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Disposições Preliminares – Código Eleitoral:

§ Art. 284: Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, entende-
se que será ele de quinze dias para a pena de detenção e de um ano para
a de reclusão.

§ Art. 285: Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena


sem mencionar o "quantum", deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um
terço, guardados os limites da pena cominada ao crime.

§ Art. 287: Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei as regras gerais do
Código Penal.
Art. 299 do CE: Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para
outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e
para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

§ corrupção eleitoral nas modalidades ativa (“dar, oferecer, prometer”) e


passiva (“solicitar ou receber”).
§ Corrupção ativa é crime comum: praticado por qualquer pessoa (candidato ou
não). Já corrupção passiva, em regra, é cometida por eleitor.

§ Crime de natureza formal: “ainda que a oferta não seja aceita”. A entrega
dos valores ou vantagem constitui mero exaurimento do tipo.

§ TSE: desnecessidade de pedido explícito de voto ou abstenção. (ED em Respe


nº 58.245/2011).
TSE: HC - Habeas Corpus nº 672 - Jequitinhonha/MG
Acórdão de 23/02/2010
Relator(a) Min. FELIX FISCHER

1. Nos termos do art. 299 do Código Eleitoral, que protege o livre exercício do voto,
comete corrupção eleitoral aquele que dá, oferece, promete, solicita ou recebe, para si
ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e
para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita.
2. Assim, exige-se, para a configuração do ilícito penal, que o corruptor eleitoral
passivo seja pessoa apta a votar.
3. Na espécie, foi comprovado que a pessoa beneficiada com a doação
o de um saco de cimento e com promessa de recompensa estava, à época dos
fatos e das Eleições 2008, com os direitos políticos suspensos, em razão de
condenação criminal transitada em julgado. Logo, não há falar em violação à
liberdade do voto de quem, por determinação constitucional, (art. 15, III, da
Constituição), está impedido de votar, motivo pelo qual a conduta descrita nos
autos é atípica.
Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 7758 - CARIRA - SE
Acórdão de 06/03/2012
Relator(a) Min. Fátima Nancy Andrighi

PENAL. PREFEITO, VICE-PREFEITO E VEREADOR. CRIME DE CORRUPÇÃO


ELEITORAL. ART. 299 DO CE. DOLO ESPECÍFICO. COMPROVAÇÃO. PROVA INDIRETA.

1. Para a configuração do delito de corrupção eleitoral exige-se a finalidade de


obter ou dar o voto ou conseguir ou prometer a abstenção, o que não se
confunde com o pedido expresso de voto. Precedentes.
2. A verificação do dolo específico em cada caso é feita de forma indireta, por
meio da análise das circunstâncias de fato, tais como a conduta do agente, a
forma de execução do delito e o meio empregado.
(...)
5. Agravos regimentais não providos.
Art. 301 do CE: Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a
votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins
visados não sejam conseguidos:

Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

Ø natureza formal: “ainda que os fins visados não sejam conseguidos” – não é
necessária a alteração efetiva do voto do eleitor.

Ø assim como o crime de corrupção eleitoral, pode ser praticado por qualquer
pessoa (candidato ou não).

Ø violência ou grave ameaça pode ser diretamente dirigida ao eleitor ou a


pessoa com que ele tenha vinculação específica, por exemplo, parentesco.
TSE: AgR-Respe nº 5163598 - Palmeirais/PI
Acórdão de 17/02/2011
Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES

1. Para modificar o entendimento da Corte de origem - que considerou atendidos os


requisitos dos arts. 41 do Código de Processo Penal e 357, § 2º, do Código Eleitoral,
em face da demonstração de indícios de materialidade e autoria do delito previsto
no art. 301 do Código Eleitoral -, concluindo pelo recebimento de denúncia contra
prefeito, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório, o que é vedado
em sede de recurso especial, a teor da Súmula nº 279 do Supremo Tribunal Federal.
2. O tipo do art. 301 do Código Eleitoral refere-se ao uso de violência ou grave
ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou
partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos.
3. A circunstância de ausência de poder de gestão de programa social não
afasta a eventual configuração do delito do art. 301 do Código Eleitoral
diante do fato alusivo à ameaça a eleitores quanto à perda de benefício
social, caso não votassem no candidato denunciado.
Agravo regimental não provido.
Art. 323 do CE. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha
eleitoral, fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de
exercer influência perante o eleitorado: (Redação dada pela Lei nº 14.192/21)
Pena - detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo com conteúdo
inverídico acerca de partidos ou candidatos.
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime:
I - é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da internet ou de
rede social, ou é transmitido em tempo real;
II - envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou
etnia.” (Redação dada pela Lei nº 14.192/21) – violência política contra a mulher

Ø Bem jurídico tutelado é a veracidade da propaganda política e a adequada


formação da opinião do eleitorado. Fatos inverídicos tem que ser graves a ponto de
“exercerem influencia perante o eleitorado”.

Ø Divulgar tem o sentido de disseminar, levar ao conhecimento de terceiros. Ocorre o


crime ainda que o agente não tenha sido o criador do fato inverídico.

Ø Imprescindível que o divulgador tenha conhecimento de que fatos são falsos e,


mesmo assim, opte por divulga-los.
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele
devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que
devia ser escrita, para fins eleitorais:

Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o


documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa
se o documento é particular.

Ø Exemplos: (i) candidato que emite declaração falsa no requerimento de


registro de sua candidatura, seja sobre seus bens, seu cargo ou seu grau de
instrução; (ii) irregularidades nas assinaturas das listas de apoiamento para a
criação de novo partido.

Ø “para fins eleitorais”: tal elementar significa que a ação ou a omissão deve
ter o fim especial de afetar o processo eleitoral, em qualquer um de seus atos
ou fases.
Recurso Especial Eleitoral nº 4931, Manaus/AM, rel. Min. Edson Fachin, julgado em
27.8.2019.
Declaração de bens inverídica apresentada à Justiça Eleitoral por meio do
requerimento de registro de candidatura poderá tipificar o crime de falsidade
ideológica eleitoral, previsto no art. 350 do Código Eleitoral. Trata-se de recurso especial
eleitoral interposto de acórdão do Tribunal Regional Eleitoral que absolveu sumariamente
o recorrido do crime de falsidade ideológica eleitoral, por omissão de bens na
declaração entregue à Justiça Eleitoral na ocasião de seu pedido de registro de
candidatura. O Ministro Edson Fachin, relator, esclareceu que a jurisprudência do
Tribunal Superior Eleitoral firmou entendimento de que a indicação incompleta de bens
por ocasião do registro de candidatura não tipifica o crime de falsidade ideológica
eleitoral (REspe nº 12799 e AgR-REspe nº 36417). Asseverou que esse posicionamento
baliza-se no entendimento doutrinário e no jurisprudencial de que as declarações
sujeitas a verificação ulterior afastam a possibilidade de falsidade. No entanto, ao dissentir
dos precedentes – no que foi acompanhado pelos demais Ministros –, entendeu que a declaração
de bens omissa cumpriu, por si só, a sua função legal de instruir o pedido de registro de
candidatura. Destacou, ainda, a ausência de previsão legal de análise, pelo juiz eleitoral, da
veracidade do teor do documento apresentado, uma vez que a declaração destina-se aos
eleitores, como subsídio na avaliação do patrimônio do candidato e dos recursos
empregados na campanha. Ademais, afirmou que o bem jurídico tutelado pelo art. 350 do
Código Eleitoral não é o equilíbrio ou a legitimidade do pleito, como pontuou o tribunal
de origem, mas a fé pública. E, nesse ponto, acrescentou que a falsidade ideológica
ofende a convicção coletiva de confiança e de credibilidade dos documentos
apresentados à Justiça Eleitoral.
LEI nº 9.504/97

Art. 39.

§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a


um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo
período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil UFIR:

I - o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou


carreata;

II - a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna;

III - a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de


seus candidatos.

