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TGPP

14/09
Comprar: constituição (só com os artigos) – última versão; livro lições de ciência
política e direito constitucional
Lei da nacionalidade – site procuradoria-geral
Testes: 19 de outubro / 30 de novembro

18/09
Poder: faculdade de mandar e ser obedecido
Poder público: pressupõe… - dar uma ordem na perspetiva de que seja cumprida:
- quem dá a ordem (1ª vertente)
- porque é que tem condições para dar essa ordem (1ª vertente)
- porque é que devo cumprir a ordem (2ª vertente)
O que tem o poder tem de ter força para impor uma sanção caso a ordem não seja
cumprida
Ex. ditador – aquele que dita e que não aceita que o destinatário conteste; faz a sua
própria lei; não é uma atuação ilegal; quem desrespeita a lei é punido; não foi escolhido
pelo povo.
Legitimidade – aquele que dá ordens foi escolhido para tal pelo povo, ou seja, o povo
encontra-se de acordo e as suas vontades foram feitas
Onde há legitimidade há legalidade, onde há legalidade pode não haver legitimidade.
Poder e autoridade:
 Poder: não tem autoridade embora a lei esteja do seu lado
 Autoridade: tem legitimidade
Ex. um filho obedece aos pais por medo das consequências, por respeito, por
autoridade. Exercem influência e obedecem por convicção, confiança
 Obedeço a um governante por respeito mesmo que não concorde com as suas
ideologias e me imponha algo que não quero, e porque lhe reconheço autoridade
 Obedeço a um ditador por medo (pode haver consequências: morte, prisão, etc) e
não lhe reconheço autoridade nem respeito
Poder político – força e obediência
Estado: continuidade e permanência independentemente de quem está à frente
19/09
O que é legal é legítimo.
O que é ilegal é legítimo. (ex. uma revolução)
O que é legal é ilegítimo. (ex. ditadura)
O que é ilegal é ilegítimo. (ex. homicídio, corrupção, ditadura)
A posse de um bem pode não corresponder ao proprietário desse bem.
O cidadão vota porque tem esse poder.
Há uma coincidência entre legalidade e legitimidade.
Se alguém se autoimpor é legal, mas não legítimo.
Golpe de estado – mudança pela força dos governantes, dos titulares do poder; pode não
haver uma revolução
Revolução – mudança das pessoas e das políticas que governam; derrubam-se os
governantes; é sempre ilegal porque está a ir contra a constituição. A revolução do 25 de
abril foi ilegal, pois caso não vencessem podiam ir presos ou decretados para cabo verde
ou angola. No entanto, o seu ato pode ser considerado legítimo por alguns.
Para quem valoriza a legitimidade a legalidade é uma consequência desta. Para os que
entendem que a legalidade supera a legitimidade.
Nada é legítimo ou ilegítimo pois depende de cada sujeito.

21/09
Poder político com soberania:
Soberano – tem o poder absoluto, poder de fazer, executar leis e julgar quem não as
cumprir
O poder soberano passou para o povo. Poder supremo, absoluto e independente
(Supremo – superior; Absoluto – não há relativismos; independente na ordem externa)
O poder na ordem interna é superior, mas independente na ordem externa.
O poder soberano é superior, absoluto.
Se um estado decide entrar numa organização internacional (UE) tem de aceitar regras
de entrada nessa organização, mas independentemente a ideia de soberania pressupõe
que o estado é o detentor do poder absoluto…
O poder político dos Açores e da Madeira, câmaras municipais e juntas de freguesias
não é soberano porque não é superior ao poder político do Estado.
Distinguir poder político com soberania (Estado) e sem soberania (câmara municipal,
junta de freguesia)
Livro ciência política, Adriano Moreira (ver)
A assembleia da república tem a palavra decisiva em relação á constituição. O povo
vota nos partidos,
o parlamento tem 230 deputados; maioria absoluta – metade mais um – 116; maioria
relativa – mais um do que ficou em 2º lugar
maioria absoluta dos 230 deputados é 115+1=116
o governo depende e responde sempre à assembleia e não ao contrário. António Costa
tem de responder perante o parlamento.
O poder efetivo/a verdadeira sede do poder está no partido e não no parlamento.
Os partidos políticos têm o monopólio das candidaturas ao parlamento, logo têm muito
mais poder do que se pensa.
Isto tudo aplica-se mais aos governos de maioria absoluta de um único partido.

22/09
Relação entre tgpp e direito constitucional
Ciência política do direito constitucional
Facto político – estudo do fenómeno do poder e do Estado; acontecimento ligado à
instituição do poder político
Ciência política – sistema de conhecimento de técnicas para governar (possuir o poder)
Política – ação humana para a conquista e conservação do poder (natureza prática)
Direito constitucional – sistema de regras, uma cartilha do político; regras do político
O direito constitucional tem que aparecer em tgpp….
O que compõe o Estado? Povo, território e poder político
Direito público – regula as relações entre um sujeito privado e um sujeito do Estado
(direto penal, financeiro, …); o estado pode fazer cessar o contrato por motivos de
interesse público (desequilibrada)
Direito privado – regula todos os ramos do direito que estabelece sistema de regras entre
sujeitos privados (direito civil); os dois sujeitos têm uma relação de paridade nos
acordos
Constituição: preâmbulo – “de abrir caminho para uma sociedade socialista”
Ler epígrafes dos artigos
Artigo 2º
Artigo 4º - lei da nacionalidade e convenção da nacionalidade
Artigo 5º - 1. Aquilo que historicamente pertenceu a Portugal é território português
Artigo 9º e) –
Direitos e deveres sociais: direito ao ambiente, habitação
Organização económica: eliminação de diferenças sociais, económicas e território
(artigo 81 a) e b))
Política agrícola:
Organização do poder político:
Descentralização do poder do Estado

25/09
Não confundir povo, com nação e população:
População – natureza estatística; define o conjunto de pessoas que vivem de forma mais
ou menos temporária num determinado local ainda que não pertençam à comunidade
nacional (não significa que são cidadãos)
Saber quantos somos em determinado momento, época ou local tem uma
importância fundamental para a própria organização administrativa e pública procurar
responder o mais possível aos problemas que recorrem do aumento da população (ex.
jornadas da juventude)
Povo – natureza jurídico-política; conjunto de indivíduos ligados entre si pelo mesmo
vínculo jurídico de cidadania ou nacionalidade
Os constitucionalistas dizem que se deve preferir nos dias de hoje o termo cidadania
ao termo de nacionalidade atendendo a que a palavra nação e nacionalidade tinham um
cariz político identificador do regime anterior, quanto a palavra cidadania é a palavra
mais convincente…
O artigo 4º da Constituição fala de cidadania. Esta adota com muito mais ênfase o
conceito dotado da palavra de cidadania ??
O cargo de presidente da república assim como outros, só podem ser exercidos por
um cidadão português originário.
Nação – natureza jurídico-política; conjunto de indivíduos ligados entre si pela mesma
história, mesma cultura, mesma língua, etc. (deriva de nascio – nascimento)
Assembleia legislativa nacional – Assembleia da República

26/09
Sede do poder – livro de ciência política do prof. Adriano Moreira (melhor manual)
Livro de ciência política e direito constitucional do prof Marcello Caetano
O estado nasceu para servir as pessoas. O estado é uma criação humana. É uma
organização e divide-se em vários órgãos. O Estado é uma comunidade politicamente
organizada onde impera a força da lei e nunca a lei da força (lei do forte, estado
selvagem). O estado é criado para preservar a própria liberdade individual dos
indivíduos através da coação e da segurança. O Estado é um povo fixo num território,
ou seja, o representante do povo define as sanções/regras. Em nome da segurança,
prescindimos da nossa liberdade individual.

