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CURSO DE ENSINO
NAÇÃO MOÇAMBICANA
Quelimane
2021
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INSTITUTO POLITÉCNICO E PEDAGÓGICO DE QUELIMANE
CURSO DE ENSINO
NAÇÃO MOÇAMBICANA
Quelimane
2021
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Índice
1. Introdução.....................................................................................................................3
1.1. Objectivos.................................................................................................................3
1.2. Metodologia..............................................................................................................3
2. Nação Moçambicana....................................................................................................4
Conclusão..........................................................................................................................16
Referencias Bibliográficas.................................................................................................17
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1. Introdução
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
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2. Nação Moçambicana
2.1. Noção de nação Moçambicana
Nação é a reunião de pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, falando o mesmo idioma e
tendo os mesmos costumes, formando assim, um povo, cujos elementos componentes trazem
consigo as mesmas características étnicas e se mantêm unidos pelos hábitos, tradições,
religião, língua e consciência nacional”.
Neste contesto Moçambique é uma nação do sul da África cujo longo litoral no Oceano Indico
é permeado de praias conhecidas, como Tofo, e de parques marinhos peros da costa no
arquipélago Quirimbas, uma faixa de 250 quilómetros de ilhas de corais, a ilha do Ibo,
coberto por manguezais, tem ruínas de era colonial que sobreviveram desde o período do
domínio português. O arquipélago de Bazaruto, mais ao sul, tem recifes que protegem
espécies marinhas raras, como os dogongos.
Existe um nacionalismo moçambicano que une todos os variados povos do vasto território do
Rovuma ao Maputo, independente de línguas, religiões, raças e culturas. Em outras palavras,
Mondlane afirma que existe uma consciência da parte do povo de todo o país de pertencer a
uma nação. Os povos moçambicanos, depois de enfrentar por muitos anos um inimigo comum
se fundiram em um só povo, sólido, pronto para se libertar do sistema colonial português. O
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povo moçambicano veio a se considerar uma nação da mesma maneira que os povos da Índia,
China, União Soviética e outras nações que se consideram agora uma nação.
O Nacionalismo moçambicano nasce como resultado da opressão, através dos maus tratos,
exploração de homem para homem assim como de recursos naturais existentes, o
envolvimento dos moçambicanos em trabalhos forçados (Xibalo), implantação de Culturas
obrigatórias e a instituição obrigatória no pagamento de impostos, como o caso do palhota
assim como Mussoco.
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Não obstante, torna-se importante sublinhar que, para além dos mecanismos como factores
que condicionaram a emergência do nacionalismo moçambicano anteriormente mencionados,
outros factores também puderam evidenciar-se, tais factores destacam-se pela participação
dos soldados moçambicanos na I e II Guerras, ao exemplo concreto do seu envolvimento
durante a invasão alemã no Norte de Moçambique, atravessando rio Rovuma em direcção a
Milepa, tendo alcançado Marrupa-posto Administrativo de Nungo, onde até hoje é possível
ver-se as suas evidências. O envolvimento dos Moçambicanos nas duas Grandes Guerras
Mundiais associado a carta das Nações Unidas como Consequência da II Guerra Mundial
invoca o direito da autodeterminação dos povos, a conferência afro-asiática (Bandung 1955) e
o surgimento do Movimento dos Não Alinhados, de certo modo, influenciou e despertou a
consciência para a independência do Povo moçambicano, tendo impulsionado
significativamente para a posição nacionalista entre os moçambicanos.
“Queríamos nos organizar, mas não podíamos porque éramos perseguidos pela polícia
secreta. Tínhamos actividades culturais e educativas, mas durante os debates e discussões
tínhamos que nos manter atentos por causa da PIDE. Ela nos perseguia e chegou mesmo a
Porem os grupos que fossem descobertos ao serviço de promoção para luta pela
independência, era assassinado, deportados, alvos de perseguição pela PIDE ou mesmo
presos. Motivo pelo qual, a actividade clandestina ia se desenvolvendo de forma acentuada
em várias zonas do país. A reflexão sobre a luta na Clandestinidade ocorrida em Moçambique
assume-se como efectivamente realizada e se enaltece sob seguinte relato.
“Ate 1964, toda actividade tinha que ser clandestina, o que significava que apenas
uma pequena minoria da população, os mais politizados, estava envolvida. A medida
que algumas áreas iam sendo libertadas, contudo, o Partido podia funcionar
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livremente como um órgão legal, aberto a todos moçambicanos adultos.
(MONDLANE, 1969:132),
Nesta vertente a luta na clandestinidade espelhou um alto sentido de coragem e entrega por
parte de alguns moçambicanos ansiosos para independência e o progresso autónomo
protagonizado pelos moçambicanos. No entanto, este processo em Moçambique, viu-se
possível mediante vários factores intervenientes como os casos da participação das igrejas
através da mobilização de jovens, cânticos religiosos expressados em língua materna, como
também, através da educação fundamentada pelas igrejas protestantes, ao exemplo da igreja
Presbiteriana e Anglicana. Esta acção, impulsionou a participação massiva de muitos jovens
da época, a destacar: Samora Machel, Josina Machel, Armando Guebuza, Paulo Samuel
Kamkhonba, Filipe Samuel Magaia, Mateus Sansão Muthemba, Manuel Braz da Costa, entre
outros.
