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-Direito Político-

A Evolução da Constituição

 Sentido Material

Até ao Séc. XVIII a noção de constituição apresentava um sentido material, ou seja,


não existia formalmente um documento constitucional.

Na época servia para explicar quem exercia o poder de origem divina (rei) e quem
se submetia que no caso era o (povo) também servia para justificar quem pertencia
a comunidade.

 Sentido Formal
No séc. XVIII,com a revolução francesa em 1789, a constituição torna-se algo formal,
ou seja, apresenta-se como um documento.
Limita o poder através do princípio de separação dos poderes e protege e define os
direitos fundamentais.

Princípio de Separação de Poderes

 Legislativo-fazer as leis
 Executivo-aplicar as leis
 Judicial-sancionar quem quebra as leis

Antigamente os três poderes estavam concentrados numa pessoa (o rei) com isto
divisão dos mesmos surge de forma a evitar abusos e conflitos de interesses, mas
também de forma a servir o bem comum.

Matriz Legislativa

O princípio da legalidade ocorre no poder legislativo, naturalmente o cidadão está


submetido ao respeito pela lei, assim como o próprio Estado (Respeito pela lei).

Criaram-se regras, separação de poderes, respeito pela lei, criação de direitos


fundamentais e conceito de cidadão, contudo falta um órgão para fiscalizar esta
situações.

Fiscalização (violação da constituição tem consequências), necessário um órgão que


indique a o que violou e as consequências das mesmas.

Modelo Europeu (Apresenta duas abordagens)

Legitimação do Povo (Carl Schmidt)


Defende que é necessário existir alguém que fiscalize a constituição, caso contrário eram
letras mortas. Quem fiscaliza deve ter ligação mais direta com o povo, sem órgãos
intermédios (juízes e assembleia da república).

Por exemplo o chefe de estado tinha uma maior ligação com o povo, este tem o voto direto do
povo.

Legitimação do Povo pela Neutralidade (Hans Kelsen)


Quem fiscaliza constituição têm de possuir um mecanismo de legitimação (fundamento
de legitimação, tal como o poder constituinte também tem de ter um fundamento de
legitimidade).

O povo é quem suporta a lei fundamental, e quem fiscaliza a constituição tem de ter a
legitimidade do povo, contudo fiscaliza deve ser imparcial, mas ter legitimação do povo.
Por isso, deve ser um tribunal especializado para continuar imparcial (tribunal
constitucional) o juiz deste tribunal tem de ser indicado por um órgão com ligação ao povo
(assembleia da república).

Modelo norte-americano
Constituição muito recente, a preocupação era estabelecer uma autoridade política num
território muito vasto. Não há preocupações com as pessoas, apenas com a organização
territorial.

A maneira de dar força a esta constituição foi a criação de um mecanismo difuso. Ou seja,
qualquer tribunal tem poderes de fiscalização da constitucionalidade, esta era a única
maneira de se fiscalizar um território que estava em expansão. Não há controlo
concentrado num só órgão, mas sim difusão por todos os tribunais.

O Modelo Português
Ao nível da fiscalização sofremos influência dos modelos europeu e norte-americano, por
isso, temos uma fiscalização concentrada e difusa.

É difusa na base e concentrada no topo. É difusa na base, pois qualquer tribunal pode
recusar-se a aplicar uma norma se esta for inconstitucional, ou seja, qualquer tribunal tem
competência constitucional e concentrada no topo, pois fiscaliza a constitucionalidade dos
atos do Estado.

Artigos relevante:

204-Fiscalização difusa

280-281-Fiscalização concreta

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