28/09
Ler genealogia do estado!!

Voto de confiança – voto que o governo pode solicitar à Assembleia da República para
saber se mantém ou não a confiança no Parlamento.
As eleições são para eleger o Parlamento. Os cidadãos elegem indiretamente o primeiro-
ministro com os seus votos e com estes pretendem eleger um deputado para a
Assembleia da República.
É muito raro os 13 juízes do tribunal constitucional estarem de acordo.

Frequência – II – b) Somar e dividir por dois (sem contar com os brancos e os nulos)
Se nenhum candidato registar maioria absoluta na primeira volta, terá de haver uma
segunda volta 15 dias depois, em que só podem concorrer os dois mais votados. Mesmo
que os outros candidatos desistam, continua a haver segunda volta, mesmo que vá um
candidato sozinho.
Eleições:
1ª volta – maioria absoluta
2ª volta – basta a maioria relativa (basta ter mais um)

29/09
Estado – realidade político-institucional que se traduz no ordenamento jurídico
Nação – realidade sociopolítica onde estão presentes elementos que unem as pessoas:
culturais, naturais, históricos, ideológicos, linguísticos.
Só é atribuída a nacionalidade a quem não tenha sido condenado a uma pena de prisão
superior a 3 anos.
Os estados devem dar nacionalidade às pessoas em primeiro lugar para evitar a
apatridia. Se um indivíduo tem um vínculo jurídico com o Estado, se é um apátrida, e se
não tiver cometido nenhum crime tem direito à cidadania. Se formos apátridas temos
mais hipóteses de ter cidadania.
A convenção sobre a redução dos casos de apatridia (1961) e a convenção europeia
sobre a nacionalidade (1995).
Ver artigo 26º da CRP
A nossa lei da nacionalidade só prevê um caso de possibilidade de perda desta (previsto
no capítulo III artigo 8º nº1 da lei da nacionalidade). Só se o próprio indivíduo declarar
que quer perder a nacionalidade, caso contrário, ninguém pode perder a nacionalidade.
Perde a nacionalidade, mas não fica apátrida, pois apenas perde a portuguesa, não a
original.

2/10
O poder político é dirigido à polis.
O poder político tem características próprias e específicas, ou seja, não falamos do
poder natural, social ou que se exerce dentro de uma empresa, mas sim do poder
político. Este poder político tem duas características principais:
1ª: poder exercido de forma universal destina-se a todos os cidadãos que integram uma
comunidade politicamente organizada e não a um grupo em específico. A
universalidade é restrita ao território político a que corresponde o Estado (ex. uma lei
portuguesa não abrange os espanhóis). A própria lei resulta de um ato de poder, uma
vez que quem a fez tem poder para tal (poder político). Esta característica é uma
característica do poder político.
2ª: poder exclusivo, ou seja, mais ninguém o tem. Este poder político, exercido por
órgãos políticos dentro da comunidade politicamente organizada (Estado), é exclusivo a
estes órgãos (ex. O poder exercido pela Assembleia da República é exclusivo a esta).
Estas duas características dá-nos uma perspetiva completamente distinta de todos os
outros tipos de poder que podem ser exercidos.
Para entender a lei precisamos de saber de onde nasceu, quem a fez, porquê e perceber o
que esta diz, o porquê de dizer o que diz e não o contrário e porque é que o legislador a
criou.
1º ponto: entender porque é que o legislador tem poder para fazer uma lei (o legislador
faz o que faz porque tem poder para tal, sendo que o titular do poder delegou esse poder
em órgãos para que estes façam o que estão a fazer) – conjunto de pessoas integradas
num órgão
2º ponto: qual a razão para justificar a lei criada
O poder político, que diz respeito à comunidade política que se organizou no território
politicamente, que criou o Estado, pode apresentar-se de várias formas.
Temos de entender que o poder do Estado, num primeiro momento estava muito
concentrado nos órgãos nacionais (órgãos soberanos), começou a ser “dinamitado” por
cima e por baixo, ou seja, o poder de natureza infra estadual e o poder supraestadual
começaram a perder poder para cima e para baixo. Começou-se a transferir poderes que
outrora eram exclusivos dos órgãos centrais para autarquias locais, governos regionais
e, estes órgãos são órgãos políticos (câmara, municipal, assembleia municipal,
assembleia legislativa regional, etc) passaram a ter poderes próprios que resultam de
algo que estava concentrado nos órgãos do poder político do Estado, mas que este
começou a libertar esses poderes para serem exercidos por órgãos infra estaduais. Do
mesmo modo, a dinâmica internacional conduziu à criação de organizações
internacionais (UE). A UE passou a ser dotada de poder que vem do Estado que criou a
própria EU (poder supraestadual).
Quando analisamos o poder político do Estado devemos sempre ter presente que há hoje
novas dinâmicas e realidades, seja dentro ou fora do território, que nos aponta ou para o
poder de natureza infra estadual ou para o poder supraestadual (fora do território), para
além do Estado que obviamente vieram diminuir o poder político do Estado central.
Não podemos deixar de analisar o poder político não apenas no contexto histórico, mas
também atual. Só podemos entender o poder do contexto atual se souber como este era
antes.

3/10
Criámos o Estado para nos ser útil, e atribuímos-lhe três fins: segurança, justiça e bem-
estar social. O bem-estar da comunidade é o bem-estar individual de cada um dos
membros da comunidade.
Ninguém quer viver numa comunidade organizada para viver mal. A lógica de vivermos
em comunidade é de que esta nos proporciona o bem-estar.
Se os fins do Estado são consensuais, já não é consensual como chego a esses fins.
Constitucionalmente, o Estado está obrigado a desenvolver as tarefas referidas no artigo
9ª, para alcançar a segurança, a justiça e o bem-estar social. Estas tarefas traduzem-se
em funções específicas que o Estado vai desenvolver tendo sempre o mesmo fim. A
constituição define como é que a tarefa deve ser desenvolvida, ou seja, os meios
utilizados para os fins.
É fim do estado ter em atenção o bem-estar social e garantir que todos os cidadãos
independentemente das suas condições económicas tenham acesso à saúde e à educação.
Para além de pagar impostos temos o dever cívico de votar.

6/10
Caso prático 1:
1. Amílcar não se pode tornar apátrida, uma vez que, mesmo que este solicite a perda da
nacionalidade, não poderia ficar sem esta se não tiver uma outra nacionalidade. Se
Amílcar tiver outra nacionalidade poderia fazer o pedido de perda de nacionalidade,
pois assim já não ficaria apátrida, sendo que o objetivo é evitar os casos de apatridia.
2. ver artigo 27º, artigo 15º nº1 e nº3 CRP. Arnaldo não se pode tornar embaixador uma
vez que sendo apátrida não pode exercer cargos políticos, sendo que estes cargos apenas
podem ser exercidos por portugueses originários.
3. (artigo 1º, alínea r) lei da nacionalidade). Um nova-iorquino que tenha um filho em
Portugal, este será português e vice-versa. Cada Estado deve definir as suas regras sobre
nacionalidade e uma vez que os EUA são uma federação, o Estado não pode definir
regras de cidadania, só a federação. Suponde que o Estado de Nova Iorque tinha
competências para definir as regras de nacionalidade dos nova-iorquinos, mas não podia
definir quem pode ou não adquirir nacionalidade em Portugal, exceto se houvesse um
acordo entre os dois.
Caso prático 2:
Carlos será maior de idade uma vez que este tem obrigações militares a cumprir. (artigo
6º nº5). O facto de os seus pais não terem título de residência legal não afetaria a
atribuição de cidadania a Carlos.
Caso ele fosse menor de idade (artigo 6º …). Título legal de residência é uma
autorização de residência que se adquire no SEF, mas não é necessariamente uma
autorização de residência, pois é ter uma residência fixa e determinada, que se obtém
através de uma declaração da junta de freguesia em como reside naquela morada,
levando duas testemunhas.