Com o surgimento do nacionalista por parte dos moçambicanos, união dos primeiros
movimentos Políticos sendo UNAMI, UDENAMO e MANU, contribuíram duma forma
estratégica para a criação do movimento único, que deu origem à FRELIMO no dia 25 de
Junho de 1962.Depois da unificação das Forças da Frente de Libertação de Moçambique
FRELIMO, definiu se como objectivo prioritário, a consolidação da Unidade Nacional como
instrumento base para a organização e unificação de todos os Movimentos que se
encontravam a soldos no território Moçambicano. Deste modo, o Eduardo Mondlane, que
naquela época era um Professor Universitário nos Estados Unidos da América e funcionário
das Nações Unidas, acabou se tornando o Principal Dirigente e mentor da FRELIMO, fundada
como resultado da unificação dos Três Movimentos Nacionalistas.
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O primeiro congresso da FRELÍMO, foi realizado no dia 23 a 28 de Setembro de 1962, em
Dar-Es-Salaam na Tanzânia, onde a FRELIMO oficializou o movimento que acabava de ser
criado, com a união dos Moçambicanos de vários pontos do país, sendo norte, sul e centro,
tomaram a decisão do futuro de Moçambique, tendo como lema, a luta armada para
liquidação do Colonialismo Português, rumo à independência Nacional.
No seu primeiro Congresso, a FRELIMO definiu uma plataforma capaz de unir todos os
patriotas Moçambicanos, fixou como objectivo central a Libertação Nacional e determinou a
estratégia e a táctica para atingir esses objectivos. Definiu ainda o papel fundamental da
unidade no processo de Libertação Nacional, pois a divisão era a causa maior do fracasso da
resistência histórica ao Colonialismo. (FRELIMO, 1977, p.24).
Isabel Casimiro discute como as mulheres que se juntaram à luta ainda eram vistas como
reprodutoras, fonte de prazer sexual para guerrilheiros e submetidas ao controle de sua
força de trabalho por parte de alguns chefes tradicionais, os quais também controlavam o
acesso dos homens às mulheres. Para eles, a presença das mulheres, consideradas fracas e
inaptas ao treinamento militar, representava “aproximar o fogo ao capim”. Chefes de
família receavam pelo envio de suas filhas pois achavam que a participação delas na
atividade militar seria uma ameaça à tutela paterna. E, para as mulheres, não era fácil
conciliar as tarefas domésticas com as militares.
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Os revolucionários argumentavam que a produção dos bens alimentares, para além do
que os camponeses necessitavam para a sua própria sobrevivência, devia ser colectiva.
As forças moderadas eram da opinião que nas zonas libertadas devia haver um sistema
comercial privado, que comprasse os excedentes dos camponeses em troca de bens de
Dai a linha revolucionária conquistou o espaço no seio da organização armada e lançou a base
da concepção política adoptada pela FRELIMO durante o processo de preparação da
independência nacional de Moçambique.
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discordavam quanto aos rumos que deveriam tomar em relação à disputa que ocorria em
Moçambique.
De acordo com a constituição da República de Moçambique, no seu artigo 75, pt. 2, d),
estabelece que, os partidos políticos devem empenhar-se em:
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“reforçar o espírito patriótico dos cidadãos e a consolidação da nação moçambicana”.
“Todos os cidadãos moçambicanos dos 18 aos 35 anos de idade, estão sujeitos ao dever
ou a obrigatoriedade de prestação de serviço militar e ao cumprimento das obrigações
militares dele decorrentes.”
Portanto, este infalivelmente deve potenciar-se de bases fundamentais para protecção dos
elementos de benefícios comuns perigados pelos interesses externos, desta feita, pautando
pela instrução, formação e conhecimentos básicos sobre os mecanismos de defesa aos
recursos nacionais e o seu controlo prevalecente. Ainda, de acordo com a constituição da
Republica de Moçambique, no seu artigo 267 (Defesa da pátria, serviço militar e serviço
cívico) estabelece um pensamento sustentando que:
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(o Estado não detêm o controlo da economia privada) e acima de tudo, a liberdade
individual. Em muitos países, a existência de vários partidos políticos tem sido
interpretado como existência da democracia, não é apenas desta forma que se deve
perceber este paradigma, mas sim, pelas acções destes, que se devem reverter em acções
concretas e encaixada no contexto real.
A democracia como legado colectivo, deve merecer a sua protecção e bem percebida no
seu sentido abrangente e em contrapartida, respeitando as suas particularidades de acordo
com cada território especificamente. Para que as noções de defesa da pátria e a
consolidação da democracia sejam efectivamente visível e contínua, e necessário que se
respeitem os princípios ou pressupostos básicos referentes a coesão dos direitos
fundamentais do cidadão e do homem. A fase da democracia em Moçambique,
compreendeu duas distintas etapas, do mono partidarismo, que vai até ao período pós
guerra civil que terminou com os Acordos Gerais da Paz em Roma, no dia 4 de Outubro
de 1992 e do multipartidarismo que teve o seu início a partir das primeiras eleições
multipartidárias de 1994.
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Conclusão
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Referencias Bibliográficas
MATUSSE, Renato & MALIQUE, Josina “Josina Machel, Ícone da emancipação da Mulher
Moçambicana”, 1ª ed., editora ARPAC, Maputo, 2008.
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