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CARTILHA PRF – ELEIÇÕES 2022

Diretoria de Operações - DIOP


DISPOSIÇÕES INICIAIS
A presente orientação tem por objetivo reforçar a necessidade de
conhecimento pelos policiais rodoviários federais no que tange a vasta legislação eleitoral e
diante da proximidade da eleições busca-se disponibilizar um compilado da legislação que
trata dos crimes eleitorais, possíveis de ocorrerem neste período.
Trata-se de um material reduzido, sirva como uma fonte de consulta rápida,
para fácil compreensão que reúne os principais crimes que corriqueiramente são
percebidos pelos PRFs que trabalham no policiamento ostensivo, indicando os
procedimentos básicos a serem adotados, bem como observações importantes
relacionadas ao respectivo tipo penal.
O disposto nesta cartilha em versão gráfica está contido na Orientação SEI
43997228.
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE CRIMES ELEITORAIS DA GARANTIA ELEITORAL

Os crimes eleitorais são de ação pública incondicionada


(art. 355 da Lei nº 4.737/65 - Código Eleitoral), ou seja, não há Código Eleitoral - Lei nº 4737/65:
necessidade de qualquer tipo de representação para que os PRFs
possam agir. ART. 236. NENHUMA AUTORIDADE PODERÁ, DESDE
Cabe a Polícia Federal (PF) exercer, com prioridade, a 5 (CINCO) DIAS ANTES E ATÉ 48 (QUARENTA E OITO) HORAS
função de polícia judiciária eleitoral (art. 2º da Resolução nº 23.640/2021 DEPOIS DO ENCERRAMENTO DA ELEIÇÃO, PRENDER OU DETER
do Tribunal Superior Eleitoral - TSE); e, nos locais onde não haja órgãos QUALQUER ELEITOR, SALVO EM FLAGRANTE DELITO OU EM
da PF, a Polícia Civil (PC) do estado exercerá a atribuição de forma VIRTUDE DE SENTENÇA CRIMINAL CONDENATÓRIA POR CRIME
supletiva (parágrafo único do (art. 2º da Resolução nº 23.640/2021 do INAFIANÇÁVEL, OU, AINDA, POR DESRESPEITO A SALVO-
Tribunal Superior Eleitoral - TSE). CONDUTO.
As autoridades policiais e os seus agentes deverão
prender quem estiver praticando crime eleitoral em flagrante delito (art. 7º § 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de
da Resolução nº 23.640/2021 do TSE), informando imediatamente ao Juiz partido, durante o exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou
Eleitoral, ao Ministério Público Eleitoral e à família do preso ou pessoa por presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma garantia gozarão os
ele indicada (art. 306 do Código de Processo Penal (CPP). 2.4. No caso candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.
de infração de menor potencial ofensivo, não cabe prisão em flagrante
(art. 7º da Resolução nº 23.640/2021 do TSE); e, conforme o art. 61 da Lei § 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será
nº 9.099/95, são as contravenções penais e os crimes cuja pena máxima imediatamente conduzido à presença do juiz competente que, se verificar
não seja superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a responsabilidade do
Tratando-se de crime de menor potencial ofensivo, deve- coator
se lavrar o Termo Circunstanciado de Ocorrência Eleitoral (TCOE),
conforme art. 69 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 7º da Resolução nº
23.640/2021 do TSE, cujo o processamento das infrações de menor
potencial ofensivo em âmbito eleitoral deverá seguir o rito sumaríssimo de
competência dos Juizados Especiais Criminais, que funcionará na própria
Justiça Eleitoral.
DIA DA ELEIÇÃO:
O QUE PODE E O QUE NÃO PODE!

É permitido: levar a “cola” com o número dos candidatos em


que vai votar; vestir camisetas, adesivos, broches do partido do
candidato preferido; no caso de fiscal de seção, estar identificado
com o crachá do partido.

