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2018
1
Retrato da Saúde 2018
ISBN 978-989-99480-1-3
> AGRADECIMENTOS:
2
Retrato da Saúde 2018
1. Sistemas de informação 68
2. Receita Sem Papel 71
1. Vivemos mais 76
2. Os desafios da Europa 80
> PREFÁCIO 5
> ENQUADRAMENTO 7
1. Quantos somos 8
2. Como vivemos 11
3. A nossa saúde 22
4. Cuidados de saúde: 27
+ Qualidade,
- Desigualdades
3
Retrato da Saúde 2018
4
Retrato da Saúde 2018
RETRATO DA SAÚDE |
> PREFÁCIO
A saúde é um dos mais poderosos fatores de integração quadro de transparência, inovação e responsabilidade
e coesão sociais, mas também de geração de riqueza social, permitindo melhorar o acesso à saúde e,
e bem-estar. consequentemente, reduzir as desigualdades. Isto a par
de uma melhoria da gestão dos recursos humanos, com
Em Portugal, a opção por um modelo de Serviço Nacional enfoque no reforço e na valorização do “capital humano”
de Saúde (SNS) surge como a melhor forma de garantir os do SNS.
valores do acesso, da equidade e da solidariedade social.
O SNS tem evoluído de forma muito significativa ao longo Fazendo da capacitação dos cidadãos uma prioridade,
dos últimos anos, com progressos claros ao nível da a promoção da saúde e a prevenção da doença são dois
eficiência, do acesso, da qualidade e da sustentabilidade. eixos fundamentais e transversais a todos os níveis de
prestação de cuidados de saúde.
Os indicadores demográficos mostram-nos que Portugal
segue a tendência dos países ditos desenvolvidos. Mediante problemas que merecem respostas urgentes,
Ou seja, os portugueses vivem cada vez mais anos. Uma Portugal tem sabido desenhar estratégias específicas
realidade que revela uma melhoria geral das condições de atuação, com resultados evidentes e reconhecidos
de vida, mas também o acesso aos avanços da medicina internacionalmente. Um país moderno, justo e centrado
e da tecnologia, com terapêuticas e medicamentos mais no desenvolvimento não pode deixar de considerar
inovadores e eficazes. o seu sistema de saúde como um dos elos mais fortes
na criação de bem-estar e de condições sociais e laborais
Hoje, somos uma população envelhecida, com um favoráveis ao desenvolvimento das pessoas, mas também
baixo índice de fecundidade, que se depara com novos da economia.
problemas de saúde, assumindo as doenças crónicas
um peso crescente. Não menos relevantes são os atuais “Retrato da Saúde” é um olhar, enquadrado no espaço
estilos de vida que revelam dinâmicas comportamentais europeu, ao estado de saúde dos portugueses e ao seu
associadas a fatores de risco determinantes para o sistema de saúde. Quase 40 anos passados desde
estado de saúde dos portugueses. a criação do SNS, é evidente que só através da excelência
do mesmo se garante a equidade no acesso a cuidados
Perante este contexto sociodemográfico e os progressos de saúde de qualidade. Só assim se defendem os
da inovação tecnológica, o Sistema de Saúde português, cidadãos e o Estado Social.
no geral, e o SNS, em particular, estão a adaptar-se para
responder com qualidade às novas necessidades de
cidadãos mais informados e exigentes. Adalberto Campos Fernandes
Ministro da Saúde do XXI Governo Constitucional
Numa lógica de proximidade e humanização dos serviços, de Portugal
olha-se, cada vez mais, o cidadão como
o centro do sistema. É nesse sentido que a prestação
de cuidados se tem vindo a reorganizar, integrada num
5
Retrato da Saúde 2018
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Retrato da Saúde 2018
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Retrato da Saúde 2018
I. ESTADO DA SAÚDE |
+ SAÚDE
1. QUANTOS SOMOS
A população portuguesa tem vindo a diminuir desde Olhando para a média de idades, Portugal tem uma
2010. Hoje, somos cerca de 10,3 milhões de habitantes, população envelhecida, com mais idosos do que jovens
concentrados nas zonas urbanas e litorais. Se a Área a residir no país: 21% dos portugueses têm 65 ou mais
Metropolitana de Lisboa é a região com mais residentes, anos, enquanto 14% têm menos de 15. São um milhão
o Alentejo, por oposição, é a que regista menos. as pessoas com 75 ou mais anos, das quais mais
mulheres do que homens. Isso explica que o número
Este decréscimo revela, por um lado, que morrem mais de mortes tenha vindo a aumentar, tendo sido superior
Fig.
pessoas do que aquelas que nascem e, por outro, que tem
1 a 110 mil, em 2016.
havido mais indivíduos a sair do país do que a entrar.
85+
80 - 84
75 - 79
70 - 74
65 - 69
60 - 64
55 - 59
50 - 54
45 - 49
40 - 44
35 - 39
30 - 34
25 - 29
20 - 24
15 - 19
10 - 14
5-9
0- 4
500000 400000 300000 200000 100000 0 100000 200000 300000 400000 500000
Fonte:
Fonte: INE
INE, 2018
Fig. 1. Pirâmide etária da população residente em Portugal, 2007 e 2016.
Fig. 1. Pirâmide etária da população em Portugal, 2007 e 2016.
8
Retrato da Saúde 2018
1,50
1,45
1,40
1,40 1,39
1,36
1,35
1,35
1,35 1,35
1,30 1,28
1,30
1,25
1,23
1,20 1,21
1,15
1,10
1,05
1,00
Fonte:INE, 2018
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Fig. 2. Evolução do índice sintético de
fecundidade (número médio de crianças
nascidas vivas por mulher em idade fértil).
Em 2011, assistiu-se a uma inversão do saldo migratório cada vez menos filhos e em idade mais avançada, embora
que passou a ser negativo. Estes dois fatores contribuíram se verifique um ligeiro aumento do número de filhos, nos
para um decréscimo da população residente em Portugal, últimos anos.
que a 31 de dezembro de 2016, contava com 10.309.573 Em 2016, 31,5% dos nascimentos ocorreram em mulheres
habitantes. com 35 ou mais anos, enquanto apenas 3,5% em
Há menos mulheres em idade fértil (15-49 anos), que têm mulheres com idades inferiores a 20 anos.
Fig. 5
30.000
20.000
10.000
-10.000
-20.000
-30.000
-40.000
-50.000
-60.000
9
Taxa de mortal
1,0
0,5
Retrato da Saúde 2018
0,0
2007 2008 2009 201 0 201 1 201 2 201 3 201 4 201 5 201 6
84
82
80
78
76
74
72
Fonte: INE, 2018
70 Fig. 4. Evolução da esperança de
2005 - 2007 2006 - 2008 2007 - 2009 2008 - 2010 2009 - 2011 2010 - 2012 2011 - 2013 2012 - 2014 2013 - 2015 2014 - 2016
vida à nascença, por sexo e por
triénio, Portugal, 2005-2007
a 2014-2016.
Quanto à mortalidade infantil, número de crianças que morre no primeiro ano de vida, esta tem diminuído
consideravelmente em Portugal nos últimos anos: menos de três por cada mil.
10
Retrato da Saúde 2018
O estado de saúde resulta, assim, de uma combinação As redes sociais e comunitárias, entre as quais família
de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e e amigos, constituem outro nível de influência.
comportamentais. É por isso fundamental a aposta nos Se as condições de vida, como o trabalho, educação ou
fatores modificáveis, ambientais e comportamentais, habitação, são determinantes, também as condições
alterando os comportamentos de risco comuns a socioeconómicas, culturais e ambientais, a um nível mais
todas as doenças crónicas como o tabagismo, a má macro, influenciam a saúde dos indivíduos.
A S , C U LT U R A
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IDADE, SEXO
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HEREDITÁRIOS
06
S.
01
07
Serviços sociais
06 de saúde 07 Habitação
11
Retrato da Saúde 2018
Sem nível de escolaridade completo Ensino básico Ensino secundário Ensino pós-secundário Ensino superior
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
15 - 19 20 - 24 25 - 29 30 - 34 35 - 39 40 - 44 45 - 49 50 - 54 55 - 59 60 - 64 65 - 69 70 - 74 ≥75
Fonte: INE, 2018
Fonte: INE
Fig. 21. População residente com 15 ou mais anos, por grupo etário e nível de escolaridade mais elevado completo, 2011.
Fig. 7. População residente com 15 ou mais anos, por grupo etário e nível
de escolaridade mais elevado completo, 2011, Portugal.
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Retrato da Saúde 2018
A crise económico-financeira que afetou Portugal a partir de 2009 provocou um aumento da taxa de desemprego, com
maiores reflexos nas mulheres, que atingiu o seu máximo em 2013 (16,2%), ano em que começou a diminuir, tendo
descido para os 8,9% em 2017.
16,0%
14,0%
12,0%
10,0%
8,0%
6,0%
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Fonte: INE, 2018
Fig. 8. Taxa de desemprego,
por sexo, 2008-2017.
O rendimento é outro determinante, condicionando o acesso a bens e serviços essenciais à saúde e bem-estar.
Em 2016, os trabalhadores portugueses ganhavam, em média, €1.107 (ilíquidos) e o salário de um homem era superior
em €232 ao de uma mulher. De salientar que os indivíduos com menores rendimentos tendem a avaliar negativamente
o seu estado de saúde, quando comparados com indivíduos com rendimentos mais elevados.
A forma como todos estes determinantes interagem influencia fortemente a saúde dos cidadãos.
1.400€
1.200€
1.000€
800€
600€
400€
200€
0
2008 2009 201 0 201 1 201 2 201 3 201 4 201 5 201 6 201 7
Fonte: INE, 2018
Fig. 9. Ganho médio mensal (€) dos
trabalhadores por conta de outrem,
por sexo, Portugal, 2008-2017.
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Retrato da Saúde 2018
As doenças crónicas são responsáveis por 80% da Assim, podemos concluir que os portugueses vivem mais
mortalidade nos países europeus, sendo as afeções do mas, por outro lado, vivem com mais, comorbilidades
aparelho circulatório as principais causas de mortalidade. durante os seus últimos anos de vida: diabetes, doenças
A incidência e prevalência destas doenças é condicionada cardiovasculares, doenças respiratórias, obesidade e
por fatores de risco individuais e sociais, dos quais se doenças oncológicas.
destacam:
Paralelamente, aos efeitos na morbilidade e mortalidade
> Excesso de peso; prematura, as doenças crónicas têm impacto significativo
> Hábitos alimentares inadequados; nas economias nacionais, entre outros fatores, pela
> Sedentarismo; diminuição da produtividade, aumento do absentismo
> Tabagismo; laboral e dos encargos com a saúde.
