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CICLOS ECONÔMICOS NO BRASIL COLÔNIA

SAGGIN, Luiz Eduardo, RU-1722113

SOBRENOME, Nome do orientador (o nome


do Corretor deve ser colocado após a
primeira postagem)

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo estudar uma explanação sobre os principais ciclos
econômicos do Brasil, e, um histórico a partir do primeiro ciclo, que surgiu com a
comercialização do Pau Brasil, até os nossos dias. Explica também quais as causas
dos diferentes ciclos bem como os principais estudiosos que conseguiram
enxergar a influência destes na nossa economia. Exposição de um plano de
aula, como exemplo, de instruir esse assunto em sala de aula. O objetivo é mostrar
qual a influência dos ciclos econômicos na economia e vida de nosso país.

Palavras-chave: Ciclos econômicos. Economia. Influências.


Contribuições. Consequências.

1. INTRODUÇÃO

A História do Brasil é dividida em quatro períodos gerais: Pré-


Descobrimento (até 1500), Colônias (1500 a 1822), Império (1822 a 1889) e
República (de 1889 aos dias atuais).
A economia brasileira viveu vários ciclos ao longo da História. Em
cada ciclo, um setor específico foi privilegiado, provocando sucessivas
mudanças sociais, populacionais, políticas e culturais dentro da sociedade
brasileira.
Este projeto terá como tema os ciclos econômicos, na época do
Brasil Colônia, sendo o ciclo do pau brasil, ciclo da cana-de-açúcar, ciclo
do ouro, ciclo do algodão e ciclo do café.
Percebe-se que a maneira como este período do Brasil Colônia, de
acordo com os ciclos, influenciou na economia do país, abrangendo
também um leque considerável de opções nos mais variados aspectos
da vida social, econômica e política do período e consequentemente até os dias
atuais.
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A economia da época era comandada por Portugal, que mantinha


a exclusividade nos negócios com a colônia. O avanço econômico do
Brasil estava ligado ao aumento do capitalismo mercantil.
No período colonial, foram desenvolvidas atividades de subsistência e
de exportação. Portugal tinha um interesse maior nos negócios que eram
estabelecidos com o mercado externo.
Sendo assim este período pode ser divido em 5 fases, sendo de
1500 à 1581 o período do comercio e poderio português, de 1581 à
1640 o período em que Portugal estava submisso à Coroa Espanhola,
causando o esfacelamento de sua economia, de 1640 à 1675 o período
em que a Coroa Portuguesa abriu concessões comerciais a grandes
potências, como Inglaterra, com o objetivo de manter seu império, de
1675 à 1777 o período em que ocorreu a restauração da economia
portuguesa, de 1777 à 1808 o comercio português refloresceu.
Somente em 1808 houve a transferência da Coroa Portuguesa
para o Brasil, assim sendo que a partir deste momento o Brasil
começa a deixar de ser dependente da economia portuguesa.
Um ciclo econômico é, resumidamente, um período que há rápido
crescimento de uma determinada atividade econômica, um período em que ela
para de crescer e um momento em que ela diminui muito, deixando de
ser a principal função econômica do país.
Sendo assim, convido-lhes para que continue com sua leitura, na qual no
decorrer do artigo conseguirão informar-se e conhecer mais sobre os ciclos
econômicos durante o Brasil colônia, onde estão descritos alguns aspectos
principais de cada período, contudo, acredito que tudo é aprendizagem! Boa leitura!

2. CICLOS ECONÔMICOS NO BRASIL COLÔNIA

Inúmeros ciclos econômicos do Brasil perpassaram o país desde a


época do descobrimento, e esses fazem referência às atividades
econômicas desenvolvidas na nação em cada uma nesses períodos.
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Os principais, são o ciclo do pau-brasil, da cana-de-açúcar, do ouro, do


