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Introdução

A historia de Moçambique contada pelos historiadores, na tentativa de entender os


momentos, traços de vida histórica, socialmente e economicamente, Moçambique esteve sob
dominação portuguesa dada com a chegada do colono no país, depois de tantos anos de
submissão ao jugo da dominação portuguesa, vários países africanos uniram-se através da
reunião dos povos africanos, criou-se a Frente Revolucionária Africana para a Independência
das Colônias Portuguesas, para lutar contra o jugo português, Moçambique através de
Eduardo Mondlane, fez parte dessa sessão, foi a partir desse evento que criou-se um
movimento de libertação denominado Frente de Libertação Moçambicana (FRELIMO).
No advento deste movimento, muitos moçambicanos uniram-se a causa, depois de vários
anos de dominação, os moçambicanos precisaram lutar apenas 10 anos de luta, o domínio do
terreno de guerra foi uma das vantagens que estiveram a favor dos rebeldes revolucionários,
portanto, com o ascender da frelimo como partido único ao poder, e pela sua ideologia, fez
surgir vários desentendimentos com países oriundos e também internamente, que fez surgir
um conflito interno, foi a partir destes acentos que mapeamos a nossa pesquisa qualitativa, na
tentativa de incorporar a um espírito historiador e construir a historia do país.
Capitulo I
O processo da formação de um Estado nacional Moçambicano moderno
Examinar a tentativa de construção de uma nova nação através da Frente de Libertação
Moçambicana (FRELIMO), negando o velho passado colonial português e construindo o que
se convencionou chamar de o “homem novo moçambicano”. A idéia moderna de Estado-
nação, implicando a homogeneização e a padronização dos hábitos e costumes, com vistas à
criação de um povo unificado para um Estado dotado de traços culturais e limites territoriais
definidos.
Origem do Estado Moçambicano moderno: a instituição colonial portuguesa e o
nacionalismo afro-moçambicano
Em 1960, na II Conferência dos Povos Africanos, dando origem à Frente Revolucionária
Africana para a Independência das Colônias Portuguesas (FRAIN), houve a Conferência das
Organizações Nacionalistas das Colônias Portuguesas (CONCP), agrupando os movimentos
de libertação da Guiné e de Cabo Verde (PAIGC), Angola (MPLA), Moçambique pela União
Democrática Nacional de Moçambique (UDENAMO) e São Tomé (CLST). Esta II
Conferência dos Povos Africanos realizou-se em 1961, passando a representar um centro de
unidade entre os movimentos de libertação das províncias portuguesas (FRANCO, 2009).
Pode-se dizer que uma das figuras mais eminentes deste processo de formação do
pensamento nacionalista é o guineense Amilcar Cabral, que se destacou como o grande
ideólogo da libertação das colônias portuguesas, influenciando muito o processo de gestação
da luta armada em Moçambique.
De acordo com as suas próprias palavras: Para nós, o fundamento da libertação nacional,
sejam quais forem às formulações adotadas no plano jurídico internacional, reside no direito
inalienável de cada povo a ter a sua própria história e o objetivo da libertação nacional é a
reconquista desse direito usurpado pelo imperialismo, isto é, a libertação do processo de
desenvolvimento das forças produtivas nacionais. o aspecto principal da luta de libertação
nacional é a luta contra o que se convencionou chamar de neocolonialismo vemos que o
fenômeno da libertação nacional corresponde necessariamente a uma revolução (CABRAL
apud COMITINI, 1980) .
Igualmente, destaca-se que, além da figura emblemática de Cabral, também o movimento
nacionalista contou com a presença do moçambicano Eduardo Mondlane, professor
universitário nos Estados Unidos e, posteriormente, funcionário das Nações Unidas, que
acabou tornando-se o principal dirigente e mentor da Frente de Libertação de Moçambique
(FRELIMO). Com o movimento da frelimo e de congressos por ela organizadas, fez se a
idéia de roteiro de libertação. Seguia a luta positivamente para o lado das forças
revolucionárias, especialmente com o adoecimento e morte de Salazar em 1970.
Posteriormente, ocorreu um processo muito ruidoso de transição de poder em Portugal,
gerando desgastes militares até a completa asfixia do governo, findada com a Revolução dos
Cravos, em 25 de abril de 1974. Portanto, a partir daquele momento, a conjuntura mudou
definitivamente a favor dos rebeldes moçambicanos, visto que, com a Revolução dos Cravos,
liquidou-se totalmente o aparato da estrutura da velha e ultrapassada ditadura salazarista, com
a sorte do falecimento do ditador e do avanço da revolução libertadora e, de outro, tinha um
efetivo militar guerrilheiro muito bem consolidado e reconhecido no território nacional a
revolução que modificou a sociedade portuguesa foi, igualmente, o alicerce seguro e