9/10
Quando falamos do poder falamos essencialmente do conjunto de faculdades atribuídas
aos órgãos do Estado para determinar as competências que esses órgãos hão de possuir.
O poder político num estado de direito democrático pertence ao povo e é atribuído à
organização que o povo construiu, ou seja, o Estado e aos seus órgãos no sentido de
determinar as competências que estes órgãos hão de possuir. Quando queremos saber os
poderes do presidente no quadro do sistema de governo português, vamos perceber as
competências deste para exercer esses poderes (ex. o presidente tem a competência para
vetar uma lei, pois tem o poder para tal).
Na temática dos poderes do estado, não se pode esquecer o princípio da separação. O
poder do povo não é dividido, mas a separação de poderes pressupõe que os órgãos que
vão exercer o poder em nome do povo têm poderes que não são exclusivos para que
haja um controlo mútuo dos próprios órgãos no sentido de não existir o poder absoluto
concentrado num órgão.
A doutrina costuma apontar John Locke como o primeiro a falar sobre a separação de
poderes, mas o primeiro foi Aristóteles, chamando a isso separação das magistraturas.
Na idade moderna, deve-se a Locke a teoria da separação de poderes no sentido de que
um Estado liberal é aquele em que o poder não está concentrado nas mãos do…, ou seja,
o liberalismo surge como reação ao absolutismo, defendendo uma doutrina/teoria de que
o poder não pode estar concentrado num único órgão, mas sim separado porque essa
separação garante a liberdade do próprio cidadão. Se o poder estiver concentrado todo
nas mesmas mãos, se o mesmo órgão criar a lei, executar a lei e julgar quem não a
cumpre.
O princípio da separação de poderes foi em primeiro lugar defendido por Aristóteles,
depois por Locke e foi mais enfatizado por Montesquieu, que falou sobre o poder
legislativo, executivo e judicial numa lógica, nomeadamente em relação ao legislativo e
executivo, que estes se respeitavam nas suas funções/competências, mas que de algum
modo se controlavam um ao outro. O poder judicial é um poder dependente da lei, ainda
que aquele que tem de executar este poder, não tem a liberdade de definir a própria lei,
ou seja, um juiz não é livre para decidir se um crime de homicídio é ou não crime de
homicídio, portanto ele está dependente daquilo que a lei estipula e, deste modo, é,
todavia, independente do poder político, ou seja, está dependente da lei, mas não está
dependente do poder político (ex. um governante, só por o ser, não pode dizer a um
magistrado para julgar de uma forma ou outra).
Quando analisamos a teoria dos poderes e da separação de poderes para
compreendermos verdadeiramente a essência de um Estado de direito, sendo que hoje a
separação de poderes é uma interdependência de poder, pois no tempo de Montesquieu,
o órgão que legislava era totalmente separado do que executava, ou seja, não cabia ao
poder executivo (governo) legislar, mas a prática demonstra o contrário, pois tem
havido uma evolução e no sentido de que os governos, embora sejam órgãos executivos,
têm também função legislativa, ou seja, os governos têm também a possibilidade de
fazer leis, neste caso decretos-lei, seja ao abrigo de competência própria estabelecida
por exemplo no artigo 198º da CRP, seja por delegação de competências da assembleia
da república. Os artigos 164º e 165º da CRP indicam-nos as competências legislativas
da assembleia da república, sendo que as matérias consignadas no artigo 164º são
matérias não delegáveis, ou seja, de competência exclusiva à assembleia, mas as
matérias que constam no artigo 165º, a assembleia pode autorizar o governo a legislar.
Se o governo pode legislar, seja por via de uma lei de autorização legislativa, seja no
âmbito das suas competências próprias constitucionalmente definidas, significa que o
governo também legisla, logo a antiga separação de poderes de que o que executa não
legisla deixou de funcionar. Esta perspetiva conduz-nos a perceber que os poderes que
estão ao dispor do estado através dos órgãos deste, se revelam competências vão apontar
também para o exercício de determinadas funções. O estado foi criado pelo Homem
para lhe ser útil, ou seja, desenvolver e atingir determinados fins. Quais são as funções
que o estado tem de desempenhar para que esses fins sejam alcançados. Quando
falamos das funções do estado, procuramos falar da concretização objetiva daqueles
poderes, tendo em vista alcançar os fins.
Se criamos o Estado par anos ser útil e alcançar determinados fins: segurança, justiça e
bem-estar social, este tem de ser dotado de poderes/competências, que lhe permitam
exercer determinadas funções, tendo em vista alcançar esses fins.
Essencialmente (pode não ser exclusivamente) as funções do Estado são: função
constituinte, ou seja, a função de constituir, criar uma Constituição (compete à
Assembleia). Cabe ao Estado, através dos órgãos com competência para tal, criar o seu
quadro constitucional, escrever a sua própria Constituição. É evidente que, falamos de
Estados como Portugal, que têm Constituição escrita, mas existem Estados sem
Constituição escrita, embora isso não signifique que não a tenham (ex. Inglaterra não
tem Constituição escrita, ou seja, em sentido formal, mas não significa que não tenham
uma Constituição em sentido material). A Constituição em sentido formal aponta-nos
para as normas como elas se apresentam no texto legal, enquanto a Constituição em
sentido material aponta-nos para os princípios a que obedecem ou devem obedecer essas
normas.
Muitas vezes falamos da Europa como uma coisa só, mas existem quadros culturais que
conduzem a quadros jurídicos que não são iguais.
A função constituinte compete à Assembleia e é uma função muito relevante, pois é a
partir desta que é desenvolvida pela existência de um poder constituído, ou seja, uma
Assembleia que se constitui para criar uma Constituição é uma Assembleia constituída,
tem o poder de fazer uma Constituição, exercendo a função constituinte.
A partir do momento em que está criada uma Constituição, há um poder que foi
constituído. Há um conjunto de funções que são desenvolvidas a partir do poder
constituído. Há quem entenda que no âmbito da função constituinte há também a função
legislativa e, há autores, nomeadamente o professor Ricardo Leite Pinto e José Matos
Correia, que identificam essa função legislativa do domínio da função constituinte com
a possibilidade de o Parlamento rever ou alterar a Constituição. As alterações à
Constituição são feitas através de uma lei de revisão constitucional. Estes autores
chamam a essa função de revisão da Constituição uma função legislativa desenvolvida
no âmbito da função constituinte.
Ordem das funções:
1.Função política
2.Função legislativa
3.Função jurisdicional
4.Função administrativa
Estas 4 grandes funções são desenvolvidas pelos órgãos do Estado para que os tais fins
do Estado possam ser alcançados.
Ex. o Parlamento exerce uma função política, pois dizemos eleições legislativas no
pressuposto de que estamos a eleger o órgão que vai legislar, mas na realidade esse
órgão não legisla apenas, também desempenha uma função política.
Ver artigo 195º CRP
Quando se discute se o primeiro-ministro e o governo têm ou não a confiança do
Parlamento, quando se discute se o Parlamento deve ou não censurar o governo, não se
discutem leis, mas sim política. Quer a moção de rejeição, quer a moção de censura,
quer o voto de confiança são 3 exemplos muito claros de manifestações que se
desenvolvem no âmbito da função política de um órgão, neste caso o Parlamento.
A função legislativa é a função de produzir leis (artigo 164º CRP). Se o Parlamento é o
órgão de soberania do Estado, compreende-se que falemos de funções política e
legislativa do próprio Estado.
Nos casos práticos que refere que x deputados em efetividade de funções (todos os
eleitos = 230; maioria absoluta = 116) e outros referem que x deputados que estão
presentes. Ex. Uma proposta tem de ser aprovada por maioria absoluta de toda a turma,
não é o mesmo que dizer que tem de ser aprovada por maioria dos presentes (ver
quantos são os presentes e dividir por 2 e mais 1).
Se houver um caso prático que diga que o governo legislou sobre a lei eleitoral do
presidente (artigo 164º, alínea a)). Seria uma rasteira porque o governo não pode
legislar sobre nenhuma das matérias … porque é inconstitucional, estaria a violar a
Constituição. Nenhum órgão de soberania pode agir contra o que está na Constituição.

