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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

CENTRO DE ENSINO A DISTÂNCIA

Os Princípios Permanentes da Doutrina Social da Igreja

Nome: António João Mussate; Código de Estudante: 708215919

Curso: Licenciatura em Ensino de Português


Disciplina: Fundamentos da Teologia Católica.
Turma: F.
Ano de Frequência: 2º Ano
Tutor:.

Chimoio, Novembro de 2022


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Aspectos  Índice 0.5


Estrutura organizacionais
 Introdução 0.5

 Discussão 0.5

 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

- Contextualização (Indicação
clara do problema) 1.0
Introdução
- Descrição dos objectivos 1.0

- Metodologia adequada ao
objecto do trabalho 2.0
Conteúdos

- Articulação e domínio do
discurso académico (expressão
escrita cuidada, coerência /
Análise e coesão textual) 2.0
Discussão

- Revisão bibliográfica nacional


e internacionais relevantes na
área de estudo. 2.0

- Exploração dos dados. 2.0

Conclusão - Contributos teóricos práticos 2.0

- Paginação, tipo e tamanho de


Aspectos Formatação letra, paragrafo, espaçamento 1.0
gerais entre linhas.
Normas APA 6ª Rigor e coerência das
Referência edição em citações/referências 4.0
bibliográfic citações e bibliográficas.
a bibliografia
Recomendações de melhoria:

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Índice
1. Introdução......................................................................................................................3
1.1. Objectivos...................................................................................................................3
1.1.1. Objectivo geral........................................................................................................3
1.1.2. Objectivos Específicos............................................................................................3
1.2. Metodologias..............................................................................................................3
2. Os princípios permanentes da doutrina social da igreja................................................4
2.1. Solidariedade..............................................................................................................4
2.2. Justiça.........................................................................................................................4
2.3. Caridade......................................................................................................................5
2.4. Subsidiariedade...........................................................................................................6
2.5. Bem comum................................................................................................................6
2.6. Boa governação..........................................................................................................7
2.7. A paz: fruto da justiça e da caridade..........................................................................7
2.8. Defesa da cultura........................................................................................................8
2.9. A Família....................................................................................................................8
Conclusão..........................................................................................................................9
Referências Bibliográfica................................................................................................10
1. Introdução
O reconhecimento da dignidade pessoal do ser humano e sua fundamentação última na
semelhança de sua imagem à de Deus é a herança cristã decisiva, cuja fecundidade deve ser
repetidamente resgatada para a configuração do mundo e da sociedade. A compreensão cristã
do ser humano, da sua pessoalidade e dignidade tem consequências necessárias ao
ordenamento e à configuração do convívio dos homens. Na tradição da doutrina e ética social
cristãs, três princípios sociais fundamentais cristalizaram-se com vistas a essa compreensão
cristã do ser humano: o princípio do bem comum, o princípio da solidariedade e o princípio da
subsidiariedade.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Apresentar os princípios permanentes da doutrina social cristã.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Diferenciar os princípios permanentes;
 Relacionar os princípios permanentes da doutrina social da igreja.

1.2. Metodologias
Para a materialização do presente trabalho usou-se o método bibliográfico. Este método
baseia-se no estudo da teoria já publicada, assim é fundamental que o pesquisador se aproprie
no domínio da leitura do conhecimento e sistematize todo o material que está sendo analisado.

O método bibliográfico, para Fonseca (2002), é realizada:

[...] a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e


publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos
científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se
com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o
que já se estudou sobre o assunto (Fonseca, 2002, p. 32).

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2. Os princípios permanentes da doutrina social da igreja
Na tradição da doutrina e ética social cristãs, três princípios sociais fundamentais
cristalizaram-se com vistas a essa compreensão cristã do ser humano: o princípio do bem
comum, o princípio da solidariedade e o princípio da subsidiariedade.

De acordo com (Hammes, 2001), nesses princípios, a referência à “dimensão social no


sentido próprio do termo, isto é, ao âmbito institucional, à interacção social cimentada em
estruturas, ordenamentos e relações sociais” tem um viés especificamente sócio-ético.

