Você está na página 1de 12

Direito Eleitoral Antidiscriminatório

Integridade da Democracia Representativa

Sumário da Legislação

• Constituição Federal de 1988:

- Art. 1º, incisos I e II


Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:

II - a cidadania;

V - o pluralismo político.

- Art. 3º, inciso I

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

- Art. 5º, caput, e inciso I

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta


Constituição;

- Art. 17, §§ 7º e 8º
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos


recursos do fundo partidário na criação e na manutenção de programas de
promoção e difusão da participação política das mulheres, de acordo com os
interesses intrapartidários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de
2022)

§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela


do fundo partidário destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de
propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às
respectivas candidatas, deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento),
proporcional ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada
conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas
estatutárias, considerados a autonomia e o interesse partidário. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 117, de 2022)

- Emenda Constitucional nº 111/2021 (Estabeleceu regras transitórias para


distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário e
do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC)

Art. 2º Para fins de distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo
partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), os votos
dados a candidatas mulheres ou a candidatos negros para a Câmara dos Deputados
nas eleições realizadas de 2022 a 2030 serão contados em dobro.

Parágrafo único. A contagem em dobro de votos a que se refere o caput somente se


aplica uma única vez.

• Código Eleitoral

- Art. 243, inciso X

Art. 243. Não será tolerada propaganda:

X – que deprecie a condição de mulher ou estimule sua discriminação em razão do


sexo feminino, ou em relação à sua cor, raça ou etnia.

- Art. 323, §2°, inciso II

Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha


eleitoral, fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de
exercer influência perante o eleitorado:

§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime:

II – envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça


ou etnia.
- Art. 326-B (crime de violência de gênero eleitoral)

Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer


meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de
menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia,
com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o
desempenho de seu mandato eletivo. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa.

• Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições)

- Art. 10, § 3º

Art. 10. Cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a
Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total
de até 100% (cem por cento) do número de lugares a preencher mais 1 (um).

§ 3º Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido
ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70%
(setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.

- Art. 46, inciso II

Art. 46, II. Nas eleições proporcionais, os debates deverão ser organizados de modo
que assegurem a presença de número equivalente de candidatos de todos os
partidos a um mesmo cargo eletivo e poderão desdobrar-se em mais de um dia,
respeitada a proporção de homens e mulheres estabelecida no § 3º do art. 10 desta
Lei;

- Art. 93-A

Art. 93-A. O Tribunal Superior Eleitoral, no período compreendido entre 1º de


abril e 30 de julho dos anos eleitorais, promoverá, em até cinco minutos diários,
contínuos ou não, requisitados às emissoras de rádio e televisão, propaganda
institucional, em rádio e televisão, destinada a incentivar a participação feminina,
dos jovens e da comunidade negra na política, bem como a esclarecer os cidadãos
sobre as regras e o funcionamento do sistema eleitoral brasileiro.

• Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos)

- Art. 44, inciso V

Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:


V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação
política das mulheres, criados e executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério
da agremiação, por instituto com personalidade jurídica própria presidido pela
Secretária da Mulher, em nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo
órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento)
do total;

- Art. 50-B, inciso V, e § 2º


Art. 50-B. O partido político com estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral
poderá divulgar propaganda partidária gratuita mediante transmissão no rádio e
na televisão, por meio exclusivo de inserções, para:

V - promover e difundir a participação política das mulheres, dos jovens e dos


negros.

§ 2º Do tempo total disponível para o partido político, no mínimo 30% (trinta por
cento) deverão ser destinados à promoção e à difusão da participação política das
mulheres.

(RESOLUÇÕES ATUALIZADAS PARA AS ELEIÇÕES 2022).

CONSULTE O TEXTO DAS RESOLUÇÕES DO TSE DIRETAMENTE NA PÁGINA


DO TRIBUNAL, PARA ATUALIZAREM, COM SEGURANÇA, OS CONTEÚDOS.

Disponíveis em: https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada.

• Resolução TSE nº 23.604/2019 (Regulamenta o disposto no Título


III - Das Finanças e Contabilidade dos Partidos - da Lei nº 9.096,
de 19 de setembro de 1995.)

