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MATERIAL DE APOIO

Disciplina: Direito Eleitoral


Professor: Celso Spitzcovsky
Aulas: 19 a 21| Data: 19/12/2016

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

CAMPANHA ELEITORAL
1) Parte financeira
2) Pesquisas eleitorais
3) Propaganda eleitoral

O professor retomou tema “Campanha eleitoral” da aula anterior.

I. CAMPANHA ELEITORAL
 PRÉVIAS
 CONVENÇÃO PARTIDÁRIA = 20/07 A 05/08;
 REGISTRO DE CANDIDATURAS = 05/08 a 15/08;
 IMPUGNAÇÃO = 5 dias após o pedido de registro;
 REGISTRO DO COMITÊ FINANCEIRO;
 CAMPANHA ELEITORAL.

1) PARTE FINANCEIRA
Artigos 17 a 28 da Lei das Eleições.
Requisitos para arrecadação e gastos:
 Comprovação de candidatura ou comprovação de candidatura sub judicie (artigo 16-A da lei);
 Registro do Comitê financeiro = responsável pela movimentação financeira da campanha.
o Prazo de constituição = até 10 dias uteis após a realização da Convenção partidária.
o Ler artigo 19 da lei.
o Comitê deve ser registrado até 5 dias após sua constituição.
 Abertura de conta bancária eleitoral = instituição financeira não pode se negar a abrir conta bancária ao
candidato (artigo 22, p 1º da lei);
 Confecção de talonário eleitoral para registro das operações financeiras mediante recibo.

FONTES de financiamento
Artigo 23 da Lei das eleições.
O financiamento pode ser feito por:
 PESSOA FÍSICA IDENTIFICADA, no limite de 10% do valor de arrecadação da pessoa física no exercício anterior
declarado ao Fisco.
 Recursos próprios do candidato.
 Repasses para campanha eleitoral autorizados por lei.
 Verbas oriundas do fundo partidário (artigo 38 da Lei orgânica dos partidos políticos).
 Valores resultantes de eventos do partido para arrecadação de valores.
=>PROIBIDA doação por PESSOA JURÍDICA, conforme Lei n° 13.165/2015.
Artigo 150, inciso VI da CF = partido político é isento de recolhimento de impostos.

FONTES de financiamento PROIBIDAS

Intensivão TRE SP
CARREIRAS PÚBLICAS
Damásio Educacional
Artigo 24 da Lei das eleições (Lei n° 9504/97) e artigo 17 da CF.
Não é permitido financiamento de campanha, sob pena de devolução de valores:
 Por governo ou entidade não-governamental estrangeira (ONG);
 Por órgãos ou pessoas integrante da Administração Pública = Adm Pública é composta pela Adm direta (órgãos
= Ministérios, Secretarias de Estado, Subprefeituras, Prefeituras regionais) e pela Adm indireta (pessoas jurídicas
= autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista), conforme artigo 37 da CF =
proibido financiamento público.
 Por concessionários, permissionários de serviços públicos = particulares que estão à frente da execução de um
serviço público (artigo 175 da CF = Adm é titular do serviço público, mas pode transferir a execução mediante
licitação). Assim, há proibição porque haveria um financiamento público indireto já que os
concessionários/permissionários são remunerados por dinheiro público.
 Por entidade de classe ou sindicato
 Por entidades sem fins lucrativos = entidades do terceiro setor que estabelecem cooperação com a
Administração Pública.
 Por entidades (clubes) esportivas = muitas usufruem de isenções fiscais, de comodato de espaço público e
incentivos do Poder Público.
 Por entidades religiosas = porque são beneficiadas com imunidade tributária. Também não pode haver
campanha eleitoral dentro do templo religioso.

Destinação das verbas de financiamento


Artigo 26 da Lei das eleições.

Todas as doações devem constar do talionário eleitoral. Essas verbas podem servir para:
 Confecção de material de campanha
 Viabilizar material de publicidade
 Locação de imóveis para instalação de comitê eleitoral.
 Correspondência
 Remuneração de prestadores de serviços
 Locação ou aquisição de carros de som = este tipo de propaganda tem limites de uso em determinados locais e
horários.
 Realização de comícios = showmício é proibido.
 Elaboração de programas de rádio ou TV (programa eleitoral gratuito) = vai ao ar nos 35 dias anteriores ao fim
da campanha eleitoral e finda na antevéspera do dia das eleições (na sexta-feira antes do domingo das eleições).
O tempo de TV é proporcional à quantidade de votos conquistados na última eleição à Câmara dos Deputados.
 Pagamento de multas eleitorais.
 Páginas na internet
 Pesquisas eleitorais.

2) PESQUISAS ELEITORAIS
Artigo 33 a 35 da Lei das eleições e Resoluções do TSE.

Registro para registro da pesquisa na Justiça eleitoral


Toda pesquisa eleitoral deve ser registrada na Justiça eleitoral, de acordo com a competência da campanha, para que
possa ser levada a conhecimento da população.
O registro tem por momento inicial o dia 1º de janeiro do ano das eleições, de modo que qualquer pesquisa anterior
este período não tem a obrigatoriedade de registro antes de sua divulgação.
O prazo mínimo entre o registro e a divulgação da pesquisa é de 5 dias.

