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Plebiscito, Referendo e Iniciativa
Popular de Lei (Lei n. 9.709/1998)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular de Lei (Lei n. 9.709/1998)
Gabriel Dezen
Sumário
Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular de Lei (Lei n. 9.709/1998)...............................................3
1. Enfoque Constitucional............................................................................................................................................3
2. Enfoque Legal................................................................................................................................................................4
Resumo.................................................................................................................................................................................18
Exercícios.............................................................................................................................................................................19
Gabarito................................................................................................................................................................................21
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................22
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Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular de Lei (Lei n. 9.709/1998)
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EXEMPLO
A ação popular (art. 5º, LXXIII),
A denúncia popular direta ao Tribunal de Contas da União (art. 74, § 2º)
A fiscalização popular direta das contas públicas municipais (art. 31, § 3º).
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.
Em abordagem sistêmica:
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2. Enfoque Legal
As formas de expressão direta da soberania popular elencadas nos incisos do art. 14 da
Constituição Federal foram objeto da Lei n. 9.709, de 18 de novembro de 1998, que “regulamen-
ta a execução do disposto nos incisos I, II e III da Constituição Federal.
O primeiro dispositivo consagra:
Art. 1º A soberania popular é exercida por sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, nos termos desta Lei e das normas constitucionais pertinentes, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.
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Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular de Lei (Lei n. 9.709/1998)
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Prossegue a Lei:
Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de
acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa.
§ 1º O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao
povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
§ 2º O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao
povo a respectiva ratificação ou rejeição.
Em abertura esquemática:
Há equívoco técnico-conceitual na redação.
“Povo” é o conjunto de todas as pessoas que
Art. 2º Plebiscito e referendo são
se encontrem dentro de determinado limite
consultas formuladas ao povo para
territorial, sem distinção quanto à nacionalidade.
que delibere sobre matéria de
Para fins de plebiscito e referendo, é requerida
acentuada relevância, de natureza
a condição de eleitor no Brasil, pelo que a
constitucional, legislativa ou
referência correta seria “cidadão”.
administrativa.
A “deliberação” se dá pelo voto, aprovando ou
rejeitando a medida dada a decisão.
Art. 3º Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do Poder Exe-
cutivo, e no caso do § 3º do art. 18 da Constituição Federal, o plebiscito e o referendo são convoca-
dos mediante decreto legislativo, por proposta de um terço, no mínimo, dos membros que compõem
qualquer das Casas do Congresso Nacional, de conformidade com esta Lei.
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Obs.: O referido art. 18 consagra o processo de alteração territorial de Estados, nos seguin-
tes termos:
Art. 18 (...)
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a
outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população dire-
tamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Art. 4º A incorporação de Estados entre si, subdivisão ou desmembramento para se anexarem a ou-
tros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, dependem da aprovação da população dire-
tamente interessada, por meio de plebiscito realizado na mesma data e horário em cada um dos Esta-
dos, e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas.
§ 1º Proclamado o resultado da consulta plebiscitária, sendo favorável à alteração territorial prevista
no caput, o projeto de lei complementar respectivo será proposto perante qualquer das Casas do
Congresso Nacional.
§ 2º À Casa perante a qual tenha sido apresentado o projeto de lei complementar referido no pará-
grafo anterior compete proceder à audiência das respectivas Assembleias Legislativas.
§ 3º Na oportunidade prevista no parágrafo anterior, as respectivas Assembleias Legislativas opina-
rão, sem caráter vinculativo, sobre a matéria, e fornecerão ao Congresso Nacional os detalhamen-
tos técnicos concernentes aos aspectos administrativos, financeiros, sociais e econômicos da área
geopolítica afetada.
§ 4º O Congresso Nacional, ao aprovar a lei complementar, tomará em conta as informações técni-
cas a que se refere o parágrafo anterior.
Em análise tópica:
Na parte conceitual:
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Obs.: A aprovação da alteração pelo plebiscito não obriga o Congresso Nacional a aprovar o
projeto de lei complementar. A decisão é eminentemente política, conforme a conveni-
ência do Legislativo da União.
