políticamente organizada; 3.2. Os elementos do Estado; 3.3. Órgãos de soberanía; 3.4.O Estado como detentor da criação e aplicação do Direito; 3.5. Estado de Direito. 1-O que é uma Nação?
2- O que é um Estado?
3- Explique a diferença entre
Nação e o Estado? A forma de organização da sociedade pressupõe um Estado. Noção de Estado: colectividade, ou seja um povo fixo num determinado território que nele institui por autoridade própria um poder politico, relativamente autónomo. O Estado é uma sociedade que se fixou num determinado território e se organizou politicamente em termos autónomos e soberanos. Nesta perspectiva os elementos essenciais do Estado são: Elementos do Estado. 1.Povo 2.Território 3.Poder Politico
1-Povo: é o conjunto de cidadãos ou nacionais
de cada Estado, isto é, ligados a um certo Estado por um vínculo de nacionalidade que lhes reconhece o gozo de direitos políticos. Trata-se de um conceito jurídico-político que não se confunde com o conceito de: População: conceito de natureza demográfica – conjunto de pessoas físicas residentes no território de um Estado, num determinado momento histórico, sejam elas, nacionais, estrangeiras ou apátridas. Nação: tem uma natureza cultural (cristalização de valores intelectuais e morais que um povo encarna e aspira realizar – a cultura manifesta-se na literatura, arte, religião, musica, moral direito). A nação tem subjacente uma comunidade que assenta numa convivência mais ou menos longa de homens ligados pela mesma etnia, língua e tradições sedimentadas naquela convivência. Território: é o espaço onde o povo se rege segundo as suas leis executadas por autoridade própria e com exclusão da intervenção de outros povos. Integra o solo e subsolo (território terrestre); espaço aéreo; mar territorial (no caso de o Estado ter costa marítima – mar territorial). O território de um Estado é limitado por fronteiras e define o âmbito de competências no espaço dos seus órgãos supremos. Poder Politico: faculdade exercida por um povo de, por autoridade própria, instituir órgãos que exerçam com relativa autonomia a jurisdição sobre um território, nele criando e executando normas jurídicas e usando os necessários meios de coacção. Poder Politico é a capacidade de aplicação do seu ordenamento jurídico, do seu direito dentro do seu respectivo território, capacidade que o estado tem de fazer valer as suas decisões dentro do seu respectivo território. Para assegurar os objectivos que constitucionalmente lhe estão atribuídos, o Estado tem de realizar permanentemente varias actividades a que se chamam funções. As funções do Estado não se encontram todas no mesmo plano, tal é determinado pela CRA. O poder constituinte gera a CRA que condiciona o poder de revisão constitucional e as demais funções do Estado. As funções do Estado são: Primárias e outras são Secundárias. São funções Primárias( principais ou independentes) as que os órgãos do poder político do Estado podem realizar “de uma forma essencialmente livre ou minimamente vinculada”. Pertencem a estas funções: a função politica e a função legislativa. 1. A Função Política: consiste na definição e prossecução, pelos órgãos do pode político, dos interesses essenciais da colectividade, realizando, em cada momento, as opções para o efeito consideradas mais adequadas. Orienta-a o interesse geral e caracteriza-a a liberdade de opção entre várias soluções possíveis. ex: políticas ao nível do funcionamento dos sistemas de saúde, educação e segurança social; acesso a cargos e funções públicas; actos políticos negociais (acordos de concertação social, de recuperação de empresas, contratos de investimento. 2. A Função Legislativa: traduz-se na prática de actos legislativos pelos órgãos constitucionalmente competentes na forma prevista na Constituição. É através dela que o Estado que aqui em Angola é a Assembleia Nacional cria a maior parte do seu direito positivo constituída por leis. A função política e legislativa, obedecem à CRA (incluindo leis de revisão constitucional) e condicionam as funções jurisdicionais e administrativa, estas devem ser conformes à CRA aos actos políticos e às leis. As funções Secundárias(subordinadas ou dependentes) decorrem das funções primárias que são: função Jurisdicional e função Administrativa. 1. A função Jurisdicional: consiste no julgamento de litígios suscitados por conflitos entre interesses privados ou públicos e privados, e na punição da violação das normas jurídicas. É desempenhada por órgãos independentes(os tribunais),cujos titulares(os juízes) sofrem de certas incompatibilidades colocados numa posição de passividade e imparcialidade e cujos titulares são inamovíveis e não podem ser responsabilizados pelo julgamento das suas decisões. 2.A Função administrativa: consiste na satisfação das necessidades colectivas que por virtude da prévia opção política ou legislativa se entende que incumbe ao estado prosseguir. É uma tarefa cometida a órgãos independentes dotados de iniciativa e parcialidade na realização do interesse público e com titulares amovíveis e responsáveis pelos seus actos. 1. O que são órgãos de soberania?