- Art. 21, § 9º
§ 9º Aos partidos políticos que não tenham utilizado os recursos destinados aos
programas de promoção e difusão da participação política das mulheres ou cujos
valores destinados a essa finalidade não tenham sido reconhecidos pela Justiça
Eleitoral é assegurada a utilização desses valores nas eleições subsequentes, vedada
a condenação pela Justiça Eleitoral nos processos de prestação de contas de
exercícios financeiros anteriores que ainda não tenham transitado em julgado até a
data de promulgação da Emenda Constitucional 117/2022 . (Incluído pela
Resolução nº 23.703/2022)

- Art. 22, caput e §1º


Art. 22. Os órgãos partidários devem destinar, no mínimo, 5% (cinco por cento) do
total de recursos do Fundo Partidário recebidos no exercício financeiro para criação
ou manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres.

§ 1º Os recursos destinados aos programas de promoção e difusão da participação


política das mulheres podem ser executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério
da agremiação partidária, por instituto com personalidade jurídica própria
presidido pela Secretaria da Mulher, em nível nacional, conforme percentual que
será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de cinco
por cento do total (art. 44, inciso V, da Lei nº 9.096/95)

• Resolução TSE nº 23.607/2019 (Dispõe sobre a arrecadação e os


gastos de recursos por partidos políticos e candidatos e sobre a
prestação de contas nas eleições)

- Art. 17, § 4º
§ 4º Para o financiamento de candidaturas femininas e de pessoas negras os
partidos devem destinar os seguintes percentuais do montante recebido do Fundo
Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) (STF: ADI nº 5.617/DF, DJE de
3.10.2018, e ADPF- MC nº 738/DF, DJE de 29.10.2020; e TSE: Consulta nº 0600252-
18, DJE de 15.8.2018, e Consulta nº 0600306-47, DJE de 5.10.2020): (Redação dada
pela Resolução nº 23.665/2021)

I - para as candidaturas femininas o percentual corresponderá à proporção dessas


candidaturas em relação a soma das candidaturas masculinas e femininas do
partido, não podendo ser inferior a 30% (trinta por cento); (Incluído pela Resolução
nº 23.665/2021)

II - para as candidaturas de pessoas negras o percentual corresponderá à proporção


de: (Incluído pela Resolução nº 23.665/2021)

a) mulheres negras e não negras do gênero feminino do partido; e (Incluído pela


Resolução nº 23.665/2021)

b) homens negros e não negros do gênero masculino do partido; e (Incluído pela


Resolução nº 23.665/2021)

III - os percentuais de candidaturas femininas e de pessoas negras será obtido pela


razão dessas candidaturas em relação ao total de candidaturas do partido em
âmbito nacional. (Incluído pela Resolução nº 23.665/2021)

§ 6º A verba do Fundo Especial de Financiamento das Campanhas (FEFC)


destinada ao custeio das campanhas femininas e de pessoas negras deve ser
aplicada exclusivamente nestas campanhas, sendo ilícito o seu emprego no
financiamento de outras campanhas não contempladas nas cotas a que se destinam.
(Redação dada pela Resolução nº 23.665/2021)
§ 8º O emprego ilícito de recursos do Fundo Especial de Financiamento das
Campanhas (FEFC) nos termos dos §§ 6º e 7º deste artigo, inclusive na hipótese de
desvio de finalidade, sujeitará os (as) responsáveis e beneficiárias ou beneficiários
às sanções do art. 30-A da Lei nº 9.504/1997, sem prejuízo das demais cominações
legais cabíveis.

§ 9º Na hipótese de repasse de recursos do FEFC em desacordo com as regras


dispostas neste artigo, configura-se a aplicação irregular dos recursos, devendo o
valor repassado irregularmente ser recolhido ao Tesouro Nacional pelo órgão ou
candidata ou candidato que realizou o repasse tido por irregular, respondendo
solidariamente pela devolução a pessoa recebedora, na medida dos recursos que
houver utilizado.

§ 10. Os recursos correspondentes aos percentuais previstos no § 4º deste artigo


devem ser distribuídos pelos partidos até a data final para entrega da prestação de
contas parcial. (Incluído pela Resolução nº 23.665/2021)

• RESOLUÇÃO Nº 23.610, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2019


(Dispõe sobre propaganda eleitoral, utilização e geração do
horário gratuito e condutas ilícitas em campanha eleitoral)

- Art. 22, incisos I e XII


Art. 22. Não será tolerada propaganda, respondendo a pessoa infratora pelo
emprego de processo de propaganda vedada e, se for o caso, pelo abuso de poder
(Código Eleitoral, arts. 222 , 237 e 243, I a X ; Lei nº 5.700/1971 ; e Lei Complementar
nº 64/1990, art. 22): (Redação dada pela Resolução nº 23.671/2021)

