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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

CENTRO DE ENSINO A DISTÂNCIA

O Impacto da participação dos pais e encarregado de educação na gestão escolar

Nome: António João Mussate; Código de Estudante: 708215919

Curso: Licenciatura em Ensino de Português


Disciplina: Práticas Pedagógicas II
Turma: F
Ano de Frequência: 2º Ano
Docente: Dra. Aissa Firoza Madeira.

Chimoio, Setembro de 2022


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 Capa 0.5

Aspectos  Índice 0.5


Estrutura organizacionais  Introdução 0.5

 Discussão 0.5

 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

- Contextualização (Indicação
clara do problema) 1.0
Introdução - Descrição dos objectivos 1.0
- Metodologia adequada ao
objecto do trabalho 2.0
- Articulação e domínio do
discurso académico (expressão
escrita cuidada, coerência /
Conteúdos Análise e coesão textual) 2.0
Discussão - Revisão bibliográfica nacional
e internacionais relevantes na
área de estudo. 2.0
- Exploração dos dados. 2.0
Conclusão - Contributos teóricos práticos 2.0
- Paginação, tipo e tamanho de
Aspectos Formatação letra, paragrafo, espaçamento 1.0
gerais entre linhas.
Normas APA 6ª Rigor e coerência das
Referência edição em citações/referências 4.0
bibliográfic citações e bibliográficas.
a bibliografia
Recomendações de melhoria:

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Índice
1.

Introdução.........................................................................................................................3
1.1. Objectivos...................................................................................................................3
1.1.1. Objectivo geral........................................................................................................3
1.1.2. Objectivos específicos.............................................................................................3
1.2. Metodologia................................................................................................................3
2. Função cíclica da Escola...............................................................................................4
2.1. Conselho de escola: Constituintes e sua função.........................................................5
2.2. Interacção da Escola e comunidade............................................................................6
2.3. Factores que influenciam na participação dos pais e encarregados de educação.......8
2.4. A motivação do aluno durante o processo de ensino e Aprendizagem......................9
2.5. Gestão participativa no processo de ensino e Aprendizagem..................................11
Conclusão........................................................................................................................13
Referências Bibliográficas...............................................................................................14
1. Introdução
Atento naquilo que é o processo do ensino e aprendizagem na actualidade, é pertinente
afirmar que se torna necessário que a comunidade e a escola se encarem responsavelmente
como parceiras de caminhada, pois, ambas são responsáveis pelo que produz, podendo
reforçar ou contrariar a influência uma da outra. Comunidade e escola precisam criar através
da educação, uma força para superar as suas dificuldades, construindo uma identidade própria
e colectiva, actuando juntas como agentes facilitadores do desenvolvimento pleno do
educando.

Não obstante, é impossível colocar à parte escola, família e comunidade, pois, se o


indivíduo é aluno, filho e cidadão ao mesmo tempo, a tarefa de ensinar não compete apenas à
escola, porque o aluno aprende também através da família, dos amigos, das pessoas que ele
considera significativas, dos meios de comunicação, do quotidiano. Sendo assim, é preciso
que professores, família e sociedade tenham claro que a escola precisa contar com o
envolvimento de todos.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Analisar a participação dos pais e encarregados de educação no processo de ensini-
aprendizagem.

1.1.2. Objectivos específicos


 Apresentar a função cíclica da escola;
 Explicar a questão da motivação dos alunos no PEA;
 Descrever a gestão participativa.

1.2. Metodologia
Importa aqui salientar que para a materialização do presente trabalho usou-se o método
bibliográfico, que consistiu para o autor em ir pesquisar nas obras escritas e publicadas sobre
o tema em alusão.

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2. Função cíclica da Escola

Ao analisar a escola pública, Alves (2001, p. 146) afirma que “o processo de produção
material dessa instituição é o elemento revelador de sua natureza e das funções sociais que
vem assumindo historicamente”. Até então a função da escola era “simplesmente suplementar
e preparatória à educação que se fazia predominantemente no lar e na vida da comunidade.
[...] A necessidade, pois, de a escola tomar, em grande parte, a si, as funções da família e do
meio social, corresponde a uma verdadeira premência dos nossos tempos” (Teixeira, 1968,
apud Alves, 2001, p.150).

