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TEORIA GERAL

DO PROCESSO
Professora: Carine S. Cruz
Advogada
Especialista em Direito Processual Civil
1-NOÇÕES TEÓRICAS BÁSICAS DO PROCESSO

2-PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DO
PROCESSO

ATIVIDADE DE SALA: A Definir


1º AVALIAÇÃO: SEGUNDA 25/09
QUINTA 28/09
NOÇÕES TEÓRICAS BÁSICAS DO
PROCESSO

• Direito e Sociedade: evolução histórica da resolução de conflitos;


• Processo e Pressupostos Processuais;
• Acesso à justiça e modos adequados de composição de conflitos;
• Direito Processual x Direito Material e Normas processuais no tempo e no
espaço.
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DO
PROCESSO
• Princípio da Ação;
• Princípio do devido processo legal em sentido material e em sentido formal;
• Princípio da Economia Processual e da Instrumentalidade das formas. Princípio
da efetividade;
• Princípio da Imparcialidade do Juiz. Princípio da Igualdade;
• Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa. Princípio da Disponibilidade e da
Indisponibilidade;
• Princípio da Motivação das decisões judiciais. Princípio da Persuasão Racional
do Juiz;
• Princípio da Oralidade;
• Princípio do Dispositivo e da livre investigação das provas. Princípio do Impulso
Oficial;
• Princípio da Publicidade. Princípio da Lealdade Processual;
• Princípio da Tempestividade da prestação jurisdicional.
Primazia do julgamento de mérito. Princípio do Acesso à Justiça. Princípio da
Preclusão;
• Princípio do Duplo grau de jurisdição. Princípio do Juiz Natural.
Modos de resolução de conflitos de
interesses:
Autotutela (inexistência do Estado; ausência de juiz; imposição da decisão por uma das
partes pela força);

Cabia ao próprio indivíduo, com as armas de que dispunha, fazer valer o direito que julgasse ter.
Poderia ser utilizada, inclusive, força física para o cumprimento de obrigações eventualmente não
cumpridas. Vence o mais forte!!!

Exceção: art. 1.210, §1º, do Código Civil


• AUTOCOMPOSIÇÃO: Autocomposição (uma ou ambas as partes abrem
mão do interesse ou de parte dele;

Consiste em: um dos indivíduos, ou ambos, abrem mão do seu interesse


por inteiro ou de parte dele. Portanto pode se afirmar que é um ajuste de
vontades entre as partes, onde pelo menos uma delas abre mão de seus
interesses ou de parte deles. Podendo haver a participação de terceiros
(árbitro ou mediador).
• Arbitragem: (solução amigável e imparcial por meio de árbitros)
Existência de um terceiro para solucionar o conflito.

O terceiro deveria ser dotado de imparcialidade diante do conflito instaurado.


• PROCESSO: instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam
para pacificar as pessoas conflitantes.

INTERVENÇÃO DO ESTADO JUIZ


Direito e Sociedade: evolução histórica da
resolução de conflitos
1. Conceito do Direito Processual Civil e Sua Relação com os
Demais Ramos do Direito

O processo civil é o ramo do direito que contem regras e os princípios


que tratam da jurisdição civil, ou seja, da aplicação da lei aos casos
concretos, para a solução de conflitos de interesses pelo Estado-Juiz.

É também o Direito Processual o responsável por estruturar os órgãos


de justiça, disciplinando a forma dos processos judiciais na área cível,
isto é, de fazer valer o respeito às leis de forma definitiva e coativa.
O QUE SÃO PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS?

Os pressupostos processuais são requisitos legais de validade e existência exigidos


nos atos processuais, ou seja, em ações judiciais, e são divididos pela doutrina em
subjetivos e objetivos.

Os pressupostos subjetivos são aqueles relacionados aos sujeitos processuais, ou


seja, às partes (autor e réu) e ao juiz.

Já os pressupostos objetivos são divididos em dois tipos. Eles podem ser


intrínsecos, o que equivale a ser relacionado aos critérios internos à relação jurídica
processual.
PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS
• Como apresentado anteriormente, os pressupostos subjetivos dizem respeito ao
juiz e a parte. Quanto ao juiz, devemos analisar dois critérios: investidura e
imparcialidade

INVESTIDURA
IMPARCIALIDADE
CAPACIDADE DE SER PARTE
CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO
CAPACIDADE POSTULATÓRIA
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS-
EXTRÍNSECOS (NEGATIVOS)

• litispendência
• coisa julgada material
• perempção
• transação
• convenção de arbitragem
INTRÍNSECOS
• Existência de demanda
• Citação válida
• Petição inicial válida
• Regularidade formal
Pressupostos processuais subjetivos
Os pressupostos processuais subjetivos dizem respeito aos sujeitos do
processo, ou seja, às partes e ao juiz. Com relação ao juiz, os
pressupostos processuais subjetivos são: investidura e imparcialidade.

• Investidura: A investidura é a aptidão conferida a um sujeito para


desempenhar o poder jurisdicional em nome do Estado. O agente
público investido na jurisdição é o juiz de direito, que passa a
representar o Estado na solução de conflitos. A investidura é um
pressuposto processual de existência, tendo em vista que a ausência
de um juiz investido implica na inexistência de um processo. Não
existe processo sem juiz.
• Imparcialidade: O juiz precisa agir de forma imparcial no
processo. Não se admite que o julgador tenha interesse
particular na conflito de forma a preferir um ou outro
resultado. A imparcialidade é um pressuposto processual de
validade, pois mesmo que o juiz aja de forma tendenciosa, o
processo ainda existe juridicamente.