Não é permitido: fazer propaganda eleitoral; descartar panfletos


ou publicidade eleitoral em locais públicos; aglomeração e
manifestação coletiva (comício, carreata e afins); coação por
representantes de partidos ou candidato; impulsionar conteúdos
de candidatos via internet.
LEI Nº 9.504/97 – LEI DAS ELEIÇÕES (PROPAGANDA ELEITORAL)
Art. 39. A realização de qualquer ato de § 4o A realização de comícios e a utilização de
propaganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto aparelhagens de sonorização fixas são permitidas no horário
compreendido entre as 8 (oito) e as 24 (vinte e quatro) horas, com
ou fechado, não depende de licença da polícia.
exceção do comício de encerramento da campanha, que poderá ser
§ 1º O candidato, partido ou coligação promotora do ato fará a devida prorrogado por mais 2 (duas) horas.
comunicação à autoridade policial em, no mínimo, vinte e quatro horas
§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de
antes de sua realização, a fim de que esta lhe garanta, segundo a
seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à
prioridade do aviso, o direito contra quem tencione usar o local no
comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a
mesmo dia e horário.
quinze mil UFIR:
§ 2º A autoridade policial tomará as providências necessárias à
I - o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de
garantia da realização do ato e ao funcionamento do tráfego e dos
comício ou carreata;
serviços públicos que o evento possa afetar.
II - a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna;
§ 3º O funcionamento de alto-falantes ou amplificadores de som,
ressalvada a hipótese contemplada no parágrafo seguinte, somente é III - a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos
permitido entre as oito e as vinte e duas horas, sendo vedados a políticos ou de seus candidatos;
instalação e o uso daqueles equipamentos em distância inferior a
duzentos metros: IV - a publicação de novos conteúdos ou o impulsionamento de
conteúdos nas aplicações de internet de que trata o art. 57-B desta Lei,
I - das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos podendo ser mantidos em funcionamento as aplicações e os
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, das sedes dos Tribunais conteúdos publicados anteriormente.
Judiciais, e dos quartéis e outros estabelecimentos militares;

II - dos hospitais e casas de saúde;

III - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em


funcionamento.
LEI Nº 9.504/97 – LEI DAS ELEIÇÕES (PROPAGANDA ELEITORAL)
Art. 39 Procedimento: Lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência Eleitoral (TCOE), conforme art. 69 da Lei nº
9.099/95 c/c o art. 7º da Resolução nº 23.640/2021 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Observações importantes: 1- Resguarda a liberdade de voto e visa combater a “boca de urna”; 2- Como a Polícia
Federal exerce a função de polícia judiciária eleitoral, prioritariamente cabe a este órgão a apuração de infrações penais eleitorais,
sem, contudo, haver impedimento da ação supletiva da Polícia Civil, bem como da própria Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal,
no caso de lavratura de TCOE; 3- Competência para julgamento dos crimes eleitorais e os comuns conexos é da Justiça Eleitoral (art.
35, inciso II do Código Eleitoral); 4- Conforme o parágrafo 9º do art. 39 da Lei nº 9.504/97, até as 22h do dia anterior ao da eleição é
permitida a distribuição de material gráfico, caminhada, carreata, passeata ou carro de som que transite pela cidade divulgando
jingles ou mensagens de candidatos; 5- O art. 39-A da Lei nº 9.504/97 autoriza, no dia das eleições, a manifestação individual e
silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras,
broches, dísticos e adesivos.

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Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de
cinco a dez anos:
III - causar, propositadamente, dano físico ao equipamento usado na
votação ou na totalização de votos ou a suas partes.

Art. 72 Procedimento: Auto de Prisão em Flagrante, uma vez que a


pena máxima é maior que 2 (dois) anos. Encaminhar para a delegacia de polícia
federal ou, caso inexistente, para a delegacia de polícia civil da circunscrição.