> Alcoolismo.
NACIONAL 56,3%
57% 13,2%
de excesso de peso
53,6%
nenhum/1.º ciclo ensino secundário
do ensino básico
53,4%
Adultos (M) Adultos (F) Criança Idosos
59% 55% 25% 81%
de excesso de peso de excesso de peso de excesso de peso de excesso de peso 55,5%
38,5%
14 58,6%
Retrato da Saúde 2018
FRUTA VEGETAIS
87,6%
83,7% 83,4%
79,3% 80,1% 68,7% 80,8% 80,6%
76,7% 76,5% 75,3%
73,3% 74,4% 71,9%
65,8%
62,8%
Neste contexto, a ingestão excessiva de açúcar por alimentares mais prejudiciais à saúde dos portugueses.
parte dos cidadãos portugueses deve merecer especial
preocupação. Segundo os dados do IAN-AF (2016-2017), cada cidadão
consome, em média, 3gr de sal em excesso por dia,
A OMS defende que o consumo excessivo de açúcar totalizando um volume de cerca de 30 toneladas/diárias
contribui para o aumento da prevalência de excesso de que os Portugueses ingerem a mais do que deveriam.
peso e cárie dentária. As bebidas açucaradas são uma
das principais fontes de açúcar em diversos padrões Este quadro contribui para que Portugal tenha uma das
alimentares com especial significado nas crianças e mais elevadas prevalências de hipertensão arterial na
adolescentes. A evidência mostra que a política de Europa (3 em cada 10 Portugueses), sendo o principal
preços constitui uma ferramenta para a promoção da fator de risco de patologia cardiovascular, com relevo para
alimentação saudável. Diversos países na região europeia os acidentes vasculares cerebrais (AVC), dos quais os
introduziram regimes de taxação de gamas alimentares cidadãos portugueses são infelizmente líderes na Europa,
e nutricionais, motivados por razões do foro da saúde provocando morbilidade elevada e um impacto grave na
pública. Nos casos em que existe evidência científica família e na sociedade, pelas suas sequelas.
disponível, esta parece ser consistente com a teoria
económica e com os estudos científicos existentes, Morrem todos os dias cerca de 100 portugueses
verificando-se diversos exemplos de alterações nos por doenças cérebro-cardiovasculares, muitas das
padrões de compra e consumo associados a políticas quais poderiam ter sido evitadas pela alteração de
de regulação de preços. Em Portugal, o Orçamento do comportamentos, especialmente pela redução do
Estado para 2017, aprovado pela Lei n.º 42/2016, de 28 consumo de sal.
de dezembro, criou um novo Imposto Especial sobre o
Consumo (IEC) que incidiu sobre bebidas adicionadas de De forma a garantir uma abordagem integrada e efetiva
açúcar ou outros edulcorantes, tais como refrigerantes, no sentido da promoção de hábitos alimentares mais
bebidas energéticas, águas aromatizadas e ainda saudáveis por parte dos cidadãos, os Ministérios das
concentrados de bebidas, sobre a forma de xarope ou pó, Finanças, Administração Interna, Educação, Saúde,
que se destinem à preparação de bebidas semelhantes às Economia, Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural
referidas. e Mar desenvolveram uma Estratégia Integrada para a
Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS), publicada
De acordo com o artigo “Fiscalidade ao serviço da através do Despacho nº 11418/2017, de 29 de dezembro.
Saúde Pública: a experiência na tributação das bebidas A EIPAS organiza-se de acordo com quatro eixos
açucaradas em Portugal”, recentemente publicado na estratégicos definidos de acordo com as recomendações
revista científica “Acta Médica Portuguesa”, os benefícios da Organização Mundial de Saúde (OMS) neste âmbito:
económicos, sociais e de saúde decorrentes de regimes
de taxação de bebidas adicionadas de açúcar são muito > Eixo 1: Modificar o meio ambiente onde as pessoas
relevantes. Este facto é atualmente reconhecido por escolhem e compram alimentos através da
muitas instituições de saúde de grande reputação a nível modificação da disponibilidade de alimentos em
mundial. certos espaços físicos e promoção da reformulação de
determinadas categorias de alimentos.
Os resultados preliminares obtidos pela implementação
do IEC de bebidas adicionadas de açúcar ou edulcorantes > Eixo 2: Melhorar a qualidade e acessibilidade da
em Portugal parecem confirmar a hipótese referida na informação disponível ao consumidor, de modo
literatura, sendo que a redução no volume de açúcar a informar e capacitar os cidadãos para escolhas
ingerido através deste tipo de bebidas em 2017 foi alimentares saudáveis.
superior ao valor total de redução verificada, através de
mecanismos de educação e autorregulação, entre os > Eixo 3: Promover e desenvolver a literacia e autonomia
anos de 2013 e 2016. O facto de a redução dos volumes para o exercício de escolhas saudáveis pelo
incluídos no escalão superior de tributação ter sido consumidor.
mais marcada do que nas gamas com níveis de açúcar
inferiores, aponta no sentido de que a criação de escalões > Eixo 4: Promover a inovação e o empreendedorismo
de tributação inferiores poderá reproduzir este efeito, com direcionado à área da promoção da alimentação
ganhos potenciais para a saúde pública, o que deveria ser saudável.
procurado e implementado no Orçamento de Estado para
2019. Por outro lado, o consumo excessivo de sal, açúcar Diversas medidas enquadradas por este documento
e gorduras trans, associado aos baixos níveis de ingestão estratégico encontram-se já em fase de implementação,
de produtos hortícolas e fruta estão entre os hábitos das quais se destaca o Grupo de Trabalho conjunto
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Retrato da Saúde 2018
A atividade física tem um papel decisivo na saúde e Em Portugal, de acordo com o Eurobarómetro de 2017,
bem-estar das populações, ao estar diretamente ligada apenas 5% das pessoas com 15 anos ou mais afirmam
à prevenção de um conjunto importante de doenças que fazem exercício ou desporto regularmente e a mesma
crónicas não transmissíveis. Contudo, o estilo de vida das percentagem afirma que faz habitualmente outras
sociedades europeias traduz-se em comportamentos atividades físicas (por exemplo, usar a bicicleta como
crescentemente menos ativos, estando a economia modo de deslocação). Considerando todas as atividades
sustentada, cada vez mais, em profissões/ocupações físicas, não mais do que 25% da população atinge as
muito sedentárias. recomendações internacionais para a saúde. Portugal
é o segundo país de Europa que menos caminha – 29%
Uma população com níveis de atividade física muito nunca caminham mais de 10 minutos por dia – e o país
inferiores aos recomendados internacionalmente tem, onde mais pessoas afirmam 7 que não têm interesse ou
consequentemente, maiores custos de saúde e de motivação para praticar atividade física ou desporto
produtividade, quer através de custos diretos, no âmbito 5 é o país de Europa onde
(33%). Pela positiva, Portugal
da utilização dos serviços de saúde relacionada com as pessoas reportam passar21 menos tempo sentadas
diariamente.
46 33
68 6
14
7
EU28 Anel Exterior pt Anel interior
5
21
EU28 PT
46 33 2017 Variação 2017 Variação
2017-2013 2017-2013
68 6 7 -1 5 -3
33 = 21 +1
14 -3 6 -2
46 +4 68 +4
0 = 0 =
14
EU28 Anel Exterior pt Anel interior Evolução 12/2017 (EB88.4) - 11-12/2013 (EB80.2)
Fonte: Eurobarómetro sobre desporto e atividade física (Special Eurobarometer 472), 2017
EU28 desporto ouPTexercício físico, em Portugal e na Europa
Fig. 12. Frequência de prática
2017 Variação 2017 Variação
2017-2013 2017-2013
7 -1 5 -3
33 = 21 +1
14 -3 6 -2
46 +4 68 +4
0 = 0 =
17
Evolução 12/2017 (EB88.4) - 11-12/2013 (EB80.2)
Retrato da Saúde 2018
Estima-se que, no nosso país, cerca de 14% das mortes De referir a aprovação de normas para a proteção dos
anuais estejam associadas à inatividade física, um valor cidadãos da exposição involuntária ao fumo do tabaco
superior à média mundial, que se encontra abaixo de 10%. e medidas de redução da procura relacionadas com
a dependência e a cessação do seu consumo, numa
No que respeita à prevenção ou melhoria do estado proposta de Lei apresentada pelo Governo à Assembleia
clínico, são diversas as patologias ou condições para as da República e aprovada a 1 de junho de 2017, que
quais existe evidência científica de um benefício da prática procede à monitorização e regulação dos novos produtos
regular de atividade física. do tabaco sem combustão, interditando o seu consumo
nos mesmos locais onde seja proibido fumar e alargando
A promoção da atividade física deverá estar integrada a novos espaços como parques infantis.
nas prioridades presentes e futuras do Serviço Nacional
de Saúde. Nesse contexto, e na sequência da criação Foi ainda promovida a criação de novas consultas de
do programa prioritário para a promoção da Atividade cessação tabágica, conseguindo que pela primeira vez
Física em 2016, várias medidas foram iniciadas, das quais no nosso país todos os ACES tivessem pelo menos uma
se destaca a apresentação do primeiro Plano de Ação agenda dedicada a esta área e aumentando os locais
Nacional para a Atividade Física, resultado do trabalho de em mais de 30% relativamente a 2015, atingindo cerca
uma comissão intersetorial pioneira em Portugal. de duas centenas de instituições de saúde, de modo a
permitir a acessibilidade aos utentes.