Frisando que a escola não deixou de exercer sua função propriamente pedagógica,
Alves (2001, p.205) aponta novas funções produzidas pela expansão escolar: a expansão da
indústria de construção, de papel, de móveis, editorial, de materiais didácticos, etc. Além
dessa função económica, da função pedagógica e da função, ora fundamental, de alocar os
trabalhadores excluídos, o capital criou condições materiais para acrescentar à escola funções
complementares, quais sejam:
a) Controle dos níveis de desemprego, pela extensão do tempo de escolarização que
prolonga a permanência do jovem na escola;
b) Liberação da mulher para o mercado de trabalho, criando creches e escolas para seus
filhos;
c) Serviço de refeitório para sua clientela – assegurar alimentação aos escolares tornou-se
objectivo vital da escola pública contemporânea;
d) Oferta de serviços gratuitos como assistência médico-odontológica, distribuição de
uniformes e de material didáctico;
e) Local de lazer e convivência social para crianças e jovens.

Frente às novas funções da escola e à secundarização da função pedagógica, Alves


(2001, p. 242) preconiza uma nova didáctica. Nessa perspectiva propõe, fundamentalmente, a
incorporação de conhecimento culturalmente significativo que circula pelos diversos canais
da sociedade e que ainda não penetra no espaço escolar.

Propõe ainda a ruptura com a redução que entende o trabalho docente apenas como
transmissão de conhecimento; uma maior autonomia do educando; a superação do manual do
didáctico; a incorporação de tecnologias mais avançadas; a transformação da relação
educativa; a actuação colectiva e combinada de especialista e educadores que ponham a

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educação no centro de suas preocupações; o repensar do espaço físico, da gestão escolar e da
formação docente. Quanto à função de reprodução da ideologia dominante, vale assim afirmar
que tanto quanto a função pedagógica, ela foi subalternizada, sendo, actualmente, uma função
complementar.

2.1. Conselho de escola: Constituintes e sua função


Na óptica de Paro (2001) apud Drabach (2010, p.92), conselho de escola “é um órgão
consultivo e deliberativo que deve tratar de problemas financeiros, administrativos e
pedagógicos da escola, contribuindo com propostas e planos de desenvolvimento da escola
com vista a uma educação de qualidade”.

Na opinião do autor, a eleição democrática dos corpos directivos da escola é um


pressuposto rumo à uma escola de boa qualidade, pois garante a participação activa de
representantes da comunidade no processo educativo através do Conselho de Escola.

Oliveira (2000) concorda que o conselho de escola tem as seguintes atribuições: (i) o
poder e a tomada de decisões compartilhadas por alguns ou por todos os membros da
organização; (ii) existe um conjunto de valores e de objectivos comuns que são
compartilhados por todos os integrantes; (iii) todos os membros da organização têm uma
representação formal nos órgãos de decisão; e (iv) a organização deve determinar políticas e
tomar decisões através de processos de discussão guiados pelo consenso.

O Conselho de Escola é órgão máximo e é constituído por pessoas de diferentes


segmentos, nomeadamente: director da escola, representantes dos professores, alunos, pais e
comunidade local.

Segundo MEC (2005), a participação dos diferentes segmentos no Conselho de Escola


prende-se com a necessidade de assegurar:
(i) Uma boa gestão escolar;
(ii) Um bom aproveitamento escolar;
(iii) Um bom desempenho dos professores e;
(iv) Uma gestão transparente dos recursos.

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Portanto, a gestão transparente supõe a existência de um ambiente de abertura
democrática principalmente, por parte do director da escola, que é também membro do
Conselho de Escola.

De acordo com MEC (2005, p.91), o Conselho de Escola deve estruturar-se por um
mínimo de quatro comissões, nomeadamente: “comissão de HIV/SIDA, saneamento e saúde
escolar; comissão de finanças, construção e produção escolar; comissão de género, alunos
órfãos e vulneráveis e comissão de cultura e desporto escolar”.

Importa referir que essas comissões ocupam-se da análise e acompanhamento do


decurso das actividades específicas que lhes são atribuídas, mobilizar recursos para apoiar o
desenvolvimento da escola na sua área específica e prestar informações regulares ao Conselho
de Escola sobre os avanços e aspectos a melhorar na sua área específica.