10/10
Funções do estado:
Função política é aquela que manifesta a produção de atos de natureza política (ex.
moções de censura, etc)
Quando falamos da função legislativa falamos de todo o tipo de atos praticados por
órgãos políticos que têm como função a produção de atos de natureza legislativa. (artigo
112º CRP – atos normativos). Dentro dos atos normativos há uma distinção entre atos
legislativos. Os atos legislativos são por norma atos normativos, mas nem todos os atos
normativos são atos legislativos. O regulamento é um ato normativo, mas não é
legislativo. Os atos legislativos são as leis, decretos-lei e os decretos legislativos
regionais (artigo 112º, nº1 CRP).
Os atos legislativos são, por natureza, a manifestação da função legislativa, ou seja, os
órgãos que têm a função de produzir os atos legislativos. No nosso quadro
constitucional são o Parlamento Nacional (leis), o Governo (decretos-lei) e as
Assembleias Legislativas Regionais dos Açores e da Madeira (decretos legislativos
regionais).
A função legislativa, ou seja, aquela que visa produzir atos legislativos, é uma função
clara do Estado e pode ser feita pela Assembleia da República, pelo Parlamento, pelo
Governo e pelas Assembleias Legislativas Regionais. Porém, quer o Parlamento
Nacional, quer os Parlamentos Regionais, não têm apenas a função de fazer leis ou
decretos legislativos regionais, mas também uma função política. A estas funções
específicas, claras e fundamentais, juntamos a função jurisdicional do Estado que é da
competência de órgãos específicos do Estado (Tribunais), sendo que a função
jurisdicional praticada, desenvolvida, exercida pelos Tribunais, é uma função que está
dependente daquilo que a lei define, mas é independente do poder político. Está
dependente do que a lei define na medida que o Tribunal não faz leis. O Tribunal não é
um órgão legislativo, não obstante de poder ter interferência na produção do ato
legislativo. Se o Tribunal Superior, qual seja a relação, ou o próprio Supremo Tribunal
de Justiça, ou o Tribunal Constitucional, pela via da forma, interfere ao se pronunciar. O
Tribunal não faz lei, mas pode impedir a sua existência, pode dizer que não concorda
com a lei por esta violar a Constituição. Os Tribunais não têm a possibilidade, por si, de
fazer lei. Se alguém é acusado de um crime, o Tribunal não pode criar uma lei
específica para julgar essa pessoa. O Tribunal age conforme a lei. Não compete ao juiz
criar uma lei diferente. Ao mesmo tempo é independente do poder político, pois um juiz
não tem de obedecer a nenhum órgão político para tomar a sua decisão. Quando um
Tribunal estiver dependente do poder político, estaria posto em causa o princípio do
Estado de direito. Este assenta essencialmente na separação de poderes, e a verdadeira
separação de poderes hoje manifesta-se pela independência dos Tribunais em relação ao
poder político.
O juiz tem de obedecer à lei, tem de julgar de acordo com aquilo que a lei decidiu, mas
apesar dessa dependência além, e não à pessoa concreta que legislou, tem de ser
independente no seu julgamento em relação ao titular do poder político.
A função jurisdicional é uma função que compete ao Estado, pois nós criámos o Estado
e um dos seus fins é a justiça. Nós decidimos, enquanto comunidade organizada, não
fazer justiça pelas próprias mãos (uma das características do Estado). Entregámos ao
Estado a função de julgar e condenar um criminoso.
O povo criou uma estrutura em quem delegaram funções, que vai ser desenvolvida em
seu nome (Estado).
A função administrativa é aquela que o Estado desenvolve para a produção de bens e
serviços a favor da comunidade que este serve. Pode fazê-lo através da produção
normativa, da produção de regulamentos, regulamentos que definem coisas simples
como candidaturas à função pública. Construir estradas, pontes, estações de comboios,
etc., são funções administrativas que são tomadas em face de decisões de natureza
política, mas são executadas administrativamente, tendo em vista o próprio bem-estar.
Administração pública –
O Estado foi criado para representar o povo e os seus órgãos são representados por
titulares. Temos de entender quem é que dentro do Estado exerce verdadeiramente as
funções. Ao falar dos órgãos do Estado, falamos do conjunto de entidades a quem são
atribuídas as competências para exercer essas mesmas funções. Não podemos confundir
o órgão com o seu titular. O órgão é algo que se mantém para além daqueles que os
criaram e que exercem funções neste.

12/10
Poder político soberano - Poder político supremo e absoluto (Estado soberano)
Poder político não soberano – dotados de outros órgãos do estado que não os órgãos
políticos soberanos (autarquias locais e governos regionais)
(05:39)

13/10
Caso prático:
1.Antes de irmos ao artigo 3º da lei da nacionalidade temos que analisar a questão para
saber se aplicamos a lei port ou espanhola, B tem 2 nacionalidades e nos paea
recorrermos a nacionalidade port, para aplicar a lei portuguesa qual e o artigo que da …
à lei portuguesa, artigo 27 da crp Arnaldo sendo apátrida e tendo casado com uma
mulher que tem dupla nacionalidade. Qual ere a o artigo que utilizávamos aqui- artigo
15 da CRP para equiparar os apátridas aos estrangeiros e por isto nos recorremos ao art
15 n 1 para concluir que há uma equiparação entre estrangeiros e apátridas, poderíamos
fazer uma
Arnaldo pode ser embaixador assim que deixasse de ser apátrida e se tornasse
português.
Caso prático de Carlos, restava saber se depois de ele adquirir nacionalidade
portuguesa… artigo 21 número 3 alinea a da convenção europeia da nacionalidade,
regra: quando um cidadão tem dupla nacionalidade só tem que cumprir obrigações
militares no pais residente, no entanto na segunda parte da alínea a ele podia escolher
fazer o serviço militar em Espanha, obrigatoriamente é no pais residente mas tem opcao
de escolher fazer serviço militar também em Espanha.
Há aqui uma outra nuance é se o Carlos escolhesse cumprir serviço em Espanha tinha
que o fazer pelo mesmo tempo que fez no seu país residente.

16/10
(Elementos do estado: povo, território e poder político soberano)
Órgãos do estado: meios que permitem que o Estado intervenha
Não basta criar o Estado, este tem de utilizar os seus órgãos e os respetivos titulares,
para atingir os seus fins.
Os órgãos são centros de imputação (atribuição) do poder que se manifestam no âmbito
das competências que lhe estão legalmente atribuídas, tendo em vista alcançar os fins a
que o Estado se propõe no momento da sua própria constituição.
O Estado exerce funções tendo em vista alcançar os fins.
Nunca pode haver confusão entre o conceito de poderes do Estado e funções do Estado.
Esses órgãos podem ser órgãos de soberania ou órgãos políticos não soberanos. A CRP
(artigo 110º) identifica de uma forma muito objetiva os órgãos de soberania, ou seja, se
o Estado tem como um dos elementos o poder político soberano
Órgãos de soberania – são dotados de poder político soberano: o presidente da
república, a assembleia da república, o governo e os tribunais (a Constituição atribui o
exercício do poder político soberano). A Constituição enquanto lei fundamental do país
atribuiu-lhes poder. Estes órgãos atuam em nome do Estado uma vez que têm
competência para tal. O tribunal está dependente da lei, mas não está dependente do
poder político. Os tribunais são órgãos que em determinada circunstância tem um
magistrado, mas podem ser coletivos. Os órgãos legislativos são a assembleia da
república, órgão legislativo por excelência, e o governo, quer no quadro das suas
competências próprias (artigo 198º CRP), quer no quadro das competências que lhe são
delegadas pela assembleia da república (artigo 165º CRP).
Os órgãos podem ser classificados por: composição do órgão e processo de decisão do
órgão.

