Você está na página 1de 70

1

Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Direito constitucional I
Levar livro da constituição
Regente: Prof doutor Jorge Reis Novais
 Email: jnovais@fd.ulisboa.pt
16/09: Segunda-Feira (Não fui)
 Apresentação
18/09: Quarta-Feira
Apresentação da disciplina
Informações da disciplina: constitucional.blogs.sapo.pt
 No primeiro semestre não há exatamente um livro;
 Ele vai pondo no blog várias páginas, de vários livros, ir fotocopiando?
Já houve uma aula! (ninguém foi) dia 16/09
Frequência escrita: teste -dezembro e Maio
-Só contém a matéria das aulas teóricas
- vai marcas as aulas práticas nesta semana
Avaliação contínua (método A)

Livros:
Não para agora
Aulas de avaliação contínua: uma constituição (qualquer uma)
-trabalha-se a constituição
- (livros de consulta) constituições anotadas: Lisboa, Jorge Miranda, não é preciso

- Só as que tem o texto da constituição (nós anotamos)

Matéria:
Direito constitucional:
-Constituição: há vários sentidos da constituição
- Qual é o que vamos usar?
2
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

1-Sentido instrumental: documento / instrumento jurídico---normas constitucionais


2-Sentido material: conteúdo, matéria
3-Sentido formal

Sentido material:
 Início do século XVIII (18) estendeu-se ao XIX(19)
 Finais do século XVIII (18) revolução francesa e americana
 Sentido revolucionário
 Contra o poder absoluto
 Radicalmente novo
 Opunha-se a todo, aos princípios, formas de organização do estado absoluto

 Havia concentração dos 3 poderes: (no rei-monarca)


 Legislativo
 Executivo
 Judicial
 As pessoas eram súbditas, não cidadãos

 Declaração dos direitos do homem e do cidadão


 Artigo 16º: só tem constituição o país onde há duas coisas
 1- Separação de poderes no Estado (organização)
 2- Direitos fundamentais

1-Separação dos poderes


 Limitar os poderes do Estado (já não está concentrado numa só pessoa)
 Assegurar os direitos fundamentais das pessoas (segurança, liberdade,
igualdade e propriedade)

 Este sentido mudou nos dias de hoje


 Não é igual – há diferenças
 Acrescentou-se mais

 Os direitos fundamentais podem ser diferentes em cada país (época para época)
 Separação dos poderes
3
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Direitos fundamentais Nem todas são assim

 Ex: constituição chinesa, iraniana

 Não é a mesma coisa, (outro regime)


 Conceção diferente
o Manifestos em Hong Kong, querem a separação dos poderes e
direitos fundamentais

 Conceção de constituição expandiu-se!


 Se um Estado não tiver uma constituição
o É visto de forma estranha

 Ex: Constituição iraniana


 Mulher
 Liberdade religiosa

 Séc. XX, XXI


 Se um Estado tem uma constituição, alterou muito
o Já não tem um Estado de direito

Sentido material da constituição


 Alterou muito!

 Como se distingue as várias constituições?


 Classificação de Loewenstein século XX
 Com alguns critérios
 Norma, realidade
 Há três tipos de constituições:
1-Constituição Normativa
2-Constituição Nominal
3-Constituição semântica

1-Constituição normativa

 Ex: Portugal
 Feita para limitar o poder, na realidade de vida jurídica (limita os órgãos do poder)
 Assembleia

 PR: promulga ou veta


4
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Tribunais (último caso): tribunal constitucional


 Pode dizer que uma lei é inconstitucional

 Os órgãos não podem fazer “o que querem”


 Há direito à greve dos transportes, enfermeiros

 Artigo 34º?
 Garante o sigilo das comunicações
 A lei é inconstitucional (disse o tribunal constitucional)
 O governo tem de reformular, obrigatoriamente
o Não convém contornar/ ignorar o tribunal constitucional
 O governo, O PR pode ficar incomodado com o tribunal constitucional (Incomoda
o governo)

2-Constituição Nominal
 Não acontece com todas as constituições
 Deve limitar o poder, mas não existe, não é respeitada

 A constituição Chinesa não é normativa nem nominal

3-Constituição semântica

 Na origem, já não foi feita para limitar


 O governo não tem limites
 Constituição chinesa
 Constituição portuguesa de 1932(Salazar)
 Ex: os Estudantes elegiam uma associação de liberdade (associação de
estudantes?)
 A constituição dizia que havia associação de liberdade, mas na realidade
não havia
 Tinha de estar sob consulta da lei (mas o governo não autorizava)

 ((Constituição nominal:
 Usada por muitos países do terceiro mundo))

 Constituição de 1933
 O “povo votava”
o Pois se havia abstenção, eram votos a favor
5
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

23/09
Sentido Formal
 Instrumento jurídico
 É o que nos interessa mais;
 Outro olhar;
 A nossa constituição é diferente da constituição britânica
 No Reino Unido não temos constituição de Sentido Formal
 A GB nunca se reuniu o parlamento para realizar uma constituição
 Em Portugal sim! (1976) - Assembleia de tipo representativo;
 Na GB, foi-se fazendo algumas normas jurídicas, mas não dotar o país
de uma constituição
 Constituição é diferente que as normas jurídicas;
 Quando se faz uma constituição passam a ter uma força jurídica diferente
que as outras normas jurídicas (força de privilégio) – força especial, própria
 Se as outras normas jurídicas contrariarem uma norma constitucional (é
inconstitucional)
 Normas ordinárias: normas comuns não pode contrariar uma norma
constitucional
 há inconstitucionalidade, quando há problemas jurídicos

 Ex: parlamento britânico: Se não há constituição em sentido formal, quando


o parlamento britânico aprova uma lei que contraria uma norma
anterior, há uma lei nova! (o parlamento faz aquilo que quiser)

 Em Portugal é diferente. Pois como há constituição em sentido formal, nós


temos um tribunal constitucional

 GB: tem constituição em sentido material, mas não em sentido formal

 Fiscalização da constituição (verificação da inconstitucionalidade) (diferente que


inconstitucionalidade):
 Ex: América e Europa
 Separação dos poderes e direitos fundamentais evoluíram de forma
diferente
 Tiveram as mesmas revoluções liberais
 Na América, começaram a surgir problemas inconstitucionais. Atualmente,
são um Estado federal (integração de estados que formam uma nova
identidade). A possibilidade de conflitos entre o Estado federal e os outros
estados dão origem a conflitos.
 Tem Estado de direito. Para resolver estes conflitos, tem de se recorrer à
justiça (Supremo tribunal dos EUA).
o Ex: A favor ou contra a pena de morte em cada um dos Estados
federais. Como é que o tribunal decide?
6
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

o Devemos aplicar a norma superior (é a norma constitucional). Não se


aplica a ordem ordinária (comum)
o Os EUA desde o início do século XIX, tem este tipo de constituição
 Quando os tribunais têm casos jurídicos para resolver, recorriam ao Supremo
tribunal, que também se alargou ao Brasil

 Na Europa
 Começou com a revolução francesa (supremacia do parlamento)
 Ato supremo;
 Até meados do século XXI, a forma como se via a separação dos poderes era
realizada pelo parlamento (Já tínhamos Estado de direito, etc.)
 Depois da Segunda Guerra Mundial, começou a ver a fiscalização da
constitucionalidade.
o Devido aos regimes totalitários (regime nazi, etc.)
o Antes a palavra da “justiça” era utilizada pelos juízes
o Após a Segunda Guerra Mundial, os juízes podiam não aceitar todas as leis
o Portugal foi um dos primeiros países (na constituição de 1911) - por “culpa”
dos brasileiros- da fiscalização da constitucionalidade (só na teoria)
o Só começou a ser aplicado na constituição de 1976

Dia 25/09:
 Corte inglesa: quando houve a suspensão do parlamento (AR), foi ilegal pois,
não foi a Rainha, mas sim o Primeiro Ministro Britânico;
 Como é ilegal, houve a anulação da suspensão do parlamento
 Ilegal, não inconstitucional
Constituição

Leis

Atos normativos/políticos/administrativos
Última aula:
 Conceito de constituição em sentido formal (muito ligado à inconstitucionalidade)

 Norma constitucional tem uma força superior as outras normas jurídicas. Se as


outras forças jurídicas tiverem uma força superior, é inconstitucional;
7
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Há órgãos que devem verificar se há de facto a inconstitucionalidade (último caso –


tribunal constitucional)
Aula de hoje:
 Comparamos uma norma jurídica em relação à constituição

 Há normas que tem uma sistematização jurídica (norma instrumental)


Direitos fundamentais
 Há normas que não estão na constituição, mas tem valor constitucional
(fundamental), mesmo não estando verdadeiramente na constituição
 Ex: Os direitos Humanos
Constituição: Artigo 16º Quando se reúne - alínea 1 (página 10)
Cláusula aberta de direitos fundamentais (pode ser atualizada)
Ex: novo direito fundamental:
- Direito ao esquecimento: Ex: Google
 Tenho coisas na internet, mas quero que sejam apagadas
Se uma lei for considerada um direito fundamental, se for fiscalizada, pode haver
inconstitucionalidade;

Poder constituinte: (fazer constituição em sentido formal)

Cria o poder constituído

Todos os órgãos do poder (assembleia, governo)

Poderes constituídos são orientados pela constituição


Quando a CRP foi feita em 1976 (Assembleia constituinte) poder constituinte originário –
poder constituído??
1982- Revisão constitucional (É o poder constituinte derivado), pode alterar a constituição
CRP de 1933
8
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

25 de Abril de 1974
Eleições de 1975- eleger uma assembleia constituinte

((Poder constituinte: de fazer a constituição


Poder constituído: O PR foi constituído pelo Poder constituinte
Os órgãos atuam pelo poder constituinte))
Aula de hoje: (outra vez)
Artigo 16 – nº 2: Alguns direitos fundamentais devem ser esclarecidos à luz da declaração
Universal dos Direitos humanos

Artigo 292º – página 107 (PIDE/DGES)


Artigo 29ºnº1 – página 14
 Uma pessoa comete um crime:
 Tem de haver uma lei anterior, a dizer que aquele ato que a pessoa praticou, é
considerado crime
 Após o 25 de abril, como não havia nenhuma lei anterior a dizer que ser, por
exemplo um agente da PIDE, era considerado um crime. Devemos julgá-los, pois na
altura era uma profissão de louvor;
 Aqueles que torturaram pessoas, como já havia uma lei anterior de que a tortura é
proibida, foram julgados?
 Pois na altura era uma boa profissão
 Mas a nossa CRP diz que devem ser julgados, pois eles sabiam que
estavam a praticar crimes contra a humanidade;
 Qual foi a forma para “salvar a vigência” daquelas leis?

 O artigo 292º (leis 16 e 18) estava em desconformidade com o artigo 29º; o que faria
com que o artigo 292º fosse inconstitucional:
o Aquelas leis ordinárias (leis 16 e 18) do artigo 292º foram elevadas ao nível
do artigo 29º (para ficarem “iguais” / ao mesmo nível) (foram os juízes que
fizeram isto), para serem julgados, isto é, compatibilidade com o artigo 29º;

Dia 30/09
 Normas que estão no artigo 8º nº 4, página 8: vigoram com que valor infra
institucional - (abaixo da constituição), constitucional ou supraconstitucional)
 Estas normas, em princípio, são supranacionais (É a própria UE que diz) estão
acima das constituições;
9
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Na União Europeia, qualquer norma da União Europeia, está por cima das normas
constituições nacionais
 Desde que se respeite os princípios fundamentais do Estado de direito

 Normas da UE são especiais, são supranacionais, em princípio;


 Valor infraestrutural (tem de respeitar as normas da constituição nacional): só valem
se não contrariarem a constituição portuguesa
 Portugal prescindiu de alguma soberania, quando entrou para a EU (1986)

Norma constitucional:

Norma: Temos de ter um comando / imposição de obrigação, uma permissão


(comando normativo)

Norma constitucional:

Qual é a diferença do Enunciado normativo e uma norma? Ex:(página 13, artigo


24º)

Enunciado normativo

 Em diferentes constituições, poderemos ter diferentes formas de dizer um


artigo
Ex: do Direito à vida, todos garantem o mesmo enunciado (com várias normas);
Quando vamos estudar esse enunciado, o resultado que chegamos é o
mesmo;

Norma: Conteúdo que se extrai da interpretação de enunciado;

 Artigo 65º, página 29 - Habitação e Urbanismo (CRP)


Se estiver a ser cumprida,
Se estiver a ser violada, temos um problema jurídico
(depende da forma como interpretamos o enunciado) – Para todas as pessoas
terem casa, sai muito caro garantir este direito;
 Não podemos interpretar “a letra “o enunciado da constituição; uma coisa é o
texto outra coisa é a norma (as vezes é difícil descobri-la);
 Para resolver um problema jurídico, a norma é que usamos;
 O que está escrito à letra, não adianta nada;
 (cumprimos a norma, mas não o enunciado normativo)

Diferente natureza de norma jurídica:


 Nem todas as normas tem a mesma natureza;
 Temos diferentes naturezas de normas
10
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Artigo 24º, página 13