18
Retrato da Saúde 2018
IMAGENS CHOCANTES
NOS MAÇOS 01 05 regulação novos
produtos de tabaco
taxação
Inclusão de imagens chocantes
de doenças associadas ao tabagismo
em todos os maços de crescente
Taxação
02
tabaco de todos
06 ambientes
tabaco
de tabaco
livres
Legislação aplicada aos novos produtos
em aquecido sem combustão
Alargamento de tipologia e áreas
os produtos de tabaco com consumo de tabaco interdito
taxação
medicamentos
cessação tabágica
02 03
Taxação crescente de todos
07 06 literacia
ambientes livres
em tabaco
e informação
Comparticipação de medicamentos CampanhasAlargamento
nacionais de tipologia e áreas
os produtos de tabaco
de apoio à cessação tabágica com consumo de tabaco interdito
de sensibilização
medicamentos
consultas cessação
cessação tabágicatabágica 03 04
Consultas de cessação tabágica
08 07 literacia
rastreios
e informação
dpoc
Diagnóstico precoce de DPOC
Comparticipação de medicamentos
em todos os ACES Campanhas nacionais
nos Cuidados de Saúde Primários
de apoio à cessação tabágica de sensibilização
consultas cessação
Tendo presente
tabágica
osde cessação
Consultas desafios
04
tabágicaque ainda enfrentamos às mulheres para alertar para os
08
malefícios
Diagnóstico
rastreios
dpoc
do tabaco.
precoce de DPOC
relativamente ao consumo do tabaco nas mulheres
em todos os ACES nos Cuidados de Saúde Primários
jovens, foi celebrado um protocolo entre o Ministério No que concerne ao consumo de tabaco, os fumadores
da Saúde, através da Direção Geral da Saúde, e a Escola representam 28,3% dos homens e 16,4% das mulheres,
Profissional de Artes, Tecnologias e Desporto, para em Portugal, sendo este um hábito mais comum entre
o desenvolvimento de uma campanha dirigida desempregados e no grupo etário 25-34 anos.
homens mulheres
45,6%
35,8%
28,3%
25,1% 26,2%
22,5%
18,1% 18,2% 16,4%
11,6% 10,8%
2,5%
Fonte: INSA
Fonte:
Fig.INSA, 2017
32. Prevalência do consumo de tabaco, por sexo e grupo etário, Portugal, INSEF 2014.
Fig. 14. Prevalência do consumo de tabaco, por sexo e grupo etário, Portugal, INSEF 2015.
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Retrato da Saúde 2018
OUTRAS DEPENDÊNCIAS
A prevalência do consumo arriscado/binge de bebidas alcoólicas, nos últimos 12 meses em Portugal (2016/2017), era
de 16.7%. Observa-se uma tendência decrescente deste consumo, predominantemente no sexo masculino, enquanto
que no sexo feminino verificou-se um aumento de cerca de 6%.
30
25
24,6
20
18,3
18,1
15
16,7
Fonte: SICAD, 2017
14,6
5
INPG; Balsa et al., 2017 /SICAD
0 * No caso das mulheres, a questão em 2012 referia o consumo de
2012 2016/2017 2012 2016/2017 2012 2016/2017 5 ou mais bebidas alcoólicas na mesma ocasião, e em 2016/17
referia 4 ou mais bebidas. Entre os homens, a questão não sofreu
alterações entre as duas aplicações, ou seja, refere-se ao consumo
de 6 ou mais bebidas alcoólicas na mesma ocasião.
homens mulheres total
Em matéria de Drogas e Toxicodependências, no ciclo com as infeções por VIH e SIDA associadas à
de ação 2013-2016, é possível identificar ganhos em toxicodependência e com a mortalidade. De um modo
saúde ao nível das metas definidas no Plano Nacional geral, também foram atingidas as metas definidas para
para a Redução dos Comportamentos Aditivos e das os indicadores relacionados com os consumos dos
Dependências 2013-2020. Destaca-se, neste âmbito, na mais jovens, em particular no que respeita à cannabis
área da droga, a descida dos indicadores relacionados (perceção dos riscos do consumo, o retardar a idade do
início dos consumos e a prevalência do consumo recente).
100
97 99
92 93 94 96 96
87 89
80 82 84
75 79
73
58 55 69
60 54 49 65
58
51 42
40 46 35
42 45 31
27 25
21 18
20 16 13
11 8 7 6 4 4 3 1
0
2004
2008
2000
2006
2009
2002
2003
2005
2007
2014
1998
1999
1997
2001
2010
2016
2012
2013
2015
2017
2011
// O excesso de peso
e a obesidade são dos fatores
de risco que mais contribuem
para a carga de doença
dos Portugueses.
21
Retrato da Saúde 2018
3. A NOSSA SAÚDE
Cerca de metade dos portugueses considera o seu estado As doenças musculoesqueléticas (lombalgias
de saúde muito bom ou bom, sendo esta autoapreciação e cervicalgia), a depressão, as doenças da pele
mais frequente nos homens e no grupo etário dos 25 aos (principalmente acne, dermatite e psoríase) e as
34 anos. enxaquecas surgem como os problemas de saúde
que mais afetam os portugueses.
As doenças têm diferentes impactos na população, que
podem ser avaliados em termos de mortalidade (morrer Já no que diz respeito às doenças que mais matam em
de uma doença) ou de morbilidade (viver com uma Portugal, as cérebro-cardiovasculares e o cancro são
doença). as que têm mais peso. Também as doenças respiratórias
e a diabetes são responsáveis por um número
considerável de mortes.
Doenças dos
Lombalgia e Perturbações Doenças
50-60 anos órgãos dos Enxaqueca
cervicalgia depressivas orais
sentidos
Doenças dos
Todas as idades Lombalgia e Perturbações Doenças da
Enxaqueca órgãos dos
(padronizada) cervicalgia depressivas pele
sentidos
Doenças dos
Todas as idades Lombalgia e Doenças da Perturbações
órgãos dos Enxaqueca
(padronizada) cervicalgia pele depressivas
sentidos
22
Retrato da Saúde 2018
Em 2015, as doenças cérebro-cardiovasculares foram As doenças oncológicas têm tido um aumento muito
responsáveis por 29,7% das mortes ocorridas em significativo entre a população portuguesa, sendo já a
Portugal. Só em 2014, o acidente vascular cerebral segunda causa de morte.
isquémico representou cerca de 20 mil episódios de
internamento. Promover a prevenção, diagnóstico e tratamento
das doenças oncológicas, garantindo a equidade e
Apesar de continuarem a ser a principal causa de morte, a acessibilidade dos cidadãos, têm sido as grandes
situaram-se abaixo dos 30%, pela primeira vez. apostas.
Uma melhoria que revela os resultados do Programa Exemplo disso é o alargamento dos rastreios do cancro
Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, que da mama, colo do útero e do colon e reto, prevendo-se
tem apostado, simultaneamente, em medidas preventivas que, em 2020, se atinja os 100%.
e na organização dos serviços de saúde, tendo como
um dos principais objetivos a redução da mortalidade A hipertensão arterial é um dos fatores de risco
prematura (antes dos 70 anos). cardiovascular, que afeta 36% dos portugueses entre os
25 e os 74 anos.
71,3%
58,4%
36,0% 35,8%
17,0%
5,7%
É mais prevalente nos homens do que nas mulheres e aumenta com a idade, afetando mais de 71% dos portugueses
na faixa etária dos 65-74 anos.
Quanto ao colesterol total, são 63,3% os portugueses (25-74 anos) que apresentam níveis elevados.
Em relação à diabetes, afeta 10% da população portuguesa entre os 25 e os 74 anos, sobretudo os homens e os grupos
etários com mais idade: 23,8% dos indivíduos entre os 65 e os 74 anos.
23
Retrato da Saúde 2018
12
10
0
NORTE CENTRO LVT ALENTEJO ALGARVE RA MADEIRA RA AÇORES
Fonte ??????????
Fonte: INSA | INSEF,
Figura 18. 2017
Distribuição da Prevalência da Diabetes por Região na População com idades entre os 25 e os 74 anos | 2015
Fig. 19. Distribuição da Prevalência da Diabetes por Região na População com idades entre
os 25 e os 74 anos - INSEF 2016.
A obesidade é um dos fatores de risco com mais peso excesso de peso, número que diminuiu nos últimos oito
nas doenças em Portugal. E são 28,7% os portugueses anos. A mesma tendência é verificada quanto aos casos
com idades entre os 25 e os 74 anos que sofrem de obesidade infantil, que decresceu de 15,3% em 2008
de obesidade, principalmente as mulheres (32,1%). para 11,7% em 2016, em todo o país.
Relativamente às crianças, perto de 31% apresentam
24
Retrato da Saúde 2018
asma dpoc
asma dpoc
300 000 281 690
262 229
250 000 241 185
300 000 211 024 281 690
200 000 186 897 262 229
250 000 241 185
150 000 137 796 211 024 131 632 136 958
200 000 112 066 186 897 122 794
105 857
100 000 88 086
69 141
150 000 54 660 137 796 122 794
131 632 136 958
50 000 112 066 105 857
100 000 88 086
0 69 141
54 660
50 000 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Fonte: DGS, 2018
Fig. 21. Número de utentes ativos com o diagnóstico de Asma e de DPOC, Portugal
Continental, 2011-2017.
25
Retrato da Saúde 2018
// As doenças cérebro-cardiovasculares
e o cancro são as principais causas de morte
em Portugal. Quanto à qualidade de vida
dos portugueses, é afetada sobretudo pelas
doenças musculoesqueléticas, depressão,
doenças da pele e enxaquecas.
26
Retrato da Saúde 2018
27
Retrato da Saúde 2018
Idade
Vacina | Doença 0 2 4 6 12 18 5 10 25 45 65 10/10
meses meses meses meses meses meses anos anos anos anos anos anos
Streptococcus pneumoniae Pn 13 1 Pn 13 2 Pn 13 3
1
V írus Papiloma humano HPV 1,2
T étano, difteria 3 Td Td Td Td Td
1
HPV - Aplicável apenas a raparigas, com esquena 0,6 meses
2
Tdpa - Aplicável apenas a grávidas, em qualquer idade. Uma dose em cada gravidez
3
Td - De acordo com a idade da pessoa, devem ser aplicados os intervalos recomendados entre doses, tendo como referência a data de administração da dose anterior.
A partir dos 65 anos, recomenda-se a vacinação de todas as pessoas que tenham feito a última dose de Td há > 10 anos, as doses seguintes são administradas de 10 em 10 anos
A última década ficou marcada por iniciativas além da manutenção de elevadas taxas de vacinação,
fundamentais para a evolução do PNV, que visam exige um sistema de vigilância epidemiológica de
melhorar a sua eficiência e os respetivos ganhos qualidade. Em 2002, Portugal obteve oficialmente
em saúde, tais como o desenvolvimento de um novo a certificação europeia de país com eliminação da
sistema de informação, implementado em quase todas as poliomielite, pela OMS.
unidades de cuidados de saúde primários, que permite
a gestão da vacinação aos níveis local, regional
e nacional, e a consulta online da informação individual, > PROGRAMA NACIONAL DE ELIMINAÇÃO
diretamente pelo cidadão. DO SARAMPO E DA RUBÉOLA
As coberturas vacinais a nível nacional são, O Programa Nacional de Eliminação do Sarampo e da
consistentemente, elevadas, o que permite rentabilizar Rubéola define as medidas necessárias para colmatar
o investimento no PNV, traduzido, desde a sua assimetrias nas coberturas vacinais, aumentar
implementação até hoje, na eliminação e controlo das a capacidade e rapidez de deteção, notificação,
doenças alvo. investigação e resposta a casos, tendo como objetivo
manter a ausência de circulação dos vírus no país.
