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MÁRCIA
aluna: Isabelle Corrêa Loivos
aula 1 - 10/03/2020:
Bibliografia:
Humberto Dalla; Haroldo Lourenço; Fredie Didier Jr.;
Ementa:
conceito de processo; natureza do processo; espécies de processo; processo × procedimento; sujeito do
processo (litisconsórcio e intervenção de terceiros); atos processuais (espécies e princípios); classificação
objetiva e subjetiva dos atos processuais; comunicação dos atos processuais; lugar, momento e prazos
dos atos; nulidades processuais; tutela provisória; formação, suspensão e extinção do processo;
● Arbitragem: as partes contratam alguém para resolver um problema entre elas; o árbitro decide
a solução do conflito;
● Poder Judiciário: as partes não tem mais escolha sobre a solução de um conflito; Sentença de
Mérito;
Observações:
1. A jurisdição é um dos poderes soberanos do Estado (una e indivisível).
2. Não existe poder judiciário municipal. Lembrar sempre da necessidade de divisão da jurisdição
através da competência (competência interna).
3. Não esquecer o princípio da perpetuatio jurisdictionis.
4. Estudar regras de competência absoluta e relativa.
>> Regras de Competência
● podem ser impositivas (absolutas) ou dispositivas (relativas).
● absolutas: não podem ser desrespeitadas nunca (formal e material). O Estado é responsável por
fiscalizar as regras de competência absoluta (dever do juiz e do judiciário de ofício enquanto o
processo estiver pendente. Se o juiz não cumprir esse dever ele passa ao réu, ao passo que alega
incompetência absoluta).
● relativas: são dispositivas, sugestões. Não há interesse do Estado no cumprimento dessas
normas, então o juiz não tem poder de fiscalizá-las. Depende do réu alegar incompetência
relativa (ou territorial), e só pode fazê-lo em preliminar de contestação. As possibilidades de
modificação da competência relativa podem ser definidas em lei ou pelas partes (2 tipos). A lei
diz que ela pode ser mudada pela conexão ou continência. As formas voluntárias de alteração
da competência relativa são pela não alegação de incompetência relativa pelo réu ou pelo foro
de eleição.
>> Ação
● ação é um direito que autor e réu tem de obter a sentença de mérito. O direito de ação tem
como devedor o Estado-juiz. "Contra o Estado, em face do réu".
● o direito de ação é do autor e do réu. Autor provoca e réu é convocado, também possuindo
sentença de mérito assim como o autor. A posição de autor e réu é definida a partir da
provocação, quem provoca primeiro é autor (isso em Processo Civil, que é tudo que não é Penal.
Em Penal é diferente).
● a ação também dá início ao processo.
aula 2 - 12/03/2020:
(cont.)
○ objetivos:
➔ dizem respeito a uma demanda regularmente formulada.
➔ são negativos, a presença de qualquer um dos pressupostos objetivos impede a
sentença de mérito. É preciso que faltem pressupostos processuais objetivos
para que se tenha sentença de mérito.
➔ 1. Litispendência:
❏ é a pendência da lide, a lide está pendente de julgamento.
❏ o julgamento só ocorre com a coisa julgada. Então enquanto não houver
a coisa julgada, haverá a litispendência.
❏ o que é proibido é termos 2 processos idênticos (art. 337, § 2º: mesmas
partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido) pendentes, em estado
de litispendência.
❏ art. 337, § 1º, § 3º: há litispendência quando existem em curso dois ou
mais processos idênticos.
❏ a litispendência são dois fenômenos com o mesmo nome no código.
➢ na primeira concepção ela é algo normal/natural de todo
processo. O problema é quando temos 2 processos idênticos
pendentes, em estado de litispendência.
➢ na segunda concepção ela é um pressuposto processual
objetivo. E essa é proibida.
➔ 2. Coisa julgada:
❏ um só termo também usado como algo esperado e como algo proibido.
❏ art. 337, § 4º: há coisa julgada quando existem dois ou mais processos
idênticos já transitados em julgado - ou seja, a sentença de mérito não
permite mais recurso.
❏ o que é proibido é termos 2 processos idênticos e ambos tendo chegado
a coisa julgada material (art. 337, § 1º, § 2º, § 4º).
❏ coisa julgada formal X material
➢ formal: quando a sentença não pode ser alterada dentro do
mesmo processo, porém, poderá ser em outro.
➢ material: quando a sentença não pode ser alterada em nenhum
outro processo.
➔ 3. Perempção:
❏ vai ocorrer quando por 3 vezes o autor deixar o processo se extinguir
sem resolução de mérito sobre o mesmo assunto. Na quarta vez que ele
for mover a ação, o réu vai alegar perempção e esse autor não terá
nunca mais sentença de mérito. É uma punição para o autor.
Legalmente de ofício o juiz deveria alegar, mas quem alega é o réu.
➔ 4. Convenção de arbitragem:
❏ nada impede que autor e réu escolham arbitragem como forma de
resolução de conflitos. Ao ser escolhida, eles abrem mão do poder
judiciário.
❏ mas como isso é voluntário, nada impede que uma das partes resolva
procurar o poder judiciário depois (manifestação livre de vontade). O
único momento que a outra parte tem para alegar que quer arbitragem
é a contestação.
➢ Exemplo: o juiz vai receber a petição, vai verificar que houve um
contrato de arbitragem e vai ter que esperar a contestação do
réu.
❖ caso a vontade do réu seja arbitragem, haverá a
extinção do processo.
❖ se o réu nada alegar na contestação, ele estará
concordando com o autor que eles não devem ir para
arbitragem, que o autor escolheu bem de ir pro
judiciário.
>> Jurisdição
● poder, função, atividade do poder do Estado.
● jurisdição é apenas um poder, atividade. Processo é a coisa concreta.
● a jurisdição é inerte, a inércia é um de seus princípios. Ela só atua quando provocada por um dos
agentes do conflito (direito de ação). A jurisdição só funciona através do processo. Quando o
autor exerce o direito de ação ele também dá início ao processo. Ao sair da inércia nasce o
dever de solucionar o conflito apresentado. É direito das partes a solução desse conflito.
● o que tira a jurisdição da inércia é o exercício do direito de ação. Ou seja, a ação provoca a
jurisdição e tira-a da inércia.
● a ação também dá início ao processo. E é no processo que a jurisdição atua. Ou seja, o que se
tem de concreto é o processo.
● o direito de ação é do autor e do réu. Autor provoca e réu é convocado, também possuindo
sentença de mérito assim como o autor. A posição de autor e réu é definida a partir da
provocação, quem provoca primeiro é autor (isso em Processo Civil, que é tudo que não é Penal.
Em Penal é diferente).
● limitação da jurisdição através da competência.
● competência relativa X absoluta
○ absolutas: não podem ser desrespeitadas nunca (formal e material). O Estado é
responsável por fiscalizar as regras de competência absoluta (dever do juiz e do
judiciário de ofício enquanto o processo estiver pendente. Se o juiz não cumprir esse
dever ele passa ao réu, ao passo que alega incompetência absoluta).
○ relativas: são dispositivas, sugestões. Não há interesse do Estado no cumprimento
dessas normas, então o juiz não tem poder de fiscalizá-las. Depende do réu alegar
incompetência relativa (ou territorial), e só pode fazê-lo em preliminar de contestação.
As possibilidades de modificação da competência relativa podem ser definidas em lei ou
pelas partes (2 tipos). A lei diz que ela pode ser mudada pela conexão ou continência.
As formas voluntárias de alteração da competência relativa são pela não alegação de
incompetência relativa pelo réu ou pelo foro de eleição.
● atualmente uma das definições mais aceitas define processo como diversas relações jurídicas
entre autor, juiz, réu e outras pessoas, que vão se desenvolvendo no curso do procedimento.
● graças a Bulow e a outros o processo ganhou autonomia em relação ao direito material. A ideia
do processo é ser um instrumento do direito material. O processo só deverá ser utilizado
quando o direito material estiver em risco. Ninguém - seja autor, juiz ou réu - deve utilizar o
processo para manifestar opiniões, mas para solucionar conflitos de direito material.