 Este artigo tem duas alíneas:
1. ” A vida humana é inviolável”
2. “Em caso algum haverá pena de morte”

 Ex: Se o nosso país permitir a Eutanásia, deverá ser feita uma análise em relação
ao artigo 24º
 Depende da maneira como o tribunal constitucional interpretar a nova norma “Qual
a posição mais juridicamente correta?”
 Se a nova lei vai ou não contra a norma do direito à vida;
 Ex: Em Portugal, há alguns anos, a questão da legalização do aborto;
 São questões controversas, questões jurídicas difíceis, muito difícil chegar ao
consenso;
 Podemos ter normas na constituição como o direito à vida “A vida humana é
inviolável”, não nos resolve de uma forma clara dos problemas jurídicos que temos
de fazer (a interpretação da norma depende de pessoa para pessoa);
 Ex: Artigo nº 13 (Princípio da igualdade), podemos ter a mesma norma, mas a
evolução cultural leva-nos a interpretar a norma de forma diferente; (pois ocorre
uma evolução)
 No artigo nº24 (direito à vida), criou-se a alínea 2, para esclarecer/explicitar
algumas dúvidas;
 Enquanto a CRP estiver em vigor, em nenhum caso haverá pena de morte, (Não
havendo revisão da CRP)
 A constituição dos EUA, como não tem a alínea 2 “ Em caso algum haverá pena de
morte”, eles tem pena de morte;
 As normas constitucionais (não tem a mesma natureza, vincularidade)

 As normas constitucionais dividem-se em:


 Normas regras: Determina algo carácter absoluto, inequívoco, não dá margem
para algo;
 Ex: Artigo 122º página 49 CRP:

 Normas princípio: normas que não apontaram para uma decisão inequívoca,
deixar uma margem de ponderação, para alterações no futuro- fechar
imediatamente a solução
 Avaliação subjetiva (alguma margem)
 24 nº1 (norma princípio) e nº2(norma regra), artigo nº25
Art. nº32 alinea 2

2/10
11
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 A vida é inviolável
 Tirar várias normas
 Este direito é absoluto

 Todos os direitos fundamentais não são absolutos, pode sofrer


limitações

 O Estado visa garantir o bem-estar dos seus cidadãos;

Enunciado normativo- podemos tirar várias normas


Não há direitos fundamentais absolutos;

Enunciado: texto da constituição


Para interpretar os textos da constituição, é necessários juristas;
As normas é o que se extrai de um texto após a interpretação;

Formas políticas do Estado Moderno


Utilizamos conceitos jurídico-constitucionais de uma forma mais ou menos rigorosa;
Constituição do Estado de direito Direitos fundamentais separação dos
poderes

Portugal é um Estado de direito?


Já democracias que não sejam estados de direito e vice-versa?
 Brasil e EUA são um Estados federais (uma federação e outros estados
federais) e por exemplo, Portugal é um Estado unitário
 Açores e Madeira não são a mesma coisa que Estados federais;
o Açores e a Madeira tem liberdade política;
o Os estados dos EUA, por exemplo, uns tem legalização da marijuana outros
não (tem algumas leis próprias?)

 As democracias não são todas iguais, isto é, não funcionam da mesma maneira;
 Os países do Estado de direito, mas organizam-se de maneira diferente:
organização do sistema de governo, formas de governo;
 Sistemas de governo: presidencialismo e semipresidencialismo
Dia a seguir das eleições, vamos discutir o que se vai passar a seguir (informar-me)

Estado de direito Estado autocrático (absoluto)


 O Estado de direito tem vindo a alterar (entendemos os direitos fundamentais e a
separação de poderes de maneira diferente)
 Tipo histórico do Estado (evolução da história do Estado Moderno)
o Estado de moderno: absoluto, autocrático, de direito, etc
12
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Desde finais do século XVIII (O estado de direito estava mais influenciado com o
liberalismo, mas começou alterar-se)

 No início do século XX, o estado de direito social preocupa-se mais com os


cidadãos

Regime político (como é que os cidadãos participam no exercício do poder – governados)


 democracias, ditaduras, regimes de transição)
 Há pluralismo político
 Eleições livres

Sistema de governo (outra forma política)


 Diferentes formas de que os órgãos de soberania se relacionam entre si

 Há presidencialistas, parlamentares, semipresidencialistas
 Brasil: presidencialismo
 Portugal: semipresidencialismo (Primeiro Ministro e Presidente da República)

Formas de governo
 Republicana (ex: Portugal)
 Monarquia (É uma democracia, pois têm constituição, ex: Espanha)
 Como se distingue? chefe de Estado
o Natureza do mandato (é vitalício ou temporariamente limitado)
o Vitalício: monarquia
o Temporariamente limitado: República

Forma de Estado
 Em termos verticais
 Estado federal, unitário, regional; (como se distinguem?)

 Portugal é um estado unitário regional (tem regiões autónomas)


 As Regiões Autónomas podem ter leis próprias, mas não tem
constituição
 Estatuto político administrativo da Madeira e dos Açores
 Assembleia da república aceita os estatutos dos Açores e Madeira, não tem
constituição própria, mas estão sujeitos à CRP
 Os próprios estados federias têm constituições e o próprio governo estatal é que
aprova;
13
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

7/10
 Duas eleições:
Legislativas:
Presidenciais:

Sistema de governo parlamentar: só há uma eleição: para o parlamento


Sistema semipresidencialismo (exemplo: Portugal)
Governo:
Parlamento/ Assembleia da República
Presidente:

Art 195º CRP nº1


Pode haver dissolução da Assembleia da República;

Art 186 CRP nº5

Art 133º Poderes do Presidente da República, alínea f


O PR Nomeia o PM, de acordo com os resultados eleitorais e ele é que escolhe;
Nomeação do governo, por conselho do PM e o PR “aprova”; a decisão é sempre
do Presidente

Art 187º nº 1
O PM é nomeado após ouvir os partidos políticos
Um único partido ou uma coligação têm os deputados; devem ter maioria absoluta,
deve ter 230 votos, devem ter pelo menos 116º

Sistema eleitoral:
Parlamento

Proporcional: as várias candidaturas têm uma representação no órgão do


parlamento / legislador de acordo com a sua força eleitoral;
- Em Portugal, é assim;
- Todos os partidos têm voz no parlamento;

Maioritário: Os partidos maiores têm representação no parlamento


- Por exemplo, nos EUA, as vezes, nem sempre o partido que tem mais votos,
ganha

O governo em Portugal responde perante o Parlamento/ Assembleia da


República
Art 190º
O PM é responsável Pela Assembleia da República
Art 191
14
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Art 195 alínea F


Art 195 alínea d
Art 192º nº1, 4º

 O PR nomeia o PM e os restantes membros do governo


Depois apresentam-se na Assembleia da República (e pode rejeitar, isso implica a
rejeição do governo)

Ex. temos um Parlamento com 100 deputados; Com 4 partidos: A, B, C, D


A: 37 %
B: 28%
C: resto
D: resto

 O partido B, C, D, podem estar contra o partido A


Se o partido A criar governo, e se B, C e D forem contra, o Governo é automaticamente
destituído;
 Normalmente, costuma ser o partido com maiores votos;

 O programa é discutido e se houver rejeição, ele tem de apresentar uma proposta


(para haver uma aprovação) “moção de rejeição”

 Ver artigos e escrever na CRP

9/10
 “Indigitar” – relativamente ao Primeiro-Ministro;
Antigamente, não existia, não é jurídico;
É informal, quando há dúvidas de quem tem melhores condições para o melhor
governo, o PR em vez de eleger uma nova pessoa, chama aquela pessoa e
“indigita-o” – ver se tem condições para formar um governo com efetividade
 Se tiver condições, é eleito pelo PR (formalmente);( aconteceu ontem com
o António Costa: 8/10/2019
 Em vez de fazer isso, o outro PR elegeu logo um governo (sem ter em
conta os partidos) e foi de pouca duração (há 4 anos ): depois houve a
composição de outro governo 195º CRP;

Moção de censura: os países que adotam o sistema parlamentarista de governo, a


moção de censura (ou moção de desconfiança) é uma proposta parlamentar
apresentada pela oposição com o propósito de derrotar ou constranger o
governo.
 A moção é aprovada ou rejeitada por meio de votação (voto de censura ou voto
de desconfiança).
15
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Moção de desconfiança (Censura) Moção de confiança (por parte do governo)

Matéria de frequência
Moção de confiança
 O governo apresenta-se na Assembleia da República. O governo apresenta uma
Moção de confiança; Todos os deputados votaram. 115 contra e 115 a favor;
Quid iuris?

O governo pede uma moção de confiança - votos a favor e contra (115 para
ambos). Art. 116 nº 3;
Se houver empate, a moção não é provada; tem de haver pluralidade de votos
(mais votos contra a favor, há demissão do governo)
Art 195º alínea e: (A não aprovação de uma moção de confiança é motivo de
demissão do governo)

 ((Não sabemos se a moção de confiança foi aprovada ou não))


o Art 192 número 4))

1- Só quando a constituição disser que há maioria absoluta ou pelo menos 2/3 dos
votos, a moção é aprovada;
2- Quando a constituição não disser nada Art 116 alínea 3

Quando o presidente veta, ver Art 136º número 2 - Maioria Absoluta


Art 136º número 3 – Maioria 2/3

Maioria 2/3: (230/3 x 2) 153

Formas políticas
Distinção do tipo histórico: evolução do Estado ao longo da história
Séc. 15,16: Estados modernos:
 soberanos,
 estados nacionais
 seculares (laicos)
16
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Estado absoluto, concentração de poderes (séc 16, 17 e 18)


2 fases:
1ª Fase:
 Estado absoluto patrimonial: Estado património do Rei
2ºFase:
 Estado absoluto de polícia: Século 18.
 O monarca é esclarecido, iluminado pela razão (despotismo esclarecido/
iluminado): O Rei é o primeiro Servidor do Estado (ele faz as leis para o bem do
povo)

 Classe burguesa: empreendedora


 Revoluções liberais é contra o despotismo iluminado;
 As revoluções liberais dão origem ao Estado de Direito
14/10
Estado de direito:
 Divisão de poderes consagrado pela lei, direito, pela constituição;
 Garantia dos Direitos fundamentais dos cidadãos;
Há uma evolução do estado de direito:
- Muda a conceção de poderes e a conceção dos direitos fundamentais;
- Manter os princípios e os elementos;

1- Estado de direito liberal/burguês (século XIX) até a Primeira Guerra Mundial


 Europa e América tem muitas semelhanças;

2- Estado de direito social e democrático


Atualidade
Princípio são os mesmos, as conceções mudam;

1.1 Divisão dos poderes do Estado direito liberal (antigamente):


 Divisão dos poderes = Poder legislativo: assembleia representativa
 Submissão dos outros poderes a lei; (administração e poder judicial) aplicar a
lei;
 Subordinação da administração à lei = princípio da legalidade;
17
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Aprovada a lei, a administração tem de aplicar a lei nos casos concretos, se não o
fizer está a violar o princípio da legalidade = princípio fundamental que concretiza o
império da lei (rule of law)
 Dominância dos parlamentos;
 Juiz “a boca” que pronunciava as palavras da lei, aplicar a lei aos casos concretos;
 América após a evolução: fica diferente;
o O supremo tribunal dos EUA em 1881, tinham a lei e a constituição para
resolver o problema. Qual é que se aplica?
o Aplicaram a constituição (ato superior), mas primeiro é necessário saber se a
lei é contra a constituição (inventaram a fiscalização judicial da
constitucionalidade das leis) –

o Europa – esperança nos parlamentos;


o EUA – ao contrário – desconfiavam dos parlamentos, assembleias
representativas, confiavam no poder judicial;
o Europa- não havia fiscalização da constitucionalidade e as pessoas
confiavam na decisão dos parlamentos;
o O parlamento alemão aprovava as leis racistas, por maioria democrática,
o Após a 2 Guerra mundial (fim dos regimes autocráticos) - criam-se os tribunais
constitucionais e fiscalização da constitucionalidade; Na Europa, criou-se
um órgão novo: Tribunal constitucional;

1.2 Direito Fundamentais do Estado de direito liberal


 Ponto capital de importância máxima;
 Eleição de uma assembleia representativa;
 Direito Fundamentais das pessoas;
 Metade das pessoas não eram considerados cidadãos (só era cidadão quem
fosse proprietário)
o Analfabetos, mulheres
o Os cidadãos eram 3 ou 4% da população;
o Os Direitos Fundamentais eram muito diferentes dos de hoje;
 O DF principal era: direito à propriedade: quem não tivesse propriedade, não tinha
direitos políticos;
 Liberdade de contratação: o Estado não intervia;
 Os DF da altura (propriedade) são muito diferentes de atualmente;
 Os outros DF da altura, eram direitos negativos = dever;

 Direito negativo: não intervenção do Estado; (agressão do estado = não


intervenção do Estado);
Direito positivo: intervenção do Estado, peço que o Estado intervenha
(exemplo: direito à saúde)
18
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