JURISPRUDÊNCIA
Após a alteração promovida pela EC 15/96, a Constituição explicitou o alcance do âmbito
de consulta para o caso de reformulação territorial de municípios e, portanto, o signifi-
cado da expressão “populações diretamente interessadas”, contida na redação originá-
ria do § 4º do art. 18 da Constituição, no sentido de ser necessária a consulta a toda
a população afetada pela modificação territorial, o que, no caso de desmembramento,
deve envolver tanto a população do território a ser desmembrado, quanto a do território
remanescente. Esse sempre foi o real sentido da exigência constitucional - a nova reda-
ção conferida pela emenda, do mesmo modo que o art. 7º da Lei 9.709/98, apenas tornou
explícito um conteúdo já presente na norma originária. (ADI 2650, de 17.11.2011).
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:
VI – Incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as
respectivas Assembleias Legislativas;
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Obs.: Como manda o § 2º deste artigo, a oitiva das Assembleias Legislativas será feita pela
Casa Iniciadora do processo legislativo da lei complementar.
Obs.: Como já referido, a aprovação plebiscitária não vincula a aprovação do projeto de lei
complementar em qualquer das Casas e não impõe rito especial ao processo legislativo.
§ 2º À Casa perante a qual tenha sido apresentado o projeto de lei complementar referido no pará-
grafo anterior compete proceder à audiência das respectivas Assembleias Legislativas.
Obs.: A oitiva das Assembleias Legislativas será feita apenas pela Casa Iniciadora do pro-
cesso legislativo.
Este dispositivo, além de tornar expresso o que já era implícito – a ausência de vinculação
da manifestação das Assembleias Legislativas às decisões da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal – descreve os elementos sobre os quais deverão se pronunciar os Legislati-
vos estaduais, quais sejam os aspectos administrativos, financeiros, sociais e econômicos da
área afetada.
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5
Se o plebiscito 8
Justiça Eleitoral
resultar positivo, Deliberação do projeto
do Estado realiza 6
apresentação de lei pela Assembleia
o plebiscito. Se o plebiscito
do projeto de Legislativa somente
Vota toda a resultar negativo,
lei ordinária poderá ocorrer nos
população dos fim do processo.
estadual períodos autorizados por
Municípios
veiculando a lei complementar federal.
envolvidos.
alteração.
9 11
10 12
No período Sancionado, será
Se aprovado, vai Aplicação da lei e
autorizado, promulgada e
ao Governador realização da alteração
votação do publicada a lei
para sanção. territorial determinada.
projeto de lei estadual
Como visto, a Constituição Federal, claramente, determina que seja feita lei complementar
federal para dispor sobre a periodicidade da deliberação das Assembleias Legislativas sobre
projetos de leis ordinárias relativos às alterações territoriais de Municípios, principalmente os
desmembramentos para criação de Municípios novos.
Essa ordem constitucional nunca foi cumprida.
Sobre essa persistente omissão do Congresso Nacional assim se pronunciou o Supremo
Tribunal Federal, julgando mandado de injunção:
JURISPRUDÊNCIA
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO. INATIVIDADE
DO LEGISLADOR QUANTO AO DEVER DE ELABORAR A LEI COMPLEMENTAR A QUE SE
REFERE O § 4O DO ART. 18 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, NA REDAÇÃO DADA PELA
EMENDA CONSTITUCIONAL NO 15/1996. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. A Emenda
Constitucional n. 15, que alterou a redação do § 4º do art. 18 da Constituição, foi publi-
cada no dia 13 de setembro de 1996. Passados mais de 10 (dez) anos, não foi editada a
lei complementar federal definidora do período dentro do qual poderão tramitar os pro-
cedimentos tendentes à criação, incorporação, desmembramento e fusão de municípios.
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Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Muni-
cípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabeleci-
dos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 57, de 2008).
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Art. 6º Nas demais questões, de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o
plebiscito e o referendo serão convocados de conformidade, respectivamente, com a Constituição
Estadual e com a Lei Orgânica.
