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Introdução

A História é a ciência do homem do tempo e no espaço

O conteúdo da 12ª classe estuda a história dos povos africanos, com especial
destaque da África Austral e em particular do povo angolano.

No último quarto do século XX, os países da Linha da Frente e os Movimentos


de Libertação Nacional (MLN), desempenharam um papel importante no
processo de luta pela libertação da região sul do continente africano.

Essa luta foi marcada pelas vitórias das forças progressistas (F P), seguida
pela queda do império colonial português nos anos 75. A libertação destes
países não foi o fim da luta, pois havia mais de 25 milhões de africanos na
Namíbia e na África do sul, subjugados pelo regime de apartheid.

Já nos anos 80 a luta vai ser pela conquista de uma verdadeira independência
da Namíbia (1990), e da África do sul (1910).1

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Material seleccionado e elaborado pelo professor Belchior Ngando kalueyo

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Tema 1- A África Austral no último quarto do século XX

1.1.1- O contexto sociopolítico

O continente africano, em particular a região Austral, no período compreendido


entre o ano de 1970 conheceu várias transformações políticas com maior
destaque a luta pelas independências das colónias portuguesas da região, o
fim do regime do da minoria branca na antiga Rodésia do sul2, independência
da Namíbia, o fim do regime do apartheid na África do sul, criação da
Conferencia de Coordenação e desenvolvimento da África Austral (SADCC) e
da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

A entrada da década de 70, a região Austral do continente africano encontrava-


se dividida em dois grupos de países independentes tais como: Botswana,
Tanzânia, e Zâmbia; e o grupo de países que lutavam pela emancipação dos
regimes que ocupavam ilegalmente os seus territórios como: Angola,
Moçambique, Zimbabwe, Namíbia e África do sul.

Neste período em estudo, a situação da colónia de Angola era intensa a guerra


estendia-se em todo o território nacional. O exército português não conseguia
travar a luta dos nacionalistas pela descolonização.

A luta dos movimentos de libertação nacional nas colónias originou o golpe de


estado levado a cabo pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), a 25 de
Abril de 1974.

A 11 de Novembro de 1975 Angola tornou-se independente. Na região da


África Austral ainda existia o colonialismo como: no Zimbabwe, na Namíbia e o
Apartheid na África do sul.

Mas a localização geoestratégica de Angola na região então marcado pelo


conflito que opunha os movimentos de libertação anti Apartheid, por outro lado
postura de Angola no apoio aos movimentos de guerrilha (SWAPO, ZANU e
ANC)3

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Actual Zimbabwe
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Swapo: Organização dos Povos do Sudoeste Africano;
ZANU: União Nacional Africana do Zimbabwe;
ANC: Congresso Nacional Africano.
Material seleccionado e elaborado pelo professor Belchior Ngando kalueyo

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Na verdade foi neste âmbito que se arquitectou a estratégia política e militar
contra Angola na tentativa da sua transformação numa zona da esfera de
influência da guerra fria. O objectivo principal era o derrube do regime, Angola
através do apoio material bélico há determinado organizações armadas.

Assim Angola viu se na contingência de recorrer a ajuda militar internacional,


nomeadamente: da Cuba para defesa da sua integridade territorial.

A subsequente alteração do quadro militar em Angola e, consequentemente na


região forçou a alteração da estratégia do ocidente e da África do sul que optou
por fim do envolvimento militar directo no conflito angolano.

Os acordos de Nova Iorque em Dezembro de 1988 que permitiu as hostilidades


militares entre Angola, África do sul, a retirada dos sul-africanos que ocupavam
o sul de Angola desde 1982 e o início da descolonização da Namíbia.

O novo quadro pós-guerra melhorou as economias seriamente debilitadas


pelas dificuldades na atracção de investimento estrangeiro, devido o clima de
instabilidade regional, na circulação intra-regional na sua maioria serem países
encravados e na integração de projectos para facilitar a integração regional.

Portanto as relações entre os dois mundos capitalistas e socialistas tiveram


como resultante no continente africano, a reunião de condições propícias para
o desenvolvimento da luta contra o regime colonial e do Apartheid
nomeadamente: Angola, Moçambique, Zimbabwe, Namíbia e África do sul.

1.1.2 As independências de Moçambique, Angola e Zimbabwe

a) A independência de Moçambique

Moçambique é um dos países da África Austral e possui uma extensão


territorial de 801.590 km2 a sua capital é Maputo. Este país é limitado a Norte
pela república da Tanzânia e Malawi, a Sul com a república da África do sul,
Oeste com a república de Botswana e a leste é banhado pelo Oceano Indico.
Zambeze é o principal rio do destes pais, tem um clima tropical de savana.

Etnicamente tem dez grupos entre os quais destacam-se os Makualomwe,


Tsonga, Yao, Shona e Nguni.As principais cidades são Maputo, Beira e
Nampula. O português é a língua oficial, mas só 40% dos Moçambicanos

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utilizam. 55% Seguem crenças tradicionais, 32% professam a religião católica e
13% são Muçulmanos.

Actividade económica destes pais é a agricultura, onde as principais plantações


são: de cana-de-açúcar, algodão e chá. Carvão, diamante são recursos
minerais destes pais.

No período colonial o país era administrado por um governador-geral enviado


de Lisboa, durante o domínio, existia uma sociedade de pobreza, doenças
analfabetismo, trabalho forçado e ausência de direitos políticos.

Em 1961, Eduardo Mondlaine, desde então funcionário das Nações Unidas,


visitou o seu país e persuadiu os diferentes grupos que lutavam pela
independência da necessidade de se unirem, aspirações essa que se
concretizou com a criação da Frente de Libertação de Moçambique (FRLIMO)
a 25 de Julho de 1962 na Tanzânia

A 25 de Setembro de 1964, desenvolveram por todo o país a guerra que


marcava assim o início da luta armada para conquistar a independência total e
completa do território.

Em 3 de Fevereiro de 1969, Eduardo Mondlaine foi assassinado por agentes


Secreto ao serviço dos colonialistas. Quando estava a trabalhar na sede do
partido em Dar-es-Salam4 uma encomenda de um livro armadilhado com um
bomba que explodiu e matou-o

Após a morte do Nacionalista Mondlaine, o partido ficou sem presidente. Em


Abril de 1969 tal como prevê o estatuto do partido, os membros do comité
Central reuniram-se e foram eleito para o conselho presidente Samora Machel,
Marcelino dos Santos e Ureias Simango. E já em Maio de 1970, o Comité
Central do partido na presença de todos delegados, elegeu Samora Machel
para Presidente e Marcelino dos Santos para Vice-Presidente. Os dois
declararam aos presidente que tem o caminho longo e difícil a percorrer, mas
possível porque Moçambique e para todos os Moçambicanos.

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As Vitorias contras o regime colónias português eram cada vez mais altas,
muitas regiões foram libertadas da ocupação colonial. As derrotas em África
quer queiramos ou não, foi um dos factores mais determinantes do
levantamento militar a 25 de Abril de 1974, em Lisboa que pós fim o regime
colonial fascista.

Meses depois a queda do regime cria-se em Moçambique um Governo de


transição. E em 25 de Junho de 1975, e proclamada a Independência da
República Popular de Moçambique sob presidência de Samora Machel
marcando assim o fim de quase 500 anos da presença colonial portuguesa

b) A independência de Angola

Actualmente Republica de Angola independente desde 1975,situa-se na África


Austral e limitado a Norte pela Republica Democrática do Congo e pela
República do Congo Brazzaville. a Leste pela Republica do Congo e da
Zâmbia, a Sul pela República da Namíbia e Oeste pelo Oceano Atlântico.
Angola possui uma superfície de 1.246.700. Km2 a sua capital e Luanda. O
português

Língua oficial mas também são fados outras línguas Bantu nos pais usadas por
mais de 93% da população

A população angolana e composta por vários grupos étnicos e os mais


representativos os Umbundu, Bakongo, Ambundu e os Tchokwe. Ate a
princípio do fim do século XX, cerca de 4% da população professava a religião
católica, 23% professavam religião protestante.

De acordo com os dados de 1992 as cidades mais importantes são: Luanda,


Huambo, Benguela, Lobito e Lubango.

Durante o período colonial Angola era também denominada província


ultramarina portuguesa, era administrada por um Governador-geral enviado de
Lisboa. Porem a falta de direitos cívicos aos angolanos, torturas, saques e as
dificuldades, condições externas em realizar as suas necessidades mais
presente provocou revoltas populares em 1961 dando assim o início da luta
para emancipação total do Pais.

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Portugal através do uso da força procurou reprimi-las, mas o movimento
contestatário contínuo espalhando-se para outras regiões do território
chamando atenção a emancipação total e completa de Angola. Os
nacionalistas criaram bases a partir das Repúblicas do Congo Kinshasa, Congo
Brazaville e na República da Zâmbia, onde desenvolveram luta contra o regime
colonial português até ao fim do fascismo ao 25 de Abril de 1974 em Portugal.

A guerra em Angola foi desencadeada não somente contra Portugal, mas


também entre os três movimentos nacionalista na luta pela tomada do poder.

O MPLA e a FNLA foram activos na condução da exsurgência contra Portugal.

A este movimento juntou-se também a UNITA de Jonas Savimbi em 1966.

O derrube do regime de Marcelo Caetano pelo movimento das forças Armadas


em 25 de Abril de 1974pois fim a colonização portuguesa aos territórios
chamados províncias ultramar, em particular Angola.

Face a esta situação, os três líderes dos Movimentos Nacionalistas que


conduziram a luta nomeadamente: Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas
Malheiro Savimbi, reuniram-se numa cimeira em Mombaça, no Quénia, de 3 a
5 de Janeiro de 1975.