IV - a publicação de novos conteúdos ou o impulsionamento de conteúdos nas


aplicações de internet de que trata o art. 57-B desta Lei, podendo ser mantidos em
funcionamento as aplicações e os conteúdos publicados anteriormente. (Incluído
dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
DOS CRIMES CONTRA O FUNCIONAMENTO DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS NO
PROCESSO ELEITORAL

Art. 359-N. Impedir ou perturbar a eleição ou a aferição de seu resultado,


mediante violação indevida de mecanismos de segurança do sistema eletrônico
de votação estabelecido pela Justiça Eleitoral: (Incluído pela Lei nº 14.197,
de 2021)

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ Trata-se de crime material, que se consuma quando o agente efetivamente


impede ou perturba a eleição ou sua apuração, mediante violação indevida dos
mecanismos de segurança.

§ Revogação do art. 72 da lei 9.504/97?

§ Crime eleitoral X crime político


DOS CRIMES CONTRA O FUNCIONAMENTO DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS NO
PROCESSO ELEITORAL

Art. 359-P. Restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física,


sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em
razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional:
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021)

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa, além da pena


correspondente à violência.

§ Trata-se de crime material, que se consuma com a prática de ato de restringir,


impedir ou dificultar o exercício dos direitos políticos de alguém, em razão de
seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
§ Alguns autores entendem que se trata de forma especial do crime de racismo,
configurando-se como delito inafiançável e imprescritível.
§ Revogação do art. 326-B do Código Eleitoral (Lei 14.192/21)? Criminaliza a
violência política em face de qualquer pessoa (e não apenas mulher) em razão de
seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
§ Crime eleitoral X crime político
Natureza jurídica dos crimes eleitorais:

1ª corrente (minoritária): crimes eleitorais tem natureza de


crime político, pois tem reflexos na ordem política do
Estado e atentam contra o interesse político do cidadão.

2ª corrente (majoritária e STF): crimes eleitorais são crimes


comuns, pois com exceção dos crimes de responsabilidade
(definidos na Lei nº 1079/50), todos os crimes seriam
comuns.
Foro privilegiado para crimes eleitorais:

STF: Presidente, Vice-Presidente e membros do Congresso Nacional, Ministros de


Estado, Ministros do STF, PGR, membros de Tribunais Superiores e comandantes
das Forças Armadas.

STJ: Governadores, Desembargadores dos Tribunais de Justiça, membros do MPU


que oficiam perante os TRE’s, membros dos Tribunais de Contas dos Estados, DF e
dos Municípios.

TRE: Prefeitos, Deputados Estaduais, Juízes de Direito, Juízes Federais,


Promotores de Justiça, e de todas autoridades que detém foro privilegiado
perante o TJ do Estado e TRF.

Ø Toda a vez que o texto constitucional utiliza a nomenclatura “crimes comuns”,


estão incluídos os crimes eleitorais.
Ø Assim, crimes eleitorais devem ser julgados pela Justiça Eleitoral, com
exceção das hipóteses de foro privilegiado previstas na CRFB/88.
Questões controvertidas sobre competência:

1) Em decisão importante (Questão de Ordem na Ação Penal nº 937/RJ; julg. em


03.05.2018), o STF decidiu que apenas nos crimes praticados no cargo e em razão
do cargo, subsiste o foro especial por prerrogativa de função.

As hipóteses de crimes eleitorais nessas condições são muito restritas. Ex: Prefeito
que usa recursos públicos para compra de votos ou se vale do cargo para coagir um
eleitor a votar em alguém.

2) Conexão: a competência da Justiça Eleitoral, especializada, atrai para


julgamento também os crimes comuns conexos aos eleitorais, conforme dispõe o
art. 35, inciso II, do Código Eleitoral e art. 78, inciso IV, do CPP.

No julgamento do INQ 4435, o STF decidiu que compete à Justiça Eleitoral


processar e julgar crimes comuns conexos a crimes eleitorais.

HC 177243/MG: A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar crime


comum conexo com crime eleitoral, ainda que haja o reconhecimento da
prescrição da pretensão punitiva do delito eleitoral. (Informativo 1.024 STF)
INVESTIGAÇÃO DO CRIMES ELEITORAIS

§ Nos termos do art. 144, §1º, inciso IV da CRFB/88, a Polícia Federal é o


órgão responsável pela investigação dos crimes eleitorais.