2.1 Estado de direito social e democrático


 Crises de desemprego, procura e oferta levaram as pessoas a pedir a
intervenção do Estado – séc XX (20) anos 20;
 Sem a intervenção do Estado, a sociedade descarrilava;
 Estado providência: tem em conta o bem das pessoas;
 Novas relações entre o Estado e o indivíduo;
 O Estado financia alguns bancos para estes não falirem;
 Sociedade intervém no Estado = sufrágio (Direito de voto) alargado a todas as
pessoas;
 Estado na sociedade = tem de ser transparente;
 Sociedade controla o Estado mas permite a sua intromissão na sua vida;

 Estado Social = Sociedade e Estado estão interligados;


 Estado de direito = separação dos poderes, mas há grandes
alterações nos Direitos Fundamentais (alargamento dos poderes
políticos;

fiscalização do poder (revisão da constitucionalidade)

16/10
 Parlamento - funcionamento muito lento;
 Governos- mais eficaz: também legislam;

Estado autocrático anos 20 e 30


 O Estado liberal entrou em crise (após a primeira guerra mundial)
 Crise dos anos 20,30;
 Nova relação entre os Estado e os indivíduos;
 Crítica ao estado capitalista (burguês);
 Século XX, a alternativa ao modelo de organização surge com a revolução russa
de 1917-1919
 Recomposição do modelo de organização (crítica ao estado capitalista)
 Socialização dos meios de produção (antes os meios de produção eram
privados)
 O Estado passa a ser da maioria dos cidadãos (agora também envolve os
trabalhadores);
 Seria um Estado que iria começar a desaparecer, e o fim último era o comunismo;
 Uma maioria governa para uma minoria dos cidadãos;
 Alteração radical da revolução russa: (a doutrina marxista-leninista era para os estados
mais desenvolvidos do comunismo?
 Projetos doutrinários: aconteceu ao contrário
 O Novo Estado vai reforçar-se nas décadas seguintes: a sociedade russa era
muito atrasada (classe do proletariado)
19
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 O Partido comunista dissolveu a Assembleia constituinte, poder pela “força das


armas”
 O Estado deveria organizar-se em eleições e assembleias;
 Organização soviética- comissões de trabalhadores e moradores (sovietes locais,
sovietes regionais, etc – organização escalonada, mas não representativa de toda a
população);
 Minoritário da sociedade maioritária nas organizações de trabalhadores;
 Eliminou todas as formas democráticas!
 O Partido Comunista – controla o aparelho do Estado, organizações sociais, sindicais;
 Não há separação entre o Estado e a Política (PCUS)
 O modelo foi exportado para os outros países, pela China, etc
MODELO ALTERNATIVO AO ESTADO DE DIREITO

 Na Europa, desenvolveu-se outro modelo de fascismo italiano:


Estado de direito ocidental seria incapaz de resistir ao estado soviético e vice-versa;
Elites esclarecidas: apresentam-se e revelam-se pela sua superioridade, depois é
segregado um chefe/ líder “dulce” (na Itália)
 Estado autocrático anti-socialista e anti-capitalista (FASCISMO ITALIANO)
-Rejeita a democracia (decadente) e mantém os meios de produção privados mas
extremamente controlados pelo Estado Autocrático, cujo chefe não deveria ser eleito;
- Concentração do poder e cultivado pela via da força

Nacional socialismo Germânico

 repúdio dos mecanismos democráticos, direitos fundamentais, Estado de Direito


 engrandecimento da força do Estado que “esmaga” os cidadãos;

PCP – em termos nacionais inferior a 10%, o mundo sindical é diferente;


Novo modelo autocrático- Século XXI
 Estado fundamentalista islâmico (finais do século XX)
 Começou pela revolução iraniana, prolonga-se em várias zonas;
 Estado teocrático: não há separação Estado/Igreja – religião oficial;
 Estado ocidental: laicização do Estado;
 Fusão entre as duas instâncias, esta ideia tem o apoio da maioria da população
 É “mau” haver fusão entre o Estado e a Religião;
 Há países que consideram que a separação entre o Estado e a Religião levam à
opressão, à ditadura;
 Os islâmicos têm uma grande memória aos primeiros séculos;
 Perda de influência: afastamento da religião;
 Lei máxima é a lei divina;
 Pode haver poder político, mas a autoridade máxima é divina;
20
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Partidos islâmicos ganham as eleições com esmagadora maioria, sendo que


depois exercem o poder teocrático (mistura de religião com Estado), sempre
que há revoltas, as eleições repetem-se;
 Modelo que inspira fortemente estados em expansão por todo o mundo, sendo
atual alternativa ao estado de Direito
21/10
 Formas de Estado: (salto na matéria) estruturação vertical do estado
 Existência de uma única constituição ou várias
 Uma ordem jurídica ou várias;
 Governo nacional ou vários governos;
 Duas formas de Estado: Federal (Brasil) / Unitário (Portugal)
Estado federal:
 Constituição do Estado Federal e cada um dos estados tem a sua própria constituição;
Estado Unitário:
 Única constituição;
 Descentralização administrativa: temos o governo nacional, mas este não desempenha
todas as funções administrativas e estatais;
 Ex: função dos advogados – relaciona-se com a ordem dos advogados (delegou
nessa associação/exercício- regulação da profissão de advogados;
 Associações que assumem funções governamentais;
 Autarquias locais- formas de descentralização, com carácter territorial;
- Têm eleitos pela população local;
Também há outros órgãos estatais (órgãos subalternos- exemplo de uma repartição
das finanças);
O governo reparte as suas funções – descentralização administrativa;
O governo também descentraliza funções políticas, governativas e legislativas –
descentralização político-administrativa

Estado federal:
- Estados independentes que formam um Estado Federal, associação voluntária (exemplo:
EUA)
-Pode surgir de diversas formas;
- Estado Unitário cria estados entre si e passa-se a organizar-se entre si (Brasil)
Dois tipos de governo/ duas ordens constitucionais:/Duas governações
21
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 De cada um dos Estados- leis próprias, própria constituição estatal;


 Estado federal- constituição federal

 Os cidadãos dos EUA, Brasil: está integrado nos dois tipos de governo;
 Preocupação: regular as duas ordens constitucionais;
 Mecanismos de integração:
- Subordinação: De cada estado, de cada constituição à constituição federal. O
governo estatal só é legitimo se se subordinar á constituição federal;

Competências do estado Federal: são dadas pela constituição federal. O que não
está escrito na constituição, continuara a carga de cada governo,
Orgãos que regulam a aplicação da constituição pelo governo e pelo Estado:
Tribunal Federal: havendo conflitos de legislação estadual e federal quem decide este
conflito é o tribunal federal;

Tribunal Estaduais: impõe limites negativos e positivos as constituições estaduais; as


coisas que um estado pode ou não fazer;

Mecanismos de integração: Como se integram no Estado federal? Participando nas


eleições federais.
Eleição do Presidente e Congresso.
Participa a 2 ordens, do seu estado e do seu “país”

Parlamento num Estado Federal:


(Bicamaral: duas câmaras)

 Camara dos cidadãos: Representa os cidadãos


 Senado: estão representados cada estado: Os senadores são também eleitos;
 Cada estado tem sempre o mesmo número de mandatos: independentemente do
número de habitantes;

Estado Unitário
Descentralização político-administrativa: delega não só as funções administrativas,
mas também funções políticas (em duas regiões autónomas: governo, parlamento, leis
próprias)
Autarquias locais: só tem poder administrativo
Em Espanha:
 É um Estado Unitário, todo o país está divido em regiões autónomas
 Andaluzia, País Basco, Cataluña;

Região autónoma vs Estado federado (exemplo: Paraná)


22
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Região autónoma: não possui constituição própria, mas têm estatuto próprio; O
estatuto tem de ser aprovado pela Assembleia/Parlamento da república;
 As constituições dos estados federados são aprovadas por eles;
 Autonomia:
- Catalunha- tem a sua língua;
- Polícia da Catalunha têm uma força policial própria (“moços de esquadra”
- A autonomia das regiões autónomas não é menor que a dos estados federais;
- Qualquer decisão tem de passar pelas cortes espanholas;

 Portugal- só é independente por causa da Catalunha: houve uma revolta na


Catalunha, poderio militar não dava para os dois focos, concentrando-se na
Catalunha, margem de manobra para Portugal se tornar independente- Antes de
1640;

Regime político- Capítulo 2

relação entre governantes e governados. Existe pluralismo político, há eleições livres…


 Democracia representativa: participam no exercício do poder, onde há pluralismo
democrático;

 Ditadura – não há nada disto

 Regimes em transição (estão a deixar de ser ditaduras)


Últimos 200 anos: distinção mais completa:
Monarquia absoluta = ditaduras
23/10
 Regimes políticos:
De estado de direito= estado com divisões de poderes;

 Estado constitucional: grande parte dos estados de direito viviam de forma


monárquica com constituição;

 Democracias representativas: Ex: Espanha, Portugal


 Se a forma de governo é monárquica não tem nada a ver com o sistema político
(democracia)
 Diferentes regimes políticos
23
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Monarquia limitada;
 Monarquia orleanista;
 Monarquia parlamentar;
Monarquias Constitucionais:
Monarquia limitada:
 O papel do Rei é preponderante (O Rei faz a constituição e a dava ao povo – esta
constituição tem o nome de carta constitucional;
 Legitimidade Monárquica: o poder é do Rei;
 Legitimidade Democrática: A constituição é feita pelo povo, o poder reside
no povo
Ex: Espanha- aceita os poderes limitados pela constituição mesmo sendo o Rei
fazê-la (conservar o poder político, mesmo havendo a separação dos poderes)
 Nestas monarquias, há um quarto poder:
 PODER MODERADOR- Quem tinha este poder, podia influenciar nos 3
poderes:
- Legislativo – nomear a 2ª Câmara alta;
- Executivo (Poder do Rei);
- Judicial (nomeia e demite os juízes)

Legitimidade monárquica e democrática

Monarquia Orleanista- Luís Filipe de Orlean


 Posição do rei e da legitimidade prevalecente
 Pacto entre as duas legitimidades (democrática e monárquica)
 A constituição era criada pela Assembleia Constituinte, mas havia um pacto com os
representantes para aprovar a constituição - o Rei tinha de assinar;
 Rei perde o Poder Moderador (mas ainda tem alguns poderes - o poder do veto,
nomear o executivo) – influência menor;

Monarquia parlamentar
 O Rei não tem qualquer poder político;
 Espanha, Reino Unido - Monarquia Democrática;
 Legitimidade puramente democrática;
 Constituição – povo;
 Decisões são tomadas pelo governo;
 Ex: situação da Catalunha- é um problema muito grave, mas o primeiro ministro
intervém, mas o rei não interviu;
 Portugal- 1822: Monarquia parlamentar do século XIX: é diferente da de hoje;
 Também na República parlamentar dos dias de hoje do século XIX, alterou-
se muito
24
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Governo representativo e democracia representativa: poder exercido por órgãos


representativos (desde o século XIX) até aos dias de hoje;

Séc XIX- Governo representativo (Monarquia ou República)


 As mulheres, quem não tivesse rendimento económico elevado, quem não
fosse branco, quem fosse iletrado (analfabeto), não votavam (Poucas
pessoas a votar, minoria muito reduzida escolhia os representantes)
 Sufrágio censitário
Atualidade - Democracia representativa
 Sufrágio universal introduz a democracia representativa
 Mudança, evolução: ao longo do século XX, vária de país para país,
introdução do sufrágio universal;
 Legitimidade democrática (todos participam)

Diferença dos dois:


Natureza das eleições:

1ºGoverno representativo (minoria da população que vota e que tem os mesmos


interesses económicos, mesma ideia, mesma religião e mesma forma de ver o mundo) –
Eleições não são uma escolha entre propostas diferentes (APENAS PARA
ESCOLHER PESSOAS);
 Isto é, corpo eleitoral homogéneo;
 Partidos de quadros (não tem importância nenhuma)

Democracia representativa:
 Corpo eleitoral heterogéneo com interesses opostos, escolha entre programas
diferentes;
 Partidos políticos adquirem importância = Partidos de massa e de quadros
 Mediação partidária (entre nós e o Estado)
 Crise de democracia: Atualmente, há uma crise dos partidos políticos (criados
à toa). Antigamente, a maior parte dos partidos eram os mesmos, as democracias
eram estruturadas;
 Portugal não tem muito este problema
25
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

28/10
 Sistema eleitoral: todas as regras jurídicas que respeitam as eleições (delimitação
dos círculos de eleição, escolha do método)
 Em sentido Restrito: Método jurídico de transformação de votos em
mandatos parlamentares; (Método de Hondt)
Sentido Restrito:
 Sistema eleitoral maioritário;
 Sistema eleitoral minoritário;

Há dois grandes sistemas eleitorais (dentro do sentido restrito):

 Maioritário (só para escolhe uma pessoa): mais simples, é eleito quem teve mais
votos;
Várias modalidades:
 Sistema maioritário de maioria absoluta: mais de 50% dos votos; se um
candidato não tiver 50%, há uma segunda volta (com as duas melhores
opções)
 Sistema maioritário de maioria relativa: Se ninguém obter maioria absoluta,
ganha quem tiver maior percentagem

 Proporcional (eleição dos parlamentos) o número de mandatos vai ser


proporcional ao número de votos que teve na candidatura;
 Várias modalidades;