Composição do órgão: Órgãos singulares ou colegiais


Órgão singular – constituído apenas por um titular (o órgão não se confunde com o
titular) (ex. o órgão presidente não se confunde com o titular que exerce)
Órgão colegial – constituído por mais que um titular (ex. assembleia e governo)

Processo de decisão: Podemos ter órgãos simples ou complexos


Simples – indica que o processo de decisão é imediato e não carece de procedimentos
alheios ao titular do próprio órgão (ex. presidente – para tomar determinadas decisões,
pode ser obrigado a ouvir o conselho de estado, mas toma a decisão sozinho)
Complexos – Um órgão como a assembleia, quando delibera existe um conjunto de
procedimentos que tem obrigatoriamente de ser seguido, pois esse procedimento é
fundamental para que se cumpra o que está formalmente estipulado na Constituição

O presidente pode dissolver a assembleia e convocar eleições antecipadas, mas está


limitado constitucionalmente às seguintes circunstâncias, ou seja, não pode dissolver a
assembleia em 3 casos concretos: nos primeiros 6 meses de mandato após a eleição da
assembleia; nos últimos 6 meses de mandato do próprio presidente; e quando está em
vigor o estado de sítio ou estado de emergência. Fora estes casos, o presidente tem toda
a liberdade para dissolver a assembleia da república e convocar as eleições legislativas
antecipadas. O presidente pode dissolver a assembleia estando obrigado a ouvir o
conselho de Estado, mas não está vinculado a seguir esse conselho. No caso de ouvir o
conselho de estado, o presidente pode decidir por si mesmo se dissolve ou não a
assembleia.
CRP artigo 168º - explica todos os passos que podem e devem ser dados para que um
diploma possa ser aprovado na assembleia da república. Antes de existir uma votação é
obrigatório existir um debate na generalidade (sobre todo o projeto) e outro na
especialidade (artigo a artigo). Só após a discussão é que pode haver uma votação (nº2)
que compreende a votação na generalidade, a votação na especialidade e uma votação
final global. Consoante as matérias, o tipo de votação pode ser diferente. O tipo de
matéria interfere na própria orgânica do Estado e, portanto, envolve questões que têm
uma interferência muito mais objetiva na vida de cada um de nós. Para determinado tipo
de assuntos, a Constituição refere que para se aprovar uma lei sobre determinada
matéria, seja necessário mais do que a maioria simples, ou seja, a maioria absoluta, ou
de dois terços.
Proposta de lei – governo
Projeto de lei – deputados
O governo é um órgão que integra ministros, secretários de estado, e pode integrar
subsecretários de estado. Estes dois últimos não pertencem ao conselho de ministros,
mas nada impede que o primeiro-ministro os convide para participar numa determinada
reunião do conselho de ministros, um secretário de estado específico de uma
determinada área. No entanto, estando a convite, não integra o órgão. O governo é um
órgão que abrange não apenas os membros do conselho de ministros, mas também todos
os demais membros do governo, quais sejam os secretários de estado e os subsecretários
de estado, caso existam.
Quando o governo decide de acordo com a sua própria lei orgânica, tem de ouvir os
secretários de estado, estes …

17/10 (editar)
Poder político soberano – exercido pelos órgãos de soberania
Saber apenas que o território marítimo existe e a sua extensão
Elementos que constituem o órgão – instituição, competência, titular e cargo + tipologia
Dentro de um estado soberano existe poder político, mas não soberania.
A lei que define os poderes da assembleia é a constituição. Mas a assembleia tem
poderes para alterar a constituição sendo que é um órgão soberano.

23/10
Só podemos falar de Estado quando estão reunidos 3 elementos constituídos: o povo, o
território e o poder político soberano. A ausência de qualquer um destes 3 elementos
significa que não estamos perante um Estado tal e qual como o que estudamos. Se o
Estado tem poder, coloca-se, desde logo, a pergunta “sobre quem é que o Estado exerce
esse poder e onde?”. Exerce-o sobre os seus cidadãos que habitem no território
português, ou seja, um cidadão português que esteja emigrado noutro país, o Estado não
lhe dá ordens. O Estado exerce o poder sobre todos aqueles que, mesmo que não sejam
cidadãos portugueses, desde que habitem no território português, o que significa que o
alcance desse poder é o território nacional, sem um território, dificilmente o Estado
exerceria o seu próprio poder. O poder do Estado exerce poder sobre os cidadãos, os
estrangeiros e apátridas que vivam em território nacional. Importa ter presente que o
território é um elemento importante da afirmação do poder político.
O Estado é uma manifestação de independência, vontade própria e…
Se o território é algo importante, importa perceber como é que este é
constituído/composto. É composto por 3 partes, sendo que duas são comuns a todos os
Estados e uma existe apenas nos Estados costeiros. Quando dizemos que o território é
composto por terra, mar e ar, temos de perceber se o Estado a que nos referimos tem
mar. Um Estado interior não tem mar, embora possa ter rios, ou seja, águas interiores. O
território pode ser constituído por 3 elementos, mas nem sempre isso acontece, no
entanto, dois têm de existir (terra e ar). Quanto à parte terrestre, não pode haver dúvidas
que é aquela que é delimitada fronteiriçamente pelos tratados e acordos internacionais.
Há uma lógica que importa ter presente, o espaço aéreo tem de ser livre para tudo o que
seja aviação de natureza comercial, ou seja, nada pode impedir que um avião de
natureza comercial frequente o espaço aéreo. A aviação militar tem de pedir autorização
para entrar em território português. A liberdade que existe em relação a um avião
comercial ou de passageiros, não é a mesma que um avião militar.
Quanto ao espaço marítimo, existem 4 noções que devem estar presentes. Fora as águas
interiores, devemos ter sempre em consideração o mar territorial, a zona contígua, a
ZEE e a plataforma continental, sendo que o Estado português exerce plena soberania
nas águas costeiras, no mar territorial e na plataforma continental. No entanto, já não
exerce plena soberania na zona contígua e na ZEE. Apesar de chamarmos zona
económica exclusiva, que significa que o Estado português tem aí plena possibilidade
de pescar, etc., mas não pode determinar quem passa ou não nessas águas.
Independentemente desta distinção entre soberania plena ou limitada, importa ter
presente que o direito de passagem pacífica é algo consagrado nas convenções
internacionais. Esta é uma questão relevante, pois se não existe duvidas sobre o que é o
mar territorial (12 milhas da costa) e sobre a zona contígua (24 milhas) e a ZEE (200
milhas). A plataforma continental, que resulta da convenção … europeia, é algo de
relevante, pois estamos a falar de uma área extensíssima que tem um prolongamento…e
se as proteções das nações unidas forem bem aceites, Portugal pode se transformar num
dos maiores países do mundo em área territorial, não pela sua área terrestre.
Perceber a dimensão territorial é fundamental para perceber até onde pode ir o poder do
Estado e, nomeadamente, quando falamos do mar, falamos de algo que esconde
riquezas muito superiores àquelas que existem na terra.
Importa também perceber o que são as formas do Estado (pg. 237 e seguintes do
manual)
Quando falamos da forma do estado queremos perceber como é que aquela estrutura, a
que demos o nome de Estado, se organiza internamente. Portugal tem um território
(terrestre, marítimo e aéreo), um povo, e um poder político que esse povo exerce nesse
território através do Estado e, fundamentalmente, dos seus órgãos.
Quando falamos da forma do Estado, estamos a tentar entender como é que o Estado
está organizado em todo o território, e se os órgãos que existem e que representam o
Estado em todo o território têm mais ou menos autonomia de decisão e em que, em
relação aos órgãos centrais que são os órgãos nacionais.