○ por esse motivo, o art. 4, CPC disserta sobre o princípio da primazia da decisão de
mérito. Todos os atos do processo devem levar a uma sentença de mérito. Deve ser
evitada a extinção do processo sem resolução de mérito (art. 317, CPC). Obs.: a
sentença de mérito consta no art. 487, CPC.
● apesar de toda a ligação do direito material e processual, o direito processual é autônomo, ele
pode ser extinto/resolvido por questões próprias (art. 485 c/c art. 486, CPC: se não há resolução
de mérito, o autor pode tentar de novo, em outro processo, obter sentença de mérito).
aula 3 - 25/08/2020:
(cont.)
aula 4 - 27/08/2020:
(cont.)
>> Revisão:
● processo não é só procedimento/prática, mas também institutos, regras, princípios básicos do
processo.
● no processo de conhecimento o contraditório de partida é muito importante. Influenciar o juiz é
primordial para se chegar na primazia da sentença de mérito.
● as espécies de processo são basicamente as mesmas em civil, penal e trabalhista. No penal só
tem condenação, por exemplo, não tem pedido declaratório, nem constitutivo.
● os pedidos declaratório e constitutivo se esgotam na sentença. Já o condenatório para na
determinação de que o réu cumpra.
● a execução no processo civil e penal depende do processo de conhecimento.
● a execução é um processo satisfativo porque sua finalidade é mérito.
● enquanto no processo de conhecimento partimos da incerteza, na execução existe uma certeza
jurídica.
● o título executivo atesta o que o devedor está devendo e que ele deve pagar algo por isso. O
título executivo é uma declaração de sentença.
● o que diferencia execução como parte do processo de conhecimento ou como algo a parte é o
tipo de título (sempre por escrito). O título diz que o credor pode “executar” o devedor. A ideia
não é fazer o réu cumprir, mas fazer o credor receber.
aula 5 - 01/09/2020:
➔ 3- conciliador e mediador:
❏ novidade do código.
❏ estão entre os auxiliares obrigatórios e os eventuais. A lei vai falar que a
audiência mediadora é obrigatória, mas ela vai criar situações em que a
audiência pode não ocorrer. E não necessariamente o mediador
conciliador é concursado, ele pode ser contratado. A lei deixa bem livre
como vai ser essa nomeação/contratação.
➔ 4- outros auxiliares:
❏ não necessariamente estão previstos em lei, geralmente não estão.
❏ particulares, outros órgãos públicos que podem ser solicitados para
auxiliar. Ex.: o oficial de justiça, para fazer um despejo, pode requisitar a
PM, a COMLURB, um chaveiro; a comarca pode necessitar de bancos
para fazer depósitos; carteiro auxilia na citação; a mídia auxilia na
divulgação;
❏ sempre vai depender do caso concreto para saber quem serão os
auxiliares e no que eles poderão ajudar.
❏ sempre auxiliam o juízo, mas não quer dizer que eventualmente não
podemos solicitar o auxílio deles por fora.
○ partes:
➔ além do juízo, nós temos as partes como sujeitos do processo.
❏ os juízes e auxiliares são sujeitos do processo. As partes geralmente são
sujeitos da relação material. Mas, dentro do processo, juiz e partes são
sujeitos do processo.
❏ Obs.: juiz não é parte, é sujeito do processo.
● outros:
○ 1- advocacia (pública ou privada):
➔ pública: em regra, concursada (defensores, procuradores, etc.). Vai defender o
órgão para que fez concurso. Pode ou não ter o direito de exercer a advocacia
privada - e, caso possa, não pode exercer contra seu órgão de atuação. Dentro
da advocacia pública está a Defensoria pública, que tem uma característica
diferente, segundo a Constituição. O defensor público só pode exercer sua
advocacia dentro do seu órgão de atuação, que é defender os hipossuficientes.
Ou seja, defensor público não pode exercer advocacia privada.
➔ privada: advogados em geral.
○ 2- Ministério Público:
➔ pode ser autor de uma ação (e, nesse caso, seria como parte). Mas aqui se fala
dele como fiscal da lei, a fim de fiscalizar a atuação do juiz, partes, advogado,
auxiliares, entre outros (arts. 176 e 178, CPC: atividade do MP).
○ 3- terceiros intervenientes:
➔ sujeitos que não são partes, mas que ingressam em processo alheio, com algum
interesse na causa ou não.
➔ processo civil e trabalhista também.
● procuradores:
○ advogado não é para sempre. É possível a qualquer momento do processo trocar o
advogado. Só que há procedimento diferente para quando a parte não quer mais o
advogado e para quando o advogado não quer mais a parte. O advogado pode ser
dispensado a qualquer momento, mas ele tem que receber.
➔ pela parte (art. 111, CPC):
❏ revogar a procuração, simplesmente. Fazer uma nova procuração para o
segundo advogado já revoga a primeira procuração. É isso que diz o
Código de Processo Civil. Porém, o Código de Ética não permite que o
primeiro advogado receba a segunda procuração sem ser avisado da
revogação, que o segundo advogado admita isso. O correto é a parte
pedir para o primeiro advogado passar um sub estalecimento sem
reserva de poderes para o segundo advogado. Assim, ele vai passar
todos os poderes dele para o segundo advogado. Essa é a maneira ética
de trabalhar. Isso é só na advocacia privada, pois não existe procuração
para advogado público. Você não contratou a Defensora tal, você
contratou a Defensoria.
❏ a regra do CPC não é para ser tentada de primeira vez, e sim somente
caso o primeiro advogado não colabore para entregar a procuração.
➔ 2. Saneamento:
❏ limpeza. Verificar se há nulidades e vícios e tentar limpar tudo do
processo para poder prosseguir. Nessa fase, pode ser que o processo
morra por um vício insanável. Mas o ideal é tentar limpá-lo de tudo para
ele ter continuidade. É o último momento de acabar com questões
preliminares.
➔ 3. Probatória ou Instrutória:
❏ o processo está limpo e o próximo passo é a produção de provas. São
provas orais, porque documento tem que estar na petição inicial ou na
contestação. Aqui é uma fase não obrigatória para produção de prova
oral. Ou seja, pode ser que o tipo de causa não precise de prova oral. Ex:
tributária.
➔ 4. Decisória:
❏ onde se dá a sentença. Pode acontecer a qualquer momento.
● procedimentos especiais (arts. 539 a 770, CPC): além do procedimento comum temos diversos
procedimentos especiais, previstos no CPC e fora dele. O que faz o procedimento ser especial é,
normalmente, um procedimento específico para um determinado bem da vida (ex.: divórcio,
guarda de filhos, inventários, procedimentos dos juizados para certas matérias).
● Obs.: tudo o que não se enquadrar no procedimento especial vai para o comum, ele é residual,
aceita qualquer matéria que não está prevista no procedimento especial.
aula 6 - 03/09/2020:
○ Momento de formação:
➔ 1. Inicial ou originário: em regra, ele é inicial/originário, ou seja, é o autor que
no início da petição inicial cria o litisconsórcio. Ou ele já traz junto com ele o
nome de autores ou ele coloca um bando de réu na petição inicial (se litisconsia
com mais de um autor ou se deslitisconsia com mais de um réu). 90% das
questões estão nesse momento inicial/originário.
➔ 2. Ulterior ou superveniente: o autor errou. Deveria ter colocado na petição
inicial outros autores e/ou réus, mas não colocou. Ou então tem uma
intervenção de terceiros e essa intervenção leva ao litisconsórcio.
○ Influência da vontade:
➔ o autor está formando o litisconsórcio na petição inicial porque quer ou porque
está sendo obrigado?
❏ 1. Facultativo: porque quer, dentro das situações previstas, sugeridas
em lei.
❏ 2. Necessário: porque é obrigado. O autor não tem opção, ele é
obrigado a formar o litisconsórcio. Não tem vontade, tem dever.
○ Ações coletivas
➔ solução prévia ao processo. Impede a formação do litisconsórcio multitudinário.
