS

O Estado partidário contemporâneo adota três sistemas principais de


partidos: o Unipartidário ou de Partido Único, o Bipartidário e o Multipartidário.

1. Sistema Unipartidário ou de Partido Único

Este Sistema partidário é mais freqüente nos regimes totalitários.


As ditaduras do século XX, com raras exceções, fizeram do partido
único o instrumento máximo de conservação do poder, sufocando, pela interdição
ideológica, o pluralismo político, sem o qual a liberdade se extingue.
Exprime o partido único na sociedade de massas, a conclusão de um
desdobramento inevitável do sistema político, no instante em que a crise social faz
impossível a manutenção da democracia. Não raro a crise democrática toma saída
de todo imprevista desembocando na ditadura do partido único.
A revolução e a contra-revolução social no século XX geraram, pois,
politicamente em alguns Estados o partido único. Mas onde nos últimos anos sua
aparição se fez mais freqüente foi naqueles países recém egressos do regime
colonial. Aí o partido único aparece como força política coroada pelo prestígio
haurido na participação que teve durante o movimento criador da independência
nacional.
O partido único surge, ademais, como remédio nas ocasiões de crises
mais graves e dolorosas. Estados de arraigada tradição democrática, como a
Inglaterra e a França, em período de guerra ou às vésperas de uma guerra, se
serviram já, temporariamente, da “união sagrada”, da “frente única” e compacta de
suas forças políticas para conjurarem o perigo oriundo da comoção externa.
O “gabinete de guerra” de Churchill durante a segunda conflagração
mundial exprimiu a unidade nacional, constituiu modalidade de partido único, o
partido da pátria, que fez do armistício político interno o requisito indispensável à
concentração de todos os esforços para a salvação nacional.
No sistema de partido único não há alternativa para o eleitor em face do
poder. Fica ele assim privado de fazer escolha. Ademais, nesse sistema, “o
partido se confunde com o poder” e sua doutrina se torna “a idéia do direito
oficial”.
A função do partido é, portanto, diferente daquela que ele tem no
pluralismo democrático. A eleição configura-se secundária, destituída já do caráter
competitivo, sem o diálogo das opiniões contraditórias. Toma, portanto, o aspecto
plebiscitário de mera designação ou ratificação de escolha antecedentemente
feita. Mas nem por isso deixa o partido de desempenhar papel de suma
importância, manter o contato entre o governo e as massas populares, constituir
as elites do poder e sustentar a propaganda oficial do regime.
Males são estes, pois, que nas ditaduras contemporâneas emprestam
ao partido único sua feição real e verdadeira e nos autorizam a dizer que “o sonho
do partido político único, por mais bem intencionado e honesto, tem o
inconveniente de se referir a algo que não é nem partido nem político” (Afonso
Arinos).

2. Sistema Bipartidário

O Sistema Bipartidário é considerado por alguns escritores políticos


como o sistema democrático por excelência em matéria de organização partidária.
Que nenhum outro sistema há mais aberto à participação direta, imediata, efetiva
e influente do eleitor na escolha dos governantes quanto este, arraigado, quer no
gosto, quer na preferência dos cidadãos em todos aqueles países onde
tradicionalmente o perfilham as instituições.
O sistema bipartidário tem algo que corresponde a um traço natural de
divisão política da sociedade, que são: a situação e a oposição.
São pressupostos do sistema bipartidário, em primeiro lugar, que
ambos os partidos se ponham de acordo quanto aos fundamentos de organização
e direção do Estado, a saber, quanto ao regime, e a seguir, que ambos se
reconheçam em termos de mútuo respeito e lealdade.
À oposição cabe, por conseqüência, lugar todo especial no sistema,
visto que ela é potencialmente o governo em recesso, a força invisível, fora do
poder, mas pronta já para assumi-lo a qualquer instante, desempenhando assim
função necessária e indispensável à caracterização democrática do sistema.
Seria deplorável equívoco supor, que o sistema bipartidário significa
literalmente a existência apenas de dois partidos. Não. É possível que vários
partidos concorram às urnas, mas o sistema tecnicamente se acha de tal forma
estruturado, que só dois partidos reúnem de maneira permanente a possibilidade
de chegar ao poder.
No caso dos Estados Unidos, a rigidez bipartidária é de tal ordem que
nenhum pequeno partido veio jamais a se converter num grande partido e vice-
versa: não há notícia de nenhum grande partido que haja passado à condição de
pequeno partido nos EUA.
Tal peculiaridade levou um dos mais afamados publicistas daquele país
a dizer que o “sistema bipartidário é a fortaleza de Gibraltar da política americana”,
onde os pequenos partidos não constituem senão “movimentos educacionais”.
Formam os dois partidos, democratas e republicanos, a espinha dorsal
da política americana e ostentam admirável flexibilidade, bem como invulgar poder
de acomodação, a ponto de haverem sido comparados por um jornalista
americano a duas garrafas vazias que podiam receber todo e qualquer conteúdo,
contanto que se não mudassem os rótulos.
O sistema bipartidário americano não fez, todavia, desprezível ou nula a
participação dos pequenos partidos, a despeito da impotência política em que
continuamente ficam para a escalada do poder.
Com efeito, seus princípios e suas idéias, sustentados não raro com
todos os rigores de súbita radicalização, acabam depois incorporados ou
apropriados pelos dois grandes partidos, os quais sabem acomodá-los lentamente
ao gênio político da sociedade americana.