algodão e do café. Ciclo econômico se refere a variações na economia, no
que diz respeito à intensidade e duração.
Um ciclo econômico não é algo previsível, m as suas fases podem
ser previstas. “Os ciclos são inerentes de mercados livres, capitalistas, mas
alguns autores marxistas e mesmo os liberais enquadram a teoria dos
ciclos nas economias planificadas. ” (BADARÓ, 2008)
O conceito de ciclo iniciou-se a partir da Revolução industrial,
quando o nível da atividade financeira dos países capitalistas e
industrializados começaram a flutuar, refletindo na Economia. E somente após a
Segunda Guerra Mundial os ciclos ficaram mais contidos do que os ciclos anteriores.
Devido ao desenvolvimento da macroeconomia moderna o interesse
nos diferentes tipos de ciclos tem diminuído, pois esses estudos não dão
muita ideia de ciclos regulares periódicos. Mas por outro lado essas teorias
ajudam a identificar as crises nos diferentes ramos do mercado, tendo
cada um sua duração e peculiaridade.
No Brasil colonial, ocorreu inúmeros ciclos principalmente no ramo
agrônomo-cultural-exportadora, a começar pelo Ciclo do Pau-Brasil. O
declínio sedava por fatores que fazem parte das regras de mercado:
- Saturação do Mercado: acontece por excesso de oferta do
produto no mercado.
- Esgotamento das fontes do produto: ocorre quando se trata de
um produto cujas fontes não são renováveis.
- Retração dos importadores: geralmente provocada por uma
depressão econômica, epidemia, guerras civis que geram uma inibição das
importações. (FURTADO, 1998).
Além disso, voltados para o mercado externo, desenvolveu-se outras
atividades econômicas consideradas como complementares tais como: a Pecuária, o
fumo e o algodão. A pecuária foi importante para a ocupação do interior da colônia
como também para o abastecimento. O fumo se constituiu em um produto
importante para a aquisição da mão de obra negra, importante para o funcionamento
da economia açucareira. O algodão se destacou principalmente no Maranhão.
Percebe-se também a existência de um campesinato mesmo que marginal ao
sistema de plantation, foi responsável pelo abastecimento interno.
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Hoje, o Brasil se caracteriza por conter regiões muito diferentes entre si, mas
esse fato era ainda mais acentuado nos tempos coloniais, quando, além de tudo, as
comunicações eram difíceis e existiam áreas inexploradas ou desconhecidas. Sendo
assim veremos os principais ciclos durante o Brasil colônia:

 Ciclo do Pau Brasil


A partir de 1501, com a primeira expedição exploradora de
Portugal em território brasileiro deu-se início à exploração de vegetais e
animais, dentre estes estava o pau-de-tinta, com o também era conhecido,
por ser um a madeira tintorial, muito usado na Europa para tingir tecidos
e confeccionar peças nobres de carpintaria e armação de naus. Apesar de
não ser um produto muito rentável para a Coroa portuguesa ele se
encaixou ao modelo mercantilista-colonialista adotado por Portugal além de
gerar interesse em Florença, Veneza, Espanha e Flandres que também se
interessaram por outras madeiras como ibirapitanga ou pau-vermelho e
jacarandá ou pau-santo para os portugueses. (Apud FURTADO, 1998)
O Pau-Brasil era extraído da mata que margeava o Oceano
Atlântico que se iniciava em Cabo de São Roque no estado que é
hoje o Rio Grande do Norte até Cabo Frio no Rio de janeiro. Foi
uma extração em larga escala que apenas a produção inicial chegou a
10mil quintais ano e por ganhar tal significação no mercado europeu
acabou dando nome à nova terra. A planta foi a pauta de exportação
do Brasil até 1555, mas ao passo que a matéria-prima começou a ficar
escassa na orla marítima, foi-se aumentando o custo da extração
diminuindo o interesse pelo seu comércio, findando aos poucos o ciclo do
Pau-Brasil. (Apud FURTADO, 1998)
Vamos conhecer um pouco sobre a árvore Pau-brasil?
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Fonte: site Arvores de São Paulo.

Várias eram as suas utilidades - os Índios a usavam na produção de seus


arcos e flechas e na pintura de enfeites, antes mesmo dos portugueses chegarem
aqui. A árvore, que tinha uma essência corante, extraída da madeira, já era utilizada
no tingimento de tecidos e na produção de tintas para desenho e pintura – era o
que poderia render lucros e dividendos à Coroa. Portugal, que antes adquiria está
substância por intermédio dos mercadores que vinham do Oriente, então,
visualizando um futuro promissor pela frente, tornou a exploração do Pau-Brasil
posse exclusiva da Coroa.
A exploração da árvore do Pau-brasil veio a ser a primeira atividade
econômica empreendida pelos portugueses em território brasileiro. Sua extração foi
fácil, pois o Pau-brasil estava localizado em florestas do litoral e havia um
intercâmbio permanente com os Índios, que trabalhavam e conduziam as toras em
troca de mercadorias europeias banais, tais como facões, machados, espelhos,
panos, entre outras coisas.
O Pau-brasil só poderia ser retirado de nossas matas se houvesse uma
autorização preliminar da Coroa Portuguesa e o acerto das taxas era estipulado pela
coroa. O primeiro a usufruir dessa concessão, em 1501, foi Fernando de Noronha, o
qual tinha como sócios vários comerciantes judeus, porém, em troca desta
permissão, tinham por obrigação enviar embarcações para a nova terra.
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Era proibido aos colonos explorar ou queimar a madeira corante. Os


