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COMARCA DE IGARAPÉ/MG
I – SINOPSE FÁTICA
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Como se trata de um local em que busca-se regularizar, até a
presente data não há qualquer tipo de infraestrutura, tais quais meio-fio, calçamento,
água e esgoto, energia elétrica, ou qualquer outro tipo de serviço público essencial.
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Todos estes imóveis estão delimitados irregularmente dentro do
imóvel da Autora, objeto da presente lide, e possuem lançamentos que remontam aos
anos de 1980, no importe total de R$ XXXXXX.
II – DO DIREITO
II.1 - DA PRESCRIÇÃO – IPTU – TRIBUTO COM LANÇAMENTO DE OFÍCIO
– JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA
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tempestiva, ao sujeito passivo da respectiva notificação. É o caso, por
exemplo, do IPTU. (grifo nosso)
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Em resumo, o termo inicial do prazo prescricional para
exigência do IPTU inicia-se no dia seguinte a data estipulada para o vencimento da
exação. Inclusive, este é o entendimento do STJ conforme tese fixada no tema 980,
julgado sob o regime de julgamento de recursos repetitivos, como colacionamos na
sequência:
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4. Acórdão submetido ao regime do art. 1.036 e seguintes do
CPC/2015 (art. 256-I do RISTJ, incluído pela Emenda Regimental 24
de 28.9.2016), cadastrados sob o Tema 980/STJ, fixando-se a seguinte
tese: (i) o termo inicial do prazo prescricional da cobrança judicial do
Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU inicia-se no dia seguinte
à data estipulada para o vencimento da exação; (ii) o parcelamento de
ofício da dívida tributária não configura causa interruptiva da
contagem da prescrição, uma vez que o contribuinte não anuiu.
(REsp n. 1.641.011/PA, relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho,
Primeira Seção, julgado em 14/11/2018, DJe de 21/11/2018.) (grifo
nosso)
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nos termos do artigo 156, V, do CTN.
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Assim, a Autora busca a tutela jurisdicional para ver declarado a
prescrição dos lançamentos de IPTU anteriores à 2018, referentes aos imóveis arrolados
nos índices cadastrais já apontados anteriormente.
Art. 32 (...)
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a
definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência
de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos
seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para
distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3
(três) quilômetros do imóvel considerado.
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HARADA, opus citatum, pág. 535.
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EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO - TRIBUTÁRIO -
EXECUÇÃO FISCAL - LOTEAMENTO NAÕ REGISTRADO
EM CARTÓRIO - INEXISTÊNCIA - DESCUMPRIMENTO
DO §1º DO ART. 32 DO CTN - COBRANÇA INVIÁVEL DE
IPTU. I. O lançamento do IPTU é feito de ofício, anualmente,
com base em informações cadastrais do contribuinte junto ao
fisco municipal, com fato gerador previsto em lei, e alíquotas
publicadas em decreto.
II. Se o lote não possui registro em cartório e sequer foi
observado o disposto no art. 32, §1º do CTN, é ilegal a cobrança
de IPTU sob pena de enriquecimento ilícito do Município.
(TJMG - Ap Cível/Reex Necessário 1.0525.11.001081-2/001,
Relator(a): Des.(a) Vieira de Brito , 8ª CÂMARA CÍVEL,
julgamento em 14/06/2012, publicação da súmula em
26/06/2012) (Grifo nosso)
Ainda:
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Pontuamos, contudo, que o STJ sumulou entendimento4 no
sentido de que: a incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela
lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à existência
dos melhoramentos elencados no artigo 32, §1º, do CTN.
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Quanto a se tratar de área urbanizável ou de expansão urbana, o
plano diretor atual do município de Igarapé não faz qualquer referência a esta situação
em relação ao bairro Candelária.
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Considerando o dispositivo legal em epígrafe, é perfeitamente
cabível a concessão de medida liminar em função de depósito judicial do montante em
discussão, conforme o entendimento do próprio tribunal de justiça do estado de Minas
Gerais. Neste sentido, colacionamos abaixo entendimento corrente:
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Egas Dirceu Moniz de Aragã o in Medidas Cautelares Inominadas, RBDP 57/33
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total que se adeque ao caso concreto, de forma que deverá tomar decisões adequadas e
fundamentadas em tal poder, conforme leciona Galeno LACERDA6:
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POSSIBILIDADE, 1. As medidas cautelares resguardam, sobretudo, o
interesse público, sendo necessárias e inerentes à atividade
jurisdicional. O artigo 798 do CPC atribui amplo poder de cautela ao
magistrado, constituindo verdadeira e salutar cláusula geral, que clama
a observância ao princípio da adequação judicial, propiciando a
harmonização do procedimento às particularidades da lide, para
melhor tutela do direito material lesado ou ameaçado de lesão.
2. A efetividade do processo exige tutela jurisdicional adequada, por
isso o poder geral de cautela pode ser exercitado ex officio, pois visa o
resguardo de interesses maiores, inerentes ao próprio escopo da
função jurisdicional, que se sobrepõem aos interesses das partes.
3. A providência cautelar, ainda que de maneira incidental, pode ser
deferida em qualquer processo, não procedendo a assertiva de que a
verdadeira cláusula geral consubstanciada no artigo 798 do Código de
Processo Civil, mesmo em casos excepcionais, tem limites impostos
pelo artigo 739-A do Código de Processo Civil. Ademais, boa parte
das matérias suscitadas pelo executado são passíveis de conhecimento,
de ofício, pelas instâncias ordinárias, por serem questões de ordem
pública (...)
(REsp n. 1.241.509/RJ, relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta
Turma, julgado em 9/8/2011, DJe de 1/2/2012.)
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procedimento especial imposto, desde que, obviamente, seja demonstrado os requisitos
impositivos de sua concessão, segundo vemos em julgado recente:
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realizados referentes aos exercícios anteriores a 2018, no
valor de R$ 107.202,72 (cento e sete mil, duzentos e dois
reais, e setenta e dois centavos), vez que acobertados pela
prescrição; e
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