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PONTES MATOS – SOCIEDADE DE ADVOGADOS.

Parecer jurídico sobre a possibilidade de se efetuar o pagamento de dívida concernente


à direitos autorais musicais, sem a comprovação da regularidade fiscal pelo Escritório
Central de Arrecadação e Distribuição – ECAD.

Belo Horizonte, 16 de agosto de 2023.

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Ao
Excelentíssimo Prefeito Bueno Brandão, Minas Gerais,
Senhor Silvio Antônio Félix.

PARECER JURÍDICO – EFETIVAÇÃO DE


PAGAMENTO - DIREITOS AUTORAIS
MUSICAIS - AUSÊNCIA DE REGULARIDADE
FISCAL – POSSIBILIDADE – LEGALIDADE.

Excelentíssimo Senhor Prefeito,

Em atendimento à honrosa consulta solicitada, procede-se às


seguintes considerações.

I – DELIMITAÇÃO DO OBJETO.

01. O presente parecer é fruto de consulta realizada pelo


Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal de Bueno Brandão de Minas, Silvio Antônio
Félix, sobre a possibilidade de se proceder ao pagamento de dívida concernente à
direitos autorais musicais, sem a comprovação da regularidade fiscal pelo Escritório
Central de Arrecadação e Distribuição – ECAD.

02. Ab initio, insta registrar que o presente estudo trata,


exclusivamente, das questões jurídicas atinentes ao objeto sub examine,
compreendendo o posicionamento do Escritório Pontes Matos – Sociedade de
Advogados, com subsídio no entendimento jurisprudencial e administrativo pacificado
em relação ao assunto, não sendo a sua fundamentação baseada em dados contábeis,
fiscais, administrativos e de viabilidade econômico-financeira. Dessa forma, é de se
ressaltar que sua adoção é de responsabilidade exclusiva do Município consulente.

03. Passa-se, pois, à fundamentação.

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II – O ESCRITÓRIO CENTRAL DE ARRECADAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO - ECAD.

04. Em princípio, para fins de esclarecimentos, cabe conceituar o


Escritório Central de Arrecadação e Distribuição – ECAD.

05. Trata-se de uma associação civil privada, regulamentada pela Lei


Federal 9.610/98, cuja função é arrecadar e distribuir direitos autorais decorrentes da
execução pública de músicas aos autores e demais titulares.

06. A Lei 9.610/98, também chamada de lei de direitos autorais,


assegura aos compositores brasileiros e outros profissionais da indústria musical uma
compensação pelo emprego de suas composições por terceiros.

07. Consequentemente, qualquer estabelecimento que faça uso


público de música é obrigado a remunerar os criadores por meio do Escritório Central de
Arrecadação e Distribuição (ECAD), que é uma entidade de caráter privado e sem fins
lucrativos, responsável por essa gestão.

08. A remuneração dos direitos autorais deve ser efetuada


antecipadamente à utilização das obras musicais, sendo processado unicamente através
de boleto bancário.

09. Mencionado pagamento pode ocorrer de forma mensal,


abrangendo emissoras de rádio e TV, estabelecimentos comerciais, plataformas digitais,
entre outros, ou de maneira ocasional, como nos casos de apresentações ao vivo e
eventos.

10. Incursos em tais pagamentos se encontram também os Entes


Federativos que, a exemplo do julgado abaixo, devem suportar mencionada
contrapartida:

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APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE
DÉBITO - ECAD (ESCRITÓRIO CENTRAL DE ARRECADAÇÃO E
DISTRIBUIÇÃO) - REALIZAÇÃO DE EVENTOS PELO MUNICÍPIO -
- O art. 68 da Lei nº. 9.610/98 dispõe que sem prévia e expressa
autorização do autor ou titular, não poderão ser utilizadas obras
teatrais, composições musicais ou litero-musicais e fonogramas, em
representações e execuções públicas.
- Conforme jurisprudência do STJ, o pagamento relativo a direitos
autorais não é devido apenas quando se constata a aferição de lucro
em evento promovido pela Municipalidade.
- O Município que promove evento cultural, mesmo sem fim lucrativo
tem obrigação de pagar direitos autorais ao ECAD. (TJMG - Apelação
Cível 1.0696.15.001124-0/001, Relator(a): Des.(a) Magid Nauef Láuar
(JD Convocado), 7ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 05/12/2022,
publicação da súmula em 07/12/2022). (Grifos)

