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Introdução

O conceito de saúde colectiva é o efeito das interacções socioeconómicas


de uma sociedade com o ambiente e o quanto isso pode influir a salubridade de
uma região ou comunidade. Ao contrário das demais áreas de saúde que tendem
a possuir um carácter de tratamento, a saúde colectiva tem como objectivo
principal prevenir o desenvolvimento ou a disseminação de patologias e demais
problemas de saúde por meio da implantação de perfis sanitários condizentes
com a cultura e a necessidade de uma região.

Existem diversas práticas sanitárias básicas que são preteridas, em


especial em comunidades mais carentes, os profissionais da saúde colectiva têm
como meta estimular essas pessoas a adoptarem práticas sanitárias adequadas,
minimizando assim problemas causados pela insalubridade no manuseio de
alimentos, água e resíduos gerados. A conscientização é a melhor forma de
minimizar os índices de problemas de saúde relacionados à interacções sócio
ambientais inadequadas.

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UNIDADE - I. SAÚDE COLECTIVA E PARTICIPAÇÃO
COMUNITÁRIA

Saúde colectiva

A Saúde Colectiva é uma área da saúde pública que envolve a participação


efectiva da comunidade para melhorar a saúde: reflexão sobre as necessidades,
prioridades; implementação, gerenciamento e avaliação de actividades. A saúde
da comunidade ocorre quando os membros de uma comunidade, geográfica ou
social, reflectem juntos sobre seus problemas de saúde, expressam necessidades
prioritárias e participam activamente da implementação e execução das
actividades mais adequadas para atender a essas necessidades.

A saúde colectiva tem como objectivos:

• Conhecer a participação da enfermagem na organização dos serviços de


saúde;
• Prevenir a disseminação das doenças por meio da implementação de perfis
sanitários que combinam com a cultura e a necessidade de uma região.

Uma comunidade nesta área da saúde pública é um grupo de indivíduos que


convive em condições específicas de organização e coesão social. Esses membros
estão ligados a vários graus por características políticas, económicas, sociais e
culturais comuns, bem como por interesses e aspirações comuns, inclusive em
questões de saúde. As comunidades variam amplamente em tamanho e perfis
socioeconómicos, de grupos de fazendas rurais isoladas a vilas, cidades e distritos
urbanos mais estruturados.

Participação da comunidade

A participação da comunidade é um processo no qual indivíduos e famílias, por


um lado, cuidam de sua própria saúde e bem-estar como os da comunidade, por outro
lado, desenvolvem sua capacidade de contribuir para seu próprio
desenvolvimento. Assim, eles passam a entender melhor sua própria situação e são
motivados a resolver seus problemas comuns, o que lhes permitirá ser agentes de

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seu próprio desenvolvimento, em vez de se limitarem ao papel de beneficiários
passivos da sociedade. Ajuda ao desenvolvimento… Se a comunidade precisa ter o
desejo de aprender, o dever cabe ao sistema de saúde para explicar e aconselhar,
bem como fornecer informações claras sobre as consequências favoráveis e
prejudiciais das intervenções propostas, bem como sobre seus custos relativos.

Essencial em termos de saúde participativa: Uma comunidade é os membros


do grupo têm interesses comuns e compartilham princípios,
a saúde comunitária requer a participação de membros da comunidade na gestão de
sua saúde individual e colectiva. Existe uma noção de comprometimento de cada
indivíduo. Busca-se a participação da comunidade em todos os níveis da acção, a
saber:

• Analisar a situação de saúde da comunidade,


• Identificar o problema, escolher prioridades,
• Definir objectivos e actividades, mobilizar recursos para melhorar a situação,
• Organizar e liderar a acção,
• Avaliar a acção.

3- Política de saúde em Angola

A República de Angola é um país africano de referência no âmbito político,


económico e na diplomacia internacional, fruto das conquistas alcançadas.
Apesar dos investimentos feitos no domínio da saúde os indicadores de saúde
publicados oficialmente estão ainda aquém da média dos países africanos e do
mundo.

Tais indicadores estão sendo actualizados no Inquérito de Indicadores


Múltiplos e de Saúde (IIMS) em curso, conduzido pelo Instituto Nacional de
Estatística. O Ministério da Saúde fará de igual modo diligências para melhorar a
qualidade e fiabilidade dos dados estatísticos e reconciliar com as agências
internacionais especializadas (OMS, UNICEF, UNDP e outras) as estatísticas e
indicadores de saúde de Angola divulgados em relatórios mundiais. A partir dos

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indicadores actualizados, o país deverá actualizar objectivos e metas de saúde
de acordo com o nível de desenvolvimento económico do país.

O país encontra-se num contexto de economia de mercado, caracterizado


entre outros aspectos pela diversificação das fontes de rendimento e pela
privatização. Este ambiente económico potência o “mercado de saúde” que exige
da parte do Estado um forte papel de regulação a fim de garantir a protecção
social das populações mais pobres, os interesses do Estado e os benefícios dos
agentes económicos envolvidos em actividades da saúde. Por outro lado, a
redução das receitas do Estado decorrente da queda do preço do petróleo no
mercado internacional contraiu a economia angolana e desencadeou uma
redução do orçamento do Estado para o sector da saúde. Esta diminuição reduziu
o financiamento das estruturas e instituições do Serviço Nacional de Saúde,
originando assim uma escassez de medicamentos, vacinas, dispositivos médicos
e outros produtos indispensáveis para a prestação de cuidados clínicos e de
saúde pública à população. Reduziu também o acesso da população aos
cuidados de saúde de qualidade.

O país está a viver uma transição em saúde com incidência nos indicadores
demográficos, epidemiológicos e nutricionais.

Em termos demográficos a tendência será para a redução da taxa de


fecundidade, redução da taxa de mortalidade infantil, redução da taxa de
mortalidade geral, aumento da esperança de vida à nascença e perfil etário
intermédio com crianças, jovens e adultos.

A transição epidemiológica é caracterizada pelo peso duplo das doenças


transmissíveis (decorrentes de deficientes condições de abastecimento de agua
potável, higiene, saneamento e alimentação) e das doenças crónicas
(decorrentes dos novos estilos de vida, tais como o sedentarismo, o excesso de
consumo de bebidas alcoólicas, o tabagismo, o uso de outras droga s e outros
factores de risco associados às doenças). Nesta componente necessitamos de
dar mais atenção às medidas de promoção e protecção da saúde, prevenção das
doenças, informação e mobilização social de forma a garantir uma maior
consciencialização e participação das comunidades nas intervenções a favor da

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saúde. Deveremos dar melhor resposta às determinantes das doenças, e prevenir
os riscos de epidemias, pandemias e de outras catástrofes, garantindo deste
modo a segurança nacional em saúde, e contribuindo para a segurança em saúde
a nível mundial. A melhoria do padrão epidemiológico do país deverá conduzir-
nos à redução do peso das doenças, diminuição dos índices de mortalidade
materna e infantil, e aumento da esperança de vida à nascença.

A transição nutricional deverá decorrer da segurança alimentar e de boas


práticas em matéria de nutrição durante a infância; estas políticas deverão levar
o nosso país a eliminar o problema de baixo-peso à nascença e da malnutrição
infantil que estão actualmente associados aos índices de morbi-mortalidade das
crianças com idade inferior a 5 anos.