24/10
Formas de estado é uma coisa, forma de governo é outra, sistema de governo é outra e
regime político é outra. Cada uma destas expressões tem um significado próprio e, de
modo algum, podem ser expressões confundíveis.
O Estado é uma organização criada por vontade do povo e que este é o detentor legítimo
do poder e atribui a esta organização o seu próprio poder. Percebemos que o Estado se
manifesta através de órgãos do próprio Estado. Este não poderia agir se não fosse
através destes órgãos que criou para que em nome do Estado pudessem desenvolver
uma ação política. Importa perceber que dentro desse Estado só existem os órgãos de
soberania (órgãos nacionais: presidente, assembleia, etc) ou se no território existem
outros órgãos que também exercem o poder político que foi atribuído por nós ao Estado.
Quando estamos a analisar a forma do estado, estamos a tentar entender qual é a divisão
vertical do poder, como é que o Estado, que tem o poder, o divide, ou seja, o poder do
Estado está concentrado apenas num órgão ou mais.
Temos de perceber como é que o poder está dividido para perceber a quem compete o
que.
Forma de Estado quer dizer divisão vertical do poder, ou seja, como é que o poder está
dividido dentro do território ao nível dos próprios órgãos do Estado.
Quando queremos avaliar a divisão horizontal do poder temos de tentar perceber como é
que o poder, ao nível do seu exercício, está repartido entre os órgãos do governo (ao
nível dos órgãos do governo) (pressuposto que estão todos no mesmo plano). Todos os
órgãos do governo são órgãos do Estado, mas nem todos os órgãos do Estado são
órgãos do governo.
Pela avaliação dessa divisão horizontal do poder que podemos definir qual é o sistema
de governo que vigora num país, ou seja, saber se é um sistema de governo presidencial
(implica considerar que o poder está essencialmente concentrado no presidente),
semipresidencial (repartição de poder entre os órgãos de governo que implica que
valorize quer o presidente quer a assembleia), parlamentar (valoriza-se o parlamento,
pois o poder está essencialmente concentrado neste), ou até de primeiro-ministro.
Forma de estado (divisão vertical do poder) é diferente de sistema de governo e de
forma de governo (se o governo é republicano ou monárquico).
Regime político é a relação que se estabelece entre os detentores do poder político e o
povo: democracia ou ditadura. Se o detentor do poder político tiver uma relação de ditar
regras ao povo sem pedir opinião, é um ditador, pois está a ditar as regras. Se o detentor
do poder, embora comunique regras, se sujeita de 4 em 4 anos a pedir a opinião do povo
para saber se este está ou não de acordo, através de eleições, vivemos em democracia.
Quando falamos da divisão de poder em Portugal, poder do Estado, temos de tentar
perceber se aquela estrutura tem o poder todo concentrado ou não. Isto leva-nos a
perceber qual é a forma do Estado.
A expressão Estado pode ter formas diferentes. O Estado pode ser unitário e regional,
pode ser federal, pode ser unitário e centralizado. Temos de entender as formas do
objeto para entender melhor o objeto, ou seja, quando olhamos sobre a divisão vertical
do poder, temos de entender como é que o Estado se apresenta de forma a poder avaliar
qual a própria forma do Estado.

30/10
De acordo com a CRP o estado em Portugal é unitário e regional. Tem a forma unitária
o que significa que dentro do seu território…e regional na medida em que há órgãos
regionais apenas na madeira e açores dotados de autonomia política, não só
administrativa, quer no quadro da constituição, quer no estatuto próprio. Esse estatuo
político das duas regiões autónomas, que não é igual, define no quadro da constituição
quais as competências próprias do governo das assembleias legislativas regionais, foram
determinadas, decididas e atribuídas pelo parlamento nacional.
No quadro de competências políticas atribuídas aos órgãos regionais, o governo da
madeira e a assembleia regional da madeira e dos açores…

É uma questão relevante para percebermos se …
O estado atribuiu às regiões competências próprias no sentido de salvaguardar…
O governo regional da madeira, tem a possibilidade de decidir que um residente na
madeira, cada vez que se desloca ao continente, …
A única forma de atender as preocupações derivadas dessa especificidade…
Nem a madeira nem os açores são independentes, ainda que sejam autónomos.
A lei estatutária que define o quadro de competências das regiões autónomas, é uma lei
aprovada pela assembleia da república.
Os poderes não devem estar centralizados…
Desconcentração – mera delegação de poderes
Descentralização – transferência de poderes; o órgão político para o qual o poder foi
descentralizado tem autonomia para agir, pois essa descentralização…

31/10
Revisões:
O Estado unitário é o Estado simples na medida em que dentro do Estado existe apenas
uma Constituição. O Estado composto é um Estado que dentro do território possui
várias constituições e vários Estados.
O Estado federal pertence aos … têm uma Constituição própria e órgãos próprios…
Cada estado federado tem o seu próprio congresso estadual, e tem um governador eleito.
Cada estado aprova a sua própria constituição, respeitando os princípios da federação.
Cada estado tem liberdade total para definir a sua legislação.
O poder político soberano é o poder superior que permite, por exemplo declarar guerra,
estabelecer relações diplomáticas e embaixadas, imprimir moeda, etc.
Poderes e funções do estado: ter poder de fazer algo, mas para exercer esse poder tem
de haver órgãos que exerçam as funções. As funções e os poderes também se
relacionam na medida em que permitem distinguir …
Águas territoriais – soberania plena
Zona contigua – soberania limitada
ZEE – soberania
Plataforma continental – soberania
ZEE: podemos captar recursos económicos e temos um direito exclusivo de exploração