Ex: eleição dos EUA- por vezes, nem sempre o vencedor é aquele que obteve maior nº de
votos;
A utilização do sistema eleitoral, influencia o comportamento dos votantes;
 Em Portugal e no Brasil: nos parlamentos: nº de mandatos é proporcional ao
número de votos;
Leis de Duverger: Maioria relativa - gera Maioria absoluta (+ equilíbrio governativo)
 Os partidos mais pequenos têm maior dificuldade em serem eleitos;
 Os partidos + pequenos não elegem;
 Efeito de subrepresentação: dos partidos mais pequenos
 Se os + pequenos, como sabem que o voto é para eleger e estes não
conseguem eleger, irão votar nos partidos maiores (para eleger candidatos) –
VOTO ÚTIL- Polarização (concentração) nos dois maiores partidos

UK:
unitário: uma volta - vários círculos eleitorais (zona delimitada onde os eleitores
daquela região votam)
26
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Plurinominal: várias pessoas para o mandato


 Uninominal: escolhe-se um candidato;
Portugal: Plurinominal;
Reino Unido: Uninominal;

Sistema proporcional
Elegem uma pessoa (Sistema maioritário)
Elegem 10 pessoas (Sistema proporcional))
A- 30
B- 20
C- 15
D- 8

Elegem uma pessoa (Sistema maioritário)


Elegem 8 pessoas (Sistema proporcional)

A-20
B- 30
C- 8
D- 15

 Sistema eleitoral proporcional: Determinam uma possibilidade de representação de


vários partidos, + fragmentados, a maioria absoluta é muito menor;

 Sistema eleitoral de maioria absoluta:

 Sistema eleitoral evoluiu ao longo do tempo;


27
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Não havia pluralidade de partidos políticos (antes escolhia-se pessoas, corpo eleitoral
pequeno)

 Século XIX (19): Sistema de maioria absoluta;

 Democracia representativa- desenvolve-se o sistema proporcional;

 Atualmente, pode haver a mistura das vantagens do sistema eleitoral maioritário +


proporcional = mais complexo;
 Ex: abstenção- se alterássemos o sistema eleitoral;

Sistema alemão: De fundo proporcional mas personaliza o voto;


Em cada Estado, elegem-se vários candidatos de cada partido (plurinominal)
 Funciona bem;
 Alemanha: sistema misto (personaliza o voto)

 Quando o eleitor vota, tem dois votos:


 1: ele vota no partido no seu estado federal: plurinominal (depois são eleitos
vários deputados)
+
 1: voto proporcional do seu círculo eleitoral (para um candidato).
Uninominal (só é eleito um candidato)

 Partidos políticos apresentam candidaturas em cada Estado;


 Depois mediante os votos, correspondem proporcionalmente ao nº de mandatos;

 Somar todos os votos obtidos pelos partidos determinados assim é distribuído de forma
proporcional ao nº de votos no parlamento;

Bavieira (Estado Alemão)

Divididas em círculos uninominais

Todo nacional = A = 30% (votos da Bavieira / do Estado com outros estados) = vai ter 30%
dos números do lugar no parlamento;
Círculos uninominais vários candidatos de cada partido eleitos = 10 deputados vai
retirar (subtrai) aos 30 mandatos da Bavieira (estado);
Isto é: 30 mandatos – e se houver 4 candidatos eleitos pelo círculo uninominal: 26
mandatos + 4 candidatos = 30
28
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Em cada círculo eleitoral – só é eleito 1 candidato;

Sistema Brasileiro
 Não funciona tão bem;
 Escolhem pessoas, não partidos;
 Proporcional como o nosso;

Sistema preferencial= sistema proporcional, mas também votam nos candidatos individualmente
considerados- distribuídos o nome dos candidatos que preferiam;

Sistema bónus eleitoral= um dos defeitos do sistema preferencial é formar maiorias absolutas, os
que chegam à frente recebem o bónus para formar a maioria absoluta;

30/10 – Sistema eleitoral Alemão


 100 % - 50 pessoas
 A- 30% (0,3)
 0,3 x 50= 15 pessoas
 Logo o Partido A elege 15 pessoas;
 1 círculo uninominal (só uma pessoa):
 Partido A 15: (14 mandatos deste partido +1) =15

Pode acontecer a situação inversa:


5% dos votos (100 lugares) (0,05 x 100) – 5 lugares
E nos círculos eleitorais (elegeu 6 pessoas)
Aumenta-se o nº de deputados a nível nacional, para haver proporcionalidade (isto é, o
nº de deputados não é fixo, na Alemanha),
 Em Portugal está fixo (230 deputados)
29
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Alemanha:
 se um partido teve menos de 5%, não elege deputados;

Pergunta da frequência: distinga o sistema eleitoral personalizado (ex: Alemanha) do sistema


proporcional de preferência (ex: Brasil)

SISTEMA PROPORCIONAL DE PREFÊRENCIA: EX: BRASIL


 Elege-se candidatos e não partidos;
 candidatos uns contra os outros;
 Pessoas conhecidas do povo: atores, jogadores de futebol;
 200 milhões de eleitores;
 Os candidatos têm de ser apresentados por partidos políticos
 Sistema proporcional, congresso é composto por deputados em proporção que cada
partido teve;
2 opções de votos:
- No candidato (os brasileiros votam mais nos candidatos)
Ou
- No partido político (os brasileiros não conhecem os partidos)

Contagem: Cada partido político tem os votos que recebeu diretamente, tem
também, os votos obtidos por cada candidato que se apresentou (soma- se tudo)
Logo: se houver alguma figura conhecida, e se votarem muito, os partidos que estão
por detrás pode existir um partido político que é um partido político “fraco”, e são
eleitos;
Os deputados não têm ligação aos partidos políticos (não importa a ideologizado do
candidato)
Proporcional com voto de preferência
 (listas de votação: as pessoas podem votar no candidato ou no partido político);

Lista não bloqueada: Ao contrário da lista bloqueada, só aparece o nome dos


candidatos ( e por detrás estão o nome dos partidos)
vão ver o de deputados que cada partido tem;
Em Portugal: a lista é bloqueada: o nome dos candidatos não aparece no boletim de
votos, isto é, só o nome dos partidos;
30
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Nota importante: As pessoas votam nos candidatos só por si, ou votam na ideologia
do partido (as pessoas que representam os partidos)

4/11
 Sistemas de governo: relações entre os órgãos que exercem o poder político;
 Só vamos estudar as democracias representativas nos sistemas de governo;
 Os sistemas de governo variam de país para país
Há três grandes sistemas de governo:
 Parlamentar;
 Presidencial;
 Semipresidencial
Distinção:
 poderes do chefe de estado
 Relação entre governo executivo e parlamento(assembleia)

Antigamente: Só havia presidencialismo e parlamentar;


 Segunda metade do século XX: introduz-se o sistema semipresidencialista

Sistema Parlamentar: Europa;


Sistema Presidencialista: América

Evolução: diminuição da presença real e de uma concentração do exercício do poder


político no relacionamento entre o governo e parlamento

Sistema parlamentar:
 Independentemente que seja monarquia ou república;
 O chefe de Estado não exerce poderes políticos;
 Mas, por exemplo, a constituição dá-lhe formalmente (dar alguma importância)
alguns poderes
 Concentração do relacionamento entre governo e parlamento;
 Distinção entre o enunciativo normativo (o texto da constituição) e a norma (resultado
do enunciado normativo)
 Uma eleição nacional (para o parlamento)
 O governo vai ser nomeado em função da composição do parlamento:
31
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Por exemplo, em Espanha não se consegue eleger um governo, está complicado;

 Sistema de governo de democracia representativa (sistema parlamentar (o chefe de


não tem poderes significativos e o governo tem de prestar contas ao
parlamento;))
 O Parlamento (assembleia) pode destituir o governo (aprovação de uma
moção de confiança ou revogação de uma moção de censura ou de
desconfiança)
 “Parlamento tem uma importância determinante;”
 Não significa que seja o órgão mais importante;
 Podemos ter um sistema parlamentar onde o governo tem + poder do que o
parlamento;
 Por exemplo- França tem o sistema semipresidencialismo e o presidente tem + poder
que o governo;
 O Parlamento pode dissolver/destituir o Presidente e vice-versa (equilíbrio);
o Equilíbrio por integração: parlamento pode destituir o governo

Termos utilizados:
 O candidato é demitido
 O governo é destituído;
O parlamento é dissolvido

Sistema presidencial (EUA)


 Quase o inverso do sistema parlamentar;
 O Presidente da República/chefe de Estado tem poderes significativos
 Eleito pelo povo (assim tem legitimidade democrática);
 2 eleições:
 Escolhem o Presidente;
 Escolhem o Parlamento/Assembleia da República/Congresso
o Os dois têm legitimidade democrática;
o É um sistema equilibrado;

 Executivo- presidente
 Legislativo-congresso (parlamento)

 O congresso não pode demitir o presidente


32
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 O presidente não pode dissolver o congresso


 Equilíbrio por separação
impeachment?- o prof vai explicar depois página 194
 Demissões do presidente

Como é que o sistema parlamentar funciona?


O governo é apoiado por uma maioria do parlamento ou é um governo minoritário?
 Se o governo é forte, isto é, é apoiado por uma maioria no parlamento
(assembleia);
 Sistema parlamentar de gabinete: o gabinete (governo) tem total margem de
ação: tudo o que o Primeiro Ministro decidir “vai ser levado a cabo”
o Ex: No Reino Unido: é um sistema parlamentar de gabinete

 Se o governo é fraco (o poder passa do governo para o parlamento): o governo é


apoiado por uma maioria minoritária no parlamento (assembleia)
 Sistema parlamentar de assembleia
 Também pode-se estabelecer coligações partidárias, para haver maioria absoluta;

Sistema parlamentar- estabelecer uma estabilidade mínima, procuram adotar


mecanismos de racionalização parlamentar
 domínio no sistema eleitoral: dá-se, por exemplo, um bónus
 Exemplo nº1: um partido tem 30%, o Estado dá o bónus (20%) para a maioria –
para se constituir um governo estável;

 Exemplo nº2: reduzir a magnitude dos círculos eleitorais (serem + pequenos)

 Exemplo nº3: barreiras eleitorais: só pode eleger deputados, se tiver mais 5%


dos votos (mais estabilidade)

 Exemplo nº4: moção de censura positiva/construtiva

 Moção de censura negativa- maioria vota a censura ao governo, este cai; (o que
nós já demos)

 No exemplo nº 4, falamos da Moção de censura positiva ou construtiva: (votar


contra e ter uma “solução”)
- O governo só cai, se naquela moção de censura, estiver indicado o nome do
novo Primeiro Ministro (se os partidos estiverem de acordo)
o Formas de tornar o governo + estável (medidas de racionalização)
33
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

“Impeachment”-
- Desequilibra o sistema presidencialista;
- Contradiz a eleição popular do Presidente;
- Debilita um órgão (é o PR) (depende da maioria parlamentar qualificada;
- Presidente pode ser destruído a meio do mandato, sem ir a eleições!!!
- Então ele recorre a meios menos lícitos:
- Sedução dos deputados de forma a evitar a formação conjuntural de maiorias
parlamentares qualificadas que possam recorrer ao impeachment para o destituir;
34
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

6/11
 Sistemas parlamentares procuraram racionalizar (sistemas parlamentares
racionalizados);
35
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Sistema presidencial
 Parlamento = congresso (EUA), Assembleia da República (Portugal)
 O inverso das características do que no sistema parlamentar;
 Chefe de Estado- sai da eleição popular- poderes representativos;
 Executivo (governo)- não responde perante o parlamento/assembleia/congresso (o
parlamento/congresso não pode dissolver o governo)
 O Congresso não pode demitir o governo do presidente
 “Sem possibilidade de divórcio” (como se fosse um casamento)
 “Se se dão mal, tem de se aturar" (Presidente e congresso (AR)

 Duas Eleições: Congresso (parlamento) e Presidente

 Nunca vigorou na Europa;

Legitimidade democrática:
- Presidente;
- Congresso/parlamento;

 Presidente pode interferir no Congresso (vetar leis)

 O congresso pode interferir no Presidente


 Não podem é interferir nos mandatos um do outro
O presidente pode interferir na atividade do congresso (este tem de dar a opinião)
Influenciar a atuação um do outro: se o parlamento/congresso quer desenvolver uma
certa ação, necessita da “opinião” do Presidente

Os partidos dos EUA são diferentes dos nossos;


Partidos dos EUA
- Não tem uma disciplina séria (falta de disciplina partidária);
- Os partidos não têm líder (nós temos, António costa, etc)
Grupos de interesse ou “lobbies”: agências cuja atividade é exercer pressão junto dos
congressistas, obtendo posições favoráveis ao que estes representam
36
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 O sistema presidencial nasceu nos EUA, resulta dos EUA, mas tem grandes
dificuldades na exportação (de implementação)