dinamizador da transição para a independência de Moçambique. Em 07 de Setembro de 1974,
houve o Acordo de Lusaka, na Zâmbia, o qual preparou o governo de transição.
A agenda política era desconstruir o Estado colonial e substituí-lo por um genuíno Estado
moçambicano, nascido das bases populares, com forte influência campesina. Como as forças
da FRELIMO já se encontravam amadurecidas depois de décadas de luta, elas forçaram uma
independência definitiva, em 25 de julho de 1975 Samora Machel acertou em apostar no
sucesso do avanço da luta armada, visto que, por volta de 1973, as forças nacionalistas já
sobrepujavam a capacidade militar colonial. A independência moçambicana se tornou
questão de tempo e Machel tornou-se o presidente de Moçambique, após a sua independência
de Portugal, em 1975. A partir daquele momento, internacionalmente Moçambique fora
considerado um país soberano;
A independência e a idéia de um Estado nacional moçambicano
Neste contexto, uma de suas grandes tarefas era a formulação das diretrizes da educação, que
tinha o intuito de forjar o “novo homem” da luta e do ideal socialista. Portanto, a educação
seria uma das novas batalhas ideológicas da nova nação. Ademais, deve-se relembrar que o
país não possuía uma unidade étnica nem linguística. Justamente por esse motivo, o idioma
português foi escolhido como a língua oficial e, mesmo a despeito de várias rusgas, fora
escolhida com o intuito de não acirrar disputas entre os diversos grupos linguísticos, a idéia,
não seria se submeter simplesmente à língua dos dominadores, mas gerar, a partir dela, uma
nova unidade através da linguagem.
Portanto, havia a necessidade de “criar” o novo homem moçambicano e, com isto, o
sentimento nacional de pertencimento a este nascente Estado-nação:
 Unir todos os moçambicanos, para além das tradições e línguas diversas requer que
na nossa consciência morra tribo para que nasça a Nação;
 Evidencia-se que a construção da nação moçambicana como uma entidade
homogênea só seria compreensível sob a lógica do enfrentamento a outra entidade
homogênea: a nação portuguesa.
O debate em torno da identidade nacional moçambicana
Assim, a construção da nação moçambicana dar-se-ia justamente para livrar essa nação
definitivamente do seu passado colonial. Nesta perspectiva, essa nova nação deveria nascer a
partir da forja desse novo homem, que seria educado dentro desta nova cultura e livre dos
aspectos coloniais, de acordo com a seguinte fórmula: o novo Estado-nação seria o produto
da bricolagem, da junção das diferentes tribos tradicionais, desta vez em uma só nação –
Moçambique, erigida pelo partido que comandava o Estado (FRELIMO). Esse partido
forçava, sobremaneira, uma oposição à velha nação colonial portuguesa, já tornada uma
esvanecida metrópole sem força, naquela quadra política.
Etapa na construção do Estado nacional moçambicana
A construção do nacionalismo moçambicano pode ser divida, pelo menos, em três períodos
históricos:
 O primeiro momento (1910/20-1962), antes da eclosão da luta armada pela
independência em que o associativismo e o jornalismo tiveram um papel importante
nas demandas sociais e na luta anticolonial (ZAMPARONI, 1998)
 Um segundo momento, marcado pelo conflito armado e pela formação da FRELIMO,
reunindo diversos movimentos, tendo como objetivo comum a libertação nacional
frente ao salazarismo colonialista português (1962-1975);
 Um terceiro, iniciado imediatamente após a Independência, tendo como principal
promotor o ideário da Frelimo (convertida de Frente nacionalista ampla em Partido
único revolucionário, sendo esta a diferença entre a designação FRELIMO/ Frelimo),
sob a liderança de Samora Machel.
CAP II
Moçambique durante o período monopartidário
No quadro dos Acordos de Lusaka, o governo de transição foi nomeado a 20 de Setembro de
1974. Pode-se considerar que era um governo da Frelimo, sendo a sua tarefa principal:
 Assegurar a gestão do país e prepará-lo para a proclamação da independência.
A Frelimo deixava então de ser um movimento de libertação dirigindo uma guerrilha em
regiões rurais distantes dos centros urbanos, para se tornar um partido no poder, que se
preparava para tomar sem partilha o controlo de um Estado. A inegável legitimidade de que
disfrutava a Frelimo na altura, o prestígio dos guerrilheiros junto da população, tanto rural
como urbana, faziam com que ela dispusesse do apoio firme da imensa maioria dos
colonizados, esta adesão confortava e reforçava o seu projecto de instituir um regime de
partido único.
Por outro lado, a denúncia da natureza oportunista dos partidos criados depois dos 25 de
Abril de 1974 (desde os que agrupavam essencialmente colonos, aos que tinham sido
formados por Moçambicanos – alguns dos quais antigos membros da Frelimo) e, sobretudo a