2. Quais são os órgãos de soberania?
Por órgão do Estado entende-se, pois, o centro autónomo institucionalizado de emanação de uma vontade que lhe é atribuída, sejam quais forem a relevância, o alcance, os efeitos (externos ou mesmo internos) que ela assuma; o centro de formação de actos jurídicos do Estado (e no Estado); a instituição, tornada efectiva através de uma ou mais de uma pessoa física, de que o Estado carece para agir (para agir juridicamente). Cada órgão diferencia-se dos demais, primeiro que tudo pelos poderes jurídicos que recebe para esses fins; estrutura-se em razão de tais poderes; insere-se no plano dos princípios e do sistema constantes da Constituição (máxime da forma e do sistema de governo); e subsiste por virtude da institucionalização que daí procede. Nos termos do artigo 105º da constituição, são órgãos de soberania o Presidente da República, a Assembleia Nacional e os Tribunais, que devem respeitar a separação e interdependência de funções, cujo abaixo se descrevem: 1.Presidente da República O Presidente da República simboliza a unidade nacional e representa a nação no plano interno e internacional, desde sua independência em 1975. Com a aprovação da Constituição de 2010, foi extinto o cargo de Primeiro-Ministro, e criado o cargo de Vice- Presidente. O presidente passou a ser eleito nas eleições parlamentares, por um período de cinco anos, entre os cidadãos angolanos maiores de 18 anos sendo o cabeça de lista do partido mais votado. Após esta aprovação o Presidente passou a formalmente acumular também a função de comandante em chefe das forças armadas. O Presidente da República exerce o poder executivo, auxiliado por um Vice- Presidente, Ministros de Estado e Ministros. O Vice-Presidente é um órgão auxiliar do Presidente da República no exercício da função executiva. O poder executivo é exercido pelo Presidente da República,Vice-presidente, e pelo Conselho de Ministros, sendo os governadores das 18 províncias nomeados pelo Chefe de Estado e executam as suas directivas. 2. Assembleia Nacional A Assembleia Nacional é o parlamento da República de Angola. É um órgão unicamaral, representativo de todos os angolanos, que exprime a vontade soberana do povo e exerce o poder legislativo do Estado. Os Deputados são eleitos por sufrágio universal, igual, directo, secreto e periódico pelos cidadãos nacionais maiores de dezoito anos de idade residentes no território nacional, considerando-se igualmente como tal os cidadãos angolanos residentes no estrangeiro por razões de serviço, estudo, doença ou similares. Os deputados são eleitos por círculos eleitorais, para um mandato de cinco (5) anos, existindo um círculo eleitoral nacional e círculos eleitorais correspondentes a cada uma das províncias. 3. Tribunais Os tribunais são órgãos de soberania com competência de administrar a justiça em nome do povo. Compete aos tribunais dirimir conflitos de interesses público ou privado, assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos, bem como os princípios do acusatório e do contraditório e reprimir as violações da legalidade democrática. Todas as entidades públicas e privadas têm o dever de cooperar com os tribunais na execução das suas funções, devendo praticar, nos limites da sua competência, os actos que lhes forem solicitados pelos tribunais. No exercício da função jurisdicional, os Tribunais são independentes e imparciais, estando apenas sujeitos à Constituição e às leis. Neste particular, os Tribunais superiores da República de Angola são o Tribunal Supremo, o Tribunal Constitucional, o Tribunal de Contas, o Supremo Tribunal Militar e a Procuradoria Geral da República. O Estado de Direito tem na juridicidade a sua essência, o Direito fundamenta-o e define as suas competências. Ao longo da história surgiram três etapas contra a arbitrariedade: 1. Luta contra o arbítrio judicial na idade média (abusos dos juízes que tratavam com brandura os ricos e severa os pobres). 2. Instauração de uma justiça administrativa de controlo dos actos da administração. 3. Institucionalização dum controlo jurisdicional das leis: o legislador deve respeitar um direito superior que a constituição consagra. Percorridas estas fases, ergue-se um Estado material de Direito, que realiza a concepção personalista da justiça e se caracteriza por quatro notas: 1. O ordenamento jurídico é todo estruturado e tem na lei a sua fonte mais importante; 2. São afirmados e protegidos os direitos humanos: direitos subjectivos públicos essências ao Estado de Direito; 3. A acção administrativa é susceptível de recurso gracioso e contencioso que tutela os direitos dos administrados. Trabalho independente