11. Quanto à fixação dos valores de direitos autorais, tal diretriz é


guiada por critérios delineados no Regulamento de Arrecadação, juntamente com uma
tabela de preços estabelecida pelas associações de música que supervisionam as
atividades do ECAD.

12. Empreendidas tais considerações, passa-se à análise do


questionamento formulado pelo Município de Bueno Brandão.

III – CASO CONCRETO. POSSIBILIDADE DE PAGAMENTO DO ECAD SEM A


APRESENTAÇÃO DA REGULARIDADE FISCAL.

13. Ab initio, cabe mencionar que a Certidão de Regularidade Fiscal é


um requisito essencial para habilitação em procedimento licitatório, consoante prevê o
art. 27 da Lei Federal nº 8.666/1993. Veja-se:

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,


exclusivamente, documentação relativa a:
IV – regularidade fiscal e trabalhista;

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14. Por conseguinte, com o propósito de assegurar a constância da
conformidade dos contratantes perante a Administração Pública ao longo de todo o
período contratual, o artigo 55 do dispositivo legal supracitado estabeleceu que:

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que


estabeleçam:
(...)
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução
do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas,
todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação

15. In casu, verifica-se que o valor pleiteado pelo ECAD se trata de


uma retribuição devida aos artistas pelo uso de suas obras musicais, não havendo que
se falar em prestações de serviços que demandem a realização de processo licitatório.

16. Assim, ao analisar o cenário presente sob tal perspectiva,


entende-se que o objetivo de interesse público almejado pela Administração foi
devidamente alcançado por meio da execução das obras.

17. Ademais, assevera-se que o ECAD não possui natureza tributária,


mas, sim, de cobrança privada pelo uso de propriedade privada alheia, não se
confundindo com a contribuição especial de interesse de categoria profissional,
tampouco com o tributo propriamente dito, mas se fundamentando na proteção da
propriedade intelectual e autoral privada consagrada pelo art. 5º, XXVIII, da CF/88.

18. Logo, analisando-se a quaestio em apreço, qual seja: a ausência


da certidão de regularidade fiscal, entende-se que, por não se tratar de pagamento cuja
origem seja o procedimento licitatório, mas sim uma contrapartida já regulamentada
pela Lei nº9.610/98, a falta de tal documento não deve pode ter um impacto substancial
a ponto de prejudicar financeiramente o ente privado.

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19. Além disso, é necessário ressaltar que o mencionado dispositivo
não traz em suas disposições norma que permitam à Administração Pública reter
eventuais pagamentos por falta de certidão de regularidade fiscal.

20. Nesse sentido, tem-se o entendimento já consolidado pelo


Superior Tribunal de Justiça:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO


RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRATO
ADMINISTRATIVO. EXIGÊNCIA DE REGULARIDADE FISCAL. RETENÇÃO
DE PAGAMENTO DE SERVIÇOS JÁ REALIZADOS. ILEGALIDADE.
PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO.
I. Agravo interno aviado contra decisão que julgara recurso interposto
contra acórdão publicado na vigência do CPC/2015.
II. No acórdão objeto do Recurso Ordinário, o Tribunal de origem, por
maioria, denegou a ordem, em Mandado de Segurança impetrado pela
parte ora interessada, no qual busca desconstituir ato do Governador
Impossibilidade de do Estado de Mato Grosso, consubstanciado na exigência da
Retenção de apresentação de Certidão Negativa de Tributos Federais como
Valores Por condição para efetuar pagamentos relacionados às medições já
Ausência de concluídas, por serviços prestados.
Certidão III. O entendimento adotado no acórdão recorrido destoa da
Regularidade jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que é firme no sentido
Fiscal de que, apesar de ser exigível a Certidão de Regularidade Fiscal para
a contratação com o Poder Público, não é possível a retenção do
pagamento de serviços já prestados, em razão de eventual
descumprimento da referida exigência (STJ, AgInt no REsp
Data do
1.742.457/CE, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA,
Julgamento:
05/05/2020.
DJe de 07/06/2019). Nesse sentido: STJ, AgInt no AREsp
1.161.478/MG, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, DJe
de 06/12/2018; AgInt no AREsp 503.038/RJ, Rel. Ministro GURGEL DE
FARIA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 31/05/2017; AgRg no AREsp
277.049/DF, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,
DJe de 19/03/2013; AgRg no REsp 1.313.659/PR, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 06/11/2012.IV.
Agravo interno improvido. (AgInt no RMS n. 57.203/MT, relatora
Ministra Assusete Magalhães, Segunda Turma, julgado em 29/4/2020,
DJe de 5/5/2020.). (grifa-se).

ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO


Impossibilidade de ESPECIAL DECIDIDO MONOCRATICAMENTE. EXISTÊNCIA DE
Retenção de
JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE SOBRE O TEMA. PRINCÍPIO DA
Valores Por
Ausência de COLEGIALIDADE. AFRONTA. NÃO OCORRÊNCIA. RETENÇÃO DE
Certidão PAGAMENTO PELOS SERVIÇOS PRESTADOS. REGULARIDADE FISCAL.
Regularidade Fiscal DESCABIMENTO. ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. PRINCÍPIO DA

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Marília
Julgamento:
Horizonte - MG
27/11/2018. contato@pontesmatos.com.b (31) 3327-4721
LEGALIDADE. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE ORIGEM EM CONSONÂNCIA
COM O ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
1. Conforme redação da Súmula n. 568/STJ, o Relator pode dar ou
negar provimento ao recurso, por decisão singular, quando houver
jurisprudência dominante acerca do tema, não havendo falar em
afronta ao princípio da colegialidade.
2. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça é firme no
sentido de que a ausência de comprovação de regularidade fiscal não
autoriza a Administração Pública a proceder à retenção do
pagamento pelos serviços comprovadamente prestados, porquanto
tal providência caracterizaria enriquecimento ilícito e violação do
princípio da legalidade. Precedentes.
3. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt no AREsp n. 1.161.478/MG, relator Ministro Sérgio Kukina,
Primeira Turma, julgado em 27/11/2018, DJe de 6/12/2018.). (grifa-se)

21. De igual modo é o posicionamento exarado pelo Tribunal de


Contas da União:

TC 017.371/2011-2. Natureza: Consulta. Órgãos: Agência Nacional de


Vigilância Sanitária – MS; Ministério da Saúde.
SUMÁRIO: CONSULTA. EXECUÇÃO CONTRATUAL. PAGAMENTO A
FORNECEDORES EM DÉBITO COM O SISTEMA DE SEGURIDADE SOCIAL
QUE CONSTEM DO SISTEMA DE CADASTRAMENTO UNIFICADO DE
FORNECEDORES. CONHECIMENTO. RESPOSTA À CONSULTA.
1. Nos contratos de execução continuada ou parcelada, a
Administração deve exigir a comprovação, por parte da contratada, da
regularidade fiscal, incluindo a seguridade social, sob pena de violação
do disposto no § 3º do art. 195 da Constituição Federal, segundo o
qual “a pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o poder público
nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios”.
2. Nos editais e contratos de execução continuada ou parcelada, deve
constar cláusula que estabeleça a obrigação do contratado de manter,
durante toda a execução do contrato, as condições de habilitação e
Impossibilidade
qualificação exigidas na licitação, prevendo, como sanções para o
de Retenção de
Valores Por inadimplemento dessa cláusula, a rescisão do contrato e a execução da
Ausência de garantia para ressarcimento dos valores e indenizações devidos à
Certidão Administração, além das penalidades já previstas em lei (arts. 55,
Regularidade inciso XIII, 78, inciso I, 80, inciso III, e 87, da Lei nº 8.666/93).
Fiscal 3. Verificada a irregular situação fiscal da contratada, incluindo a
seguridade social, é vedada a retenção de pagamento por serviço já
executado, ou fornecimento já entregue, sob pena de
enriquecimento sem causa da Administração.
Data do REPRESENTAÇÃO. CEAGESP. PREGÃO PRESENCIAL. COLETA SELETIVA,
Julgamento: TRANSPORTE E DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS. CONCESSÃO DE
09/12/2015. CAUTELAR. OITIVA. PROCEDÊNCIA PARCIAL. DETERMINAÇÕES.
RECOMENDAÇÕES. CIÊNCIA.

