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POMBALINA_
+
NQMUNDO LUSO'BRASILEIRO
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Av.:uman
Copyright © Francisco Falcon e Claudia Rodrigues
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dosautores.
Osconceitosemitidos nestelivro sãode inteira responsaãilidade
1aedição 2015
Inclui bibliografia.
ISBN: 97885-22516544
-
CDD 946.903
3.
Antonio Carlos]uca'deSampaio'
INTRODUÇÃO
.
W
DoutoremhistóriapelaUniversidade
Federal (UFF).Professor
Fluminense daUniversi
dadeFederaldo Rio deJaneiro (UFRJ) e pesquisadordo CNPq.
1. Mesmo Kenneth Maxwell, que busca estabeleceruma visão equilibrada da atuação de
considera
Pombal, suapolíticacomoessencialmente
reativa:
Maxwell(1996:169-170).
,32 A EPOCA POMBALINA NO MUNDO LUSOBRASILEIRO
2. Pierre Verger mostra como as tentativas de se criar companhias para o comércio com a
Africa visando uma maior participação de comerciantes reinóis no tráfico sempre esbarra-
ram na resistênciados comerciantescoloniais, que de fato controlavam tal atividade: Verger
(1987:59-107). Ainda no final do século XVIII, a Coroa portuguesa buscava diminuir a
autonomia dos comerciantescoloniais em tal comércio, igualmente sem sucesso:Ferreira
(2001:368-370).
3. Os exemplosmais claros são a reconstruçãode Lisboa após o terremoto e a reforma do
exército português como consequência da Guerra dos Sete Anos.
A economiado impériopartuguêsnoperz'odopamáalina33
4. O caráter limitado da viradeira já havia sido percebido por Charles Boxer: Boxer
(1992:194-195).
5. Há uma vastabibliografia sobre esseprocesso.Ver, por exemplo: Boxer (19921cap.VII).
34 A ÉPOCAPOMBALINA
NOMUNDO
LUSO-BRASILEIRO
6. Para uma análise dessa idade do ouro, ver: Boxer (1963). Para os caminhos e descamiª
nhos do ouro, ver: Sampaio (2003zcap.3).
7. Mais do que o que arrecadavadiretamente, com os quintos, a Coroa era beneficiadaSO
bretudo pelo aumentoda arrecadaçãodos tributos cobrados da atividade comercial,comoa
dízima da alfândega:Hespanha (1998:189195).
A do
economia no
português
império período
pombalina35
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17
Fonte: Morineau (1985:170).
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9.Morineau(1985:152153). teremconta,comobemressalva
É importante Morineau,que
os dados de exportação não devem ser entendidos como os dados da produção. No casodo
é
açúcar, preciso levar em conta o grande crescimentoda população total no o
período, que
semdúvida afetouseuconsumointerno. Parauma análisedetalhadada quedada produção
açucareira ver:
fluminense, Sampaio(2003zcap.2).
doimperiopartugués
A economia 37
noperzodopombalino
10. Embora proibido o envio de ouro para a Costa da Mina, em 1730, ele mantémse no trato
com Angola, por exigência dos próprios comerciantes angolanos: Sampaio (2003:164165).
11. Para uma análise da importância da aguardente no comércio com Angola ver: Ferreira
(2001:339 378).
12.Godinho 345).É preciso
(1990: lembrar
que a Carreira
refere
se somente
ao comércio
e o restante
entrea Ásiaportuguesa doimpériolusitano.
Desdeo século
XVI, osfluxos
maisimportantesdo Estadoda Índia eramos intraasiáticos:Subrahmanyan
mercantis
(1995:cap. VII).
38 A EPOCA POMBALINANO MUNDOLusoBRASILEIRO
As MEDIDAS POMBALINAS
Espírito Santo. Sobretudo possuía uma forte autonomia, pois embora seus
estatutostivessem que ser aprovadospelo monarca (como os de qualquer
irmandade), sua gestão independia da Coroa (Maxwell, 1996:70).
A'Junta do Comércio, por sua vez, foi criada diretamente pela Coroa.
Emboratenhatambémum carátercorporativo, é evi
a perdadeautonomia
dente. Mais do que isso, transformase num órgão da administração da mo
A
narquia. Junta se constituirá no centro da política econômica pombalina,
atuando tanto no fomento à produção quanto na esfera da circulação. Em
relação a esta última, cabia à Junta a organização das frotas, a definição dos
fretes e da lotação de cargas dos navios, a concessãode passaportes para os
13. Born exemplo disso é a resistência à Companhia Geral do Estado do Brasil no século
XVII. Ver, por exemplo: Boxer (1973z303-305).
40 A EPOCA POMBALINA NO MUNDO LUsoBRASILEIRO
'
casandosecomTeresaInáciadeAndrade(Rheingantz,1965zv.
3,fase.
3ª,p,
144-145). E se em 1731 temo-lo em terras cariocas,já em 1736e emjaneiro
de 1739eleaparece emLisboadocapitão
comoprocurador de
José Águila
Moreira, junto com seu irmão. Mas em novembro do mesmo ano eleé
designado procurador na Praça carioca. Por fim, em 1743já o encontramos
novamenteno Rio, escolhendoseuspróprios procuradoresno Reino.16
Logo, a mobilidade não era exclusiva de pequenos comerciantes,mas
frequentemente se fazia necessáriamesmo para os maiores. Mais ainda,os
dados de Leonor Costa mostram que os comerciantesestrangeirossedia
dos em Lisboa recebiam ouro tanto dos malafamados comissários volantes
21. No caso dos diamantes, os problemasocorridos com os diversos contratos feitos para
suaexploraçãoacabaramlevandoa Coroa a optar pela administraçãodireta de suaextração:
Pedreira (1995:156).
48 A EPOCA POMBALINA NO MUNDOLUSO-BRASILEIRO
23. No Rio de Janeiro, e ainda na primeira metade do século XVIII, os negociantes ocu-
param postoschave da administração colonial, sobretudo os que envolviam perícia com
contabilidade, como os de moedeiro, almoxarife etc. Ver: Sampaio (2004:276312).
24. Maxwell (1996:77). A concessãode títulos da Ordem de Cristo a negociantes não é,
porém, uma inovação pombalina. De fato, é no reinado de d. João V que essa prática se
generaliza.Ver: Donovan (1990).
50 A Epoca POMBAuNA no MUNDO LUSOBRASILEIRO
UM BALANÇO: E LIMITESDAPOLÍTICAPOMBALINA
PERMANÉNCIAS
americana.
possessão Por isso mesmo é que 1807 marca uma ruptura defini-
tiva nesse padrão. A transferência da Corte para a agora ex-colônia mudava
radicalmente os termos da equação.Portugal perdia então sua confortável
função de entreposto comercial, porta giratória entre o Brasil e a Europa.
Essaruptura tornarseâ definitiva com a independência do Brasil, como se
sabe.O destino diverso das duas partes do antigo império nos revela muito.
Enquanto o Brasil independente não sofreu qualquer solução de continuida-
o
de, antigo Reino entrou em profunda crise. A própria oligarquia financei-
ra, sempre tão atrelada à Coroa, entrou em clara decadência. Aqui se esbo-
roavadefinitivamente o sistema imperial português. O velho marquês e seu
modelo já eram agora parte do passadoou, se quisermos, parte da história.
FONTES
REFERENCIAS
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taria deAme'ricaLatina 3 Mmérica Latina colonial: ecana'mia).Barcelona: Edi
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56 A Época POMBALINANOMUNDOLUSO-BRASILEIRO