Esta cimeira tornou-se histórica, pós pela primeira vez, na história da luta pela
independência de Angola, os três líderes protagonistas encontravam-se sob o
mesmo tecto para discutir os problemas inerentes ao processo de
independência. A cimeira foi um sucesso, pós afirmou o MPLA, FNLA e a
UNITA como os únicos legítimos representantes do povo angolano e declarava
Angola como uma nação una e indivisível nos seus limites geográficos e
políticos.

Os três líderes de 10 a 15 de Janeiro assinaram em Portugal o Acordo de


Alvor. Este acordo reconheceu os três Movimentos Nacionais como legítimos
representantes do povo angolano. Foi igualmente estabelecido que a
independência e a soberania plena de Angola seriam proclamadas a 11 de
Novembro de 1975. Assim o poder soberano de Angola passaria a ser exercido
pelo alto-comissário dirigido por um Governo de transição. E esta estruturado
da seguinte forma: Alto – comissário enviado de Portugal, (general António da
Silva), Colégio presidencial constituído por três Primeiro ministros

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nomeadamente, Lopo do Nascimento ( MPLA), Jony Pinok Eduardo ( FNLA)
e José Ndele ( UNITA).

As 00H00, do dia 11 de Novembro de 1975, em Luanda, o MPLA na pessoa do


seu presidente Agostinho Neto, proclamou a Independência Nacional
denominado o Estado como República Popular de Angola, tornando assim
primeiro presidente de Angola. A economia de Angola foi sofrendo severos
retrocessos desde a independência, já que o processo de desenvolvimento foi
interrompido pela guerra civil que assolou o país por cerca de duas décadas e
meio o que levo as populações a seguir caminhos do êxodo. O petróleo
representa 90% das exportações dos pais, seguido pelo diamante. O ferro
bruto, já foi o terceiro produto de exportação, não é produzido comercialmente
desde 1975.

c) A independência do Zimbabwe

Rodésia do sul é o nome oficial dado ao Zimbabwe muito antes da


independência. Limitado a Norte com a República da Zâmbia, a sul com
República da África do Sul, a Oeste com a República do Botswana e a Leste
com a república de Moçambique.

Este país tem uma superfície de 390.759km2, é composto por dois grupos
étnicos (bantu) os Shona e os Ndebele. As cidades mais importantes são:
Harare (Capital), Bulawayo e Gwelo, o Inglês é a língua oficial do país.

O sector mineiro e agricultura são as áreas mais importantes, o país exporta o


tabaco embora o café, algodão, a cana-de – açúcar, amendoim, e feijão sejam
também importantes.

A partir da década 60 os habitantes do Zimbabwe compreenderam que a


pressão diplomática não chegava para derrubar o regime racista e a luta
armada é organizada em torno de dois grandes grupos: União Popular Africana
do Zimbabwe (ZAPU) e pela União Nacional Africana do Zimbabwe (ZANU). O
bloqueio a Rodésia tornou – se mas afectivo, cortando – lhe as saídas para o
mar a luta intensifica e o regime de Ian Smith tenta internacionalizar a guerra,
invadindo e bombardeando repetidas vezes a Zâmbia e Moçambique.

Os dois movimentos juntam e unificaram-se na Frente Patriótica co- presidida


por a Joshu Nkomo e Roberto Mugab, o que intensifica a luta armada e

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política levando acabo ate a capital do país. Esses comprometeram em actuar
junto e ter um inimigo comum e defender princípios comuns para representar o
seu povo.

Em 1979, depois de eleições fraudulentas, nas quais os eleitores foram levados


as urnas a frente de espingardas, o bispo Abel Muzorewa ocupou o cargo de
primeiro-ministro, mudando o nome do país para Zimbabwe. A frente Patriótica
denunciou o novo Governo como uma constituição de Smith e intensificou a
luta armada. Finalmente antiga potência colonizadora, aceitou supervisionar as
eleições realmente livres. A Grã- Bretanha voltou assumir o poder na colónia e
pós um curto período de transição, entregue ao grande vencedor das eleições:
ZANU de Roberto Mogab.

Resultados das eleições

ZANU com 57 representantes, ZAPU com 20 representantes Frente Rodesiana


(RF) com 20 representantes e NANC (Conselho Nacional Africano Unido) do
bispo Abel Muzorewa. Assim ao 19 de Abril de 1980 o Zimbabwe tornou-se
independente com Roberto Mugab na presidência.

1.2 A ingerência Sul-africana nos processos políticos da região: suas


consequências

Com objectivo de conter as acções ofensivas do Movimento de libertação


Nacional e intimidar as populações e os Países da linha da frente, o regime sul-
africano (Apartheid), e os seus aliados desenvolveram inúmeras acções de
desestabilização contra os países da região Austral:

 Em Abril de 1977,mostraram resistência do presidente da ZAPU em


Lusaka (Zâmbia);
 A 4 de Maio de 1978, as tropas racistas invadiram Angola pela província
da Huila, município da Jamba aldeias de Kassinga, provocando mais de
653 mortos e 400 feridos;
 Em Maio de 1981, os Estados Unidos da América e a República da Á-
frica do Sul associaram a retirada das tropas cubanas de Angola e das
tropas Sul-africanas da Namíbia;
 No mesmo ano as tropas Sul-africanas ocuparam um vasto território na
província angolana do Kunene, com objectivo de intimidar a África e os

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países da linha da frente em particular o governo da República Popular
de Angola sob pressão da guerra exaustiva que vinha provocando no sul
do país com intenção de forçar o governo angolano a concordar com a
retirada das tropas cubanas do território Nacional.
 Em Agosto de 1985, foram assassinados em Harare e Maputo os
activistas sul-africano ligados ao ANC representantes do partido da
maioria negra da África do Sul. Relativamente Angola quando fora
portuguesa, a Força sul-africana de Defesa (SADF), gozava de uma
ampla libertinagem de acção na zona da fronteira de Angola com a
Namíbia, facilidades para a implementação de baseada SWAPO em
território angolano.
 Para além destas preocupações a África do Sul fizera importantes
investimentos em projecto como a barragem do Kunene, Cabora Baça
em Moçambique e na exploração de diamantes. O fim da Angola
portuguesa era encarado por Pretória como total e inevitavelmente
ameaçador dos interesses económicos.
Inicialmente, só a vitória da FNLA parecia vir ao encontro das
necessidades da África do Sul. O MPLA esta claramente fora de causa
devido ao seu credo marxista a UNITA, com as suas finalidades étnicas
com a SWAPO, OS Ovambos, há muito que associava á causa da
Namíbia. No entanto a campanha empreendida por Savimbi depois da
queda do regime fascista de Marcelo de Caetano5, em busca de apoio
dos brancos em Angola e de simpatia no estrangeiro provocou uma
gradual revisão da posição de Pretória.
O regime do Apartheid Sul-africano desenvolveu acções militares,
politicas, diplomáticas e económicas com a cumplicidade de alguns
países da (OTAN ou NATO )6 como os EUA que por ligações directa ou
indirecta que possibilitaram á República da África do Sul, resistir ás

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Ao 25 de Abril de 1974 em Lisboa.
SWAPO: Organização dos Povos do Sudoeste Africano
Material seleccionado e elaborado pelo professor Belchior Ngando kalueyo

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OTAN ou NATO. Organização do Tratado do Atlântico Norte.

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acções económicas e ao embargo de armamentos a que estava sujeita
pelas Nações Unidas.

1.3 A Linha da Frente: Objectivo da sua criação

A 15 de Fevereiro de 1965, os presidentes das Repúblicas da Tanzânia Julius


Nyerere e da Zâmbia Kenneth Kaunda, reuniram-se em Lusaka (Zâmbia),
protestaram junto da potência colonizadora contra o regime da minoria branca,
numa reunião, marcando assim o início das actividades dos países da Linha da
Frente.

O processo de libertação do continente prosseguiu o regime do Apartheid


reinante na África do Sul, era o último bastião do colonialismo e da dominação
de uma minoria branca racista. Foi na reunião realizada em Luanda em 1977,
onde participaram os presidentes de Angola, Tanzânia, Zâmbia, Moçambique e
Botswana nomeadamente: Agostinho Neto, Julius Nyerere, Kenneth
Kaunda, Samora Machel e Seretse Khama decidiram criar o denominado
Países da Linha da Frente. A coordenação de questões político-militar da África
Austral, promover a criação da referida SDCC, constituíram instrumentos de
coordenação na luta de libertação dos povos da região.

A coordenação de desenvolvimento dos países da África Austral, criada a 1 de


Abril de 1980, em Lusaka (Zambia), por Estado membros que na década 60 e
70 já tinham alancado as suas independências era um dos preocupantes focos
de tensão no mundo.

Países da Linha da Frente era uma união voluntaria de Estados membros cuja
finalidade era criar um sistema de compromisso de reciprocidade de acções e
apoio ao Movimento de Libertação Nacional na luta contra o regime colonial e o
Apartheid instalado em Angola, Moçambique, Namíbia, Zimbabwe e na África
do Sul.

Assim os objectivo desta organização eram:

 Reduzir a sua dependência económica da África do Sul;


 Conjugar esforço para uma genuína integração regional;
 Mobilizar recursos para promover o nacional e o regional.

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1.4 A independência da Namíbia

Árido e escassamente povoado o território do deserto do Kalahari não oferecia


grandes atractivos para a colonização Europeia e permaneceu a margem dela
ate meados do século XX. Quando Bismark e Guilherme I, se lançou na
ocupação dos territórios dos espaços vazios que estavam no continente
africano, a Namíbia foi um dos seus alvos. Mas o território não estava vazio e
para conquistá-los alemães massacraram as grandes etnias de pastores
Hereros e Ovambos que resistiram heroicamente á colonização estrangeira.

Ao eclodir da primeira guerra mundial a 28 de Junho de 1914 a 9 de Novembro


de 1918, o conflito entre as potências imperialistas, os britânicos invadiram a
Namíbia pela África do Sul. Terminada a guerra, o território ficou sob mandato
da Sociedade das Nações (SDN), que atribuiu a sua administração á União Sul
africana.