Os sujeitos do conflito não podem ser partes, em ação coletiva ninguém que é
sujeito da relação material vai ao processo. Sempre teremos uma legitimação
extraordinária (alguém com legitimidade prevista em lei). O sujeito é o MP, a
Defensoria Pública, sindicatos, centros acadêmicos, associação (pré existente ao
conflito ou criada após o conflito. Ex.: associações das vítimas da Gol, da TAM).
➔ essas instituições que entram na ação não necessariamente precisam da
permissão dos sujeitos da situação. Ex: o CACO não precisa pedir para mover
ação em meu nome (eu posso mover uma ação individual, mas se o CACO
ganhar não vai valer pra mim).
➔ Obs.: o sujeito da relação material não pode mover ação coletiva em nome
próprio.
aula 7 - 08/09/2020:
(cont.)
● Litisconsórcio Necessário (art. 144, CPC):
○ é aquele em que o autor não tem opção, ele é obrigado a formar o litisconsórcio.
○ o que leva ele a ser obrigado é:
➔ 1. obrigação por disposição da lei: quando a lei determina, quando ela diz que
deve haver a formação do litisconsórcio. Quando a lei fala o litisconsórcio é
passivo necessário, pois a lei fala de necessidade de citação e apenas o réu é
citado. Pode ser unitário ou simples. Ex.: arts. 73, §1º, 246, §3º, 572, §1º e 626.
➔ 2. obrigação por força da relação jurídica controvertida: depende do direito
material controvertido. Quando a relação jurídica controvertida tiver uma
característica que leve a essa obrigatoriedade. A relação jurídica controvertida
obriga o autor a formar o litisconsórcio. Significa dizer que eu não tenho
nenhuma norma informando. Vou ter que analisar a relação de direito material
e analisar se a eficácia da sentença depende da presença de todos os
litisconsortes. Ou seja, tenho que analisar se dá para dar uma sentença faltando
litisconsortes. Se não der para dar uma sentença faltando um dos litisconsortes,
esse litisconsórcio é necessário. Ex.: casamento entre irmãos: litisconsórcio
passivo necessário e unitário. Um casamento deve ser válido para que possa
existir. Não podemos ter um casamento válido entre dois irmãos. Vamos supor
que eles não queiram se separar. No direito brasileiro quem pode anular o
casamento (promover a ação) sem que as partes queiram é o MP (legitimidade
extraordinária). Será um litisconsórcio necessário, pois não pode existir
sentença só em face do marido ou da mulher. Em regra, ele é unitário, porque
não tem como você dizer que a sentença é favorável a um e desfavorável a
outro. A sentença deve ser igual para todos e por força disso todos devem estar
no processo.
● Interesse para intervir: “vínculo entre o terceiro e o objeto litigioso (relação jurídica material
debatida), pois não se permite o ingresso no processo pautado exclusivamente em interesse
moral, afetivo ou meramente econômico.” Teria que ser sempre um interesse jurídico.
Porém, há grandiosas controvérsias atualmente.
○ CPC/2015:
➔ Assistência;
➔ Oposição (passou a ser procedimento especial);
➔ Nomeação à autoria (ficou comum);
➔ Denunciação da Lide;
➔ Chamamento ao processo;
➔ Recurso de terceiro;
➔ Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (IDPJ);
➔ Amicus curae;
● Observações:
○ Formas de intervenção (previstas no CPC, mas não necessariamente no capítulo de
intervenção):
➔ 1- intervenção voluntária: ele pode intervir voluntariamente. Quando é
voluntária, o terceiro vê que o processo lhe interessa e pede para participar,
intervir. Mas o fato dele querer entrar no processo alheio não significa que ele
obrigatoriamente vai ser aceito no processo alheio. Ele solicita ingresso, as
partes são ouvidas e o juiz decide. Ex.: assistência, recurso de terceiro
prejudicado, pode ser o caso de “amicus curiae”.
➔ 2- intervenção de maneira forçada (termo não muito correto, mas utilizado): a
parte ou o juiz é que trazem o terceiro ao processo. Não é ele que ingressa
voluntariamente, chamam ele. Não é porque ele foi chamado ao processo que
ele tem que ficar, ele pode querer não intervir ou o juiz pode ver também que
ele não tem relação com o processo. Salvo exceções, entrou ele fica até o fim.
Ex.: denunciação da lide, chamamento ao processo, incidente de
desconsideração da personalidade jurídica (IDPJ), e pode ser o caso do “amicus
curiae”.
➔ Obs.: terceiro também tem que ter advogado, representante (caso necessite),
enfim, todas as capacidades da parte.
aula 8 - 10/09/2020:
● Formas de ingresso:
○ ele toma conhecimento de que interessa a ele e apresenta uma petição para participar
do processo. É claro que ele deve explicar suas motivações, interesse jurídico, vir com
advogado para representação, etc.
○ o terceiro vai atuar como parte.
○ art. 120, CPC: as partes (tanto a assistida quanto a contrária) têm 15 dias para falar
sobre esse pedido do assistente.
○ isso tudo ocorre sem a suspensão do processo.
○ não importa o tipo de assistência, o assistente tem que pensar muito antes de entrar,
porque se ele deixa passar o tempo, não vai servir de nada.
○ para ambas as espécies: deve-se tomar cuidado com o que está no art. 119, §único,
CPC. Se atos importantes já foram aplicados antes dele entrar, não vai se poder voltar
atrás nesses atos já aplicados. Ele só pode agir de quando ele entrou para frente.
● Momento de intervenção:
○ o denunciado não tem toda a liberdade do assistente, pois não entra voluntariamente,
ele é réu, entra obrigado.
○ 2 momentos:
➔ pelo autor (art. 126, CPC): se é o autor que faz a denunciação, a intervenção
tem que ser feita na petição inicial. Na petição inicial move-se ação em face do
réu e em face do denunciado, duas ações. É incomum, o que mais acontece é o
réu denunciar.
➔ pelo réu: se é o réu que faz a denunciação, ela deve estar na contestação.
● Posição do denunciado:
○ o terceiro (denunciado) que veio forçado ao processo tem dupla atuação, porque ele
tem atuação na denunciação e atuação na ação principal. E a atuação dele poderá ser
diferente.
➔ 1- na ação de denunciação ele é sempre réu, ele é aquele que a gente quer que
seja condenado a indenizar. Mas ele só será condenado a indenizar se o
denunciante perder. Se o denunciante ganhar ele não será indenizado pelo
terceiro.
➔ 2- e ele também atua na ação principal ao lado do denunciante. Para a doutrina
ele exerce papel de assistente, mas a lei diz que ele é litisconsorte (vira parte)
do denunciante na ação principal (art. 127 e 128, I, CPC). A lei é o que a
jurisprudência utiliza.
aula 9 - 15/09/2020:
(cont.)
● Conceito:
○ se eu estou trazendo outros devedores eu tenho um litisconsórcio superveniente
facultativo passivo unitário. O réu que criou o litisconsórcio, não o autor.
○ não precisa da concordância do autor, o réu faz o chamamento. O credor pode escolher
quantos ele quer chamar, não precisa chamar todos os devedores. Só os escolhidos
serão condenados, e esses que pagarem terão que mover ação cobrando os outros. Por
isso, para o devedor solidário é mais fácil chamar logo todo mundo porque gasta menos
tempo e dinheiro (economia processual).
● Momento de intervenção:
○ essa forma de intervenção tem momento único para acontecer: só pode ser feita na
contestação. Se não ocorrer neste momento, não há mais chance.
○ Obs.: o credor chama 1 devedor, o outro devedor chama outro e esse último devedor
pode chamar outro também, caso queira. É facultativo.
○ Inciso II: diversos fiadores no mesmo contrato (nada proíbe), eles são solidários. Se o
credor cobrar de um só, esse fiador pode fazer o chamamento dos outros fiadores.
○ Inciso III: é o conceito de chamamento. O devedor quer a cota parte do outro. É a
hipótese mais comum.
● Chamamento ao Processo:
○ 1. Baseada na solidariedade ou na fiança.
○ 2. Não há ampliação do objeto litigioso da demanda.
○ 3. Não há ampliação dos elementos objetivos da demanda.