condenação da sua aliança com os colonos golpistas por ocasião do movimento rebelde de 7
de Setembro de 1974, reforçavam ainda mais o apoio popular à Frelimo, este contexto de
apoio generalizado não podia deixar de aparecer aos olhos dos dirigentes da Frelimo como
uma caução da sua decisão de se instalarem no poder no quadro de um partido único.
O marxismo moçambicano e o modelo de partido único
Em 1977, no seu III Congresso, a FRELIMO aprofundou politicamente o seu referencial
marxista e deixou definitivamente de ser uma frente ampla, transformando-se em partido e
vindo a adotar o marxismo-leninismo como ideologia do seu projeto político,
socioeconômico e cultural, o que era um agrupamento de guerrilha se converteu em um
partido político de orientação marxista-leninista.
Partido único, sem qualquer forma de oposição interna organizada e gozando de enorme
prestígio junto da população, a Frelimo engajou-se desde a independência na destruição de
todas as formas de organização que escapassem ao seu controlo. Os “Grupos
Dinamizadores”, criados durante o período de transição, tornaram-se as únicas estruturas
organizacionais reconhecidas nos locais de trabalho e de residência. Mais do que
organizações destinadas a divulgar a “linha política” da Frelimo, ou estruturas de participação
popular, os “Grupos Dinamizadores” eram o meio para assegurar a aplicação das
“orientações” do partido, eram o instrumento privilegiado do poder para fazer o
enquadramento de toda a população. O centralismo político e econômico foi marcante na
forma de governar da FRELIMO, com a justificativa de que era necessário manter e
promover a unidade moçambicana, seguindo as diretrizes políticas em curso e como reflexo
do modelo partidário regido pelo marxismo-leninismo,a FRELIMO tornou-se a organização
máxima dirigente de Moçambique. Conforme modelo bolchevique de partido marxista, a
organização político-partidária seria regida por um forte centralismo- democrático, sendo a
figura máxima e o dirigente principal o próprio presidente do país, Samora Machel. Logo, a
práxis marxista passaria a ser a viga mestra, tanto da política adotada quanto do ideal do novo
homem a ser seguido. Também se deve salientar que a FRELIMO adquiria status de
partido/Estado, de acordo com o mesmo modelo dos demais países que adotaram o
marxismo-leninismo, imediatamente após a independência, a Frelimo tinha falta de quadros
com formação superior e com competência técnica para assegurar o funcionamento duma
administração complexa e fazer funcionar os serviços e a economia do país. A passagem da
base política dos dirigentes da Frelimo do exército para o aparelho de Estado é um dos
aspectos principais da estruturação do novo poder.
Características e evolução da economia moçambicana no período monopartidário
Nesse sentido, no plano econômico, os dirigentes da FRELIMO investiram seus esforços na
agricultura, em consonância com o caráter pedagógico da construção do homem novo. Essa
construção tinha como linhas:
 As machambas estatais, que deveriam produzir bens de exportação e cobrir uma
grande parte da necessidade total de bem alimentares;
 As aldeias comunais, que consistiam em fomentar as famílias a viverem em aldeias
coletivas, a fim de melhorar a sua qualidade de vida.
Com o advento da guerra civil, Moçambique atravessou momentos de tensão militar, fome, e
seca, portanto, no final da guerra, em 1992, Moçambique foi classificado como o país mais
pobre do mundo.
Com a transição de uma economia centralmente planeada para a economia de mercado,
revitalizou o crescimento, tornando o país num destino atractivo para o Investimento Directo
Estrangeiro e projectos de desenvolvimento direccionados para as infra-estruturas. Mesmo
assim, estes avanços não se traduziram em aumentos substanciais dos níveis de vida das
populações rurais. Após a guerra, a prioridade da população passava pela segurança
alimentar.
Logo após os moçambicanos terem começado a regressar às suas casas, no final de 1992, o
aumento da precipitação resultou na melhor estação agrícola, num período de vários anos. A
produção de alimentos em 1993 atingiu as 533.000 toneladas, bem longe das 133.000
toneladas do ano anterior. Depois de décadas de reconstrução, Moçambique apresenta-se,
actualmente, como um país com rendimentos consideravelmente abaixo da média regional e
sérios problemas de dívida externa.
A guerra civil moçambicana
É sabido que, a independência moçambicana formalizada em 25 de junho de 1975, após o
conflito iniciado em 1964 entre as forças da FRELIMO, Frente de Libertação de
Moçambique, e as Forças Armadas de Portugal. Com o Acordo de Lusaka de 7 de setembro
de 1974, a paz foi negociada em território moçambicano e a soberania do país, transferida
para a Frelimo.
A Guerra Civil Moçambicana, também conhecida como Guerra dos Dezasseis Anos, foi um