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1. É legal retenção parcial de valores devidos à prestadora de serviços
continuados com dedicação de mão de obra, para fazer frente ao
descumprimento de obrigações trabalhistas.
2. A possibilidade de retenção parcial tem como fundamento os"
poderes implícitos ", princípio basilar de hermenêutica constitucional,
segundo o qual a outorga de competência a determinado ente estatal
importa no deferimento implícito, a esse mesmo ente, dos meios
necessários à sua consecução.
3. Retenção parcial não constitui sanção, mas medida preventiva e
acautelatória, destinada a evitar que a inadimplência da contratada
com suas obrigações trabalhistas cause prejuízo ao erário.
4. Somente é possível retenção de valores devidos à contratada, por
descumprimento de obrigação contratual acessória, nos casos em
que o ente estatal possa ser responsabilizado por essas obrigações,
que não é o caso do descumprimento de obrigações comerciais e
fiscais stricto sensu, nem da inadimplência de obrigações trabalhistas
relativas a empregados não dedicados exclusivamente ao contrato.
5. Retenção integral dos pagamentos à contratada só é admissível
nas hipóteses de inadimplemento de obrigações trabalhistas com
valores superiores aos devidos pela Administração e de
desconhecimento do montante inadimplido.
6. À exceção da hipótese de inadimplemento em valores superiores
aos devidos à Administração, retenção integral não pode dar-se por
prazo indeterminado, para não caracterizar enriquecimento ilícito da
Administração. Como regra, deve ser mantida por prazo suficiente
para quantificação das obrigações não adimplidas, após o que deverá
ser convertida em retenção parcial. (Tribunal de Contas da União.
Plenário. ACÓRDÃO TCU 3301/2015. 09/12/2015). (Grifa-se).

22. Com base no entendimento jurisprudencial exposto, entende-se


que a Administração Pública está firmemente ligada ao princípio constitucional da
legalidade, já que não há base legal que autorize a retenção dos pagamentos no cenário
específico.

23. Dessa feita, tem-se que a reprodução musical enseja o


pagamento de direitos autorais em favor do ECAD, independentemente da
apresentação das Certidões de Regularidade Fiscal da entidade.

IV – CONCLUSÃO.

24. Diante do exposto, considerando a execução da(s) obra(s)


autoral(is) pelo município de Bueno Brandão, sugere-se o pagamento pelo uso ao

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Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), por entender que, com base no
exposto acima, a ausência da comprovação de regularidade fiscal não é óbice justificável
para a retenção do valor devido.

25. Faz-se necessário, ainda, explicitar, que o presente parecer


trata, única e exclusivamente das questões jurídicas atinentes ao presente caso, não
sendo feito nesta ocasião qualquer avaliação contábil, fiscal e de viabilidade
econômico-financeira.

Esse é o parecer.
Belo Horizonte, 16 de agosto de 2023.

Aéliton Matos Caroline A. de Freitas Maciel Pereira


OAB/MG 176.397 OAB/MG 183.202

Ariel Ferreira de Lacerda


OAB/MG 197.799

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