I - que veicule preconceitos de origem, etnia, raça, sexo, cor, idade, religiosidade,
orientação sexual, identidade de gênero e quaisquer outras formas de
discriminação, inclusive contra pessoa em razão de sua deficiência ( Constituição
Federal, art. 3º, IV e art. 5º, XLI e XLII ; Lei nº 13.146/2015 ). (Redação dada pela
Resolução nº 23.671/2021)

XII - que deprecie a condição de mulher ou estimule sua discriminação em razão do


sexo feminino, ou em relação à sua cor, raça ou etnia. (Incluído pela Resolução nº
23.671/2021)

- Art. 45
Art. 45. Inexistindo acordo, os debates transmitidos por emissora de rádio ou de
televisão deverão obedecer às seguintes regras (Lei nº 9.504/1997, art. 46, I, alíneas
a e b, II e III):

I - nas eleições majoritárias, a apresentação dos debates poderá ser feita: a) em


conjunto, estando presentes todas as candidatas e todos os candidatos a um mesmo
cargo eletivo; b) em grupos, estando presentes, no mínimo, três pessoas candidatas;
II - nas eleições proporcionais, os debates deverão ser organizados de modo que
assegurem a presença de número equivalente de candidaturas de todos os partidos
políticos ou das federações a um mesmo cargo eletivo e poderão desdobrar-se em
mais de um dia, respeitada a proporção de homens e mulheres estabelecida no § 3º
do art. 10 da Lei nº 9.504/1997 ( Lei nº 9.504/1997, art. 46, II ); (Redação dada pela
Resolução nº 23.671/2021)

- Art. 65, inciso VI


Art. 65. Independentemente do meio de geração, os partidos políticos, as
federações e as coligações deverão apresentar mapas de mídia diários ou periódicos
às emissoras e ao pool de emissoras, se houver, de forma física ou eletrônica,
conforme deliberado na reunião para elaboração do plano de mídia, observados os
seguintes requisitos, a serem informados conforme o modelo disponível no Anexo
III da Resolução: (Redação dada pela Resolução nº 23.671/2021)

VI - informação a respeito da distribuição do tempo, indicando o percentual


destinado a candidatura de mulheres, mulheres negras e homens negros, nos
termos do § 1º do art. 77 desta Resolução. (Incluído pela Resolução nº 23.671/2021)

- Art. 77
Art. 77. Competirá aos partidos políticos, às federações e às coligações distribuir
entre as candidaturas registradas os horários que lhes forem destinados pela Justiça
Eleitoral. (Redação dada pela Resolução nº 23.671/2021)

§ 1º A distribuição do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na


televisão para as candidaturas proporcionais deve observar os seguintes
parâmetros: (Redação dada pela Resolução nº 23.671/2021)

I - destinação proporcional ao percentual de candidaturas de mulheres, calculado


com base no total de pedidos de registro apresentados pelo partido ou pela
federação na circunscrição, respeitado o mínimo de 30% (trinta por cento)
estabelecido no art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/1997 (Vide ADI nº 5.617, DJe de
8.3.2019 e Consulta TSE nº 0600252-18, DJe de 15.8.2018); (Incluído pela Resolução
nº 23.671/2021)

II - destinação proporcional ao percentual de candidaturas de mulheres negras e


não negras, calculado com base no total de pedidos de registro apresentados pelo
partido ou pela federação na circunscrição (Consulta nº 060030647, DJe de
5.10.2020). (Incluído pela Resolução nº 23.671/2021)

III - destinação proporcional ao percentual de candidaturas de homens negros e


não negros, calculado com base no total de pedidos de registro apresentados pelo
partido ou pela federação na circunscrição (Consulta nº 060030647, DJe de
5.10.2020). (Incluído pela Resolução nº 23.671/2021)
- Art. 93-C
Art. 93-C. Considera-se violência política contra a mulher toda ação, conduta ou
omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos
da mulher. (Incluído pela Resolução nº 23.671/2021)

§ 1º Constituem igualmente atos de violência política contra a mulher qualquer


distinção, exclusão ou restrição no reconhecimento, gozo ou exercício de seus
direitos e de suas liberdades políticas fundamentais, em virtude do gênero.
(Incluído pela Resolução nº 23.671/2021)