espanhóis, por apreço ao que dizia o Tratado de Tordesilhas, retiraram-se do litoral
brasileiro, ao contrário dos piratas franceses que, ignorando tal tratado, passaram a
extrair a madeira ilicitamente, inclusive lançando fogo na parte inferior do tronco,
causando muitos incêndios, o que veio a provocar sé rios prejuízos à mata.
O fim do ciclo econômico do Pau-brasil ocorreu no século 16, pela enorme
carência da espécie nas matas e pela descoberta de um corante não natural
correlativo.
No ano de 1530, em alguns locais litorâneos, o pau-brasil já é insuficiente,
apesar do Brasil ter mantido a exportação da madeira até o início do século XIX. Do
início de seu tráfico restaram somente 3% de Floresta Atlântica e, por consequência,
convivemos até hoje com o desmatamento indiscriminado que coloca em perigo
nossa biodiversidade.

 Ciclo da Cana de Açúcar

Fonte: blog spot seguindo passos história.


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O consumo generalizado de açúcar na Europa, se tornou produto


conjuntural a ser produzido em sua colônia americana e que serviu de
base para fixação definitiva do Europeu no Brasil. Na segunda metade do século
XVI até fins do século XVII o açúcar brasileiro dominou o comércio mundial. A
importância comercial deste produto e a sua grande expansão em terras
brasileiras constituíram fatores geradores da Economia. Passaram a financiar
a agroindústria do açúcar no Brasil, tanto nas instalações de engenhos
como nas importações de escravos da África. Com elevação contínua da
produção e os preços do açúcar, o produto alcança o seu apogeu no
período de 1646-1654. Tendo o Brasil neste período 350 engenhos e a
Produção em 30.000 toneladas. Em 1670, com a entrada do
açúcar antilhano no mercado mundial houve uma queda no preço do
produto, tirando condições de competitividade do açúcar brasileiro e
consequentemente, provocando a queda das exportações. Quando antes as
receitas auferidas com a exportação eram bem significativas, com essa
mudança no mercado internacional ocorreu a primeira grande crise da
economia colonial brasileira, estabelecendo assim apenas para o consumo
interno e voltando a aquecer a economia açucareira somente no século
XVIII, quando voltou a atender ao Mercado Europeu, privado do açúcar antilhano
em decorrência de perturbações de natureza política que envolveram a s
possessões Inglesas e Francesas. (Apud FURTADO, 1998)
A prosperidade da produção açucareira no Brasil chamou a atenção dos
holandeses que, em 1630, invadiram Pernambuco, maior produtor de açúcar da
época. Os flamengos passaram então a trabalhar no local, adquirindo a experiência
necessária do cultivo da cana de açúcar para, após sua expulsão, poderes me
utilizar este aprendizado, e foi o que aconteceu. Após a expulsão, foram para as
Antilhas, onde prosseguiram com a cultura do açúcar, passando a ser durante os
séculos XVII e XVIII, concorrentes do Brasil no abastecimento do mercado
europeu.
Já no século XVIII a Holanda supera-se na construção de uma indústria
açucareira e no abastecimento do mercado europeu, e faz com que o Brasil perca o
monopólio do açúcar, quebrando o quadro político-econômico vigente na época. O
século XVIII põe fim ao ciclo da cana de açúcar no Brasil, abrindo novos caminhos
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para uma nova etapa, um novo período, que na história ficou conhecido como o ciclo
do ouro.

 Ciclo do ouro

Fonte: extração aurífera; fonte: guia chapada diamantina.

