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Disciplina: Direito Processual Civil

Professor: Eduardo Francisco


Aula: 12| Data: 25/02/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TEORIA GERAL DO PROCESSO


4. Competência
4.4. Regras de Competência

DIREITO DE AÇÃO (Continuação)

4. Competência

4.4. Regras de Competência

Ainda sobre Competência da Justiça Federal, quanto ao critério da Matéria:

Art. 51, CPC: se a União for autora é competente o domicílio do réu (seção/subseção).

Art. 51, parágrafo único, CPC: se a União for ré, são três possibilidades de escolha:

i- é competente o domicílio do autor; ou


ii- do foro do local do fato/ato; ou
iii- foro da situação da coisa*; ou
iv- no Distrito Federal.

Sobre o foro da situação da coisa -> aplica-se o art. 47 do CPC na Justiça Federal, ou seja, ação real imobiliária tem
que ser na seção judiciária do imóvel (não precisa ser na Comarca, mas tem que ser na seção).

Art. 45, CPC - notas:

i- O ingresso de ente federal em processo da Justiça Estadual tem como efeito o deslocamento da
competência para a Justiça Federal. Mas, se o juiz Federal excluir o ente federal, os autos são devolvidos
para a Justiça Estadual e, o juiz estadual não pode suscitar conflito negativo (art. 45, §3º, CPC) – o teor
deste artigo já estava nas Súmulas 150 e 254, STJ.

Obs.: Na verdade, só o juiz federal tem competência para decidir se realmente existe interesse e legitimidade do
ente federal.

ii- Se houver cumulação de pedidos na inicial e o juízo for absolutamente incompetente para um deles:
O juízo estadual dará sequência ao processo, deixando de apreciar o pedido da competência da Justiça
Federal (§2º, art.45, CPC). Neste caso, ao despachar a inicial, o juiz indefere a cumulação de pedidos e
determina o prosseguimento do feito apenas quanto ao pedido da sua competência.

Súmula 489, STJ: Se houver conexão ou continência entre AÇÕES CIVIS PÚBLICAS da Justiça Estadual e da Federal,
reúnem-se na Federal – Argumento implícito da Vis Atrativa, do Professor Marinoni.

EXTENSIVO REGULAR
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
d) Modificação da Competência Relativa (Arts. 54 e seguintes, CPC)

Lembrar que a competência relativa pode ser alterada: i- Pela vontade das partes (de forma expressa - foro de
eleição; ou de forma tácita - prorrogação da Competência); ou ii- Em razão da ligação entre as Ações (trata-se da
Conexão ou da Continência).

Obs.: O foro de eleição é uma cláusula de contrato escrito, escolhendo a Comarca que vincula os contratos,
sucessores e herdeiros. No contrato de adesão, essa cláusula deve ser destacada e com anuência expressa do
aderente.

Conexão (Art.55, CPC):


Conexão é a ligação entre ações com:

Mesma causa de pedir;

OU

Mesmo pedido.

O §2º do art. 55, CPC determina que há conexão:

i- Entre Execução de título extrajudicial e ação de conhecimento sobre o mesmo negócio jurídico
(Novidade!).
ii- Entre Execuções fundadas no mesmo título.

O §3º do art. 55, CPC diz que mesmo sem conexão, devem ser reunidas as ações se houver risco de decisões
conflitantes. –> Note-se que a ideia é: não faz mal que o pedido ou a casa de pedir não sejam idênticos, o CPC
determina a reunião para evitar decisões conflitantes.

O §1º do art. 55, CPC diz que se houver conexão, as ações serão reunidas no juízo prevento, salvo se uma delas já
teve sentença. Portanto, a reunião é obrigatória e a exceção é única.

Continência (art. 56, CPC):


Continência é uma conexão específica e mais forte, porque tem mais pontos comum. Explica-se: Tem ligação /
vínculo entre ações com:

Mesmas Partes;
E
Mesma causa de Pedir;
E
Pedido de uma é maior e contém o da outra.

Veja-se que é quase uma litispendência, só não é, porque um pedido é mais abrangente que o outro.
Novidade! Art. 57, CPC: se a ação contida (menor) for posterior ela será extinta sem mérito (fundamento técnico
= litispendência); lado outro, se a ação contida for anterior, elas serão reunidas.

Arts. 58 e 59, CPC: a Lei manteve a ideia de que a reunião ocorrerá no juízo prevento e, vale lembrar que se torna
prevento o juízo no qual registrada ou distribuída a primeira das iniciais.

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e) Conflito de Competência (art. 66, CPC)

Conflito de competência ocorre quando dois ou mais juízes divergem quanto à competência.

Espécies de conflito:

i- Conflito Positivo: dois ou mais juízes se consideram competentes para a mesma causa.
ii- Conflito Negativo: quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes para a mesma causa.
iii- Conflito Por Conexão: ocorre quando os juízes divergem sobre a reunião ou separação de processos.

Art. 66, §único, CPC: O juiz que não acolher a competência declinada deve suscitar o conflito, salvo se a atribuir a
outro juízo.

Obs.: O juiz declinado não pode devolver os autos ao juízo declinante.

Procedimento do Conflito de Competência (arts. 951 a 959, CPC):


O conflito pode ser suscitado pelo juiz, pelo MP e pelas partes. Ele é decidido pelo tribunal, mas o MP só intervirá
dando parecer no tribunal nas hipóteses do artigo 178, CPC (casos de intervenção do MP).

O CPC impede a mesma parte de discutir o mesmo assunto por duas vias, por isso, o art. 952, CPC diz que não pode
suscitar o conflito quem já arguiu a incompetência. Já o conflito não impede que quem não o suscitou venha arguir
incompetência.

Para a maioria da doutrina, o juiz só pode suscitar o conflito, no caso de competência ou incompetência absoluta,
do contrário ele estaria controlando competência ou incompetência relativa de ofício.

Questão para a próxima aula: Uma ação foi ajuizada no RJ e o juiz mandou o processo para SP. Em SP o magistrado
entendeu que de fato o processo era de competência do RJ. O que o magistrado de SP pode fazer nessa situação?

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