§ 2º Serão garantidos os direitos de participação política da mulher, vedadas a


discriminação e a desigualdade de tratamento em virtude de gênero ou de raça no
acesso às instâncias de representação política e no exercício de funções públicas.
(Incluído pela Resolução nº 23.671/2021)

§ 3º As autoridades competentes priorizarão o imediato exercício do direito


violado, conferindo especial importância às declarações da vítima e aos elementos
indiciários. (Incluído pela Resolução nº 23.671/2021)

• RESOLUÇÃO Nº 23.609, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2019


(Dispõe sobre a escolha e o registro de candidatas e candidatos
para as eleições)

- Art. 17, §§ 2º e 6º
Art. 17. Cada partido político ou federação poderá registrar candidatas e
candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias
Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 100% (cem por cento) do
número de lugares a preencher mais 1 (um) ( Lei nº 9.504/1997, art. 10,
caput ). (Redação dada pela Resolução nº 23.675/2021)

§ 2º Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido
político ou federação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de
70% (setenta por cento) para candidaturas de cada gênero ( Lei nº 9.504/1997, art.
10, § 3º ). (Redação dada pela Resolução nº 23.675/2021)

§ 6º A extrapolação do número de candidaturas ou a inobservância dos limites


máximo e mínimo de candidaturas por gênero é causa suficiente para o
indeferimento do pedido de registro do partido político ou da federação (DRAP), se
esta(este), devidamente intimada(o), não atender às diligências referidas no art. 36
desta Resolução. (Redação dada pela Resolução nº 23.675/2021)

- Art. 72, § 7º
Art. 72, § 7º. Será indeferido o pedido de registro de candidatura em substituição
ou para preenchimento de vagas remanescentes quando não forem respeitados os
limites mínimo e máximo das candidaturas de cada gênero previstos no § 2º do art.
17 desta Resolução. (Redação dada pela Resolução nº 23.675/2021)

• Resolução TSE n° 23.659/2021(Dispõe sobre a gestão do Cadastro


Eleitoral e sobre os serviços eleitorais que lhe são correlatos)

- Art. 1º, III e IV

Art. 1º A gestão do Cadastro Eleitoral e a prestação de serviços eleitorais que lhe


são correlatos serão efetuadas, em todo o território nacional, em conformidade com
as disposições legais, com esta Resolução e com as normas do Tribunal Superior
que lhes sejam complementares, as quais serão editadas com observância das
seguintes diretrizes:

III - preservação e facilitação do exercício da cidadania por pessoas ainda não


alcançadas pela inclusão digital; e

IV - expansão e especialização dos serviços eleitorais com vistas ao adequado


atendimento a pessoas com deficiência e grupos socialmente vulneráveis e
minorizados.

- Art. 12, parágrafo único

Art. 12. Parágrafo único. A Justiça Eleitoral empreenderá meios destinados a


assegurar o alistamento e o exercício dos direitos políticos por pessoas com
deficiência, por pessoas que se encontram em prisão provisória e por adolescentes
sob custódia em unidade de internação.

- Art. 13

Art. 13. É direito fundamental da pessoa indígena ter considerados, na prestação de


serviços eleitorais, sua organização social, seus costumes e suas línguas, crenças e
tradições.

- Art. 14
Art. 14. É direito fundamental da pessoa com deficiência, inclusive a que for
declarada relativamente incapaz para a prática de atos da vida civil, estiver
excepcionalmente sob curatela ou tiver optado pela tomada de decisão apoiada, a
implementação de medidas destinadas a promover seu alistamento e o exercício de
seus direitos políticos em igualdade de condições com as demais pessoas.
- Art. 16

Art. 16. É direito fundamental da pessoa transgênera, preservados os dados do


registro civil, fazer constar do Cadastro Eleitoral seu nome social e sua identidade
de gênero.

• RESOLUÇÃO Nº 23.705, DE 2 DE AGOSTO DE 2022 (Dispõe


sobre as atribuições, o funcionamento e a estrutura das
Ouvidorias Eleitorais dos Tribunais Regionais Eleitorais e do
Tribunal Superior Eleitoral e dá outras providências).

- Arts. 5º e 6º
Art. 5º Os canais de atendimento observarão condições de acessibilidade a pessoas
com deficiência ou mobilidade reduzida.

Art. 6º As Ouvidorias Eleitorais assegurarão a possibilidade de exercício dos


direitos de cidadania pelas pessoas em situação de rua, facilitando o acesso aos
espaços físicos de atendimento e a outros espaços do respectivo tribunal.