Diagnóstico do sector

A análise mais recente dos indicadores de saúde globais mostrou uma


melhoria significativa relativamente ao rácio da mortalidade materna, que passou
de 1400 mortes maternas por 100.000 nados vivos em 2001, para 460 por
100.000 em 2011.

A taxa de mortalidade neonatal em 2001 foi de 98 por 1000 nascidos vivos,


reduziu para 42 por 1000 nascidos vivos em 2010. A mortalidade infantil evoluiu
de 150 óbitos por 1000 nascidos vivos em 2001 para 101 em 2011. A mortalidade
em menores de cinco anos passou de 250 em 2001 para 167 em 2011. A
mortalidade em adultos (15-60 anos) em 2012 era de 314 por 1000 habitantes
comparando com a taxa média de 383 por 1000 habitantes na região Africana
(Tabela 1).

Tabela 1 Principais indicadores de saúde em Angola e na Região Africana

Indicadores Angola Região Africana


Esperança de vida 62 Anos 58 anos
Taxa de Mortalidade Neonatal 42 / 1000 NV 36/1000NV
Mortalidade em menores de 1 ano
de idade 101/1000NV 60/1000 NV

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Mortalidade em menores de 5 anos
de idade 167/1000 NV 90/1000 NV
Mortalidade materna 4,5/1000 NV 5/1000 NV
Taxa de mortalidade em adultos 383/1000
1560 anos de idade 314/1000 habitantes
Informação não
Acesso aos serviços de saúde 44,6% disponível

Apesar da melhoria registada nos indicadores de saúde, Angola ainda tem


uma elevada taxa de mortalidade materna, infantil e infanto-juvenil, alta incidência
de doenças infecciosas e parasitárias com destaque para as grandes endemias,
doenças respiratórias e doenças diarreicas, um nível de malnutrição ainda
elevado em menores de 5 anos, epidemias recorrentes de cólera, raiva, sarampo
e malária, e um aumento exponencial das doenças crónicas não transmissíveis,
incluindo os traumatismos por sinistralidade rodoviária e violência. As doenças
transmissíveis são responsáveis por mais de 50% dos óbitos registados na
população geral.

Entre 2013 e 2016, o Sistema de Vigilância Epidemiológica detectou cinco


epidemias, nomeadamente, a da febre-amarela (888 casos), da malária
(3.254.270 casos), do sarampo (27.259 casos), da raiva (230 casos) e da cólera
(6.655 casos).

Os problemas de saúde actuais estão relacionados com as determinantes


da saúde e ao fraco desempenho do Sistema Nacional de Saúde. Os serviços de
saúde enfrentam problemas de gestão dos recursos humanos, materiais e
financeiros para além de estarem sub-financiados, o que constitui um enorme
desafio.

Os principais problemas actuais do Sistema Nacional de Saúde incluem:


• Qualidade dos cuidados de saúde e cobertura sanitária ainda insuficientes;
• Fraco sistema de referência e contra referência entre os três níveis do
Serviço Nacional de Saúde;

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• Recursos humanos insuficientes sob o ponto de vista quantitativo e
qualitativo e má distribuição do pessoal nas áreas rurais e periurbanas;
• Fraquezas no Sistema de Gestão em Saúde, incluindo o sistema de
informação, de logística e de comunicação;
• Insuficiência de recursos financeiros e inadequação do modelo de
financiamento;
• Fraca colaboração intersectorial na promoção das determinantes da saúde,
tais como, o acesso à água potável, energia, higiene e saneamento.
Em relação às infra-estruturas, sublinha-se que a rede pública de prestação
de cuidados de saúde é constituída por 3.023 unidades sanitárias, sendo 2.1 20
postos de saúde, 700 centros de saúde, 145 hospitais municipais, 46 hospitais
provinciais e 12 hospitais centrais.

O País conta actualmente com a Política Nacional Farmacêutica aprovada


pelo Decreto Presidencial nº 180/10 de 18 de Agosto de 2010. O
aprovisionamento de medicamentos e outros meios médicos é assegurado pela
Central de Compras e Aprovisionamento de Medicamentos e Meios Médicos
(CECOMA), criada ao abrigo do Decreto Presidencial nº 34/11, de 14 de Fevereiro
de 2011. Contudo, o sector farmacêutico necessita de uma abordagem integrada
para aumentar a cobertura da população em medicamentos essenciais seguros e
a um custo acessível.

Quanto aos dispositivos médicos, existe uma multiplicidade de marcas e


modelos, o que dificulta grandemente as intervenções de manutenção dos
mesmos. Constata-se que existem equipamentos que foram adquiridos e não se
encontram instalados nas unidades sanitárias por razões diversas,
nomeadamente: inadequação do local de funcionamento, inexistência de normas
e falta de padronização. O recrutamento e a formação de profissionais de
electromedicina, bem como a sua colocação, constituem, por si só, um enorme
desafio, face ao constante aliciamento do sector privado.

Há uma distribuição assimétrica de recursos humanos em Angola, com uma


concentração excessiva nos grandes centros urbanos. Com a iniciativa da
expansão da formação de médicos, através da criação de cinco novas Faculdades

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de Medicina Pública em Cabinda, Malanje, Benguela, Huambo, e Huíla, está a ser
reforçado o número de médicos em Angola.

Ao longo da última década, os recursos financeiros públicos atribuídos ao


sector não evoluíram favoravelmente. A percentagem do OGE alocada ao sector
Saúde subiu de 4,65% em 2006, para 8,38% em 2009, tendo reduzido para uma
percentagem actual de 4%. Contudo, em 2008 na Conferência de Ouagadougou,
Angola subscreveu o compromisso de criar um ambiente favorável ao aumento
dos recursos afectados para o sector da saúde, de modo a elevá -los,
progressivamente a, pelo menos, 15% do Orçamento Nacional. Tendo em conta
a necessidade de sustentabilidade financeira, a tendência actual do orçamento
da saúde constitui um obstáculo para responder as necessidades crescentes em
matéria de saúde.

A Política Nacional de Saúde e o respectivo Plano Nacional de


Desenvolvimento Sanitário (PNDS 2012-2025), como documentos fundamentais
de orientação e gestão destinam-se a garantir o desempenho do Serviço Nacional
de Saúde, com vista à melhoria do estado de saúde e qualidade de vida da
população angolana. Num ambiente de estabilidade política, os referidos
instrumentos deverão contribuir para a execução da política nacional de
desenvolvimento através do seu apoio ao crescimento económico, à protecção
do ambiente e à inclusão social.

A promoção da saúde dos trabalhadores do sector agrícola e industrial, por


exemplo, será uma boa forma de contribuir para o crescimento económico. O
sector formal e informal da agricultura é o que mais emprega em particular no
meio rural, sendo a principal fonte de trabalho e renda para as famílias mais
pobres e desfavorecidas. O investimento na agricultura, incluindo a saúde dos
agricultores é um modo importante de promover a segurança alimentar, apoiar a
indústria alimentar e prevenir a malnutrição crónica. Deste modo, o sector da
saúde deverá de forma especial investir mais nas infra-estruturas de Programas
Dirigidos contribuindo deste modo ao melhor desempenho dos trabalhadores
envolvidos no aumento da produção nacional e das exportações de determinados
produtos. A protecção do ambiente pela preservação e promoção de medidas que
reduzam os riscos ambientais para a saúde humana incluindo a melhoria do

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acesso à água potável, higiene e saneamento do meio. No âmbito da abordagem
comum da saúde humana e animal, é importante também a criação de um
mecanismo intersectorial para uma melhor gestão da interface entre o meio
selvagem e urbano no sentido da prevenção de zoonoses de potencial epidémico
e de infecções por outros agentes patogénicos emergentes e reemergentes. A
inclusão social como estratégia de consciencialização, solidariedade social e
participação dos cidadãos e de outros agentes interessados no processo nacion al
de desenvolvimento sanitário sobretudo no tocante às medidas de promoção da
saúde, prevenção das doenças e protecção social em relação ao acesso a
cuidados de saúde.