A imparcialidade do juiz pode ser arguida através de exceção


de suspeição no prazo de 15 dias a contar do conhecimento do
fato, conforme previsto no artigo 146 do Novo Código de
Processo Civil:
• Capacidade de ser parte

A capacidade de ser parte se refere à capacidade de gozo e


exercício de direitos e deveres. Não se confunde com a
capacidade de estar em juízo, tendo em vista que em alguns
casos (a exemplo dos incapazes) um sujeito pode ter direitos e
deveres mas não pode estar em juízo por necessitar de um
representante.

A capacidade de ser parte é um pressuposto processual de


existência pois, se uma das partes não goza de direitos e
deveres (por exemplo, um réu morto), o processo é
considerado inexistente.
• Capacidade de estar em juízo
Também chamada de capacidade processual ou legitimidade ad
processum, consiste na aptidão das partes em praticar atos jurídicos
dentro do processo.

Nos casos em que existir partes relativamente incapazes (maiores de


16 e menores de 18 anos, ébrios habituais, viciados em tóxicos,
pródigos e sujeitos que não podem exprimir sua vontade), a
capacidade processual pode ser suprida através de assistentes.

Nos casos em que houver partes absolutamente incapazes (menores


de 16 anos), a capacidade processual pode ser suprida através de
representantes. Com relação às pessoas jurídicas e formais, estas
também devem ser representadas em juízo.
• Capacidade postulatória
A capacidade postulatória é a devida habilitação na Ordem dos
Advogados por parte do representante legal das partes. É dispensada
nos Juizados Especiais Cíveis (nas causas com valor inferior a 20 salários
mínimos), no Habeas Corpus e na Ação Direita de Inconstitucionalidade.
A capacidade postulatória é um pressuposto processual de validade,
podendo ser sanado em caso de vício.
RESUMO:
As partes devem ter capacidade para ser parte e para estar em juízo. A
capacidade de ser parte é adquirida com o nascimento com vida (capacidade
de direito); já a capacidade para estar em juízo (capacidade de fato), somente
os absolutamente capazes a possuem nos termos da lei civil, podendo estar
em juízo por si sós. Os absolutamente incapazes serão representados em juízo
por seus pais, tutores ou curadores. Os relativamente incapazes serão
assistidos em juízo. A capacidade de postular em juízo (jus postulandi) é
atribuída aos advogados regularmente habilitados na Ordem dos Advogados
do Brasil (art. 133 da CF em cotejo com a Lei n. 8.906/94). A lei admite que a
parte possa postular em juízo sem a necessidade de advogado se for
advogado, no juizado especial civil, para as causas de até 20 salários mínimos
(Lei n. 9.099/95) e, na Justiça do Trabalho, quando a controvérsia envolver
empregados e empregadores (art. 791 da CLT);
Pressupostos processuais objetivos
Os pressupostos processuais objetivos são as condições do processo que não
envolvem os sujeitos do processo. Eles se dividem em: extrínsecos e intrínsecos.

• Pressupostos processuais objetivos extrínsecos


Os pressupostos processuais objetivos extrínsecos também são chamados
de pressupostos processuais negativos, pois são fatores externos à relação
processual, cuja existência, se verificada, invalidam o processo. Assim, os
pressupostos negativos precisam ser ausentes para que um processo seja válido.
Os pressupostos processuais objetivos extrínsecos (pressupostos negativos) são:
Coisa julgada material, Litispendência, Perempção e Convenção de arbitragem
• Coisa julgada material: A coisa julgada material é a eficácia imutável de uma
decisão de mérito sobre o objeto da lide. Se determinado direito já foi decidido pelo
Judiciário, é inválido um novo processo que vise rediscuti-lo.

• Litispendência: A litispendência é a preexistência de causa idêntica (mesmas partes,


pedido e causa de pedir), ainda pendente de julgamento. Para um processo ser
válido, não deve existir litispendência.

• Perempção: A perempção é perda do direito de demandar. Ocorre quando o autor


abandona a ação por três vezes. Se no decorrer de uma ação descobrir-se que o
direito é perempto, o processo é inválido. No âmbito do direito penal, a perempção
ocorre conforme o artigo 60 do Código de Processo Penal.

• Convenção de arbitragem:Se no âmbito do juízo arbitral já houve decisão sobre a


matéria discutida no Judiciário, o processo é inválido.
Pressupostos processuais objetivos intrínsecos:

Os pressupostos processuais objetivos intrínsecos são elementos internos do


processo. São eles: demanda, petição inicial apta, citação válida e regularidade
formal.

• Demanda: A demanda é o próprio ato de acionar a jurisdição. Considerando o


princípio da inércia, o Estado só desempenha o poder jurisdicional através de
provocação, que ocorre através da apresentação da demanda.
Por óbvio, a demanda é pressuposto processual de existência, tendo em vista que
sem ela o processo não existe.
• Petição inicial apta: A petição inicial é a forma com que a demanda é
levada ao Poder Judiciário. Por esse motivo, é natural que ela precise
preencher algumas formalidades previstas em lei. Segundo o artigo
330, §1º do Novo Código de Processo Civil:

Considera-se inepta a petição inicial quando:


I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se
permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

A petição inicial apta se trata de um pressuposto processual de validade.


• Citação válida :A citação válida é o ato que completa a relação processual
ao trazer a parte demandada ao processo. É indispensável a ocorrência
da citação e que a mesma seja válida, obedecendo as previsões legais.
A citação válida é um pressuposto processual de validade, podendo ser
sanado em caso de vício.

• Regularidade formal
O processo deve seguir na forma prevista em lei a fim de oferecer
segurança às partes. No entanto, se um determinado ato processual atingir
sua finalidade mesmo que em detrimento da formalidade prevista em lei,
ele deve ser considerado válido, segundo o princípio da instrumentalidade
das formas.
A regularidade formal do processo é um pressuposto processual de
validade.

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