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e Processo
Contencioso nas
Eleições 2022
Ações Eleitorais e Processo
Contencioso nas Eleições 2022
1. AIJE
•Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE)
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1. AIJE
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1. AIJE
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1. AIJE
A ação de investigação judicial Eleitoral (AIJE), prevista no
art. 22 da LC nº 64/90 é conhecida como a ação matriz do
Processo Eleitoral moderno e foi trazida – enquanto meio
processual de desconstituição de mandato - na redação
original da Lei de Inelegibilidades, em 1990.
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1. AIJE
Edson de Resende Castro (Teoria e Prática do Direito Eleitoral,
2010, p. 349), ressalta que a AIJE do Código Eleitoral apenas
1. AIJE
Disposições legais
1. AIJE
Disposições legais
Art. 237 do Código Eleitoral;
1. AIJE
Disposições legais - Art. 19 da LC no 64/90;
1. AIJE
Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE)
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1. AIJE
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou
Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral,
diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e
indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de
investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do
poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização
indevida de veículos ou meios de comunicação social, em
benefício de candidato ou de partido político [...]
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1. AIJE
Ilícito apurável na Ação de Investigação Judicial Eleitoral
Abuso de poder nas campanhas eleitorais
Hipóteses de cabimento
1. AIJE
Lei Complementar n.º 64/90
Art. 1º São inelegíveis:
I – para qualquer cargo:
[...]
d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada
procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado
ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de
abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual
concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se
realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
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1. AIJE
LC 64/90
Art. 1º São inelegíveis:
I – para qualquer cargo:
[...]
h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou
fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder
econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em
julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual
concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se
realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
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1. AIJE
ABUSO DE PODER ECONÔMICO OU POLÍTICO
1. AIJE
Abuso do poder econômico
1. AIJE
Sanções:
- Inelegibilidade por
oito anos
e
- Cassação do registro
ou diploma
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1. AIJE
Art. 22, LC 64/90
[...]
XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos
eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam
contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para
as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se
verificou, além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente
beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do
poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a remessa dos
autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se
for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras providências que a
espécie comportar; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
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1. AIJE
•Bem tutelado:
1. AIJE
Legitimidade ativa
Art. 22 da LC no 64/90
Partido, coligação, candidato ou Ministério Público têm legitimidade;
A lei confere legitimidade aos personagens do processo eleitoral
para defesa do interesse público de se coibir a prática de condutas
tendentes a afetar a integridade do pleito, não importando se
haverá, ou não, repercussão da decisão na esfera política do
candidato. (AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL No 25.912, REL.
MIN. CEZAR PELUSO, DE 14.2.2008).
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1. AIJE
Eleitor não tem legitimidade.
1. AIJE
“Representação. Investigação judicial. Eleitor. Ilegitimidade de parte.
Indeferimento da inicial. Agravo regimental. Inexistência de afronta à
Constituição. Desprovimento. Possuem legitimidade para o
ajuizamento de representação visando a abertura de investigação
judicial eleitoral apenas os entes arrolados no art. 22 da Lei
Complementar no64/90, entre os quais não figura o mero eleitor,
conforme a reiterada jurisprudência do TSE. O direito de petição
consagrado no art. 5o, XXXIV, a, da Constituição, embora sendo matriz
do direito de ação, com ele não se confunde, encontrando este último
regulação específica na legislação infraconstitucional, daí decorrendo
não poder ser exercido de forma incondicionada. [...]”
(Ac. de 30.11.2006 no AgRgRp no 1.251, rel. Min. Cesar Asfor Rocha.)
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1. AIJE
Legitimidade ativa
1. AIJE
Nos termos do art. 11 da Lei 9.096/95, os diretórios
municipais têm legitimidade para ajuizar AIJE nas eleições
municipais; os diretórios regionais, nas eleições estaduais e
federais; e os diretórios nacionais, nas eleições presidenciais.
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1. AIJE
- Coligações: pessoas jurídicas pro tempore com personalidade jurídica
distinta dos partidos que a compõem. Devem funcionar como um só partido
no relacionamento com a JE e no trato dos interesses partidários
(Art. 6º, § 1º, da Lei 9.504/97). Formam-se para a disputa das eleições, mas têm
legitimidade para a propositura de ações eleitorais mesmo após a
realização da eleição, já que os atos praticados durante o processo
eleitoral podem ter repercussão até após a diplomação.
1. AIJE
Legitimidade passiva (Art. 22 da LC no 64/90)
Podem sofrer uma AIJE aquele que contribuiu para o ato – ou
seja, o responsável – e o candidato diretamente beneficiado.
