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Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).

Aluno Marco Aurélio de Oliveira Rocha


DIREITO ELEITORAL CPF - 06473444670
PROF. OMAR CHAMON

PARTIDOS POLÍTICOS PARTE 2

Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode
participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso
gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei. Somente o registro do
estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua
denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que
venham a induzir a erro ou confusão.
Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,
considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou
mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que
haja votado em cada um deles.
Os órgãos provisórios dos diretórios municipais provisórios terão a vigência de até
8(oito) anos e mesmo após ultrapassado esse prazo o CNPJ não poderá ser
imediatamente cancelado.
Se modificar o estatuto do partido e se modificar o programa do partido terá que
ser feito um novo registro do partido político, seja no cartório, seja no TSE.
A relação de cada partido com a justiça eleitoral é feita através de delegados. Cada
partido político acaba inscrevendo delegados junto ao TSE, junto ao TRE e também junto
à Junta Eleitoral.
Os delegados credenciados pelo órgão de direção nacional representam o partido
perante quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais; os credenciados pelos órgãos estaduais,
somente perante o Tribunal Regional Eleitoral e os Juízes Eleitorais do respectivo Estado,
do Distrito Federal ou Território Federal; e os credenciados pelo órgão municipal, perante
o Juiz Eleitoral da respectiva jurisdição.
Tem direito a funcionamento parlamentar, em todas as casas legislativas para as
quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos
Deputados obtenha o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos apurados, não
computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados,
com um mínimo de dois por cento do total de cada um deles.
O Estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:
• nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede no território nacional;
• filiação e desligamento de seus membros;
• direitos e deveres dos filiados;
• modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e
identificação, composição e competências dos órgãos partidários nos níveis municipal,
estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;
• fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e
aplicação das penalidades, assegurado amplo direito de defesa;

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• condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;


• finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a
apurar as quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que
fixem os limites das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do
partido;
• critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível
municipal, estadual e nacional que compõem o partido;
• procedimento de reforma do programa e do estatuto.

O estatuto do partido poderá estabelecer, além das medidas disciplinares básicas de


caráter partidário, normas sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário da
bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões internas ou perda de todas as
prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da representação e da
proporção partidária, na respectiva casa legislativa, ao parlamentar que se opuser, pela
atitude ou pelo voto, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelos órgãos partidários.
Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos
políticos. Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o
atendimento das regras estatutárias do partido.
Deferido internamente o pedido de filiação, o partido político, por seus órgãos de
direção municipais, regionais ou nacional, deverá inserir os dados do filiado no sistema
eletrônico da justiça eleitoral, que automaticamente enviará aos juízes eleitorais, para
arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de
candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual
constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão
inscritos.
Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos
partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso
gratuito ao rádio e à televisão.
Cláusula de barreira é um dispositivo que restringe ou impede a atuação
parlamentar de um partido que não alcança um percentual de votos. É assegurada aos
partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais,
sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual,
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária.
É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
• caráter nacional;

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• proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo


estrangeiros ou de subordinação a estes;
• prestação de contas à justiça eleitoral;
• funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente : obtiverem, nas
eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos,
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2%
(dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou tiverem elegido pelo menos
quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
federação.
O partido político tem imunidade de impostos. Através de seus órgãos nacionais,
regionais e municipais, deve manter escrituração contábil, de forma a permitir o
conhecimento da origem de suas receitas e a destinação de suas despesas. Caso suas
contas não sejam aprovadas, o partido político perderá a sua imunidade.
É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. Também
não podem ter uniformes, pois dá ao partido ideia de unidade paramilitar.
Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do
partido pelo qual foi eleito.
Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as seguintes
hipóteses: mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário, grave
discriminação política pessoal e mudança de partido efetuada durante o período de trinta
dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária
ou proporcional, ao término do mandato vigente.

PARTIDOS POLÍTICOS PARTE 3. SISTEMAS ELEITORAIS

Desde que em pleno gozo de direitos políticos, salvo exceções, qualquer eleitor
poderá filiar-se a um partido político. É assegurada aos candidatos, partidos políticos e
coligações autonomia para definir o cronograma das atividades eleitorais de campanha e
executá-lo em qualquer dia e horário, observados os limites estabelecidos em lei.
O cancelamento da filiação ocorre na hipótese de morte, perda de direitos políticos
e expulsão.
Após deferida a filiação, o partido político informará ao TSE o nome do filiado.
Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das
regras estatutárias do partido. Nos casos de mudança de partido de filiado eleito, a
Justiça Eleitoral deverá intimar pessoalmente a agremiação partidária e dar-lhe ciência da
saída do seu filiado, a partir do que passarão a ser contados os prazos para ajuizamento
das ações cabíveis.
Para se desfiliar, o filiado deverá informar o órgão municipal do seu partido, ou seja,
o diretório municipal do partido, e também o juiz da zona eleitoral a qual ele esteja