Terminada a segunda guerra mundial, a África do Sul manifestou formalmente


as Nações Unidas, em 1947, a sua intenção de anexar o território. A
Organização das Nações Unidas (ONU), substituta legal da Sociedade das
Nações, negou o seu apoio, argumentando que os habitantes africanos do
Sudoeste de África ainda não tinham conseguido obter autonomia política.

A independência de Angola em 1975, mudou rapidamente o cenário da luta de


libertação da Namíbia ao dotar a SWAPO7 de uma retaguarda sólida e
solidária.

Entre os anos de 1961 e 1969, a ONU, determinou o fim do mandato da África


do Sul sobre o território namibiano, ao mesmo tempo reconheceu a
legitimidade da luta pela libertação do país levada acabo pela SWAPO. As
pressões políticas foram infrutíferas e, o povo namibiano agrupado na SWAPO,
resolveu iniciar a luta armada de libertação, travados os primeiros combates
em 26 de Agosto de 1966.

Em Dezembro de 1978, a África do Sul realizou eleições na Namíbia, com vista


a construir um governo autónomo, como passo prévio para a independência.
Mas realizadas sem observadores das Nações Unidas, com o país ocupado
pelas tropas racistas e sem que a SWAPO pudesse participar. Tais eleições

7
Organização Popular do Sudoeste Africano

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careciam de credibilidade e o movimento de libertação nacional anunciou a sua
decisão de continuar com a luta armada ate a independência total do país.

A partir de 21 de Maio de 1979, a Assembleia Nacional eleita em 1978,


marcava-se assim, o propósito de ignorar a ONU, preparado para a Namíbia
uma independência formal na qual o sistema racista não seria alterado. San
Nujoma, presidente da SWAPO, advertiu que o movimento de libertação
intensificaria a luta armada e denunciou a detenção e tortura de mais de quinze
mil simpatizantes.

A tensão dos países da Linha da Frente a partir de Angola ficou centrada na


Namíbia, que estava ocupada ilegalmente pelo regime de minoria branca
instalado na África do Sul. Durante a década 80, o Estado angolano
desenvolveu intensas movimentações no domínio diplomático com os países
ocidentais e no campo regional, onde contava com todo apoio dos países da
Linha da Frente. Os estrangeiros redobravam já as suas pressões em dois
pontos: por um lado, o governo sul-africano a negociar seriamente a transição
pacífica e, por outro obter garantias dos SWAPO contra eventuais
expropriações. Os Estados Unidos da América propuseram a associação da
retirada de Angola das tropas cubanas e dos sul-africanos á independência da
Namíbia. O processo de retiradas das tropas estrangeiras em Angola, teve a
verificação das tropas das Nações Unidas, designadas por Missão de
verificação das Nações Unidas em Angola (UNAVEM I). A criação da UNAVEM
I foi o inicia das actividades das Nações Unidas no processo de paz em Angola
e na Namíbia.

No acordo de Nova Iorque assinado em 1988, as Nações Unidas colocaram


uma força de manutenção de paz, denominada Grupo de Assistência
Transitória das Nações Unidas (UNTAG) para supervisionar as primeiras
eleições democráticas na Namíbia e a sua transição para a independência. A
retirada das forças sul-africanas processou-se num curto prazo, ainda em
1989. A Namíbia alcançou a independência a 21 de Março de 1990 com San
Nujoma, como presidente da República. E os últimos cubanos saíram de
Angola a 25 de Maio de 1991.

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1.5 O Apartheid

Apartheid é uma palavra da língua afrikaans que significa vida separada e que
foi adoptada legalmente em 1948 na África do Sul para implantar um regime
segundo o qual os brancos detinham o poder e outros povos eram obrigados a
viver separadamente de acordo com regras que os impediam de ser
verdadeiros cidadãos, este regime foi abolido por Frederik de Klerk e Nelson
Madela em 1990.

O primeiro registo do uso desta palavra encontra-se num discurso de Jan


Smuts em 1917.Este político tornou primeiro ministro da África do Sul em
1919.

As principais leis do Apartheid

 A lei da proibição de casamentos mistos (1949);


 Emenda da lei da imoralidade (1950);
 A lei de registo populacional (1950);
 A lei de supressão ao comunismo (1950);
 A lei das áreas de agrupamentos (1950);
 A lei da reserva de benefício sociais separados (1953);
 Lei de educação bantu (1953);
 A lei de minas e trabalho (1956);
 A lei de promoção do auto-governo negro (1958).8

1.6 O fim do regime do Apartheid na África do Sul

Boa parte de África, como em outros lugares, a estabilidade política, económica


ainda era alcançada em 1977.Em 1974,a Assembleia-geral da ONU proibira a
África do Sul de frequentar as suas sessões devido ao Apartheid, e em 1977,a
comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas evitou com destreza as
desmandas de investigação dos pavores cada vez mais ameaçadora chegada
das tropas cubanas em Angola demonstrava um poder de acção estratégico
contra a África do Sul, da URSS por meio dos clientes e satélites. Tanto Angola
como Moçambique, seriam de base para os dissidentes da África do Sul que

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Material seleccionado pelo professor Silvestre José

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insuflavam nos povoados negros e mantinham o terrorismo urbano na década
de 1980.

Sob esta pressão posição do governo da África do sul mudou. Para espanto de
muitos africânderes, quando Pieter Willem Botha assumiu o cargo de
Primeiro-ministro em 1978.começou lentamente a demonstrar uma politica de
concessões: as indagações quanto ao futuro da África do Sul pareciam,
finalmente, se deslocar da possibilidade de abolir o Apartheid para a questão
dos termos em que poderia ser concedido ao governo a maior negra. Esta
iniciativa diminuiu, em breve e a crescente desconfiança entre os seus
partidários instaurando uma nova constituição em 1983.

Em 1985,ate os EUA lhe impuseram limitações quanto a confiança


internacional na economia da África do Sul caiu, os efeitos internos surgiram.
Notava-se índicos de mudanças na opinião interna: a Igreja reformada
Holandesa admitiu que o Apartheid era, pelo menos um erro e não podia ser
justificado pelas estruturas.

Neste quadro, Botha com irritação, afastou-se do cargo em de a presidência


em 1989,sendo sucedido por Frederik Willem de Klerk , que deixou claro que
o movimento rumo á libertação continuaria e iria muito além do que alguns
consideravam possível. O ano de 1990, foi o ano da viragem politica no
continente africano e em muito particular a região Austral, o mundo viu no mês
de Fevereiro libertação de Nelson Mandela, o líder histórico do ANC
condenado em 1963 a prisão perpetua pelas autoridades racistas, bem como o
fim de toda a legislação que suportava o regime sul-africano. Longo se engajou
na discussão com o governo sobre o futuro do país.

Já em Agosto de 1990 de Klerk chegou a declarar que por razões alienáveis


residiria á legislação sobre a terra perda de toque do Apartheid. Eram um
interessante indicador do ritmo dos acontecimentos na África do Sul,
mostrando que na época, os interesses do mundo se concentravam menos na
sinceridade ou insinceridade dos lideres brancos sul-africanos do que na lisura
dos seus parceiros negros e na habilidade destes em controlar os seus
seguidores.

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Em Abril de 1994, com enfeito de todos processo político de mudança na África
do Sul, realizaram-se eleições legislativas e presidenciais, ganho pelo ANC9,
em que Nelson Mandela tornou-se no primeiro presidente negro da África do
Sul, após o Apartheid.

Tema 2: Angola de 1975 actualidade

2.1 A República popular de Angola

2.1.1 A conjuntura da transição para independência

Em Angola, ao contrario das de mais ex-colónias portuguesas, observou-se um


processo demasiado complexo e brusco de transição para sua emancipação,
varias formas as causas que levaram Portugal assumir na postura diferente das
de mais ex-colónias em África, associando, por um lado, pela falta de unidade
dos movimentos de libertação nacional angolano, mas concretamente entre a
FNLA, MPLA e a UNITA e por outro lado pela influenciam ideológica das
potencias que apoiaram esses movimentos no quadro da luta armada, o que
possibilitou materialização do Acordo de Alvor em 1974.

O derrube do regime de Marcelo de Caetano pelo MFA10 em 25 de Abril de


1974 pôs o fim a colonização portuguesa aos territórios chamado ultramar, em
particular Angola.

Face a esta situação, os três líderes dos Movimentos Nacionalistas que


conduziram a luta nomeadamente, Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas
Malheiro Savimbi reuniram-se na região de Mombaça, no Kenya, de 3 a 5 de
Janeiro de 1975 comprometeram-se cooperar para facilitar a reconciliação
nacional.

Esta cimeira tornou-se histórica após pela primeira vez, na luta pela
independência de Angola os três protagonistas encontravam-se sob o mesmo
tecto para discutir os problemas inerentes ao processo de independência.

A cimeira foi um sucesso, pois afirmou o MPLA, FNLA e AUNITA como os


únicos e legítimos representantes do povo angolano e declarava Angola como
uma entidade una e indivisível nos seus limites geográficos e políticos.

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Congresso Nacional Africano
10
Movimento das Forças Armadas

15
Os três líderes de 10 a15 de Janeiro 1974 assinaram em Portugal o acordo de
Alvor. Este acordo reconheceu os três Movimentos Nacionalistas como
legitimo dignos representantes do povo angolano.

2.1.2 Os Movimentos de libertação Nacional

Os principais movimentos nacionalistas, o MPLA, FNLA e a UNITA, apesar de


convergirem o mesmo objectivo tiveram origem étnica distinta, após foram
várias inclinações ideológicas e diferentes vínculos á forças políticas externas.