Estas três abordagens estão interligadas e deverão funcionar em sinergia


contribuindo progressivamente para a qualidade de vida e bem-estar dos
angolanos. Por outro lado, esta estratégia contribuirá para maior resiliência das
estruturas e instituições do Estado na perspectiva de desenvolvimento humano
sustentável. Isto pressupõe um paradigma heurístico a partir da análise e
compreensão das necessidades de todos os cidadãos e a criação de
oportunidades para que as comunidades possam aceder a mecanismos de
participação em programas que visam melhorar a sua própria saúde.

O Estado garantirá a protecção da saúde pública através de políticas de


equidade social que eliminem as iniquidades em saúde e garantam a protecção
social. O objectivo principal é melhorar a qualidade de vida e o bem-estar físico,
mental e social da população através da promoção dos factores determinantes da
saúde e do desempenho das estruturas e instituições do Sistema Nacional de
Saúde. O alcance deste objectivo pressupõe o acesso universal aos cuidados de
saúde através do processo de municipalização dos serviços de saúde e a
consolidação do papel dos Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário
(ADECOS). Em suma, a política de saúde deverá ter em conta os processos de
reforma macroeconómica, o crescimento demográfico e as mudanças do meio
ambiente.

PROCESSO SAÚDE/DOENÇA

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O processo saúde-doença é uma expressão usada para fazer referência a
todas as variáveis que envolvem a saúde e a doença de um indivíduo ou
população e considera que ambas estão interligadas e são consequência dos
mesmos factores. De acordo com esse conceito, a determinação do estado de
saúde de uma pessoa é um processo complexo que envolve diversos factores.
Diferentemente da teoria da unicausalidade, muito aceita no início do século XX,
que considera como factor único de surgimento de doenças um agente etiológico
- vírus, bactérias, protozoários -, o conceito de saúde-doença estuda os factores
biológicos, económicos, sociais e culturais e, com eles, pretende obter possíveis
motivações para o surgimento de alguma enfermidade.

O conceito de multicausalidade não exclui a presença de agentes


etiológicos numa pessoa como factor de aparecimento de doenças. Ele vai além
e leva em consideração o psicológico do paciente, seus conflitos familiares, seus
recursos financeiros, nível de instrução, entre outros. Esses factores, inclusive,
não são estáveis; podem variar com o passar dos anos, de uma região para outra,
de uma etnia para outra.

Saúde

Saúde, vem do Latim salus, "bom estado físico, saudação", relacionado a


salvus, "salvo". Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS): Saúde é um
estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não, simplesmente, a
ausência de doenças ou enfermidades.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde pode ser definida


como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a
ausência de doença ou enfermidades”. Sendo assim, não basta apenas estar sem
nenhuma doença, é necessário estar bem consigo mesmo e com o corpo, sem
sentir dores ou até mesmo tristeza.

Bem-estar físico

Para conseguir bem-estar físico, é importante estar sempre ativo através


da prática de exercícios. Não há idade para iniciar as atividades físicas, por isso,
faça uma caminhada, natação ou até mesmo exercícios mais pesados, como
musculação. O importante é realizar uma atividade que gere bem-estar. Além

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disso, é válido ter sempre em mente que os exercícios físicos aumentam a
expectativa de vida, diminuem o estresse, além de proporcionarem mais beleza
quando o assunto é estético.

Bem-estar mental

Para conseguir bem-estar mental, é preciso preocupar-se com o emocional.


Por que se estressar com coisas pequenas? Mantenha a alegria e as atitudes
positivas! Evite sentimentos ruins e sempre tente fazer com que as pessoas
tenham uma experiência agradável ao seu lado. Ninguém gosta da companhia de
pessoas amargas e rancorosas, não é mesmo?

Bem-estar social

O bem-estar social, por sua vez, diz respeito às relações sociais de cada
indivíduo. Para estar bem socialmente, é necessário manter boas relações com a
família, no ambiente de trabalho e com a sociedade em geral. Essa interação com
outros indivíduos é fundamental para o bem-estar individual.

Para ter saúde, é fundamental, portanto, estar feliz e em forma. Também é


importante ter um bom convívio social, ter amigos e relacionar-se. Percebe-se,
dessa forma, que nem sempre ter saúde é fácil e nem mesmo é possível ter saúde
em todo o tempo. Pensando nisso, separamos nesta seção dicas de como fic ar
mais feliz e bem consigo mesmo, além, é claro, de formas de cuidar e evit ar
doenças.

Doença

Doença é um conjunto de sinais e sintomas específicos que cafetam um


ser vivo, alterando o seu estado normal de saúde. O vocábulo é de origem latina,
em que “dolentia” significa “dor, padecimento. Em geral, a doença é caracterizada
como ausência de saúde, um estado que ao atingir um indivíduo provoca
distúrbios das funções físicas e mentais. Pode ser causada por factores exógenos
(externos, do ambiente) ou endógenos (internos, do próprio organismo).

Causa da doença

As doenças podem ser:

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• Infecciosas
Doenças infecciosas são aquelas causadas por diferentes agentes,
representados por vírus, bactérias, fungos, protozoários e até mesmo vermes.

• Não infecciosas
São aquelas causadas por agentes: agentes químicos, agentes físicos,
agentes psicológicos, agentes sociais e gentes genéticos.

Os agentes podem ser classificados em 6 grupos:

1. Os agentes químicos: são ingeridos, inalados ou absorvidos através da


pele que podem causar doenças. Os agentes químicos incluem também
venenos de mordeduras de víboras e plantas venenosas.
2. Os agentes físicos: incluem as radiações, instrumentos cortantes,
desastres naturais, calor e frio excessivo.
3. Agentes psicológicos: são os entressorres mentais.
4. Agentes sociais: são causas subjacentes de enfermidade.
5. Agentes genéticos: são factores hereditários que causam perturbações
genéticas ou torna no indivíduo susceptível a outros agentes causadores
de enfermidades.
6. Agentes infecciosos: causam doenças infecciosas.

Cadeia epidemiológica das infecções

Agente etiológico

Reservatório e fonte

Vias de eliminação

Vias de transmissão

Penetração

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Agente
Hospedeiro Etiológico
susceptível
Reservatório
E fonte
Penetração

Via de
Via de
Eliminação
Transmissão

Reservatório e fonte

– Reservatório: local onde o microrganismo habita.

- Fonte: objecto inanimado ou animado que transporta o agente infeccioso. Ex:


mãos da equipe de saúde.

Vias de eliminação e transmissão

• Vias de eliminação
− Porta de saída de microrganismos;
− Secreções, sangue, excretas
• Vias de transmissão
− Modo pelo qual um agente pode disseminar-se para um novo hospedeiro.

