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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA de São José do Rio Preto
FORO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
ANEXO DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PUBLICA
Rua Abdo Muanis, 991 6 º Andar - Sala 603 e Sala 605, Cível -
(17)2137-3802 - Fiscal - (17) 2137-3754 - Chacara Municipal
CEP: 15090-140 - São José do Rio Preto - SP
Telefone: 17 2137-3802 - E-mail: riopretojefaz@tjsp.jus.br

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1008033-14.2022.8.26.0576 e código 89FDAE9.
SENTENÇA

Processo nº: 1008033-14.2022.8.26.0576


Classe - Assunto Procedimento do Juizado Especial da Fazenda Pública - Reajuste de
Prestações
Requerente: Renata Cristina Facchini
Requerido: MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por TATIANA PEREIRA VIANA SANTOS, liberado nos autos em 17/08/2022 às 08:45 .
Vistos.

Trata-se de ação ajuizada po RENATA CRI STI NA FACCHI NI


em face de MUNI CÍPIO DE SÃO JO SÉ DO RIO PRETO , aduzindo a requerente ser
servidora publica municipal no exercício das funções de guarda civil municipal desde 26/05/2006
e que com o julgamento da ação coletiva de nº 1045450-69.2020.8.26.0576, que tramitou perante a
2ª Vara da Fazenda Publica desta comarca, ficou determinado que o requerido realizasse os
processos de avaliação de desempenho dos Guardas Civis Municipais relativos aos anos de 2019 e
2020, assim como efetivasse suas promoções, se fosse o caso.

Não obstante em cumprimento da sentença mencionada o requerente


tenha sido avaliado e promovido ao cargo de inspetor não houve o pagamento das verbas
retroativas devidas, na medida em que a promoção foi referente ao ano de 2019.

Portanto, requer que a Municipalidade seja condenada ao pagamento da


diferença salarial devida desde 19 de março de 2019, acrescida de juros de mora e atualização
monetária.

No mais, dispensado o relatório da sentença nos termos do artigo 38 da

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Lei nº 9.099/95 c.c. artigo 27 da Lei nº 12.153/09.

Fundamento e Decido.

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Preliminarmente, quanto à impugnação aos benefícios da justiça gratuita
de fls. 109, cumpre observar que não houve o requerimento e nem o deferimento da benesse ao
requerente, portanto nada há que ser apreciado.

No mais,conheço diretamente do pedido e pela convicção de não haver


necessidade de instrução em audiência, passo à seguinte fase, uma vez que o deslinde da
controvérsia está a depender exclusivamente da aplicação do direito aos fatos já positivados nos
autos.

No mérito, os pedidos são procedentes.

Note-se que, realmente, na ação coletiva de nº


1045450-69.2020.8.26.0576, cujas cópias foram juntadas às fls. 14/30, ficou estabelecido que o
requerido deveria realizar os processos de avaliação de desempenho dos Guardas Civis Municipais
relativos aos anos de 2019 e 2020, assim como efetivar suas promoções, se fosse o caso.

Cumpre apenas reiterar o que traz o artigo 32 da Lei Complementar nº


331/2010 c.c. o Decreto Municipal nº 16.919/2013:

Art. 32 A avaliação de desempenho para fins de promoção será


realizada ao final de cada interstício pelo Diretor Operacional da
Guarda Municipal, e observará, dentre outros, os seguintes critérios:
I - produtividade e qualidade de trabalho;
II - iniciativa e cooperação;
III - responsabilidade e cumprimento do dever;
IV - assiduidade e pontualidade;
V - capacitação profissional;
VI - efetividade;
VII - relacionamento e conduta pessoal;
VIII - penalidades disciplinares;
IX - disciplina e hierarquia;
X - eficiência; e,

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XI - ato de bravura e coragem.
Já o decreto que regulamenta a avaliação de desempenho prevista na lei
complementar acima mencionada, Decreto Municipal nº 16.919/2013, prevê em seu art. 1º:

Art. 1º Os Servidores da Guarda Municipal, das classes previstas no art.


26 da Lei Complementar nº 331/10, passarão anualmente, observando-
se a referida Lei Complementar, por um processo de Avaliação de

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Desempenho, conforme segue:

I - O Processo de Avaliação de Desempenho dos Servidores da


Guarda Municipal será iniciado em janeiro, devendo a sua
finalização ocorrer até o final de fevereiro, de cada ano;

II - As eventuais promoções decorrentes deste processo, observando-se o


disposto na Lei Complementar 331/10 e demais legislações, ocorrerão
em 19 de março de cada ano; e

III - Em casos de excepcional necessidade operacional da Guarda


Municipal, as promoções imprescindíveis poderão ocorrer no momento
em que se completar o processo legal.