Os membros do conselho de escola, segundo (MEC, 2005), no seu exercício, guiam-se


pelos princípios universais, nomeadamente:
i. Respeito pela constituição;
ii. Promoção dos direitos da criança e da cidadania;
iii. Promoção do acesso universal a um ensino básico relevante e de qualidade;
iv. Promoção da Educação da rapariga e;
v. Gestão participativa e transparente.

O conselho de escola, na sua condição de órgão máximo, reúne-se pelo menos três
vezes por ano para entre vários assuntos: aprovar o plano estratégico da escola e garantir a sua
implementação; aprovar o plano anual da escola e garantir a sua implementação; aprovar o
regulamento interno da escola e garantir a sua aplicação; pronunciar-se sobre a proposta do
orçamento da escola; aprovar e garantir a execução de projectos de atendimento
psicopedagógico e material aos alunos, quando seja iniciativa da escola; elaborar e garantir a
execução de programas especiais visando a integração da Família-escola-comunidade;
pronunciar-se sobre o aproveitamento pedagógico da escola.

2.2. Interacção da Escola e comunidade


É sobejamente sabido que muitas vezes os alunos residem num bairro, numa vila, num
município, e não conhecem o local ou a região. As saídas da escola para estudo têm por

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principal objectivo levar os alunos a conhecerem e se familiarizarem com o lugar em que
vivem”. Desta forma os alunos poderão aprender os conteúdos fazendo uma relação com os
aspectos geográficos, políticos, culturais e económicos da sua comunidade. É comum não
ocorrer uma relação entre os assuntos passados em sala de aula e a realidade do meio social
onde eles vivem.

De acordo com Piletti (2004, p.100), “da mesma forma que a escola, para realizar
eficazmente seu trabalho, precisa estar na comunidade, esta não pode estar ausenta da escola”.
Pois, há necessidade de estarem sempre em parceria buscando assim usufruir o que a
comunidade tem de melhor para beneficiar a instituição de ensino tais como, prestação de
serviços voluntários auxiliando a equipe pedagógica com aulas de culinária, artesanato,
informática, conotação de história ou até na manutenção do espaço físico do prédio para que
elas possam ver que é possível melhorar a qualidade do ensino.

A escola é uma das instituições sociais que tem um grande poder de transformação. É
através dela que tanto o homem quanto a sociedade (comunidade) podem ser modificados por
meio da interacção entre eles. Mas para que isto aconteça é preciso que haja uma aproximação
da escola com a comunidade e “o primeiro passo para a interacção positiva entre escola e a
comunidade é, sem dúvida, o conhecimento da própria comunidade por parte da escola.

Importa saber que ara que esta aproximação aconteça a escola é quem tem de tomar a
iniciativa de promover meios para atrair a comunidade para dentro da instituição. Conforme
Piletti (2004, p.95) “o primeiro passo para uma interacção positiva entre escola e comunidade
é sem duvida o conhecimento da própria comunidade por parte escola”. Isto vai fazer com que
ela possa elaborar um plano ou projecto político-pedagógico que contemple as reais
necessidades do bairro em que ela esta inserida.

Mas o fato da escola ter pleno conhecimento da comunidade através de dados


estatísticos não é o suficiente para que haja uma interacção entre elas. É preciso
operacionalizá-los por meio de acções concretas “e isto só é possível através de actividades
práticas que dêem feição real a interacção escola-comunidade” (Piletti, 2004, p.97).

Dentre as actividades que podem ser realizadas o lazer é uma delas e por meio dele os
alunos terão a oportunidade de conhecer melhor os locais públicos da sua localidade como:
praças, clubes, ginásios esportivos, comercio, indústria, cinema, rios, praias, montanhas. Alem
da diversão os alunos poderão aprender de forma contextualizada alguns assuntos
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transmitidos pelos professores das varias disciplinas como matemática, geografia, língua
portuguesa e outras. Assim os alunos irão conhecer melhor o meio em que vivem já que
“muitas vezes os alunos residem num bairro, numa vila, num município e não conhecem o
local ou região” (Piletti, 2004, p.99), dentro destas saídas para o laser os familiares de alunos
podem participar como monitores ajudando a manter o grupo que saiu para excursão juntos,
distribuir os lanches, ou até para servir de guia.