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Para que o registro da pesquisa seja aceito, devem ser preenchidos alguns requisitos:
 Deve demonstrar a identidade de quem contratou a pesquisa;
 O valor da pesquisa e a origem dos recursos que a remuneraram devem ser informados;
 Deve apresentar a metodologia utilizada na pesquisa;
 Informar o período de realização da pesquisa;
 Informar qual foi o questionário utilizado na pesquisa.

Requisitos para divulgação da pesquisa eleitoral


 Período em que foi realizada;
 Número de eleitores ouvidos/consultados;
 Quem contratou a pesquisa;
 Margem de erro;
 Número de registro da pesquisa perante a Justiça eleitoral.
Artigo 33 = a pesquisa pode ser impugnada por candidatos, partidos, coligações e MP.
Pesquisa fraudulenta configura crime eleitoral, pois induz o eleitor a erro.

3) PROPAGANDA ELEITORAL
Artigo 36 a 57 da Lei das eleições.
Início = O início da propaganda é 15/08 (início da campanha eleitoral também), cf artigo 36. Exceção= não configura
propaganda antecipada, conforme artigo 36-A (Lei 13165/2015):
 Propaganda intrapartidária (para os integrantes do partido com direito a voto) no período de 15 dias antes da
convenção partidária (que pode se realizar de 20/07 a 05/08);
 Participação de pessoas em programas de entrevista, debates, encontros de Tv ou rádio sem que se faça
referência à intenção de se tornar candidato, candidatura, convenções partidárias etc;
 Participação em encontros, congressos, palestras, seminário partidário realizado a portas fechadas;
 Realizado para prévias eleitorais para escolha de representantes antes das convenções eleitorais;
 Divulgação de atos parlamentares e debates legislativos;
 Posicionamento pessoal do parlamentar sobre posições políticas em redes sociais.
VEDAÇÕES GERAIS para propaganda
Artigo 243 do Código Eleitoral. São proibidas propagandas que:
 Incite à guerra
 Incite a discriminação;
 Incite agressões contra a honra (calúnia, injúria, difamação).
Propaganda por comício – artigo 39 da Lei das eleições =
 Comício pode ser realizado independentemente de autorização do Poder Público, pois é uma forma de reunião
(artigo 5º, XVI da CF) = exige-se comunicação prévia de 24 horas aos órgãos públicos para que as autoridades
tomem providências em relação à segurança e trânsito, sob pena de responsabilidade dos organizadores do
evento.
 Horário = das 8 as 24 hrs.

Propaganda por showmício = Proibida;


Propaganda por adereços = PROIBIDA (bonés, chaveiros, camisetas etc), haja vista a proibição de oferecimento de
vantagem em troca de voto do artigo 41-A.
Propaganda em bens públicos = artigo 37 da lei das eleições. PROIBIDA. Bens públicos (artigo 98 do CC) integram o
patrimônio das pessoas jurídicas de direito interno.
Propaganda em bens de uso comum

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Artigo 37, parágrafo 4º da Lei das eleições cc artigo 99 do CC. Bens comuns são bens de uso indistinto de toda a
população de uso gratuito (ex, rua) ou oneroso (ex, estradas).
Exemplos de locais proibidos de uso comum por serem de fácil acesso da população: centros comerciais, lojas, cinemas,
teatros, casas de espetáculo (ainda que particulares), clubes, templos religiosos.
Propaganda em áreas verdes = artigo 37, 5º da lei das eleições => PROIBIDA, ainda que não cause dano ou prejuízo.
Propaganda em vias públicas = artigo 37, p 6º da lei, PROIBIDA se interferir na circulação de pedestres e veículos.
Propaganda em bens particulares = artigo 37, p 2º da lei. Pode ser realizada sem necessidade de licença ou autorização
dos órgãos públicos desde que:
 O proprietário não cobre para isso;
 As faixas tenham ½ m2 e seja de papel ou adesivo (Lei n° 13.165/2015), sob pena de multa eleitoral (artigo 37,
p 1º), mesmo que o proprietário retire a propaganda irregular (Súmula n° 48 do TSE).
Propaganda mediante folhetos = artigo 38 da lei das eleições. PERMITIDA desde que os impressos tenham autoria
(artigo 5º, IV da CF = livre manifestação do pensamento, proibido o anonimato).
Propaganda mediante aparelho de som
Artigo 39, p 3º da Lei das eleições. PERMITIDA desde que:
 Realizado das 8 as 22 hrs;
 Nunca menos de 200 m de hospitais, delegacias, casas de repouso, sede de órgãos públicos
Propaganda em outdoor
Artigo 39, p 8º da Lei. PROIBIDA, por implicar em abuso de poder econômico por ser cara e não estar a disposição de
todos os candidatos. SP tem, ainda, a proibição desse tipo de propaganda em razão da Lei da Cidade Limpa que proíbe
outdoor na cidade.
Propaganda veiculada na imprensa escrita
Artigo 43, da lei. PERMITIDA desde que :
 Se em jornal, não pode ocupar mais do que 1/8 de página;
 Se em revista, não pode ocupar mais do que ¼ de página;
 Não pode ultrapassar 10 anúncios por publicação;
 Em cada anúncio deve constar o valor pago para sua inserção.
Propaganda através de trio elétrico
Artigo 39, p 10 da Lei. PROIBIDA, salvo quando o trio elétrico for usado em comício.

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