Cumpre ainda citar trechos da sentença copiada às fls. 14/23:

Como se pode observar dos artigos


mencionados não há discricionariedade da administração pública na
realização da avaliação de desempenho dos guardas civis municipais,
devendo esta ocorrer anualmente, independente da posterior promoção
dos servidores, tendo o Decreto inclusive estipulado prazo para a sua
realização, isto é, de janeiro a fevereiro de cada ano, já que a lei previa
realização ao final de cada interstício. Note-se que o tratamento dado
foi diverso do que ocorre com a promoção, em que foi explicitado no
inciso II do art. 1º do Decreto Municipal que eventuais promoções
decorrentes da avaliação de desempenho ocorrerão em 19 de março,
deixando evidente que esta poderia não ocorrer e que depende do
preenchimento dos requisitos previstos na lei complementar.

Note-se que a atividade do Município está


vinculada à observância do princípio da legalidade, nos termos do art.
37, caput da Constituição Federal, e que há previsão expressa na
legislação municipal exigindo a realização da avaliação anualmente, de
modo que é ilegal e abusiva a inércia da Municipalidade em realizar a
avaliação de desempenho que inviabiliza a ascensão funcional de seus
servidores.

Portanto, se não há discricionariedade e constou da lei respectiva que as


avaliações de desempenho devem ocorrer até o final de fevereiro de cada ano e as eventuais

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promoções até 19 de março de cada ano, elas são obrigatórias e devem ser realizadas nas datas
estipuladas pela legislação e a respectiva contraprestação pecuniária também, não sendo possível
que o servidor, no caso, seja prejudicado pela ilegalidade e abusividade verificada pela
morosidade do ente público, que somente efetivou as avaliações e promoções referentes a ano de
2019 e 2020 em virtude de decisão judicial. Caso contrário verificar-se-ia o enriquecimento ilícito

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da municipalidade.

Note-se que as alegações sobre possível inexistência de vaga não se


amoldam ao presente caso, pois o servidor requerente foi promovido, conforme se verifica de fls.
31, em virtude do julgamento da ação coletiva que foi específica em mencionar os anos de 2019 e
2020, inferindo-se, por obvio, que havia vaga a ser preenchida pelo ato de promoção no referente
ano de 2019, pleiteado, e desde então os pagamentos referentes são devidos, nos termos do que
consta do artigo 27 da Lei Complementar nº 331/2010 a seguir transcrito:

Art. 27 A promoção da Guarda Municipal se dará dentro da respectiva


carreira, à classe imediatamente superior aquela em que se encontra,
sempre que se abrirem vagas em qualquer das classes.

§ 1º O critério para promoção deverá ser do preenchimento de 8/10 (oito


décimos) do total de vagas por merecimento, inclusive com a avaliação
de desempenho e 2/10 (dois décimos) por antiguidade, iniciando o
processo de promoção pelo critério de merecimento, e arredondado para
maior, caso o número seja fracionado. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 408/2014)

Sendo assim, no que diz respeito ao que pleiteado pela parte requerente,
não restam dúvidas quanto à legitimidade e a transgressão, por parte do Município de São José do
Rio Preto, de sua própria lei ao realizar o processo de promoção de forma tão morosa e no caso
apenas depois de determinação judicial, verificando-se a presença dos requisitos necessários desde
o ano de 2019. Destarte, a procedência dos pedidos é medida de rigor.

Nesse sentido:

APELAÇÃO. Servidores públicos do


município de São Bernardo do Campo. Aplicabilidade da Lei Municipal
nº 2.240/76 que dispõe sobre ascensão funcional. Descumprimento
reconhecido pela Ação Civil Pública nº 0030506-33.2011.8.26.0564, que
culminou com a edição do Decreto Municipal nº 19.811/2016. Extinção
por carência superveniente afastada Demandantes que buscam a

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efetivação da avaliação de períodos pretéritos ao julgamento da
ACP. Reconhecimento da prescrição quinquenal. Período que deve
se limitar a cinco anos retroativos à data da propositura da ação até
o efetivo cumprimento da medida pelo Município, em 2016. Ascensão
funcional que não é automática, devendo o município proceder à
avaliação individual dos autores. Recurso parcialmente provido. (TJSP;
Apelação Cível 1002343-45.2019.8.26.0564; Relator (a): Jose Eduardo
Marcondes Machado; Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Público;