Todos estes aspectos provaram ser os principais factores que influenciaram o


curso da dimensão externa do conflito angolano durante as duas década e
meia.

A guerra em Angola não foi desencadeada não somente contra Portugal, mas
também entre os três movimentos nacionalistas na luta pela tomada do poder.

O MPLA e a FNLA foram activos na condução da exsurgência contra Portugal.


A este movimento juntou-se também a UNITA de Jonas Savimbi em 1966.

Assim durante período referido o MPLA, a FNLA e a UNITA disputavam


também o controlo das populações de Angola, bem como na busca de
conhecimento internacional por parte de países e organizações.

2.1.3 A proclamação da Independência Nacional: 11/11/1975

Em Angola, da mesma forma que nas demais ex-colónias portuguesas


observou-se um processo demasiado complexo de transição para a
independência.

As zero horas do dia 11 de Novembro de 1975, em Luanda, o MPLA na pessoa


do seu presidente Agostinho Neto, proclamaram a Independência Nacional,
denominado o Estado como República Popular de Angola. Nessa altura
também entrava em vigor a Lei Constitucional e a Lei da Nacionalidade.

A Lei Constitucional proclamava a total libertação do colonialismo, da


dominação e opressão, do imperialismo e a construção de um país prospero e
democrático, em que as massas populares pudessem materializar as suas
aspirações.

16
A nível dos órgãos de Estado, o sistema de organização obedecia a seguinte
forma:

a) Presidente da República, como chefe de Estado e presidente do


conselho da Revolução;
b) Assembleia do povo, como órgão supremo do Estado, que apenas foi
instituído em 1980;
c) Conselho da Revolução, como órgão do poder de Estado, ate a criação
da assembleia do povo. Este órgão exercia a função legislativa e definia
a política interna e externa de Angola, aprovava o orçamento (OGE),
nomeava e exonerava o Primeiros ministro, os membros do Governo e
os Comissários Provinciais, sob a indicação do MPLA
Na noite do dia 10 de Novembro o alto-comissário português almirante
Rosa Coutinho, mandatado pelo seu governo, procedeu á leitura de
uma mensagem da qual se destacava: nestes termos, em nome do
Presidente da República Portuguesa proclamo solenemente a
independência de Angola.

Com este facto Portugal declarou formalmente a independência de Angola, tal


como se comprometera transferir o poder para o MPLA, a quem reconhecia a
legitimidade como representante do povo angolano, nos termos dos Acordos
de Alvor.

Após a proclamação da independência, a RPA com um governo formado pelo


MPLA, foi imediatamente reconhecida internacionalmente por vários Estados,
pela Organização das Nações Unidas e pela Unidade Africana. Angola afirma-
se como um Estado unitário e indivisível; e propôs-se a liquidação das
sequelas do regionalismo e do tribalismo, bem como estabeleceu um regime
laico, onde o Estado não se confunde com as instituições religiosas.

O plano de divisão de Angola, forjada pela coligação UNITA e FNLA, com a


proclamação da República Democrática de Angola no Huambo, no dia 11 de
Novembro de 1975 não sobreviveu a 24 horas. A República não foi
reconhecida por qualquer Estado e não mereceu o crédito político do Estado
colonizador, bem como das Nações Unidas e da OUA.

17
A proclamação da República teve lugar num quadro de guerra. Angola foi
invadida a Norte por uma coligação de forças militares integrada pelos
guerrilheiros da FNLA, mercenários Europeus, forças regulares do Exercito
zairense e a Sul pelo exército sul-africano aliado da UNITA, com objectivo de
tomarem a capital, Luanda antes do dia 11 de Novembro.

Com a presença dessas formas no território nacional iniciava-se a guerra entre


angolanos com uma forte componente militar estrangeirada UNITA e FNLA
passaram a contar com o apoio dos Estados Unidos da América, da África do
Sul e do Zaire; enquanto o MPLA, por razoes de orientação ideológica, era
apoiado pela URSS, Cuba.Com este cenário estava assim desenhado a guerra
em Angola, que não foi mais do que a continuação do que se verificou antes da
independência nacional, com algumas diferenças quanto aos seus
protagonistas.

2.2 A Construção do Socialismo: definição de política de


desenvolvimento económico, social e cultural

O povo angolano amante da liberdade, sob direcção do MPLA travou luta


renhida pela consolidação da independência nacional. Nesta luta, a RPA
baseia-se na ajuda e apoio da URSS, de Cuba, países Socialistas. O poder
revolucionário proclamou a linha de orientação socialista do país.

Em Angola após a independência, o governo realizou varias reformas


económicas, sociais e culturais. Estas visavam a liquidação gradual das
posições dos monopólios imperialistas, da grande e media burguesia local,
visavam a limitação do capital estrangeiro, a tomada pelo Estado nacional na
economia e a passagem ao desenvolvimento planificado das forças produtivas,
a incentivarão ao movimento cooperativista, como:

 No campo económico, o governo nacionalizou todas as empresas


coloniais a destacar a indústria extractiva, a indústria transformadora, a
indústria pesqueira, as fazendas agrícolas, a nacionalização da banca e
aumentou os postos de trabalho para os angolanos;
 No domínio social, o governo traçou politica em várias esferas: o ensino
passou a ser gratuito e obrigatório para a eliminação da elevada taxa de

18
analfabetismo que o país herdou no período colonial. A saúde passou a
ser gratuita em todos os hospitais;
 No campo cultural, o povo angolano voltou as origens; seus usos e
costumes passaram a ser respeitados. O Estado criou museus históricos
em todas as capitais províncias com peças que retractam a libertar-se
da sua influência dos seus ídolos anteriores. A aspiração a liberdade
encontrou também a sua utilização das línguas nacionais. Foram
também utilizados alguns elementos da literatura transmitida oralmente
com os seus tipos tradicionais sob a forma de contos populares e
lendas.

Assim após a tomada do poder o MPLA também substituiu a administração


colonial por um Socialismo baseado em princípios ideológicos, políticos e
jurídicos marxistas-leninistas com as seguintes características:

1º Um governo (poder executivo) exercido apenas pelo MPLA, como


único e digno representante do povo angolano;
2º Um sistema político de partido único que corporiza os projectos de
construção de Nação e do Estado angolano para o futuro;
3º Um poder partidarizado e dependente do poder executivo;
4º Forças armadas e sistema de defesa e segurança sujeitos ao controlo
do partido e arquitectadas sob a influência dos princípios marxistas-
leninistas e controlando o poder civil das populações;
5º A inexistência de liberdade de expressão, de pensamento, de
associação,
6º A inexistência de um poder legislativo como órgão fiscalizador da
gestão da coisa pública que apreciasse e aprovasse as leis
independentemente do poder executivo e representativo;
7º A inexistência de uma imprensa manipulada pelos agentes do poder
politico, gozando de liberdade restrita imposta pelos órgão de
informação e segurança. Foram estes elementos que caracterizaram o
Estado unitário, com um regime de Ditadura do proletariado.
Mas a escolha do Socialismo como via de desenvolvimento económico
de Angola pelo MPLA, esta perfeitamente ligada ao factor ideológico da
sua elite, que ao longo da luta política e militar, recebeu vastos e

19
multiformes apoios dos países socialistas, sobretudo da União Soviética,
que depois da China tomou o primeiro lugar na ajuda na luta directa.

Os êxitos da República de Angola poderiam ter sido mais significativos se não


fosse a necessidade de dedicar uma atenção especial às questões da defesa e
segurança. Os círculos e principalmente, o regime racista da África do Sul e a
República do Zaire.

Portanto fieis ao seu dever internacionalista, a União Soviética, Cuba e outros


países socialistas vieram em auxílio dos patriotas de Angola e, desde o início
prestaram á sua justa luta.

2.3 O conflito interno angolano: suas implicações internacionais


2.3.1 O contexto da guerra fria

A guerra fria é a designação dada ao conflito político-ideológico entre os


Estados Unidos da América (EUA), defensores do capitalismo e a União
Soviética (URSS), defensores do socialismo, compreendendo o período entre o
final da Segunda Guerra Mundial e a extinção da União Soviéticas assim
chamada porque não houve agressão física, embora o mundo temesse a vinda
de um novo conflito mundial por se tratar de duas potências com grande
material bélico nuclear.

Esta etapa teve início após a Segunda Guerra Mundial, as duas potências
procuraram estender a sua influência política, criando apoios diversificados aos
Movimentos de Libertação Nacional através de países da OTAN11 liderados
pelos Estados Unidos da América, por um lado o Pacto de Varsóvia, liderados
pela URSS, por outro lado. A defesa dos interesses dessas super potências
levou a desavenças internas graves que dividiram e enfraqueceram as
aspirações de independência no seio dos Movimentos de Libertação
angolanos.

A frente de Libertação Nacional de Angola (FNLA) e a União Nacional para a


Independência Total de Angola (UNITA), foram apoiados pelos países
ocidentais liderados pelos Estados Unidos da América.

11
Organização do Tratado do Atlântico Norte

20
Quanto ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), esteve ligado
á União da Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), desde a luta armada
contra o colonialismo português, estreitou ainda mais os seus lanços com o
bloco comunista e o Movimento dos países não A linhados.

É assim que as duas potências, em África funcionaram e armaram os


movimentos reaccionários quererem dependência Socialista ou Capitalista,
golpes de Estado, assassinato e prisão de líderes em todos os continentes.

A ingerência sul-africana e do Zaire no apoio a FNLA e a UNITA sob liderança


dos EUA e do Ocidente, o conflito interno assumiu contornos mais
convencionais com a invasão, ocupação de algumas regiões do nosso
território, treinamento, financiamento pelas tropas sul-africanas e zairenses aos
movimentos fantoches que desestabilizavam Angola.

