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Cadeira: História
Nível: 10ª Classe, Curso Diurno, Turma 06
Estudante: Mirian Ivo Xixava
Nacionalismo em Moçambique
O Nacionalismo Africano foi feito de diversas formas, quer através das greves e
sabotagens por parte dos trabalhadores e camponeses através das empresas e literaturas
críticas por parte dos intelectuais do período pela arte e religião.
Datam do último quartel do século XIX as primeiras posições africanas que se opunham
política colonial portuguesa. Esta desenvolveu-se, inicialmente, nas povoações ao norte
do Zambeze, como Tete, Quelimane e ilha de Moçambique. Entre as temáticas
recorrentes encontravam-se as que apresentamos na página seguinte:
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A presença dominante da colónia inglesa.
O combate ao trabalho obrigatório para os indígenas.
Mas seria em Lourenço Marques, actual Maputo, para onde se tinha transferido o centro
administrativo e económico da colónia que, na primeira década do século XX, um
pequeno grupo de negros e mulatos instruídos começou a reagir às tendências
discriminatórias e políticas, impostas pela administração colonial portuguesa.
O Grémio Africano de Lourenço Marques, cuja existência remonta a 1906, mas que
viria a ser legalizado apenas em 1920, foi a primeira de várias associações. Durante
muitos anos, até ä sua legalização, a sua actividade de mobilização e organização estava
muito limitada, por não terem sido aprovados os seus estatutos. Os seus membros
iniciais não ultrapassaram os 142, parecendo que em nenhum momento da associação,
no referido período, terá ultrapassado as quatro centenas. Entre eles, contavam-se:
empregados públicos, proprietários, tipógrafos, empregados comerciais, amanuenses,
oficiais de diligências, empregados dos correios, comerciantes e operários.
Grande parte desta gente era descendente de uma certa burguesia local, podendo
caracterizar-se do seguinte modo: eram indivíduos nascidos, muito provavelmente, nas
últimas três décadas do século fruto do contacto directo com a colonização mercantil
portuguesa, que receberam «toda ou parte da sua educação antes da estruturação do
imperialismo colonial», educados em missões ou sob influência cristã. Eram, em alguns
casos, aparentados com as chefias tradicionais locais, muitas vezes proprietários de
terrenos e imóveis, ocupando diferentes posições nos quadros do funcionalismo público
e da actividade comercial.
Numa primeira fase, que foi de 1908/9 até 1912, os membros desta elite, através do seu
jornal, o periódico O Africano (1908/9 - 1920), abordavam:
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Os administradores, por cobrarem ilegal e violentamente os impostos;
As autoridades policiais, pela sua actuação repressiva;
O trabalho forçado.
O Instituto Negrófilo
O Instituto Negrófilo, que viria a celebrizar-se com o nome de Centro Associativo dos
Negros de Moçambique, fundado em 1932, por iniciativa de Loodge Manicusse
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Chrindja, David Zinhougua Manhiça, Raul Pessana, Abraão Aldasse, Enoque e Daniel
J. Libombo, Raul Manuel Bernardo Honwana, Filipe Tembe, Levi Pinto Maximiano,
Filimone J. Honwana, Alberto Madeira e Sem Balaze, procurava igualmente uma via
reformista, centrada em dois grandes objectivos: instrução e beneficência.
Numa primeira fase, o Instituto Negrófilo tinha como únicas actividades a recreação e
as actividades culturais. A partir de 1949, com a estadia de Eduardo Chivambo
Mondlane em Moçambique, após a sua expulsão da África do Sul, foi criado o Núcleo
de Estudantes Secundários Africanos de Moçambique (NESAM) que viria,
gradualmente, a radicalizar as posições no interior do Centro Associativo, levando à sua
extinção pelas autoridades portuguesas em 31 de Julho de 1965.
Greves e protestos
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Estado não fez sentir: 400 trabalhadores foram detidos acusados como os principais
promotores da greve a 28 de Agosto de 1913 incluiu uma curta mais uma das greves
pesadas. Além desta greve outras greves tiveram lugar outras nomeadamente:
A luta contra o Nacionalismo pelos moçambicanos não se fez sentir só na cidade, mas
também nas zonas rurais. Foram várias as formas e tipos de protestos levados a cabo
pelo povo moçambicano de 1914 até a independência de 1975 destacando-se as
migrações para fora do território para as zonas de difícil acesso, as decepções do
trabalho mal remunerado, as greves entre outras.
Bibliografia
SOPA, António. História 10ª Classe. 1ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017