○ 4. Há somente uma relação jurídica material sendo discutida.
aula 10 - 17/09/2020:
● Conceito:
○ não é novidade no direito material, no direito civil. Ela já vem sendo falada há um
tempo. Está nos códigos civil, tributário nacional, defesa do consumidor, ambiental e
leis trabalhistas.
○ estamos falando de uma sociedade que descumpriu algum dever para algum cliente,
fornecedor. E essa pessoa move ação em face da empresa, que é descumpridora e tem
dever de indenizar. Só que se descobre que essa empresa não tem patrimônio, porque
esses patrimônios estão no nome dos sócios, por exemplo. Ela assume obrigações que
ela não consegue cumprir, acima do que o patrimônio dela pode arcar. No entanto, o
dono da empresa é rico. Então você pode executar o dono ao invés da pessoa jurídica.
○ ou o sócio é o detentor do patrimônio da empresa para preservar o patrimônio, ou o
contrário, a empresa tem os patrimônios e o sócio não. Dependendo das situações que
fazem o devedor não ter bens, mas fazem outra pessoa ter, é que vai se formar essa
desconsideração.
○ o que acontece nesses casos é que o réu continua sendo réu, mas vai ser chamado para
ação o detentor do patrimônio. A intervenção é feita por essa outra pessoa (jurídica ou
física) que vai entrar no processo. A ideia é buscar onde está o patrimônio.
○ não necessariamente é legal juridicamente. É muito utilizado para se safar das
obrigações jurídicas. Ex.: caso Romário, bens todos no nome da empresa. Ele então,
teoricamente, não tinha bens e, por esse motivo, não devia o pagamento de
alimentação para os filhos.
○ muito comum esse tipo de situação.
● Modalidades de desconsideração:
○ Direta:
➔ sociedade-ré (condenado).
➔ bens do sócio (perde os bens).
○ Inversa:
➔ sócio-réu (condenado).
➔ bens da sociedade (perde os bens).
○ Obs.: o imposto de renda para pessoa jurídica é menor do que para pessoa física.
● Observações:
○ o incidente de desconsideração da personalidade jurídica é cabível em todos os
procedimentos (art. 134, caput, CDC). A única intervenção que é cabível fora do
processo de conhecimento (na execução). Às vezes o autor só descobre na execução
que o réu não tem bens (amplia a possibilidade de satisfação do nosso credor).
○ cabível nos JEC (art. 1062, CPC): traz um grande problema. O art. 10 da lei dos juizados
proíbe que haja intervenção de terceiros, porque seu procedimento é mais informal,
rápido e simples. O problema é que os juizados integram a política nacional de defesa
do consumidor, então seria bom para o consumidor ter essa desconsideração. só que
esse procedimento é muito complexo para os juizados, é contra os seus princípios e por
isso não está sendo utilizado de maneira formal. Eles usam a desconsideração, mas não
o incidente.
○ o incidente de desconsideração da personalidade jurídica é dispensável quando for
pedido em petição inicial (art. 134, §2º, CPC): quando o próprio autor requer de
antemão, o procedimento vira dispensável. Só que primeiro que se deve saber antes de
mover a ação que a empresa não tem bens (o que é muito difícil) e segundo que o autor
geralmente vai sem advogado (e como leigo desconhece essa possibilidade).
● Procedimento:
○ Pedido da parte ou do MP (art. 134 caput e § 4º, CPC):
➔ art. 134, caput, CPC: a parte vai requerer a instauração desse procedimento
demonstrando quais são os requisitos das leis materiais (se é civil, tributário,
etc.) e ele vai entrar em algum momento. Não há definição para se requerer.
○ Registro do incidente na distribuição (art. 134, §1º, CPC): a primeira coisa que vai se
fazer é quase como se criar um pequeno processo, então o distribuidor tem que ser
informado que houve esse requerimento. Deve ser levado para distribuição porque o
distribuidor vai dar a notícia a todos os cartórios das varas do tribunal de justiça de que
aquela pessoa pode vir a perder bens, que seus bens podem ser bloqueados. É uma
notícia que se dá a eventuais credores.
○ Suspensão do processo para resolução do incidente (art. 134, §3º, CPC): o próximo
passo é suspender a ação principal, porque agora a gente vai discutir se esse terceiro
deve ou não entrar nesse procedimento, se esse sócio pode ou não pode vir a perder o
patrimônio. Então não tem como continuar a ação entre consumidor e empresa e
depois atacar o patrimônio do sócio sem antes verificar se há possibilidade de
desconsiderar a personalidade jurídica.
○ Citação para resposta em 15 dias (art. 135, CPC): suspenso o processo, o próximo passo
é citar o sócio para ele responder, apresentar algum tipo de defesa, o contraditório (ex.:
alegar que o patrimônio era de outra empresa).
○ Instrução probatória, se necessário (art. 136, CPC): e aí vem as provas, contábeis ou o
que for necessário. Não é obrigatório, vai depender do caso concreto. O que for
necessário, se necessário for.
○ Decisão interlocutória (art. 136, in fine c/c art. 1.015, IV, CPC): e aí o juiz procede uma
decisão interlocutória, dizendo se vai ou não ter intervenção, desconsideração.
○ Prosseguimento do feito: decidida, o feito (ação principal) vai prosseguir, com ou sem o
terceiro.
○ Efeitos processuais (art. 137, CPC): esses bens agora continuam a pertencer ao nosso
sócio, ele continua sendo proprietário. Porém, se ele vender os bens ou doar isso será
considerado fraude à execução. É um ato fraudulento (art. 137, CPC). Isso porque agora
o poder judiciário já decidiu que se o consumidor ganhar o sócio perderá esse
patrimônio.
● Conceito:
○ amigo da corte.
○ possibilidade de intervenção de terceiro que vem para auxiliar o juízo.
○ não é um perito, mas a ideia é contribuir com o seu conhecimento sobre o tema para
ajudar na decisão de um caso (quando o juízo não tem o famoso local de fala).
○ muitas dessas normas não usam o termo amicus curiae, mas permitem a intervenção de
terceiro em uma qualidade que a gente pode dizer hoje que é de amicus curiae.
○ o art. 138, CPC, não explica exatamente o que é amicus curiae, porque esse é o tipo de
terceiro interveniente que é bem abstrato.
● Dispensa o interesse jurídico: o amicus curiae dispensa o interesse jurídico. Aqui você tem um
interesse que não precisa ser jurídico, não precisa ter um interesse na causa em particular.
Simplesmente quero contribuir para que essa causa seja realizada, pois tenho algum interesse
moral, científico, institucional, metaindividual, “entendido como um interesse que ultrapassa a
esfera jurídica de um indivíduo”. Ex.: igreja.
● Natureza jurídica:
○ 1. Intervenção de terceiros por inserção.
○ 2. Auxiliar eventual do juízo (há quem diga que é só alguém que ingressa ou auxilia o
juízo. Ou seja, auxiliar eventual e não assistente);
○ é muito parecida com a perícia.
○ é alguém que não entra para ficar no processo, só dá a sua contribuição e vai embora.
Por isso, está muito mais próximo do perito do que das outras formas de intervenção.
● Legitimidade:
○ quem pode ser amicus curiae: qualquer um. Pessoa natural, jurídica, órgão ou entidade
especializada.
○ essa forma de intervenção pode ocorrer em qualquer grau. Tradicionalmente era o
Supremo que fazia isso, mas agora o juiz pode fazer também.
aula 11 - 22/09/2020:
● o CPC chama tudo de ato, mesmo fato. É um erro, o CC já fala em fatos e atos, mas o CPC chama
tudo de atos. Isso porque ainda estamos com a ideia de que o que acontece no processo é de
natureza humana e é a lei que define.
● Conceito:
○ ato processual é todo ato jurídico que é praticado dentro do processo, ou que tenha
influência ou importância no processo, pelos sujeitos do processo ou por todos que
participam do processo.
○ ato processual é um ato jurídico. Ele é praticado no processo, mas não necessariamente
dentro do processo. Pode ser que ele seja praticado fora, mas influencie o processo. Ex.:
se você for levar em consideração só o que acontece dentro do processo, você não leva
em consideração a procuração ou a petição inicial. Foro de eleição, contrato de
arbitragem, também são outros exemplos que acontecem fora do processo, mas
influenciam o processo.