2.1. Solidariedade
Hoje praticamente inexiste um debate político actual ou mesmo qualquer contribuição à
necessidade urgente de reformulação do Estado de Bem-Estar Social, como também inexiste
qualquer reflexão sobre a reavaliação da importância do engajamento voluntário ou cidadão,
sem que se remeta à importância da solidariedade. Se, porém, examinarmos esse conceito
mais detidamente, salta aos olhos que solidariedade.

Para Francisco (2013), a solidariedade confere particular relevo à intrínseca


sociabilidade da pessoa humana, à igualdade de todos em dignidade e direitos, ao caminho
comum dos homens e dos povos para uma unidade cada vez mais convicta.

A solidariedade se apresenta sob dois aspectos complementares: o de princípio social e


o de virtude moral.

A solidariedade deve ser tomada antes de mais nada, no seu valor de princípio social
ordenador das instituições, em base ao qual devem ser superadas as “estruturas de pecado”,
que dominam os relações entre as pessoas e os povos, devem ser superadas e transformadas
em estruturas de solidariedade, mediante a criação ou a oportuna modificação de leis, regras
do mercado, ordenamentos.

2.2. Justiça
A justiça consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é
devido. Ela se traduz na atitude determinada pela vontade de reconhecer o outro como pessoa
com direitos e deveres. A justiça social representa um verdadeiro desenvolvimento da justiça

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geral, reguladora das relações sociais com base no critério da observância da lei. A justiça
social, exigência conexa com a questão social, diz respeito aos aspectos sociais, políticos e
económicos e, sobretudo, à dimensão estrutural dos problemas e das respectivas soluções.

A justiça mostra-se particularmente importante no contexto actual, em que o valor da


pessoa, da sua dignidade e dos seus direitos, a despeito das proclamações de intentos, é
seriamente ameaçado pela generalizada tendência a recorrer exclusivamente aos critérios da
utilidade e do ter.

Também a justiça, com base nestes critérios, é considerada de modo redutivo, ao passo
que adquire um significado mais pleno e autêntico na antropologia cristã. A justiça, com
efeito, não é uma simples convenção humana, porque o que é “justo” não é originariamente
determinado pela lei, mas pela identidade profunda do ser humano.

2.3. Caridade
Entre as virtudes no seu conjunto e, em particular, entre virtudes, valores sociais e a
caridade, subsiste um profundo liame, que deve ser cada vez mais acuradamente reconhecido.
A caridade, não raro confinada ao âmbito das relações de proximidade, ou limitada aos
aspectos somente subjectivos do agir para o outro, deve ser reconsiderada no seu autêntico
valor de critério supremo e universal de toda a ética social. Dentre todos os caminhos, mesmo
os procurados e percorridos para enfrentar as formas sempre novas da actual questão social, o
“mais excelente de todos”.

Desta feita, os valores da verdade, da justiça, do amor e da liberdade nascem e se


desenvolvem do manancial interior da caridade: a convivência humana é ordenada, fecunda
de bens e condizente com a dignidade do homem, quando se funda na verdade; realiza-se
segundo a justiça, ou seja, no respeito efectivo pelos direitos e no leal cumprimento dos
respectivos deveres; é realizada na liberdade que condiz com a dignidade dos homens,
levados pela sua mesma natureza racional a assumir a responsabilidade pelo próprio agir; é
vivificada pelo amor, que faz sentir como próprias as carências e as exigências alheias e torna
sempre mais intensas a comunhão dos valores espirituais e a solicitude pelas necessidades
materiais. Estes valores constituem pilares dos quais recebe solidez e consistência o edifício
do viver e do agir: são valores que determinam a qualidade de toda a acção e instituição
social.

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2.4. Subsidiariedade
É o princípio que preconiza a entreajuda entre as pessoas, instituições e sociedades
salvaguardando a autonomia que lhes é devida. A subsidiariedade entendida em sentido
positivo, como ajuda económica, institucional, legislativa oferecida às entidades sociais
menores, corresponde uma série de implicações em negativo, que impõem ao Estado abster-se
de tudo o que, de fato, restringir o espaço vital das células menores e essenciais da sociedade.
Não se deve suplantar a sua iniciativa, liberdade e responsabilidade.