O abrandamento da guerra fria e o conflito Este-Oeste tinha trazido a solução


para o aspecto mais agudo do conflito regional que infectava Angola na
fronteira sul. A transferência para a fronteira Norte, apesar de a um menor grau
de ameaça, conferiu um maior protagonismo a República do Zaire e o Mobutu,
uma vês que o apoio dos EUA a UNITA passou a ser canalizado através deste
país vizinho de Angola. Constituiu também uma forma de contribuir para
sobrevivência do regime de Mobutu, mesmo com a retirada das tropas sul-
africanas e Cubanas, ainda não se vislumbrava nenhuma solução para o
conflito interno angolano.

Mas a intervenção estrangeira em Angola (Cubanos, Russos) e outras forças


foi uma consequência daquele país ser rico, ocupada uma importante posição
estratégica. Constituiu uma base potencial, podia atenuar ou acelerar choques
na Namíbia, na África do Sul e no Zimbabwe. A Rússia estava tão interessada
em Angola como América.

Portanto foi neste quadro que o conflito angolano se projectou e se


desenvolveu, colocando filhos da mesma pátria em conflito durante
aproximadamente duas décadas e meia, com um período muito curto de paz
entre Maio de 1991 a Setembro de 1992.

21
2.2.3 A ingerência Zairense e Sul-africana

O conflito interno angolano teve diferentes incentivos que motivaram os actores


internos e externo para o envolvimento directo e indirecto. Quanto aos internos,
temos a destacar a variedade étnica, regional, as classes e as bases
ideológicas em que os mesmos se assentavam, enquanto relativamente aos
externos destaca-se os EUA, a África do Sul e o Zaire.

Uma outra motivação norte-americana para apoiar a UNITA e a FNLA na


guerra em Angola conta o MPLA, foi a componente económica que exigia uma
estabilidade política na região Austral de África.

Relativamente a África do Sul, a sua intervenção directa no conflito com o seu


exército regular em apoio as tropas da UNITA e da FNLA deveu-se
essencialmente, a questão de segurança para a manutenção do controlo do
território namibiano e desta forma conter a pressão política interna que se vivia
nos pais devido o Apartheid e, ao mesmo tempo, evitar que propensões pro-
marxistas se implantassem nos seus territórios.

2.3.3 A Presença Cubana

A invasão militar estrangeira a Angola, apoiada e perpetrada por membros da


ONU, fez com que o MPLA recorresse ao auxílio militar da Cuba. A intervenção
directa da Cuba no conflito interno de Angola, resultou de considerações
enquadradas na estratégia global gizada pela União Soviética, visando obter
garantias de apoio MPLA, movimento que proclamara a independência em
Angola Por um. Por outro facto que terá levado acabo ao emprego massivo de
força militares cubanas em Angola, resultou da necessidade de Moscovo
reduzir ao mínimo os riscos de perder em combate tropas do exército.

Com presença dessas forças em Angola, iniciava-se assim uma guerra entre
irmãos e filhos angolanos com um forte componente militar estrangeira. A
UNITA e a FNLA passaram a contar com o apoio dos EUA, a África do Sul, do
Zaire e de alguns países da Europa Ocidental; enquanto o MPLA
ideologicamente era apoiada pelos Russos, cubanos e outros países da
Europa do Leste.

22
Durante a luta armada Angola começou a mandar os seus filhos quadros para
Cuba onde seriam educados e treinados. A intervenção cubana revelou-se
fundamentalmente no resultado da guerra fria. Os primeiros cubanos a
chegarem em Angola, consideraram a situação muito grave que esperavam na
melhor da hipótese, conseguir manter Cabinda. Porém os irresistíveis avanços
sul-africanos em direcção ao Norte, com a chegada dos cubanos, as forças
invasoras foram repelidas e empurradas até a fronteira com a Namíbia.

O primeiro contingente de 700 homens chegou a Luanda, por via aérea no dia
8 de Novembro de 1975,quando o aeroporto ainda encontrava-se nas mãos
dos portugueses. A prévia autorização de aterragem do avião foi dada pelo
Alto-comissário, Leonel Cardoso.

2.4 As tentativas de solução negocial do conflito interno angolano


2.4.1 O Acordo de Gbadolite

O abrandamento da guerra fria e do conflito entre o Leste e o Oeste


perspectivavam uma solução pacífica para o conflito regional que punha a
República da África do Sul, transferindo a tensão militar para a fronteira norte,
onde a República Democrática do Congo (ex. Zaire), se tornara receptora do
material bélico canalizado pelos EUA á UNITA.

A 25 de Junho de 1989, Mobutu Seseseko, tomou iniciativa de convocar para


Gbadolite uma reunião com o Presidente José Eduardo dos Santos e o líder
da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, que se saldaria, quase exclusivamente,
uma grande operação mediata, pois contou com a presença de dezoito (18)
chefes de Estados africanos entre os quais os Presidentes Mouse Traoré do
Mali, Kenneth Kaunda da Zâmbia, Paul Biya dos Camarões, Rei Hassanll do
Marrocos, Ibrahim Babangida da Nigéria e Robert Mugab do Zimbabwe. Esta
cimeira, que marcou o primeiro contacto directo entre o presidente dos Santos
e o líder da UNITA. Assinalou a vontade política de trabalhar em conjunto para
a reconciliação Nacional.

A cimeira de Gbadolite não emergiu, verdadeiramente, apesar de ter


representado ainda que temido, avanço no longo processo de negociações. Foi
na verdade uma iniciativa africana que produziu resultados em forma de um

23
comunicado que trouxe á luz os princípios de um acordo, visto como um sinal
corajoso das partes.

O facto de o governo angolano ter negociado com o líder da UNITA e aceite os


princípios gerais para a reconciliação nacional, conferiu uma certa credibilidade
e legitimidade ao movimento rebelde; o que não tinha acontecido até essa
data. Este desejo transformou-se em substancia com a proclamação do cessar-
fogo que se tomaria efectivo a 24 de Junho de 1989 e com formação de uma
comissão que trabalharia nas modalidades da reconciliação nacional, sob
mediação do presidente Mobutu.

Embora as partes tivessem acordados um Cessar-fogo que entrasse em vigor


no dia 24 de Junho, falharam ao não estabelecerem os mecanismos e
modalidades para resolverem as eventuais violação do cessar-fogo que nunca
entrou em vigor. A controvérsia maior constituiu na aceitação por parte de
Savimbi de um afastamento temporário na cena política e de Angola, que foi
publicamente assumido e que nenhum dos chefes de Estados Africanos
presentes desmentiu, mas que Savimbi viria rejeitar dias depois.

Admite-se, por outro lado que Savimbi teria mudado de opinião pressionado
pelos EUA.O certo é que, poucos dias do anuncio do acordo. Os EUA
discordavam um plano de paz, particularmente no concernente á saída de
Savimbi de Angola.

Assim fracassada mais esta tentativa, o conflito armado aumentou de


intensidade culminado com o forte ataque das FAPLA12 a região de Mavinga
em Dezembro de 1989. A verdade é que Savimbi resistiu graças o apoio dos
EUA que terão feito mesmo um ultimato ao Governo angolano obrigando-o a
ordenar os seus comandos militares a paragem da ofensiva. Mas também a
UNITA voltou a beneficiar nesta emergência, do apoio de uma intervenção
militar da África do Sul, que assim violava os compromissos que assumiu em
Nova York.

12
Forças Armadas Popular de Libertação de Angola

24
2.4.2 Os acordos de Nova York

A subsequência alteração do quadro militar em Angola, e por arrastamento em


toda a região, particularmente a derrota do exercito sul-africano na batalha do
Kuito Kuanavale em Março de 1987, forçou a alteração da estratégica do. O
ocidente e da África do Sul, que optou por negociar o fim do seu envolvimento
militar directo no conflito angolano.

Este acordo constituiu um conjunto equilibrado de convenções mutuas, que


levaram a África do Sul a fixar a data exacta para a independência da Namíbia,
em conformidade com a resolução 435/78. Angola e Cuba comprometeram a
estabelecer um calendário para a retirada faseada e total do contingente militar
cubano de Angola. Ainda no acordo, todas as partes assumiram o
compromisso de por fim as intervenções externas e convidaram os membros
permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas para servirem de
garantia dos acordos, o que permitiu um certo protagonismo da União
Soviética.

Estas negociações culminaram a 22 de Dezembro de 1989 com assinatura do


Acordo de Nova York. Na sede das Nações Unidas, entre Angola, Cuba e
África do Sul.

Portanto esse Acordo, vulgarmente conhecido por quadripartido, pôs fim a


intervenção militar sul-africana em Angola com a retirada de mais de
50.000tropas cubanas do território angolano e á implementação da República
435/78,do Conselho de Segurança sobre a independência da Namíbia.

A retirada sul-africana e cubana

A retirada das tropas sul-africanas processou-se no curto prazo, ainda em


1989.E os últimos cubanos saíram de Angola a 25 de Maio de 1991.

Mas apesar da retirada das tropas sul-africanas e cubanas, em Angola ainda


não se vislumbrava nenhuma solução para por fim o conflito interno angolano.

A independência da Namíbia

Na esteira do Acordo de Nova York, as Nações Unidas declararão uma força


de manutenção de paz denominada por um Grupo de Assistência Transitória

25
das Nações Unidas (UNTAG) para supervisionar as primeiras eleições
democrática na Namíbia e a sua transição para a independência.

Assim as primeiras eleições foram realizadas em Novembro de 1989, com a


vitória da SWAPO13 e alcançou a independência em 21 de Março de 1990.

2.2.3 Os acordos de Bicesse

Em Julho de 1989, teve lugar uma visita do assistente do secretário de Estado


americano para os assuntos africanos, Herman Cohen de a Lisboa a partir da
qual ameaçaram e a notar-se quer por parte da UNITA como do Governo de
Angola, sinais de que poderiam privilegiar a mediação portuguesa em futuras
negociações entre ambos.