○ outro ponto é que se fala que ato processual é praticado pelos sujeitos do processo.
Mas isso deixa de fora o MP, advogado, assistente simples, carteiro, entre outros que
não são sujeitos do processo, mas participam do processo mesmo assim. Então todos
aqueles que de alguma maneira participam do processo praticam atos processuais.
● Negócios jurídicos processuais (art. 190 e 191, CPC):
○ conciliação, por exemplo, é um negócio processual.
○ negócio processual sempre existiu. Só que o CPC agora parou de trabalhar com os
negócios previstos em lei e passou a trabalhar com o que está no art. 190, CPC, que é
uma cláusula geral que permite às partes criarem o negócio processual que bem
entendam. Permissão para criarem atos processuais atípicos não previstos em lei.
○ art. 190, CPC:
➔ sujeitos: FPPC 253 (MP parte), 256 (FP), 115 (obriga herdeiros e sucessores).
❏ de acordo com a lei, as partes devem ser plenamente capazes para
poderem criar negócio processual. Podem ser pessoas físicas, jurídicas,
fazenda pública, não há limitação.
➔ Ex.: arts. 63, 373-§3º e 471, convenção de arbitragem, pacto de não nomeação
de assistentes técnicos, pacto de não produzir prova testemunhal.
❏ outros exemplos: as partes decidirem não ter perito ou decidirem quem
será o perito; autor e réu decidirem fazer um pacto de não recorrer, não
importando qual seja a sentença.
➔ isso pode ser feito em qualquer parte do processo. Não tem momento, nem
forma, é a hora que as partes quiserem, é liberdade completa.
○ art. 189, CPC: princípio da publicidade (arts. 5º, LX e 93, IX, da CF)
➔ os processos são públicos, salvo situações em que podem correr em segredo de
justiça. E essas situações de segredo de justiça devem estar previstas em lei, não
são as partes que decidem.
● Classificação subjetiva:
○ começa no art. 200, CPC.
○ atos do juiz;
○ atos dos auxiliares de justiça;
○ atos das partes:
➔ postulatórios: o primeiro ato das partes são os atos postulatórios - é o ato em
que as partes formulam pedidos, requerimentos, postulações em geral.
➔ dispositivos: as partes também praticam atos dispositivos, em que elas abrem
mão de seus direitos, sejam materiais, sejam processuais. Ex.: negócios
processuais; renúncia ao direito pelo autor; reconhecimento do pedido pelo
réu;
➔ instrutórios: as partes também praticam atos instrutórios, que são atos
probatórios.
➔ reais: tudo o que não estiver nas 3 classificações anteriores são atos reais. Ex.:
comparecer em juízo, pagar custas.
○ art. 200, CPC: os atos das partes produzem imediatamente constituição, modificação ou
extinção de direito processual. Ou seja, a parte pratica o ato e a consequência na
mesma hora já atua, sem precisar de autorização, homologação do juiz ou até da outra
parte.
➔ exceção: art. 200, §único: a única exceção é a desistência da ação, que é um ato
dispositivo do autor. Na desistência da ação, o autor está abrindo mão do
processo, não está entregando direito material ao réu. Então o que a lei fala é
que para a desistência da ação trazer a consequência de extinguir o processo é
preciso da homologação do juiz. Essa é uma exceção à regra geral.
aula 12 - 24/09/2020:
(cont.)
➔ atos não decisórios: nos atos não decisórios tem os despachos. Quando o juiz
dá algum pronunciamento no processo em que não toma decisão nenhuma se
fala em despacho. Não tem caráter de decisão, não há questão a ser resolvida.
❏ despachos (art. 203, §3º): é toda ação do juiz que não é sentença, nem
decisão interlocutória. Ou seja, tudo o que não é decisão, tudo o que
não causa prejuízo, é despacho.
➢ o despacho é para dar impulso oficial para o processo, não tem
caráter decisório, não se tem prejuízo no despacho.
➢ o despacho pode ser praticado de ofício, não precisa de
provocação.
➢ o art. 1001, CPC, vai dizer que não cabe recurso dos despachos,
porque recurso é de decisão, recurso é porque eu perdi de
alguma maneira, e eu não perco com despacho. Por isso,
despacho não é recorrível.
➢ não tem como prever despacho, vai depender de como o
processo se desenvolve, de como o processo anda. Exemplos de
despachos: mandar citar o réu, pedir para o autor emendar a
inicial, proferir decisão com relação ao requerimento do autor
de liminar de tutela antecipada.
➢ despachos são atos do juiz para fazer o processo andar. São
meios mecânicos e muitas vezes previstos no código. O art. 203,
§4º, CPC, vai dizer que boa parte dos despachos não serão
proferidos pelo juiz e sim pelo escrevente. Porque como não há
nenhum tipo de prejuízo, como é só para tocar para frente, o
escrevente, que tem dever de movimentar o processo, pode
movimentar o processo através de despacho.
❖ o que vai sobrar para o juiz então? Geralmente
despachos que remetem a atos a serem praticados por
pessoas de fora do processo. Ex.: que se traduzam os
termos para o português; necessidade de intimar o
DETRAN;
○ registro: vai ser exatamente de todas as causas que sejam ajuizadas de todos os
incidentes que dêem início no processo. Não necessariamente uma causa nova. O
registro perante o distribuidor é para causas novas e para o incidente de causas que já
estão propostas (ex.: incidente de desconsideração da personalidade jurídica).
○ importância:
➔ o valor da causa, além de ter que estar presente em todos os processos, pode
também determinar a competência. É só lembrar dos juizados que são
competentes para causas de até 40 ou 60 salários.
➔ além disso, o valor da causa pode determinar o valor de taxa judiciária a ser
paga. Aqui no Rio de Janeiro, além do pagamento das custas processuais, temos
também o pagamento da taxa judiciária, que é um percentual sobre o valor da
causa e esse valor pode ser de 2% e o Tribunal de Justiça vai dizer qual é o teto.
Cada TJ define qnt é.
➔ há 2 situações em que o valor da causa não é o valor do pedido:
❏ 1- Pedido sem valor: tem que ter valor da causa. Deve-se arbitrar o
valor da causa que quiser. E em cima desse valor recolhe-se a taxa
judiciária. Ex.: investigação de paternidade; divorcio sem bens; guarda
de filho; declaração de nulidade;
❏ 2- Pedido tem valor, mas o legislador quer que a causa tenha um valor
diferente: art. 292, VI, CPC: soma dos valores de todos eles. Ex.:
cumulação de pedidos, ação de alimentos (art. 292, III, CPC).
➔ Obs.: art. 292, V, CPC: o valor da causa é o valor do pedido. Ex.: indenização por
ação por danos morais/materiais. O autor que tem que arbitrar o valor da
moral, não o juiz. Então o pedido tem que ter valor, por isso o inciso V. O que se
quer na indenização é o valor da causa, não importando ser por dano material
ou moral.
aula 13 - 29/09/2020:
➔ Oficial de justiça (art. 249, CPC): a citação por oficial de justiça pode ser feita
nas hipóteses legais ou quando frustrada a citação pelo correio. Então, o correio
não encontrou o endereço, ou o porteiro falou que o réu estava viajando ou se
mudou. Foi frustrado, então será feita uma nova citação por oficial de justiça.
Ou então, nos incisos do art. 247, CPC, o legislador vai dizer que quer que a
citação seja feita por oficial de justiça (nesse caso, não é uma segunda
tentativa).
❏ art. 247, CPC: “A citação será feita pelo correio para qualquer comarca
do país, exceto:”
➢ “I - nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, §3º;”
❖ ações de estado podem ser, por exemplo, ações de
família.
➢ “II - quando o citando for incapaz;”
❖ réu incapaz.
○ Espécies de citação:
➔ real ou ficta:
❏ Real:
➢ Escrivão (art. 246, III, CPC).
➢ Por meio eletrônico (art. 246, V c/c §1º e §2º).
➢ Correio (arts. 247 e 248, CPC).
➢ Oficial de justiça (arts. 249 a 251 e 255, CPC).