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Foro de São Bernardo do Campo - 2ª Vara da Fazenda Pública; Data do
Julgamento: 26/07/2022; Data de Registro: 27/07/2022)

Apelação Cível. Servidor Público Municipal de


Paulínia. Evolução Funcional. Progressão Vertical. Lei Complementar
Municipal nº 66/2017. Autor que embora tenha atendido aos requisitos
para progressão vertical no ano de 2019, não foi contemplado pelo
benefício em razão de restrição orçamentária. Inadmissibilidade. Limite
prudencial não atingido. Situação não abrangida pela suspensão
determinada pelo STJ na afetação para julgamento do tema 1.075.
Reserva orçamentária estabelecida pela lei e não observada pelo
Município. Ausência de discricionariedade administrativa.
Precedentes deste Tribunal. Direito do autor à progressão vertical em
2019. Sentença reformada. Recurso provido. (TJSP; Apelação Cível
1002960-88.2020.8.26.0428; Relator (a): Jose Eduardo Marcondes
Machado; Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Público; Foro de
Paulínia - 2ª Vara; Data do Julgamento: 25/04/2022; Data de Registro:
25/04/2022)

SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS.


SÃO BERNARDO DO CAMPO. ASCENSÃO FUNCIONAL. LEI
MUNICIPAL Nº 2.240/76. Prescrição apenas das diferenças havidas em
período anterior ao quinquênio que antecedeu a propositura da ação.
Súmula nº 85 do STJ. Administração local que deve cumprir as normas
que, expressamente, instituíram a evolução funcional. Ausência de
violação ao princípio da separação dos poderes, não se cuidando,
ademais, de aumento dos vencimentos pelo Judiciário.
Reconhecimento do direito dos autores à evolução funcional. Recurso
conhecido e parcialmente provido. (TJSP; Apelação Cível
1012002-15.2018.8.26.0564; Relator (a): Vera Angrisani; Órgão
Julgador: 2ª Câmara de Direito Público; Foro de São Bernardo do Campo -
2ª Vara da Fazenda Pública; Data do Julgamento: 09/11/2021; Data de
Registro: 09/11/2021)

Apelação Cível – Administrativo – Servidora


do Município de Mauá – Evolução funcional com base na Lei Municipal
nº 3.471/2002 – Avaliação funcional - Sentença de parcial procedência
que determina a realização de avaliações – Remessa necessária suscitada
e recurso pela autora – Provimento de rigor ao recurso da autora. 1.
Ausência de avaliação para reenquadramento de servidor –

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Inadmissibilidade – Realização de avaliações que constitui poder-dever
da Administração, não mera faculdade – Inteligência do art. 19 da Lei nº
3.471/2002 – Remessa Necessária desprovida. 2. Decorrência lógica da
determinação de realização de avaliações funcionais é a submissão a
novo enquadramento com o correspondente novos vencimentos –
Pagamento de diferenças atrasadas que se impõe – Recurso da autora
provido. 3. Correção monetária e juros de mora na forma do julgamento
do Recurso Extraordinário nº 870.947/SE (Tema nº 810). 4. Õnus de

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sucumbência alterados, carreados exclusivamente ao Município porque
decaiu a autora da menor parte de sua pretensão. Sentença reformada –
Remessa Necessária desprovida e recurso da autora provido. (TJSP;
Apelação / Remessa Necessária 1001772-43.2019.8.26.0348; Relator
(a): Sidney Romano dos Reis; Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito
Público; Foro de Mauá - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 26/11/2019;
Data de Registro: 26/11/2019)

Ante o exposto e o mais que dos autos consta, JULGO


PROCEDENTES OS PEDIDOS, nos termos do artigo 487, I do Código de Processo Civil, para
condenar o Município ao pagamento das diferenças salariais retroativos a março de 2019, data em
que verificada a presença de todos os requisitos ensejadores à promoção do requerente, de acordo
com o que determinado na ação coletiva de nº 1045450-69.2020.8.26.0576, incidindo sobre as
parcelas vencidas correção monetária pelo IPCA-E desde a data em que deveriam ter sido pagas
até a edição da Emenda Constitucional nº 113/21 a partir de quando aplicar-se-a apenas a SELIC,
englobando atualização e juros.