Observações importantes: 1- Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo deste delito; 2-
Competência para julgamento dos crimes eleitorais e os comuns conexos é da
Justiça Eleitoral (art. 35, inciso II do Código Eleitoral).
PRINCIPAIS CRIMES ELEITORAIS

Promoção de desordem nos trabalhos Impedimento ou embaraço ao exercício


eleitorais: do sufrágio:

Art. 296 do Código Eleitoral: Promover Art. 297 do Código Eleitoral: Impedir ou
desordem que prejudique os trabalhos eleitorais: embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena – detenção de 15 dias a 2 meses e Pena – detenção de 15 dias a 6 meses e
pagamento de 60 a 90 dias-multa. pagamento de 60 a 100 dias-multa.

O agente causa desordem visando prejuízo Caracteriza-se quando o agente impossibilita


ao pleito eleitoral com dano, obstáculo ou embaraço a ou atrapalha alguém de votar no dia da eleição, mesmo
alguma das fases do processo eleitoral (alistamento, que o eleitor consiga efetivamente votar.
registro de candidaturas, propaganda eleitoral, votação,
apuração ou proclamação dos resultados). Excetuam-se
do tipo penal meras desavenças, distúrbios ou brigas em
filas de votação, bem como ações que causem mero
aborrecimento aos eleitores ou aos agentes públicos, sem
prejuízo efetivo aos trabalhos eleitorais.
PRINCIPAIS CRIMES ELEITORAIS
Corrupção eleitoral ("compra de votos"):

Art. 299 do Código Eleitoral: Dar, oferecer,


prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem,
dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter
ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão de 1 a 4 anos e pagamento.