A postura aberta do Governo angolano a todas as iniciativas susceptíveis de


criar as condições para o início dos contactos directos como a UNITA, permitiu
acolher favoravelmente as diligências diplomáticas em sentadas pelo Primeiro-
ministro português Aníbal Cavaco Silva, aquando a sua visita a Washington,
da qual resultou a primeira ronda de conversações entre o Governo e a UNITA,
na cidade de Évora, no dia 24 de Abril de 1990. A delegação do Governo era
composta por Pitra Neto e Cirilo de Sá, em quando a delegação da UNITA era
chefiado por Alicerces Mango e Lukamba Paulo Gato.

As primeiras rondas de negociações a aconteceram e foram mediadas pelo


Governo português na pessoa do Secretario de Estado dos Negócios
Estrangeiros, José Manuel Barroso. E a partir de Setembro, juntou-se os EUA
e a Rússia.

Em Abril de 1990, os portugueses, EUA e a Rússia como observadores,


começaram a mediar as conversações secretas entre o MPLA e a UNITA no
hotel Bicesse, em Lisboa.

Depois de mais um ano de negociações sob a égide de Portugal, com um


envolvimento muito directo dos EUA e a Rússia, o Governo angolano e a
UNITA assinaram e ratificaram o Acordo de Paz de Bicesse a 31 de Maio de
1991.Esse acordo visava, fundamentalmente, preparação das primeiras

13
Organização dos Povos do Sudoeste Africano

26
eleições multipartidárias, que deveriam realizar-se no prazo de quinze a dezoito
meses.

Desta forma, o cumprimento e o equilíbrio na representação das duas partes


na aplicação dos acordos deviam ser assegurados através da sua participação
partidária entre três órgãos nomeadamente: a Comissão Conjunta Político-
militar (CCPM), a Comissão Mista de Verificação do Cessar-fogo (CNVF) é a
Comissão Conjunta para a formação das Forças Armadas Angolanas (CCFA),
nas quais participaram também os representantes da Troika de observadores.

Ao 17 de Maio de 1991, o Ministro das Relações Exteriores de Angola,


Venâncio de Moura comunicou oficialmente, ao Secretário-geral das Nações
Unidas de que o Governo de Angola havia assinado a 1 de Maio do mesmo
ano, um conjunto de documento denominado Acordo de Paz para Angola do
qual faziam parte os princípios para a implementação da paz conceitos para
solução das questões pendentes.

Para demonstrar o apoio a ONU aos acordos de paz, o conselho de Segurança


sob proposta do Secretário-Geral do ONU, adoptou a Resolução 969,no dia 30
de Maio de 1991,confiando um novo mandato a Missão de Verificação das
Nações Unidas em Angola, passando a denominar-se UNAVEM II.

Esta força foi estabelecida pelo Conselho de Seguranças da ONU por um


período de dezassete meses com o seguinte mandato.

1º Verifica os acordos entre o Governo e a UNITA para a fiscalização do


cessar-fogo, tal como ficou pasmado no acordo de paz para Angola;

2º Verifica os acordos entre o Governo e a UNITA para a fiscalização da


neutralidade da polícia angolana durante o período de cessar-fogo.

Os ajustes par o acordo de cessar-fogo requeriam uma total e definitiva


cessação das hostilidades entre o Governo e a UNITA: o fim do fornecimento
de todas as armas por qualquer governo, a extinção dos dois exércitos através
de um processo de acantonamento dos efectivos em áreas de concentração a
partir das quais os soldados ou seriam incorporados no novo exercito nacional
(FAA) ou serem desmobilizados e reintegrados na sociedade.

27
O mandato da UNAVEM II iniciou na data da entrada em vigor dos cessar-
fogos seja a 31 de Maio de 1991 e devia estender-se até ao anúncio dos
resultados das eleições presidenciais e legislativa em Angola, as quais os
Acordos de paz estipularam que teriam lugar no período entre 1 de Setembro a
30 de Novembro de 1992. Tudo indicava que o povo angolano teria finalmente
uma oportunidade para a paz. Estas esperanças foram reforçadas com a
colocação no território nacional do pessoal da UNAVEM II a partir de 1 de
Junho de 1991.

Assim no dia 31 de Maio de 1991 que marca assinatura dos Acordos de


Bicesse em Lisboa, o presidente José Eduardo dos Santos reuniu-se pela
segunda vês com o Secretario de Estado James Baker. Neste encontro o
secretário de Estado assegurou o engajamento da Administração Buhs em
servir de garante da implementação dos Acordos de Bicesse, usando toda a
sua influência e poder para que o cessar-fogo fosse respeitado e realiza-se as
eleições multipartidárias em climas de paz. Entre tanto tal como a história veio
revelar, a assinatura dos Acordos de paz não marcou como se esperava o
início da consolidação da paz para Angola.

2.5 A República de Angola

As alterações á lei Constitucional introduzidas em Maio de 1991, tinha como


objectivo principalmente a criação das premissas constitucionais necessárias á
implementação da democracia pluripartidária ampliação do reconhecimento e
garantia do s direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, como
consagração constitucional dos princípios basilares da economia de mercado.

2.5.1 As eleições de 1992

Como consequência da consagração constitucional da implementação da


democracia pluripartidária e da assinatura a 31 de Maio 1991 dos acordos de
paz para Angola assinado entre a República popular de Angola e União
Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), realizaram-se de 29 a
30 de Setembro de 1992, pela primeira vez na história de Angola eleições
gerais multipartidárias, assentes no sufrágio universal directo e secreto, sob
observação das nações unidas, para escolha do presidente da república dos
representantes do Povo (Deputados) Assembleia Nacional.

28
De 29 a 30 de Setembro de 1992, mas de 90% dos eleitores escritos
exerceram o seu mais sublime direito de cidadania; votar em liberdade e
escolher em consciência os seus legítimos representantes. O povo deu prova
de civismo, disciplina e maturidade, com a fluência massiva as urnas,
manifestou o seu desejo de participar e influenciar o destino do país.

Os observadores fiscalizaram a organização dos centros de votação e a


condução geral da votação. Em cada centro os observadores preencheram um
formulário patrocinado e preparado pela Divisão Eleitoral da UNAVEM II.O
número de observadores foi bastante limitado o que não permitiu colocar os
mesmos em todo o processo de contagem e em todos os centros de votação. A
1 de Outubro de 1992 o representante do Secretario Geral da ONU, apresentou
uma declaração na qual sublinhou que a grande maioria dos eleitores escritos
tinham colocados os seus votos nas urnas em condições ordeiras e pacíficas,
não obstante as dificuldades logísticas e de organização mais no entanto,
surgiram queixas a 3 de Outubro por parte da UNITA e alguns partidos da
oposição como: FNLA, PRS, PRD, PDP-ANA, PLD, PAJO, FDA, sobre
irregularidades e fraudes sistemáticas massivas e disseminadas durante as
eleições. O Secretario Geral da ONU insistiu para que o líder da UNITA não
rejeitasse os resultados das eleições até a investigação das queixas do seu
partido e, enfatizou a urgência de um encontro entre ele e o presidente José
Eduardo dos Santos. A verdade é que as queixas foram investigadas pela
CNE com assistência activa da UNAVEM II, comissões de investigações foram
enviadas em todas as 18 províncias mas não encontraram provas conclusivas
que pudessem anular os resultados das eleições.

Embora a lei eleitoral estipulasse 8 dias para a contagem, esta foi estendida
até 17 de Outubro de 1992. Durante este período quer o MPLA ou como a
UNITA anunciaram através as suas estações de rádio, que tinham ganho as
eleições. Situação que aumentou ainda mas o clima de tensões entre as
partes.

A 17 de Outubro de 1992 o presidente da CNE, anunciou os resultados oficiais


das eleições. Mas de 91% das pessoas registadas tinham votados. O MPLA
tinha ganho as eleições legislativa com 53,74% contra 34,10% da UNITA,

29
FNLA 2,40%, PLD 2,39%, PRS 2,27%, PRD 0,89%, dos 4.410.575 Dos votos
apurados.

Nas presidenciais o candidato José Eduardo dos Santos tinha obtido 40,57%
de votos contra 40,07% do candidato Jonas Malheiro Savimbi, Alberto Neto
2,16%, Holder Roberto 2,11%, Honorato Lando 1,92%, Luís dos Passos
1,47%, Bengui Pedro João 0,97%, Simão Cassete 0,67%, Daniel Júlio
Chipenda 0,52%, Analia de Vitoria Pereira 0,29%, e Rui de Vitoria Pereira
com 0,23% dos 4.401.339 dos votos apurados.14

Sendo que nenhum dos candidatos obteve a maioria requerida e de


conformidade com a referida lei eleitoral, afigurou-se necessário a realização
de uma segunda volta para as presidenciais.

A declaração apresentada pelo representante especial do Secretário-Geral da


ONU a 17 de Outubro de 1992,que nos referem anteriormente, vai ao encontro
do conselho nacional eleitoral sobre o trabalho de verificação realizada pelas
18 comissões e a verificação realizado e, afirma que não havia nenhuma prova
conclusiva de fraude em larga escala ou sistemática ou que as irregularidades
eram de magnitude para terem um efeito significativo nos resultados oficiais
anunciados. Enfatizou também que «com todas as deficiências tomadas em
conta as eleições realizadas a 29 e 30 de Setembro de1992 podem ser
consideradas como, genericamente livre e justas» e solicitou que a
comunidade internacional respeitasse os resultados.

Portanto, depois dos resultados das eleições terem sido publicados, a UNITA
denuncio-os alegando haver uma fraude massiva e sistemática. Ato continuou
retirou-se das FAA e começou a mobilizar as suas forças lançando assim uma
operação de âmbito nacional no sentido de ocupar os municípios pelas forças
das armas e remover as estruturas administrativas locais do Governo.

