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Disciplina: Direito Processual Civil

Professor: Eduardo Francisco


Aula: 14| Data: 26/02/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

LITISCONSÓRCIO
3. Classificação / Espécies de Litisconsórcio
3.4. Quanto à Obrigatoriedade
3.4.2. Litisconsórcio Eventual
3.5. Litisconsórcio Anômalo
3.6. Litisconsórcio Pendular
3.7. Intervenção Litisconsorcial Voluntária
3.8. Intervenção IUSSU IUDICIS
4. Relacionamento entre os Litisconsortes

INTERVENÇÕES DE TERCEIRO (Arts. 119 a 138, CPC)


1. Conceito
2. Requisito Básico
3. Espécies de Intervenção
4. Classificação
5. Efeitos da Intervenção de Terceiros

LITISCONSÓRCIO

3. Classificação / Espécies de Litisconsórcio

3.4.2. Litisconsórcio Eventual

Surge nas hipóteses em que só será necessário formar litisconsórcio conforme a via eleita.

Ex.: Para reivindicar bem são dois caminhos: No primeiro basta intentar ação contra quem está com o bem; no
segundo, se optar por Oposição, é necessário formar Litisconsórcio contra os opostos.

3.5. Litisconsórcio Anômalo

Ocorre quando os litisconsortes são adversários em outra ação. Ex.: Na denunciação da lide que ocorre o seguinte:
na ação principal, denunciante e denunciado são litisconsortes, mas, na ação de regresso, eles são adversários.

3.6. Litisconsórcio Pendular

Na Ação Popular e na Ação de Improbidade a pessoa jurídica de direito público (lesada) é litisconsorte necessária
(tem que ser citada) e ela tem legitimidade bifronte, ou seja, uma vez citada, pode optar pelo polo ativo ou pelo
polo passivo.

Trata-se de Pendular, porque no curso do processo, a pessoa jurídica de direito público lesada pode mudar de polo.

EXTENSIVO REGULAR
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
É um caso bem específico.

3.7. Intervenção Litisconsorcial Voluntária

Ocorre quando alguém peticiona pelo ingresso como litisconsorte.


Geralmente essa intervenção ocorre no polo ativo – Ex.1: Três vítimas movem ação contra o motorista, que ainda
não foi citado e, aparece mais uma vítima querendo entrar no processo. Ex.2: Vinte professores intentam ação
contra o Estado, depois, aparecem mais vinte querendo ingressar no polo ativo.

Note-se:

- Lei 12.016/09: Tratou do assunto ao mencionar que o ingresso de litisconsorte ativo após o despacho inicial não
pode (Art.10, §2º, da Lei).

- CPC: é silente e não diz nada sobre o assunto.

- Doutrina: é um litisconsórcio facultativo ulterior e simples. Sendo que:

A) Dinamarco e Bedaque admitem a Intervenção Litisconsorcial Voluntária dizendo que é um bom


instrumento, por gerar economia processual, mas tem que ser antes do saneador (porque o saneador
estabiliza a demanda);

B) Alexandre Câmara e Vicente Greco não admitem, porque fere o juiz natural, já que permite a escolha do
juiz.

Talvez a ideia de Dinamarco e Bedaque possam ser aplicadas em Comarcas de Vara Única.

3.8. Intervenção IUSSU IUDICIS

Significa intervenção por força do juiz que inclui alguém no polo da ação.

Era prevista no CPC de 1939, o de 1973 não a previa.

Trata-se de uma exceção ao Princípio Dispositivo, porque permite ao juiz incluir alguém no polo passivo e, por isso,
só é permitida nas ações impessoais (seja quando não há um réu certo, seja quando se trata de remédio
constitucional - ação contra o Estado, mas que se exige indicação da autoridade coatora).

O STF já fez essa Intervenção, incluindo uma autoridade coatora em um Mandado de Segurança.

O NCPC prevê essa possibilidade ao tratar da produção antecipada da prova no art. 382, §1º, ao permitir que o juiz
de ofício cite os interessados na prova.