A conduta se realiza quando ocorre doação,


oferecimento ou promessa de dinheiro, dádiva ou qualquer
outra vantagem (cesta básica, vale combustível, dentadura,
etc.), para si ou para outrem, com o fim de obter o voto ou
prometer a sua abstenção. Não se aplica às promessas
genéricas de campanha, havendo necessidade de benefício
específico, concreto e direcionado a um ou mais eleitores
individualizados que estejam aptos a votar, pois a vantagem
deve ser oferecida a eleitor em troca do voto. Não sendo
possível se o eleitor não é inscrito eleitor ou, inscrito, tem os
direitos políticos suspensos ou, de qualquer outro modo, está
impedido de votar, a conduta do agente é atípica.
PRINCIPAIS CRIMES ELEITORAIS
Concentração irregular de eleitores com o fim Intervenção indevida de autoridade estranha
de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício junto à mesa receptora:
do voto:
Art. 305 do Código Eleitoral: Intervir
Art. 302 do Código Eleitoral: Promover, no autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz
dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar
eleitoral, no seu funcionamento sob qualquer pretexto:
o exercício do voto a concentração de eleitores, sob
Pena – detenção de 15 dias a 6 meses e
qualquer forma, inclusive o fornecimento gratuito de
alimentos e transporte coletivo: pagamento de 60 a 90 dias-multa. 4.6.1.
Pena – reclusão de 4 a 6 anos e pagamento O exercício do poder de polícia dos trabalhos
de 200 a 300 dias-multa. de votação cabe ao presidente da Mesa Receptora de
O crime ocorre no dia da eleição quando o Votos, não sendo facultada a nenhuma autoridade
agente age com consciência e vontade de impedir estranha à mesa, salvo o juiz eleitoral, intervir de qualquer
(frustrar, impossibilitar), embaraçar (atrapalhar, dificultar)
forma em seu funcionamento. O pretexto utilizado pela
ou fraudar (enganar, ludibriar) o exercício do voto. A
simples presença na concentração também é fato atípico, autoridade, ainda que lícito, não exime da
pois apenas o agente que promoveu a concentração que é responsabilidade penal.
punido.
Importante mencionar que o TSE entendeu
revogada a expressão "inclusive o fornecimento gratuito de
alimentos e transporte coletivo".
PRINCIPAIS CRIMES ELEITORAIS
Concentração irregular de eleitores com o fim Intervenção indevida de autoridade estranha
de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício junto à mesa receptora:
do voto:
Art. 305 do Código Eleitoral: Intervir
Art. 302 do Código Eleitoral: Promover, no autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz
dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar
eleitoral, no seu funcionamento sob qualquer pretexto:
o exercício do voto a concentração de eleitores, sob
Pena – detenção de 15 dias a 6 meses e
qualquer forma, inclusive o fornecimento gratuito de
alimentos e transporte coletivo: pagamento de 60 a 90 dias-multa. 4.6.1.
Pena – reclusão de 4 a 6 anos e pagamento O exercício do poder de polícia dos trabalhos
de 200 a 300 dias-multa. de votação cabe ao presidente da Mesa Receptora de
O crime ocorre no dia da eleição quando o Votos, não sendo facultada a nenhuma autoridade
agente age com consciência e vontade de impedir estranha à mesa, salvo o juiz eleitoral, intervir de qualquer
(frustrar, impossibilitar), embaraçar (atrapalhar, dificultar)
forma em seu funcionamento. O pretexto utilizado pela
ou fraudar (enganar, ludibriar) o exercício do voto. A
simples presença na concentração também é fato atípico, autoridade, ainda que lícito, não exime da
pois apenas o agente que promoveu a concentração que é responsabilidade penal.
punido.
Importante mencionar que o TSE entendeu
revogada a expressão "inclusive o fornecimento gratuito de
alimentos e transporte coletivo".
Votar ou tentar votar mais Violar ou tentar violar o sigilo Violar ou tentar violar o sigilo
de uma vez ou no lugar de do voto: da urna ou dos invólucros:
outrem:
Art 312: Violar ou tentar
Art. 309 do Código violar o sigilo do voto:
Eleitoral: Votar ou tentar votar mais Art. 317. Violar ou tentar
de uma vez, ou em lugar de outrem: Pena - detenção até dois violar o sigilo da urna ou dos
anos. invólucros.
Pena – reclusão de 1
a 3 anos. Pena - reclusão de três
a cinco anos.
Procedimento: Lavratura do Termo
Procedimento: Auto de Prisão em
Circunstanciado de Ocorrência
Procedimento: Auto de Prisão em Flagrante, uma vez que a pena
Eleitoral (TCOE), conforme art. 69 da
Flagrante, uma vez que a pena máxima é maior que 2 (dois) anos.
Lei nº 9.099/95 c/c o art. 7º da
máxima é maior que 2 (dois) Encaminhar para a delegacia de
Resolução nº 23.640/2021 do Tribunal
anos. polícia federal ou, caso inexistente,
Superior Eleitoral (TSE). Observações
para a delegacia de polícia civil da
importantes:
Encaminhar para a circunscrição.
delegacia de polícia federal ou, 1- Sujeito ativo é qualquer pessoa; Observações importantes:
caso inexistente, para a delegacia
de polícia civil da circunscrição. 2- atua de forma residual aos demais 1- Qualquer pessoa pode praticar
crimes. este delito;
2- violação ou tentativa de violação de
urna eletrônica
Omitir, em documento público ou particular,
declaração que dele devia constar, ou nele
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou
diversa da que devia ser escrita, para fins
eleitorais
Art. 350. Omitir, em documento público ou
particular, declaração que dele devia constar, ou nele
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que
devia ser escrita, para fins eleitorais: Falsificar, no todo ou em parte, documento
público, ou alterar documento público verdadeiro, para fins
Pena - reclusão até cinco anos e eleitorais:
pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é
público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento
dias-multa se o documento é particular.
público, ou alterar documento público verdadeiro, para fins eleitorais:
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é
Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a
funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do
30 dias-multa.
cargo ou se a falsificação ou alteração é de assentamentos
de registro civil, a pena é agravada. Procedimento: Auto de Prisão em Flagrante, uma vez que a pena
Procedimento: Auto de Prisão em Flagrante, uma vez que máxima é maior que 2 (dois) anos. Encaminhar para a delegacia de
a pena máxima é maior que 2 (dois) anos. Encaminhar polícia federal ou, caso inexistente, para a delegacia de polícia civil da
para a delegacia de polícia federal ou, caso inexistente, circunscrição.
para a delegacia de polícia civil da circunscrição.
Observações importantes: 1- Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa;
Observações importantes: 1- Delito pode ser praticado por 2- Exige fins eleitorais para sua configuração; 3- Trata-se de um crime
qualquer pessoa; 2- O crime é de falsidade ideológica, uma de falsidade material; 4- Se o agente é funcionário público e comete o
vez que atinge a essência ou a ideia do documento, que crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada, conforme § 1º do
quanto à confecção é perfeito; 3- A doação eleitoral por mesmo artigo; 5- Para os efeitos penais, equipara-se a documento
meio de “caixa 2” é uma conduta que configura crime público o emanado de entidade paraestatal inclusive Fundação do
eleitoral de falsidade ideológica, previsto neste artigo. Estado, conforme dicção do § 2º.
Fazer uso de qualquer dos documentos
falsificados ou alterados, a que se referem os
artigos 348 ao 352:
Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos
falsificados ou alterados, a que se referem os artigos 348 ao
352:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