 Influenciou vários países da América Latina (corre mal) - durante o século XX)
- Não existe estabilidade política nesses países (dificuldades de funcionamento que cria
ditaduras, crises)
- Se o Presidente tem maioria absoluta no parlamento, este concentra muitos poderes –
surgem as ditaduras;
Nos EUA isso não acontece:
 Importância e força do poder judicial (supremo tribunal)
- Atualmente (século XXI), é dificilmente tolerável nos países da América Latina a
intervenção de militares no poder
- Surgem outras “soluções”- situações de impasse
- Instituto: Impeachment

O congresso está dividido em 2 câmaras


- Câmara dos Representantes
- Senado

Sistema eleitoral Americano – é muito complexo


 O presidente não é eleito diretamente pelo povo (mas sim indiretamente)
 Final do século XVIII (18), não havia comunicações entre o país dos EUA;
 Então cria-se UMA ELEIÇÃO INDIRETA
 Em cada Estado federal elege-se representantes (grandes eleitores) e estes reúnem-
se e votam no Presidente da República;
 Se fosse uma eleição direta: havia um receio dos Estados mais pequenos em
relação aos Estados mais populosos
Já se sabia quantos lugares cada estado tinha no congresso (parlamento/AR)
- Já estavam estabelecidos;
Cada Estado escolhe os grandes eleitores que se vão reunir (na convenção), de acordo
com a população de cada Estado;
37
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Antigamente, na convenção é muito difícil todos conhecerem-se, logo era muito difícil
haver maioria absoluta. Depois logo era o congresso/AR que escolhia quem iria ser o PR
Mais tarde, depois aparece os partidos americanos (democrático e republicano)
- Cada partido escolhe um candidato;
 Candidato do Partido Republicano;
 Candidato do Partido Democrático;

Sistema maioritário: em cada Estado, quem tiver mais votos, fica com todos os
grandes eleitores

Atualmente não faz nenhum sentido, não foi alterado

Em cada Estado federal, há eleições para os representados no Senado (todos os


Estados têm o mesmo número de deputados (senadores?), que são 2);
Para os governadores dos Estados (depende do tamanho do estado)

PERGUNTA DA ORAL
11/11
 Eleições em Espanha (não deu maioria clara)
 Em Espanha, tem de haver uma maioria que aprove o programa de governo
(maioria absoluta e relativa);
 Poderá haver outra vez eleições;
 Em Portugal, a aprovação do programa de governo não é obrigatória;
 Bolívia: fraude eleitoral na contagem dos votos (golpe militar)?
 Os militares ameaçaram intervir, para garantir a realização de novas eleições
presidenciais;

 Sistema eleitoral dos EUA


Eleições do PR:
 (elege grandes eleitores) em cada Estado, e depois reúnem-se numa convenção
(escolhem o PR) se houver maioria absoluta;
38
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Sistema dos EUA:


- Partido republicano;
- Partido democrata

-Os eleitores já não vão escolher os grandes eleitores, mas sim escolhe-se pessoas
ligadas ao partido republicano ou ao partido democrata;
1 candidato de cada partido (quem tiver mais votos, elege os representantes (de cada
partido) para o colégio eleitoral= convenção;
- O candidato menos votado pode ganhar as eleições;
Ex: de 2016;
Convenção: (30 deputados)
PR = 20 deputados; (+ representantes com menos votos)
PD = 10 deputados;

3 Estados: todos os Estados elegem 10 deputados


Estado A, Estado B e o Estado C;
A:10 (PR) B:10 (PD) C:10 (PR)

PR: 60 + 25 + 25 = 140 votos


PD: 60 + 75 + 45 = 160 votos
Estado A, B, C
 Elegem os representantes do colégio eleitoral;
Cada um dos Estados vai escolher um número de grandes eleitores, que estão
representados nos dois partidos;
Cada um dos partidos apresenta um candidato, os eleitores depois escolhem um dele
39
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Partidos1: todos os cidadãos americanos decidem quais são os candidatos do partido


republicano e do democrático
 Eleições primárias presidenciais;

Impeachment:
 Um presidente eleito pelo povo;
 O congresso não pode destituí-lo;
 Tem o mandato assegurado até as próximas eleições;
 O PR tinha muitos poderes;
 Poderia ter poderes autocráticos;
 Os Americanos inspiraram-se no Impeachment da Inglaterra;
 Inglaterra- 2 câmaras:
- Câmara dos Comuns;
- Câmara dos Lordes;

- Século XIV (14): Uma pessoa se fosse acusada pela câmara dos Comuns (crimes
abusos do poder), seria acusada por esta câmara e era julgada pela câmara dos
Lordes, se a Câmara dos Lordes considerasse a pessoa culpada teria de
abandonar o cargo e cumprir outras penas correspondentes ao crime que efetuou;
A partir do século XVII Responsabilidade política dos executivos no
parlamento;
Manteve-se a responsabilidade criminal;
 Este tipo de impeahcment alterou-se;
Atualmente:
- Câmara dos representantes: acusação
- Senado: julgava (por maioria de 2/3 dos votos; (alguém só será condenado a
impeachment se os dois partidos estiverem de acordo)
Aquilo que a pessoa tinha feito, podíamos mantê-la até as próximas eleições ou tinha
de ocorrer a cessação do mandato;
Impeachment: não é divergência política
 Pode se ser sujeito a impeachment (alguém de um cargo político), um juiz,
presidente os EUA, vice-presidente (exemplo: traição os EUA);
 Traição, subornos, “high crimes” (crimes contra a sociedade e contra o
Estado), outros delitos;
Atualmente, o Presidente Donald Trump pode “ser atingido” com um
impeachment: falou com o presidente da Ucrânia, para evitar que um futuro candidato
à presidência da Ucrânia, não o fosse, de forma a não “prejudicar” Donald Trump

1
Os partidos dos EUA têm diferente natureza do que os nossos;
40
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Só aconteceu em 1974, com o Presidente Nixon; (Republicanos e Democratas de


acordo em demiti-lo);
 Muito raro; - teve sucesso;

Na América Latina (nos últimos anos do século XX), deixaram de resolver os problemas
políticos através de golpes militares, dando-lhe outro tipo de utilização;
- Venezuela;
- Peru;
Tipo de utilização: fica pouco claro a responsabilidade política e o impeachment
Caso do Brasil: os factos que levaram à demissão da Dilma (perdeu o apoio no congresso,
perdeu o apoio popular);

13/11/2019
-Sistema presidencial clássico (EUA): mas depois há diferenças adotadas por outros
países da América Latina;
- Sistema clássico adaptado- exemplo: América Latina

- EUA muito específico;


-Quando é aplicada aos outros países, passou-se o contrário!
 Quando o PR tem apoio maioritário no parlamento, ocorre que o sistema
presidencial (de democracia representativa) – como não há obstáculos no
parlamento, o PR tem muito poder (tem risco de se tornar numa ditadura);

 Quando o PR não tem o apoio da maioria no parlamento, é ao contrário (como há


oposição entre o congresso e o presidente – situações de bloqueio, crises – não há
mecanismo de resolução
resolvidas de formas antidemocráticas (golpes militares, etc…)
Nos EUA- o Sistema judicial garante a constituição!!
Na América Latina- não há
 Até aos finais do séc. XX

SÉC XXI-
Aproveitamento do instituto do “impeachment”, muito para além dos fins para que foi
criado:
Nos EUA- “última garantia”, os juízes, ou alguém de um cargo político, não abusam;
41
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

- No impeachment” – em situações muito excecionais- o congresso podia destituir o


Governo (nos EUA uma única vez)

América Latina: (utilização atípica)


- O impeachment é utilizado várias vezes, por discordância dos parlamentos em relação ao
PR;
- Os parlamentos (AR) precisam de ter maioria de 2/3 dos votos;
- Não é propriamente bem utilizado;
Ex: No Brasil desde 1988, houve 2 “impeachments”;
- Aproxima-se da rejeição de uma moção de confiança ou da aprovação de uma moção de
censura (ou de desconfiança) num sistema parlamentar;
Opiniões diversas:
Em termos negativos- corrói o sistema presidencial
 Os mandatos são para ser cumpridos até ao fim (dá uma segurança/estabilidade/
vantagem do sistema presidencial);
Se o “impeachment for utilizado atipicamente, o PR como corre o “risco de
cair” e se não tiver a maioria no parlamento, necessitam de compromissos,
conceções para “manter a estabilidade”;
No Brasil: “mansalão:” o PR dava alguns salários mensais aos deputados
(para não ter 2/3 do parlamento contra si)
 Vice-presidente (pode ter ideias políticas muito diferentes!!) – não é votado pelo
eleitorado,
Legitimidade muito enfraquecida, gera inconvenientes

Em termos positivos
 Permitir a resolução de crises políticas (para não entrar em golpes militares)
 Ex: Brasil: havia pessoas que queriam a intervenção dos militares;
VAI SAIR NA FREQUÊNCIA- impeachment adaptado do presidencialismo/ impeachment
na América Latina

 Nos outros sistemas não é possível;


 Sistema presidencial: Total estabilidade de mandatos durante 4 anos;

PERGUNTA DAS FREQUÊNCIAS: Dizer que há impeachment com base nos 2/3 do
congresso está errado!!!!!!
Ex: Brasil (pode acontecer?)
EUA: Dois partidos (democratas e republicanos)
42
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

O Presidente é de um partido (logo, o partido do presidente não “vai”


votar contra ele, para a sua destituição)

EUA- impeachment no sistema presidencialismo clássico;

América Latina- impeachment no sistema presidencialismo adaptado;


Na América Latina: cada vez há menor recurso aos golpes militares;

Impeachment:
- EUA: prática de atos que torne insustentável (tão grave) numa democracia
- Améria Latina: prática de atos menos graves

Impeachment: responsabilidade política ou criminal


 Responsabilidade criminal: Os tribunais fazem verificação dos “impeachments”
 Responsabilidade política

Semipresidencialismo
 França: era parlamentarismo de assembleia
 Depois da 2 Guerra mundial: queriam prevenir instabilidade;
- Criar mecanismos de racionalização parlamentar;
 Mas na França (o presidente tinha muito poder!)
 Era eleito por um colégio eleitoral;
 Não era tão dependente do Parlamento

Quinta República:
Constituição de 1958- o presidente tinha uma origem eleitoral diferente e poder
diferente
Passado 4 anos: 1962- reforma eleitoral: o Presidente era eleito diretamente pelo povo;
- Mudança eleitoral séria;
- Ex: O nosso PR é muito diferente do que o do italiano, apesar de terem os mesmos
poderes
 Os poderes formais do PR, passam a ser poderes reais;
Se não é eleito pelo povo, não pode praticar as funções de forma legítima

 Poucas pessoas se aperceberem desta mudança- DUVERGER apercebe-se


43
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

O sistema já não é parlamentar, tem uma legitimidade democrática pode


exercer os poderes de forma plena (que a constituição lhe dá);
Mas não se tornou num sistema presidencialismo:
 Porque o Governo Francês responde perante o parlamento (Assembleia)
(assembleia francesa);
 França: não é um sistema parlamentar nem presidencial;

Semipresidencialismo:
- O presidente é eleito pelo povo (tem poderes significados);
- O governo pode ser destituído pela assembleia;
Mas já havia (não com este nome!!!!):
 Alemanha;
 Áustria;
 Islândia,
Portugal
- 1976: adota o sistema semipresidencialismo
- Depois da queda do muro de Berlim. Os países de Leste adotaram este sistema;
- Antigas colónias portuguesas também adotaram o semipresidencialismo;

Meados dos anos 60 ou 70


 Poderes similares, na constituição italiana e portuguesa, mas com distinções:
- Presidente português pode vetar a lei;

18/11/2019 – continuação do sistema semipresidencialismo


 Portugal aderiu a este sistema em 1976
 A partir de 1989, os países de Leste também aderiram a este tipo de sistema de
governo;

“Dúvidas” sobre o sistema presidencialismo:


 França é o modelo do semipresidencialismo
 França acha que o semipresidencialismo não existe;
Durante 30 anos (desde 1958 até 1986)
- Em França, Os PR tinham poder sobre os executivos:
44
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

- hiperpresidencialismo: poderes de sistemas presidenciais + alguns poderes doutro


sistema (parlamentar): (o PR tinha o poder de dissolução da AR)
- França achava que tinha um presidencialismo ou um hiperpresidencialismo (mas não
assumiam o semipresidencialismo)
- Duverger era uma exceção;

Tudo mudou: em 1986


 o PR francês eleito diretamente pelo povo; (1962)
- Governo sai do parlamento (O PR era o líder do bloco partidário de direita);
- Quando o Governo nomeava o PM (tinha de ser de direita);
- Os PM eram figuras de 2ºPlano;
- 1958- 1986: Quem de facto governava era o PR (Ganhou sempre direita)
- 1981: havia um presidente de esquerda; O PR dissolveu o parlamento, mas a
esquerda ganhou pela primeira vez
- Nas eleições parlamentares de 1986: Direita voltou a ganhar!
- O Presidente da República tem de nomear um Primeiro-Ministro de Direita, mesmo
sendo o PR de Esquerda;
- Passa o PM a governar!!