conflito civil que começou em 1977, dois anos após o fim da Guerra de Independência de
Moçambique, e que foi semelhante à Guerra Civil Angolana, visto que ambas eram guerras
secundárias dentro do contexto maior da Guerra Fria.
Vinculam no rótulo das causas, os seguintes aspectos:
 As adversidades advindas do período de descolonização e guerra, apresentariam, após
a independência, novos dilemas e desafios que iriam fragilizar ainda mais o nascente
país;
 Constatou-se que, a despeito das tentativas de se erigir uma nova sociedade,
Moçambique falhou por razões naturais e de política interna e internacional,
principalmente pela contraofensiva da Resistência Nacional de Moçambique
(RENAMO);
 A tentativa de construção do novo modelo de Estado, igualmente com o intuito de
buscar o homem novo de acordo com os ideais do marxismo-leninismo, acarretou em
profundas divergências internas no próprio país, outrora já acentuadas pelo
colonialismo.
Porém, essa nova nação engendrada por esse novo homem, seria de constante disputa,
gerando, posteriormente, severos conflitos no território moçambicano. Melhor explicando,
nesse novo modelo pedagógico, o dirigente máximo Samora Machel possuiria mais de uma
frente de luta a combater:
 Os seus inimigos internos
Quanto aos primeiros, registrou-se que eram os moçambicanos que não estavam enquadrados
no ideal disciplinar e moralizador imposto pela FRELIMO. Para fins de propaganda,
chegaram a criar o Xiconhoca, um personagem que representava o paradigma do bêbado,
corrupto e explorador, em síntese, a antípoda do homem novo moçambicano socialista e
particularmente da alienação do apoio aos agricultores rurais, o desrespeito pelas autoridades
tradicionais, religiosas ou não, a imposição de empresas agrícolas estatais e cooperativas,
aldeias comunais e novas estruturas de poder que procuraram substituir a ordem social
tradicional, apanágio da tentativa de eliminar todos os vestígios do “obscurantismo” e de
forjar “um homem novo” na revolução moçambicana.
 Os seus inimigos externos
No plano externo, o inimigo era bem mais deletério: tratava-se dos contrarrevolucionários da
nascente Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO). Neste cenário, no imediato ao
processo de independência, Moçambique passou a apoiar os processos nacionalistas na
Rodésia e a criticar o racismo da África do Sul; como consequência veio a sofrer represálias
dos seus vizinhos, bem como ainda havia os moçambicanos de origem portuguesa que se
refugiaram na África do Sul e que tinham o objetivo de desestabilizar o governo socialista de
Moçambique.
 A crescente preocupação ocidental em torno de um governo inspirado na ideologia
marxista-leninista, é outro argumento que se junta ao anterior;
Realça que a guerra foi um projecto de desestabilização contra o governo da Frelimo,
patrocinado externamente, no contexto da “estratégia total” do regime do apartheid da África
do Sul para a região austral do continente.
A partir da constante disputa de forças, fez surgir uma nova luta forjada em Moçambique:
FRELIMO versus RENAMO, esta última com o apoio da Rodésia, África do Sul e Estados
Unidos levamdo o pais a um nível de pobreza altíssimo.
Como consequência desta luta, houve:
 O esgotamento do projeto revolucionário pedagógico do novo homem forjado pela
FRELIMO;
 O desgaste do seu partido;
 A erosão do projeto comunista no final do percurso revolucionário.
Com isto, avivaram rusgas e conflitos, o que acabou por apoiar os rebeldes
contrarrevolucionários da RENAMO, dispostos a restaurar outro modelo político-econômico
baseado no capitalismo, haja vista que contavam com apoio dos Estados Unidos e da África
do Sul. Assim, Moçambique foi perdendo os apoios internacionais, sendo invadida pela
RENAMO a partir dos seus vizinhos, que davam sustentação econômica e militar aos
contrarrevolucionários.
Teríamos duas correntes teóricas que explicariam o fortalecimento da Renamo:
 O partido que concentrou a insatisfação contra o governo e política da Frelimo
 Os tradicionalistas, que defendem a hipótese de razões externas para crise, e os
revisionistas, que acreditam no descontentamento interno de grupos sociais e
regionais
Pesaria com grande gravidade a crise política e uma seca devastadora em 1984, que veio a
arrasar a produção agrícola do país, trazendo severos dissabores. Consequentemente houve o
esgotamento do modelo proposto pela FRELIMO por exaustão, conflitos internos,
contrarrevolução, pressões internacionais e fim da ajuda do bloco socialista
. Em 1989 realizou-se o V Congresso, onde se assistiu a uma viragem no discurso, que
versava agora sobre a abertura à mudança e a moderação em termos de política externa,
apartando-se assim do modelo marxista-leninista.
A guerra dos 16 anos em Moçambique em dois períodos: o de guerra de
desestabilização, com apoio externo