A extração de ouro e diamante era feito nas regiões de Goiás, Mato Gero sós
e, principalmente, Minas Gerais. A tingiu o apogeu entre os anos de 1750 e 1770,
justamente no período em que a Inglaterra industrializava - se e consolidava- se
como uma potência hegemônica, exercendo uma influência econômica cada vez
maior sobre Portugal.
O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por profundas mudanças
demográfica. Em cem anos a população cresceu de 300 mil para, aproximadamente,
3 milhões de pessoas, incluindo aí, um deslocamento de 800 mil portugueses para o
Brasil. Paralelamente foi intensificado o comércio interno de escravos, chegando do
Nordeste cerca de 600 mil negros.
Embora mantivesse a base escravista, a sociedade mineradora diferenciava-
se da açucareira, por seu comportamento urbano, menos aristocrática e
intelectualmente mais evoluída.
O segmento menos favorecido era formado por homens livres pobres
(brancos, mestiços e negros libertos), que eram faiscadores, aventureiros e
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biscateiros, enquanto que a base social permanecia formada por escravos que em
meados do século XVIII, representavam 70% da população mineira.
Para os escravos, a mineração foi um retrocesso, pois apesar de alguns
terem conseguido a liberdade, a grande maioria passou a viver em condições bem
piores do que no período anterior, escavando em verdadeiros buracos onde até a
respiração era dificultada. Trabalhavam também na água ou atolados no barro no
interior das minas. Essas condições desumanas resultam na organização de novos
quilombos, como do rio das Mortes, em Minas Gerais, e o de Carlota, no Mato
Grosso.
Com o crescimento do número de pequenos e médios proprietários a
mineração gerou uma menor concentração de renda, ocorrendo inicialmente um
processo inflacionário.
A acentuação da vida urbana trouxe também mudanças culturais e
intelectuais, destacando-se a chamada escola mineira, que se transformou no
principal centro do Arcadismo no Brasil. São famosas as obras esculturais e
arquitetônicas de Antônio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho", em Minas Gerais, na
música destaca-se o estilo sacro barroco do mineiro José Joaquim Em Érico Lobo
de Mesquita.
De Piratininga a população mudou-se em grande quantidade. Do Nordeste foi
deslocado muitos recursos, principalmente sob forma de mão de obra escrava. De
Portugal veio uma grande corrente migratória espontânea com destino ao Brasil. A
colônia iria se modificar significativamente.
Transferir-se de Portugal para o Brasil só tinhas vantagem para aquelas
pessoas que tinham meios para financiar uma empresa de dimensão relativamente
grande.
A população estava bem distante do território, estava em grande parte
reunida em grupos urbanos e semiurbano. A grande distância existente entre a
região mineira e os portos contribuiu para o aumento relativamente dos importados.
A entrada e trânsito pela região de mineração e passagem de
rios que sobrecarregavam os colonos, diminuindo a sua capacidade de poupança
para novos investimentos, além de estimular o contrabando e a sonegação
em geral. Parte da arrecadação ficava na colônia, sob a forma de
serviços públicos, mas as tarifas sobre a extração eram canalizadas para
a metrópole. Tamanho abuso de Lisboa determinou um clima de revolta,
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culminando coma Inconfidência Mineira que apesar de todos os percalços,


conseguiu pôr um fim nesses atos predatórios para a colônia. (Apud LACERDA,
2000)
Não havia mais abundância na extração do ouro juntamente com
o baixo nível tecnológico pelo explorador, sem pesquisa ou aprofundamento
de seus conhecimentos. A administração colonial não investira em
educação nem na racionalização de processos produtivos. Tudo isso
contribuiu para a queda na atividade mineradora. (Apud LACERDA, 2000)
O Brasil também teve participação na exploração de diamantes,
mas por pouco tempo pois a África do Sul descobriu posteriormente
grandes jazidas dessa pedra. A mineração, apesar de relativamente efêmera,
ocupou um lugar de destaque na história da colônia.
No período de sua vigência, foi o foco das atenções no país,
crescendo em detrimento das demais atividades. Houve uma corrida ao
ouro, de outras regiões do país em direção a Minas Gerais, alterando o
quadro populacional, promovendo a ocupação do Centro-Oeste e a mudança do
eixo econômico, que até então estava localizado junto à produção açucareira. (Apud
LACERDA, 2000)
Na segunda metade do século XVIII, a mineração entra em decadência com a
paralisação das descobertas. Esse esgotamento deve-se ao desconhecimento
técnico dos mineradores, já que a extração era feita apenas nos veios (leitos dos
rios), nos tabuleiros (margens) e nas Grupiara (encostas mais profundas) a técnica,
apesar de rudimentar, foi suficiente para o sucesso do empreendimento.
Como as outras atividades eram subsidiárias ao ouro e ao diamante, toda
economia colonial entrou em declínio. A suposta riqueza gerada pela mineração não
permaneceu no Brasil e nem foi para Portugal. A dependência lusa em relação ao
capitalismo inglês era antiga, e nesse sentido, a maior parte das dívidas portuguesas
acabaram sendo pagas com ouro brasileiro, acumulando capital na Inglaterra. O
estado de pobreza da Metrópole e da colônia explica a tamanha rapidez com que se
desenvolveu a economia do ouro no início do século XVlll.
Á medida que se reduzia a produção, as maiores empresas seriam
descapitalizadas. A reposição de mão de obra escrava já não era feita, e muitos
empresários, com o tempo, foram reduzindo. A ilusão de que uma nova descoberta
poderia vir a qualquer momento induzia o empresário a persistir na destruição de
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seu ativo, em vez de transferir ativos para outra atividade econômica. A perda maior
foi para aqueles empresários que tinham aplicado grande capital em escravo e via
seu capital baixar dia-dia.

 Ciclo do Algodão

Fonte: Portal Conhecimento Científico.