 O PR (neste caso, de esquerda) tem de coabitar com um PM diferente (neste caso, de


direita)
 Se o PR foi o líder da maioria do parlamento, o PM é uma figura subalterna;

O PR volta a governar;

Outras opiniões:
O semipresidencialismo (dizem que não é um tipo de sistema de governo)
- Ou funciona com um sistema presidencial
- Ou nos períodos de habitação (coabitação) é de um sistema parlamentar (PM a
governar)

Alguns autores dizem que não podemos colocar no sistema do semipresidencialismo


45
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Mas isso ocorre para todos os sistemas de governo (O sistema parlamentar


britânico funciona de forma diferente do que o sistema parlamentar alemão, italiano)
- A mesma coisa para o presidencialismo!

 DUVERGER- escolheu o nome de semipresidencialismo (dá ideia que é algo menor


que o presidencialismo, ideia errada)
- O NOME PODE INDUZIR EM ERRO;
- EUA- presidencialismo – o PR tem - poder
- França- semipresidencialismo- o PR tem + poder

Semipresidencialismo
 (Assembleia da República) Parlamento pode demitir no governo, o governo deve
“prestar contas” à assembleia;
 = ao sistema parlamentar;

 PR- figura ativa (eleito de uma eleição popular)


 legitimidade para usar os poderes que a constituição lhe dá (= ao sistema
presidencialismo)
 PR- poderes representativos!
Em Portugal, no ano 2015, governo do Passos Coelho (era de centro-direita) foi demitido
pela AR (havia uma maioria que queria um governo de esquerda)
- O PR tem de nomear de um partido Político de Esquerda (para ter a maioria da AR)

Sistemas de governo:
 Sistema semipresidencial: o PR tem poder de dissolver o AR (Portugal: é o poder de
bomba atómica)
 Sistema parlamentar: O PR não tem o poder de dissolver a AR

 Num Sistema parlamentar (onde o PR não é eleito pelo povo);


- Não se pode dissolver a AR, no sistema parlamentar

Para identificar um sistema de governo:


- Temos de ver se o PR tem poderes representativos (eleito pelo povo ou não);
- E se o governo responde politicamente a AR
46
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

20/11/19
Estrutura do sistema semipresidencialismo
- Parte do sistema parlamentar (integra o semipresidencialismo) - responder perante o
parlamento;
- Presidente do semipresidencialismo, pode exercer poderes políticos significativos
=legitimidade democrática;

- Legitimidade democrática (através do sistema eleitoral)


- Por maioria absoluta, se não houver maioria absoluta, há uma segunda volta);
- Poderes presidenciais no semipresidencialismo = vêm na constituição, são poderes
que se quiser exercer, ninguém pode contestar (poderes qualificativos - em nada está
dependente do governo:
- (de acordo com o artigo 133º) Poder de nomeação do governo e do PM;
- Poder de demitir o governo, em exceções (Assegurar o regular funcionamento das
instituições democráticas, ouvido o conselho de Estado) (na França não)

- Um dos tipos de semipresidencialismo:


- Bicefalia de executivo: este tem “2 cabeças”
- Em Portugal, o executivo é o PM (logo só há uma cabeça)
 Poder de dissolução da AR (poder de bomba atómica): Os PR podem mudar toda a
dinâmica do sistema político;
- Não existe em todos os sistemas semipresidencialistas

 O PR tem o poder de vetar os atos legislativos (promulga ou veta)


- Diferente de país para país
- Em Portugal, o PR tem um veto absoluto, em relação ao governo;
- O PR pode vetar para a AR, mas AR tem de ter a maioria dos 2/3 dos votos
(AR ultrapassar o veto do PR)

 O PR preside o conselho de ministros (PR preside sempre em França em


Portugal, só se for convidado pelo governo);

 Nomear as altas figuras da administração e nomear os chefes militares


- O PR é o comandante supremo das forças armadas;
- O governo dirige as Forças Armadas;
47
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Sistema semipresidencial pode funcionar:


- Bastante + complexo do que os sistemas que já estudamos;
- O PR concede o seu mandato e a forma como vai querer exercer os poderes (se quiser,
pode interferir no governo, etc;
- Também pode não interferir em nada
 Depende da forma como o PR concede o exercício dos seus poderes (remeter
para o tribunal constitucional);
Exemplo:
Ex: Se houver uma maioria absoluta no parlamento (Assembleia da República) o
poder de veto do PR diminui
Poder de nomeação do Governo (maioria absoluta na AR, se houver a demissão do
governo, o novo governo tem de sair da AR, não vale a pena)

Depende da “cor” (partido político) entre a AR e o presidente


 Na França, o PR se tiver maioria absoluta no parlamento (os poderes deste
aumenta);
- Em França, que tem os poderes é o PR

 Em Portugal, não é assim!!! (Quem tem o poder executivo é o PM)


- O PR e o PM podem ser de cor diferente;

Pergunta da Frequência: O poder da demissão do governo aumenta…?


- Depende;
 Na França:
A constituição não dá ao PR o poder de destituir o PM
- O PR francês pode demitir o PM;
- Pode aconselhar o PM a demitir-se; (ele vai sempre aceitar), pode usar para
renovar;
 Ocorreu em 86

Como varia o poder da demissão do Governo?


(resposta acima)
- Os sistemas semipresidencialistas acabam por reproduzir de acordo com o PR
decide!!
48
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

O que distingue o sistema parlamentar do sistema semipresidencial da Áustria, da


Islândia?? Pergunta da frequência
- Plano prático: O PR se quiser pode interferir, existem várias matrizes de
semipresidencialismo (Austríaca, francesa…)
- No plano jurídico: que o PR tem os poderes mais abrangentes
 sistema parlamentar- querem Interferir mas não podem;
 “Fantoches”- tipo rainha de Inglaterra
Sistemas semipresidencialistas:
- Em frança, todos os presidentes interferem;
- E Portugal também!

Diferentes tipos de presidentes:


Simbólicos
Cerimoniais;
Governam;
Arbitrais;

Próxima aula:
- Novas democracias da Europa de Leste: semipresidencialismo funciona de forma
diferente

25/11/2019
 Várias experiências de semipresidencialismo elas tendem a funcionar mais ou
menos da mesma maneira;
 Constituição francesa e portuguesa são bastantes semelhantes;
Portugal desde: 1976;
França desde: 1962;
- Semipresidencialismo em França e em Portugal;
- Muito parecido;
 A prática é diferente, não têm grandes pontos de confluência (de divergência);

Se não houver alterações, o semipresidencialismo português e o francês não


alteram;
- Estabilização de diferentes padrões de funcionamento;
49
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Matriz austríaca: mais antiga do semipresidencialismo;


- Alguns países da Europa do Leste são os semipresidencialismos + recentes
(formaram-se na década de 90 do século passado)
- Instabilidade política (ainda não é uma matriz completamente estabilizada);

Diferentes matrizes do semipresidencialismo:


 Francesa;
 Portuguesa;
 Austríaca;
 Países do Leste.

Grandes diferenças em relação ao PR: Como é que o PR atua em cada uma destas
matrizes?

 Relativamente ao governo (este responde perante o parlamento)


- A votação de uma moção de censura e a não aprovação de uma moção de
confiança (para ocorrer a demissão do governo);

Matriz Francesa e Portuguesa em relação ao PR


 Na constituição Portuguesa sobre as funções do PR é exatamente a mesma que a
constituição francesa dá;
 Em franca, nunca foi realmente assim!!!
- O PR francês tem dois tipos de características diferentes do que o PR
português

1ªBICEFÁLIA DE EXECUTIVO
 O governo francês é dirigido pelo PR e pelo PM
 O PR também dirige o governo
 Governo = direção do PM (lidera, é permanente) + orientação política dada pelo PR
O PR preside o conselho de ministros;
EM PORTUGAL SÓ É ASSIM SE O PR FOR CONVIDADO PELO PM AO
CONSELHO DE MINISTROS!
Períodos de coabitação (na maior parte das vezes o partido liderado pelo PR
normalmente tem a maioria do parlamento)
- Nos períodos de coabitação, o partido maioritário do parlamento (AR) é oposto ao
partido do PR
- O PR tem de eleger um PM de outra “cor política”
PR líder de oposição ao PM (opõe-se ao governo)
50
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

- Alguns autores franceses designavam presidencialismo ou hiper presidencialismo (o


PR lidera todo o conjunto do sistema político)
O PR NÃO SE LIMITA A TER OS PODERES REPRESENTATIVOS, é ativo, chefia um
partido político, disputa as eleições contra outros partidos políticos
 dizem que o PR francês é líder de uma fação político-partidária;
 PR politicamente ativo!!!

PR em França: duas características especiais:


- Politicamente ativo (não tem meros poderes representativos)
- Bicefalia do executivo

Revisão constitucional: mandato do PR: passa a ser de 5 anos;


No ano das eleições
- Primeiro: são eleições presidenciais;
- Segundo: eleições para o parlamento (AR)

Ou nas eleições do parlamento (da AR), temos um governo da mesma “cor partidária”
do PR, ou senão, entramos no período de coabitação

Portugal
 Não há bicefalia do executivo;
- Quem lidera o governo é o PM
- O PR pode ter uma função política governante, mas deixa-a para o governo

 O PR não é um órgão partidariamente ativo (O PR afasta-se tendencialmente da


luta partidária)
 Atividade arbitral, de garantia das instituições;
- PR é uma figura moderadora, garante;
- Normalmente o PR, depois da sua eleição, alguns foram filiados em partidos
políticos e entregam o seu cartão de filiação de um determinado partido

Há autores que levantam a dúvida se o sistema Austríaco: se é um


semipresidencialismo ou um semipresidencialismo parcial;
51
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Países que contém o sistema semipresidencialista austríaco


 Áustria;
 Irlanda
 Islândia
 Finlândia
 Desde 1929 (não só na Áustria);
 Grande estabilidade;
 Não é aplicado só na Áustria

Em termos constitucionais: a constituição da Áustria é muito semelhante à Portuguesa;


Em termos dos poderes do PR
França
Se o eleitorado quer um PR com poder (por exemplo), os candidatos ao cargo de PM e ao
cargo do PR (têm de preencher certos requisitos)
- Em Portugal, normalmente os antigos PM depois candidatam-se ao cargo de PR

Legitimidade democrática, não quer ser um órgão politicamente ativo (quer ser
representativo, cerimonial; )
- Era eleito e depois retirava-se da vida política;
- Nas próximas eleições se ele voltar a candidatar-se ao cargo, o eleitorado já sabe que
este não desempenhará uma função + politicamente ativo (parecido ao PR nos
sistemas parlamentares)
Irlanda, Islândia: só há eleições presidenciais, só se apresentarem vários candidatos
ao cargo do PR;
-Na prática, é um sistema muito parecido ao sistema parlamentar (o que varia é que o
PR na Áustria é eleito por legitimidade democrática)

Matriz do sistema semipresidencialismo da Europa de Leste;


 Um pouco instável;
 Algo diferente no plano jurídico e no funcionamento prático;
 No plano jurídico, como vieram de ditaduras (poderes autocráticos) este não tem
um poder livre de dissolução do parlamento (da AR)
 Nas outras matrizes do sistema semipresidencial o PR tem o poder de
dissolver a AR

 Portugal: O PR pode dissolver a AR, exceto nestas três exceções


52
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

- Nos primeiros seis meses do mandato da AR não pode;


- Nos últimos seis meses do mandato do PR;
- Também não pode dissolver a AR num estado de emergência; (Art 172º)

Pergunta: países de leste?? O Marco disse não ouvi!!


27/11
Matrizes do semipresidencialismo
- Europa de Leste
- Sistemas democráticos não estão perfeitamente estabilizados;
- Termos jurídicos;

Termos jurídicos:
- Apesar de ser consagrados um PR democraticamente, há um receio de surgimento de
tendências autocráticas;
- Poder de dissolução da AR= não o têm ou é muito limitado;
- Posição no domínio da função executiva não está tão bem definido- constituições
atribuem algumas características especiais;
- Estes governos respondem simultaneamente ao PR e à AR;
- Plano constitucional manifesta-se no plano prático do PR- intromete-se no poder
governamental;
- PR na prática tem interferências nos poderes governamentais, a constituição dá-lhes
esse poder, não lidera o governo;
- Repetição frequente de conflitos entre PM e o PR:
 nem sempre os governos são apoiados por uma maioria absoluta na AR:
CONFLITO INTRA-EXECUTIVO;
- Repetição de governos tecnocráticos: governos de técnicos
 Formado não com base nas orientações partidárias (não militantes dos
partidos),
 MAS são escolhidos pelos presidentes não têm uma vida partidária ativa,
pode nomear pessoas da sua confiança;
 Portugal teve em tempos: com outro nome, governos de iniciativa presidencial
(“partidos independentes”)
- Não deu bons resultado em Portugal
53
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

MATRIZ PORTUGUESA
 Praticamente unânime: Sistema semipresidencialismo (diferente do da Europa
de leste)
- Mas há sempre que alguém que discorde (minorita)

 Não é um sistema presidencialismo


- Pois o governo pode ser demitido pela AR (e o governo sai da AR)

Em 1976 (início do semipresidencialismo) - poderia haver algumas dúvidas!