4. Relacionamento entre os Litisconsortes

Regra: Autonomia ou independência, porque cada litisconsorte é considerado um litigante autônomo nas suas
relações com a parte contrária e os atos de um não afetam os outros.
Exceções:

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i- No Litisconsórcio Simples: defesas e recursos baseados em tese ou direito comum aproveitam a todos.

ii- No Litisconsórcio Unitário: os atos benéficos de um SEMPRE favorecem a todos.

Art. 229, CPC: têm prazo em dobro quando, no processo físico, os advogados são de escritórios diferentes.

Súmula 641, STF: se apenas um litisconsorte sucumbiu, o prazo recursal é simples (não é em dobro).

Obs.1: A regra do prazo em dobro se aplica ao prazo de pagamento voluntário no cumprimento de sentença.

Obs.2: De acordo com o STJ, o art. 1.698, 2ª parte, CC, que permite “chamar à lide” os parentes do mesmo grau
nas ações de alimentos, autoriza um litisconsórcio passivo ulterior facultativo e simples (apesar da doutrina divergir
quanto a ser ou não intervenção de terceiros).

INTERVENÇÕES DE TERCEIRO (Arts. 119 a 138, CPC)

1. Conceito

Intervenção de Terceiro é o ingresso no processo de quem originariamente não era parte, pelas seguintes razões /
justificativas:

i- As relações jurídicas são interligadas e a decisão sobre uma pode afetar outras;

ii- Harmonia das decisões, na medida em que, quando o terceiro intervém, evitam-se decisões
conflitantes;

iii- Economia processual: resolve-se mais de um assunto no mesmo processo.

2. Requisito Básico

As intervenções do CPC em regra exigem interesse jurídico (que decorre de uma relação jurídica com uma das
partes, à qual pode ser atingida).

Exceções:

i- O amigo da Corte só exige interesse institucional (na tese jurídica);

ii- A Intervenção especial da Fazenda Pública (art. 5º, Lei 9.469/97) só exige interesse financeiro (não exige
interesse jurídico).

3. Espécies de Intervenção

No CPC, há expressamente cinco espécies de Intervenção, mas no sistema há seis. São elas: Assistência,
Denunciação da Lide, Chamamento ao Processo, Incidente de Desconsideração da Pessoa Jurídica e Amigo da Corte
(essas duas últimas são novidades do NCPC), mas sempre teve também o Recurso de Terceiro Prejudicado.

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Fora do CPC: Intervenção Especial / Anômala da Fazenda Pública e a Intervenção prevista no artigo 1.698, 2ª parte
do CC. – Alguns as chamam de Intervenções Atípicas.

4. Classificação

A) Intervenções Espontâneas: são aquelas em que o terceiro peticiona para ingressar no processo (ocorre na
Assistência, Amigo da Corte, Recurso do Terceiro Prejudicado e na Intervenção Especial da Fazenda
Pública).

B) Intervenções Provocadas / Coactas / Forçadas: são aquelas em que o terceiro é citado ou provocado pelo
próprio juiz a intervir (ocorre na Denunciação da Lide, Chamamento ao Processo, Incidente de
Desconsideração, Art. 1.698, 2ª parte, CC e no Amigo da Corte).

Obs.: O Amigo da Corte pode ser Intervenção espontânea ou provocada.

5. Efeitos da Intervenção de Terceiro

i- Ampliação subjetiva da relação processual (porque passa a ter mais um sujeito);

ii- Na Denunciação, no Chamamento ao Processo, no Incidente de Desconsideração da Pessoa Jurídica e


no Art. 1698, 2ª parte, CC, também gera ampliação objetiva do processo, porque o processo passa a
ter mais uma ação (todas têm natureza de ação).

iii- A intervenção de terceiro pode gerar o deslocamento da competência (fez denunciação da lide da
União). Exceção: O Amigo da Corte e Intervenção Especial da Fazenda Pública não deslocam a
competência.

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