- Transmissão directa: é a transferência rápida de agente etiológico sem a


interferência de veículo. Ela pode ser:

- Directa imediata: transmissão directa que a um contacto físico entre o


reservatório ou fonte de infecção e o novo hospedeiro susceptível

- Transmissão mediata: é a transmissão em que não há contacto físico entre


o reservatório ou a fonte de infecção e o novo hospedeiro, a transmissão faz se

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por meio de secreções oronasais dotadas da capacidade de conduzir agente
infeccioso.

Transmissão Indirecta: é a transferência de agente etiológico por meios de


veículos animados ou inanimados.

Zoonose: é uma infecção ou doença infecciosa transmissível que em


condições naturais ocorre entre animais vertebrados e o homem.

Penetração

− Pele íntegra: boa resistência à penetração de agentes. Punções,


queimaduras, incisões e traumas favorecem a penetração de agentes
− Mucosas colonizadas: apresentam resistência intermediária à penetração de
agentes;
− Tecidos estéreis: são os mais susceptíveis ao desenvolvimento de
infecções.

Característica de agente patogénico (ditar)

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UNIDADE II. - CUIDADOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE

Declaração de alma-ata

A Conferência internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, reunida


em alma-ata aos 12 dias do mês de Setembro de 1978, expressando a
necessidade de auxilio urgente de todos os governos, de todos os que trabalham
nos campos da saúde e do desenvolvimento e da comunidade mundial, para
proteger e promover a saúde de todos os povos do mundo, formula a seguinte
Declaração:

I - A Conferência reafirma enfaticamente que a saúde - estado de completo


bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou
enfermidade - é um direito humano fundamental, e que a consecução do mais alto
nível possível de saúde é a mais importante meta social mundial, cuja realização
requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além d o setor da
saúde.

II - A chocante desigualdade existente no estado de saúde dos povos,


particularmente entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, assim
como dentro dos países, é política, social e economicamente inaceitável e
constitui por isso objeto da preocupação comum de todos os países.

III - O desenvolvimento econômico e social baseado numa ordem


econômica internacional é de importância fundamental para a mais plena
realização da meta de saúde para todos e para a redução da lacuna entre o
estado de saúde dos países em desenvolvimento e dos desenvolvidos. A
promoção e proteção da saúde dos povos é essencial para o contínuo
desenvolvimento econômico e social e contribui para a melhor qualidade de vida
e para a paz mundial.

IV - É direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no


planejamento e na execução de seus cuidados de saúde.

V - Os governos têm pela saúde de seus povos uma responsabilidade que


só pode ser realizada mediante adequadas medidas sanitárias e sociais. Uma das

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principais metas sociais dos governos, das organizações internacionais e de toda
a comunidade mundial na próxima década deve ser a de que todos os povos do
mundo, até o ano 2000, atinjam um nível de saúde que lhes permita levar uma
vida social e economicamente produtiva. Os cuidados primários de saúde
constituem a chave para que essa meta seja atingida, como parte do
desenvolvimento, no espírito da justiça social.

VI - Os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de saúde


baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem
fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de
indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação e a um
custo que a comunidade e o país podem manter em cada fase de seu
desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e autodeterminação. Fazem parte
integrante tanto do sistema de saúde do país, do qual constituem a função central
e o foco principal, quanto do desenvolvimento social e econômico global da
comunidade. Representam o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família
e da comunidade com o sistema nacional de saúde pelo qual os cuidados de
saúde são levados o mais proximamente possível aos lugares onde pessoas
vivem e trabalham, e constituem o primeiro elemento de um continuado processo
de assistência à saúde.

VII - Os cuidados primários de saúde:

− Refletem, e a partir delas evoluem, as condições econômicas e as


características sócio-culturais e políticas do país e de suas comunidades,
e se baseiam na aplicação dos resultados relevantes da pesquisa social,
biomédica e de serviços de saúde e da experiência em saúde pública.
− Têm em vista os principais problemas de saúde da comunidade,
proporcionando serviços de proteção, prevenção, cura e reabilitação,
conforme as necessidades.
− Incluem pelo menos: educação no tocante a problemas prevalecentes de
saúde e aos métodos para sua prevenção e controle, promoção da
distribuição de alimentos e da nutrição apropriada, provisão adequada de
água de boa qualidade e saneamento básico, cuidados de saúde materno-
infantil, inclusive planejamento familiar, imunização contra as principais

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doenças infecciosas, prevenção e controle de doenças localmente
endêmicas, tratamento apropriado de doenças e lesões comuns e
fornecimento de medicamentos essenciais.
− Envolvem, além do setor saúde, todos os setores e aspectos correlatos do
desenvolvimento nacional e comunitário, mormente a agricultura, a
pecuária, a produção de alimentos, a indústria, a educação, a habitação,
as obras públicas, as comunicações e outros setores.
− Requerem e promovem a máxima autoconfiança e participação comunitária
e individual no planejamento, organização, operação e controle dos
cuidados primários de saúde, fazendo o mais pleno uso possível de
recursos disponíveis, locais, nacionais e outros, e para esse fim
desenvolvem, através da educação apropriada, a capacidade de
participação das comunidades.
− Devem ser apoiados por sistemas de referência integrados, funcionais e
mutuamente amparados, levando à progressiva melhoria dos cuidados
gerais de saúde para todos e dando prioridade aos que têm mais
necessidade.
− Baseiam-se, aos níveis local e de encaminhamento, nos que trabalham no
campo da saúde, inclusive médicos, enfermeiras, parteiras, auxiliares e
agentes comunitários, conforme seja aplicável, assim como em praticantes
tradicionais, conforme seja necessário, convenientemente treinados para
trabalhar, social e tecnicamente, ao lado da equipe de saúde e para
responder às necessidades expressas de saúde da comunidade.

VIII - Todos os governos devem formular políticas, estratégias e planos


nacionais de ação, para lançar e sustentar os cuidados primários de saúde em
coordenação com outros setores. Para esse fim, será necessário agir com
vontade política, mobilizar os recursos do país e utilizar racionalmente os
recursos externos disponíveis.

IX - Todos os países devem cooperar, num espírito de comunidade e


serviço, para assegurar os cuidados primários de saúde a todos os povos, uma
vez que a consecução da saúde do povo de qualquer país interessa e beneficia
diretamente todos os outros países. Nesse contexto, o relatório conjunto da

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OMS/UNICEF sobre cuidados primários de saúde constitui sólida base para o
aprimoramento adicional e a operação dos cuidados primários de saúde em todo
o mundo.

X - Poder-se-á atingir um nível aceitável de saúde para todos os povos do


mundo até o ano 200 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos
mundiais, dos quais uma parte considerável é atualmente gasta em armamentos
e conflitos militares. Uma política legítima de independência, paz. Distensão e
desarmamento pode e deve liberar recursos adicionais, que podem ser
destinados a fins pacíficos e, em particular, à aceleração do desenvolvimento
social e econômico, do qual os cuidados primários de saúde, como parte
essencial, devem receber sua parcela apropriada.

A Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde concita à


ação internacional e nacional urgente e eficaz, para que os cuidados primários de
saúde sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e, particularmente, nos
países em desenvolvimento, num espírito de cooperação técnica e em
consonância com a nova ordem econômica internacional. Exorta os governos, a
OMS e o UNICEF, assim como outras organizações internacionais, bem como
entidades multilaterais e bilaterais, organizações governamentais, agências
financeiras, todos os que trabalham no campo da saúde e toda a comunidade
mundial a apoiar um compromisso nacional e internacional para com os cuidados
primários de saúde e a canalizar maior volume de apoio técnico e financeiro para
esse fim, particularmente nos países em desenvolvimento. A Conferência concita
todos eles a colaborar para que os cuidados primários de saúde sejam
introduzidos, desenvolvidos e mantidos, de acordo com a letra e espírito desta
Declaração.