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1. AIJE
Legitimidade passiva (Art. 22 da LC no 64/90)
o responsável e o beneficiário
Para as eleições de 2016,
TIVERAM necessariamente que figurar em
litisconsórcio passivo necessário, conforme decidido no
Recurso Especial nº 843-56, concluído em 21.6.2016,
uniformizando assim a jurisprudência do tema, diante da aplicação dessa
orientação nas representações por conduta vedada (art. 73 da Lei das
Eleições).
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1. AIJE
Atualmente, exige-se que o vice também integre a relação
processual (passivo) em feitos que possam atingir seu
patrimônio jurídico, como, por exemplo, nas hipóteses das
chapas majoritárias.
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1. AIJE
Pessoas jurídicas são partes ilegítimas para figurar em AIJE.
As pessoas jurídicas são partes ilegítimas para figurar no pólo
passivo de representações com pedido de abertura de
investigação judicial eleitoral, nos termos do art. 22 da Lei
Complementar no 64/90, tendo em vista o fato de a sanção
imposta pela referida norma não as alcançar. (RP No 1.229,
REL. MIN. CEZAR ROCHA, DE 9.11.2006).
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1. AIJE
Nas ações eleitorais, incluindo a AIJE, o partido político dos
candidatos investigados não é considerado parte no
processo, pois considera-se que a sanção não atinge o
partido.
Porém, nos termos do art. 121 do NCPC, é admitida sua
intervenção no processo na condição de assistente simples.
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1. AIJE
Assim, não obstante, pode ser admitida sua intervenção
no processo na condição de assistente simples, dado o
interesse jurídico na discussão de eventual cassação de
mandato de seu filiado. Não se aplica a disciplina dos
feitos de infidelidade partidária.
[...]
1. AIJE
Competência
Arts. 22, caput, e 24 da LC no 64/90
1. AIJE
Nas eleições municipais, a competência para processamento e
julgamento é do Juiz Eleitoral, conforme dispõe o art. 24 da LC
64/90, que, nesse caso, é competente para a apreciação de todas as
ações eleitorais no âmbito do pleito municipal.
Art. 24 da LC nº 64/90. Nas eleições municipais, o Juiz Eleitoral será competente para
conhecer e processar a representação prevista nesta lei complementar, exercendo
todas as funções atribuídas ao Corregedor-Geral ou Regional, constantes dos incisos I
a XV do art. 22 desta lei complementar, cabendo ao representante do Ministério
Público Eleitoral em função da Zona Eleitoral as atribuições deferidas ao
Procurador-Geral e Regional Eleitoral, observadas as normas do procedimento
previstas nesta lei complementar.
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1. AIJE
Prazo para ajuizamento
A investigação pode ser ajuizada até a data da diplomação.
Procedimento
Arts. 22, I a XVI, e 23 da LC no 64/90
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1. AIJE
Procedimento
Arts. 22, I a XVI, e 23 da LC no 64/90
1. AIJE
Procedimento
Arts. 22, I a XVI, e 23 da LC no 64/90
1. AIJE
Procedimento
Arts. 22, I a XVI, e 23 da LC no 64/90
1. AIJE
Procedimento
Arts. 22, I a XVI, e 23 da LC no 64/90
1. AIJE
O TSE entendeu que, no caso de chefe do executivo com o seu respectivo
vice, cada um terá seis testemunhas.
1. AIJE
Igualmente ocorre no caso de diversidade de fatos.
Representação. Captação ilícita de sufrágio. Em virtude da diversidade de fatos
suscitados num mesmo processo regido pelo art. 22 da Lei Complementar no
64/90, é admitida a extrapolação do número de testemunhas previsto no inciso
V do referido dispositivo. Caso contrário, poder-se-ia ensejar que os sujeitos do
processo eleitoral ajuizassem demandas distintas, por cada fato, de modo a não
sofrer limitação na produção de prova testemunhal, o que compromete a
observância do princípio da economia processual.
(...)
(AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL No 36.151, REL. MIN. ARNALDO
VERSIANI, DE 4.5.2010).
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1. AIJE
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1. AIJE
Sanções (Inciso XIV, do art. 22 da LC no 64/90)
Julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos
eleitos, o tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de todos que
contribuíram para a prática do ato.
Decidirá, TAMBÉM, pela inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos
oito anos subsequentes à eleição em que se verificou o ilícito.
E, ainda, cassará o registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado
pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de
autoridade ou dos meios de comunicação.
Será determinada, também, a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral para instauração
de processo disciplinar e, se for o caso, de ação penal, juntamente com quaisquer outras
providências que a espécie comportar. (Redação dada pela Lei Complementar no 135, de 2010).