Forma do poder – aquilo que esta plasmado …


Sede do poder –

3/11

6/11
Artigo 6º CRP
Sendo que a forma de Estado em Portugal é unitária, significa que dentro do território
que integra aquele Estado, existe um só Estado e uma só Constituição. Já um Estado
composto ou complexo, significa que dentro do território daquele Estado existem outros
Estados e mais do que uma Constituição. Esta questão é importante porque nos ajuda a
perceber a existência dos Estados Federais que têm no seu seio Estados Federados. As
composições estaduais ou das formas estaduais podem efetivamente apresentar-se de
múltiplas facetas: estado unitário, federal, confederação de Estados (associação de
Estados sem que estes percam a sua identidade em matéria de política externa ou de
política de segurança).
Quando os Estados evoluíram para uma federação, os estados que integravam a
federação admitiram perder a sua soberania, a sua independência, para integrar uma
nova realidade jurídica e política, transferindo para os novos órgãos da federação
competências muito próprias no domínio da política externa, no domínio da política
monetária e no domínio da política de defesa. Em vez de cada um dos Estados ter o seu
próprio exército, passou a existir um único exército da federação (ex. EUA); ao invés de
cada um dos Estado terem a sua própria política diplomática, transferiram essa
competência para a federação; ao invés de cada Estado ter a sua própria moeda,
transferiram a competência monetária para a nova entidade (os EUA) e o dólar é a
moeda de todos os Estados, sendo que a definição da política monetária (a moeda
valoriza, desvaloriza) é do banco central norte-americano e não de cada um dos Estados
individualmente considerados. Em outras grandes questões, como política penal,
política fiscal, etc., cada Estado manteve a sua autonomia, o que é garantido pela sua
própria Constituição. Cada Estado que integra os EUA tem a sua própria Constituição
que é aprovada nos órgãos de cada Estado, e cada Estado tem o seu próprio Parlamento,
o seu próprio Senado (estrutura bicamaral), o seu Congresso (constituído por duas
câmaras – a câmara de representantes estadual e o senado Estadual) e o seu Governador,
mas como integram a federação, o Congresso dos EUA é o Congresso da federação dos
EUA. Têm ainda o presidente dos EUA, sendo que este não é eleito como em Portugal
por sufrágio direto, pois são os eleitores em cada Estado que escolhem um colégio
eleitoral, representantes do Estado, que por sua vez, mais tarde, se vão reunir com os
representantes dos outros Estados para eleger o Presidente da República. Ao contrário
de Portugal em que elegemos diretamente o Presidente da República. Antes desta
eleição, há, todavia, as chamadas primárias eleitorais e estas são habitualmente feitas
dentro de cada partido (ex: se existirem 5 candidatos num partido a nomeação a
candidato a Presidente da República, um deles é eleito como eleitor do partido e este
vota num candidato para se tornar presidente do partido – EUA ??)
Nos EUA conferem o direito de eleger o Presidente aos grandes eleitores por terem mais
conhecimentos. Esta é uma questão muito relevantes pois na noite das eleições os
candidatos a grandes eleitores identificam-se com o candidato a Presidente em que vão
votar.
Os grandes eleitores são os membros do colégio eleitoral, ou seja, aqueles que elegem o
Presidente da República e existem dois – o colégio eleitoral geral, que elege, num
primeiro momento, do meu partido o candidato que quero, no segundo momento, eu
leitor vou eleger um grande eleitor para votar em meu nome para eleger o Presidente da
R., tendo eu a ideia de que aquele em quem vou votar vai eleger o Presidente que quero.
Ao contrário a forma de Estado em Portugal é unitária e contém os seguintes elementos:
1º: autonomia insolar – o Estado é unitário, mas tem de respeitar a autonomia insolar. O
Estado apesar de ser unitário e apesar de só ter uma Constituição, reconhece, de acordo
com esta, autonomia política às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira,
atribuindo aos órgãos políticos dessas regiões, nomeadamente a Assembleia Legislativa
Regional e o Governo Regional, competências políticas próprias no exercício da sua
atividade. Estas competências são definidas quer pela Constituição, quer pelo estatuto
político autonómico da Madeira e dos Açores, sendo que este estatuto é aprovado na
Assembleia da República. Enquanto o estatuto político da Madeira e dos Açores é
aprovado na Assembleia da República, a Constituição de cada um dos Estado federados
que integram a federação é aprovada pelos próprios órgãos estaduais (EUA). Se o
regime constitucional português mudasse e fosse permitido à Madeira e aos Açores
aprovarem o seu próprio estatuto autonómico, estaríamos a caminhar para uma solução
próxima de um Estado federal e Portugal deixaria de ser um Estado unitário,
reivindicação que muita gente da Madeira e dos Açores faz, ou seja, há muitas pessoas
destas duas regiões que entendem que o regime constitucional português deveria mudar,
no sentido de permitir que os seus órgãos políticos próprios tivesse a competência de
aprovar o seu estatuo, sendo obviamente um estatuto que respeitasse a Constituição,
mas garantindo ainda uma maior autonomia. Se isto acontecesse, o Estado deixaria de
ser unitário e passaria a ser um Estado federal.
2º: princípio da subsidiariedade – a resolução dos problemas deve ser feita pelos órgãos
políticos que mais próximo se encontram dos destinatários da decisão e se um órgão
mais próximo, por qualquer razão, não tem possibilidade de responder aos problemas
das pessoas, então, a título subsidiário, deve intervir o órgão “hierarquicamente”
superior. Isto significa que o governo central ou nacional, atua subsidiariamente em
relação ao governo regional, não se substitui a este (se uma Região Autónoma não
conseguir resolver algo sozinha). O respeito por este princípio implica que o Estado a
nível central só intervém a título subsidiário (ajuda, não substitui).
3º: autonomia do poder local – (artigo. 6º CRP) o governo central e os órgãos políticos
centrais têm de respeitar as competências políticas próprias das autarquias locais e não é
o governo que nomeia os presidentes de câmara, nem os presidentes de junta de
freguesia, os autarcas são eleitos diretamente pelos cidadãos de cada concelho ou
freguesia devido à autonomia, e para além desta eleição direta, há também a
competência política que estes autarcas possuem, e é atribuída por lei aprovada da
Assembleia da R. e não por vontade subjetiva ou própria de qualquer primeiro-ministro
ou governo.
4º: princípio da descentralização da administração pública – pressupõe que, de acordo
com a Constituição, a administração central que funciona no âmbito dos ministérios que
integram o governo deve estar o mais descentralizada possível, ou seja, a perspetiva
constitucional é de que a forma de Estado deve garantir a existência de entidades ou
órgãos espalhados pelo território nacional que tenham a capacidade de resolução de
problemas sem haver a necessidade de ser a administração central, que está concentrada
na capital do país, a decidir sobre o que deve decidir (Ex: uma licença de habitação – se
quero construir um prédio ou uma fábrica e tenho que respeitar regras ambientais, que
não seja o ministério do ambiente ou a direção-geral do ambiente a dizer se estou ou não
em condições de contruir uma fábrica em Bragança ou outra região, mas que existam
órgãos administrativos nessas localidades com capacidade para dar resposta aos
problemas imediatos sobre… Quanto maior for a descentralização administrativa, neste
contexto, mais se vai ao encontro daquilo que a Constituição defende.

7/11
(aula sobre a demissão do primeiro-ministro)

9/11
Não podemos confundir o que é um regime político com a forma de governo!
Quando falamos em regime político falamos essencialmente da relação que se
estabelece entre os detentores do poder político e os destinatários do exercício do poder
político (relação entre os governantes e os governados). Temos de perceber qual é a
relação entre governantes e governados. Não se trata de saber se é uma boa ou má
relação, mas sim se os governados podem ou não intervir e interagir na política que é
desenvolvida num determinado país. Se estivermos num país em que há liberdade de
opinião e de voto, em que há concorrência entre os partidos e em que os governantes
resultam da escolha que é feita pelos governados a partir de eleições, permite-nos
perceber se estamos perante um regime democrático. Se pelo contrário, os governados
funcionam como uma espécie de súbditos, aqueles que têm apenas a função de
obedecer, de cumprir ordens, sem terem qualquer possibilidade, sem sequer lhes ser
dada a oportunidade de dar a sua opinião e quando a dão correm o risco de serem
presos, estamos perante um regime político ditatorial. Sendo que dentro deste regime,
podemos também fazer uma distinção, no sentido de saber se o regime é ditatorial de
natureza autoritária ou de natureza totalitária.
O Estado Novo não foi um regime fascista, mas sim um regime ditatorial, sendo que
não havia liberdade de expressão, o direito de voto era limitado aos chefes de família
(homens), as mulheres podiam apenas votar em eleições locais e só se tivessem
determinadas habilitações literárias, e quem criticasse o regime podia ser preso.
Todavia, essa autoridade exercida no sentido de impor uma vontade, não era
demonstrada pela ideia de que o Estado tudo queria controlar, o Estado não tinha uma
intervenção total, pois existiam negócios privados, etc. Ao contrário de um regime
comunista, que é um regime ditatorial, mas totalitário, não há iniciativa privada, pois a
economia é pública, todos os negócios são controlados pelo Estado, ou seja, o Estado
tem o domínio total da sociedade. Uma ditadura autoritária permite que as pessoas
cuidem da sua própria vida como entenderem desde que não se metam na vida política.
O fascismo ocorreu em Itália com Mussolini. O fascismo tende a ser, tal qual o
comunismo, uma ideologia ou um pressuposto filosófico de natureza totalitária.
Quando analisamos estes regimes estamos a tentar perceber que tipo de relação que se
estabelece entre o governante e o governado. Numa democracia a relação que se
estabelece entre o governante e o governado é completamente diferente dos regimes
ditatoriais e totalitários, sendo que numa democracia a liberdade de crítica existe.
Quando falamos de forma de governo falamos de quem governa, ou seja, se temos um
governo democrático, se temos um governo republicano, aristocrático, etc.