Objectivos da Conferência

1. Promover o conceito de cuidados primários de saúde em todos os países;


2. lntercambiar experiências e informação sobre o desenvolvimento dos
cuidados primários de saúde no âmbito geral de sistemas de serviços
nacionais de saúde;

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3. Aferir a presente situação da saúde e de seus serviços em todo o mundo,
na medida em que se relaciona com os cuidados primários de saúde e pode
por estes ser melhorada;
4. Definir os princípios dos cuidados primários de saúde e os meios
operacionais para superar problemas práticos no desenvolvimento desses
serviços;
5. Definir o papel de governos e de organizações nacionais e internacionais
em matéria de cooperação técnica e apoio ao desenvolvimento dos
cuidados primários de saúde;
6. Formular recomendações para o desenvolvimento dos cuidados primários
de saúde.

Características da declaração de Alma-Ata

A Declaração de Alma-Ata se compõe 10 itens que enfatizam a Atenção


primária à saúde (Cuidados de Saúde Primários), salientando a necessidade de
atenção especial aos países em desenvolvimento. Exortando os governos, a OMS,
a UNICEF e as demais entidades e organizações, a declaração defende a busca de
uma solução urgente para estabelecer a promoção de saúde como uma das
prioridades da nova ordem econômica internacional.

Tem sido considerada como a primeira declaração internacional que despertou


e enfatizou a importância da atenção primária em saúde, desde então defendida
pela OMS como a chave para uma promoção de saúde de carácter universal.

Os primeiros itens da declaração reafirmam a definição de saúde defendida


pela OMS, como o “completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a
ausência de doença ou enfermidade”, e a defendem como direito fundamental e como
a principal meta social de todos os governos.

A seguir a declaração salienta a interferência da desigualdade social nas


políticas de saúde, ressaltando o papel que a lacuna entre os países desenvolvidos e
os países em desenvolvimento representa. Exortando todos os países à cooperação,
na busca pelo objectivo comum da saúde, factor que contribui para a qualidade de
vida e para a paz mundial, a declaração defende tal cooperação como direito e dever
de todos, individual e colectivamente.

19
Segue-se a reafirmação da responsabilidade de todos os governos pela
promoção de saúde, e a reivindicação da atenção primária como factor de viabilidade
para uma universalização dos cuidados, mediante a abrangência e a melhoria social
que possibilitam, integrando governo com todos os sectores da sociedade, em prol da
igualdade social.

Resumo dos Debates

Situação actual da Saúde Mundial

A Conferência declarou que, no mundo actual, principalmente nos países


em desenvolvimento, a situação de saúde de centenas de milhões de pessoas é
inaceitável. Mais da metade da população mundial não usufrui os benefíc ios de
um adequado atendimento de saúde.

Dadas a magnitude dos problemas de saúde e a distribuição inadequada e


iníqua dos recursos de saúde entre os países e em cada pais, e na crença de que
a saúde é um direito humano fundamental e uma meta social mundial, a
Conferência instou por um novo enfoque de saúde e um novo critério de serviços,
a fim de reduzir a distância que separa os "privilegiados" e os "carentes", de obter
uma distribuição mais equitativa dos recursos de saúde e de alcançar um nível
de saúde que permita a todos os cidadãos do mundo desfrutar uma vida social e
economicamente produtiva.

UNIDADE IV- SANEAMENTO BÁSICO

20
É um conjunto de técnicas aplicadas com objectivo de garantir a
manutenção de saúde do homem entre esses procedimentos temos os cuidados
com a água, esgoto e lixo. Saneamento básico: baseia-se no abastecimento de
água, destino dos dejectos, lixo, esgoto, controle dos vectores, conservação e
manutenção da limpeza nas escolas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o


controle de todos os factores do meio físico do homem, que exercem ou podem
exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. De outra forma,
pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de acções
socioeconómicas que têm por objectivo alcançar Salubridade Ambiental.

A oferta do saneamento associa sistemas constituídos por uma infra -


estrutura física e uma estrutura educacional, legal e institucional, que abrange os
seguintes serviços:

- Abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível com


a protecção de sua saúde e em quantidade suficiente para a garantia de
condições básicas de conforto;

- Colecta, tratamento e disposição ambientalmente adequada e


sanitariamente segura de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos
industriais e agrícola;

- Acondicionamento, colecta, transporte e/ou destino final dos resíduos


sólidos (incluindo os rejeitos provenientes das actividades doméstica, comercial
e de serviços, industrial e pública);

- Colecta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações;

- Controle de vectores de doenças transmissíveis (insectos, roedores,


moluscos, etc.);

- Saneamento dos alimentos;

- Saneamento dos meios transportes;

- Saneamento e planejamento territorial;

21
- Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação e de
recreação e dos hospitais;

- Controle da poluição ambiental – água, ar e solo, acústica e visual.

O saneamento básico tem como seu principal objectivo zelar pela saúde do
ser humano, tendo em conta que muitas doenças podem se desenvolver quando
há um saneamento precário.

Saúde e saneamento

Sanear quer dizer tornar são, sadio, saudável. Pode-se concluir, portanto,
que Saneamento equivale a saúde. Entretanto, a saúde que o Saneamento
proporciona difere daquela que se procura nos hospitais e nas chamadas casas
de saúde. É que para esses estabelecimentos são encaminhadas as pessoas que
já estão efectivamente doentes ou, no mínimo, presumem que estejam. Ao
contrário, o Saneamento promove a saúde pública preventiva, reduzindo a
necessidade de procura aos hospitais e postos de saúde, porque elimina a chance
de contágio por diversas moléstias. Isto significa dizer que, onde há Saneamento,
são maiores as possibilidades de uma vida mais saudável e os índices de
mortalidade - principalmente infantil - permanecem nos mais baixos patamares.

Abastecimento de água

Um sistema de abastecimento de água deve fornecer e garantir a


população água de boa qualidade do ponto de vista físico, químico e biológico
sem impurezas prejudiciais a saúde.

Segundo a OMS, no mundo aproximadamente 11 bilhões de pessoas não


têm acesso a fonte de aprovisionamento de água salubre; 2,4 bilhões não tem
acesso as estalações de sanemaento melhorada. 2 Bilhões de pessoas
aproximadamente, a maioria criança menores de 5 anos, morrem anualmente das
doenças diarreicas. Entre os principais problemas que originam estas situações
podemos citar:

- Falta de prioridade da no sector;

22
- Falta de recursos financeiros, falta de perenidade de serviço de
aprovisionamento de água e falta de higiene.

- Insuficiência no saneamento seja nos hospitais, centro de saúde e nas


escolas.

Para reduzir a morbimortalidade causada pelos estes factores é importante


dar acesso ao aprovisionamento em água salubre.

Fonte de abastecimento de água melhorada

A fonte de abastecimento de água melhorada pela natureza da sua


construção protege água de forma satisfatória contra a contaminação exterior
especialmente matéria fecal.

Exemplo: água encanada fornecida ao domicílio;

- Fontanário ou fonte pública;

- Encamisado ou perfurado;

- Água pluviais.