2.5.2 O reacender da guerra

A inquietação inicial das eleições centrou-se nas acusações de fraude que


nunca foram confirmadas pela comunidade internacional, a qual declarou as
eleições livres e justas. As primeiras acusações de fraude foram feitas por
alguns dos partidos políticos novos, e mas tarde pela UNITA. Com Angola

14
Material pesquisado, seleccionado e elaborado pelo professor Belchior Ngando Kalueyo

30
abeira da guerra em 1992, alguns organismo como a Conferência Episcopal de
Angla e São Tomé (CEAST), que varias vezes encorajaram a busca de
mecanismos legais para resolver tais alegações de fraude.

Esta defendeu também um retorno ao espírito e à letra dos acordos de Bicesse


para se ultrapassar crise política e salvaguardava paz era e é tão valiosa, um
prémio que não se devia deixar escapar os processos democráticos deviam ser
aceites. Outros organismos como Aliança Evangélica de Angola (AEA) e o
Conselho das Igreja Cristãs em Angola (CICA), bem como os milhares de
anónimos angolanos, achavam que a única saída do conflito eram através do
diálogo, da tolerância, do perdão e do abandono da política de exclusão que se
foi alimentando ao longo de todo processo da luta de libertação nacional entre
os movimentos de libertação de Angola.

Mas em 1992 Jonas Savimbi, na qualidade de presidente de UNITA, não


desarmou nem desmobilizou todas as suas forças contrariamente ao que se
sucedeu com o exército governamental. Savimbi tinha a perspectiva de
desencadear uma guerra relâmpago com finalidade de tomar o poder pela
força, caso perdesse as eleições, aproveitando-se da fragilidade das forças
armadas, decorrente do processo de reorganização em que se encontrava.

O desencadeamento da guerra pela UNITA, a pois as eleições de 1992, só foi


possível porque Jonas Savimbi enganou o Governo. O povo angolano,
UNAVEM II, observadores e a comunidades internacional, mantendo um
exercito de mas de 20 mil homens fortemente armados e equipados. Face esta
situação e como não foi, infelizmente possível, uma actuação da comunidade
internacional que evitasse a tragédia, que surgiu, o Governo angolano foi
forçado pelas circunstancias a tomar posições próprias, reorganizando o seu
exercito.

Entre tanto os esforços do representante especial do secretario geral da ONU,


resultaram na realização de um encontro sob os auspícios da UNAVEM II a 26
de Novembro de 1992 na capital da província do Namibe entre as delegações
dos dois lados que se comprometeram a aceitar totalmente a validade dos
acordos de paz, a respeitar o cessar-fogo efectivo em todo o país e aparar
imediatamente com todos os movimentos ofensivos. Constatou-se também a
necessidade de um alargamento do envolvimento da ONU em todo o processo.
31
No entanto, de imediato á este processo o que se seguiu foi um revés quando,
a 29 de Novembro de 1992, apenas dois dias da declaração do Namibe, as
forças da UNITA, tomaram a capital da província do Uíge e uma importante
área em Negaje.

Em Janeiro de 1993,os confrontos intensificaram-se em todo o território


nacional entre as forças governamentais e da UNITA particularmente na capital
da província do Huambo e outras localidades Depois de repetidos esforços por
parte do Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas no
sentido de aceitar um diálogo entre os dois lados. O Governo e UNITA
concordaram em estabelecer conversações em Adis-Abeba (Etiópia), para
discutir a realizar de vários pré-requisitos para o relançamento efectivo do
processo de paz em Angola.

Por outro lado o Conselho de Segurança da ONU, nas suas resoluções sobre
Angola, após as eleições insistiu sempre com a UNITA para aceitar os
resultados eleitorais e cumprisse com os termos dos Acordos de paz de
Bicesse e simultaneamente, reconheceu a abertura do Governo angolano bem
como os seus esforços para se repor os acordos de paz.

A evidência desses factos estão referenciados na resolução 804/93 do


Conselho de Segurança da ONU, que estabeleceu medidas para instauração
de um Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURL) na base dos
resultados das eleições legislativa vencidas pelo MPLA, com vista a preservar
a Unidade e Integridade Territorial de Angola.

Portanto a mesma resolução refere-se também a persistente violação da


UNITA das principais disposições dos acordos de paz, particularmente a não
há aceitação dos resultados eleitorais, a retirada das FAA, a ocupação de sede
províncias e municípios assim como a retomada das hostilidades.

2.5.3 O protocolo de Lusaka

Com o reinício da guerra Margareth Anstee, tentou desesperadamente


negociar um cessar-fogo, mas sem êxito. As conversações tiveram lugar
inicialmente no Namibe depois em Adis-abeba, antes de Abidjam com a
nomeação de um novo representante especial das Nações Unidas: Alioune
Blondin Beye, novas conversações de paz começaram em Lusaka que

32
demoraram mas de um ano, antes de dar frutos no protocolo de Lusaka de
Novembro de 1994.

A 15 de Novembro de 1994 o Governo e a UNITA, assinaram um acordo de


cessação de hostilidade. Este acordo de trégua foi proposto pelo Governo
angolano a fim de criar a necessária atmosfera de confiança e permitisse uma
decisão definitiva sobre os entendimentos de Lusaka.

Apesar da assinatura do acordo de tréguas, a UNITA recusava-se comparecer


a assinatura do acordo de paz prevista para 20 de Novembro de 1994 na
capital zambiana.

Depois de grandes esforços diplomáticos, o protocolo foi assinado a 20 de


Novembro de 1994, em Lusaka, pelo ministro das relações exteriores de
Angola Venâncio de Moura e pelo Secretário-geral da UNITA e chefe da sua
equipa negocial nas conversações de Lusaka, Eugénio Manuvakola, na
presença do presidente José Eduardo dos Santos. A cerimónia foi
testemunhada por vários chefes de Estado, um grupo de ministro dos negócios
estrangeiros e outros signatários.

Durante a cerimónia da assinatura do protocolo de Lusaka, o presidente da


república declarou: o Governo de Angola pela parte que lhe cabe reafirma o
seu compromisso de implementar rigorosamente este protocolo que é a
continuação dos acordos de Bicesse.

A legando preocupações de segurança Jonas Savimbi não viajou a capital


zambiana. A sua ausência fés levantar algumas suspeitas quanto ao seu
empenho no acordo, é o facto de a UNITA lançar um ataque contra o Uíge, no
dia depois, aumentou as preocupações. Alem deste facto, Savimbi tese
comentários poucos abonatórios em relações ao protocolo de Lusaka, ao
afirmar que ‘’o protocolo de Lusaka pior duque os acordos de Bicesse é uma
violação do direito internacional por parte da Nações Unidas’’.

Se as ofensivas militares que colocaram as FALA em posições de fragilidade,


não teria sido possível um acordo. O passado mostra que a UNITA só aceita
negociar quando esta em posição menos fortes.

A 21 de Novembro de 1994, o Conselho de Segurança, numa declaração do


seu representante, congratulou-se com assinatura do protocolo de Lusaka e

33
afirmou que o protocolo e os acordos de paz de 1991, deveriam constituir de
alicerce para paz douradora em Angola. Enfatizou também que as partes
envolvidas deviam continuar a demonstrar o seu compromisso com a paz
através da implementação total e atempada dos acordos. Porem o conselho de
Segurança notou com preocupação que os confrontos em Angola continuavam
e lembrou as partes que deviam respeitar na íntegra o cessar-fogo que devia
entrar em vigor a 22 de Novembro.

A 8 de Fevereiro de 1995, a ONU aprova a resolução 976 que cria UNAVEM III,
onde se incluía uma operação de manutenção de paz. Essa terceira missão
das Nações Unidas teve um mandato mas abrangente do que a anterior. Dela,
fazia parte 7000 soldado da ONU, 350 observadores militares, 65 peritos em
desminagem, 260 polícias e 100 membros do staff para fiscalizar o
aquartelamento, a desmobilização dos guerrilheiros da UNITA e sua integração
no exército e na polícia.

Portanto o protocolo, estabeleceu obrigações para UNITA no sentido de


realizar a sua desmilitarização e respeitar o ordenamento jurídico-constitucional
do Estado angolano. Estabeleceu também obrigações para o governo angolano
no sentido de conceder a amnistia e assegurar participação da UNITA no
parlamento nacional, bem como garantir condições administrativas e matérias
necessários a instalação e funcionamento da missão das Nações Unidas.

2.5.5 A persistência do conflito

A guerra que reacenderam em Angola na fase de transferência do poder e que


se prolongará até ao cessar-fogo conseguido em Bicesse fora o preso cruel
que os angolanos pagaram por vários factores que se conjugaram,
tragicamente aos quais se somariam os erros que os próprios angolanos
também se encarregaram de cometer. Entre estes ressaltam a falta de vontade
política dos movimentos de libertação em procurarem ultrapassar as suas
rivalidades e se entenderem, as debilidades e desvio na gestão política,
administrativa e económica, desconfiança que alimentaram em relação a
Portugal após a 25 de Abril de 1974.

Porem, a guerra continuava em todo território nacional, mesmo depois da


constituição da UNAVEM III.A comissão conjunta relata 235 violações do

34
cessar-fogo em Março, 129 em Abril, 137 em Junho. Estes números e poucos
dizem dos ataques cometidos pela UNITA, se reflecti o clima de terror que
provocavam como emboscadas as tropas das FAA, civis e pessoal das ONGS
internacional. Cidades e vilas eram alvo de razias e havia movimentos
regulares de tropas no sentido de ocupar posições estratégicas tanto no Sul
como no Norte.

O Governo angolano que deveria cumprir com o cessar-fogo e aquartelar as


FAA e a polícia de intervenção rápida, tentava conter os movimentos da
UNITA, o que provocava reencontros com os guerrilheiros que eram
considerados violações de cessar-fogo.