O princípio de subsidiariedade protege as pessoas dos abusos das instâncias sociais


superiores e solicita estas últimas a ajudar os indivíduos e os corpos intermédios a
desempenhar as próprias funções. Este princípio impõe-se porque cada pessoa, família e
corpo intermédio tem algo de original para oferecer à comunidade (Baumgartner, 2000). A
experiência revela que a negação da subsidiariedade, ou a sua limitação em nome de uma
pretensa democratização ou igualdade de todos na sociedade, limita e, às vezes, também
anula, o espírito de liberdade e de iniciativa.

2.5. Bem comum


Na sequência do Iluminismo e do Liberalismo estabelecera-se durante praticamente dois
séculos e meio a descoberta de Adam Smith a respeito do mercado, segundo qual os seres
humanos só deveriam buscar o respectivo bem-estar individual para que o bem comum
aparecesse por força própria, como que conduzido por uma “mão invisível”.

Silva (2001) considera que bem comum é a dimensão social e comunitária do bem
moral. Ele não consiste na simples soma dos bens particulares de cada sujeito do corpo social.
Sendo de todos e de cada um, é e permanece comum, porque indivisível e porque somente
juntos é possível alcançá-lo, aumentá-lo e conservá-lo, também em vista do futuro. Assim
como o agir moral do indivíduo se realiza fazendo o bem, assim o agir social alcança a
plenitude realizando o bem comum.

Assim sendo, as exigências do bem comum derivam das condições sociais de cada
época e estão estreitamente conexas com o respeito e com a promoção integral da pessoa e
dos seus direitos fundamentais. Essas exigências referem-se, antes de mais, ao empenho pela
paz, à organização dos poderes do Estado, a uma sólida ordem jurídica, à salvaguarda do
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ambiente, à prestação dos serviços essenciais às pessoas, alguns dos quais são, ao mesmo
tempo, direitos do homem: alimentação, morada, trabalho, educação e acesso à cultura, saúde,
transportes, livre circulação das informações e tutela da liberdade religiosa.

O bem comum da sociedade não é um fim isolado em si mesmo; ele tem valor somente
em referência à obtenção dos fins últimos da pessoa e ao bem comum universal de toda a
criação. Deus é o fim último de suas criaturas e por motivo algum se pode privar o bem
comum da sua dimensão transcendente, que excede, mas também dá cumprimento à dimensão
histórica.

2.6. Boa governação


É importante salientar que esse princípio caracteriza-se pela capacidade de ter um
projecto, orientado a favorecer uma convivência social mais livre e mais justa, em que vários
grupos de cidadãos, mobilizando-se para elaborar e exprimir as próprias orientações, para
fazer frente às suas necessidades fundamentais, para defender legítimos interesses.

O Estado deve fornecer um quadro jurídico adequado ao livre exercício das actividades
dos sujeitos sociais e estar pronto a intervir, sempre que for necessário, e respeitando o
princípio de subsidiariedade, para orientar para o bem comum a dialéctica entre as livres
associações activas na vida democrática (Andrade, 2010). A sociedade civil é heterogénea e
articulada, não desprovida de ambiguidades e de contradições: é também lugar de embate
entre interesses diversos, com o risco de que o mais forte prevaleça sobre o mais indefeso.

2.7. A paz: fruto da justiça e da caridade


A paz é um valore um dever universal e encontra o seu fundamento na ordem racional e
moral da sociedade que tem as suas raízes no próprio Deus, fonte primária do ser, verdade
essencial e bem supremo. A paz não é simplesmente ausência de guerra e tampouco um
equilíbrio estável entre forças adversárias, mas se funda sobre uma correcta concepção da
pessoa humana e exige a edificação de uma ordem segundo a justiça e a caridade.