O algodão era tido como "[ ... ] principal suporte da economia da zona
semiárida do Nordeste, que compreende desde o plantio até a industrialização, dada
a sua ponderação na renda da região". (BARROS, 1988, p. 7).
Nesse entremeio, deve-se pôr a ressalto de uma atividade ainda bastante
comum nos sertões, a chamada agricultura de subsistência, segundo Prado Júnior
(1960), é um tipo de atividade semelhante à do camponês europeu, motivada pelo
trabalho patriarcal, e consiste numa atividade sem fins lucrativos, apenas para
abastecer a mesa da família.
Enquanto isso, a rentabilidade vinha das culturas para exportação, pois
extensas áreas estavam largamente ocupadas por cultivos voltados para a atenção
do mercado internacional, sobretudo europeu.
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Ante a falência da grande lavoura, tudo se voltou ao "pó" nas primeiras


décadas. Foi assim com a derrocada da pecuária em contrapartida à ascensão do
gado gaúcho, posteriormente reerguida pelo algodão. Depois, é a vez da derrocada
do algodão impulsionada pelo ataque do bicudo (Anthonomus grandis), deixando
sertanejos ao deus-dará, sujeitos a vicissitudes climáticas e a catastróficas
incidências sociais das secas.
A critério de ressalva, as secas, como justifica Ab'Saber (1990), não se trata
de um problema climático, pois o fato que ocorre é de "incidências socialmente
catastróficas de anos de grande secura". (AB'SABER, 1990, p. 149).
Isto é, em virtude da dedicação exclusiva aos ciclos econômicos e mediante
uma pequena condição de segurança alimentar, representada pela agricultura de
subsistência, as grandes massas da população sertaneja sempre ficam sujeitas a
situações catastróficas quando um ciclo econômico sofre ruptura, condenando,
dessa forma, essas populações e gerando uma exploração na natureza fortemente
alterada pelo ciclo econômico outrora vigente.
Com o esgotamento das minas de ouro no país, o algodão (chamado de "ouro
branco”) passa a ser um dos principais produtos de exportação a partir
do século XVIII e início do XIX. Com o advento da Revolução industrial na
Inglaterra e a necessidade de obter matéria prima para a indústria têxtil,
o algodão passou a ter um papel preponderante na economia do país. Essa
fase é chamada de “Renascimento Agrícola” uma vez muitos produtos
tropicais começam a ser cultivados simultaneamente pelo país, com o
intuito de suprir o mercado externo europeu. Um dos fatores determinantes foi o
crescimento da população europeia nesse período e, consequentemente, o aumento
do consumo de produtos tropicais.
Portanto, o algodão brasileiro foi muito usado como matéria-prima para
a indústria têxtil britânica. Com o avanço da cultura do café, a partir do
começo do século XIX, o algodão deixou de ser um dos principais produtos
exportado pelo Brasil. Porém, vale ressaltar que o cultivo e beneficiamento do
algodão não deixaram de ser importantes atividades econômicas no Brasil. Até
hoje, o cultivo de algodão é muito importante na economia brasileira.

 Ciclo do Café
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Fontes: revista Globo Rural.

No final do século XVIII e início do século XX o Brasil produzia


café e exportava em pequenas quantidades.

O aumento do consumo interno, com a vinda da Corte


Portuguesa, estimulou maior plantio nas encostas das
montanhas do Rio de janeiro, logo se estendendo às
elevações às margens do Rio Paraíba, onde o café
encontrou condições favoráveis para sua cultura. A produção
aumentou em escala crescente, passando o café a se
destacar na pauta de exportações, a partir de 1832. A
produção de café no Brasil cresceu 206%, entre 1820 e1840.
O consumo internacional aumentou em grande escala e a
produção brasileira atendeu plenamente a demanda. Assim
sendo, mesmo quando o preço oscilava no mercado
mundial, sua queda era compensada pelo aumento do
volume de exportações, assegurando o nível de receita. A
expansão cafeeira repercutiu em todos os setores a vida nacional.
Enquanto a produção mundial de café triplicou, entre 1825-
1850, a brasileira quintuplicou, marcando um novo ciclo de
produção na economia d o país, durante o qual o centro
econômico e político deslocaram-se do Nordeste para o
Sudeste e o Rio de Janeiro consolidou sua posição econômico-
social como sede do Império. (Apud LACERDA, 2000).