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Bibliografia consultada
(Recurso Especial Eleitoral nº 120, Acórdão de 21/06/2016, Relator(a) Min. ANTONIO HERMAN
DE VASCONCELLOS E BENJAMIN, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Data
14/09/2016, Página 47-48 )
ELEIÇÕES 2012. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE
MANDATO ELETIVO. FRAUDE. CONCEITO ABERTO. PRECEDENTE. MANUTENÇÃO DA DECISÃO
AGRAVADA.
1. A controvérsia dos autos reside em saber se eventual falsificação de assinatura em pedido de registro
enquadra-se na hipótese de fraude objeto de ação de impugnação de mandato eletivo. O Regional
entendeu que a fraude passível de apuração em AIME é somente a que ocorre durante a
votação e/ou apuração.
2. O TSE, ao julgar o REspe nº 1-49/PI, rel. Min. Henrique Neves da Silva, em 4.8.2015, assentou que
"o conceito da fraude, para fins de cabimento da ação de impugnação de mandato eletivo
(art. 14, § 10, da Constituição Federal), é aberto e pode englobar todas as situações em
que a normalidade das eleições e a legitimidade do mandato eletivo são afetadas por
ações fraudulentas, inclusive nos casos de fraude à lei".
3. Os requisitos de admissibilidade do recurso especial foram satisfatoriamente demonstrados, tendo
sido reconhecida violação legal e devidamente prequestionada a matéria.
4. Recurso especial provido com o fim de anular o acórdão recorrido e determinar o retorno dos autos
à instância de origem, para a regular instrução probatória da ação.
5. Manutenção da decisão agravada. Agravo regimental desprovido.
(Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 169, Acórdão de 25/02/2016, Relator(a) Min.
GILMAR FERREIRA MENDES, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 76, Data
20/04/2016, Página 33/34.
Fraude
No mesmo sentido:
[...]
d) Os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça
Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de
apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou
tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
Ac.-TSE, de 8.2.2011, no AgR-RO nº 371450: não incidência da inelegibilidade desta alínea
quando proferida em sede de RCED ou AIME.
[...]
j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da
Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou
gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas
eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da
eleição;
Antiga jurisprudência acerca da não incidência na alinea “d” e incidência na
alínea “j”
(Agravo Regimental em Recurso Ordinário nº 371450, Acórdão de 08/02/2011, Relator(a) Min. MARCELO
HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 15/04/2011,
Página 72 )
NOVA JURISPRUDÊNCIA SOBRE A INELEGIBILIDADE EM AIME
ELEIÇÕES 2014. CANDIDATO A DEPUTADO FEDERAL. RECURSOS ORDINÁRIOS. REGISTRO DE
CANDIDATURA INDEFERIDO. INCIDÊNCIA NAS INELEGIBILIDADES REFERIDAS NO ART. 1º, INCISO I,
ALÍNEAS d E g, DA LEI COMPLEMENTAR Nº 64/1990.
[...]
3. Recurso do candidato. Na causa de inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea d, da LC nº
64/90 incidem os condenados por abuso em ação de investigação judicial eleitoral e em ação de
impugnação de mandato eletivo. Com base na compreensão do princípio da isonomia, não há fator
razoável de diferenciação para concluir que está inelegível o cidadão condenado por abuso de poder econômico
nas eleições de 2008 em AIJE, enquanto está elegível aquele condenado também por abuso de poder no
mesmo pleito, porém em AIME, pois ambas as ações têm o abuso como causa de pedir, tramitam sob o mesmo
procedimento (art. 22 da LC nº 64/90) e acarretam idêntica consequência jurídica - cassação de registro e de
diploma -, desde que o abuso seja grave o suficiente para ensejar a severa sanção.
4. Não se trata de interpretar extensivamente norma restritiva de direito, como são as causas de
inelegibilidades, mas buscar a interpretação lógica da norma, visando à harmonia do sistema de
inelegibilidades e evitando eventuais contradições jurídicas, com base nos valores previstos no
art. 14, § 9º, da CF/88.
5. Tanto a ação de investigação judicial eleitoral quanto a ação de impugnação de mandato eletivo buscam
tutelar justamente a normalidade e legitimidade do pleito contra o abuso de poder econômico assim
reconhecido pela Justiça Eleitoral, razão pela qual as condenações por abuso nessas ações podem acarretar a
causa de inelegibilidade referida no art. 1º, inciso I, alínea d, da LC nº 64/90.
[...]
6. Com base na compreensão da reserva legal proporcional, nem toda condenação por abuso de poder
econômico em ação de impugnação de mandato eletivo gerará a automática inelegibilidade referida na alínea d,
mas somente aquelas que imputem ao cidadão a prática do ato ilícito ou a sua anuência a ele, pois, como se
sabe, não se admite a responsabilidade objetiva em matéria de inelegibilidades. Circunstância ausente no caso
concreto.
