Curitiba
2009
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Curitiba
2009
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sumário
APRESENTAÇÃO.......................................................................................... 06
INTRODUÇÃO............................................................................................... 07
UNIDADE I..................................................................................................... 09
1.2 – Conteúdos................................................................................ 09
2.2 - Conteúdos................................................................................. 34
2.4 - Referências................................................................................ 55
Introdução
Unidade I
1.1 Objetivos
1.2 Conteúdos
Pode-se iniciar esse texto com a origem da palavra Gestão que advém
do verbo latino gero, gessi, gestum, gerere, cujo significado é levar sobre si,
carregar, chamar para si, executar, exercer e gerar. Desse modo, gestão é a
geração de um novo modo de administrar uma realidade, sendo, então, por si
mesma, democrática, pois traduz a idéia de comunicação pelo envolvimento
coletivo, por meio da discussão e do diálogo.
Para Libâneo, a gestão é a atividade pela qual são mobilizados meios e
procedimentos para atingir os objetivos da organização, envolvendo,
basicamente, os aspectos gerenciais e técnicos-administrativos. Gestão é a
atividade que põe em ação o sistema organizacional.
Para Souza, a gestão escolar pode ser compreendida como um
processo político, de disputa de poder, explicitamente ou não, através da qual
as pessoas agem sobre ela pautam-se predominantemente pelos seus próprios
olhares e interesses acerca de todos os passos desse processo, com vistas a
garantir que as suas formas de compreender a instituição e os seus objetivos
prevaleçam sobre os dos demais sujeitos, ao ponto dos demais sujeitos a
agirem como eles pretendem.
Para Luck, é o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado com as
diretrizes e políticas educacionais públicas para a implementação de seu
projeto político-pedagógico e compromissado com os princípios da democracia
e com os métodos que organizem e criem condições para um ambiente
educacional autônomo de participação e compartilhamento e auto-controle.
Para Paro (1986), gestão e administração (aqui tratados pelo autor como
sinônimos) é a utilização racional de recursos para a realização de fins
determinados.
CONVERSANDO SOBRE...
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AUTORES CLÁSSICOS
O diretor deve ser um professor. Gestão e direção se confundem.
O diretor como defensor da política As atividades que são próprias da escola
educacional. são o fundamento para a AE.
O diretor deve se colocar a serviço A administração científica possui
do professor. princípios e métodos que cabem na
O papel pedagógico do diretor está escola.
em desenvolver A AE é uma especialização da
ações administrativas para garantir administração.
as condições de funcionamento das A AE é necessária pela complexificação
ações pedagógicas. da educação escolar, em tamanho e em
O elemento mais importante não é problemas.
o administrador, mas o professor. É necessário um clima de ação coletiva
O papel do diretor não é técnico- na escola.
pedagógico, mas sim.Administrativo. Escola eficiente e eficaz: condição para
O papel do diretor é manter o garantir o acesso de todos.
equilíbrio, conduzindo a escola nos Objetivo da AE: tornar as escolas mais
processos de mudança. eficientes.
O diretor é o responsável pela A consecução dos objetivos escolares de
implementação dos objetivos forma eficiente e a coordenação do
educacionais. esforço coletivo é o foco da AE.
O diretor é o pólo de poder central A AE ocorre antes, durante e depois das
da escola. Este poder vem da funções pedagógicas escolares: Antes =
legislação e das expectativas que a planejamento; durante = comando e
escola tem para com ele, o que assistência; depois = medição e avaliação.
resulta em pressões legais e sociais. A AE deve garantir a unidade e a
economia, através da divisão do trabalho,
mas sem perder a unidade.
Distinção entre ação administrativa e
ação operativa:pensar e fazer.
Administração significa ter opção, logo
significa tomar decisões.
O processo administrativo se resume
em: reconhecimento de um problema;
planejamento;coordenação; verificação do
resultado; exame para evitar a reaparição
do problema.
(Souza, 2006, p. 193)
institucional. Todavia, ela reconhece que os autores dos trabalhos que analisa
destacam as articularidades da “empresa educacional”, as quais demandam
elementos administrativos particulares, mesmo que sob a defesa de uma teoria
geral da administração.
PÓS-1987
Papel do diretor: articulador da Gestão é um processo político.
organização e gestão Escolar. A democracia na escola.
Preocupação central com as formas Gestão democrática.
de escolha da função de diretor. Conselhos de escola, junto com a
Na identificação do perfil do diretor, a eleição de diretores, como as
preocupação com as contradições da expressões da gestão democrática.
função: representante do poder público A Gestão e as relações de poder na
X representante da comunidade escola.
escolar; função administrativa X função O projeto político-pedagógico como
pedagógica uma ferramenta da organização e
.O diretor no centro das relações de gestão escolar.
poder. Autonomia na gestão escolar.