Por conta da crise da superprodução houve a queda do preço


do café no mercado mundial e o Governo, como forma de proteção a o
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exportador, foi desvalorizando a moeda comprometendo a capacidade de o


país saldar sua dívida externa.
Realmente o café ocupou uma posição de destaque na pauta de
exportações e se manteve com boa demanda no mercado consumidor
interno, mas perdeu sua posição como principal fator gerador da economia
nacional a partir dos anos trinta, com a mudança da política econômica do
País. No final do século XIX expandiu-se a cultura do café. A produção brasileira
tinha aumentado de 3 milhões em 1881 para 16,2 milhões em 1900.
Veio a crise. A o comprova a crise de superprodução, início do século XX,
os empresários brasileiros notaram que estavam em situação tranquila. Tudo que
precisaram eram de recursos financeiros para reduzir a produção, sendo assim,
formaram estoques para serem utilizados quando o mercado estivesse em alta.
A partir de 1893 prolongou -se a crise nos EUA. Os americanos que eram no osso
maior cliente, reduziram a sua importação, também reduziram a compram o
mercado mundial. O valor da saca caiu em 1896. Em 1897 o correu uma nova
depreciação no mercado mundial que derreteu no s dois anos seguintes.
Os estoques de café aumentavam ano a ano. Discutiu-se a ideia de retirar do
mercado parte do estoque, essa ideia ganhou peso nos dirigentes cafeeiros. No
convênio de Taubaté, em fevereiro de 1906, foram debatidas as bases para uma
política chamada de política de valorização do café. Os planos de defesa dos
cafeicultores foram bem-sucedido.
Chega a crise mundial de 1929, a qual encontrou uma situação de extrema
vulnerabilidade. Foi pensada outra política de subsídios para que os produtores
pudessem utilizar e criar outras formas de atividade econômica e exportação.
Obteve empréstimos estrangeiros para os produtores como forma de retirar o
produto do mercado, uma compensação pelo prejuízo.
Foi adotado política de destruição do café, para garantir um preço mínimo de
compra junto aos cafeicultores. Nessa política de destruição, a dotado em 1931,
era injetado cerca de 1 bilhão de Cruzeiro para aquisição do café depois era
destruído.
Entre 1927-29 ocorreu uma forte entrada de capital privado estrangeiro no
país que somado a chegada de empréstimos, para financiar o café, depois ficou uma
situação favorável. Porém, infelizmente, com a chagada da crise de 1929 os
capitais que tinham entrado no Brasil foram embora em questão de alguns meses.
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Sendo assim, como o projeto relatou os cinco principais ciclos


econômicos, na época do Brasil Colônia, sobre cada um desses ciclos teremos
um plano de aula como exemplo de atividades para serem trabalhadas em sala de
aula.
Em anexo contém os planos de aula. (Anexo 1)

3. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica através da busca em estudos


indexados, baseados nos estudos de autores como Milton Braga Furtado, após
consulta às terminologias em biblioteca virtual.
Os descritores utilizados foram ciclos econômicos, Brasil colônia, ciclo do
pau-Brasil, ciclo do ouro, ciclo do açúcar, ciclo do algodão, ciclo do café, como
trabalhar em sala de aula a história dos ciclos econômicos no Brasil.
Os critérios de inclusão utilizados foram: livros, artigos, teses e dissertações:
1) tivessem sido publicados na íntegra, no período entre 1500 a 2021, no idioma
português e inglês; 2) contivessem alguns dos descritores selecionados; e 3)
estivessem disponíveis no Brasil. Alguns trabalhos mais citados, publicados antes
desse período foram incluídos tendo em vista os critérios de pioneirismo e impacto
na literatura.
Para os planos de aula, que serão realizados pelos professores de forma
prática, os conteúdos serão trabalhos em forma de aula, em grupo de
no máximo três pessoas; terão tempo para fazer pesquisas em casa
também, pois as aulas terão sequência, sendo que cada assunto (ciclo
econômico) terá o tempo de 90 minutos por aula para desenvolver, cada aula
terá uma atividade diferente, com intervalo de dois dias para a próxima aula,
para terem tempo de providenciar as pesquisas e materiais que serão usados de
maneira interativa para melhor assimilar o conteúdo.
Serão feitas pesquisas sobre o assunto, e poderão usar o material
de informática da escola, como computador, impressora para imprimir os
materiais, poderão consultar sites, revistas, livros de história que estão
disponíveis na escola onde se encontram inseridos, vídeos, artigos sobre o
assunto.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se que o Brasil sofreu várias mudanças desde seu descobrimento,


