Você está na página 1de 12

Charles-Louis de Secondat,Barão

de Montesquieu

Disciplina: Ciências Políticas e Teoria


do Estado
Professora: Claudia Alvarenga Prestes (1689-1755)
Pequena Biografia
● Montesquieu nasceu em La Brède, na região de Bordeaux, na França, em
1689.

● Sua família compunha o que ficou conhecido como “Nobreza Togada”:


comerciantes que compravam títulos da nobreza.

● Bordeaux era uma região reconhecidamente protestante e anti-monarquista.

● Seus estudos se iniciam em casa, mas aos 16 anos entra na Universidade de


Bordeaux, onde se formou em Direito em 1708. Nesse mesmo ano vai a Paris
para aprofundar seus estudos.

● Em 1713, retorna a sua cidade, pois com a morte de seu pai, é compelido a
assumir suas propriedades.

● Casa-se em 1715 com a rica Jeanne Lartigue. Um ano depois, com a morte
de seu tio, herda fortuna, assume a presidência do parlamento de Bordeaux
e se torna Barão de Montesquieu.
2
(Continuação)
● Frequenta a Academia de Bordeaux, onde vai estudar direito romano,
biologia, física e geologia.

● Colabora com a Enciclopédia juntamente com Diderot e D’Alembert.

● Obras importantes:

★ “Cartas Persas”
★ “Considerações sobre as causas da grandeza dos Romanos e sua
decadência”
★ “Do Espírito das Leis”

3
Reis da França
na época de
Montesquieu

Louis XIV da França


(1634 - 1715) Conhecido Louis XV da França
como “Rei Sol” (1715-1774)
4
Considerações a respeito do Pensamento de
Montesquieu

❖ Montesquieu não se apresenta como Jusnaturalista. Na verdade, ele defende que


há diferentes leis. O pensador observa que as leis estão em todo o universo:

Há leis Divinas, criadas por Deus, que são perfeitas e regem a Natureza.

Há leis dos Homens (leis Positivas), que são imperfeitas pois são feitas pelos
homens, que também são imperfeitos. Sendo assim, as leis positivas são
passíveis de equívocos.

Os homens devem se espelhar nas leis da Natureza (divinas) o máximo possível


para criar as Leis positivas que melhor se adaptem a sociedade onde vivem.
Os homens devem levar em consideração aspectos como sociedade, cultura,
clima, geografia para criar suas leis.

As leis não devem ser fruto da vontade daqueles que as criam, devem se
adaptar ao contexto ao que serão aplicadas. 5
❖ Montesquieu não é Contratualista: a sociedade não nasce a partir de
um contrato e sim de um conjunto de coisas, tais como história, clima,
tradições, política, costumes , o comércio, etc.

❖ Montesquieu não pensa em indivíduos ( como faz LOCKE). Pensa em


termos de ESTRUTURAS. Devido a essa maneira de pensar, se aproxima
muito do pensamento sociológico.

“ As leis, no seu sentido mais amplo, são relações


necessárias que derivam da natureza das coisas e nesse
sentido, todos os seres têm suas leis”. (Montesquieu)

6
Defende a existência de três tipos de governo:

❏ República, Monarquia e Despotismo.

Definidos
de acordo
com os
princípios

Natureza Princípio

o sentimento que deve


o que faz com que ele seja o que é. animar os homens para
Determinada pelo número dos que que o governo funcione
detêm a soberania. harmoniosamente
(ETHOS) 7
República (funciona em territórios pequenos)
➔ Para Montesquieu existem duas possibilidades de
República: a Democracia e a Aristocracia.

● Democracia: o povo governa coletivamente;


Natureza
● Aristocracia: apenas uma parte do povo governa.

Aqui ARON, nos chama a atenção para


mais um critério que define os tipos de
governo, critério que faz parte da
natureza do governo: “(...) de um lado,
quem detêm o poder soberano; de outro ,
a forma como esse poder é exercido.”
(p.11)

➔ O Princípio da República é a VIRTUDE. “(...) não é a virtude moral, mas


política: consiste no respeito às leis e no devotamento do indivíduo à
coletividade." (p. 12)
8
Monarquia (funciona em territórios medianos)

➔ Soberania está nas mãos do monarca. (Natureza)

➔ Se baseia na HONRA (princípio): “ É o respeito de cada um pelo que


ele deve à sua posição na sociedade.” (p.12)

Defende que é necessário que exista uma sociedade hierarquizada ,


onde exista uma nobreza que limite os poderes do rei . Desta
maneira, verificamos que Montesquieu se aproxima de Locke, pois
também é contrário ao absolutismo dos reis.

❏ Tanto República como Monarquia são governos MODERADOS e não


se comanda à revelia das leis, de forma arbitrária.

9
Despotismo (funciona em grandes territórios)

➔ Soberania nas mãos de uma única pessoa.

➔ Se baseia no MEDO. (princípio)

Aos olhos de Montesquieu, “(...) um regime baseado no medo


é essencialmente corrupto, quase a negação mesma da
política. Os súditos que só obedecem movidos pelo medo
quase já não são homens.” (p.12)

➔ O despotismo não é MODERADO, para o pensador é o mal


político absoluto. Todos têm medo de todos.

O único limite ao poder absoluto do líder é a religião, e


mesmo assim é um limite precário.

10
Divisão de Poderes

Montesquieu analisa a questão das divisões dos poderes ao viajar para a


Inglaterra e conhecer um pouco melhor o sistema político desse país. Ele
analisa a Constituição Inglesa e verifica a separação dos poderes, que o deixou
admirado.

É importante destacar que a divisão de poderes observada pelo estudioso se


refere a Monarquia Constitucional Inglesa. As repúblicas que ele analisa são
aquelas observadas por autores clássicos como Aristóteles, sendo assim, essas
repúblicas não trabalhavam com a representatividade. No Despotismo
também não se apresenta essa separação, tudo está nas mãos de um
governante.

11
“Todo homem que tem o poder é tentado a abusar dele
(...) É preciso que, pela disposição das coisas o poder
freie o poder” (Montesquieu)

Na monarquia constitucional existem três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

❏ O poder executivo pertence ao Rei. É necessário que haja uma certa rapidez de decisão
e de ação, sendo assim é importante que uma única pessoa detenha esse poder.

❏ O poder legislativo é dividido entre duas assembleias: a Câmara dos Lordes (nobreza)e a
Câmara dos Comuns (“povo”: população abastada e alfabetizada).

❏ O poder Judiciário “(...)é essencialmente o intérprete das leis, deve ter o mínimo possível
de iniciativa e personalidade. Não é um poder de pessoas, mas o poder das leis.” (p.22)
Estaria nas mãos da Nobreza.

Os três poderes se freiariam mutuamente, evitando que algum desses poderes tivesse poder
ilimitado, fato que levaria ao equilíbrio, à moderação, evitando a corrupção. Desta maneira,
se assegura o respeito às leis, a segurança dos cidadãos e a sociedade poder ser observada
como LIVRE. O equiliíbrio entre os poderes seria condição para a LIBERDADE. 12

Você também pode gostar