Esta previsão limita-se a lançar referência geral para plebiscitos de interesse estadual, dis-
trital e municipal.
Dessa forma:
Interesse da matéria Regência do plebiscito
Constituição Federal
Nacional
Lei n. 9.709/98 (normas gerais e específicas)
Constituição Estadual
Estadual Lei n. 9.709/09 (normas gerais)
Legislação estadual aplicável
Lei Orgânica do Distrito Federal
Distrital Lei n. 9.709/09 (normas gerais)
Legislação distrital aplicável
Lei Orgânica do Município
Municipal Lei n. 9.709/09 (normas gerais)
Legislação municipal aplicável
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O art. 7º da Lei retoma a questão dos plebiscitos relativos às alterações territoriais de Es-
tados e Municípios.
Art. 7º Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4º e 5º entende-se por população diretamen-
te interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmem-
bramento; em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a
da que receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em
relação ao total da população consultada.
De forma esquemática:
Em caso de desmembramento:
• a residente na área a ser desmembrada
quanto na área remanescente, que sofrerá o
“População diretamente desmembramento.
interessada” Em caso de fusão ou anexação:
• tanto a população da área que se quer
anexar quanto a da que receberá o
acréscimos.
Segue a Lei:
Art. 8º Aprovado o ato convocatório, o Presidente do Congresso Nacional dará ciência à Justiça
Eleitoral, a quem incumbirá, nos limites de sua circunscrição:
I – fixar a data da consulta popular;
II – tornar pública a cédula respectiva;
III – expedir instruções para a realização do plebiscito ou referendo;
IV – assegurar a gratuidade nos meio de comunicação de massa concessionários de serviço públi-
co, aos partidos políticos e às frentes suprapartidárias organizadas pela sociedade civil em torno da
matéria em questão, para a divulgação de seus postulados referentes ao tema sob consulta.
Com a aprovação do decreto legislativo, este será promulgado e publicado, sendo, após,
feita a comunicação pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional à Justiça Eleitoral.
Incumbirá à Justiça Eleitoral as providências elencadas, quais sejam:
• Fixar a data da consulta popular;
• Elaborar e divulgar a cédula e seu conteúdo;
• Elaborar e expedir instruções para a consulta;
• Providenciar a gratuidade de uso de meios de comunicação para divulgação de posicio-
namentos sobre a consulta popular.
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Art. 9º Convocado o plebiscito, o projeto legislativo ou medida administrativa não efetivada, cujas
matérias constituam objeto da consulta popular, terá sustada sua tramitação, até que o resultado
das urnas seja proclamado.
JURISPRUDÊNCIA
Desmembramento de município realizado sem a observância da exigência da consulta
às populações dos municípios envolvidos (art. 18, § 4º, da CF/88). Inconstitucionalidade.
Consoante a jurisprudência da Corte, deve ser sempre observada a exigência de realiza-
ção da consulta plebiscitária para o ato de desmembramento de municípios referida no
art. 18, § 4º, da Constituição Federal. (RE 614384 de 2.5.2022).
Criação ou desmembramento de Município. Limites territoriais. Imprescindibilidade de
prévia consulta às populações envolvidas, mediante plebiscito. (ADI 2660, de 4.2.2004).
Art. 10. O plebiscito ou referendo, convocado nos termos da presente Lei, será considerado aprova-
do ou rejeitado por maioria simples, de acordo com o resultado homologado pelo Tribunal Superior
Eleitoral.
Dessa forma, na consulta deverá ser formada maioria simples em um sentido ou em outro,
pela aprovação ou rejeição.
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Obs.: Ao exigir a formação da maioria simples para aprovação ou para rejeição a Lei deixa
enorme lacuna lógica no sistema.
Além disso, a linguagem usada é inadequada: não se aprova ou rejeita “o plebiscito
ou referendo” como o artigo em análise erradamente consagra, mas, sim, a MATÉRIA
dada à decisão popular direta pelo plebiscito ou pelo referendo.