até os dias atuais, são muitos anos de história, porém um dos pontos dos
quais fez com que o Brasil se desenvolver foi na área econômica.
Notamos que as desigualdades sociais, no país aos poucos vêm
diminuindo, cada vez mais o país se consolida como uma república
democrática e aos poucos vai transformando sua economia basicamente
agrícola em uma economia industrial e agora também intelectual e ambiental.
Concluiu-se que para chegarmos até aqui, o país sofreu grandes
mudanças, com erros e acertos, vitórias e fracassos, principalmente nas
áreas políticas e econômicas, porém é muito importante entender um
pouco mais o que o país passou nos primeiros anos de sua história, o
período colonial, de 1500 a 1822.
Além disso, em nenhum momento, os produtos líderes da exportação
tiveram suas atividades interrompidas. Sendo que, o pau-brasil foi exportado até a
segunda metade do século XIX. O açúcar nunca deixou de se expandir, inclusive
para além do Nordeste, como foi no norte fluminense no séc. XVIII. foi a
base da economia colonial e ainda hoje tem destaque na economia
brasileira sendo o Brasil o principal produtor de cana de açúcar do
mundo. O ouro continuou sendo extraído, em escala reduzida, até o início do séc.
XIX.
Sendo assim, a sociedade atual, devido a sua alta complexidade, vive
de contínuas mudanças estruturais das quais são representadas por um ciclo
econômico. É importante ressaltar que esse ciclo econômico sempre
aconteceu na história da humanidade, pois é um fato intrínseco a
economias complexas onde ocorrem transações diárias dos mais diversos tipos
de produtos e serviços.
Acredita-se que o ciclo econômico pode ser caracterizado pela
flutuação natural que ocorre numa economia de tempos em tempos. Isso
acontece porque o cenário econômico de um país nunca terá uma dinâmica
estável o tempo todo. A economia de todo país está baseada na produção
de bens e serviços produzidos de forma agregada, de modo que cenários
de expansão e contração da atividade econômica sempre acontecerão.
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REFERÊNCIAS

AB 'SABER, Aziz Nacib. Floram Nordeste Seco. Revista Estudos Avançados. Ano
4, vol. 9. São Paulo, 1990.

BADARÓ, Murilo Prado (Artigo ± 2008)

BARROS, Antônio Cardoso do Rêgo. Plano da SUDENE para o desenvolvimento


da cultura do algodão - 1961 e 1962. Coleção Mossoroense, série B, n° 489.
Mossoró: ESAM, 1988.

FURTADO, Milton Braga. Síntese da Economia Brasileira, Ed. LTC, São


Paulo,1998.

FURTADO, Milton Braga. Síntese da Economia Brasileira, 7º ed, Ed. LTC,


São Paulo, 1999.

LACERDA, Antônio Corrêa et alii Economia Brasileira, 2000.

PRADO JUNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. 4. ed. São Paulo:


Brasiliense, 1960.

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Engenho de Açúcar”; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historiab/engenho-acucar.htm Acesso em 20 de maio
de 2021.

ANEXOS E APÊNDICES

PLANO DE AUL A 01

TEMA: “Ciclo Econômico do Pau-Brasil – Brasil Colônia”


OBJETIVO: compreender que a exploração do pau-brasil se constituiu em
uma atividade comercial dos portugueses, que implicou no trabalho escravo
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dos índios, e discutir quais foram a s relações estabelecidas entre


colonizadores e colonizados, as lutas indígenas que expressaram a ação de
invasão e domínio dos portugueses.

ATIVIDADE:
- Começar falando sobre o Pau Brasil, como sendo uma das riquezas naturais do
país na época do Brasil Colônia, fazer uma síntese do que foi esse
período para a formação e história do nosso povo.
Discutir as relações de exploração, envolver os alunos, despertando neles
curiosidades, promovendo a fala e o diálogo, e com o professor os outros
colegas.
Apresentar a eles os vídeos parte um e parte dois “A cor do Pau Brasil”. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=KigZhT77nJw
Depois pedir que escrevam o que perceberam e entenderam no vídeo.
Conforme combinado, serão divididos em grupos e deverão fazer uma
pesquisa em casa sobre o desenvolvimento histórico do ciclo do pau
Brasil.
Deverão fazer o mapa do Brasil, e ilustrar ou colocar figuras que
correspondam à época, nos estados em que ocorreu a exploração.
Deverão fazer cartazes onde irão colar o mapa e fazer as observações
sobre o desenvolvimento histórico do ciclo do pau Brasil, para apresentação aos
colegas.

PLANO DE AULA 02
TEMA: “Ciclo Econômico da Cana-de-açúcar – Brasil Colônia”
OBJETIVO: Conhecer a importância econômica da cana-de-açúcar no período
colonial.
Entender a produção de cana-de-açúcar no nordeste brasileiro na atualidade.