(Souza,2006.p.193)
Isto serve para compreender que uma boa atuação do diretor e o bom
funcionamento da escola podem significar preocupação com a educação e ao
mesmo tempo contribuir com a elevação do nível cultural dos alunos. Nessa
perspectiva é possível pensar na educação como um instrumento que
possibilite às camadas populares uma ampliação do universo cultural. O
funcionamento da escola e, sobretudo, a qualidade da aprendizagem dos
alunos dependem de boa direção, ou seja, de formas democráticas e eficazes
de gestão do trabalho escolar. É preciso estar claro que a direção e a
administração da escola são meios para garantir os objetivos educacionais.
Libâneo, 2003, defende estudos que mostram que o modo de
funcionamento de uma escola faz diferença nos resultados escolares dos
alunos. Embora as escolas não sejam iguais, não sendo possível estabelecer
regras e procedimentos organizacionais de validade geral, as pesquisas
contribuem para a indicação de características organizacionais que podem ser
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Conversando sobre.....
1.3.3..Princípios da Gestão Escolar
A gestão escolar, como área de atuação, constitui-se, pois, em um meio
para a realização das finalidades, princípios, diretrizes e objetivos educacionais
orientadores da promoção de ações educacionais com qualidade social, isto é,
atendendo bem a toda a população, respeitando e considerando as diferenças
de todos os seus alunos, promovendo o acesso e a construção do
conhecimento a partir de práticas educacionais participativas, que fornecem
condições para que o educando possa enfrentar criticamente os desafios de se
tornar um cidadão atuante e transformador da realidade sociocultural e
econômica vigente, e de dar continuidade permanentemente aos seus estudos.
Para que as organizações funcionem e, assim, realizem seus objetivos,
requer-se a tomada de decisões e a direção e controle dessas decisões. É
esse processo que denominamos de gestão.
Para o gestor escolar torna-se, entretanto, imprescindível conhecer a
dimensão do conjunto organizacional, isto é, a escola como realidade global,
ser capaz de adaptá-la às novas exigências que a localidade deseja.
...CONVERSANDO SOBRE
1.3.4.Concepções e estilos de gestão escolar
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Prescrição detalhada de Vínculo das formas de A escola é uma realidade Definição explicita, por
funções e tarefas, gestão interna com as social subjetivamente parte da equipe escolar, de
acentuando a divisão formas de autogestão construída, não dada nem objetivos sociopolíticos e
teórica do trabalho social (poder coletivo na objetiva. pedagógicos da escola.
escolar. escola para preparar Privilegia menos o ato de Articulação da atividade
Poder centralizado no formas de autogestão no organizar e mais a “ação de direção com a
diretor, destacando-se as plano político). organizadora” com valores e iniciativa e a participação
relações de Decisões coletivas práticas compartilhados. das pessoas da escola e
subordinação, em que (assembléias, reuniões), A ação organizadora valoriza das que se relacionam
uns têm mais autoridade eliminação de todas as muito as interpretações, os com ela.
do que outros. formas de exercício de valores, as percepções e os Qualificação e
*Ênfase na autoridades e de poder. significados subjetivos, competência profissional.
administração Ênfase na auto- destacando o caráter humano Busca de objetividade no
regulada(rígido sistema organização do grupo de e preterindo o caráter formal, trato das questões da
de normas, regras, pessoas da instituição, por estrutural , normativo. organização e da gestão,
procedimentos meio de eleições e de mediante coleta de
burocráticos de controle alternativas no exercício de informações reais.
das atividades), funções. Acompanhamento e
descuidando-se, às Recusa a normas e a avaliação sistemáticos
vezes, dos objetivos sistemas de controles, com finalidade
específicos da instituição acentuando a pedagógica: diagnóstico,
escolar. responsabilidade coletiva. acompanhamento dos
Comunicação linear ( de Crença no poder instituinte trabalhos, reorientação de
cima para baixo) da instituição e recusa de rumos e ações, tomada de
baseada em normas e todo o poder instituído. O decisões.
regras. caráter instituinte dá-se Todos dirigem e são
Mais ênfase nas tarefas pela prática da participação dirigidos, todos avaliam e
do que nas pessoas. e da autogestão, modos são avaliados.
pelos quais se contesta o Ênfase tanto nas tarefas
poder instituído. quanto nas relações.
Ênfase as inter-relações,
mais do que nas tarefas.
1.5 REFERÊNCIAS
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SOUZA, Ângelo Ricardo de. 2006. O Perfil da Gestão Escolar no Brasil. Tese
de Doutorado (Educação: História, Política, Sociedade). São Paulo: PUC-SP.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE I
2.1 Objetivos
34
2.2 Conteúdos
• A função do gestor no contexto da escola.
• Competência do Gestor escolar.
• Trabalho com as estâncias colegiadas.
• Gestor pedagógico
• Gestor administrativo
• Gestor de resultados
• Liderança.
O diretor escolar atua diversas vezes como o juiz que julga e disciplina,
que define o certo e o errado; como legislador que define as regras; como
burocrata administrador que deve ordenar e assinar papéis (Souza et.ali 2005,
p 51). Essas não são tarefas menores, mas são o que Santos Guerra chama
de “tarefas pedagogicamente pobres” (1994,pp169-170). Infelizmente o que se
percebe hoje é o uso do tempo dos diretores cada vez maior com tais tarefas
deixando a essência pedagógica em segundo plano.
