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Resolução de exercícios
Nome de Estudante:
Emma Umali de Sousa.
Código de Estudante: 708204814
1. Introdução
A literatura moçambicana escrita é recente. É apenas no século XX que vemos surgir
uma produção, principalmente poética, já que a prosa só ganha corpo com o pós-
independência, influenciada pelos padrões estéticos da metrópole portuguesa.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
Descrever o surgimento das Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa.
1.2. Metodologia
Para a realização do presente trabalho usamos o método bibliográfico. Desta feita, para
Fonseca (2002), é realizada:
[...] a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por
meios escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer
trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto (p.32).
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2. Resolução da Actividade
1. Sobre o surgimento das literaturas africanas em língua portuguesa, vale primeiro dizer que
as mesmas tiveram seu desenvolvimento a partir da segunda metade do século XIX.
Marcadas pelo colonialismo português, os conflitos e relações que esta forma administrativa
acarretava, foram com o passar do tempo, inspiração constante na literatura das então colónias
de Portugal, actuais países de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e
Moçambique. Por ter sido, o fazer literário nestes países, muitas das vezes, formas de
resistência e militância, serão exactamente estas nuances que marcam as relações colonizador
x colonizado e as demais buscas de afirmação identitária que elas acarretam. A literatura,
então, passa a construir em forma de militância política, de denúncia, de busca de uma
identidade, a ideologia para a independência e afirmação de identidades nestes países.
4. A imprensa foi introduzida nas colónias nas seguintes datas: Cabo Verde (1842);
Angola (1845); Moçambique (1854); São Tomé e Príncipe (1857) e Guiné-Bissau
(1879).
E o ensino nas colónias portuguesas registava, ainda a entrada dos anos 60, níveis
baixíssimos. O analfabetismo atingia, em Angola, quase 97%; em Moçambique, quase
98%; na Guiné-Bissau, perto dos 100 %; só em Cabo Verde o nível era mais elevado,
rondando os 78,5%. O analfabetismo devia-se à política portuguesa de criar uma elite
muito restrita de assimilados para servirem no sector terciário, ao mesmo tempo que
deixava as populações entregues a si próprias, sem permitir o seu
autodesenvolvimento ou, no pior dos casos, usando-as como mão-de-obra escrava ou
barata.
5. Os movimentos que dignaram na consciencialização dos negros para as lutas em
liberdade foram a negritude e o pan-africanismo. Zeferino Capoco (2013) entende o
Pan-africanismo como eminentemente político, que propunha uma união, uma luta em
favor do povo negro contra o colonialismo e o imperialismo. Esse pensamento
mostrou-se estrutural para a formulação de um pensamento independentista, de acordo
com Nascimento, “a lutas pela independência se fizeram com a inspiração de lemas do
pan-africanismo” (2013, p.39). Por outro lado, a Negritude apelava para uma
emancipação cultural que formaria uma identidade e “autenticidade” cultural próprias
dos africanos, que se manifestariam, dentre outros, nos espaços literários.
6. Du Bois e Senghor foram os maiores divulgadores do Pan-africanismo e negritude,
que se consolidavam como um movimentos culturais de resgate/construção da
identidade negra, buscando desvelar a alma negra cuja característica essencial seria a
emoção: “A emoção é negra, assim como a razão é helénica”. A atitude do negro
frente ao mundo e aos outros é de abandono e comunhão. E das lutas de independência
nacional e contra o neocolonialismo na África.
7. Desde as suas origens, comummente identificadas nos trabalhos sociológicos de
W.E.B. Du Bois de meados do século XIX, o movimento Pan-Africanista teve várias
correntes e divergências internas, tal como aconteceu com o movimento
negritudinista, cujos fundadores são geralmente identificados em Léopold Senghor e
Aimé Césaire e cujo termo apareceu pela primeira vez no jornal L’Étudiant noir (O
Estudante negro), impresso em Paris em 1935. Pelo que respeita a divulgação da
poesia anticolonial e negritudinista, destacamos o número especial da mesma revista
sob o tema Nouvelle somme de poésie du monde noir (Nova suma da poesia do mundo
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Conclusão
Similar a outras literaturas africanas de língua portuguesa, a moçambicana também teve
na imprensa um papel importante para o seu desenvolvimento, tendo eclodido suas primeiras
manifestações no início do século XIX. No entanto, como o prelo só se instalou na colónia em
1854, pode-se afirmar que a literatura escrita em Moçambique só surge no início do século
XX, encontrando nos jornais O Africano e O Brado Africano os principais veículos
divulgadores.
Referências Bibliográficas
Fonseca, J. (2002). Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza, Brasil: UEC.
Leite, A. (2006). Poesia moçambicana, ecletismo de tendências. In: Poesia Sempre: Angola e
Moçambique. Rio de Janeiro, Brasil.