Fonte de abastecimento de água não melhorada

- Desprotegido, cavado e poço;

- Água de superfície (rio, reservatório, lago, lagoa, canal de rega).

Água fornecida por um distribuidor (tonelada montada sobre um carrinho).

- Garrafa de água.

Colheita, remoção e destinação final de lixo

Lixo é basicamente todo e qualquer resíduo sólido proveniente das


actividades humanas ou o que é gerado pela natureza em aglomerações urbanas,
como folhas, galhos de árvores, terra e areia espalhados pelo vento. É qualquer
material que não tenha mais utilidade e que não tenha valor.

23
O lixo tem sido nos últimos anos é um dos maiores problemas ambientais,
principalmente nos grandes centros urbanos. O modelo de produção e consumo
estabelecido na sociedade capitalista gera muitos resíduos, e sua colheita,
disposição em aterros sanitários e tratamento, nem sempre são adequados.

Até hoje, em Angola, principalmente na Lunda-Sul, a maior parte dos


resíduos recolhidos nos centros urbanos é simplesmente jogada sem qualquer
cuidado em depósitos existentes nas periferias das cidades.

Nos últimos anos, nota-se uma tendência mundial em reaproveitar cada


vez mais os produtos jogados no lixo para fabricação de novos obje ctos, através
dos processos de reciclagem, o que representa economia de matéria-prima e de
energia fornecidas pela natureza. Assim, o conceito de lixo tende a ser
modificado, podendo ser entendido como “coisas que podem ser úteis e
aproveitáveis pelo homem”.

CLASSIFICAÇÃO DE LIXO

O lixo gerado pelos diversos segmentos da sociedade pode ser classificado


de acordo com sua composição (características físicas e químicas) e destino.
Esta classificação é muito importante, pois facilita a colheita selectiva, reciclagem
e definição do destino mais apropriado. Logo, são informações de muito valor
para a preservação do meio ambiente e manutenção da saúde das pessoas.

• Quanto às características físicas o lixo pode ser classificado em:

1. Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros,


madeiras, guardanapos, tolhas de papel, pontas de cigarro, lâmpadas, parafina,
cerâmicas, porcelana, espumas e cortiças.

2. Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras,


ovos, legumes, alimentos estragados, etc.

• Quanto à composição química o lixo pode ser classificado em:

1. LIXO ORGÂNICO

24
É composto por toda matéria orgânica descartada, como os restos de
alimentos, borra de café, folhas e galhos de árvores, pelos de animais, cabelo
humano, papel, madeira, tecidos, etc.

2. LIXO INORGÂNICO

É composto por matéria inorgânica como os metais e os materiais


sintéticos. Quanto à sua tipologia o lixo pode ser de origem urbana, agrícola ou
especial.

O LIXO URBANO pode ser:

• Lixo domiciliar

É formado pelos resíduos sólidos produzidos pelas actividades residenciais


e apresenta em torno de 60% de composição orgânica e o restante formado por
embalagens plásticas, latas, vidros, papéis, etc.

• Lixo comercial

Varia de acordo com a actividade desenvolvida no estabelecimento de


origem. No caso de bares, restaurantes e hotéis predomina o lixo de origem
orgânica enquanto os escritórios geram lixo onde predomina o papel.

• Lixo público

É resultante das actividades de limpeza de vias e logradouros públicos e é


composto por papéis, terra, folhas, etc.

• Lixo agrícola

É aquele composto pelos resíduos das actividades agropecuárias.


Embalagens de adubos, defensivos agrícolas, restos de ração, restos de colheita,
estrumem, etc. Atenção especial deve ser dada as embalagens de defensivos
agrícolas que merecem um tratamento adequado. Também os estrumes
produzidos em actividades de criação intensiva devem merecer o devido
tratamento devido ao grande volume de produção.

• Lixo especial

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Apresenta características especiais, passa a merecer, por tanto, atenção
diferenciada no seu acondicionamento, transporte, manipulação e disposição.
São eles os resíduos industriais, os gerados pela construção civil, os de serviços
de saúde, os lixos radioactivos, os de portos, aeroportos e terminais ferroviários
e rodoviários.

• Lixo industrial

É aquele composto pelos resíduos sólidos produzidos nos processos


industriais e suas características dependem directamente do tipo de indústria e
do tipo de processo utilizado. Porém nem sempre todo o resíduo produzido numa
indústria. Os resíduos indústrias que são lixo e merecem tratamento especial são
aqueles que oferecem qualquer risco ao meio ambiente e à saúde da população,
resultantes da actividade industrial ou do tratamento de seus efluentes, líquidos
e gasosos.

• Lixo dos serviços de saúde

É proveniente dos hospitais, centros cirúrgicos, ambulatórios, postos


médicos, consultórios médicos e odontológicos, clínicas, farmácias e laboratórios.

COLHEITA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

É o acto de recolher e transportar resíduos sólidos de qualquer natureza,


utilizando veículos e equipamentos apropriados para tal fim.

• Colheita domiciliar

É a Colheita regular dos resíduos gerados nas actividades diárias nas


residências, bem como em estabelecimentos comerciais, industriais e de
prestação de serviços, cujos volumes e características sejam compatíveis com a
legislação municipal vigente.

• Colheita de lixo comercial

É a colheita dos resíduos originados nos estabelecimentos comerciais e de


serviços, em quantidades superiores ao permitido pela legislação municipal e

26
passível de ser removido pela colheita domiciliar regular. É proveniente de lojas,
padarias, bares, restaurantes, supermercados, estabelecimentos bancários, etc.

• Colheita de lixo público

É a colheita dos resíduos originados dos serviços de: Limpeza pública


urbana, incluindo-se todos os resíduos de varrição de vias públicas; Limpeza de
praias, galerias, córregos e terrenos; Restos de podas de árvores; corpos de
animais, etc.

• Colheita de resíduos de serviços de saúde

Antes de o lixo hospitalar ser removido do hospital, em primeiro lugar ele


deverá ser colectado. A colecta desse lixo pode ser um processo de alto risco se
não forem tomadas as precauções necessárias.

Descarte e tratamento do lixo hospitalar

Dois dos elementos mais importantes no gerenciamento do lixo


hospitalar são tratamento e descarte.

COLHEITA DE RESÍDUO INDUSTRIAL

É a Colheita de resíduos originados nas actividades dos diversos ramos da


indústria, tais como metalúrgica, química, petroquímica, alimentícia, etc. É
bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos
alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras, metais, borrachas, metais,
escórias, vidros, etc.

COLHEITA DE RESÍDUO AGRÍCOLA

É a Colheita dos resíduos sólidos das actividades agrícolas e da pecuária.


Incluem embalagens de fertilizantes e de defensivos agrícolas, rações, restos de
colheitas, etc. Em várias regiões do mundo, estes resíduos já constituem uma
preocupação crescente, destacando-se as enormes quantidades de esterco
animal geradas nas fazendas de pecuária intensiva.

COLHEITA DE ENTULHO

27
É a Colheita do resíduo da construção civil, composto por materiais de
demolições, restos de obras, solos de escavações diversas, etc. O entulho é
geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento, porém, pode conter
uma vasta gama de materiais que podem lhe conferir toxidade, com destaque
para os restos de tintas e de solventes, peças de amianto e metais diversos, cujos
componentes podem ser remobilizados caso o material não seja disposto
adequadamente.

