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Universidade Licungo

Ficha de leitura
Nome: Justina Emilio durão
Referências bibliográficas
AAVV, Dicionário Prestigio da Língua Portuguesa. Plural editore, Maputo, 2007;
D.H.U.E.M, História de Moçambique, Livraria Universitária U.E.M, Maputo, 2000;
PEREIRA, Luís. Colégio kitabo, manual da 12ª classe, Maputo, 2005
MOKHTAR, Gamal. História geral da África, II: África antiga 2.ed. Brasília: Unesco, 2010
KI-ZERBO, Joseph. História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África, 2.ed.
Brasília: Unesco, 2010;

Localização do império Zimbabwe


PEREIRA (2005), avança que o estado do grande Zimbabwe localizava se entre o
Zambeze e o Limpopo, junto ao rio Mutirikwe perto da fronteira com o território Moçambicano.

Significado do nome Zimbabwe


O seu nome deriva dos amuralhados de pedra que a aristocracia fazia construir à volta
das suas habitações e que chamavam se madzimbabwe.

Origem do Estado do Grande Zimbabwe

Antes do século IV os primeiros agricultores e metalúrgicos bantu chegaram ao sul do


Zambeze, vindos da região dos grandes lagos, onde fixaram se numa zona rica em ouro, e
juntaram se com as populações que ai viviam (khoisan), que dedicavam-se a exploração
mineira. Mais tarde um grupo separou se deste núcleo e foi instalar se ao sul do Limpopo. Deste
modo, com os sothos, tswanas, tongas e ngunis constituindo assim população da região Austral
de África.

No século XI, nova migração, trouxe ao planto entre o Zambeze e o Limpopo, povos pastores
shonas, grandes construtores de “muralhas de pedra” (Zimbabwe). Estas fortificações,
designadas por Zimbabwe que significa “casa de pedra” estas casas eram normalmente para
chefes, isto mostra a existência de uma comunidade muito organizada.

O estado do Zimbabwe existiu aproximadamente entre 1250 e 1450 aproximadamente na região


da actual República do Zimbabwe.
Formação das Classes Sociais

Entre os Karanga-Shona do planalto do Zimbabwe desenvolveu-se uma aristocracia no


seio das famílias alargadas, clãs e tribos. Os velhos, fundadores das famílias, tinham tarefas
importantes. A população produzia, os chefes armazenavam e organizavam tarefas produtivas,
pois restava lhes muito tempo para observarem o ciclo da natureza, que permitia lhes ter
conhecimentos acerca do tempo e prazo das sementeiras. O melhoramento das técnicas
agrícolas e consequente aumento da produção. Permitiu aos chefes afastarem-se das tarefas
agrícolas ao longo de um processo que durou centenas de anos, os velhos aumentaram o seu
prestígio, tinham autoridade religiosa e exigiam tributos das populações submetidas. Assim os
chefes detinham as melhores terras, além de reclamarem a posse das minas e o controle do
comércio. O constante aumento da produção permitiu lhes viver na riqueza e com grande poder,
ao mesmo que exigiam tributos cada vez maiores. Deste modo nasceu uma elite, que vivia dos
trabalhos das populações, nas machambas, nas minas e no comércio, classe dirigente e
uma classe dirigida.

Organização político-administrativa do grande Zimbabwe

O grande Zimbabwe, onde vivia o rei, era o centro político-espiritual, ligado a diversos
madzimbabwe (pequenas casas de pedra) regionais onde viviam os chefes províncias. Ali
discutia-se os problemas do estado e diziam que dialogavam com os espíritos dos mortos.

A classe dirigente era composta por cerca de 1000 mil, dominavam as comunidades
rurais, enquanto as minas eram directamente controladas pelo rei e seus funcionários, por ele
enviados para diversas regiões do estado, a fim de forçar os camponeses a trabalharem nas
minas

Actividades Económicas

Agricultura

Tendo em conta o clima e outras condições do planalto, acumularam-se experiencias e


aumentaram a produção agrícola, como o cultivo de terraços e uso de canais de irrigação.
Melhoraram alimentação e produziram excedentes. Nem todos os homens eram agricultores,
alguns especializaram-se como artesões, sendo estes abastecidos em alimentos pelos
agricultores, produziam cereais como mapira, e a mexoieira.

Pastorícia

A actividade agrícola era acompanhada pela criação de gado, onde criavam boi,
carneiro, cabrito, uma parte do gado era herdado pelos membros da aristocracia, em grande
número, chegando atingir milhares de cabeças.