Art. 144, §1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

§ Entretanto, pacificado o entendimento de quando no local da infração não


existirem órgãos da Polícia Federal, a Polícia do respectivo Estado terá
atuação supletiva. (art. 2º, parágrafo único da Res. 23.640/2021)

§ Art. 9º da Resolução TSE nº 23.640/2021: O inquérito policial eleitoral


será instaurado de ofício pela autoridade policial; por requisição do
Ministério Público Eleitoral ou determinação da Justiça Eleitoral (art. 5º, I
e II, do CPP).
AÇÃO PENAL ELEITORAL

Ø Todas as ações penais eleitorais são públicas incondicionadas, conforme dispõe o


art. 355 do Código Eleitoral.
Nesse sentido, mesmo as ações penais por delitos contra a honra do candidato
deverão ser propostas pelo Ministério Público Eleitoral.

Ø Em caso de inércia do Ministério Público Eleitoral, admite-se a ação penal privada


subsidiária da pública, prevista no art. 5º, inciso LIX da CRFB/88. Nesse sentido (TSE
– Respe nº 21.295/2003):

“Na medida em que a própria Carta Magna não estabeleceu nenhuma restrição
quanto à aplicação da ação penal privada subsidiária, nos processos relativos aos
delitos previstos na legislação especial, deve ser ela admitida nas ações em que se
apuram crimes eleitorais. 3. A queixa-crime em ação penal privada subsidiária
somente pode ser aceita caso o representante do Ministério Público não tenha
oferecido denúncia, requerido diligências ou solicitado o arquivamento de
inquérito policial, no prazo legal. 4. Tem-se incabível a ação supletiva na hipótese
em que o representante do Ministério Público postulou providência ao juiz, razão
pela qual não se pode concluir pela sua inércia. [...]”
RITO PROCESSUAL:

Ø Prevalece o entendimento de que o rito previsto pelo Código Eleitoral não


foi revogado, mas devem ser aplicadas as garantias introduzidas ao Código de
Processo Penal pela Lei nº 11.719/08.

ØArt. 14. A ação penal eleitoral observará os procedimentos previstos no


Código Eleitoral, com a aplicação obrigatória dos artigos 395, 396, 396-A, 397
e 400 do Código de Processo Penal, com redação dada pela Lei nº 11.971, de
2008.

Ø Art. 357 do CE: Prazo de 10 dias para oferecimento de denúncia pelo


Ministério Público Eleitoral, independentemente da situação do réu (preso ou
solto).
TSE: Recurso Especial Eleitoral nº 130- Bento de Abreu/SP
Acórdão de 08/09/2015
Relator(a) Min. JOÃO OTAVIO DE NORONHA

2. O disposto no art. 400 do Código de Processo Penal, com redação dada


pela Lei 11.719/2008, que determina que o interrogatório do acusado deve
ser o último ato da instrução, aplica-se aos processos por crimes
eleitorais por ser norma mais benéfica ao acusado.

3. Na hipótese dos autos, todavia, afasta-se a nulidade pela realização do


interrogatório no início da instrução porque não restou devidamente
demonstrado o prejuízo da defesa, e em nenhum momento das várias
audiências realizadas ou mesmo nas alegações finais, tal controvérsia foi
apresentada.
Ø Então, conforme determina o art. 396 do CPP, recebida a denúncia,
o juiz ordenará a citação do denunciado para responder à acusação,
por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

Ø As regras de citação são aquelas estabelecidas pelo Código de


Processo Penal.

Ø Após a defesa escrita, o juiz eleitoral poderá:

a) absolver sumariamente o acusado, caso incida alguma das


hipóteses do art. 397 do CPP;

b) confirmar o recebimento da denúncia, dando prosseguimento à


ação penal com a designação de audiência para oitiva das
testemunhas e interrogatório.
Art. 400 do CPP. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no
prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações
do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela
defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem
como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.