> PROGRAMA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO Portugal obteve, em 2015 e 2016, a certificação da
DA POLIOMIELITE eliminação do sarampo pela OMS-Europa. Apesar de se
terem verificado posteriormente novos surtos.
A vacinação contra a poliomielite (doença infeciosa O investimento no PNV e a elevada adesão à vacinação
também conhecida como paralisia infantil) começou permitiram controlá-los em cerca de 3 meses, pelo que se
a ser feita aquando da criação do Programa Nacional de prevê que Portugal mantenha o estatuto conferido pela
Vacinação. OMS.
O último caso remonta a 1986. Dois anos mais tarde,
Portugal aderiu à iniciativa de erradicação da poliomielite,
comprometendo-se a eliminar a doença e a circulação do
vírus no país. Para obter a certificação, foi criado
o Programa Nacional de Erradicação da Poliomielite, que,
28
Retrato da Saúde 2018
500 . 1986
último caso de poliomielite
. 1988
400 portugal adere iniciativa erradicação poliomielite
. 1995
criado programa nacional erradicação poliomielite
300
. 2002
certificação da eliminação de poliomielote na região europeia da oms
200
. 2006
utilização exclusiva de vacina inativa contra a poliomielite
100
. 2014
Implementação do sinave
atualização do programa nacional erradicação poliomielite Fonte: DGS, 2018
0
1950 2017
Fig. 24 Número de casos de poliomielite aguda
poliomielite aguda, 1987-2016 por ano de notificação, Portugal, 1950-2017.
600 554
500
391
400
363
297
300 283
10000
8000
6000
4000 3230
2285
2000 813 881
275 209 112 129 96 50 45 27 8 8 1 7 0 0 1 3 5 2 7 1 0 0 0 34
Fonte: DGS, 2018
192 Fig. 26. Número de casos
0
notificados de Sarampo, por
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2500 2305
2000
1500
1000 874
608 547
523
500 325 Fonte: DGS, 2018
671 125 282 270 84
239 57 58 40 29 14 8 3 9 6 4 3 1 0 2 0 6 6 7 4 Fig. 27. Número de casos
0 notificados de Rubéola,
excluindo Rubéola congénita,
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
ano de notificação
por ano de notificação,
Portugal, 1987-2016.
Figura 41. Número de casos notificados de Rubéola, excluindo Rubéola congénita, por ano de notificação, Portugal, 1987-2016
29
Retrato da Saúde 2018
Assinalam-se os resultados excecionais (a nível mundial) de uma década de vacinação contra infeções por Vírus
do Papiloma Humano (HPV), com cerca de 750.000 adolescentes vacinadas e com elevadas coberturas
vacinais atingidas (cerca de 85%).
85
0
1 2 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992
campanha campanha campanha
coorte/dose
NASCIMENTOS RN ESTUDADOS
180.000
160.000
140.000
120.000
100.000
80.000
60.000
40.000
Fonte: INSA, IP
Programa Nacional de Diagnóstico Precoce.
Figura 1. Nº de nascimentos versus recém-nascidos estudos desde o início do PNDP
As patologias mais prevalentes identificadas neste rastreio foram o Hipotiroidismo congénito (1 224) e a Fenilcetonúria
(341). Este programa permitiu não só a identificação das patologias, mas também uma rápida instituição de
terapêutica. Em 2016, o período entre o nascimento e a instituição da terapêutica foi em média de 9,8 dias.
30
Retrato da Saúde 2018
Até ao final de 2016, tinham sido diagnosticados e Os progressos registados são resultado das diversas
notificados 56 mil casos de infeção por VIH em Portugal, medidas adotadas. Desde logo a disponibilização mais
dos quais mais de 21 mil evoluíram para SIDA. abrangente de testes rápidos de rastreio. Os testes
podem ser feitos nos 16 Centros de Aconselhamento e
A transmissão do vírus acontece sobretudo por via sexual Deteção Precoce do VIH (CAD), nas unidades de cuidados
e em relações heterossexuais (45,5%). Na última década, de saúde primários, em estruturas de base comunitária,
registou-se uma diminuição do número de casos para a e, muito em breve, nas farmácias, sem necessidade de
categoria heterossexual, mas a evolução mais marcante prescrição médica.
consistiu na redução de 89% no número de casos
associados à toxicodependência.
Sendo a epidemia mais expressiva nos grandes centros
Apesar de continuar a apresentar das mais elevadas urbanos, em 2017, Cascais, Lisboa e Porto associaram-
taxas de novos casos de infeção por VIH/SIDA na União se à iniciativa Fast Track Cities, com o objetivo de definir
Europeia, entre 1999 e 2015, este número diminuiu 64%, uma estratégia integrada para a eliminação da epidemia
em Portugal. de VIH e atingir, em 2020, as metas 90-90-90: 90% das
pessoas com VIH diagnosticadas, 90% em tratamento e
90% com carga viral indetetável.
homens mulheres
35
30
25
casos de infeção vih / 100.000 habitantes
20
15
10
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
ano de diagnóstico
31
Retrato da Saúde 2018
> TUBERCULOSE
Outra das doenças na qual Portugal tem conseguido melhorias significativas é a tuberculose. Na última década, a taxa
de notificação e incidência de tuberculose caiu cerca de 40%. Em 2017, segundo dados provisórios, registaram-se
menos de 16 casos por cada 100 mil habitantes. O mesmo acontece com a tuberculose multirresistente (que resiste a
dois medicamentos fulcrais no seu tratamento), a registar 12 casos em 2017.
50
45
40
35
29,5
30 28,1 27,3
25,8 24,8 24,8
25 23,0
27,1 21,8 20,8
26,0 25,3
20 24,0 17,8
23,1 22,9
21,1 16,9
15 20,0 19,2
16,5
10 15,6
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
32
Retrato da Saúde 2018
As hepatites virais, sendo um problema de saúde há A Estratégia Integrada para as Doenças Raras 2015-2020
muito conhecido, só mais recentemente passaram a ser aprofunda, a um nível transversal, todas as políticas de
encaradas como uma ameaça global à saúde pública. saúde desenvolvidas pelos diversos ministérios nesta
Nesse sentido, Portugal criou, em 2014, a Estratégia área.
Nacional para as Hepatites Virais, em articulação com o
Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA, e, em 2016, Entre as medidas tomadas, destaca-se o Cartão da
o Programa Nacional para as Hepatites, com o objetivo Pessoa com Doença Rara, através do qual se pretende
de prevenir e controlar estas doenças, bem como de melhorar a continuidade de cuidados, assegurando que
promover as boas práticas e monitorizar resultados. a informação clínica relevante está na posse do doente,
num formato acessível e que o acompanha nos diferentes
No que respeita à hepatite B, a vacina permite uma níveis de prestação de cuidados de saúde. Além disso,
eficácia de 95 a 99% na prevenção da doença, pelo que facilita o encaminhamento apropriado e rápido do doente
está integrada no Programa Nacional de Vacinação desde para
1995, sendo a sua cobertura de 94%. Hoje, Portugal a unidade que garante os cuidados de saúde adequados,
regista 20 a 30 novos casos por ano, a maioria em grupos a qual consegue também aceder a informação relevante
etários com mais de 35 anos e que não foram abrangidos sobre o doente.
pela vacinação.
911
776
615
19.274
18.604
14.892 2014 2015 2016 2017
8.650 9.897
7.500
Fonte: DGS, 2018
*
4.939 FONTE: Dados a 28
/02/2018
Fig. 33. Cartão da Pessoa com Doença Rara (CPDR),
651 evolução anual, 2014-2017.
StatLink: https://transparencia.sns.gov.pt/explore/
total de tratamentos autorizados doentes curados
dataset/cartao-da-pessoa-com-doenca-rara/?sort=periodo
dez/15 dez/16 dez/17 mar/18
Fonte: INFARMED
Fig. X. Hepatite C Tratamentos Autorizados e Doentes Curados
Fonte: INFARMED, 2018
Fig. 32. Hepatite C Tratamentos Autorizados e Doentes
Curados.
33
Retrato da Saúde 2018
12
10 9,8
8,98 9,32
8,69
8,01
8
6,85
6,51
6,06
6 6,85 5,54
5,07
4,49
3,51 3,77
4
2
0,4 0,53 0,67 0,72 0,73 0,79 0,84
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
34
Retrato da Saúde 2018
A Saúde Mental é uma parte integrante da saúde e a De destacar, pelo seu carater inovador, o novo modelo
Organização Mundial de Saúde (OMS) define-a como de pagamento por doente tratado, baseado no valor,
“o estado de bem-estar no qual o indivíduo tem e caracterizado pela definição dos cuidados a prestar
consciência das suas capacidades, pode lidar com o aos doentes com patologias mentais graves (psicoses
stress habitual do dia-a-dia, trabalhar de forma produtiva esquizofrénicas, psicoses afetivas e outras psicoses),
e frutífera, e é capaz de contribuir para a comunidade em que, no seu conjunto, correspondem à larga maioria
que se insere”. das situações que exige acompanhamento de longa
duração. Pela primeira vez no nosso país e com aplicação
Os resultados do estudo sobre a prevalência de doenças na contratualização de 2018, este programa valorizará
mentais na população adulta portuguesa sugerem que a abordagem na comunidade e a continuidade do
somos o país da Europa com a maior prevalência de tratamento e da recuperação dos doentes com patologias
doenças mentais na população adulta: em 2016, um mentais graves.
em cada cinco portugueses sofreu de uma doença
psiquiátrica e quase metade já teve uma destas Tendo presente o aumento exponencial das pessoas
perturbações durante a vida. mais velhas em Portugal com consequente acréscimo
de perturbações cognitivas, foi desenvolvido um quadro
Relativamente ao consumo de medicamentos associados de referência com base empírica, consensualizado por
à área da saúde mental, observa-se um aumento em peritos, que permita o desenho de políticas públicas
termos de Dose Diária Definida (DDD), em todos os grupos na área das demências e que tenha em consideração
farmacológicos, entre 2012 e 2016. No entanto, no grupo as características específicas do Serviço Nacional de
dos “Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos” verifica-se uma Saúde, o sistema de proteção social, e as características
ligeira redução desde 2014. peculiares do nosso tecido social e solidário.