Procedimento: Auto de Prisão em Flagrante, uma vez que a


pena máxima é maior que 2 (dois) anos. Encaminhar para a
delegacia de polícia federal ou, caso inexistente, para a
delegacia de polícia civil da circunscrição.

Observações importantes:

1- Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa;

2- Pune aquele que usa o documento falsificado ou


adulterado com as mesmas penas impostas ao falsificador ou
adulterador;

3- para a configuração do delito previsto neste dispositivo,


não se exige a ocorrência de dano efetivo à fé pública, sendo
suficiente a potencialidade lesiva ao bem jurídico tutelado
(Ac.-TSE, de 14.4.2015, no REspe nº 36837).
Art. 10. É vedado aos candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer
LEI Nº 6.091/74 - DISPÕE SOBRE O FORNECIMENTO pessoa, o fornecimento de transporte ou refeições aos eleitores da
GRATUITO DE TRANSPORTE, EM DIAS DE ELEIÇÃO, zona urbana.
A ELEITORES RESIDENTES NAS ZONAS RURAIS, E
Art. 11. Constitui crime eleitoral:
DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
Art. 1º Os veículos e embarcações, devidamente abastecidos e III - descumprir a proibição dos artigos 5º, 8º e 10º;
tripulados, pertencentes à União, Estados, Territórios e Municípios e
suas respectivas autarquias e sociedades de economia mista, Pena - reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias-
excluídos os de uso militar, ficarão à disposição da Justiça Eleitoral multa (art. 302 do Código Eleitoral);
para o transporte gratuito de eleitores em zonas rurais, em dias de Procedimento: Auto de Prisão em Flagrante, uma vez que a pena
eleição. máxima é maior que 2 (dois) anos. Encaminhar para a delegacia de
Art. 2º Se a utilização de veículos pertencentes às entidades previstas polícia federal ou, caso inexistente, para a delegacia de polícia civil da
no art. 1º não for suficiente para atender ao disposto nesta Lei, a circunscrição.
Justiça Eleitoral requisitará veículos e embarcações a particulares, de Observações importantes: 1- Os três artigos vedam o oferecimento
preferência os de aluguel. de transporte e refeições a eleitores do dia anterior ao posterior às
Art. 5º Nenhum veículo ou embarcação poderá fazer transporte de eleições, sendo tal atribuição exclusiva da Justiça Eleitoral; 2- Guarda
eleitores desde o dia anterior até o posterior à eleição, salvo: semelhança com o crime do art. 302 da Lei nº 4.737/65 (Código
Eleitoral), contudo este possui o fim específico de impedir, embaraçar
I - a serviço da Justiça Eleitoral; ou fraudar o exercício do voto.

