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NOÇÃO ONTOLÓGICA DE

PROCESSO

DIREITO MATERIAL E DIREITO


PROCESSUAL
CONCEITO DE PROCESSO:

• Processo estatal:
o Características:
 Modo de manifestação do poder estatal,
 Mediante sequência de atos,
 Visando um fim,
 Com participação dos interessados,

o Modalidades:
 Processo legislativo
 Processo administrativo
 Processo judicial
CONCEITO DE PROCESSO:

o Processo judicial
 Relação jurídica complexa
 Três sujeitos: juiz, autor e réu
 Exercem jurisdição, ação e defesa

o Observação:
 Alguns autores entendem que seria processo
qualquer manifestação de poder em contraditório.
 Sindicatos, associações, condomínios, sociedades.
NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO

• Discussão ultrapassada.

• Não é um contrato ou um “quase contrato”.


o Instauração depende da vontade de apenas um dos
litigantes (o autor).
o Juiz tem o dever de tratar o pedido do autor.
o Réu não escolhe se é parte do processo; quando
muito, escolhe se apresenta ou não defesa. Se
optar por não fazê-lo, sofrerá conseqüências
negativas (revelia).
NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO

• É uma relação jurídica pública complexa, em


que os três sujeitos (juiz, autor e réu) assumem
sucessivas posições jurídicas:
o Juiz exerce “poder-dever” = o ordenamento
lhe dá diversos poderes de comando e
condução do processo, os quais devem ser
exercidos em observância das garantias
inerentes ao “devido processo legal”.
o Partes exercem deveres, ônus e faculdades.
NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO

• Deveres:
o Parte não pode escolher em cumpri-lo ou não.
o Ato da parte interessa ao adversário ou ao
sistema.
o Omissão resulta na aplicação de sanções.
o Ex.: art.77 do CPC.
NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO

• Ônus:
o Parte é livre para escolher se pratica o ato
processual.
o Ato interessa à própria parte.
o Prática do ato traz para a parte vantagens
processuais
o Omissão acarreta desvantagens para a parte.
o Exemplos: praticamente todos os atos
processuais
NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO

• Faculdades:
o Parte não pode escolher em cumpri-lo ou não.
o Omissão não acarreta qualquer tipo de
conseqüência;
o Exemplos são raros, pois em geral os atos
processuais têm um momento certo para sua
prática, sob pena de preclusão.
DIREITO PROCESSUAL X DIREITO
MATERIAL

• Direito processual
o Trata da forma de exercício da jurisdição, ação e
defesa.
 “método de trabalho” do “Estado-juiz”.
o É ramo do direito público, pois rege atuação do Estado
e das partes diante dele.
o Processo é instrumento de realização concreta do
direito material, mas
 não é mero “apêndice” do direito material
 não é o “direito material em estado de guerra”
DIREITO PROCESSUAL X DIREITO
MATERIAL

• Direito material
o Pode ser parte do direito público ou do direito
privado.
 Civil – conflitos que envolvem direito civil,
comercial, família (privado), tributário,
administrativo (público).
 Penal – há casos em que prepondera o
interesse privado (ação penal privada ou
pública condicionada).
 Fronteiras são, hoje, menos claras.
DIREITO PROCESSUAL X DIREITO
MATERIAL

• Utilidade da distinção:
o Editar norma processual é de competência
exclusiva da União (art. 22, I, CF); editar normas
de direito material, não.
o Direito processual tem institutos e princípios
próprios, que se mantêm inalterados não
importando o direito material controvertido.
o Solução do conflito, mesmo que baseado em
interesses privados, é necessário ao Estado.
o Requisitos de admissibilidade / mérito
DIREITO PROCESSUAL X DIREITO
MATERIAL

• Perigos da distinção:
o Análise “asséptica” do direito processual
o Falta de preocupação com o direito material.
o Impossível ignorar que o interesse do Estado
será maior quando estiver em jogo:
 Direito público
 Direito privado indisponível (incapazes)
DIREITO PROCESSUAL X DIREITO
MATERIAL

• Resumo:
o Direito processual sempre oscilou em dar
maior ou menor importância ao direito
material;
o Num extremo, o direito “adjetivo” civil
o No outro, o direito completamente autônomo
o Solução intermediária: a “instrumentalidade
do processo”
“INSTITUTOS BIFRONTES”

• = que não se enquadram no direito material


ou processual
• Exemplos:
o “Responsabilidade patrimonial”
o Regime de custo do processo
o Normas sobre os efeitos da citação, da
penhora, etc.
TEORIA DUALISTA X TEORIA MONISTA

Teoria dualista Teoria monista


• Norma jurídica está no • Texto legal não é norma,
texto legal (e em outras mas ponto de partida para
fontes de produção do que o juiz, mediante sua
Direito) e o juiz revela o interpretação e aplicação,
sentido preexistente ao crie a norma mediante
interpretá-la e aplicá-la decisão no caso concreto
• Juiz “revela” o direito a • Juiz “constrói” o direito a
partir do texto legal partir do texto legal

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