Durante as escavações arqueológicas foram encontradas grandes lixeiras de ósseos de


vitelos perto da área residencial do chefe máximo do Grande Zimbabwe o que levou os
investigadores a pensarem que os camponeses deviam pagar impostos em cabeças de gado

Para acumular riquezas, os chefes exigiam ou cobravam tributos de diferentes formas:

 Prestação de serviços nas minas de ouro e na caça ao elefante;

 Impostos sobre as mercadorias, pagos pelos mercadores em trânsito pelo território;

 Oferta simbólica aos deuses (paga através dos chefes)

 Dias de trabalho forçado nas terras dos chefes.

Mineração

A grande riqueza mineira que encontrava-se na região permitiu a estes povos uma
extracção relativamente fácil de ouro, ferro, cobre e do estanho. Mas também a posse do ferro
significava maior poderio militar, como armas, mais poderosas e a possibilidade de conquistar
novas terras, com a produção de ferro desenvolveu-se a arte do ferreiro, que tornava a sociedade
do Zimbabwe privilegiada. O trabalho dos metais era muito praticado, o cobre e o ouro eram
os mais trabalhados para fins comerciais e para o uso da aristocracia.

Comércio

A possibilidade de as aldeias fazerem troca directa de cereais, gado e sal, além de


objectos de adorno (missangas e conchas) e de instrumentos de ferro lentamente, começaram a
desenvolver o comércio com o Exterior. As primeiras trocas comercias realizaram-se
provavelmente entre os séculos IX – X, Al- Masudi viajante árabe, referiu-se a Sofala no século
X. Por volta de 900 N.E. começaram a vender ouro e cobre em mercados do oceano indico.
Através dos Swahilis da costa oriental mantiveram contactos indirectos com mercadores:
(árabes, indianos e chineses) e enviaram agentes para todos os portos da costa.

O ouro era extraído das minas e exportado para a Costa daí para mercados da arábia e
índia. A aristocracia forçava os camponeses a trabalhar nas minas e controlavam o produto do
seu trabalho. O marfim também era muito procurado pelos mercadores, atingindo valores muito
elevados nos mercados da Arábia e da índia.

A troca directa (produto por produto) foi o primeiro sistema comercial que se utilizou.
Depois, as trocas começam a fazer-se com moeda. Nascendo assim o comércio. Este comércio
começou por ser local (entre as aldeias), depois regional (comércio a curta distancia) e por fim
internacional (a longa distancia).

Evolução cultural

A religião e poder ideológico

Segundo PEREIRA (2005:44), diz que o povo acreditava no poder sob natural dos
chefes, que se diziam serem capazes de interpretar a chuva, o trovão, as doenças e outros
fenómenos naturais, cujas origens se desconheciam. Julgando que acreditava a ira dos espíritos,
dedicavam lhe ritos e sacrifícios.

Os chefes dirigiam cerimónias religiosas, Esta autoridade em assuntos espirituais servia


para consolidar o seu poder político. No grande Zimbabwe foram encontrados muitas estátuas
altas em pedra sabão, belas esculturas de uma ave com as asas fechadas. Estas aves estavam
ligadas a crenças religiosas. O povo do grande Zimbabwe conhecia dois nomes para esta ave.
Uma era shirichena (ou ave da plumagem brilhante) e o outro shiri ya Mwari (ou ave de Deus),
no grande Zimbabwe, dizia se que os sacerdotes eram sábios, pois eles, aconselhavam os
governantes, e eram capazes de descobrir os desígnios de deus se escutassem os gritos da ave,
por isso eles estavam isentos, do trabalho para poderem observar o ciclo da natureza, da
agricultura, do tempo das doenças e a sua evolução, transmitindo depois a sua experiencia aos
sucessores.

Causas da Decadência

A decadência do estado do zimbabwe teve varias causas e não foi um processo simplis
e linear.
Causas

Causas político militares

 Em 1505, Portugal implantou em sofala uma autoridade colonial politico militar.


 Em 1507, Portugal instaura na ilha de Moçambique uma autoridade semelhante.

Causas econômicas

 As minas de ouro começaram a esgotar se em meados do século XV.

Causa natural

 O rio save que atravessa a meio o estado zimbabwe começa a secar.

Causa social

 Agudizarão de lutas internas pela ânsia de poder e consequente instabilidade


social.

A conjugação destes factores fez com que, gradualmente, a partir do início do século
XV, o estado do zimbabwe começasse a desintegrar se.

Comentário pessoal

Perante a leitura e pesquisa foi bastante importante conhecer a história do estado do


zimbabwe, com tudo deu para intender o que foi vivenciado na época, apesar da sua
decandencia no princípio do século XV, o estado do zimbabwe foi muito potente na época em
que desenvolveu os conhecimentos de fundição do ferro, porque para além da exportação deste
material metálico, foi muito útil nas suas produções internas.

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