- Mas de certeza que não é um sistema parlamentar


- Em Portugal:
 O nosso PR é eleito com legitimidade democrática + eleito por maioria
absoluta (senão há a 2ª volta);
 Tem poderes que pode exercer que está na constituição
Os nosso PR são politicamente ativos, frequentemente exerce os seus poderes com
sentido contrário à maioria parlamentar (NÃO SE CONFUNDE COM O SISTEMA
PARLAMENTAR)
Alguns PR dissolveram a AR (contra a vontade desta)
- 1983, 1987,2004;
- Não é nem presidencial nem parlamentar

Características:
 Responsabilidade do governo perante o parlamento;
- O governo sai, tendo em conta as eleições legislativas;
- Não é do presidente (nomeado por ele, tendo em conta a posição da AR)
- O governo apresenta o seu programa para ser discutido na AR)
(não é obrigatório)
Se alguém aprovar uma moção de rejeição (ou de censura) e for aprovada
pela maioria da AR, necessitamos de um novo governo;
- Fica dependente da confiança da AR- tem de prestar contas;
- Se a AR quiser durante o mandato do governo pode demití-lo;
-O próprio governo pode tomar a iniciativa- moção de confiança
54
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

PR e as suas funções
 Eleição popular ou direta (legitimidade democrática)
- Pode exercer todos os poderes que a constituição lhe dá
- Órgão politicamente importante
- Poderes que a constituição lhe dá
1.Nomeia o PM e sob sua proposta os restantes membros do governo;
2.Demitir o governo (não por censura política ou desconfiança) – Art 195º da CRP
3. A partir de 1982 podia demiti-lo de acordo com os termos anteriores;

 Em relação AR
- Pode dissolver a AR, praticamente livre e incondicional- 172º
- Determinar uma mudança na vida política
- Poder de marcas eleições
- Dissolver as assembleias legislativas regionais;
- Poder de veto relativamente ao governo e relativamente a AR;
- Chamar o tribunal constitucional, para verificar a constitucionalidade das leis;
Pode fazê-lo antes da promulgação da lei: fiscalização preventiva
constitucional; (o nosso PR não gosta muito)
Ou pode fazer depois da lei entrar em vigor;
- Nomeação de altos cargos: nomeação do procurador geral da república,
embaixadores...
- Pode ratificar os tratados internacionais;
- Pode ter uma intervenção política ativa, de caráter permanente;
- Dá lhe uma faculdade (não é um poder formal) O PR pode afetar o governo, a AR (tem
de ser ouvido)
Ex: o nosso PM consulta ou tenta não ir contra o PR
Se o PM quiser ter estabilidade, é melhor não entrar em conflito
Mini síntese:
 Responsabilidade do governo perante a AR;
 PR com poderes representativos;

Revisão de constitucional de 1982:


- Ver nas práticas (em relação ao PR)
55
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Em Espanha, como quiseram manter a monarquia, tiveram de enveredar por uma


monarquia parlamentar;
Portugal:
- Podia escolher qualquer sistema de governo;
- No tempo de Salazar, o PR não fazia quase nada (em termos políticos eram quase
inexistente);
- E queriam dar-lhe um papel importante, e acharam que este devia ser eleito;
- E como viam que o sistema presidencialista não funcionava na Europa, escolheu-se o
sistema semipresidencialista;

2/12/2019
 Constituição de 1976: eleição popular direta do PR;
 Regime semipresidencialista ou presidencialista (com esta característica)
 Europa ocidental: o presidencialismo não funciona;
 Com a experiência da constituição de 1933 (o PR era eleito diretamente, era “mentira”;
- As eleições não eram livres;
 PR- muito desvalorizado no regime de 1933;
 Na eleição de 1958 (o regime manifestou) alguma abertura política: candidatura de
Humberto Delgado;
 Mobilizou a importância do PR (assustou o regime do Estado Novo);
 Presidente do Governo = ditador;
 Humberto delgado (posição ao regime, o povo adorou- ficou na memória dos
portugueses
Em 1976- O povo quis que a eleição do PR fosse direta;
Que tipo de semipresidencialismo seria adotado em Portugal;
- Matriz austríaca (não tinha atividade quase nenhuma)
- Matriz francesa (PR era também o líder do governo)

Portugal iria seguir a matriz francesa do semipresidencialismo, mas alterou por fatores de
ordem prática:
1ºfator o primeiro PR eleito foi um militar (General Ramalho Eanes, em princípio não
deveria ter partido político;)
2ºfator Ainda por cima era o chefe Maior das Forças Armadas (O PR tinha de ser
alguém suprapartidário (que não tivesse partido político;
3ºfator: O general Ramalho Eanes foi apoiado por partidos de direita (CDS-PP) e por
partidos de esquerda (PS)
56
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

- Devido a estes fatores, Portugal não reproduziria a matriz do sistema


semipresidencialista francês;
Em França, foi diferente com o General Goulard??

França o PR era:
- Militante;
- Líder de partidos políticos

Em Portugal, o PR não envolvido na luta partidária (suprapartidário)

Mas Portugal também poderia enveredar pela matriz austríaca (o PR não tem poderes
significativos)
O General Ramalho Eanes foi um presidente ativíssimo, interferia na vida governativa,
foi eleito 2 vezes)
 Logo também não segue matriz austríaca de semipresidencialismo;

A participação do PR depende das suas características;

Diferente da matriz austríaca do semipresidencialismo;


O PR general Ramalho Eanes demitiu o 2ºGoverno;
1978: Coligação PS, CDS-PP

DUPLA RESPONSABILIDADE DO GOVERNO;


- Na versão originária de 1976 o governo tinha responsabilidade sobre a AR e sobre o PR;

Crise política:
57
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Mário Soares foi demitido e queria continuar a governar;


O PR Ramalho Eanes afastou;
 Diferente da matriz austríaca de semipresidencialismo;
Francisco Sá Carneiro (fundou o PP-PSD) vs Mário Soares;
 Francisco de Sá Carneiro: Líder do PSD da Altura
 Se este ganhasse as eleições ficavam muito dependente do PM
- O PR interferiu, para o segundo mandato tem uma legitimidade reforçada, o PR ficou
marcado pela sua intervenção política ativa:
- Pode opor-se aos partidos políticos;
- Pode opor-se ao Governo;

Os militares de 1974- ficaram só no período de transição;

o Revisão constitucional: os militares iriam abandonar a vida política e Portugal passava


a ser uma democracia típica;

Os grandes partidos políticos: PS (Mário Soares) e PSD (Francisco de Sá Carneiro);


- Eram contra o PR e queriam aproveitar a revisão constitucional para “atar as mãos” do
PR;
- Queriam limitar o seu poder;
General Eanes ensaiou uma via muito controversa (correu muito mal) - GOVERNOS DE
INiCIATIVA PRESIDENCIAL)
- O PR queria nomear governos não partidários (governos tecnocráticos)
Entre 1978/1979: Os partidos não “passam” no parlamento/AR;

1º Governo: Primeiro Ministro Nobre da Costa;


2º Governo: Elegeu como PM o professor doutor de Coimbra, Mota Pinto
3º Governo: Engenheira Maria de Lurdes Pintasilgo

Os líderes dos Grandes Partidos diziam que este PR tinha muito poder, devia ser +
reduzido;
Mas estes não sabiam a Teoria Constitucional
58
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

REVISÃO CONSTITUCIONAL DE 1982


 O governo deixa de ser responsável perante o PR;
 O PR deixa de poder demitir o Governo
 “Neutralizar” a figura do PR;

 NADA da previsão daqueles partidos se concretizou


Em vez disso, os poderes do PR aumentaram!!
É possível, porque na altura não sabiam o que era um semipresidencialismo;
o Eles pensavam que quando o PR ficasse sem o poder de demitir o GOVERNO, o PR
ficava sem poderes; LOOL;
o Grande mentira!

Mas o grande poder do PR é a DISSOLUÇÃO DA AR (muito importante);


o Mas este poder aumentou!

Antes de 1982: o PR ao aplicar o poder de dissolução da AR, tinha de ser autorizado pelo
Conselho da Revolução
- Mas este conselho foi extinto!!!!!
Depois de 1982, o PR dissolve quando quiser a dissolução da AR (só tem o conselho de
Estado, que tem um parecer meramente consultivo);

Os poderes do PR saíram aumentados após a revisão constitucional de 1982;


- Nem o próprio PR sabia disso

Em 1983, o PR dissolveu a AR
Síntese
- Retirar a responsabilidade política do Governo em relação ao PR
- Aumenta o “poder” da dissolução da AR (passa a ser livre)
- O nosso semipresidencialismo é diferente do que as outras matrizes do
semipresidencialismo;
59
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

4/12/2019
 Revisão constitucional de 1982:
- Pôs fim a período de transição que começou em 1974;
- Aumento o poder do PR

 Em relação às alterações Presidente da República e Governo;


 Em relação ao Presidente da República e Assembleia da República;

Plano do PR e Governo
Governo
 Até 1982: duplamente responsável (dupla responsabilidade)
- (perante a AR e perante o PR)
Dupla responsabilidade- fim!!! (1982)
-O governo só é politicamente responsável perante a AR
-A AR pode demitir o governo, aprovação de uma moção de censura ou não aprovação
de uma moção de confiança;

PR:
A partir de 1982: Pode demitir o governo – muito restrito (para assegurar o regular
funcionamento das instituições democráticas)
O governo responde perante a AR (alteração da natureza formal)

Antes: responsabilidade política


Passa a ser uma responsabilidade MERAMENTE institucional:

Art 195 nº2: “quando for estritamente necessário para assegurar o regular funcionamento
das instituições democráticas”

Ex: Presidente demite o governo (não era necessário para assegurar o regular
funcionamento das instituições democráticas:
- Não há fiscalização deste tipo de atos pelo tribunal constitucional, mas é
inconstitucional;

Exemplo: AR funciona mal!


O PR pode demitir o governo?? Não faz sentido!
MAS SE DEMITISSE O GOVERNO, ficava demitido
- O tribunal constitucional não pode fiscalizar;

PLANO DO PRESIDENTE E AR
O conselho da revolução foi extinto;
- O poder deste conselho foi distribuído:
 Fiscalização da constitucionalidade (passaram para o tribunal constitucional)
 Funções legislativas: passaram para a AR e para o governo;
60
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Funções de aconselhamento, passa para o Conselho do Estado (é meramente


consultivo)

O conselho da revolução, quando o PR tinha de dissolver a AR este conselho tinha de


dar autorização;
Atualmente, o Conselho de Estado é meramente consultivo;

O PR pode dissolver a AR, quando quiser, só não pode dissolver nos seguintes casos
(Art 172 da CRP)
- Primeiros 6 meses da AR;
- últimos 6 meses do mandato do PR;
- Circunstância muito específico, exemplo: catástrofe (estado de sítio ou de emergência,
golpe de Estado…)

PR perdeu algum poder de demissão (do governo) e ganhou o poder de dissolução (da
AR)
Não se pode comparar estes dois poderes;

Poder de demissão do governo (não resolve nada, pois se demitir tem de nomear outro,
apresentar o programa na AR, se tivesse uma maioria contra o governo, este não chegava
a formar-se)

Se o PR dissolver a AR, os eleitores têm as últimas “palavras”

TODOS OS PR QUE DISSOLVERAM A AR, os eleitorados confirmam a “dissolução do


PR” (o povo concordou com a AR)

Poder de dissolução da AR-muito importante: Bomba Atómica

O PR, até à revisão de constitucional de 1982


- Poder de nomear as chefias/ os chefes do Estado (Após 25 de abril)
- Porque os militares eram importantes na vida política

Após a revisão constitucional de 1982


Mas agora é um poder partilhado entre o governo (propõe) e o PR (aceita ou não)
Antes da revisão constitucional de 1982: Este poder não era da constituição, era a lei
ordinária que dizia; (O parlamento pode alterar esta lei a qualquer altura)
Depois da revisão: Este poder passa a estar na constituição, compartilhado com o governo
(não é muito importante)

VETO Art 136 nº2 e 3


- Muitas matérias para as quais existem 2/3 dos votos
61
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

1982:
- Maioria absoluta (em regra) + As matérias mais importantes só podem ser confirmadas
com a maioria de 2/3 dos votos;
- Se o PR vetar e a AR tiver maioria absoluta (mais que 2/3 dos votos), o PR é obrigado a
promulgar;

Um professor disse com este tópico, passamos de um sistema semipresidencialismo para


um sistema parlamentar (mas isto está errado!!!, pois em 1983 o presidente Eanes
dissolveu a AR, e esta tinha maioria absoluta)

Com a constituição de 1982, veio definir que Portugal não seguiria nem a matriz
austríaca nem a matriz francesa do semipresidencialismo

O PR preside não governa


O poder de governar: diminui;
O poder de presidir aumentou!
Não está dependente de ninguém para a dissolução da AR;

PARTE MAIS IMPORTANTE NA MATÉRIA- deve sair na matéria

- SEPARAÇÃO DE PODERES E EQUILÍBRIO ENTRE OS PODERES


O equilíbrio é que é regulado de forma diferente entre cada sistema de governo;
 Equilíbrio no sistema parlamentar: o PR não tem poderes significativos e o governo
tem de prestar contas ao parlamento/AR;