O primeiro período do conflito estendeu-se, segundo o historiador moçambicano, de 1977 até


à assinatura do Acordo de Nkomati na África do Sul, em 1984. "Este período foi marcado
pela falta de um discurso coerente, de uma causa, e caracterizou-se pela matança, pela
destruição e pelo enfraquecimento da infraestrutura nacional".

Guerra civil, em que os rebeldes tinham já uma agenda política própria.

O segundo começou já nos finais da década de 1980 com a queda do Muro de Berlim e a
desagregação da União Soviética. a RENAMO apropriou-se de novos valores: a democracia e
a liberdade. A partir deste momento, "estávamos perante uma guerra civil, dirigida pelos
moçambicanos com uma agenda política". Foi esta "nova postura da RENAMO que
impulsionou o governo da FRELIMO a adotar a democracia como sistema político no país".

Com a assinatura do acordo geral de paz em Roma, a 4 de outubro de 1992, pelos presidentes,
Joaquim Chissano e Afonso Dlakama deu se o fim da guerra civil com a criação de um estado
de democrático e livre.
A tensão político-militar entre Moçambique e África do Sul e a assinatura do Acordo de
Inkomati
 A adesão de Moçambique ao BM e FMI e a implementação dos programas de
Reajustamento Estrutural

Banco mundial (BM)

O BM, fundado em 1944 pelo BrettomWoods, e o principal objectivo consiste em fomentar o


crescimento económico e a cooperação aa escala global contribuindo assim para promoção
do processo de desenvolvimento económico dos Países em desenvolvimento dos membros
dessas instituições.
O grupo Banco Mundial sedeado em Washington, éconstituído por:

 Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento

Concentra-se sua actuação na concessão de financiamento aos paísesbeneficiários, em


condições mais favoráveis em ralação aos mercados financeiros internacionais, com taxas
concessionais e prazos de maturidade alargados, com vista a sustentabilidade financeira dos
Países em causa. Uma parte significativa dos fundos do BIRD é originada por contribuições
do governos de Países mais desenvolvidos.

 Sociedade financeira internacional

Concede aos seus países membros doações e empréstimos concessionais: taxas de juros
bonificados, com um período de graça de 10 anos e uma maturidade que varia entre os 35 e
os 40 anos a países que não tem acesso aos mercados financeiros. A AID é um fundo
reconstituído de 3 em 3 anos, financiado por contribuições dos países dos governos mais
desenvolvidos.