No art. 11:
Art. 11. O referendo pode ser convocado no prazo de trinta dias, a contar da promulgação de lei ou
adoção de medida administrativa, que se relacione de maneira direta com a consulta popular.
É fixado aqui o prazo para a consulta referendatária, arbitrado em 30 dias após a promulga-
ção da lei ou adoção da medida administrativa que será submetida à validação popular.
No art. 12:
Art. 12. A tramitação dos projetos de plebiscito e referendo obedecerá às normas do Regimento
Comum do Congresso Nacional.
Novamente o legislador incorreu em deficiente técnica legislativa. O que tramita não é “pro-
jeto de plebiscito ou referendo”, mas projeto de decreto legislativo convocatório de plebiscito
ou referendo.
Na parte final é determinada a observância, extremamente equivocada, das normas do
Regimento Comum. Ocorre, no entanto, que projeto de decreto legislativo é de tramitação bi-
cameral, sujeito, portanto, aos Regimentos Internos da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, e nunca ao Regimento Comum.
Chega-se ao art. 13:
Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados,
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
§ 1º O projeto de lei de iniciativa popular deverá circunscrever-se a um só assunto.
§ 2º O projeto de lei de iniciativa popular não poderá ser rejeitado por vício de forma, cabendo à
Câmara dos Deputados, por seu órgão competente, providenciar a correção de eventuais improprie-
dades de técnica legislativa ou de redação.
O caput deste artigo repete as exigências da Constituição Federal, contidas no art. 61, §
2º, já visto.
A determinação de limitação a uma única matéria atende às normas de técnica legislativa
contidas na Lei Complementar n. 95, de 1998.
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Obs.: Por determinação constitucional, a Casa Iniciadora de projeto de lei federal de iniciati-
va popular é necessariamente a Câmara dos Deputados.
E finalizando:
Art. 14. A Câmara dos Deputados, verificando o cumprimento das exigências estabelecidas no art.
13 e respectivos parágrafos, dará seguimento à iniciativa popular, consoante as normas do Regi-
mento Interno.
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RESUMO
Este Curso analisa três das formas de democracia direta previstas na vigente Constituição
Federal, quais sejam o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular, tanto à luz da própria Cons-
tituição Federal quanto da legislação regulamentadora.
Seguindo a legislação de referência, é dado especial ênfase aos processos de alterações
territoriais de Estados e de Municípios, e a iniciativa popular de projeto de lei federal.
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EXERCÍCIOS
001. (INÉDITA/2022) A iniciativa popular de leis pode ocorrer no âmbito municipal, mediante
o oferecimento de projeto de lei municipal à respectiva Câmara de Vereadores.
003. (INÉDITA/2022) É legalmente possível, por referendo, a rejeição popular de ato legislativo.
008. (INÉDITA/2022) No caso de incorporação de área de um Estado por outro, o plebiscito de-
verá ser realizado na mesma data e no mesmo horário nas áreas dos dois Estados envolvidos.
009. (INÉDITA/2022) Tem amparo constitucional e legal que a criação de novo Estado se faça
por referendo, após a aprovação da lei que o cria.
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015. (INÉDITA/2022) Tem amparo na lega que Lei Orgânica de Município regulamente a reali-
zação de plebiscitos e referendos sobre matérias de interesse local.
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GABARITO
1. C
2. C
3. C
4. E
5. C
6. E
7. C
8. C
9. E
10. E
11. E
12. E
13. E
14. E
15. C
16. C
17. E
18. C
19. C
20. C
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GABARITO COMENTADO
001. (INÉDITA/2022) A iniciativa popular de leis pode ocorrer no âmbito municipal, mediante
o oferecimento de projeto de lei municipal à respectiva Câmara de Vereadores.
Art. 29 XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou
de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.
Certo.
003. (INÉDITA/2022) É legalmente possível, por referendo, a rejeição popular de ato legislativo.
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Como autoriza o,
Art. 3º Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do Poder Exe-
cutivo, e no caso do § 3º do art. 18 da Constituição Federal, o plebiscito e o referendo são convoca-
dos mediante decreto legislativo, por proposta de um terço, no mínimo, dos membros que compõem
qualquer das Casas do Congresso Nacional, de conformidade com esta Lei.