Ainda na perspectiva do mesmo autor, “a comunidade pode enfrentar problemas que


podem ser solucionados com a participação dos seus membros num mutirão” (Piletti, 2004,
p.99). A instituição (escola) pode mobilizar toda a comunidade em forma de mutirão para
solucionar algum tipo de problema que esteja ocorrendo na comunidade e que podem ser
resolvidos com serviços práticos como; um mutirão de limpeza para recolher objectos que
estão servindo de criadouro para o mosquito da dengue que já fizeram várias vítima no bairro;
mobilizar as crianças para que elas conscientizem seus pais de que é preciso fazer a separação
e armazenamento adequado do lixo para facilitar a reciclagem e diminuir a quantidade de lixo
nas ruas e lixões e diminuir o número de insectos e ratos no bairro; na arrecadação de
alimentos, material de limpeza e higiene pessoal para doar a pessoas que estão necessitando
de ajuda no bairro, a uma instituição que cuide de crianças ou idosos que estejam passando
por dificuldades para se manterem abertas.

2.3. Factores que influenciam na participação dos pais e encarregados de


educação
A influência dos pais e encarregados de educação refere-se à todas as formas de
relacionamento entre a escola e os pais, que exige a participação na tomada de decisões. A
influência dos pais inclui a troca de informações e o apoio aos filhos na realização das
actividades escolares.

Esta expressão designa formas de relacionamento superiores entre a escola e os pais,


nomeadamente: a participação dos pais nos órgãos de gestão escolar e nas associações de pais.

(Cossa & Zimbico, 2018), apontam que o nível de relacionamento ainda não está
generalizado em todas as escolas públicas, embora a legislação escolar permita a participação
de representantes dos pais no conselho da escola e no conselho pedagógico. O autor,
acrescenta, dizendo que, participar é tomar parte na vida da comunidade, onde cada membro é

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chamado a cooperar de acordo com a função que desempenha e, também de acordo com as
suas possibilidades na formação dos seus filhos.

2.4. A motivação do aluno durante o processo de ensino e Aprendizagem


A motivação humana é observada desde tenra idade, sob diferentes formas. O bebé que
busca a satisfação de sua fome, somada ao aconchego de um colo quente e acolhedor,
demonstra, ao sugar o peito ou uma mamadeira, possuir motivação de sobra, através de seu
instinto e da fisiologia que lhe cobra a nutrição e os afectos, expressos pelo choro, por vezes
intensos e fortes, e os movimentos mais bruscos de braços e pernas. Em outra época, cujo
desenvolvimento permite certa independência de movimentos de locomoção e manipulação
de objectos, vê-se outras possibilidades inerentes ao tipo de motivação na criança. No brincar,
especial circunstância do quotidiano infantil, encontra-se rica fonte de informações acerca de
seu mundo interno: suas emoções e pensamentos.

Conforme Bzuneck (2000, p. 9) “a motivação, ou o motivo, é aquilo que move uma


pessoa ou que a põe em acção ou a faz mudar de curso”.

A motivação pode ser entendida como um processo e, como tal, é aquilo que suscita ou
incita uma conduta, que sustenta uma actividade progressiva, que canaliza essa actividade
para um dado sentido (Balancho & Coelho, 1996).

Segundo Burochovitch & Bzuneck (2004, p. 20) “não se pode contar ainda com uma
teoria geral compreensiva nem da motivação humana nem mesmo da motivação do aluno”.

O tema motivação ligado à aprendizagem está sempre em evidência nos ambientes


escolares, impelindo professores a se superar ou fazendo-os recuar, chegando à desistência
nos casos mais complexos. Porém, ela tem um papel muito importante nos resultados que os
professores e alunos almejam. Hoje já se sabe que a motivação é algo visceral, um
sentimento, ou se tem ou não se tem. Isso não quer dizer que não se possa fazer nada para que
as pessoas consigam vivenciá-la.