II - coletivos de linhas regulares e não fretados; Dessas condutas, a mais usual é o transporte irregular de eleitores, que
é caracterizado como crime quando há a finalidade específica de aliciar
III - de uso individual do proprietário, para o exercício do próprio voto e eleitores, ou seja, quando o transporte é fornecido com a intenção de
dos membros da sua família; fazer com que os eleitores votem em determinado candidato. Logo, o
IV - o serviço normal, sem finalidade eleitoral, de veículos de aluguel transporte desinteressado de eleitor, ausentes elementos adicionais,
não atingidos pela requisição de que trata o art. 2º. não configura o crime, assim como as exceções trazidas pelo próximo
artigo. É preciso, portanto, analisar o contexto da conduta. Nesse
Art. 8º Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando imprescindível, em sentido, também caracteriza o crime a contratação de ônibus para
face da absoluta carência de recursos de eleitores da zona rural, transporte de eleitores, estacionado próximo a local de votação,
fornecer-lhes refeições, correndo, nesta hipótese, as despesas por contendo, no interior, panfletos e, nos vidros, adesivos de candidato,
conta do Fundo Partidário. pois o contexto revela a intenção de obter votos.
LEI Nº 6.091/74 - DISPÕE SOBRE O
FORNECIMENTO GRATUITO DE
TRANSPORTE, EM DIAS DE ELEIÇÃO, A
ELEITORES RESIDENTES NAS ZONAS
RURAIS, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

IV- obstar, por qualquer forma, a


prestação dos serviços previstos nos artigos 4º e 8º
desta Lei, atribuídos à Justiça Eleitoral:
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Procedimento: Auto de Prisão em Flagrante, uma vez
que a pena máxima é maior que 2 (dois) anos.
Encaminhar para a delegacia de polícia federal ou,
caso inexistente, para a delegacia de polícia civil da
circunscrição.
PRESCRIÇÕES DIVERSAS Se possível, deverá gravar em áudio e vídeo toda a abordagem. Na
hipótese de boca de urna, por exemplo, imagens dos envolvidos
O uso de algemas deve ser fazendo propaganda, distribuindo santinhos e pedindo votos são provas
evitado para a ocorrência de crimes importantíssimas para a configuração de arrecadar o(s) material(is)
eleitorais, salvo nos casos de utilizado no crime (“santinhos”, carros, faixas, telefone, etc.),
individualizando-o(s) na apreensão e relacionando-os com cada
resistência, fundado receio de fuga
envolvido(s). A mistura ou a falta de individualização do(s) material(is)
e perigo à integridade física, própria poderá fragilizar a configuração do flagrante.
ou alheia, devendo ser justificada
por escrito a sua utilização.
Deve-se adotar especial cuidado com as buscas pessoais, uma
vez que os Tribunais Superiores têm adotado entendimentos mais
Arrolar testemunhas, buscando a qualificação mais precisa restritos do que venha a ser a fundada suspeita, que autorizaria a
possível (confirmando os dados fornecidos), uma vez que medida. Assim, as buscas pessoais não devem ser aleatórias,
provavelmente serão ouvidas na justiça. O ideal é que sejam fundadas em simples alegação de experiência ou tirocínio policial ou
levadas à Delegacia para que possam ser formalmente mesmo denúncia anônima. Nessa linha, deve-se ter cautela na revista
ouvidas, assinando os termos com seus depoimentos. de bolsas e pertences de pessoas sobre as quais há a suspeita de
Quando isso não for possível (levar as testemunhas à que estejam fazendo boca de urna com distribuição de material de
Delegacia), a alternativa é registrar em áudio e, se possível, campanha, isso porque, ao menos no âmbito de alguns Tribunais
em vídeo suas declarações. Havendo o envolvimento de Regionais Eleitorais, a presença desse tipo de material sem a prova
adolescente, a ocorrência deverá ser encaminhada, em (mesmo que testemunhal) de que havia a distribuição configuraria ato
qualquer caso, inclusive em crimes eleitorais, à Delegacia preparatório impunível. Sob esse contexto, a busca pessoal sem
Civil Especializada em atendimento de adolescente, mesmo prova de distribuição do material criará apenas um incidente com a
se o ato infracional for praticado em coautoria com maior, equipe policial, ocupando-se com uma ocorrência sem maiores
que, após as providências necessárias e conforme o caso, desdobramentos no âmbito criminal.
encaminhará o adulto à repartição policial própria.
PRESCRIÇÕES DIVERSAS O policial, para votar em sua seção
eleitoral, deverá portar o título de
eleitor (opcional) e um documento
oficial com foto.