7. Conquanto o mero benefício seja suficiente para cassar o registro ou o diploma do candidato beneficiário do
abuso de poder econômico, nos termos do art. 22, inciso XIV, da LC nº 64/90, segundo o qual, "além da
cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do
poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de
comunicação", a parte inicial do citado inciso esclarece que a declaração de inelegibilidade se restringe
apenas ao "representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de
inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou".
8. Conclusão jurídica que se reforça com o art. 18 da LC nº 64/90, que consagra o caráter pessoal das causas
de inelegibilidade, afastando, consequentemente, qualquer interpretação que almeje a responsabilização de
forma objetiva, pois "a declaração de inelegibilidade do candidato à Presidência da República, Governador de
Estado e do Distrito Federal e Prefeito Municipal não atingirá o candidato a Vice-Presidente, Vice-Governador
ou Vice-Prefeito, assim como a destes não atingirá aqueles".
9. Recurso do candidato provido. (Recurso Ordinário nº 29659, Acórdão de 03/03/2016, Relator(a) Min.
GILMAR FERREIRA MENDES, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Volume -, Tomo 188, Data
29/09/2016, Página 63/64 )
NOVA JURISPRUDÊNCIA SOBRE A INELEGIBILIDADE EM AIME
ELEIÇÕES 2008. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO. TRIBUNAL DE ORIGEM
ASSENTOU A OCORRÊNCIA DE FRAUDE. SUBSTITUÍDO EMPREGOU MANOBRAS COM O INTUITO DE OCULTAR
A ALTERAÇÃO DA SUA CANDIDATURA PELA DE SEU FILHO AO CARGO DE VEREADOR. OBJETIVO DA AIME
LIMITADO À CASSAÇÃO DE MANDATO. FALTA DE PREVISÃO NORMATIVA PARA A IMPOSIÇÃO DA
INELEGIBILIDADE POR MEIO DESSE INSTRUMENTO. RECURSO PROVIDO PARA EXTINGUIR A AIME NO
TOCANTE AO ORA RECORRENTE.
[...]
4. A ação de impugnação de mandato eletivo, cuja causa petendi veicule suposta prática de fraude, não tem o condão
de atrair a pecha de inelegibilidade do art. 1º, I, alínea d, cujo escopo cinge-se ao reconhecimento da prática abusiva
de poder econômico ou político.
5. No caso sub examine,
a) o aresto hostilizado assentou expressamente que o Recorrente praticou fraude nas eleições de 2008, materializada
no emprego de manobras com o objetivo de ocultar do eleitor a substituição de sua candidatura ao cargo de Vereador no
pleito de 2008 pela de seu filho, Jander Tabosa, não havendo qualquer alusão à prática de abuso de poder econômico ou
político;
b) Justamente por isso, resta impossibilitada a análise de eventual inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea d
(inelegibilidade como efeito secundário), da LC nº 64/90, cujo escopo se limita ao reconhecimento de abuso de
poder econômico ou político.
6. Recurso especial eleitoral provido, para extinguir a ação de impugnação ao mandato eletivo no tocante ao ora
Recorrente, considerada a sua ilegitimidade passiva. (Recurso Especial Eleitoral nº 52431, Acórdão de 16/06/2016,
Relator(a) Min. LUIZ FUX, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, 165, Data 26/08/2016, Página 125-126 )
Bibliografia consultada
113
Art. 30-A. LEI 9.504/97
A Lei nº 12.034/2009 prevê que, nas infrações dos artigos 23, 30-A,
41-A, 73 a 77 e 81 da Lei das Eleições, o prazo para interposição de
recurso será de três dias, a contar da data da publicação do
julgamento no Diário da Justiça Eletrônico.
[...]
128
A Lei nº 12.034/2009 proporcionou alteração significativa nas
representações previstas na Lei das Eleições(LE).
v) Terminado o prazo da notificação, com ou sem defesa, ou, ainda, decorrido o prazo
para que o representante se manifeste sobre os documentos juntados, os autos serão
imediatamente conclusos ao relator, que designará, nos cinco dias seguintes, data, hora
e local para a realização da audiência para oitiva das testemunhas;
vi) Ouvidas as testemunhas ou indeferida a oitiva, o relator, nos três dias subsequentes,
procederá a todas as diligências que determinar, de ofício ou a requerimento das
partes;
vii) Encerrado o prazo da dilação probatória, as partes, inclusive o Ministério Público,
poderão apresentar alegações finais no prazo comum de dois dias;
viii) Terminado o prazo para as alegações finais, os autos serão conclusos ao relator no
dia imediato para apresentação de relatório conclusivo no prazo de três dias;
ix) Apresentado o relatório, os autos serão encaminhados à Secretaria Judiciária do
Tribunal, com pedido de inclusão em pauta, para julgamento na primeira sessão
subsequente.