É por isso que o Governo, no seu programa para a saúde,
assumiu como uma das suas prioridades recuperar a De referir também a avaliação do Plano Nacional para
importância do Plano Nacional de Saúde Mental. a Saúde Mental, realizado pela Direção-Geral da Saúde
e pela Comissão Técnica de Acompanhamento da
Nos últimos anos, a prestação de cuidados em saúde Reforma da Saúde Mental, que teve como objetivo nuclear
mental protagonizou uma grande evolução, sublinhando a definir os mecanismos que permitam ultrapassar os
reabilitação psicossocial do indivíduo, a sua integração na constrangimentos identificados nos últimos 10 anos no
sociedade e o combate à descriminação. que se refere à reforma dos serviços de saúde mental
Destacam-se, assim, nas principais evoluções: redução no nosso país, garantindo uma maior adequação às
de camas no setor público; aumento generalizado no mudanças ocorridas ao nível da rede de serviços do SNS,
número de consultas externas e de sessões de hospital aprofundando a sua articulação e consequente melhoria
de dia, priorizando os serviços locais de saúde mental dos resultados, também nesta área da saúde.
com o foco nas respostas da comunidade; o reforço do
acesso na área da Pedopsiquiatria; a criação da Rede
Nacional de Cuidados Continuados, na área da saúde
mental. Pretende-se, neste âmbito, a criação de respostas
que assegurem um suporte de longa duração, numa
lógica de proximidade, de maior acessibilidade aos
serviços de saúde mental, de mobilização dos recursos
da comunidade, adaptadas aos problemas específicos
da pessoa em causa, estimulando a autonomia e
a tomada de decisão no seu processo reabilitativo,
aumento global do número de profissionais da saúde
mental, nomeadamente psicólogos, técnicos de serviço
social, enfermeiros e médicos, destacando-se a área da
psiquiatria da infância e da adolescência.
35
Retrato da Saúde 2018
Saúde Oral
Número de utentes referenciados
higiene oral e de medicina dentária, quer em consultórios Número total de consultas realizadas
privados, através de cheques-dentista.
4.751
22
2016 2017
Fonte: DGS, 2018
6 Fig. 37. Número
realizadas.
total de consultas de Saúde Oral
FONTES:
26
Dados a 31/03/2018
Fonte: ARS, 2017
Fig. 35. Gabinetes de Saúde Oral, 2017.
36
Retrato da Saúde 2018
> CESARIANAS
O número de cesarianas tem aumentado, ao longo Tendo em conta que os valores apresentados por Portugal
dos anos, em vários países ditos desenvolvidos. Não têm sido historicamente superiores aos considerados
será alheio a esta tendência o facto de haver cada vez aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde, foi criada,
mais mulheres a terem filhos mais tarde, com mais em 2013, a Comissão Nacional para a Redução da Taxa
problemas de saúde e com gravidezes fruto de técnicas de Cesarianas, com o objetivo de implementar várias
de procriação medicamente assistida. medidas a nível nacional.
60
40
34,9 35,6 36,2 35,8 35,2 35,4 35,0
32,9 32,3 32,5
percentagem
30
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
37
Retrato da Saúde 2018
20504
20237
19863 19921
19560
19222 19158
18615 18615 18281
18014
17728
16762 16652
16180 16028 15959
15416
38
Retrato da Saúde 2018
Portugal assiste, nos últimos anos, a uma redução De salientar que a transplantação renal atingiu valores
do número de doentes com Infeções Associadas aos superiores aos dos últimos cinco anos, o transplante
Cuidados de Saúde (IACS), que diminuiu 22% entre 1998 pancreático voltou ao valor máximo verificado em 2014 e
e 2017. A mesma tendência é verificada nas resistências registou-se o maior número de transplantes pulmonares
aos antimicrobianos (substâncias usadas para tratar de sempre. Também os dadores aumentaram entre 2012
infeções, onde se incluem os antibióticos). e 2017: mais 39% falecidos e mais 71% vivos.
30
Motivo de orgulho para Portugal são também os números 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
da transplantação e da colheita de órgãos. Em 2017,
foram colhidos 1.011 órgãos, o maior número registado
desde sempre, e realizados 895 transplantes. Fonte: IPST, 2018
Fig. 42. Evolução da transplantação em Portugal |
FONTE:
Transplante do coração.
400
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
39
Retrato da Saúde 2018
272
259 26
249
241
219 19
209 18
16 15
188 14
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Transplante do pulmão.
FONTE:
Transplante do fígado.
45 41,96
41,45 41,09
39,89 39,13
40
36,18
35,35
33,75 33,40
35
34,18 33,85
32,81
30 30,70 31,29 30,68
29,08 29,36
25 27,12
24,92
23,78
22,69 22,39
20 21,74
15
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Dadores/1000 hab Dádivas/1000 hab CE transferidos/1000 hab
Os ganhos dos compromissos assumidos pelo Serviço Nacional de Saúde são evidentes: menos desigualdades e
mais acesso a cuidados de saúde de qualidade, que estão em conformidade com os melhores padrões mundiais de
segurança.
40
Retrato da Saúde 2018
41
Retrato da Saúde 2018
26.658
24.972
22.565
19.048
16.252 17.160
14.229 15.254 40.436
12.496 13.682 15.085
10.659
11.752
10.808 11.385 12.046 13.239
9.198 10.151
7.518 8.147 8.481
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
42
Retrato da Saúde 2018
São várias as alterações estruturais ao Sistema de Saúde e devidamente enquadradas por relações eficazes de
em Portugal, nos últimos anos, numa lógica de recentrar custo-benefício, as parcerias existentes visam responder
a prestação de cuidados nas pessoas e nos seus às necessidades de resposta do SNS, permitindo alargar
percursos de vida, bem como de aumentar a eficácia de a rede nacional de prestação de cuidados de saúde
resposta e modernizar o SNS. É também nesta lógica que e garantindo o respeito pelos princípios da equidade,
2015-2016
existem acordos com os setores social e privado, que, complementaridade e liberdade de escolha dos utentes,
em regime de complementaridade, prestam cuidados bem como da transparência, igualdade e concorrência.
Evolução dos elogios
de saúde aos utentes. Com objetivos bem definidos Quando não existe capacidade instalada para prestar
cuidados de elevada especialização, o Serviço Nacional de
Saúde tem ainda a obrigação de referenciar o doente para
centros estrangeiros de alta diferenciação.
ELOGIOS/LOUVORES
POR TIPOLOGIA DOS PRESTADORES
5.245
13.5%
3.541
11.5%
2.046
1.468
2015
2016
39 77
// O Sistema de Saúde
português disponibiliza
87.2%
84.8%
2016
44
Retrato da Saúde 2018
Quase 40 anos depois, o SNS mantém os valores Hoje, as prioridades são claras: prestar cuidados de saúde
subjacentes à sua criação, mas enfrenta novos desafios. de excelência, reduzir as desigualdades no acesso à saúde
O aumento da esperança de vida, a permanente inovação e reforçar o poder do cidadão no seio do SNS, numa lógica
tecnológica e o crescente acesso à informação, com de defesa de princípios como a transparência, a celeridade
cidadãos cada vez mais exigentes e com maiores e a humanização dos serviços.
45
Retrato da Saúde 2018
No final dos anos 90, iniciou-se uma profunda reflexão Em 2006, face às avaliações técnicas e de satisfação,
sobre as melhores soluções organizativas, no que diz entretanto efetuadas e que se revelaram altamente
essencialmente respeito à Saúde Familiar. favoráveis, deu-se início à operacionalização nacional da
Criaram-se, então, os primeiros documentos legislativos reforma proposta, com a implementação das Unidades de
e ensaios-piloto. Saúde Familiar (USF).
532
479 495
449
394 418
357
320 40.436
277
Em 2008, através da legislação então publicada, visando As Unidades de Saúde Familiar (USF) prestam cuidados
um novo modelo enquadrador e de gestão dos cuidados, de saúde, individuais e familiares, sendo constituídas por
criaram-se as condições para se iniciar a construção médicos, enfermeiros e secretários clínicos.
dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), o que
viria a acontecer em 2009. A Reforma dos Cuidados de As Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados
Saúde Primários (CSP) passa, assim, a integrar todos os (UCSP) têm uma estrutura idêntica à das USF, ainda que
serviços e profissionais, adequadamente enquadrados num modelo de prestação de cuidados personalizados
nas distintas Unidades Funcionais criadas. mais tradicional, garantindo a acessibilidade dos utentes
e a continuidade dos cuidados.
Nos últimos anos, tem-se assistido ao reforço e expansão
da rede de CSP, através do aprofundamento do modelo Quanto às Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC),
e do desempenho das unidades funcionais que os prestam cuidados de saúde e apoio psicológico e social
compõem, com o objetivo de aumentar a resposta do SNS de âmbito domiciliário e comunitário, especialmente às
e atribuir equipa de saúde familiar a todos os residentes pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação
em Portugal. de maior risco, de dependência física e funcional, ou
de doença que requeira acompanhamento próximo.
Os ACES são serviços públicos de saúde com autonomia Estas chegam já a mais de 55 % dos portugueses e são
administrativa e que têm por missão garantir a prestação compostas por médicos, enfermeiros, assistentes sociais,
de cuidados de saúde de proximidade à população psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas
de determinada área geográfica. Existem, hoje, 55, da fala e outros profissionais. Atuam na educação para
distribuídos por todo o país, compostos por diversas a saúde, na integração em redes de apoio à família, na
unidades que integram equipas multiprofissionais e implementação de unidades móveis de intervenção e na
dispõem de autonomia organizativa e técnica. RNCCI, através da constituição das equipas de cuidados
46
Retrato da Saúde 2018
Rastreio do colo do útero
% 100 198.400
200.000
80.0 80.0
80 72.0 72.0
67.7 158.115
61.3 64.5
58.1 150.000
60
60.3 61.3 60.9 60.1 61.0 63.0
56.1 58.0 103.105
40 100.000
115.284 120.481
95.535
20 93.937
50.000
0 50.133
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
47
Retrato da Saúde 2018
Por outro, pelo número de consultas médicas, que é Se os rastreios oncológicos têm merecido especial
superior a 30 milhões por ano. Também as consultas atenção, com indicadores que apontam para
não presenciais têm aumentado, fruto da introdução de uma evolução positiva, também os resultados do
novos sistemas de informação e da desmaterialização acompanhamento dos cidadãos com hipertensão arterial
de processos, como a prescrição eletrónica de e diabetes tem revelado melhorias, designadamente
medicamentos ou a telessaúde. O mesmo acontece com quanto ao controlo destas doenças. Uma tendência
os domicílios médicos e as consultas de enfermagem, idêntica verifica-se no diagnóstico de diabetes,
resultado da disponibilização de respostas de proximidade hipertensão arterial, abuso crónico de álcool, alterações
por parte do SNS. do metabolismo dos lípidos, excesso de peso,
ou obesidade.