Equilíbrio no semipresidencialismo: governo responde perante a AR e a AR pode


demitir o governo

Equilíbrio no sistema presidencialismo: o congresso não pode demitir o PR e o PR não


pode dissolver o congresso; (equilíbrio por separação)
- O impeachment pode destruir este equilíbrio;

9/12/2019

 A matéria da próxima aula ainda conta para a frequência;


- Pode vir ou não para a frequência;

- A natureza da característica da nossa matriz (o PR não exerce poderes de governo,


mas desempenha uma intervenção autónoma)
- Arbitragem e regulação
- Diferente que a matriz francesa e austríaca;
62
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Poderes do PR mais importantes: intervenção


reguladora;
- Nomear e demitir do governo;
- Dissolução da AR;
- Poder de veto;

Poderes informais: não vem na constituição, permitem-lhe exercer uma “magistratura de


influência”:
- Influência do poder político (através do contacto com o governo, com as intervenções
públicas)

Ex: o PR vai passar a passagem de ano na ilha do Corvo (combate à insolação) -


regionalização;

Regionalização administrativa: vem na constituição (não tem sido feita), poderá ser
problemático (o PR é contra), mas se o governo quiser, pode criar problemas com o PR

 Quando se desenvolvem crises políticas, os olhares voltam-se para o PR;


- Pode demitir o governo ou dissolver a AR (cabe-lhe a ele)

 Ao longo do nosso sistema do governo, o poder principal (mais utilizado) é decidir a


continuação ou não do governo em funções
- Só pode demitir o governo se for “para assegurar o regular funcionamento das
funções democráticas”

Situações de crise: maior probabilidade de dissolver a AR (parlamento)


1983- General Ramalho Eanes dissolve a AR

1983: Governos de bloco central: composto pelo PS e PSD (de fora ficam os partidos
mais à esquerda e mais à direita)
- Nunca mais se fez (tentativa de grande coligação) - maioria esmagador, fazia tudo o
que queria (abusaram no poder!);
- Problema: democracia deve haver sempre alguma alternativa!!
Problema no governo, o PR dissolveu a AR e convocou novas eleições;

1987: havia um governo minoritário do PSD do Cavaco Silva


O governo de Ramalhos Eanes derrubou o governo minoritário ( de Cavaco
Silva);
Na AR, formou-se uma maioria contra o governo??
- Formou-se uma moção de censura (contra o governo) (tiveram maioria absoluta para
governar)
63
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Foram ao PR (Mário soares) e este disse para se dissolver a AR e o governo


mantinha-se;

O governo minoritário sobressai!!!


Frequência??

2004:
- PR Jorge Sampaio:
- Maioria na AR: PSD + CDS-PP
- PR achava que o governo estava esgotado;
- Dissolveu-se a AR e convocou-se novas eleições;
- Governo “contra” teve a maioria dos votos;

PR: TÊM A ÚLTIMA PALAVRA”

Se houver uma disputa entre o PR e a maioria da assembleia:


“O eleitorado vota a favor do PR

Estrutura da frequência:
- Só tem questões teóricas de forma a que não haja tentações de copiar
- Pode pedir para comentar uma frase;

2 ou 3 perguntas; gerir o tempo!!

CONSTITUCIONALISMO PORTUGUÊS:
 Marcello Caetano dizia que:
- Antes da revisão constitucional de 1982, diziam que entre 1976 e 1982 era uma
ditadura militar (porque o Conselho da Revolução tinha poder);

 Depois da revisão constitucional de 1982, diz-se que PORTUGAL É UM ESTADO DE


DIREITO (em relação à tipologia de Estado)

 Na constituição de 1976: tipologia histórica de Estado: Estado de Direito!!


- Garantia dos direitos fundamentais;
Constituição de 1976:
 Separação de poderes;
64
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Eleições democráticas;
 A nossa constituição (tem separação de poderes + organização dos poderes políticos,
tribunal constitucional)
Estado de direito liberal: século 19 (XIX) e início do século XX

Estado de direito social e democrata:


- A de 1976 é está!!!!!!

Próxima aula:
- Regime político e a forma de Estado da constituição de 1976
- Ainda não se sabe se sai para a frequência;

11/12/2019
Esta aula ainda sai para a frequência!?
Normas constitucionais- dos direitos fundamentais: normas princípio;
(voltamos a rever as normas regra e as normas princípio)
- Os tribunais para avaliar se uma situação é contra os direitos fundamentais, temos
também de recorrer aos princípios estruturantes do Estado de Direito

Princípios estruturantes do Estado de Direito


- Princípios da dignidade da pessoa humana (art 1º)
- Decorrem da ideia da “dignidade da pessoa humana)
Ex: art 13º da CRP: Princípio da igualdade
- Este artigo decorre do princípio da dignidade da pessoa humana;

Outro exemplo: Princípio da legalidade

Perceber quando à violação dos direitos fundamentais (recorre-se aos princípios


estruturantes)
65
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

- O tribunal Constitucional vê se à inconstitucionalidade de uma situação, com base na


sua jurisprudência, através dos princípios estruturantes

Outro exemplo:
Princípio da proporcionalidade = Princípio da proibição da lei excesso
Ex: Quando houve uma crise, o Estado começou a aumentar os impostos, e foi declarado
inconstitucional - violava o princípio da dignidade!
Todos os princípios estruturantes provêm da dignidade da pessoa humana!
Princípio da igualdade é muito importante!!!

Outro exemplo:
- Discriminação dos brasileiros na FDUL (violava o princípio da igualdade)

Outro exemplo:
- “Metardados”: podiam saber onde é que andávamos, etc;
- Violava o princípio da proporcionalidade

Os princípios estruturantes- verificamos se os princípios fundamentais se estão ou não a


ser violados!!
Art 2º: princípio do Estado de Direito: democracia representativa;
Art 113,114

Sistema eleitoral português: sistema proporcional!!!!!


Art 288º (limites materiais da revisão)
- Revisões constitucionais devem respeitar algumas condições
- Ex: princípio da proporcionalidade

Jorge Miranda: defendia


288º alínea B- proíbe a alteração de forma de governo (monarquia para república)
- Defendia que na 1ªrevisão suprimiam esta alínea
- Na 2º revisão realizavam a alteração
66
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Forma de Estado: Estado Unitário com regiões autónomas (estatutos político-


administrativos e órgãos de governo próprios)
Art 6º
Art 226
- Regiões elaboram a proposta e a nossa AR aprova o estatuto das Regiões
Autónomas!!!

Órgãos próprios:
- Assembleias Legislativas Regionais;
- Governo regional

Representante da REPÚBLICA NA REGIÃO (não pertence aos órgãos da região), eleito


pelo nosso PR
- Isto tudo é colocado na Constituição de 1976

16/12/2019
6 constituições

2 fases:
- Monarquia absoluta;
A partir do século XIX (19), desde a revolução francesa: instituições do Estado de direito;
1ªConstituição: 1822 (depois da revolução de 1820) (Liberais e absolutistas)
1823-1826: Monarquia absoluta;
(Dizia-se que a constituição de 1820 era muito radical para a época e então surge a carta
constitucional de 1826 para amenizar)
2ª Constituição: 1826 (carta constitucional que dura até 28)
67
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Até 1834: monarquia absoluta;


1834-1838: revolução de 1822

3ª Constituição: 1838 (mistura de liberalismo e absolutismo?)


Carta constitucional estava em vigência de 1842 a 19112

4ª Constituição de 1911
5ª Constituição do estado autocrático: de 1933
6ª Constituição de 1976 (a Atual)

Lutas entre absolutistas (defendem a monarquia absoluta) e liberais (defendem a


monarquia constitucional)

Vintistas: 1820 (mais radical)


Liberal – radicais: carta constitucional de 1826
A partir de 1851/52: entra em vigor a carta constitucional e vai até 1910

Evolução dos Estados de direito!! (desde 1911 até aos dias de hoje)
- As diferentes constituições refletiram-se os tipos históricos de Estado, como regime
político
- Estabilização na constituição de 1976;

Monarquia absoluta para uma Monarquia constitucional:


- Forma de governo monárquica com constituição;

Tipos de monarquia que Portugal teve:


1822: monarquia parlamentar (muito radical para a época)
1826: Monarquia Limitada: carta constitucional;
- Constituição: Aprovada pelo rei e não pelas cortes constituintes;
- Legitimidade monárquica;
2
Nota: é errado dizer que a última constituição da monarquia é a de 1838.
Pois até 1911 vigorou a carta constitucional de 1826 e não a constituição de 1838
68
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

- Rei: Poder moderador;


- Nomear a câmara dos Pares;
- Rei nomeava os magistrados

1838: monarquia orleanista


- Mistura entre a constituição de 1822 (feita pelos representantes do povo) e a carta
constitucional de 1826 (Rei);
- Pacto entre a legitimidade democrática e entre a legitimidade monárquica;
- (2 Câmaras, como a de 1826)
- O rei tem poderes efetivos (não como 1822)
- Não tem o poder moderador; (é um Rei com poderes intermédios)
2ªmetade do século XIX (19): está em vigor a carta constitucional de 1826 (evolui em
termos e monarquia limitada para monarquia orleanista)

Atos para a revisão da carta constitucional feita pela assembleia ou Rei?

Rever Governo representativo e democracia representativa;

Estado Federal e Estado unitário!!!!


- “Reino Unido” - entre Portugal e Brasil

Constituições republicanas (exceto a de 1933)


4ª Constituição de 1911
- Revisão constitucional de 1919: o PR pode dissolver a AR
5ª Constituição do estado autocrático: de 1933
6ª Constituição de 1976

4ª constituição de 1911
- Em termos da separação de poderes, não há muitas diferenças: governo representativo
parlamentar;
- introduz-se a fiscalização da constitucionalidade (existia na América, introduzido pelo
Brasil em Portugal;
69
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

Só entra em vigor a 1976

Interregno de Sidónio Pais: Seria eleito por sufrágio direto, alterou a forma de
governação; (durou apenas alguns meses, com a revisão da constituição em 1919, voltou
a vigorar a constituição de 1911;
1926: Acaba a constituição de 1911

Aula prática de compensação 16/12- das aulas práticas!!


Sub-princípios do princípio da proporcionalidade (técnica jurídica de ponderação de direitos
fundamentais)
 Princípio da Necessidade (exemplo: competências do governo de gestão)
 Princípio da Atuação
 Proporcionalidade Scricto sensu
Princípio da proibição do excesso?? Não sai!!

18/12/2019
Constituição de 1933

 Típica de estado autocrático


 Portugal inspirado em algumas destas ideias, fascismo italiano
 Desvalorização da democracia representativa em norma da representação
corporativa
 República de corporativa= constituição de 1933
 Corpos= fundamental num estado não é o indivíduo, seriam as organizações
intermedias entre o indivíduo e o estado;
 O indivíduo não tinha valia própria enquanto individual, só se integrasse nos corpos
intermédios (família, sindicatos, associações patronais= grémios; as casas do
povo)
70
Aulas teóricas de Direito Constitucional Rodrigo Espiñeira 1º ano 1º semestre turma C subturma 18

 Corpos intermédios tinham representação num órgão próprio- câmara corporativa,


funcionava junto à Assembleia nacional, muito desvalorizada, funcionava poucas vezes
no ano
 Pareceres das câmaras corporativas eram mais importantes do que os das
câmaras nacionais
 Relevância do chefe de estado: eleito pelos cidadãos, mandato de 7 anos, era reeleito,
imensos poderes, nomeava e demitia o chefe de governo, poderes relativamente
aos outros órgãos
 Sendo o chefe de estado o órgão principal- inversão da hierarquia, chefe da república
nomeava o chefe de governo o chefe da república
 Ditadura= a constituição dos órgãos não dependia da eleição, era escolhido um
candidato unicamente eleito, era importante o candidato ao cargo de presidente da
República
 Nomeava o candidato era o partido único do regime- União Nacional
 Líder do partido único era a pessoa + importante do regime
 Era Salazar quem seria a pessoa que seria PR
 Ninguém controlava a limpidez das eleições- não havia outros partidos para se
regularem mutuamente
 1933- Consagrava os direitos fundamentais (o conteúdo daqueles diretos seria
definido por regulamento) = esta lei ordinária aprovada pelos órgãos do regime
o Ex: AE tinha de passar pela aprovação do governo, se não passa não poderia
surgir
 Lei condicionava todo o exercício a atividade governamental- competência
legislativa era do governo
 Direitos Fundamentais da constituição foram esvaziados de conteúdo
 Constituição: nominal vs semântica?
 Semântica?= legitimar o poder não limitar o poder
 1958- General Humberto Delgado, ninguém fiscalizava as mesas de voto
 1959- Revisão constitucional onde o PR deixou de ser eleito diretamente mas sim
indiretamente por um colégio eleitoral
 Final da década de 60 para a Assembleia Nacional
 Enorme desvalorização do PR (“corta fitas”);
 Continuava o sistema de fiscalização (da constitucionalidade) mas sem qualquer
exercício prático

Próximo semestre:
- Função legislativa: leis, leis ordinárias, competências... (professor Jorge Miranda, José
Melo alexandrino)
- Constituição anotada= Gomes Canotilho Moreira, Jorge Miranda
- Fiscalização da constitucionalidade em geral e em PT

Você também pode gostar