• Resolução CNJ nº 492/2023

Estabelece, para adoção de Perspectiva de Gênero nos julgamentos em todo o


Poder Judiciário, as diretrizes do protocolo aprovado pelo Grupo de Trabalho
constituído pela Portaria CNJ n. 27/2021, institui obrigatoriedade de capacitação de
magistrados e magistradas, relacionada a direitos humanos, gênero, raça e etnia,
em perspectiva interseccional, e cria o Comitê de Acompanhamento e Capacitação
sobre Julgamento com Perspectiva de Gênero no Poder Judiciário e o Comitê de
Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário.

PERSPECTIVA DE GÊNERO E DE RAÇA.


REFLEXÃO
Considerando o estudado, leia essa matéria do Jornal Folha
de São Paulo, de 10/112023, trazendo a coluna de Deborah
Bizarria, com estes registros, a questão que se coloca ao final:
A escolha do tema da redação do Enem deste ano foi acertada, em que pese as
polêmicas envolvendo outros pontos da prova. O tema escolhido foi "Desafios para
o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no
Brasil". Como sociedade, devemos mesmo debater como tornar visível o trabalho de
quem torna a vida familiar e o funcionamento da sociedade melhores.

Colocando essa questão em números: mulheres ocupadas (que trabalham fora)


dedicaram 6,8 horas a mais por semana em afazeres domésticos ou ao cuidado de
pessoas do que homens em 2022, de acordo com o Pnad Contínua. Além disso, entre
2012 e 2022, o número de domicílios com mães solo aumentou em 17,8%,
contribuindo com a disparidade existente. Houve um acréscimo de 1,7 milhão de
mães solo em uma década, como aponta o levantamento de Janaina Feijó,
pesquisadora do FGV Ibre. Para fechar o quadro, quase 3/4 dessas mães só residem
em domicílios monoparentais, isto é, sem a presença de parentes ou agregados que
poderiam contribuir nas responsabilidades familiares.

Essa sobrecarga de responsabilidades e tarefas deve ter impacto na produtividade e


nos salários. Significa menos tempo disponível para se conectar com colegas e
superiores, demandas urgentes e qualificação adicional para o trabalho remunerado.
Hoje, as mulheres já ingressam no mercado de trabalho com um capital humano
superior em 7 pontos percentuais em relação aos homens, segundo dados do Banco
Mundial para o Brasil. Isso significa que elas possuem um nível de educação e
capacidade produtiva mais elevados no começo da carreira. No entanto, ao longo da
vida produtiva, ocorre uma inversão da vantagem inicial das mulheres em termos de
habilidades e educação, fazendo com que apenas metade do seu potencial seja
devidamente aproveitado, enquanto 75% do capital masculino é empregado no
mercado de trabalho.

Nesse sentido, políticas públicas que reduzam a carga sobre as mulheres, em


especial aquelas que não têm rede de apoio, são fundamentais. E é isso que mostra a
pesquisa de João Garcia, Rafael Latham-Proença e Marcela Mello. O estudo avaliou
o impacto da expansão da oferta de creches públicas em São Paulo na participação
das mães no mercado de trabalho. Assim, identificou-se que essa expansão
aumentou em 6,4 pontos percentuais a participação das mães na economia formal
após o nascimento do primeiro filho. Esses resultados destacam a eficácia das
creches públicas como uma solução para mitigar a penalização das mulheres no
mercado de trabalho pós-maternidade.

Mas a demanda por esse tipo de política pública muitas vezes também fica
invisibilizada na medida em que o trabalho de cuidado e afazeres domésticos é
pouco percebido. Se ao acordar o café da manhã está sempre pronto, a casa está
limpa e crianças e idosos estão sendo cuidados sem a nossa ajuda, a tendência é
acharmos, como sociedade, que se trata de tarefas de menor importância. Nesse
contexto, a escolha do tema da redação do Enem deste ano foi pertinente, justamente
porque aborda desigualdades que as mulheres enfrentam na vida doméstica e no
mercado de trabalho.

Sem esse debate geral, será mais difícil reivindicar melhores políticas públicas,
aquelas que consigam efetivamente ajudar mulheres a desenvolverem o seu
potencial econômico e, consequentemente, ajudarem a transformar suas próprias
vidas e a dos seus filhos.
A par disso, pensando na promoção das mulheres nos
espaços políticos, discorra sobre a as desigualdades que elas
enfrentam nas disputas eleitorais e como reduzi-las.

Você também pode gostar