 Sociedade financeira internacional

É o “banco privado “deinvestimentos e financiamento do grupo de Banco Mundial, que tem


como clientes e parceiros das suas operações empresas do sector privado, e naos
governamentais. Tem como objectivo institucional facilitar o processo ao credito a regiões e
paísesexcluídos do mercado de capital privado e financiar programas em países considerados
de riscoelevado para investimentos privados, assim, constituir um excelente parceiro para
empresas interessadas em investir em países cliente através de:

I. Produtos financeiros
II. Prestação de serviços de acessória a empresas e governos

A SFI coloca também aa disposição dos clientes:

I. Garantia de risco politico e monetário do paísdestinatário


II. Acesso a informações e experiencia sobre mercados locais
III. Consultoria para a gestão dos impactos ambientais e sociais do projecto
IV. Assistênciatécnica nas áreas da corporategovernante, ambiente e impacto social a
todos os projectos ligados as suas operações.
 Agencia Multilateral de Garantia de Investimentos

Estimula a actividade de investimento nos países em desenvolvimento por meio de garantias


contra riscos não comerciais e presta assistênciatécnica no campo das politicas de promoção e
atracção de investimento estrangeiro para esses países .

 Centro internacional para arbitragem de disputas sobre investimentos

Criado com o objectivo de abolir as barreiras aos fluxos de investimentos privados


internacionais interpostos por riscos não comerciais, assim como pela ausência de
métodosinternacionais especializados para a arbitragem de disputas sobre investimentos.
Através da sua acção de investimentos, o ICSID espera contribuir para criar confiança
reciproca entre governos e investidores estrangeiros.

Em 1987, Moçambiquelançou um programa de ajuste estrutural com o apoio do FMI e do


BM, denominado programa de reabilitaçãoEconómica-PRE. O PRE tina como
objectivodebater a grave crise económica e social que o País atravessava , resultado do
fracasso das estratégias de desenvolvimento socialistasadoptados apos a independência em
1975 e da Guerra Civil que assolava o País ate então. A existência de um sistema de partido
único e o influxo de recursos externos para dar conta a fraca capacidade de Estado existente e
dos graves problemas sociais provocados pela Guerra (entre os quais a fome), não foram
suficientes para garantir um sucesso expressivo do programa de ajustes. Uma das causa do
relativo insucesso do PRE são os problemas de coordenação, oriundos da incapacidade de
governo de conciliar as estratégias dos atores internos e externos durante o processo de
implementação das reformas económicas.

FMI

É uma organização internacional criada em 1944 na conferencia de BrettonWoods


(formalmente criada em 27 de Dezembro de 1945, com o objectivo inicial na reconstrução do
sistema monetário internacional no períodopós-Segunda Guerra Mundial. Contou com a
participação de 44 países, e teve o propósito de reconstruir a ordem financeira, económica,
politica internacional que foi alterada de forma significativa em razão da II Guerra Mundial.
Os Países contribuem com dinheiro para o fundo através de um sistema de quotas a partir das
quais os membros com desequilíbrios de pagamento podem pedir fundos emprestados
temporariamente.

Através desta e outras actividades, tais como a vigilância das economias dos seus membros e
a demanda por politicas de autocorrecção, o FMI trabalha para melhorar as economias dos
Países.

A FMI é, portanto, uma organização da qual são membros 189 países que trabalha visando
‘’promover a cooperaçãomonetária global, garantir a estabilidade financeira, facilitar o
comercio internacional, promover o alto emprego e crescimento económicosustentável e
reduzir o problema em todo mundo.

O objectivo principal da instituiçãoé garantir estabilidade do sistema monetário internacional


– o sistema de taxas de cambio e pagamentos internacionais que permite aos países (seus
cidadãos) transaccionarem uns com os outros.

Apos a II Guerra Mundial o FMI desempenha um papel fundamental na reconstrução das


economias nacionais que foram prejudicadas com a guerra.

Estrutura da organização do FMI

O FMI, constitui-se uma organização internacional autónomo e possui estrutura


administrativa, funcionamento e processo de tomada de decisãoúnicos. Sua estrutura tende a
se assemelhar mais a uma grande corporação financeira do que a uma organização financeira
propriamente dita. Exemplo disso é a distinção do que ocorre nas outras organizações
internacionais nas quais as decisões são tomadas segundo o principio de que um País
corresponde aum voto. FMI éseguido um modelo corporativo no processo de tomada de
decisões: o poder de voto de cada País membro é determinado em razão da proporção de
quotas que possui no fundo.

