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a) pelo menos, 0,5% (meio por cento) dos votos válidos dados na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados Federais, ou seja, não computados os votos
em branco e os nulos;
A dúvida da maioria dos alunos reside nos 0,5% dos votos dados na
última eleição geral para a Câmara dos Deputados Federais. Vejamos: Nas
eleições 2014, o total de votos válidos para a Câmara dos Deputados foi de
96.833.830. Com isso, 0,5% desses votos corresponde ao total de 484.169 votos
válidos de eleitores na Câmara dos Deputados.
Desse modo, para se criar um novo Partido, deve-se comprovar seu
caráter nacional, coletando as assinaturas de pelo menos 484.169 eleitores!
De posse destas assinaturas, o partido deverá encaminhá-las ao
Cartório Eleitoral com uma relação contendo o número do título de eleitor, zona
eleitoral e a seção eleitoral de cada um, que, por sua vez, fornecerá uma Certidão
atestando a veracidade das assinaturas e o número do título eleitoral (apoio
mínimo de eleitores).
Esta prova do apoiamento mínimo dará base ao registro do Partido
Político no TSE.
Ressalta-se que além do requisito dos 0,5%, deve-se respeitar a
distribuição mínima dos votos por pelo menos de 1/3 dos Estados e com o mínimo
de 1/10% do eleitorado em cada um dos Estados envolvidos.
_ Puxa, professor! Vou confundir isso daí com aquelas exigências constitucionais
para iniciativa popular de leis.
_ Ah, professor! Agora ficou fácil demais! Pode fazer pergunta de todo jeito na
prova, que não tem como errar não.
Lei nº 9.096/95
CF-88
Art. 17
Código Civil
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
(...)
Da filiação partidária
A Constituição Federal de 1988 prevê, em seu art. 17, § 1º, que o estatuto de
cada partido deverá estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
CF-88
Art. 17
Resolução 22.610/2007-TSE
Como não havia lei disciplinando o tema, o TSE editou em 2007 a
Resolução nº 22.610 regulamentando as hipóteses e a forma como ocorreria a
perda do mandato eletivo em caso de infidelidade partidária.
O art. 1º da Resolução tratava da tese da infidelidade partidária e previa
que o titular de mandato eletivo poderia ter, perante a Justiça Eleitoral, a
decretação da perda do cargo eletivo caso, sem possuir uma justa causa,
desfiliasse do partido pelo qual foi eleito.
Lei nº 13.165/2015
Em 2015, o Congresso Nacional editou a Lei nº 13.165/2015, que
inseriu o artigo 22-A no texto da Lei nº 9.096/95, passando a tratar expressamente
sobre o tema "infidelidade partidária". Veja o artigo que foi acrescentado:
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o
prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou
proporcional, ao término do mandato vigente.
Nesta terceira hipótese acima elencada, a Lei nº 13.165/2015 previu uma "janela"
para a troca de partidos.
Se a pessoa quer concorrer a determinado cargo eletivo pelo partido "X", ela
precisa estar filiada a esse partido no mínimo 6 meses antes das eleições. Ex:
João, professor, quer se candidatar ao cargo de Vereador nas eleições de
02/10/2016. Para tanto, ele precisará se filiar ao partido político até 02/04/2016.
A Lei autorizou que a pessoa já titular do mandato eletivo que quiser concorrer nas
eleições que serão realizadas naquele ano poderá deixar o partido e se filiar a
outro sem que perca o mandato, bastando que faça isso no período de 30 dias
antes de terminar o prazo final para filiação exigida em lei. Ex: Pedro, que já é
Vereador (eleito pelo partido "X"), deseja concorrer à reeleição nas eleições
municipais de 02/10/2016. Ocorre que ele deseja sair do partido "X" e concorrer
pelo partido "Y". A Lei nº 13.165/2015 acrescentou a possibilidade de que ele saia
do partido sem perder seu mandato de Vereador. Basta que faça a troca um mês
antes do término do prazo para filiação partidária, ou seja, no período entre 7 e 6
meses antes das eleições. Em nosso exemplo, ele teria do dia 02/03/2016 até
02/04/2016 para mudar de partido sem que isso implique a perda do mandato.