➢ o nosso réu recebeu o mandado de citação. É uma realidade,
ele apareceu na frente do escrivão, ele leu o e-mail, ele recebeu
dos correios.
➢ quando se fala em citação real, se o réu não compareceu, ele
não compareceu porque não quis, porque encontrado ele foi e
o mandado de citação foi entregue a ele. Então a revelia, o não
comparecimento, foi voluntário.
❏ Ficta:
➢ Com hora certa (arts. 252 a 254, CPC).
➢ Edital (arts. 256 a 259, CPC).
➢ Consequência: art. 72, II e §único, CPC.
➢ são uma ficção. Hora certa ou edital. O vizinho não tem
obrigação de entregar para o réu, no edital você não fica lendo
toda hora o site do TJ.
➢ a legislação finge que você foi citado, por isso que são situações
fictas, mas todas elas são válidas até que provem o contrário.
➢ você não compareceu porque você não sabia q tinha q
comparecer. Caso de revelia por desconhecimento.
➢ e aí, para não prejudicar o réu, o código dá a ele uma segunda
chance. E aí o juiz vai olhar o porquê do réu ter ficado revel. Já
que o réu perdeu o prazo de defesa, o juiz dá a ele um novo
prazo de defesa, dando a ele um curador especial, alguém que
vai atuar como representante legal e como advogado desse réu
revel. Esse representante vai ter a possibilidade de fazer uma
contestação em nome do réu, um réu que ele nem sabe quem
é, que ele nunca viu na vida.
❖ Obs.: o curador especial é o defensor público.
aula 14 - 01/10/2020:
(cont.)
○ Efeitos Materiais:
➔ 1- Tornar a coisa litigiosa (art. 240, CPC): coisa aqui é o direito material, então o
direito material, o objeto da causa se tornou litigioso. Qual a consequência da
coisa se tornar litigiosa: a coisa continua a ser do réu, o autor está querendo
para ele, está querendo tirar do réu. O réu não perdeu a
propriedade/titularidade desse direito. Porém, agora com a citação válida ele
passa a ter o dever de manter a coisa do direito intacta. Isso porque com a
citação o juiz está querendo que a coisa esteja intacta, porque se o autor ganhar
ele tem que ganhar uma coisa que esteja em boas condições. Então, quando a
coisa se torna litigiosa, ela passa a ter uma proteção, passa a ser merecedora de
atenção.
❏ Obs.: isso não proíbe o réu de alienar a coisa (doar, vender). Ele só não
pode dilapidar, destruir, porque aí ele vai ser punido.
➔ 2- Constituir o devedor em mora (atraso), salvo arts. 397 e 398, CC: então, o CC
vai dizer que existem diversas maneiras de informar que o devedor está em
atraso no cumprimento da obrigação. O CC vai dizer que o devedor deve ser
informado que ele está devendo, que ele está atrasado no cumprimento da
obrigação. O credor tem o dever de informar ao devedor que ele está em mora,
caso não tenha data em contrato. E uma das formas de informar o devedor é
através da citação. Através da citação ele começa a estar oficialmente devendo.
Quando sai a sentença, a sentença vai retroagir até a data da citação. Ex.: batida
de carro (não tem prazo definido, então é a partir da citação). Quando é
contrato geralmente o prazo já vem escrito, então o devedor já sabe que está
em mora.
➔ 3- Interromper a prescrição (requisitos: art. 240, §1º a 4º):
❏ primeiro aspecto é que não é a citação válida que interrompe a
prescrição. Citação válida para o código não é o juiz determinar a
citação. Também não é no momento em que o réu recebe a citação. A
citação se completa quando o processo recebe a informação de que o
réu foi validamente citado. Quando houve a juntada do documento
comprobatório da citação. Ex.: quando o AR é anexado na petição.
❏ porém, a interrupção da prescrição se dá quando o juiz manda citar (art.
240, §1º, CPC).
❏ existem diversos prazos prescricionais conforme o tipo de direito
material, está tudo no CC. Mas não se tem controle de quando o juiz vai
mandar citar. Apesar de você ter entregado dentro do prazo
prescricional, você não sabe quando o juiz vai atuar. Você só controla o
dia em que você vai entrar com a ação e não o momento de ação do
juiz. Então, o que o código faz para não prejudicar o autor é criar uma
ficção. Então a interrupção da prescrição a gente inventa que na data
que o autor entregou vai ser a data de interrupção. E aí se o juiz
despachar mandando citar essa interrupção fica consolidada.
❏ exemplo: dia 9 de outubro é o último dia prescricional para cobrar uma
determinada dívida. Então, eu resolvi mover a ação dia 01/10. Pelo o
que diz o art. 240, §1º, CPC, o prazo prescricional só se interrompe
quando o juiz despachar determinando a citação. Só que eu mandei dia
01/10, mas não sei quanto tempo vai demorar para o juiz despachar
mandando citar. Então, como eu não controlo a atividade do cartório, a
lei vai falar que se eu distribuí a ação dentro do prazo prescricional
então vamos fingir que agora com a distribuição está interrompida a
prescrição, para não me prejudicar. Se por acaso o juiz despachar
mandando citar, nós vamos então confirmar a data de hoje como a data
de interrupção da prescrição. Mas se o juiz não despachar mandando
citar, você dançou, perdeu a causa de pedir e o direito material – por
exemplo, se a petição inicial estava com defeito e você não emendou. O
réu nem chega a ser citado e o juiz extingue o processo sem resolução
de mérito. E aí corre o prazo prescricional e você dança.
○ art. 262, CPC: tem caráter itinerante. Ou seja, eu sou juíza na comarca do Rio de Janeiro
e quero que seja intimada uma ré de Manaus. Se a ré não tiver em Manaus, mas em
outro lugar, a carta não vai voltar para o juízo de origem, ela vai ficar indo para os locais
até encontrar a ré.
○ arts. 263 e 264, CPC: forma de se requerer a expedição da carta.
➔ art. 263, CPC: preferência por meio eletrônico, telefone. A dificuldade seria a
rogatória, porque tem que ser traduzida, mas não é proibida.
aula 15 - 06/10/2020:
➔ Plantões Judiciários:
❏ o fórum fecha às 18h e só abre às 11h do dia seguinte (justiça estadual).
Mas a vida continua acontecendo, conflitos continuam. Então criaram-
se os plantões judiciários. O fórum não está aberto, mas há servidores à
disposição fazendo plantão. Exatamente para necessidade de atos de
urgência do art. 214, CPC. Para você ter um juiz para despachar, um
escrevente para digitar o mandado de citação, um oficial de justiça. E
isso em todas as justiças. Esse juiz é competente para tudo, dono da
comarca, independente da sua área de atuação em dias normais. (“ai,
mas eu só atuo em esfera cível”. No plantão você vai atuar em esfera
penal, trabalhista também, etc.).
❏ há uma lista que sai previamente, o tribunal distribui essa lista. Então
você sabe quem está de plantão e a quem você vai se dirigir.
● Preclusão
○ fenômeno processual muito importante.
○ conceito: “perda, extinção ou consumação de uma faculdade processual pelo fato de se
haverem alcançado os limites assinalados por lei ao seu exercício” (Ovídio Batista da
Silva).
○ então é um fenômeno que acontece toda hora no processo.
○ existe mais de uma espécie de preclusão, são elas:
➔ temporal:
❏ “perda de uma faculdade processual em virtude de seu não exercício no
momento previsto para sua realização” (art. 223, CPC).
❏ perda de prazo. Existem diversos prazos no código ou em outras leis e
se eu perder o prazo de agir ocorre a preclusão temporal.
❏ art. 223, CPC: ninguém avisa que está acabando o prazo, ninguém
pergunta o porquê, simplesmente você perdeu o prazo e não pode mais
praticar o ato.