Certo.
No silêncio da Lei sobre maioria especial incide a regra do art. 47 da Constituição Federal, que
determina maioria simples.
Errado.
Na forma do,
Art. 4º A incorporação de Estados entre si, subdivisão ou desmembramento para se anexarem a ou-
tros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, dependem da aprovação da população dire-
tamente interessada, por meio de plebiscito realizado na mesma data e horário em cada um dos Esta-
dos, e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas.
Certo.
008. (INÉDITA/2022) No caso de incorporação de área de um Estado por outro, o plebiscito de-
verá ser realizado na mesma data e no mesmo horário nas áreas dos dois Estados envolvidos.
Art. 4º A incorporação de Estados entre si, subdivisão ou desmembramento para se anexarem a ou-
tros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, dependem da aprovação da população dire-
tamente interessada, por meio de plebiscito realizado na mesma data e horário em cada um dos Esta-
dos, e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas.
Certo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular de Lei (Lei n. 9.709/1998)
Gabriel Dezen
009. (INÉDITA/2022) Tem amparo constitucional e legal que a criação de novo Estado se faça
por referendo, após a aprovação da lei que o cria.
§ 2º À Casa perante a qual tenha sido apresentado o projeto de lei complementar referido no pará-
grafo anterior compete proceder à audiência das respectivas Assembleias Legislativas.
Errado.
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Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular de Lei (Lei n. 9.709/1998)
Gabriel Dezen
§ 2º À Casa perante a qual tenha sido apresentado o projeto de lei complementar referido no pará-
grafo anterior compete proceder à audiência das respectivas Assembleias Legislativas.
Errado.
015. (INÉDITA/2022) Tem amparo na lega que Lei Orgânica de Município regulamente a reali-
zação de plebiscitos e referendos sobre matérias de interesse local.
Na forma do,
Art. 6º Nas demais questões, de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o
plebiscito e o referendo serão convocados de conformidade, respectivamente, com a Constituição
Estadual e com a Lei Orgânica.
Certo.
Art. 7º Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4º e 5º entende-se por população diretamen-
te interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmem-
bramento; em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a
da que receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em
relação ao total da população consultada.
Certo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular de Lei (Lei n. 9.709/1998)
Gabriel Dezen
Art. 8º Aprovado o ato convocatório, o Presidente do Congresso Nacional dará ciência à Justiça
Eleitoral, a quem incumbirá, nos limites de sua circunscrição: I – fixar a data da consulta popular;
Errado.
Na forma do,
Art. 8º Aprovado o ato convocatório, o Presidente do Congresso Nacional dará ciência à Justiça
Eleitoral, a quem incumbirá, nos limites de sua circunscrição: IV – assegurar a gratuidade nos meio
de comunicação de massa concessionários de serviço público, aos partidos políticos e às frentes
suprapartidárias organizadas pela sociedade civil em torno da matéria em questão, para a divulga-
ção de seus postulados referentes ao tema sob consulta.
Certo.
Art. 10. O plebiscito ou referendo, convocado nos termos da presente Lei, será considerado aprova-
do ou rejeitado por maioria simples, de acordo com o resultado homologado pelo Tribunal Superior
Eleitoral.
Certo.
Teor do,
Art. 10. O plebiscito ou referendo, convocado nos termos da presente Lei, será considerado aprova-
do ou rejeitado por maioria simples, de acordo com o resultado homologado pelo Tribunal Superior
Eleitoral.
Certo.
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Gabriel Dezen
Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista em Direito Constitucional é,
atualmente, consultor legislativo concursado do Senado Federal. Foi, sempre por concurso público, dele-
gado de polícia federal e analista de Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. É professor de Direito
Constitucional e conferencista e parecerista nessa área jurídica. É autor de diversas obras sobre esse ramo
do Direito Público, a principal delas: Constituição Federal Interpretada (Editora Impetus).
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