Art. 360 do CE. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas


as diligências requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas
pelo juiz, abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a cada uma das partes -
acusação e defesa - para alegações finais.
Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao juiz dentro de
quarenta e oito horas, terá o mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso
para o Tribunal Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.

Ø recurso criminal eleitoral: prazo único para oferecimento do termo e das


razões recursais. V. HC nº 128873 – STF entendeu que não há lacuna na
legislação eleitoral que justifique a aplicação do art. 600, §4º do CPP.

Ø cabível a interposição de embargos de declaração, no prazo de 03 (três)


dias, em caso de dúvida, contradição, omissão e obscuridade (art. 275 do
Código Eleitoral).

Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns


que lhes forem conexos, assim como nos recursos e na execução, que
lhes digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o
Código de Processo Penal.
Ø Diante da possibilidade de aplicação subsidiária do CPP, entende-se pelo
cabimento do Recurso em Sentido Estrito em matéria eleitoral, o qual não
terá efeito suspensivo.

Ø Prazo de 5 dias para a interposição de recurso, embora parte da doutrina


defenda o prazo de 3 dias (art. 258 do Código Eleitoral).

Ø TSE AgR-AI nº 122943 (julgado em 10/09/2015):

“Salvo nas hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito (art. 581


do Código de Processo Penal), as decisões interlocutórias proferidas no
processo penal eleitoral, entre as quais se enquadram as que reconhecem a
tempestividade da apelação e determinam o seu processamento, não são
impugnáveis de imediato, podendo a matéria ser ventilada em preliminar do
recurso atinente à decisão final proferida no processo ou, no caso de
constrangimento ilegal, em sede de habeas corpus.”
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL

Art. 28-A do CPP. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado


confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem
violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o
Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as
seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)

§ Perfeitamente cabível o acordo de não persecução penal no processo-crime


eleitoral, mesmo porque apenas três crimes eleitorais possuem pena mínima
superior a quatro anos (artigo 72 da Lei 9.504/97, artigo 302 do Código
Eleitoral e o crime da Lei 6.091/74 - transporte irregular de eleitores).

§ Se o investigado por crime eleitoral tiver direito a transação penal – maior


parte dos crimes eleitorais é de menor potencial ofensivo – o acordo será
incabível; se não tiver, o acordo poderá ser intentado.
AS MEDIDAS DESPENALIZADORAS NOS CRIMES ELEITORAIS

Ø Inaplicáveis os institutos da composição civil dos danos e renúncia nos


crimes eleitorais, tendo em vista que todas as ações penais são públicas
incondicionadas.

Ø TSE: cabível a transação penal e a suspensão condicional do processo aos


crimes eleitorais.

Ø Imunidade Eleitoral

Art. 236 do CE: Nenhuma autoridade poderá, desde 05 dias antes e até 48 horas
depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em
flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime
inafiançável ou, ainda, por desrespeito a salvo conduto.

§ 1º: (...) Da mesma garantia gozarão os candidatos desde 15 dias antes da


eleição.
Marido esfaqueia a mulher, mas não é preso no Rio por 'imunidade
eleitoral'
Justiça ainda pode decretar a prisão do suspeito, que vem sendo monitorado. Lei
determina que eleitores não podem ser presos 5 dias antes de votação. 28/09/2016

Apesar de ter encontrado o homem suspeito de


matar a esposa e fugir com os dois filhos na
última segunda-feira (26), a Delegacia de
Homicídios da Polícia Civil foi impedida de
efetuar a prisão de Delmiro da Silva Soares. O
criminoso não pode ser detido já que está
protegido pela determinação de imunidade
eleitoral, que prevê que os eleitores em situação
regular não podem ser presos cinco dias antes
das eleições.

Após uma briga com sua esposa, o suspeito aplicou pelo menos sete facadas na
vítima e fugiu com os filhos. A DH foi até Quintino Bocaiúva, na Zona Norte do
Rio, e encontrou o corpo de Rosilangela da Silva Pinto, de 31 anos. Uma perícia
foi realizada no local e testemunhas foram ouvidas.

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