Conforme Bzuneck (2000, p. 10) “toda pessoa dispõe de certos recursos pessoais, que
são tempo, energia, talentos, conhecimentos e habilidades, que poderão ser investidos numa
certa atividade”. Os mesmos autores afirmam ainda que “na vida humana existe uma

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infinidade de áreas diferentes e o assunto da motivação deve contemplar suas especificidades”
(Bzuneck, 2000, p.10).

Cabe, aqui, fazer uma diferenciação entre interesse e motivação. As coisas que
interessam, e por isso prendem a atenção, podem ser várias, mas talvez nenhuma possua a
força suficiente para conduzir à acção, a qual exige esforço de um motivo determinante da
nossa vontade. O interesse mantém a atenção, no sentido de um valor que deseja. O motivo,
porém, se tem energia suficiente, vence as resistências que dificultam a execução do acto.

Quando se considera o contexto específico de sala de


aula, as actividades do aluno, para cuja execução e
persistência deve estar motivado, têm características
peculiares que as diferenciam de outras actividades
humanas igualmente dependentes de motivação, como
esporte, lazer, brinquedo, ou trabalho profissional
(Bzuneck, 2000, p.10).
Quantas vezes o professor prepara uma actividade que ele achou que prenderia a
atenção de seus alunos, que os levaria adiante, que os faria buscar as informações que eram
necessárias, porém, ao executá-la, não conseguiu o envolvimento que esperava deles.

A motivação do aluno, portanto, está relacionada com


trabalho mental situado no contexto específico das salas
de aula. Surge daí a conclusão de que seu estudo não
pode restringir-se à aplicação directa dos princípios
gerais da motivação humana, mas deve contemplar e
integrar os componentes próprios de seu contexto
(Brophy, 1983 apud Bzuneck 2000, p. 11).
Nem sempre os alunos percebem o valor dos trabalhos escolares, pois, muitas vezes,
não conseguem compreender a relação existente entre a aprendizagem e uma aspiração de
valor para a sua vida. O que faz com que eles não se envolvam no trabalho.

Para Burochovitch & Bzuneck (2004, p.13) “a motivação tornou-se um problema de


ponta em educação, pela simples constatação de que, em paridade de outras condições, sua
ausência representa queda de investimento pessoal de qualidade nas tarefas de
aprendizagem”. E, ainda, “à medida que as crianças sobem de série, cai o interesse e
facilmente se instalam dúvidas quanto à capacidade de aprender certas matérias”
(Burochovitch & Bzuneck 2004, p.15).

Quanto mais avançada as séries, os problemas tendem a ser mais complexos e


profundos, por terem raízes naqueles que se originaram nas séries iniciais e por sofrerem
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influência das novas exigências dos diferentes tipos de disciplinas, aliadas às características
evolutivas do aluno (Burochovitch & Bzuneck, 2004, p.15).

Do ponto de vista humanístico, motivar os alunos significa encorajar seus recursos


interiores, seu senso de competência, de auto-estima, de autonomia e de auto-realização.

Na motivação aqui vista, competência não é atributo de quem faz bem feito, mas sim de
quem consegue despertar nos outros a vontade de fazer bem feito. Competência relaciona a
habilidade técnica (melhor maneira de fazer o seu trabalho) e a habilidade comportamental.

Para Burochovitch & Bzuneck (2004, p.17) “níveis excessivamente elevados de


motivação rapidamente acarretam fadiga”. Complementa ainda que “em termos quantitativos,
a motivação ideal no contexto das tarefas escolares não pode ser fraca, mas também não deve
ser absolutamente a mais alta”.

O segredo motivacional do aprendizado escolar está em conseguir conciliar o


desenvolvimento da motivação intrínseca da criança (pela autopercepção dos avanços obtidos
e o processo necessário), segundo Burochovitch & Bzuneck (2004, p. 37) “a motivação
intrínseca refere-se à escolha e realização de determinada actividade por sua própria causa,
por esta ser interessante, atraente ou, de alguma forma, geradora de satisfação”, com o apoio
da motivação extrínseca ou externa (avaliação dos adultos, informações a respeito, elogios
verdadeiros, etc.).