Os integrantes das forças de segurança pública e da


Caso o policial esteja em local diverso
força armada conservar-se-ão a 100 metros da seção
do seu local de votação, poderá
eleitoral e não poderão se aproximar do local da
justificar seu voto,
votação, ou nele penetrar, sem ordem judicial ou do
preferencialmente, por meio
presidente da mesa receptora nas 48 horas que
eletrônico através do aplicativo e-
antecedem o pleito e nas 24 horas que o sucedem,
Título.
salvo os integrantes das forças de segurança que
estiverem em serviço junto à Justiça Eleitoral e
quando autorizado ou convocado pela autoridade O policial que solicitou a
eleitoral competente. transferência temporária
de seu título de eleitor
para exercer o voto em
Aos agentes de força de segurança trânsito poderá consultar
pública que se encontrem em o seu local de votação no
atividade geral de policiamento no dia site do TSE.
das eleições, fica permitido o porte de
arma de fogo na seção eleitoral no
momento que forem votar.
DISPOSIÇÕES FINAIS
▪ O policial que se deparar com ação delitiva que configure
crime eleitoral, deverá efetuar a prisão do(s) autor(es), em
flagrante delito, arrolar as testemunhas necessárias (no
mínimo duas) e arrecadar os objetos que possam servir de
prova à configuração do delito. Recomenda-se também, se
possível, registrar toda a ocorrência com filmagem e fotos do
local, dos envolvidos e das circunstâncias do fato. Em
seguida, deverá conduzir o(s) autor(es) da infração,
ofendido(a) e testemunha(s), juntamente com todos os
materiais arrecadados, à presença da Autoridade Policial na
Unidade da Polícia Federal responsável pela circunscrição ou,
onde não houver órgão da Polícia Federal, na Polícia Civil.

▪ Assim, as Autoridades Policiais e seus agentes deverão


prender quem for encontrado em flagrante pela prática de
crime eleitoral, salvo quando se tratar de infração penal de
menor potencial ofensivo, comunicando a prisão
imediatamente ao Juiz Eleitoral, ao Ministério Público Eleitoral
e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

▪ Quando a infração penal for de menor potencial ofensivo – ▪ Tendo em vista eventual necessidade de orientações
aqueles com pena máxima prevista não superior a dois anos, específicas a serem transmitidas às forças policiais, conforme
cumulada ou não com multa – a autoridade policial elaborará realidade de cada região do território nacional, recomenda-se,
Termo Circunstanciado de ocorrência e providenciará o ainda, que seja feito contato prévio com a Justiça Eleitoral e o
encaminhamento ao Juiz Eleitoral, lembrando-se ainda de Ministério Público Eleitoral visando também à uniformização
comunicar o fato ao Promotor Eleitoral. dos procedimentos.
REFERÊNCIAS

1 - GUIA DO ELEITOR CONSCIENTE 2022 - Tribunal Superior Eleitoral/TSE;


2 - SISTEMATIZAÇÃODAS NORMAS ELEITORAIS - Tribunal Superior Eleitoral/TSE;
3 - CARTILHA DA PF ELEIÇÕES 2022 - Polícia Federal;
4 - ELEIÇÕES 2022: SEU VOTO FAZ A DIFERENÇA - TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE SERGIPE/TRE-SE;
5 - CRIMES ELEITORAIS E POLICIAMENTO OSTENSIVO - SINPRF/PB.
PRF BRASIL!

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