Para fins de execução, declaro que o crédito tem natureza alimentar, em


razão de que o seu valor, mais correção monetária e encargos, deverá ser objeto de precatório
alimentar.

Note-se que como os juros são devidos a partir da citação, pois trata-se
de verba alimentar (art. 405, CC, e art. 1º da Lei 4.414/1994, de 24-9: “A União, os Estados, o
Distrito Federal, os Municípios e as autarquias, quando condenados a pagar juros de mora, por
este responderão na forma do direito civil”) e essa ocorreu após a EC nº 113/21 verificar-se a
aplicação apenas da SELIC, como já mencionado.

A emenda Constitucional nº 113/2021 instituiu novo regramento jurídico


acerca dos parâmetros de atualização dos débitos judiciais das Fazendas Públicas, assim
determinando em seu art. 3º:

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Art. 3º Nas discussões e nas condenações que envolvam a Fazenda
Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização
monetária, de remuneração do capital e de compensação da mora,
inclusive do precatório, haverá a incidência, uma única vez, até o efetivo
pagamento, do índice da taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia (Selic), acumulado mensalmente.

Assim, os critérios de atualização monetária e juros de mora estipulados

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pelo E. Supremo Tribunal Federal e C. Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, nos temas
810 e 905, aplicam-se até o dia anterior à entrada em vigor da referida EC. A partir de então, a
taxa SELIC será aplicada aos valores em atraso como único índice de atualização,
compreendendo correção monetária e juros de mora.

Citam-se os seguintes julgados

Embargos de declaração Condenação da


Fazenda do Estado Juros e Correção monetária Aplicação da
Emenda Constitucional 113/2021 a partir de sua vigência Recurso
acolhido para sanar omissão (TJSP; Embargos de Declaração Cível
1015559-54.2019.8.26.0053; Relator (a): Paula Fernanda de Souza
Vasconcelos Navarro; Órgão Julgador: 5ª Turma - Fazenda Pública; Foro
Central - Fazenda Pública/Acidentes - 3ª Vara do Juizado Especial da
Fazenda Pública da Capital; Data do Julgamento: 06/06/2022; Data de
Registro: 06/06/2022).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DE
AMBAS AS PARTES Os embargos do autor denotam o
inconformismo com o julgado e a intenção de rediscutir a matéria
Rejeitados A ré embargante alega omissão quanto aos juros de mora e
a aplicação da Emenda Constitucional 113/2021 Admissibilidade
Vício sanado nestes embargos para limitar a aplicação de juros de
mora e correção monetária de acordo com os parâmetros definidos
pela Corte Suprema no julgamento do Recurso Extraordinário
870.947, tema 810 e, a partir de 09/12/2021, conforme a taxa SELIC,
em observância a alteração promovida pelo artigo 3º da Emenda
Constitucional nº 113/2021 Embargos de declaração do autor
improvidos e embargos de declaração da ré providos. (TJSP; Embargos
de Declaração Cível 0035501-02.2013.8.26.0053; Relator (a): Maurício
Fiorito; Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito Público; Foro Central -
Fazenda Pública/Acidentes - 2ª Vara de Fazenda Pública; Data do
Julgamento: 31/05/2022; Data de Registro: 31/05/2022).

Após o trânsito em julgado, a fim de se permitir execução única da


condenação ao pagamento de quantia certa, à parte requerente incumbirá a realização dos cálculos

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dos valores pretéritos e respectiva atualização (nesse sentido, recente entendimento proferido pelo
E. Tribunal de Justiça, no Agravo de Instrumento 0053675-92.2011.8.26.0000 3ª Câm. Dir. Públ.,
Rel. ANGELO MALANGA, publicado no DJE de 09/08/2011, deram provimento ao recurso, VU.
Processo de Origem 576.01.2009.041891-9 2ª VFP) e com a apresentação dos cálculos, a parte
requerida poderá se manifestar no prazo de trinta dias, diante do princípio do contraditório.

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Em razão da ação tramitar pelo rito da Lei do Juizado Especial da
Fazenda Pública (Lei nº 12.153/09) e que a ela se aplica subsidiariamente a Lei 9.099/95, inviável
a condenação em custas e honorários advocatícios (art. 55 da Lei nº 9099/95).

Diante do disposto no artigo 11 da Lei 12.153/09, incabível o reexame


necessário.

Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, observadas as


formalidades legais e determinações judiciais.

P.I.C

São José do Rio Preto, 16 de agosto de 2022.

Tatiana Pereira Viana Santos


Juiz(a) de Direito

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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