2.5. Gestão participativa no processo de ensino e Aprendizagem


Vale de antemão sabermos que a gestão é administração, é tomada de decisão, é
organização, é direcção. Relaciona-se com a actividade de impulsionar uma organização a
atingir seus objectivos, cumprir sua função, desempenhar o seu papel.

Esta definição nos leva a compreendê-la como um processo que envolve toda a
comunidade. Na concepção democrático-participativa, segundo Libâneo (2004, p.101), “o
processo de tomada de decisão se dá colectivamente participativamente”. Ainda para esse
autor, a organização e os processos de gestão podem assumir diferentes significados de
acordo com a concepção que se tem dos objectivos da educação em relação à sociedade e à
formação dos alunos.

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A gestão participativa articula e engloba as várias dimensões da gestão escolar e das
acções educacionais, como condição para garantir a unidade de trabalho e desenvolvimento
equilibrado de todos os segmentos da escola, na realização de seus objectivos, segundo uma
perspectiva interactiva e integradora. (Luck, 2009, p.15).

Assim, o gestor deve englobar as dimensões acerca do trabalho pedagógico, pois todos
devem estar na mesma linha para garantir a aprendizagem dos alunos.

A gestão é entendida normalmente como uma forma regular e significativa de


envolvimento dos funcionários. No entanto, cabe ressaltar que a gestão também é articuladora
e, capaz de liderar diferentes segmentos é importante destacar que para ter a gestão escolar
democrática deve se propiciar um clima de abertura e respeito para que todos possam reflectir
e contribuir para uma gestão democrática e dinâmica. Assim torna-se possível a valorização
dos profissionais e favorece a relação escola/comunidade.

A gestão democrática é uma prática bastante significativa para o ambiente escolar, pois
esta propicia uma educação de qualidade para todos alunos.

A Escola precisa atrair a comunidade escolar, mantendo seus integrantes informando-se


envolvidos na dinâmica do ambiente escolar, aprimorando as acções participativas e
reflexivas, interagindo escola e a comunidade, possibilitando assim, melhorias e um ambiente
de aprendizagem.

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Conclusão
A relação escola e comunidade é um fato social que deve ser tratado com mais
seriedade pelos profissionais em educação e pelos pais, principalmente nos dias atuais em que
a sociedade e a família vêm sofrendo muito com a falta de políticas públicas que promovam o
bem estar de ambas.

A escola, é no entanto, uma das instituições que tem um grande poder de transformação
da sociedade, através da educação, a família tem suas crianças e jovens que são formados por
ela. Desta forma a instituição de ensino e a comunidade devem buscar parcerias em prol de
uma qualidade melhor na educação para seus filhos, como também infra-estrutura que garanta
uma vida saudável e digna para todos.

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Referências Bibliográficas
Alves, G. (2001). A Produção da Escola Pública Contemporânea. Campo Grande: Ed.
UFMS; Campinas: Autores Associados.
Balancho, M. J. S.; Coelho, F. (1996). Motivar os alunos, criatividade na relação
pedagógica: conceitos e práticas. Porto, Portugal: Texto.

Boruchovitch, &.; Bzuneck, J. A. (2001). A motivação do aluno: contribuições da psicologia


contemporânea. Petrópolis, Brasil: Vozes.

Bzuneck, J. (2000). As crenças de auto-eficácia dos professores. In: F.F. Sisto, G. de


Oliveira, & L. D. T. Fini (Orgs.). Leituras de psicologia para formação de professores.
Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil: Vozes.

Cossa, J & Zimbico, O. (2018). Influência do apoio dos pais e encarregados de educação no
desempenho escolar dos educandos em Moçambique. Lisboa, Portugal.
Libâneo, J. (2004). Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos
conteúdos. São Paulo, Brasil: Loyola.

Libâneo, J. (2004). Organização e gestão da escola: Teoria e Prática. Goiânia, Brasil:


Editora Alternativa.

Luck, H. (2010). Gestão Educacional: novos olhares novas abordagens. Petrópolis, Brasil:
Vozes.

Ministério da Educação (2005). Resolução nº 8/2005- Aprova os qualificadores dos directores


e chefes de Secretarias das Escolas. Maputo, Moçambique.

Piletti, N. (2004). Sociologia da educação. São Paulo, Brasil: Ática.

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