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vinculado.
Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao juiz eleitoral da zona em que for inscrito. Decorridos dois dias da data da
entrega da comunicação, o vínculo torna-se extinto, para todos os efeitos.
Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo
a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.
A Justiça Eleitoral disponibilizará eletronicamente aos órgãos nacional e estaduais
dos partidos políticos, conforme sua circunscrição eleitoral, acesso a todas as
informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral, incluídas as relacionadas a
seu nome completo, sexo, número do título de eleitor e de inscrição no Cadastro de
Pessoa Física (CPF), endereço, telefones, entre outras.
A receita dos partidos políticos consiste em doação de pessoas físicas; venda ou
locação de bens; sobra de campanha; e as verbas do fundo partidário.
O partido político, através de seus órgãos nacionais, regionais e municipais, deve
manter escrituração contábil, de forma a permitir o conhecimento da origem de suas
receitas e a destinação de suas despesas. Pessoas jurídicas, no Brasil, não podem mais
fazer doações a partidos políticos.
É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através
de publicidade de qualquer espécie, procedente de: entidade ou governo estrangeiros;
entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações
referidas no art. 38 desta lei e as proveniente do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha; entidade de classe ou sindical; e, pessoas físicas que exerçam função ou cargo
público de livre nomeação e exoneração, ou cargo ou emprego público temporário,
ressalvados os filiados a partido político.
O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil
do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte. O balanço contábil do órgão
nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos órgãos estaduais aos Tribunais
Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes Eleitorais.
Caso o partido político receba de fonte vedada, terá que transferir o valor para o
Tesouro Nacional, se não ficará dois meses sem receber o fundo partidário. A
desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o
impeça de participar do pleito eleitoral.
As decisões da Justiça Eleitoral nos processos de prestação de contas não ensejam,
ainda que desaprovadas as contas, a inscrição dos dirigentes partidários no Cadastro
Informativo dos Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin).
Sistema eleitoral é a forma que é encontrada para escolher uma candidatura. No
Brasil, há duas formas para escolher a candidatura: sistema eleitoral majoritário e sistema
eleitoral proporcional. Segundo o sistema eleitoral majoritário, dado um número de
candidatos, aquele que obtiver o maior número de votos válidos em um pleito eleitoral
estará eleito. O Brasil tem sistema majoritário para eleições para: presidente da
república; governador; senador; e, prefeito.
No sistema eleitoral proporcional, a performance do partido torna-se algo

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extremamente importante. Esse sistema é aplicado para eleições de deputado estadual e


federal; e, vereador.
Quociente eleitoral é um método pelo qual se distribuem as cadeiras nas eleições
pelo sistema proporcional de votos em conjunto com o quociente partidário e a
distribuição das sobras.
Determina-se para cada partido o quociente partidário, dividindo-se pelo quociente
eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de
legendas, desprezada a fração; trata-se do número de vagas que cada partido obterá no
pleito. No Brasil estão proibidas as formações de coligações para eleições proporcionais.
Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido que tenham obtido
votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente eleitoral, tantos
quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que
cada um tenha recebido. É a chamada clausula de performance partidária. A Adin 5920
questionou essa regra que prevaleceu como constitucional.
Sobras eleitorais serão destinadas aos partidos que tiverem obtido as maiores
médias, assim como os que alcançaram o valor do quociente eleitoral. É calculada
dividindo-se número de votos válidos atribuídos a cada partido mais um, cabendo ao
partido que apresentar a maior média um dos lugares a preencher, desde que tenha
candidato que atenda à exigência de votação nominal mínima.
Caso nenhum partido alcance o quociente eleitoral considerar-se-ão eleitos, até
serem preenchidos todos os lugares, os candidatos mais votados.
Considerar-se-ão suplentes da representação partidária os mais votados sob a
mesma legenda e não eleitos efetivos das listas dos respectivos partidos. Na definição
dos suplentes da representação partidária, não há exigência de votação nominal mínima.

CONVENÇÕES. REGISTRO DE CANDIDATURA.