❏ justa causa: o que pode acontecer: a parte eventualmente pode provar
que não realizou o ato por justa causa. Ela perdeu o prazo porque
aconteceu alguma coisa que foi alheia a vontade dela (art. 223, §1º,
CPC). Precisa de dois requisitos para convencer o juiz de que o ato não
foi realizado por justa causa: ato alheio à vontade da parte (ex.: estava
indo para o fórum e arrebentaram o meu carro; processos e
computador na mala do carro e o carro foi roubado;) e esse ato alheio à
vontade da parte também tem que ser algo que impeça que o
advogado mande outra pessoa no lugar dele (ex.: o advogado está indo
entregar uma petição com um estagiário, é atropelado, o que o
estagiário tem que fazer é entregar o processo. Então se alguém pode
fazer por mim, isso não é justa causa).
➢ deve se alegar e provar justa causa. No caso da justa causa (art.
223, §2º, CPC), o juiz não vai dar 15 dias, ele vai dar o tempo
que é preciso para praticar o ato, ele não vai devolver o prazo
inteiro, a não ser que se precise do prazo inteiro.
➢ Obs.: não tem tempo para alegar justa causa, o ideal é que se
faça assim que acabar o problema, assim que for possível.
➔ lógica:
❏ “prática de ato incompatível com aquele que se poderia praticar” (art.
1.000, CPC).
❏ eu estou dentro do prazo, mas eu pratiquei um ato e eu não posso
praticar outro incompatível, eu não posso me contradizer na prática de
atos. Art. 1.000, CPC: exemplo da preclusão lógica. Por exemplo, saiu
uma decisão determinando meu despejo. Estou dentro do prazo de
recurso. Ao invés de recorrer, eu saio do apartamento ou eu vou ao
escritório da parte contrária e pergunto o prazo que ele me dá para sair.
Então, eu já concordei com a sentença, já pratiquei o ato de
concordância com a sentença e aproveito o prazo de recurso e recorro.
Mas eu acabei de dizer que vou cumprir (saindo do apartamento ou
perguntando o prazo), como eu vou ser contra agora? Eu não posso
recorrer, porque isso é ilógico, porque isso vai contra a preclusão lógica,
contra a boa-fé processual.
❏ outro exemplo: se o réu é condenado a indenizar o autor, vai lá e realiza
o pagamento, ele não poderá recorrer contra essa condenação. Mesmo
que ele tenha pagado por medo da multa pelo não pagamento da
condenação, não importa.
❏ isso é diferente de “estou fazendo depósito judicial para poder
recorrer”. Isso não é entregar para a outra parte, é depositar em juízo. É
falar “excelência, guarda esse dinheiro para eu não gastar e caso eu
perca poder ter”. Isso é boa fé. É diferente de eu chegar para a parte
vencedora e falar que eu vou cumprir.
❏ se acontece o contrário, por exemplo, eu recorro e depois eu concordo,
isso não é incompatível. Porque a desistência do recurso e a
antecipação da coisa julgada ninguém vai reclamar, vai valer o segundo
ato, que no caso é a concordância.
➔ consumativa:
❏ “perda da faculdade de praticar novamente o ato já praticado”.
❏ estou dentro do prazo, são 15 dias para contestar, aí no 3º dia eu
contestei. O processo não vai ficar esperando mais 12 dias não. Acabou,
consumou, vamos para frente. Não se tem mais esse prazo de 12 dias.
Você praticou o ato, está consumado. O processo não vai ficar
esperando até terminar o prazo. Se você fez uma contestação ruim no
3º dia problema seu, você não pode fazer outra contestação nos
próximos 12 dias, porque já houve a consumação do ato no 3º dia,
quando foi feita a contestação. Isso faz o prazo correr mais rápido.
➔ das 3 preclusões, a mais importante e a que mais acontece é a temporal. Então
quando a gente fala que precluiu, é a temporal.
● Prazos
○ conceito: “período de tempo dentro do qual determinado ato processual deve ser
praticado” (Ovídio Batista da Silva).
➔ é um ótimo conceito, mas não é o único. Para a maioria dos prazos está
perfeito.
➔ se eu quero praticar o ato, tem que ser dentro do prazo, em regra.
➔ conforme a obrigatoriedade:
❏ sofreu alteração, não tendo tanta diferença agora entre prazos
peremptórios e dilatórios.
❏ peremptórios (art. 222, §1º, CPC): prazo dentro do qual eu tenho que
praticar um ato. Então acabou o prazo eu não posso mais praticar. Ex.:
prazo de contestação (por exemplo, 15 dias para agir).
➢ o código fala que em relação ao prazo peremptório o juiz não
pode diminuir, antecipar o término desse prazo, a não ser que
as partes concordem (art. 222, §1º, CPC). Ele só pode fazer se
for negócio processual, questão da calendarização processual (o
juiz, junto com as partes, pode mexer no prazo). Em suma: ou as
partes e o juiz estão de acordo em aumentar o prazo ou o juiz
vê a necessidade de aumentar. Diminuir só pode se as partes
concordarem, negócio processual.
❏ dilatórios (art. 231, §1º, CPC): prazo a partir do qual eu tenho que
praticar o ato. Ex.: prazo até o dia da audiência (não tenho o que fazer,
apenas esperar o dia da audiência); prazo de suspensão do processo (só
preciso fazer alguma coisa passado o prazo de suspensão);
➢ com relação ao prazo dilatório, a parte pode mexer à vontade
no prazo dilatório. Juiz também pode mexer, mas geralmente
também tem que ter anuência das partes.
aula 16 - 08/10/2020:
(cont.)
Cautelar
Urgência
Antecipada
Tutela
Provisória
Evidência
● Tipos de tutela:
○ Definitiva:
➔ vai ser, ou não, concedida através da sentença de mérito. É requerida pelo autor
e o juiz concede ou não em sentença. É definitiva porque faz coisa julgada, em
regra.
➔ é reparatória: o dano já aconteceu e ela serve para reparar.
○ Provisória:
➔ decisões que o juiz profere que não são definitivas. Tutelas que ele vai conceder
que podem ou não ser confirmadas pela tutela definitiva.
➔ diz respeito às necessidades que o autor apresenta antes da tutela definitiva.
➔ é preventiva: queremos a prevenção, a ocorrência ou a consolidação do dano.
➔ não é definitiva, pode até ser que vire definitiva, mas ela é uma tutela a ser
concedida de mérito ou não. Ela não é o pedido, pode até ser igual ao pedido,
mas não é o pedido. Para que o pedido não perca sua eficácia, é que se faz uso
da tutela provisória. Ela pode ser requerida na petição inicial ou no curso do
processo. Ela não é a tutela definitiva, ela pode se tornar definitiva diante de
situações que podem ocorrer. Quando geralmente eu requeiro uma tutela
provisória – geralmente através de liminar – ela não é a tutela principal. A tutela
principal está no pedido, onde o juiz vai requerer por sentença.
➔ o direito vai me ser entregue antecipadamente, mas não em caráter definitivo,
eu vou precisar continuar o processo com a tutela principal.
○ Processual:
➔ evitar situação.
➔ a pessoa só quer a proteção, para evitar que o dano aconteça.
➔ Antecipada:
❏ questões de mérito, substancial: formulado um pedido, mas ao invés
de só ser concedido ao final do processo através da sentença, ocorre
uma antecipação da concessão do direito material. Se prova a existência
do direito, mas não se pode esperar para recebê-lo depois. Antecipa-se,
então, o recebimento do que é seu. Há como provar que o direito é seu
e que você precisa dele agora - há urgência.
❏ ex: chego em casa e descubro que cortaram a minha luz. Entro em juízo
e provo que a conta está paga. Eu não vou deixar pra receber o direito
depois, tendo provado que paguei. Isso porque eu não vou ficar 2/3
meses sem luz até a sentença sair. É uma antecipação de algo que eu já
tenho direito.
○ Evidência:
➔ é de mérito também. É evidente que é meu, então devo receber logo. É
concedida sempre que você mostrar que é evidente que você tem o direito.
Aqui não se tem urgência.
aula 17 - 13/10/2020:
(cont.)
● Características
○ Acessoriedade: não existe tutela provisória como um processo principal, como um
processo em si mesmo, ela é um acessório. A tutela provisória só existe em função do
pedido. Você requere a tutela provisória porque o pedido principal está precisando
disso, seja no processo de conhecimento ou execução.