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maior com as famílias, uma vez que muitas das responsabilidades antes
conferidas aos pais vêm sendo repassadas a escola como orientação sexual,
orientação para novas necessidades da vida urbana, educação para o trânsito,
educação ambiental, entre outros atributos. Também conforme a postura do
diretor e os encaminhamentos que ele dá à escola vão representar o respeito e
credibilidade da escola perante a sua comunidade. Precisamos entender o
papel do diretor como um líder, uma pessoa que consegue aglutinar as
aspirações, os desejos, as expectativas da comunidade escolar e articular a
adesão e a participação de todos os segmentos da escola na gestão de um
projeto comum.
Novos desafios e exigências são apresentados à escola, que
recebe o estatuto legal de formar cidadãos com capacidade de não
só enfrentar esses desafios como de superá-los. Como
conseqüência, para trabalhar em educação, de modo a atender as
demandas, trona-se imprescindível que se conheça a realidade e
que se tenham competências necessárias para realizar contextos
educacionais os ajustes e mudanças de acordo com as
necessidades e demandas emergentes no contexto da realidade
externa e no interior da escola. (LUCK ,2008)
CONVERSANDO SOBRE....
2.3.2 Competências dos Diretores Escolares
aprovação;
-Garantir o fluxo de informações no estabelecimento de ensino e deste com
os órgãos da administração estadual;
-Encaminhar aos órgãos competentes as propostas de modificações
no ambiente escolar, quando necessária, aprovadas pelo Conselho Escolar;
-Deferir os requerimentos de matrícula;
-Elaborar, juntamente com a equipe pedagógica, o calendário escolar,
de acordo com as orientações da Secretaria de Estado da Educação,
submetê-lo à apreciação do Conselho Escolar e encaminhá-lo ao Núcleo
Regional de Educação para homologação;
-Acompanhar, juntamente com a equipe pedagógica, o trabalho docente e
o cumprimento das reposições de dias letivos, carga horária e de conteúdo
aos discentes;
-Assegurar os cumprimento dos dias letivos, horas-aula e horas-atividades
estabelecidos;
-Promover grupos de trabalho e estudos ou comissões encarregadas
de estudar e propor alternativas para atender aos problemas de natureza
pedagógico-administrativa no âmbito escolar;
-Propor à Secretaria de Estado da Educação, via Núcleo Regional
de Educação, após aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta
de ensino e abertura ou fechamento de cursos;
-Participar e analisar a elaboração dos Regulamentos Internos e
encaminhá-los ao Conselho Escolar para aprovação;
-Supervisionar a cantina comercial e o preparo da merenda escolar, quanto
ao cumprimento das normas estabelecidas na legislação vigente
relativamente a exigências sanitárias e padrões de qualidade nutricional;
-Presidir o Conselho de Classe, dando encaminhamento às decisões
tomadas coletivamente;
CONVERSANDO SOBRE....
2.3.3 Gestão pedagógica
CONVERSANDO SOBRE....
2.3.4 .Gestão administrativa
Zelar pelos bens da escola, fazer bom uso deles, contribuir para sua
manutenção são elementos básicos da formação dos alunos, além de condição
para a realidade de processo pedagógico de qualidade.
Precisa gerenciar a correta e plena aplicação de recursos físicos,
materiais e financeiros da escola para melhor efetivação dos processos
educacionais e realização dos seus objetivos.
Promover na escola a organização, atualização e correção de
documentos, escrituração, registro de alunos, diários de classe, estatísticas,
legislação, de modo a serem continuamente utilizados na gestão dos
processos educacionais.
Assegurar a constituição, de forma permanente na escola, de ambiente
limpo, organizado e com materiais de apoio e estimulação necessários à
promoção da aprendizagem dos alunos e sua formação para a cidadania e
respeito ao meio ambiente.
Assegurar, mediante contínuo monitoramento, o cumprimento dos 200
dias letivos e das 800 horas de trabalho educacional (art.24 da LDB 9394/96)
Zelar pela manutenção das condições de uso dos bens patrimoniais
disponíveis na escola mediante contínuo inventário dos mesmos e providência
de consertos imediatos.
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CONVERSANDO SOBRE....
2.3.5 Gestão de resultados
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CONVERSANDO SOBRE....
2.3.6..Liderança
• É subjetiva. Para ter liderança, alguém deve ser visto como líder por
outros.
• É limitada ao grupo social dentro do qual o líder exerce influência.
• Cumpre função social. A pessoa tem liderança porque atende aos
interesses ou resolve os problemas de um grupo.
• É efêmera, porque depende da sintonia entre os interesses dos
seguidores e as proposições do líder.
• É o produto de diversas habilidades, interesses e traços de
personalidade.
REFERÊNCIAS
SOUZA, Ângelo Ricardo de. 2006. O Perfil da Gestão Escolar no Brasil. Tese
de Doutorado (Educação: História, Política, Sociedade). São Paulo: PUC-SP.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PENIN, Sonia ET. AL. Progestão: Como articular a função social da escola
coma as especificidades e as demandas da comunidade? Módulo I. Brasília:
Consed. 2001.