COLHEITA E DESTINAÇÃO FINAL DO LIXO

O lixo é colectado pelas prefeituras ou por uma companhia particular e


levado a um depósito, juntamente com o lixo de outras residências da área. Lá
pode haver uma certa selecção. Sobras de metal, por exemplo, são separadas e
reaproveitadas.

ATERROS SANITÁRIOS

É o modo mais barato de eliminar resíduos, mas depende da existência de


locais adequados. Esse método consiste em armazenar os resíduos, dispostos
em camadas, em locais escavados. Cada camada é prensada por máquinas, até
alcançar uma altura de 3 metros. Em seguida, a camada é coberta por outra de
terra e volta a ser comprimida. É fundamental escolher o terreno adequado, para
que não haja contaminação nem na superfície, nem nos lençóis subterrâneos.

INCINERADORES

Os convencionais são fornos, nos quais se queimam os resíduos. Além de


calor, a incineração gera dióxido de carbono, óxidos de enxofre e nitrogénio,
dioxinas e outros contaminantes gasosos, cinzas voláteis e resíduos sólidos que
não se queimam. A incineração é a única solução para o lixo hospitalar. É possível
controlar a emissão de poluentes mediante processos adequados de limpeza dos
gases. É um processo de queima controlada, que reduz o lixo a uma quantidade
mínima de cinzas a serem depositadas em aterros sanitários.

COLHEITA SELECTIVA

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Consiste na separação dos resíduos sólidos dos resíduos orgânicos, para
facilitar a reciclagem ou a sua incineração.

RECICLAGEM DE LIXO

A reciclagem é uma boa alternativa para minimizar esse problema, no


entanto, também pode diminuir a poluição ambiental, boa parte da população não
realiza a colheita selectiva, para isso é necessário saber distinguir os diferentes
tipos de resíduos existentes, pois alguns materiais que vão para os aterros ou
lixões podem ter valor comercial, outros devem receber tratamentos especiais.

O LIXO RECICLADO

É todo lixo material que pode ser utilizado no processo de transformação


de outros materiais ou na fabricação de matéria-prima. São gerados nas
residências, comércios e indústrias. Este processo é de extrema importância, pois
além de gerar empregos e renda, também contribuí na minimização do meio
ambiente.

Controle de vectores

- Vectores epidemiológicos são organismos que podem transmitir doenças


infecciosas entre os seres humanos ou de animais para humanos. Os principais
vectores conhecidos são os artrópodes, mais especificamente os mosquitos.
Carrapatos, moscas, flebotomíneos, pulgas, triatomíneos e alguns caracóis
aquáticos de água doce também são vectores. O vector se contamina quando
pica (para se alimentar) um hospedeiro contaminado com um micro-organismo
produtor de doença. Ao picar outro hospedeiro susceptível, o micro -organismo é
transmitido e também causará a doença nesse hospedeiro.

Doenças transmitidas por vectores são responsáveis por mais de 17% de


todas as doenças infecciosas e causam, anualmente, mais de um milhão de
mortes. Muitas dessas doenças poderiam ser evitadas se as medidas de
prevenção fossem seguidas a risca em todo o mundo, fato que não acontece,
principalmente em países em desenvolvimento onde as residências não estão

29
100% cobertas por rede de água e esgoto, facilitando a propagação destas
doenças.

Os vectores podem ser mecânicos ou biológicos.

Mecânico: é o simples traslado mecânico do agente infeccioso por meio de


um insecto terrestre ou voador, seja por contaminação de suas patas ou tromba
ou pela passagem em seu trato intestinal, sem multiplicação ou desenvolv imento
cíclico do micro-organismo.

Biológico: o agente necessariamente deve propagar-se (multiplicar-se),


desenvolver-se ciclicamente ou ambos (ciclopropagação) no artrópode-vector
antes que possa transmitir a forma infectante ao ser humano. O artrópode to rna-
se infectante somente depois que o agente passa por um período de incubação
(extrínseco) depois da infecção. O agente infeccioso pode transmitir em forma
vertical (transmissão transovariana) às gerações sucessivas do vector, bem como
aos estágios sucessivos do ciclo biológico (transmissão transestadial) do vector,
como a passagem da crisálida à fase adulta. A transmissão pode ocorrer através
da saliva durante a picada (como na malária, dengue e febre amarela), por
regurgitação (como na peste) ou ao depositar sobre a pele os agentes infecciosos
com a defecação do artrópode vector (como na doença de Chagas e no tifo
exantemático e murino), que podem entrar pela ferida da picada ou ao coçar-se.

Alguns tipos de vectores, seu agente etiológico e doença que podem


causar

Vector Agente etiológico Doença

Mosquitos do género
Aedes Chikungunya Vírus Chikungunya
Mosquitos do género Arbovírus do género
Aedes Flavivírus Dengue
Arbovírus do género
Mosquitos do género Flavivírus e família
Aedes Flaviviridae Febre amarela

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Bactéria Salmonella
Mosca typhi Febre Tifóide
Mosquitos do género Protozoário do género
Anopheles Plasmodium Malária

Controle de vector

O monitoramento biológico da exposição a insecticidas deve ser realizado


em todos os indivíduos que manuseiam esses produtos, através de exames
periódicos.

Várias práticas podem ser desenvolvidas para o controle de pragas, as


quais tanto podem ser usadas em saúde pública, como na agricultura. Os tipos
de controle de insectos são:

1. Controle mecânico: compreende técnicas bastantes simples e eficazes,


representando algumas vezes, alto investimento inicial, porém com resultados
permanentes, pois envolvem acções de saneamento básico e de educação
ambiental, como:
• Drenagem e rectificação de criadouros;
• Colecta e destino adequado de lixo;
• Destruição de criadouros temporários;
• Telagem de janelas.
2. Controle biológico: consiste na repressão de pragas utilizando inimigos
naturais específicos, como predadores, parasitos ou patógenos. O controle
biológico pode ser feito com uso dos seguintes organismos:
• Predadores: são insectos ou outros animais (peixes, etc.) que eliminam as
pragas de formas mais ou menos violenta, sugando-lhes a hemolinfa ou
consumindo seus tecidos.
• Parasitoses: são organismos como neumatóides ou fungos que vivem às
expensas do corpo de outro insecto (hospedeiro), alimentando se de seus
tecidos, ocasionando a morte, ao mesmo tempo em que completam seu
desenvolvimento biológico.

31
• Patógenos: são microorganismos, entre eles alguns vírus, bactérias,
protozoários ou fungos que se agem provocando enfermidades e epizootias
entre as pragas e vectores.
3. Controle legal: implica no uso de instrumentos jurídicos (leis ou portaria) que
exigem, regulamentam ou restringe determinadas acções, podendo se lançar
mão em eficácia, nas questões de saúde pública, sobretudo pelas autoridades
municipais.
4. Controle químico: pressupõe o uso de produtos químicos para eliminar ou
controlar vectores de doenças ou pragas agrícolas.

Controle de excreta

- Ensinar as crianças a usar a latrina e evitará a propagação de grande parte


das doenças gastrointestinais.
- A defecação em lugares impróprios cria focos de doenças. Por isso, o
animador deve aconselhar as pessoas a protegerem a sua saúde e o meio
ambiente circundante, através da construção e utilização de latrinas.

