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ILUSTRÍSSIMO SENHOR DR.

DELEGADO DA PREFEITURA DE PIRITUBA

HENRIQUE ..., pessoa física, portador do RG Nº .......................,


inscrito sob o nº de CPF/ME: ....................., domiciliado na Rua ..., nº ..., Cidade ..., Estado ...,
Cep ..., vem, respeitosamente, perante essa autoridade administrativa, por meio de seu
advogado abaixo assinado (procuração e atos constitutivos anexos), com endereço profissional
na Rua ..., nº ..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., onde recebe intimações, apresentar com fulcro
no art. 56 e seguintes do Decreto nº 7574/11.

IMPUGNAÇÃO

Ao Auto de Infração nº ..., lavrado pela União, pessoa jurídica de direito público, com sede
em ..., pelas razões de fato e direito que a expor.
I – SÍNTESE DOS FATOS

Henrique é proprietário de uma casa de 100 metros, situada em Pirituba,


sendo que até 2020 tal imóvel era avaliado pela Prefeitura em 250 mil reais, mas no ano de
2021 foi surpreendido ao receber o seu carnê, pois o valor venal do seu imóvel se apresentou
como 500 mil reais, o que dobrou o valor do IPTU a ser pago. Diante do apresentado, não restou
alternativa à Impugnante senão apresentar a presente Impugnação, a fim de anular o Ato de
Lançamento em epígrafe.

II – DA TEMPESTIVIDADE

A impugnação será cabível no prazo de 90 dias a contar da notificação


de lançamento. No caso em tela, a notificação foi apresentada no dia 15 do mês de julho de
2021, e como contribuinte a impugnante deseja recorrer na esfera administrativa.

III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Inicialmente vale evidenciar que com base no art. 150, inc. III, alínea B
da CF/88, a base de cálculo do IPTU somente pode ser aumentada no ano anterior à cobrança
do imposto, e no caso concreto Henrique foi surpreendido ao descobrir que o IPTU havia
aumentado, pois o valor venal do imóvel havia sido aumentando também. Ademais, se ocorreu
este acréscimo do valor venal do imóvel, deveria ter ocorrido por meio de LEI debatida e
aprovada (debatida e aprovada pela Câmara de Vereadores) nesse sentido, respeitando o
princípio da legalidade tributária, disposto no art. 150, inc. I da CF/88.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,


é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;


III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da


lei que os houver instituído ou aumentado;

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que


os instituiu ou aumentou; (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada


a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Posto isso, faz necessário lembrar que existe a possibilidade de que


tenha ocorrido algum equívoco no momento do lançamento tributário, tendo a administração
efetuado uma avaliação venal imobiliária incorreta, seja em relação à metragem do imóvel, ou
em relação ao valor do imóvel propriamente dito, como já ocorreu diversas vezes judicialmente,
veja:

EMBARGOS A EXECUÇÃO – IPTU – MAJORAÇÃO DA


BASE DE CÁLCULOS (VALOR VENAL DO IMÓVEL) –
REVISÃO DE LANÇAMENTO - ERRO DE FATO NÃO
IDENTIFICADO - NULIDADE
PARCIAL DAS CDAS. 1. Lançamento é ato em regra definitivo.
Entre as várias hipóteses de alteração está o reconhecimento de
erro de fato. Desse modo, hipoteticamente, a Administração pode
retificar a base de cálculo de IPTU, mas fundamentando as
alterações decorrentes do equívoco inicial. 2. As justificativas
quanto ao incremento do imposto de um para outro exercício
foram excessivamente genéricas, nem sequer permitindo
oposição do sujeito passivo. 3. Recurso provido para acolher os
embargos à execução fiscal.
(TJ-SC- AC: o0171725320078240005 Balneário Camboriú
oo17172-53.2007.8.24.0005, Relator: Hélio do Valle Pereira,
Data de Julgamento: 12/09/2019, Quinta Câmara de Direito
Público).

O impugnante requer, desde logo, pelas razões expostas, que seja feita
nova avaliação do imóvel, que leve em consideração suas reais características, bem como a
realidade do mercado imobiliário, para que seja cumprida a lei e para que a base de cálculo do
IPTU seja, realmente, o valor venal deste imóvel. Ademais, essa alíquota deverá incidir sobre
um valor venal calculado com base na realidade de nosso mercado imobiliário, para que seja
evitado o efeito confiscatório da tributação.

IV – DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Tendo em vista a apresentação da presente impugnação, requer-se que a ilustríssima autoridade


Administrativa reconheça a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, embasado no texto
descrito no Art. 151, III do CTN, o qual infere tal direito.

Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas


gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e
Municípios.

III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras


do processo tributário administrativo;

V – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:

• A correção do valor venal do imóvel para R$250.00,00 (duzentos e cinquenta mil reais)
conforme consta em sua matrícula registrada no Cartório de Registro de Imóveis X, sob
o nº xxx.xx;
• A suspenção da exigibilidade do crédito tributário;
• Uma nova avaliação com o objetivo de realizar um recálculo do valor do IPTU a
reincidir sobre o verdadeiro valor do imóvel;
• O cancelamento da notificação ora impugnada;
• A emissão de uma nova notificação, no valor correto, para que possa cumprir sua
obrigação tributária.
Termos em que,

pede deferimento.

São Paulo, 01 de setembro de 2021.

VICTORIA RIBEIRO BEZERRA

OAB Nº 111.111

Nome: R.A.:

Julia Pernabel 81711086

Mislayne Menezes 81723873

Mariana Salustiano 819230675

Victoria Ribeiro 817120025

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