○ Provisoriedade e revogabilidade (art. 296, caput, CPC):
➔ enquanto não houver o trânsito em julgado, a tutela provisória pode se manter.
Ela não dura só até a sentença, ou havendo a sentença obrigatoriamente acaba
a tutela. Pode ser que a tutela continue com seus efeitos mesmo subindo para
segunda instância. Como pode acontecer de ser requerida no processo de
conhecimento e continuar na execução. Então enquanto ela for necessária ela
continua. Ex: a apelação suspende os efeitos da sentença; no caso da guarda
dos filhos se tiver apelação a pessoa não não manteria a tutela durante seu
julgamento; mas aí com a contagem até o trânsito em julgado a tutela é
mantida.
➔ o art. 296, CPC, também fala de revogação e modificação a qualquer tempo.
Então se eu estou falando de uma tutela provisória eu estou falando de uma
decisão interlocutória. E o nosso réu pode agravar (recurso) ou contestar para
derrubar essa tutela provisória. Ou ainda, no curso do processo, demonstrar
que não há mais necessidade de tutela, revogando essa tutela. Pode ser
modificada também. O que for necessário no caso concreto.
○ Fumus bomi iuris: fumaça do bom direito. Na tutela cautelar é bem tranquilo (ex.: eu
estou pedindo essa tutela porque existe a possibilidade de que o meu pedido seja
concedido. Então eu gostaria de proteger agora o que no futuro possa vir a ser meu). Na
tutela antecipada eu particularmente não consigo ver fumaça do bom direito porque eu
não tenho fumaça, eu tenho o direito. Na tutela antecipada eu provo que é meu e por
isso eu quero agora (também junto o periculum in mora, porque eu não posso dizer que
quero porque quero).
○ Cautelar:
➔ 1. não satisfaz o direito material, apenas assegura a futura satisfação.
➔ 2. o requerente não usufruirá imediatamente do direito afirmado. Ex.: se eu
requeiro a tutela cautelar de um carro; o juiz pode decidir que eu proteja o
cargo do réu, mas ele não será meu; eu devo apenas tomar conta do carro, não
devo utilizá-lo.
➔ 3. não há coincidência entre o postulado na cautelar e o postulado no mérito. A
pessoa só quer proteger um direito material que pode acabar sendo
prejudicado antes da sentença.
➔ 4. pode ser deferida de ofício (art 297, CPC). Poder geral de cautela: o juiz tem o
poder de conceder cautelares não previstas em lei; ele pode verificar de ofício a
necessidade de cautela e concedê-la, para que não haja prejuízo; pode
acontecer também do requerente não identificar qual é a sua urgência e o juiz
decidir qual será a cautelar que ele vai deferir.
aula 18 - 15/10/2020:
● Outros princípios:
○ art. 276, CPC: princípio da especificidade (pas de nullitè sans text) proteção.
○ art. 281, CPC: princípio da causalidade (ver atos compostos).
○ art. 278, CPC: princípio da preclusão.
>> Formação, Suspensão e Extinção do Processo
● Suspensão do processo (arts. 313 a 315, CPC):
○ uma das características do processo é o prosseguimento, seguir adiante. Então não tem
por que parar a não ser quando chega ao final. E o ideal desse final é a sentença de
mérito. Só que existem situações anormais que são conhecidas como crises nos
processos, momentos críticos. Então a suspensão do processo é um momento crítico, é
uma suspensão temporária – para por um momento e depois volta, as vezes não. Em
regra, dá para resolver.
○ art. 313, CPC: situações de suspensão do processo.
○ 2 tipos de suspensão:
➔ a) Voluntária (art. 313, II, CPC): as partes em acordo definem a suspensão do
processo. Sendo que o art. 313, §4º, CPC, diz que o prazo máximo será de 6
meses. Então as partes informam ao juiz (as partes peticionam em conjunto
para os outros receberem conhecimento) que o processo está suspenso e
escolhem um prazo de até 6 meses para suspensão.
❏ 2 observações importantes:
➢ 1. as partes não estão pedindo ao juiz para suspender. Elas
estão informando que o processo está suspenso porque assim
elas querem.
➢ 2. as partes definem quanto tempo o processo ficará suspenso.
Porque a regra seria “terminou o prazo de suspensão de no
máximo 6 meses, volta o processo”. Mas a jurisprudência
entende que as partes definem o tempo que querem suspender
o processo porque geralmente quando elas suspendem elas
estão tentando fazer um acordo. E voltar antes poderia
atrapalhar esse acordo.
➔ b) Necessária:
❏ os outros incisos do art. 313, CPC, falarão da suspensão necessária, que
é determinada pela lei. São elas:
➢ I - Morte ou perda de capacidade processual: morreu a parte
(jurídica ou física), substituição. Então o sucessor irá substituir o
que morreu. Perda de capacidade, o processo será suspenso
para trazer o responsável ao processo. Juiz abre prazo para a
substituição. Aqui o processo para como um todo para vir
alguém de fora.
➢ III - Arguição de impedimento ou suspeição: a doutrina diz que
aqui nós temos uma suspensão imprópria, porque o processo
como um todo não está suspenso, o que está suspenso é o
procedimento para que seja julgada a arguição de impedimento
ou suspensão. O processo está apenas aguardando para saber a
resposta.
➢ IV - Admissão de IRDR: ele tem a ver com a nova tendência de
trabalhar com precedentes. O poder judiciário vai verificar que
há demandas repetitivas e elas serão todas suspensas para o
tribunal dar uma decisão única para todas elas.
➢ V - Preliminar externa ou prejudicial externa: suspensão
quando o processo se depara com uma preliminar externa ou
com uma prejudicial externa. Apareceu uma prejudicial no meu
processo (questão de mérito que pode virar pedido principal).
Se essa prejudicial puder ser julgada pelo mesmo juiz da causa
principal, não há, pela lei, necessidade de suspensão do
processo. Ex.: eu estou em um processo de alimentos e nego a
paternidade. A paternidade é prejudicial em relação à ação de
alimentos, mas ela é uma prejudicial interna, pode ser julgada
pelo mesmo juízo, então não precisa de suspensão do processo.
Mas, por exemplo, se aparece uma herdeira não registrada do
falecido em uma ação de inventario. O juízo do inventário não
tem competência para ação de família. Então essa discussão se
é ou não filho, é uma prejudicial. O juízo principal vai remeter
essa questão ao juízo competente. É uma prejudicial que vai ser
externamente resolvida. Então não dá para dar continuidade ao
processo do inventário enquanto essa prejudicial está sendo
julgada. A ação principal será suspensa até que se resolva essa
prejudicial.
❖ No caso da preliminar externa: questão de
competência. Aquele juízo onde está correndo a causa
principal não tem competência para certa prova ou
certo ato. Ex.: não tenho como resolver o processo se a
testemunha está em Mato Grosso do Sul. Tenho que
esperar porque enquanto ele não for citado não tem
como dar continuidade. É em outro juízo que esse ato
vai acontecer, então tem que suspender o processo
aqui - ou parte dele, dependendo da necessidade – e
resolver o outro lá. Se a preliminar é interna, acontece
dentro do processo, tudo bem, não ocorre suspensão.
○ art. 317, CPC: antes de proferir sentença sem resolução de mérito o juiz tem que dar
espaço para a parte tentar resolver. Temos que tentar ao máximo salvar o processo e
dar uma sentença de mérito.
➔ art. 4º, CPC: antes da sentença sem resolução de mérito, o juiz deve conceder à
parte a tentativa de sanar os vícios (nulidades). A primazia do mérito.
➔ arts. 7º, 9º e 10º, CPC: Princípio do contraditório e da vedação surpresa:
❏ se eu tiver que dar uma sentença sem resolução de mérito eu tenho
que avisar para as partes. Eu não posso extinguir o processo e deixar a
parte sem a informação de extinção e sem a possibilidade de tentar
sanar o vício. A parte tem que ser ouvida para tentar sanar o vício e
tentar evitar a extinção do processo sem resolução de mérito.
❏ essa regra também se aplica na decisão de mérito. Esses artigos
proíbem que o juiz dê uma decisão, mesmo que de mérito, sem antes
ouvir as partes.