ATIVIDADE:
Iniciar a aula informando aos alunos, como ocorreu o início da ocupação
Territorial e da formação econômica do território brasileiro.
Ressaltar a importância dos engenhos de produção de açúcar para a
economia do Brasil colonial.
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Levar para os alunos o seguinte texto em áudio, “O Engenho de


Açúcar”, após escutarem o texto, organiza-los em grupos e questioná-los:
- Quando e quem trouxe as primeiras mudas de cana-de-açúcar para o Brasil?
- A cana-de-açúcar, n o período colonial, servia como matéria prima para a
fabricação
De qual produto?
- Como eram os engenhos e como se processava a produção de açúcar?
- Como se configurava a organização social nas áreas dos engenhos?
- quais eram os dois tipos de açúcar produzidos nos engenhos e qual
a sua destinação?
No final da aula combinar atividade para a próxima aula que será
sobre o mesmo tema, mas de maneira diferente, pois terão que pesquisar
sobre o tema do ciclo da Cana de Açúcar.
- SOUSA, Rainer Gonçalves. "Engenho de Açúcar”; Brasil Escola. Disponível em
<Https://brasilescola.uol.com.br/historiab/engenho-acucar.htm>. Acesso em 15
de
Maio de 2021.

PLANO DE AULA 03
TEMA: “Ciclo do Ouro – Brasil Colônia”
OBJETIVO:
Organizar as informações para discutir a problemática relacionada às
Condições de trabalho, de pobreza e desvalorização do negro no Brasil.
ATIVIDADE:
Em primeiro momento da aula para reconhecer as características do
Brasil
Colonial na fase do ciclo do ouro e as características do trabalho escravo
desta fase fara-se uso do recurso do MEC: “Fausto e a pobreza das minas” (vídeo).
No segundo momento, após o vídeo, o professor juntamente com os
alunos, irão discutir o seguinte:
-O usufruto por parte de Portugal da riqueza do Brasil para se
reerguer
Economicamente;
- A corrida dos europeus na busca de riqueza;
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- As medidas políticas do rei de Portugal para se apropriar da riqueza do Brasil;


- O avanço na interiorização do Brasil com o movimento à busca do ouro;
- os conflitos entre os paulistas e os forasteiros com a finalidade de
demarcar a posse do ouro em Minas Gerais;
- analisar o trabalho escravo nas minas, reconhecendo os exploradores
como proprietários dos escravos e do ouro;
- Verificar as condições de trabalho escravo nas minas.
No final da aula combinar atividade para a próxima aula que será
sobre o mesmo tema, mas de maneira diferente, pois terão que pesquisar
sobre o tema do ciclo do Ouro.

PLANO DE AULA 04
TEMA: “Ciclo do Algodão – Brasil Colônia”
OBJETIVO:
Qual a importância do ciclo do algodão para a indústria têxtil no Brasil.
Os fatores que propulsionaram o cultivo do algodão no país, como a
Revolução industrial inglesa, que cada vez mais exigia matéria prima
para
Fabricação de produtos da indústria têxtil.
ATIVIDADES:
Começar a aula falando sobre a importância do algodão na economia do país, o
porquê de ser chamado de “ouro branco”, qual a finalidade do algodão;
comentar sobre a época do Brasil Colônia, especificamente no século XVIII,
como começou a ser cultivado o algodão, quem eram os encarregados
do cultivo, colheita e armazenamento, o trabalho escravo da época.
Pedir aos alunos que escrevam um breve texto sobre o que
entenderam e o que sentiram a respeito das colocações da professora, isso
para irem assimilando o conteúdo.
No final da aula combinar atividade para a próxima aula que será
sobre o mesmo tema, mas de maneira diferente, pois terão que pesquisar
sobre o tema do ciclo do Algodão.

PLANO DE AULA 05
TEMA: “Ciclo do Café – Brasil Colônia”
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OBJETIVO:
Conhecer a mão de obra utilizada nas lavouras cafeeiras no Brasil.
Reconhecer as contribuições dos imigrantes europeus na construção da
Imagem do Brasil no século XIX.
ATIVIDADE:
Começar a aula falando aos alunos sobre o ciclo do café para que
eles compreendam o desenvolvimento econômico do país durante o
período, e ainda, compreender motivos das políticas de imigração europeia no
Brasil no século XIX.
Em seguida o professor irá apresentar o vídeo “TV Escola História O reino do
café Brasil 500 anos o Brasil Império na TV”.
Após assistirem o vídeo, fazer um debate com os alunos sobre o
período do Império, as regiões do Brasil onde era cultivado o café, a mão de
obra utilizada e os imigrantes.
No final da aula combinar atividade para a próxima aula que será
sobre o mesmo tema, mas de maneira diferente, pois terão que pesquisar
sobre o tema do ciclo do Café.
Disponível: http://www.youtube.com/watch?v=u7mq2DWZbEQ.

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