Milhares
33 195
32 754
40.436
31 082 30 665
30 537 30 347 30 473
29 765
2010
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
93%
49
Retrato da Saúde 2018
A grande mudança prendeu-se com a evolução de um conseguem associar maiores níveis de eficiência e de
modelo administrativo centralizado para um modelo efetividade.
de gestão inspirado em práticas empresariais, focado
em resultados de qualidade, que contribui para maior Além das alterações ao nível do estatuto jurídico, também
autonomia e responsabilização de todos os intervenientes. a organização da oferta sofreu alterações importantes,
no sentido de aumentar sinergias e economias de escala,
A oferta hospitalar do SNS é composta, hoje, por unidades mas também de prestar serviços com mais qualidade.
do Setor Público Administrativo (SPA), por Entidades Resultado de uma melhor gestão de camas, a taxa de
Públicas Empresariais (EPE) e por instituições em regime ocupação dos hospitais do SNS tem vindo a situar-se
de Parceria Público-Privada (PPP). Estas últimas foram entre os 80% e os 90%, valores que promovem a eficiência,
criadas para responder à necessidade de construção garantindo, simultaneamente, a capacidade de resposta
de novas unidades hospitalares, garantindo a partilha em períodos de maior procura.
dos riscos operacionais e de investimento, bem como
a economia de custos, por se acreditar que modelos de No que diz respeito a consultas, realizaram-se 19,4
gestão privada, assegurados por condições contratuais, milhões em 2016, das quais mais de 12 milhões no SNS.
Milhares
8 631 8 886
8 485 8 613
7 828 8 008 8 010 8 325
Fonte:
Fig. XX ACSS, 2018 Assistencial nos CSH I Primeiras Consultas e Consultas Subsequentes
. Melhor Desempenho
Fig. 61. Melhor Desempenho Assistencial nos CSH | Primeiras Consultas e Consultas
Subsequentes.
StatLink: https://transparencia.sns.gov.pt/explore/?sort=modified&refinekeyword=Cuidados
+Hospitalares
50
Retrato da Saúde 2018
63,2%
60,7%
57,4% 58,7%
55,8%
53,8%
49,4% 51,4%
Relativamente aos atendimentos em serviço de urgência, estes ultrapassam os sete milhões de episódios nos
hospitais portugueses, sendo que mais de 80% são realizados em instituições do SNS, dos quais apenas 8% geram
internamentos, o que é revelador da eficácia dos cuidados prestados.
51
Retrato da Saúde 2018
Em 2016, procedeu-se à revisão das taxas moderadores, previsto, sendo a tendência de melhoria, e que casos
voltando a haver grupos da população isentos, o que, considerados menos prioritários – classificados na
de alguma forma, se refletiu no aumento da procura Triagem de Manchester com a cor verde, azul ou branca –
dos serviços de urgência. De realçar também que a representaram 40% dos atendimentos, entre 2013 e 2017.
maioria dos atendimentos é realizada dentro do tempo
número de UTENTES COM ISENÇÃO / DISPENSA VÁLIDA
4.318.471
63%
encontro das boas práticas
clínicas internacionais
e que é reconhecido pela
OCDE como um caso de sucesso.
52
Retrato da Saúde 2018
ANúmero
Rede Nacional dedeCuidados
de camas Continuados
internamento Integrados
na Rede Nacional orientados para a promoção da qualidade de vida, com
(RNCCI) veio dar novas respostas de proximidade, ênfase na reabilitação e promoção da autonomia, mas
de Cuidadospor
distribuídas Continuados Integrados
todo o território (RNCCI) Continental.
de Portugal também na participação dos utentes e famílias.
8 770
A RNCCI, integra também as equipas de gestão de altas,
9000
8 410
4 0 inseridas nos hospitais, e interliga-se com os cuidados
8000 de saúde primários, através das equipas domiciliárias,
7 160
60
0 possibilitando a mobilidade entre os diferentes tipos de
7000
642
6 64
42 unidades e equipas da Rede. Uma gestão facilitada pelo
911
5 91
11
1
desenvolvimento de uma plataforma informática, através
6000
5 595
95
5 da qual se gerem os fluxos de referenciação de doentes e
5000 se monitoriza, em tempo real, os processos e resultados.
4 625
25
5
4
4000
Em 2017, a Rede alargou a sua capacidade de resposta
à saúde mental, com experiências-piloto de um ano, que
3000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*
visam responder a necessidades específicas de adultos e
Nota: dados a 23/03/2018 crianças com doença mental grave. Estas concretizam-se
em residências, unidades socio-ocupacionais e equipas de
FONTE: ACSS
RNCCI
Rede Geral Lugares 4.625 5.595 5.911 6.642 7.160 7.759 8.390 8.340 8.529
de Internamento*
RNCCI
Cuidados Pediátricos 0 0 0 0 0 0 20 20 20
Integrados
Fonte: ACSS, 2018
RNCCI
0 0 0 0 0 0 0 189 221 Fig. 66. Evolução do
Saúde Mental
número de respostas
RNCCI (camas/ lugares) em
Lugares Domiciliários 8.063 7.332 7.183 7.053 6.766 6.585 6.264 5.852 5.930
Equipas de Cuidados funcionamento na Rede
Nacional de Cuidados
RNCCI
TOTAL
12.688 12.927 13.094 13.695 13.926 14.344 14.674 14.401 14.700 Continuados Integrados
(RNCCI)
* A 1 de abril de 2017, 109 camas de Cuidados Paliativos deixaram de integrar a RNCCI - Rede Geral e a sua atividade passou a enquadrar os
contratos-programa com as entidades hospitalares, como preconizado no Plano Estratégico para o Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos para o
biénio 2017-2018, da CNCP
53
Retrato da Saúde 2018
A prestação de cuidados aos doentes com doenças das equipas de forma a possibilitar a recolha de
graves e/ou avançadas e progressivas com o objetivo informação sobre, nomeadamente, os doentes que são
de promover o seu bem-estar e qualidade de vida, é um atendidos, os cuidados prestados, e respetivos tempos
elemento qualitativo essencial do Serviço Nacional de de espera para consulta, hospital de dia e internamento.
Saúde. De destacar a inclusão dos Cuidados Paliativos como
Neste sentido, e quatro anos depois da publicação justificação clínica para o acesso ao transporte não
da Lei de Bases dos Cuidados Paliativos (LBCP), pela urgente de doentes e a isenção de taxas moderadoras nas
primeira vez, procedeu-se, à designação dos membros consultas de Cuidados Paliativos.
da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos (CNCP), a Tem sido também incentivada a criação de novas equipas
quem compete a elaboração e coordenação da estratégia e unidades de Cuidados Paliativos.
para o desenvolvimento dos Cuidados Paliativos no SNS. Desde 2016 já iniciaram funções doze Equipas Intra-
Esta estratégia, que está a ser desenvolvida e Hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos (EIHSCP),
está consubstanciada no Plano Estratégico para o cinco Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados
Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos (PEDCP) para Paliativos (ECSCP) e uma Unidade de internamento de
o biénio 2017-2018, preconiza uma Rede Nacional de Cuidados Paliativos.
Cuidados Paliativos funcional, plenamente integrada no É importante referir que a Região do Algarve foi a primeira
SNS e implementada em todos os níveis de cuidados de região do país a ter uma cobertura total ao nível da
saúde, promovendo desta forma a equidade no acesso resposta em Cuidados Paliativos.
a Cuidados Paliativos de qualidade, adequados às Em consonância com a Base XXVII, da Lei de Bases dos
necessidades físicas, psicológicas, sociais e espirituais Cuidados Paliativos, e de acordo com o Programa do
e preferências dos doentes e suas famílias. Governo, que estabelece como prioridade aperfeiçoar
Na definição organizacional e garantia da qualidade a gestão dos recursos humanos e a motivação dos
de cuidados, trabalhou-se na definição do que são as profissionais de saúde, destacam-se os Protocolos de
diferentes tipologias de equipas de Cuidados Paliativos, Colaboração estabelecidos com diversas Universidades
os recursos humanos que devem possuir, critérios de e Institutos Politécnicos responsáveis pela formação de
referenciação, regras de registo da atividade assistencial médicos, enfermeiros e psicólogos.
viana do castelo viana do castelo viana do castelo
de 2,5 até 2,5 (1) de 2,5 até 2,5 (1) de 3 até 5 (5)
de 2 até 2,5 (2) viseu de 2 até 2,5 (2) viseu de 2 até 3 (7) viseu
aveiro aveiro aveiro
guarda guarda
de 1 até 2 (9) de 1 até 2 (9)
guarda
de 1 até 2 (5)
de 0,1 até 1 (5) de 0,1 até 1 (5) de 0,1 até 1 (1)
de 0 até 0,1 (1) coimbra de 0 até 0,1 (1) coimbra coimbra
leiria leiria
leiria
santarém
santarém santarém
portalegre
portalegre portalegre
lisboa
lisboa lisboa
évora
évora évora
setúbal
setúbal setúbal
beja
beja beja
faro
faro faro
22 novas VMER
Unidade Local de Saúde do Alto Minho
Hospital da Senhora da Oliveira, Guimarães
Centro Hospitalar Tâmega e Sousa
Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga
Centro Hospitalar Médio Ave
Hospital de Braga
Hospital de Santa Maria Maior, Barcelos
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Centro Hospitalar Baixo Vouga
Unidade Local de Saúde de Castelo Branco
- Hospital Amato Lusitano
Hospital Distrital da Figueira da Foz
Centro Hospitalar Médio Tejo
Centro Hospitalar Barreiro-Montijo
Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo
Hospital Beatriz Ângelo
Hospital Distrital de Santarém
Unidade Local do Norte Alentejano
Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano
Hospital do Espírito Santo - Évora
Centro Hospitalar Universitário do Algarve
(duas viaturas)
* Novembro 2017
55
Retrato da Saúde 2018
Quanto aos Helicópteros de Emergência Médica, Portugal paragem cardiorrespiratória. Assim, os desfibrilhadores
dispõe de quatro, equipados com material de Suporte automáticos externos passaram a existir em todas as
Avançado de Vida e cuja tripulação consiste em dois ambulâncias, bem como em locais de acesso ao público.
pilotos, um médico e um enfermeiro. Através deles, Em 2017, eram mais de 1700 os equipamentos existentes
é possível transportar doentes graves entre o local da a nível nacional e mais de 18 mil as pessoas leigas com
ocorrência e a unidade de saúde, bem como entre formação, através de programas devidamente licenciados
unidades, permitindo também o envio rápido de equipas e auditados pelo INEM.
medicalizadas para qualquer ponto do país.