A paz é fruto da justiça, entendida em sentido amplo como o respeito ao equilíbrio de


todas as dimensões da pessoa humana. A paz está em perigo quando ao homem não é
reconhecido aquilo que lhe é devido enquanto homem, quando não é respeitada a sua
dignidade e quando a convivência não é orientada em direcção para o bem comum (Hammes,
2001).
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Assim, para a construção de uma sociedade pacífica e para o desenvolvimento integral
dos indivíduos, povos e nações, é necessária a defesa e a promoção dos direitos humanos. A
paz é fruto também do amor.

2.8. Defesa da cultura


De acordo com Kersting (2000), a palavra “cultura” indica, em geral, todas as coisas por
meio das quais o homem apura e desenvolve as múltiplas capacidades do seu espírito e do seu
corpo; se esforça por dominar, pelo estudo e pelo trabalho, o próprio mundo; torna mais
humana, com o progresso dos costumes e das instituições, a vida social, quer na família quer
na comunidade civil; e, finalmente, no decorrer do tempo, exprime, comunica aos outros e
conserva nas suas obras, para que sejam de proveito a muitos e até à inteira humanidade, as
suas grandes experiências espirituais e as suas aspirações.

Daqui se segue que a cultura humana implica necessariamente um aspecto histórico e


social e que o termo “cultura” assume frequentemente um sentido sociológico e etnológico. É
neste sentido que se fala da pluralidade das culturas.

2.9. A Família
A íntima comunidade da vida e do amor conjugal, fundada pelo Criador e dotada de leis
próprias, é instituída por meio da aliança matrimonial, ou seja pelo irrevogável consentimento
pessoal. Deste modo, por meio do acto humano com o qual os cônjuges mutuamente se dão e
recebem um ao outro, nasce uma instituição também à face da sociedade, confirmada pela lei
divina. Em vista do bem tanto dos esposos e da prole como da sociedade, este sagrado vínculo
não está ao arbítrio da vontade humana. O próprio Deus é o autor do matrimónio, o qual
possui diversos bens e fins, todos eles da máxima importância, quer para a propagação do
género humano, quer para o proveito pessoal e sorte eterna de cada um dos membros da
família, quer mesmo, finalmente, para a dignidade, estabilidade, paz e prosperidade de toda a
família humana. Por sua própria índole, a instituição matrimonial e o amor conjugal estão
ordenados para a procriação e educação da prole, que constituem como que a sua coroa.

O homem e a mulher, que, pela aliança conjugal “já não são dois, mas uma só carne”,
prestam-se recíproca ajuda e serviço com a íntima união das suas pessoas e actividades,
tomam consciência da própria unidade e cada vez mais a realizam.

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Conclusão
Concluímos que os princípios em que a Igreja baseia a sua doutrina social são
relativamente simples e limitados: dignidade da pessoa humana, que deve ser salvaguardada
em todas as circunstâncias; dimensão comunitária da vida humana, que induz formas de vida
familiar, profissional, política, a encorajar prioritariamente (vida associativa, relações
participativas, papel dos corpos intermédios, realização da subsidiariedade); promoção do
bem comum.

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Referências Bibliográfica
Andrade, M. (2010). Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de
trabalhos na graduação. São Paulo, Brasil: Atlas.

Baumgartner, A. (2000). Verbete Solidarität. I. Begriffsgeschichte. LThK.


Francisco (2013). Exortação apostólica Evangelii Gaudium. Maputo, Moçambique: Ed
Paulinas.

Hammes, R. (2001). Compêndio da doutrina social da igreja. São Paulo, Brasil: Pontifício
Conselho Justiça e Paz.

Kersting, W. (2000). Politische Solidarität statt Verteilungsgerechtigkeit. Eine Kritik


egalitaristischer Sozialstaatsbegründung. Weilerswist.

Ketteler, W. (1977). Die Katholiken im Deutschen Reiche Entwurf zu einem politischen


Programm, in: Sämtliche Werke und Briefe, Mogúncia.

Silva, A. Continuidade e inovação na doutrina social da Igreja. Análise social, vol xxviii.

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