Mas Jonas Savimbi sabia que, apesar de ter garantido o acesso a um lugar de
Estado, perderia o poder. Como chefe guerrilheiros e líder de um movimento
rebelde, Savimbi detinha poder embora não institucional e internacionalmente
reconhecido, mas poder de facto que ele fazia questão em valorizar: ocupava
território coordenava órgãos políticos e administrativos, comandava aparelho
militar, controlava estruturas produtivas e tinha representações diplomáticas.
Pretendia por isso, ser aceite como um Estado paralelo, como um igual e dai a
recusa constante de um estatuto subalternidade. Em 1996, durante o terceiro
congresso do seu partido, realizado no Bailundo, Savimbi rejeitou formalmente
por escrito a oferta, alegando que o seu partido não desejava que ele
assumisse o poder.

A 6 de Maio de 1996, o presidente José Eduardo dos Santos manteve


encontros com Savimbi e Lusaka, após o encontro a desconfiança que se
instalou no período inicial do processo de paz, começou a ser ultrapassado,
pois o Governo e a UNITA, preliminarmente aceitaram algumas posições de
compromisso, nomeadamente a composição numérica das FAA. Nesse
encontro, concordaram em consolidar o cessar-fogo e apresar a
implementação do acordo de Lusaka, designadamente formação de um
Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN), o que significava que a
UNITA assumiria algumas pastas ministeriais e os cargos provinciais do
Governo.

Não obstante, ainda se verificavam alguns incidentes militares nomeadamente


ataques, sabotagens, assim como propaganda hostil. Quando a instalação e
35
funcionamento da UNAVEM III, a ONU realizava as suas actividades de
verificação, assim primeiro estabeleceu o sistema de comunicação triangulares
entre UNAVEM II, Governo e a UNITA.

Assim, na busca de um ambiente que promovesse a implementação do


protocolo de Lusaka em condições progressivas melhores, o Governo
empreendeu um conjunto de diligência e contacto directos com a UNITA.
NESTE âmbito enquadraram-se os contactos telefónicos directos entre o
Presidente da República e o líder da UNITA, bem como de mensageiros do
primeiro ou segundo para troca de pontos de vistas acercas de questões
relativas a paz e estabilidade em Angola.

Portanto, na sequência destes contactos, o Presidente da República de Angola


tomou a iniciativa de tratar do estatuto político do líder da UNITA, Jonas
Savimbi propondo o seu enquadramento político institucional no Estado
angolano no cargo de Vice-Presidente da República.

Tema 3 Os Problemas da África de hoje

3.1 Tentativas de organização dos novos espaços públicos

3.1.1 As opções para um desenvolvimento Social

3.1.2 A África Austral pós-apartheid

3.1.3 Da Linha da Frente a SADCC

Os pais da África Austral pertencentes ao grupo dos países da linha da Frente,


no dia 1 de Abril de 1980 proclamaram na cidade de Lusaka (Zâmbia), a
Conferencia para a Coordenação do Desenvolvimento da África Austral
(SADCC) em substituição dos países da linha da Frente.

O objectivo da organização era a libertação económica e o desenvolvimento


integrado das economias da região. Na altura a região vivia um clima de
grande incerteza e era um dos focos de tensão no mundo. O processo de
libertação do continente africano prosseguia e o regime do apartheid reinante
na África do Sul, era o último bastião do colonialismo e da dominação de uma
minoria branca no chamado continente negro.

Em 1989 em Harare, os chefes de Estado da SADCC, decidiram transformar a


organização numa verdadeira comunidade económica, política e cultural na

36
região. Já a 17 de Agosto de 1992, assinaram o Tratado de Windhoek. Na sua
Declaração definia as bases de cooperação dos Estados membros da SADCC,
baseada num acordo de obrigação jurídicas e legais ao contraria do livre
associativismo anterior, criando assim a SADC15 com sede na Cidade de
Gaberone, (Botswana). Alem dos Estado membros fundadores da SADCC e
da Namíbia admitida em 1990, aderiram também o organismo a África do Sul
(1994), as ilhas Maurícias (1995), o Congo Democrático e as ilhas Seychelles
em 1997.

Assim os membros actuas são. África do Sul, Angola Botswana, Republica do


Congo, Ilhas Seychelles, ilhas Maurícias Lesoto, Madagáscar Malawi
Moçambique Namíbia Suazilândia, Tanzânia e Zimbabwe.

A sede da SADCC encontra-se em Gaberone (Botswana). E as suas línguas


são Inglês, Francês e Português.

Na sua agenda a SADCC apresenta os seguintes objectivos:

 Alcançar o desenvolvimento e crescimento económico através da


integração regional, aliviar a pobreza, melhorar o padrão e a qualidade
da vida dos povos de África Austral e apoiar os que são socialmente
desfavorecidos;
 Desenvolver valores sistemas e instituições comuns;
 Promover o desenvolvimento auto-sustentado na base da auto-
suficiência colectiva e a interdependência entre os Estados membro
 Conseguir a complementaridade entre as estratégias e programa
nacionais e regionais;
 Promover, defender a paz e seguranças;
 Conseguir a utilização sustentável dos recursos naturais e a protecção
efectiva do meio ambiente;
 Reforçar e consolidar as afinidades e os lanços históricos sociais e
culturais existentes desde há muito entre os povos da região.

15
Comunidade de Desenvolvimento de Países da África Austral

37
SADC: Tentativas de reorganização económica, social, cultural e política

O processo politica que se seguiu a independência na Namíbia, associados as


transformações rumo a democratização da África do Sul que culminaram com o
fim do regime do Apartheid em 1994, possibilitaram a região Austral do
continente africano a seguir um caminho de paz, estabilidade e segurança.

A região, ainda enfrenta serie de problema, desde dificuldade e naturais como


a secas prolongadas ate mais significativamente, a enorme disseminação do
SIDA e a grande pobreza do povo local. A erradicação e promoção de medidas
capazes de lidar com condições estão entre as principais metas do grupo.

O financiamento aos projectos é obtido através de duas maneiras principais: a


primeira é a mas importante é a contribuição de cada um dos membros; e a
segunda é através de colaboração de parceiros económicos internacionais com
a União Europeia e alguns países desenvolvidos.

E para atingir-se a libertação económica indispensável a aposta no


desenvolvimento industrial local.Com a industrialização atingir-se á a
independência em relação aos produtos estrangeiros e o que também é
importante aos produtos da África do Sul que exerce um claro domínio sobre o
mercado dos seus vizinhos. A estratégia principal consiste na reabilitação e
aprimoramento das capacidades já existente.

Os projectos de industrialização tente seguir as directrizes de produzirem


sempre mercadorias de destaque no mercado regional mas que passa também
a ser exportada, seja para fora da região ao não em que tenha a maior parte
possível da matéria-prima extraída dentro dos países membros.

A SADC é um importante eixo de articulação regional para á África Subsariana


que, embora seja ainda um bloco ainda muito jovem e de pouca modificação
nas tarifas alfandegárias (não é o mercado comum ainda), já conta entre as
suas realizações alguns importantes feitos. Espera-se que no período de uma
década ele cresça muito, já que á projecta de grandes estações com a
projecção para uma (ZMC)16.

16
Zona do Mercado Comum

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O analfabetismo é um dos grandes factos social a ser combatido pelo bloco, já
que atinge mais de 53% do povo em alguns casos. Para conseguir um
processo eficaz de industrialização de qualificação da mão-de obra e elevação
da representatividade internacional dos países: a educação deve ser
considerada como meta e deve-se dedicar grande parte dos recursos. Porém
ocorre que no entanto, pouquíssima atenção se tem dado a essa área que é
um verdadeiro alicerce de qualquer país.

Outro mal que assola região é a escassez de alimentação. A qualidade de


pessoas subnutridas vem crescendo com o tempo e já chega a mais de 50%
da população. As medidas tomadas para se combater esse mal foram
basicamente de melhor as condições de plantações e pecuária dos países em
geral: desde a disseminação de técnicas mais eficientes e a popularização da
irrigação artificial.

A infra-estrutura dos membros foi bastante restaurada por meio de projectos


dirigidos por grupo, e a cooperação entre os países foi ampliada. Criou-se
tardiamente a ideia fundamental da necessidade de colaboração e união para a
obtenção da soberania nacional, principalmente entre os países
subdesenvolvidos. No aspecto cultura também foi possível inculcar o conceito
de pertencer ao continente africano e da valorização da cultura local, conceitos
que haviam sido enfraquecidos pelos longos anos de dominação e exploração
decorrente do imperialismo europeu.

E verdade que a maior parte das políticas implementadas ou propostas


destinam-se a economia ou saúde. Mas para a melhoria da economia e
fundamental também que se promovam projecto de combates a SIDA. O
problema de saúde também afecta as finanças pois diminui drasticamente a
capacidade dos indivíduos em força de trabalho e tira muito dinheiro nos cofres
dos Estado. Afecta a sociedade cria um número grande de órfão também as
vezes infectados.

Em termos de recursos energéticos e naturais, há fortes e fracos países. Em


primeiro lugar as reservas de petróleo são pouco, só sendo encontradas em
volume significativo em Angola, que produz em média um de barris por dia. A
energia total gerada pelos votos e cerca de 40% maior do que é consumida,

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configurando-os como exportadores de energia. A emissão do dióxido de
carbono é muito pequena, um facto que tem sido pouco explorado.

E, por último a quantidade de recursos como biomassa, recursos hídricos e


cólicos, carvão, especialmente ouro, diamante e platina que relativamente
abundam, não têm sido devidamente explorados a não ser no caso dos
minérios e minerais na África do Sul

Exército de interposição

Pela dimensão geográfica e popular e populacional, pelo potencial económico e


sociocultural de que dispõem, a África Austral assume um protagonismo
indiscutível e a sua evolução marcara fortemente a evolução do continente
africano.

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