3. O Sistema Multipartidário (Pluripartidarismo)

Principia a rigor o sistema multipartidário com a presença de três ou


mais partidos políticos em efetiva disputa do poder num determinado sistema
estatal.
Os adeptos do pluralismo partidário amplo louvam-no como a melhor
forma de colher e fazer representar o pensamento de variadas correntes de
opinião, emprestando às minorias políticas o peso de uma influência que lhes
faleceria, tanto no sistema bipartidário como unipartidário.
Afirma-se ademais, que o sistema multipartidário é de cunho
profundamente democrático, pois confere autenticidade ao governo, tido por
centro de coordenação ou compromisso dos distintos interesses, que se movem
no mosaico das várias classes da sociedade, classes cuja voz de participação,
através do partido político, se alça assim à esfera do poder.
Há quem entenda, porém, que o sistema multipartidário conduz
inevitavelmente aos governos de coligação, com gabinetes de composição
heterogênea, sem rumos políticos coerentes, sujeitos a uma variação de
propósitos, provocando uma instabilidade manifesta. Não obstante, esses
governos, por sua natureza são dos mais sensíveis aos reclamos da opinião
pública.
Vê-se que não há mesmo um Sistema partidário perfeito. Todos eles
possuem suas desvantagens, sendo que o Sistema Unipartidário é mesmo aquele
que não possui compatibilidade com o regime democrático. Os dois outros
Sistemas Partidários conseguem mesclar vantagens e desvantagens, permitindo a
cada um, dentro de um subjetivismo de opinião, escolher um deles, como sendo o
melhor.

SISTEMAS ELEITORAIS

São 2 (dois) os Sistemas Eleitorais no Brasil para distribuição das


representações (majoritárias e proporcionais), que estabelecem os procedimentos
necessários para realização das eleições:

1) SISTEMA MAJORITÁRIO – por este sistema, para ser eleito, o candidato deve
obter a maioria dos votos de uma circunscrição eleitoral.

Segundo a nossa Constituição Federal, são os seguintes os cargos eleitos pelo


Sistema Majoritário:
a) Presidente e Vice Presidente da República;
b) Governador e Vice Governador;
c) Prefeito e Vice Prefeito;
d) Senadores.

Observem que são eleitos pelo Sistema Majoritário:

1. Chefes do Poder Executivo; e

2. SENADORES.

Esta maioria de votos pode ser absoluta ou relativa.

ABSOLUTA – a maioria absoluta significa mais de 50% dos votos válidos


(excluídos os votos nulos e brancos).
Este Sistema eleitoral majoritário (maioria absoluta) é utilizado nas
eleições para os cargos de Presidente, Governador e Prefeitos de municípios
com mais de 200 Mil eleitores. É eleito aquele que obtiver mais de 50% dos
votos válidos, seja no primeiro ou no segundo turno das eleições.

RELATIVA – é a maioria simples, ou seja, é eleito aquele mais bem votado,


independentemente se alcançou ou não + de 50% dos votos totais. Ex.: votos por
candidato: candidato A – 35%; candidato B – 25%; candidato C – 40%. É eleito
neste caso o candidato C, por ter obtido a maioria relativa dos votos.
Para o cargo de SENADOR adota-se o sistema majoritário, mas é
utilizada a maioria simples. Na eleição que é oferecida 1 (uma) vaga para o
Senado, considera-se eleito aquele candidato mais bem votado,
independentemente, de ele tirar ou não mais de 50% dos votos válidos.