É importante salientar que periodicamente, a cada cinco anos é realizada a revisão da


distribuição de quotaspermitindo uma reanalise, pela instituição da possibilidade de aumento
da participação ,no fundo de países emergentes na economia mundial.

Actualmente, os cinco maiores accionistas do FMIsão: Estados Unidos, Alemanha, Japão,


Franca e Reino Unido.

Funções do FMI
1. Assistênciatécnica

Com o intuído de auxiliar na melhoria, elaboração e implementação das politicas económicas


dos Países-membros, o FMI transmite, através de assistênciatécnica e treinamento,
orientações nas seguintes áreas:

 Politicas monetárias e fiscais


 Politica fiscal e administração
 Compilação, administração, disseminação e aprimoramento de dados estatísticos
 Legislaçãoeconómica e financeira

Alem disso, auxilia os países aos quais foi imposta a exigência de restabelecer instituições
governamentais em decorrência de guerras e perturbações sociais

2. Empréstimos

O FMI também atua na coesão de empréstimos aos Países-membros que se encontram em


situações de problemas ou, na maneira de tê-los e, por meio de solicitação ao fundo, buscam
auxilio na reconstrução das sua reservas internacionais, possibilitando estabilizar suas
moedas, e continuar actuando no comercio internacional e, consequentemente , restaurar as
condições para um forte crescimento económico. O FMI se dispõe a conceder o empréstimo a
Países que o necessitam, independentemente do tamanho do País, de seu nível de
industrialização e/ou desenvolvimento.

3. Supervisão

outro papel desenvolvido pelo FMI é a função de vigilância que promove a supervisão do
sistema monetário internacional e monitora as politicas económicas e financeiras de seus 189
Países membros. Esse processe ocorre em nível global e em Países individuais, e o FMI
informa possíveis riscos aa estabilidade que enxerga e oferece consultoria em relação aas
politicas económico-financeiro, visando apontar possíveis ajustes nas politicas locais que se
apresentam como necessárias para recuperação da economia.

É importante, nesse ponto, salientar que, ao ser demitido no FMI, o País deve concordar em
submeter suas politicas económicas e financeira a analise pela comunidade internacional.
Devem também se comprometer a adoptar entre outras as seguintes politicas:
 Politicas que proporcionem o crescimento económico ordenado e a uma razoável
estabilidade nos preços,
 É vedada a pratica de medidas que visam a manipulação de taxas de cambio com
objectivo de conceder ao País vantagens competitivas injustas,
 Dever de funcionamento de dados sobre sua economia ao FMI

O objectivo dessas medidas de monitoramento ee permitir ao FMI identificar aspectos


problemáticos que ensejem, ou possam vir a ensejar instabilidade económica.
Conclusão

Após a realização desta pesquisa, notamos que alem das luta armada que visava a libertação
do colonialismo português, o pais foi alvo de uma segunda colonização através do disposto
na ideologia da frelimo, partido único que ascendeu ao poder com a tentativa de reorganizar o
país e formatar o colonialismo a partir de adquirir o homem novo, acreditavam que para que
nasça uma nova nação, deve morrer a mentalidade colonial. A negação do ideal socialista e
marxista fez surgir guerras internas.

A ignorância, o desprezo do construto moçambicano, as culturas, línguas, autoridades


tradicionais perderam o poder, a frelimo queria um poder totalitário e não aceitava nenhuma
oposição, vincula nas suas acções, várias violações de direitos humanos, pois, ao que se
opunha a ideologia da frelimo, deveria ser banido e morto.

Em contra-ofensiva, a negação destes eventos, criou-se uma Resistência Nacional


Moçambicana (RENAMO) para lutar contra a segunda colonização imposta pela frelimo, a
luta era pela democracia e liberdade, não só de expressão, mas também escolha, assim,
saímos do monopartidarismo a democracia.
Bibliografia
PAREDES, Narcal de Menezes, A construção da identidade nacional moçambicana nos pós-
indenpedenxcia: Sua complexidade e alguns problemas de pesquisa, pdf.
BRITO, Luís, A Frelimo, O Marxismo e a construção do estado nacional 1962-1983,
IESE,Maputo, 2019.
FIGUEREIDO, Cesar Alessandro Sagrillo e DUARTE, Samuel Correa e Tensões Mundiais,
Fortaleza, v. 16 , 2020 pdf.
CABACO, Jose Luis, Mocambique: Identidades , coloniamlismo, e libertação, pdf.

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