Em 2017, foram atendidas cerca de 1,4 milhões de
O Motociclo de Emergência Médica (MEM) é outro meio chamadas através do número europeu de emergência
de emergência ao serviço do INEM, o qual se destaca 112. A diminuição que se registou a partir de 2011
pela rapidez, já que é mais ágil no trânsito citadino, e está deve-se ao facto de ter passado a ser possível melhorar
equipado com equipamento que permite a estabilização a sua contabilização, evitando considerar chamadas entre
inicial da vítima. técnicos para passagem de informação sobre os casos
socorridos.
Também de destacar que Portugal dispõe, hoje,
de uma rede de desfibrilhação automática externa,
a qual veio capacitar o país para atuar em situações de
1.267.464
1.370.348 1.368.141 1.280.123
1.262.145 1.302.958 1.196.563
1.201.105 1.134.644
1.15.107
1.073.385
926.380
765.258
741.315
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Nos últimos dez anos, assistiu-se ao crescimento significativo da procura dos serviços de emergência, bem como
à ampliação das incumbências do INEM, a quem compete gerir um sistema grandioso que tem o nobre objetivo de
salvar vidas.
56
Retrato da Saúde 2018
57
Retrato da Saúde 2018
3. AS PROFISSÕES DA SAÚDE
O Ministério da Saúde é o segundo maior empregador da Administração Pública, com mais de 134 mil trabalhadores,
sendo os enfermeiros e os médicos os grupos profissionais com maior dimensão e constituindo-se os hospitais como
o maior empregador do sistema, com mais de metade dos vínculos existentes através de contrato de trabalho em
funções públicas.
134.113
131.998
129.915
127.493 127.213
126.297 126.212
124.364
123.205
Fonte:
Fonte: ACSS
ACSS, 2018
Fig. XX . Recursos Humanos no SNS I Número total de profissionais * Dados a 31|01|2018
Fig. 71. Recursos Humanos no SNS | Número total de profissionais.
* Dados a 28/02/2018
32 000 45 000
30.327
30 500 44 000 43.559 43.687
21 500 38 000
20 000 37 000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018* 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*
Fig. 72. Número de médicos (internos e aposentados) no Fig. 73. Número de enfermeiros no SNS.
SNS.
58
Retrato da Saúde 2018
// Em janeiro de 2018,
registou-se o mais elevado
número dos últimos dez anos
de médicos, enfermeiros e
técnicos de diagnóstico e
terapêutica a trabalhar no SNS.
10
ANOS
59
Retrato da Saúde 2018
4. O MEDICAMENTO
Os portugueses vivem, hoje, em média, mais cinco para tratamento da insónia, ansiedade e depressão) é
anos do que há 20 anos. Para estes resultados, muito preocupante e reflete alguns problemas ao nível da saúde
contribuiu a melhoria do acesso aos medicamentos mental dos portugueses.
para a prevenção, controlo e tratamento de doenças,
designadamente doenças infetocontagiosas e
cardiovasculares, bem como alguns tipos de cancro.
Vivemos, atualmente, uma era de grandes desafios no 6 5.71
setor do medicamento devido, sobretudo, aos avanços da
investigação, que têm permitido disponibilizar tecnologias 4.87
4.62 4.59 4.58 4.44
inovadoras e personalizadas, com ganhos em saúde 4.47
consideráveis. 4
60
Retrato da Saúde 2018
Portugal está entre os países com um papel mais ativo na Neste âmbito, foi implementado, em 2017, o Registo
avaliação de medicamentos do sistema europeu, o que lhe Nacional de Ensaios Clínicos (RNEC).
confere reconhecimento pelos parceiros e pela indústria
farmacêutica. Também visando o apoio à investigação clínica, foi criado
o Fundo para a Investigação em Saúde, que representou
Consciente de que a investigação clínica promove o um investimento de 780 mil euros e que teve como
acesso dos cidadãos a terapêuticas cada vez mais principais objetivos o apoio à investigação em três áreas
eficazes, Portugal tem apoiado fortemente esta atividade, prioritárias: doenças oncológicas, doenças cérebro-
através do desenvolvimento de ensaios clínicos (estudos cardiovasculares e diabetes.
experimentais), garantindo sempre a proteção dos
direitos, da segurança, da dignidade e do bem-estar dos A par disso, foi também criada, em 2018, a Agência de
cidadãos, saudáveis ou doentes, que se disponibilizam Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB).
para neles participarem.
144
127
119 123
116
105
99
87
61
Retrato da Saúde 2018
Os medicamentos aprovados pelo Infarmed - Autoridade Em Portugal continental, existem cerca de três farmácias
Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, nos por cada dez mil habitantes, tendo-se registado um
últimos anos, têm contribuído para ganhos significativos aumento nos últimos anos, resultado da abertura de
em saúde para os cidadãos, uma vez que se trata de concurso para instalação de novas farmácias em
soluções inovadoras, seguras e com uma boa relação localidades onde mais faziam falta, bem como da
custo-efetividade. transformação de postos farmacêuticos móveis em
farmácias.
Só em 2017, foram aprovados 60 novos medicamentos,
a maioria para tratamento de cancro. Todos os anos, é autorizada a introdução de novos
Mas há outras áreas que merecem destaque. É o caso da medicamentos no mercado. Em 2016, existiam, em
Hepatite C, em que o Estado Português chegou a acordo Portugal, mais de 16 mil medicamentos, dos quais perto
com uma empresa farmacêutica para o fornecimento de de 6700 comparticipados.
dois medicamentos que já permitiram dar início a mais de
17 mil tratamentos, com 9.900 doentes curados. O Infarmed é a entidade nacional responsável por regular
e supervisionar a área do medicamento, com um papel de
A Agência Europeia de Medicamentos estima que existam destaque na Europa. Sendo uma autoridade de referência,
entre cinco a oito mil doenças raras, que afetam mais de trata-se da quarta agência europeia que mais contribui
30 milhões de pessoas (http://www.ema.europa.eu). para a avaliação de processos de medicamentos.
O seu tratamento é feito através dos chamados Para garantir o acesso por parte de todos, existe um
medicamentos órfãos, cujo desenvolvimento e aprovação processo que monitoriza, em permanência, ruturas
têm aumentado ao longo dos últimos anos, com um e falhas verificadas no mercado, por questões de fabrico
papel determinante de Portugal, já que integra o grupo e/ou de transporte, havendo também um centro de
de cinco países que os avaliam. A disponibilidade atendimento, através do qual cidadãos, profissionais
destes medicamentos tem aumentado a nível nacional, de saúde e instituições podem expor dificuldades na
sendo a sua utilização feita sobretudo nos hospitais e obtenção de medicamentos. É também possível, às
representando um encargo de cerca de 97 milhões de farmácias, sempre que necessário, fazer encomendas
euros. pela Via Verde do Medicamento, que permite a entrega
rápida, através de um stock de segurança, possibilitando
uma resposta eficaz, capaz de satisfazer as necessidades
dos cidadãos em tempo útil e de assegurar a continuidade
das terapêuticas.
62
Retrato da Saúde 2018
63
Retrato da Saúde 2018
O Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF), criado Em 2017, estima-se que os encargos totais do SNS com
em 1992, destina-se a recolher informação sobre medicamentos tenham sido de 2.373 milhões de euros,
a segurança do uso de medicamentos após a sua menos 269 milhões de euros do que em 2010. Quanto
introdução no mercado, de que são exemplos as reações ao cidadão, tem vindo a pagar cada vez menos pelos
adversas. Consolidou-se em 2000, com a criação das medicamentos, apesar do aumento da sua utilização.
primeiras Unidades Regionais de Farmacovigilância, que
permitiram o desenvolvimento de massa crítica nesta O Infarmed disponibiliza, nos seus relatórios periódicos,
área, através de uma maior ligação a universidades dados de utilização e despesa de medicamentos em
e outros centros de investigação. Cada vez mais, Portugal, permitindo também aos portugueses saber
a farmacovigilância está a desenvolver-se em torno do quanto é que o país gasta com medicamentos, quanto
cidadão, procurando adaptar-se às suas necessidades, é que as suas escolhas lhes permitem poupar e que
mas também capacitando-o para a participação como medicamentos são mais consumidos. Uma política de
agente ativo, através, entre outras coisas, de materiais transparência que visa a disponibilização de informação
educacionais e da introdução do tema nas escolas. necessária para escolhas informadas e seguras.
64
Retrato da Saúde 2018
-252 2018 oe
-231 2017 p
-301 2016
-372 2015
-249 2014
-230 2013
-433 2012
-746 2011
-932 2010 Fonte: Ministério da
Valores em euros
Saúde | ACSS, 2018
Fig. 80. Conta do SNS.
Fonte: Ministério da Saúde | ACSS
Fig. X. Conta do SNS
Milhões €
11.000
10.455 10.572
10.500
10.000 9.667
9.571 9.538
9.500 9.244
9.523 9.073 9.026
8.829 8.872 9.308 9.415
9.000
8.825 8.943
8.500 8.849
8.598 8.623 8.654 8.628 8.594
8.000 8.254
7.930
8.179
7.762 7.796 7.878
7.500
7.000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 p 2018 oe
Transferência do oe excl. financiamentos excecionais Despesa Total Despesa Total
Fonte: Ministério
Fonte:da Saúde,
Ministério da SaúdeACSS,
| ACSS 2017
Fig. 81. Evolução
Fig. X.das transferências
Evolução do
das transferências do OE,OE,
receitareceita
e despesa e despesa total, entre 2010 e 2017 (M€).
total
65
Retrato da Saúde 2018
Estas medidas, conjugadas com o reforço dos capitais Esta medida surge na continuidade do investimento que
estatutários que se encontra em curso nas Entidades se tem vindo a efetuar no Serviço Nacional de Saúde,
Públicas Empresarias do Setor da Saúde, permitirão nomeadamente a construção de raiz de novas unidades
aumentar o investimento, reduzir a dívida e contribuir para de saúde, alocação às mesmas e a outras de modernos
garantir a sustentabilidade do Sistema de Saúde, em geral, equipamentos, alargamento da Rede Nacional de
e do SNS, em particular. Cuidados Continuados Integrados e ampliação desta
a novas valências e a aposta, pela primeira vez, na saúde
O orçamento apresentado pelo Governo para 2018 prevê o oral nos cuidados de saúde primários.
reforço das verbas atribuídas à Saúde, mantendo o reforço
progressivo do financiamento das políticas públicas neste
setor. A despesa do SNS em 2018 representará 11,8% da
despesa primária das Administrações Públicas, ganhando
peso na afetação global dos recursos públicos.