Convenção partidária consiste em uma reunião na qual se escolherá quem terá


legenda, quem disputará as eleições e se haverá ou não coligações. Coligação é uma
união de partidos políticos exclusivamente para disputar uma determinada eleição.
Essa coligação ocorrerá exclusivamente na convenção partidária e acontece entre os
dias 20 de julho e 5 de agosto. Assim, os partidos terão quinze dias para elaborar essa
convenção partidária. Da convenção partidária, sai uma ata que é publicada em qualquer
mídia de imprensa.
A coligação terá denominação própria, que poderá ser a junção de todas as siglas
dos partidos que a integram, sendo a ela atribuídas as prerrogativas e obrigações de
partido político no que se refere ao processo eleitoral, e devendo funcionar como um só
partido no relacionamento com a justiça eleitoral e no trato dos interesses
interpartidários. A denominação da coligação não poderá coincidir, incluir ou fazer
referência a nome ou número de candidato, nem conter pedido de voto para partido
político.
As regras para escolha do candidato devem constar no estatuto do partido. Caso
não constem, a direção nacional do partido terá 180 dias para elaborar essas regras e

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publicar no Diário Oficial da União. Atualmente, as coligações são validas somente para
eleições majoritárias.
É a direção nacional do partido político que estabelecerá as diretrizes da coligação.
Se essa diretriz for desrespeitada por um órgão de direção inferior, a direção nacional
poderá declarar nula a coligação.
Cada partido ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara dos
Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no
total de até 150% (cento e cinquenta por cento) do número de lugares a preencher,
salvo: nas unidades da Federação em que o número de lugares a preencher para a
Câmara dos Deputados não exceder a doze, nas quais cada partido ou coligação poderá
registrar candidatos a Deputado Federal e a Deputado Estadual ou Distrital no total de
até 200% (duzentos por cento) das respectivas vagas; nos Municípios de até cem mil
eleitores, nos quais cada coligação poderá registrar candidatos no total de até 200%
(duzentos por cento) do número de lugares a preencher.
Cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% de
candidaturas para cada sexo. São as chamadas quotas de gênero. Não há quota racial
prevista nesse tema.
Os partidos e coligações solicitarão à justiça eleitoral o registro de seus candidatos
até as dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições. Na
hipótese de o partido ou coligação não requerer o registro de seus candidatos, estes
poderão fazê-lo perante a justiça eleitoral, observado o prazo máximo de quarenta e oito
horas seguintes à publicação da lista dos candidatos pela justiça eleitoral.
As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no
momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as
alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade.
É vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação
partidária.
O candidato às eleições proporcionais indicará, no pedido de registro, além de seu
nome completo, as variações nominais com que deseja ser registrado, até o máximo de
três opções, que poderão ser o prenome, sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido
ou nome pelo qual é mais conhecido, desde que não se estabeleça dúvida quanto à sua
identidade, não atente contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente, mencionando
em que ordem de preferência deseja registrar-se.
A justiça eleitoral poderá exigir do candidato prova de que é conhecido por
determinada opção de nome por ele indicado, quando seu uso puder confundir o eleitor.
A justiça eleitoral indeferirá todo pedido de variação de nome coincidente com
nome de candidato a eleição majoritária, salvo para candidato que esteja exercendo
mandato eletivo ou o tenha exercido nos últimos quatro anos, ou que, nesse mesmo
prazo, tenha concorrido em eleição com o nome coincidente.
É facultado ao partido ou coligação substituir candidato que for considerado
inelegível, renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro ou, ainda, tiver
seu registro indeferido ou cancelado. A escolha do substituto far-se-á na forma
estabelecida no estatuto do partido a que pertencer o substituído, e o registro deverá ser

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requerido até 10 (dez) dias contados do fato ou da notificação do partido da decisão


judicial que deu origem à substituição.
Nas eleições majoritárias, se o candidato for de coligação, a substituição deverá
fazer-se por decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos
coligados, podendo o substituto ser filiado a qualquer partido dela integrante, desde que
o partido ao qual pertencia o substituído renuncie ao direito de preferência. Tanto nas
eleições majoritárias como nas proporcionais, a substituição só se efetivará se o novo
pedido for apresentado até 20 (vinte) dias antes do pleito, exceto em caso de falecimento
de candidato, quando a substituição poderá ser efetivada após esse prazo.
Estão sujeitos ao cancelamento do registro os candidatos que, até a data da eleição,
forem expulsos do partido, em processo no qual seja assegurada ampla defesa e sejam
observadas as normas estatutárias. O cancelamento do registro do candidato será
decretado pela Justiça Eleitoral, após solicitação do partido.
De acordo com a súmula 57 do TSE, a apresentação das contas de campanha é
suficiente para a obtenção da quitação eleitoral, nos termos da nova redação conferida
ao art. 11, §7º, da Lei nº 9.504/1997, pela lei nº 12.034/2009.
A decisão que julga não prestadas as contas de campanha impede o candidato de
obter a certidão de quitação eleitoral durante o curso do mandato ao qual concorreu,
persistindo esses efeitos, após esse período, até a efetiva apresentação das contas.
As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no
momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as
alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade.
Segundo a súmula 43 do TSE, as alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro
que beneficiem o candidato, nos termos da parte final do art. 11, §10º, da Lei nº
9.504/1997, também devem ser admitidas para as condições de elegibilidade.
De acordo com a súmula 45 do TSE, nos processos de registro de candidatura, o juiz
eleitoral pode conhecer de ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da
ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e a ampla
defesa.

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