_ Professor, você pode explicar por que a regra da “perda do mandato, em razão
da mudança de partido, sem justa causa” não se aplica aos ocupantes de cargos
eleitos pelo sistema majoritário (Prefeito, Governador, Senador e Presidente)?
_ No julgamento da ADI 5081/DF, o STF argumentou que a perda do mandato em
razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema
majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo
eleitor. É que no sistema majoritário, o candidato escolhido é aquele que obteve
mais votos, não importando o quociente eleitoral nem o quociente partidário. Nos
pleitos dessa natureza, os eleitores votam no candidato e não no seu partido
político. Desse modo, no sistema majoritário, a imposição da perda do mandato
por infidelidade partidária é antagônica (contrária) à soberania popular. No sistema
majoritário não há voto de legenda; até porque o número da legenda do partido e
o número do candidato são os mesmos.
O Supremo ainda disse o seguinte: por este sistema eleitoral, cada partido (ou
coligação) só pode registrar um único candidato para concorrer aos cargos a
serem preenchidos (Prefeito, Governador, Presidente e Senador). Logo, se o
mandato nesse caso pertencesse ao partido, com a saída do mandatário eleito do
partido, quem assumiria o poder? O Supremo disse que nesse caso haveria
ofensa à Soberania Popular, permitir que o partido possa colocar alguém que não
tenha submetido à votação (faz muito sentido).
_ Olha, o STF analisou esse assunto por meio de uma ADI – Ação Direta de
Inconstitucionalidade. Logo, o Supremo fez uma análise dessa matéria utilizando
como parâmetro a norma da Constituição Federal, e disse que ofende a regra da
Soberania Popular retirar o mandato do Prefeito, Governador, Presidente e
Senador, caso eles se desfiliem do partido pelo qual foram eleitos.
SISTEMAS PARTIDÁRIOS
2. Sistema Bipartidário
SISTEMAS ELEITORAIS
1) SISTEMA MAJORITÁRIO – por este sistema, para ser eleito, o candidato deve
obter a maioria dos votos de uma circunscrição eleitoral.
2. SENADORES.
Em termos mais claros, dizemos que pelo sistema proporcional não são
eleitos os candidatos mais bem votados. Os cargos políticos são distribuídos entre
os partidos políticos, proporcionalmente, aos votos válidos obtidos por cada
partido (ou coligação).
Exemplifiquemos:
PARTIDO “X” - TOTAL: 2.000 Votos PARTIDO “Y” - TOTAL: 3.000 Votos
Candidato A: 502 Votos Candidato E: 2.500 Votos
Candidato B: 501 Votos Candidato F: 250 Votos
Candidato C: 499 Votos Candidato G: 150 Votos
Candidato D: 498 Votos Candidato H: 100 Votos
OBS1.: O Partido “X” obteve 2.000 votos. Logo, terá DOIS candidatos
eleitos. Quais são? A e B, claro; são os mais bem votados dentro do partido.
OBS2.: O Partido “Y” obteve 3.000 votos. Logo, terá TRÊS candidatos
eleitos. Quais são? E, F e G, claro; são os mais bem votados dentro do partido.
OBS3.: Veja que muito embora os candidatos “C” e “D” tenham obtido
mais votos do que os candidatos “F” e “G”, estes foram eleitos e aqueles, não. São
artifícios do sistema eleitoral proporcional de votação, já que os votos são
considerados como dados ao partido (ou coligação) e não ao candidato.
OBS4.: Veja que até os votos dados aos candidatos derrotados servem
para o partido. Eles serão utilizados para alcançarem quocientes partidários
(vagas na casa legislativa).
_ Professor, e se um candidato tirar só um voto, ele pode ser eleito?
_ Até o ano passado podia ser eleito. Mas agora, o candidato precisa
obter votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente
eleitoral, exceto se sobrarem vagas e nenhum partido ou coligação tiver candidato
que atenda a exigência em comento. Seguindo o nosso exemplo, em regra, o
candidato precisaria tirar pelo menos 100 votos para poder conseguir ser eleito.
BIBLIOGRAFIA
AZAMBUJA, Darcy. Introdução à Ciência Política. 2ª ed. São Paulo: Globo, 2008;
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 21ª ed. São Paulo: Malheiros Editores,
2014;
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª Ed. Atlas, 2014.