Modos de transmissáo da doença através dos excreta

O homem é o pior inimigo dos seus semelhantes. Muitas vezes, por


ignorância, ele próprio contribui activamente na propagação de determinadas
doenças gastrointestinais provocando a morte ou a doença para si e para os seus.
E todas essas doenças poderiam ser evitadas através de uma evacuação
apropriada dos excreta.

Modos de transmissão da doença a partir dos excreta

• Contacto directo da pele com o solo contaminado por larvas provenientes


de fezes de portadores de parasitose;
• Contacto directo da pele com águas contaminadas;
• Ingestão de alimentos contaminados directamente pelos dejectos ou pela
água contaminada. Este é o meio de transmissão de doenças como a
ascaridíase, a amebíase, as febres tifóide e paratifóide;

32
• Ingestão de alimentos contaminados por vectores, especialmente as
moscas. As moscas pousam em locais poluídos por excreta. De seguida,
pousam nos alimentos contaminando-os. Dentre as doenças transmitidas
contam-se: as diarreias infecciosas, as febres tifóide eparatifoides.

Diferença entre saúde colectiva e saúde pública

A Saúde Pública toma como objecto de trabalho os problemas de saúde,


definidos em termos de mortes, doenças, agravos e riscos em suas ocorrências no
nível da colectividade. Nesse sentido, o conceito de saúde que lhe é próprio é o da
ausência de doenças. A Saúde Colectiva, por sua vez, toma como objeto as
necessidades de saúde, ou seja, todas as condições requeridas não apenas para
evitar a doença e prolongar a vida, mas também para melhorar a qualidade de vida e,
no limite, permitir o exercício da liberdade humana na busca da felicidade.

Como instrumentos ou meios de trabalho, a Saúde Pública mobiliza a


epidemiologia tradicional, o planejamento normativo e a administração de inspiração
taylorista, em abordagens caudatárias da clínica e, portanto, da concepção biologista
da saúde. De fato, são as acções isoladas da Vigilância Epidemiológica e da Vigilância
Sanitária ou o desenvolvimento de programas especiais, desarticulados das demais
acções, como a Saúde Materno-Infantil ou o Programa Nacional de Imunização que
configuram os meios de trabalho característicos da Saúde Pública.

Já a Saúde Colectiva se propõe a utilizar como instrumentos de trabalho a


epidemiologia social ou crítica que, aliada às ciências sociais, prioriza o estudo da
determinação social e das desigualdades em saúde, o planejamento estratégico e
comunicativo e a gestão democrática. Além disso, abre-se às contribuições de todos
os saberes - científicos e populares - que podem orientar a elevação da consciência
sanitária e a realização de intervenções intersetoriais sobre os determinantes
estruturais da saúde. Assim, os movimentos como promoção da saúde, cidades
saudáveis, políticas públicas saudáveis, saúde em todas as políticas compõem as
estratégias da Saúde Colectiva.

Finalmente, quanto ao trabalho propriamente dito, o agente da Saúde Pública


é o trabalhador que desempenha as actividades das vigilâncias tradicionais -

33
Epidemiológica e Sanitária -, aplica os modelos de transmissão de doenças (controle
de riscos), realiza acções de educação sanitária e fiscaliza a produção e a distribuição
de bens e serviços definidos como de interesse da saúde na perspectiva reducionista
do risco sanitário, definido pela clínica biomédica. Ademais, é o agente que assume
as tarefas do planejamento normativo, que define objectivos e metas sem considerar
outros pontos de vista que o do Estado e sem ter em conta a distribuição do poder na
sociedade, e da administração sanitária, orientada pelas tentativas de controle
burocrático dos trabalhadores subalternos.

Carta de Ottawa

A Carta de Ottawa é um documento apresentado na Primeira Conferência


Internacional sobre Promoção da Saúde, realizado em Ottawa, Canadá, em
Novembro de 1986. Trata-se de uma Carta de Intenções que busca contribuir com
as políticas de saúde em todos os países, de forma equânime e universal.

Histórico

A Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde foi uma decorrência


das expectativas mundiais por uma saúde pública eficiente, focalizando em
especial as necessidades dos países industrializados, e estendendo tal
necessidade aos demais países. Mediante os progressos alcançados após
a Declaração de Alma-Ata para a Atenção primária à saúde, o documento da
OMS “As Metas da Saúde para Todos” e o debate ocorrido na Assembleia Mundial
da Saúde sobre as acções intersectoriais necessárias, a Carta de Ottawa
estabelece factores de importância para o alcance de uma política de saúde para
todos.

Características

A Carta de Ottawa defende a promoção da saúde como factor fundamental


de melhoria da qualidade de vida, assim como defende a capacitação da
comunidade nesse processo, salientando que tal promoção não é
responsabilidade exclusiva do sector da saúde, mas é responsabilidade de todos,
em direcção ao bem-estar global. Por conseguinte, o documento estabelece,
através de seus itens, alguns critérios que considera importantes no
direcionamento das estratégias eles:

34
por todos os sectores políticos, económicos, sociais, culturais, ambientais,
comportamentais e biológicos, como o maior recurso para o desenvolvimento
social, económico e pessoal, assim como uma importante dimensão da qualidade
de vida. Através da garantia de oportunidades e recursos igualitários para todas
as pessoas no intuito de realizar completamente seu potencial de saúde, através
de ambientes favoráveis, acesso à informação, a experiências e habilidades na
vida, e a liberdade para a escolha de uma vida mais sadia.

A acção coordenada de todos os sectores envolvidos na promoção da


saúde: governo, sectores sociais e económicos, organizações voluntárias e não-
governamentais, autoridades, indústria, mídia, assim como os indivíduos, famílias
e comunidades. A adaptação dos programas de saúde às necessidades locais e
às possibilidades de cada país e região, bem como crianças., em que a saúde
conste como prioridade em todos os sectores, através da legislação, medidas
fiscais, taxações e organizacionais. Através da mudança dos modos de vida, de
trabalho e de lazer, assim como a protecção do meio ambiente e conservação
dos recursos naturais, contribuindo para um significativo impacto sobre a saúde
da população, no desenvolvimento de prioridades e na definição de estratégias
de promoção de saúde. A incrementação do poder das comunidades, na posse e
controle de seu próprio destino, na aprendizagem e no desenvolvimento de
sistemas de reforço da participação popular na direcção dos assuntos de saúde.

Referências bibliográficas

1. Módulo de princípios de epidemiologia para controle de enfermidades


(MOPECE)-vigilância em saúde pública,
2. Resíduos sólidos: origem, classificação e soluções para destinação final
adequada.

35
3. ALAM, N., WOJTYNIAC, B., HENRY, F.J., RAHAMAN, M.M. Mother's
personal and domestic hygiene and diarrhoea incidence in young children
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247, Mar. 1989.
4. ALMEIDA FILHO, N. O estatuto científico da epidemiologia. Revista Saúde
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5. AULIA, H., SURAPATY, S.C., BAHAR, E. et al. Personal and domestic
hygiene and its relationship to the incidence of diarrhoea in South
Sumatera. Journal of Diarrhoeal Diseases Research, v.12, n.1, p.42-48,
Mar. 1994.
6. Controle de vectores, procedimentos de segurança (ministério de saúde-
fandação nacional de saúde.
7. Conferência internacional sobre cuidados primários de saúde alma-ata,
urss, 6-12 de Setembro de 197.
8. Guia de vigilância - volume único 3ª edição.
9. Contribuição do sector saúde para o plano nacional de desenvolvimento
2018-2022-república de Angola ministério da saúde.

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