2) SISTEMA PROPORCIONAL – pelo sistema proporcional, são distribuídos aos


Partidos Políticos os cargos eletivos do Poder LEGISLATIVO (Deputados
Federais, Estaduais e Vereadores), salvo os cargos de Senadores, com base na
votação obtida.
Por este sistema proporcional são definidas as quantidades de vagas
de cada partido político e quais são os candidatos eleitos de cada agremiação
política.
Segundo Jairo Gomes, tal sistema “visa distribuir entre as múltiplas
entidades políticas as vagas existentes nas Casas Legislativas, tornando
equânime a disputa pelo poder e, principalmente, ensejando a representação de
grupos minoritários”.
Nesse caso, o voto tem caráter duplo: votar no candidato significa votar
também no Partido (voto de legenda), que terá representação na Casa Legislativa.
Por este mecanismo, é assegurada a representação pelo maior número possível
de grupos e correntes ideológicas de eleitores-partidos.

O número de vagas obtidas pelo partido ou coligação de partidos


dependerá diretamente do número de votos obtidos pelo partido ou coligação!

Em termos mais claros, dizemos que pelo sistema proporcional não são
eleitos os candidatos mais bem votados. Os cargos políticos são distribuídos entre
os partidos políticos, proporcionalmente, aos votos válidos obtidos por cada
partido (ou coligação).

Exemplifiquemos:

Supomos que um determinado município com uma população de


15.000 habitantes possua 9 vagas para vereador na câmara municipal.
Dos 15 mil habitantes 10 Mil eram eleitores, sendo que 500 eleitores
votaram em branco, 500 eleitores tiveram seus votos considerados nulos e 9 Mil
eleitores tiveram seus votos considerados válidos.
Anote aí! Temos 9 vagas para vereador e temos 9.000 votos válidos,
que significa dizer 1.000 votos válidos para cada 1 (uma) vaga de vereador. Isto
significa dizer que cada 1.000 votos conseguidos por um partido (ou coligação) é
uma vaga que ele consegue na câmara de vereador do município em comento. O
resultado da divisão dos votos válidos pelo número de vagas a preencher, é o que
chamamos de “quociente eleitoral”. Vejamos os dados da tabela a seguir:

PARTIDO “X” - TOTAL: 2.000 Votos PARTIDO “Y” - TOTAL: 3.000 Votos
Candidato A: 502 Votos Candidato E: 2.500 Votos
Candidato B: 501 Votos Candidato F: 250 Votos
Candidato C: 499 Votos Candidato G: 150 Votos
Candidato D: 498 Votos Candidato H: 100 Votos

OBS1.: O Partido “X” obteve 2.000 votos. Logo, terá DOIS candidatos
eleitos. Quais são? A e B, claro; são os mais bem votados dentro do partido.
OBS2.: O Partido “Y” obteve 3.000 votos. Logo, terá TRÊS candidatos
eleitos. Quais são? E, F e G, claro; são os mais bem votados dentro do partido.
OBS3.: Veja que muito embora os candidatos “C” e “D” tenham obtido
mais votos do que os candidatos “F” e “G”, estes foram eleitos e aqueles, não. São
artifícios do sistema eleitoral proporcional de votação, já que os votos são
considerados como dados ao partido (ou coligação) e não ao candidato.
OBS4.: Veja que até os votos dados aos candidatos derrotados servem
para o partido. Eles serão utilizados para alcançarem quocientes partidários
(vagas na casa legislativa).
_ Professor, e se um candidato tirar só um voto, ele pode ser eleito?
_ Até o ano passado podia ser eleito. Mas agora, o candidato precisa
obter votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente
eleitoral, exceto se sobrarem vagas e nenhum partido ou coligação tiver candidato
que atenda a exigência em comento. Seguindo o nosso exemplo, em regra, o
candidato precisaria tirar pelo menos 100 votos para poder conseguir ser eleito.

OBSERVAÇÃO: As coligações são equiparadas a partidos políticos para todos os


efeitos. Contudo, após a Emenda Constitucional nº 97/2017, coligações somente
são admitidas nas eleições majoritárias.

BIBLIOGRAFIA

AZAMBUJA, Darcy. Introdução à Ciência Política. 2ª ed. São Paulo: Globo, 2008;
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 21ª ed. São Paulo: Malheiros Editores,
2014;
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª Ed. Atlas, 2014.

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