10/11
Artg. 167º, nº6
Artg. 145º a) e e)
Artg. …

13/11 (editar)
Formas de governo - artigo 288º CRP – fala dos limites materiais da previsão…Podem
mexer, rever e alterar, mas há matérias que não podem ser objeto de revisão
constitucional (alínea b). uns consideram que se pode alterar a constituição nas aterias
inscritas neste artigo desde que …, ou seja, um primeiro momento os deputados votam
pela remoção da norma e nu segundo momento introduzem a alteração (prof. Jorge
Miranda). Outra corrente doutrinaria diz que podem mudar, mas já não estariam a fazer
revisões à constituição, mas sim a fazer uma nova Constituição.
Este artigo funciona como uma trave-mestra para a Constituição, na ideia de que se
mexermos…
A CRP já foi revista 7 vezes: 1982, 1989, etc. (saber)
Este artigo revelamos a vontade do constituinte no sentido de dizer que manter a
constituição de 1976 implica não mexer no esta consagrado neste artigo. Se quiser
mexer não estão a rever nem a alterá-la, mas sim a criar uma nova.
Numa das revisões da CRP, em 1997, foi proposta…
Importa ter presente que a questão da forma de governo preocupa quem pensa estas
matérias desde o tempo da Grécia antiga, desde Platão e Aristóteles que se
pronunciaram…
Aristóteles tinha uma visão clássica quanto as formas de governo, que eram 3 boas e 3
mas, ou seja, introduziu a classificação tripartida das formas de governo consoante ao
numero daqueles que governavam. As boas eram a monarquia, a aristocracia e o regime
misto ou constitucional. A monarquia é o governo de um, mas é bom pois o monarca
deve governa primeiro no respeito da lei, segundo a pensar no bem do povo. Se não
quiserem adotar a monarquia podem adotar a aristocracia, sendo que este é o … desde
que eles também governem sempre de acordo com a lei e apensar no bem comum. O
regime misto era aquele que tenta conciliar os poucos mais preparados com os …. Os
aristocratas não são escolhidos pelo povo, mas no regime misto traduz um grupo de
pessoas preparadas para governar, mas que não foram governar porque pertencem a
uma determinada elite, mas porque foram escolhidos para tal. Aristóteles admitia que o
regime misto era uma boa forma de governo, pois todos votam, mas nem todos podem
ser escolhidos.
Salazar: se entregarmos o … a qualquer um, correremos o risco de ser mal governados.
Aristóteles dizia que as formas boas podem degenerar em: a monarquia pode degenerar
em tirania (governo de um só, mas que em vez de governar no respeito da lei e a pensar
no bem comum, governa definindo ele próprio o que considera ser lei e a pensar no seu
próprio interesse. A aristocracia pode degenerar na oligarquia, que é um governo de um
grupo pequeno, que se auto escolheu, ou porque tem a força das forças armadas do seu
lado, e é um grupo que governa não a respeitar a lei, mas a respeitar apenas a sua
vontade e a governar apenas no interesse desse grupo. Seja qual for a forma de governo,
os governos devem existir independentemente das ideias…e não a pensar em si
próprios, mas nos governados. Esta perspetiva preocupou filósofos da política, do
direito,…é uma questão relevante para a compreensão quando falamos de formas de
governo. A forma de governo mista pode degenerar na democracia, pois dizia que a
democracia é o governo de muitos, escolhidos pelos muitos, sem a preocupação de
escolherem os melhore e se uma sociedade tem habitualmente 3 classes, sobre o ponto
de vista económico (baixa, media e alta ou rica), for maioritariamente constituída por
pessoas de classe baixa, os mais pobres terão tendência a escolher de entre os seus para
governar e vão governar contra as outras classes. Uma sociedade perfeita era aquela que
harmonizasse as classes… a sociedade mais equilibrada era a que prevalecia a classe
média forte. A única forma de governo capaz disto é a forma de governo mista.
Durante séculos, quando se analisavam…seguiu-se sempre a perspetiva aristotélica até
chegar Nicolau Maquiavel que introduziu a classificação bipartida das formas de
governo: os principados ou monarquias… ambos têm …
A forma de governo monárquica, após as revoluções liberais, tem características muito
específicas: o rei reina, mas não governa (Espanha, Inglaterra), pois as decisões
concretas… é uma questão relevante pois leva muitas pessoas…

14/11
A classificação bipartida introduzida por maquiavel quanto as formas de governo, levou
a que passamos da estrutura…
Mesmo nas monarquias atuais, o princípio é que o rei ou o monarca reina, mas não
governa, ou seja, as monarquias constitucionais, são monarquias em que …são modelos
e opções que cada Estado entende adotar em função das suas próprias…
Devemos entender as razoes de ser das formas de governo, uma forma de governo
monárquica significa que o chefe de estado não é eleito e que a “escolha do chefe de
estado é feita por sucessão hereditária. Ao contrário na forma de estado republicana…
pode ser eleito por sufrágio universal…mas essa perspetiva demonstra-nos que a
república é uma forma de governo que admite que todo e qualquer cidadão que esteja no
pleno uso dos sues direito tem a função de se candidatar a qualquer função de estado ou
função política. pelo contrário …
Mesmo nos regimes em que a forma de governo é a república…qualquer cidadão pode
ser chefe de estado deixa que cumpra os requisitos necessários.
Estudar as formas de governo do estado pressupõe termos consciência da distinção entre
a monarquia e a república, mas independentemente disso,
Importa perceber que o presidente da república não pode exercer o cargo
indefinitivamente (2 mandatos seguidos – 5 anos + 5 anos) ao contrário do rei que reina
até morrer.
Nunca confundir o negócio da política com a política dos negócios.
Vamos entender que há em muitas circunstâncias uma relação próxima entre a forma de
estado adotada e a forma de governo.

16/11
Voto capacitário – ter conhecimentos/habilidades
Voto censitário – capacidades financeiras
Nos EUA considera-se que a…deve ser feita pelos cidadãos que representam cada
estado…
Na democracia escolhemos os representantes através de vários critérios como a empatia,
a competência, etc. e segundo Aristóteles a democracia é um regime de seleção e de
exclusão. O único regime em que poderia existir plena igualdade seria através de
sorteio. Na própria democracia pode haver igualdade na candidatura, mas não na
escolha pois estamos a selecionar e a introduzir um critério de seleção. Se a lógica for
que todos estamos no mesmo plano e se em democracia quem ganha governa, vamos …
A lógica de existir um grupo específico foi uma logica que deixou de existir com …dos
regimes …
A lógica da república é contrária à aristocracia…
(Magna carta – 1215, seculo 13)
Dedicar ao sistema de governo para o teste! Ver manual sobre sistema de governo do
prof. Jorge Reis Novais

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