Milhões €
4.500
4.000 3827
3.500 3327
3.000 2777 2827 2827
2.500
2.000 1808 1853 1853 1853 1853
1.500
1.000
500
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Valores em euros
66
Retrato da Saúde 2018
67
Retrato da Saúde 2018
III. TRANSFORMAÇÃO
DIGITAL |
+ INOVAÇÃO
1. SISTEMAS
DE INFORMAÇÃO
Nos últimos anos, têm sido desenvolvidos, São várias as iniciativas desenvolvidas, de que são
implementados e atualizados diversos sistemas de exemplos o SNS Sem Papel, que veio possibilitar
informação. Hoje, são disponibilizados mais de 60 a prescrição e dispensa eletrónicas de medicamentos;
nos cuidados de saúde primários e nos cuidados a desmaterialização dos processos associados aos
hospitalares. O objetivo passa por melhorar a qualidade certificados de óbito e baixas médicas;
da prestação e gestão de cuidados de saúde, aumentar ou a disponibilização de dados e serviços na internet,
a eficiência e atualizar tecnologicamente as instituições consagrando o princípio da transparência e dos dados
de saúde, conferindo uma melhoria aos serviços abertos. Outra medida estratégica prende-se com
públicos, com reflexos para os cidadãos e para os a utilização crescente da telessaúde, como princípio
profissionais. de aproximação do cidadão à saúde.
68
Retrato da Saúde 2018
1 050 000
969 170
941 597
900 000 867 434 838 200
798 384 796 439 803 439
NS 763 491
750 000 720 897 708 886
680 533 691 367
650 731 648 435 659 849
621 212
600 000
450 000
300 000
150 000
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
69
Retrato da Saúde 2018
// O Sistema de Saúde
Português atravessa um
período de transformação
digital, com ganhos evidentes
reconhecidos a nível
internacional.
Em 2017, Portugal foi
distinguido pelo Observatório
Europeu dos Sistemas de
Saúde como um exemplo de
boas práticas, por ter sido o
primeiro país da Europa com
certificação eletrónica do
óbito.
70
Retrato da Saúde 2018
*
Nota:Dados
*Dados a janeiro de 2018
a 24|01|2018
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*
DADOS: Março de 2018
72
Retrato da Saúde 2018
143.828
preferência, no bolso e para toda a parte.
MySNS é uma das aplicações mais populares da Google
MySNS
Play, também posicionada no top da loja da Apple,
e permite obter informações relativas ao Serviço Nacional
DOWNLOADS
de Saúde e ao SNS 24.
de saúde.
APP
e o testamento vital. Mais recentemente, integrado nesta
aplicação, foi lançado o cartão da atividade física, que,
Mysns TEMPOS
ao incorporar várias funcionalidades, permite monitorizar
a prática de atividade física do cidadão. Prevê-se que, no
curto espaço de tempo, venham a ser criados o cartão de
Já pode saber o tempo médio de espera antes de dirigir-se
alergias, onde o cidadão poderá consultar a sua lista à urgência. Consulte na app MySNS Tempos.
de alergias e intolerâncias registadas, e o cartão de Dador
de Sangue, entre outros.
APP
Mysns carteira
A Carteira eletrónica da Saúde
MySnS
116.374
DOWNLOADS
FONTE: SPMS
www.sns.gov.pt
73
Retrato da Saúde 2018
74
III. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL | + INOVAÇÃO
Retrato da Saúde 2018
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Retrato da Saúde 2018
IV. PORTUGAL
NO MUNDO |
+ GLOBAL
1. VIVEMOS MAIS
O crescimento da esperança de vida em Portugal Entre os países europeus membros da OCDE, a Suécia,
superou a média da União Europeia, segundo dados em 2015, era o país onde tanto as mulheres como os
da OCDE e do Observatório Europeu dos Sistemas homens podiam esperar viver mais anos com saúde,
e Políticas de Saúde. A média de vida dos portugueses quando chegassem aos 65. São, aliás, os países do
foi de 81,3 anos, em 2015, quando, em 2000, era de Norte da Europa que registam os valores mais altos
76,8 anos. Um aumento que se verifica quer nos homens relativamente a este indicador, por oposição aos países
quer nas mulheres. do Centro e Leste europeus.
A melhoria das condições gerais de vida, a oferta de Em Portugal, a média é de 5,4 anos nas mulheres,
serviços de saúde de qualidade e a diminuição da enquanto nos homens se situa nos sete anos. Se as
prevalência de algumas doenças têm contribuído para mulheres portuguesas esperam viver mais à nascença,
prolongar a vida dos portugueses. Estas importantes a partir dos 65 anos, são os homens que podem esperar
conquistas de saúde pública também são partilhadas viver mais com saúde. De salientar que as diferenças
por muitos outros países na Europa e no resto do mundo, entre homens e mulheres, no que respeita a este
mas existem diferenças importantes. indicador, são muito variáveis nos diferentes países.
76
Retrato da Saúde 2018
homens mulheres
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Rússia
Lituânia
Letónia
Estónia
Polónia
Brasil
Roménia
Eslováquia
Colômbia
Bulgária
Hungria
Japão
França
Coreia do Sul
Portugal
Eslovénia
Croácia
República Checa
Finlândia
Espanha
Turquia
México
Grécia
Chile
Áustria
EUA
Costa Rica
Alemanha
Luxemburgo
Bélgica
Itália
Suíça
Malta
Indonésia
Austrália
Israel
África do Sul
Dinamarca
Irlanda
Chipre
Noruega
Suécia
Reino Unido
Nova Zelândia
Holanda
China
Índia
Islândia
Fonte: OCDE
Figura. Esperança média de vida à nascença, por sexo, 2015.
Fonte: OCDE, 2017
Fig. 88. Esperança Média de Vida à Nascença, por sexo, 2015.
77
Retrato da Saúde 2018
Quadro 2
homens mulheres
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0
Suécia
Islândia
Noruega
Alemanha
Irlanda
Dinamarca
Bélgica
Reino Unido
França
Suíça
Holanda
Luxemburgo
Espanha
Finlândia
República Checa
Polónia
Eslovénia
Áustria
Grácia
Itália
Portugal
Hungria
Estónia
Letónia
Eslováquia
Fonte: OCDE
Fonte: OCDE, 2017 Figura. Esperança média de vida saudável aos 65 anos, por sexo, 2015.
Fig. 89. Esperança Média de Vida Saudável aos 65 anos, por sexo, 2015.
78
Retrato da Saúde 2018
81,3
ANOS
79
Retrato da Saúde 2018
2. OS DESAFIOS DA EUROPA
O número de mortes em Portugal tem vindo a aumentar mais baixo, por oposição à Lituânia. No que diz respeito
nos últimos anos, tendo sido superior a 110 mil em 2016. às mulheres, Portugal ocupava, em 2015, o 22º lugar da
Uma tendência semelhante à dos países da Europa mortalidade prematura, tendo esta registado os valores
Ocidental e do Sul e à qual não é alheio o envelhecimento mais baixos em Espanha e mais elevados na Bulgária.
da população. Bulgária, Letónia e Lituânia são os países De salientar que, em 2012, a OMS Europa adotou
da União Europeia que apresentam a mais elevada taxa o objetivo de redução, até 2020, de 25% da mortalidade
de mortalidade, ao contrário de Chipre, Irlanda prematura atribuível às doenças cardiovasculares, cancro,
e Luxemburgo. diabetes e doenças respiratórias crónicas.
REFORMULAÇÃO DOS
TAXAÇÃO DO SAL
PRODUTOS ALIMENTARES
80
Retrato da Saúde 2018
homens mulheres
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Chipre
Letónia
Bulgária
Lituânia
Grécia
Estónia
Roménia
Hungria
Eslováquia
Croácia
Polónia
Espanha
República Checa
Áustria
França
Portugal
Malta
Itália
Eslovénia
Holanda
Bélgica
Alemanha
Luxemburgo
Irlanda
Reino Unido
Dinamarca
Finlândia
Suécia
81
Excesso de peso Obesidade
70
60
Retrato da Saúde 2018
50
40
30
20
10
No contexto da União Europeia, o consumo diário Pelo contrário, as polacas, estónias e lituanas registaram
de álcool tem enormes
0 variações. Por um lado, os os consumos mais baixos.
países do Sul, como Portugal, Espanha e Itália, revelam
Croácia
Malta
Grécia
República Checa
Eslovénia
Polónia
Roménia
Irlanda
Eslováquia
Finlândia
Hungria
Bulgária
Espanha
Alemanha
Reino Unido
Chipre
Letónia
Lituânia
Portugal
Estónia
Áustria
Luxemburgo
Bélgica
Suécia
Dinamarca
Itália
França
Holanda
percentagens elevadas de consumo. Por outro, o Norte e Em 2014, mais de metade dos homens em todos os
Leste europeus têm padrões de consumo mais baixos. países tinha excesso de peso. Em Portugal, eram 57,6%.
Relativamente à obesidade masculina, Malta, Letónia e
Fonte: Eurostat
Em 2014, eram 38,3%Figura.os homens
Prevalência de excessoportugueses que
de peso e obesidade, homens, UE, 2014. Estónia tinham os valores mais elevados, por oposição
consumiam álcool diariamente, o valor mais alto da à Roménia. Já quanto a Portugal, havia 17,8% de homens
Europa, por oposição à Lituânia. Embora menos do obesos.
que os homens, as mulheres portuguesas também
registaram o consumo diário de álcool mais elevado na No que diz respeito às mulheres, os valores não são
União Europeia (11,8%), seguidas das belgas e italianas. tão altos como nos homens. Ainda assim, metade das
Quadro 7-1
70
60
50
40
30
20
10
0
Croácia
Malta
Letónia
Estónia
Reino Unido
Hungria
Lituânia
República Checa
Portugal
Finlândia
Eslovénia
Irlanda
Eslováquia
Alemanha
Grécia
Espanha
Polónia
Dinamarca
França
Holanda
Suécia
Luxemburgo
Bulgária
Bélgica
Áustria
Chipre
Itália
Roménia
Fonte: Eurostat
Quadro 7
60
50
40
30
20
10
0
Croácia
Malta
Grécia
República Checa
Eslovénia
Polónia
Roménia
Irlanda
Eslováquia
Finlândia
Hungria
Bulgária
Espanha
Alemanha
Reino Unido
Chipre
Letónia
Lituânia
Portugal
Estónia
Áustria
Luxemburgo
Bélgica
Suécia
Dinamarca
Itália
França
Holanda
Fonte: Eurostat
Fonte:Figura.
Eurostat, 2017
Prevalência de excesso de peso e obesidade, homens, UE, 2014.
82
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// O excesso de peso é um
dos maiores desafios da saúde
pública na Europa.
Mais de metade dos
homens em todos os
países da União Europeia
tinha excesso de peso,
em 2014.
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