Você está na página 1de 32

Sumário

1 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO POLÍTICO-


PEDAGÓGICO................................................................................................... 4

2 O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO ........................................................ 6

3 A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA...................................................... 11

4 A ESTRUTURA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO ......................... 17

4.1 Perspectivas do Projeto Político-Pedagógico para exercício da cidadania 20

4.2 A sensibilidade para a articulação do PPP ................................................. 22

4.3 Finalidades do Projeto Político-Pedagógico ............................................... 23

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 28


INTRODUÇÃO

Prezado aluno,

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é


semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o
tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos
ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não
hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de
atendimento que serão respondidas em tempo hábil.

Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da


nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.

A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser


seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!
1 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO POLÍTICO-
PEDAGÓGICO

Fonte: www.melhorescola.com.br

No Brasil do início do século XXI, o poder é altamente concentrado,


girando em torno da política e da economia, resultando na exclusão e
marginalização das classes desfavorecidas, de modo que as escolas não
poderiam fechar os olhos a essa prática monopolista.

Portanto, as escolas precisavam estabelecer programas de políticas


educacionais que fizessem interface com o processo de visões sociopolíticas
pelo qual a sociedade está passando.

4
Dessa forma, esse trabalho educativo é um elemento que deve romper
fronteiras individualistas para progredir significativamente, pois advém da
construção coletiva, e todos serão beneficiados igualmente no processo.

Segundo Vasconcelos (2004, p. 176), “o projeto deve ser lançado quando


houver vontade política das instituições, nível de participação no setor
educacional e compromisso real com a educação democrática”.

No entanto, os sujeitos se veem como protagonistas na formulação e


organização do trabalho docente que será desenvolvido no PPP, impulsionando
a transformação social.

Quanto ao significado etimológico da palavra, Veiga destaca: "A palavra


projeto vem do latim projectu, particípio passado do verbo projicere, que significa
avançar. Plano, intenção, projeto, empresa, empreendimento, redação provisória
da lei, plano de construção".

Além disso, Vasconcelos (2004, p. 169) explica o seguinte:

"É o plano global da instituição. Pode ser entendido como


sistematização, nunca definitiva, de um processo de Planejamento
Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que
define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um
instrumento teórico- metodológico para a intervenção e mudança da
realidade. É um elemento de organização e integração da atividade
prática da instituição neste processo de transformação".
(VASCONCELOS, 2004, p. 169)

O projeto tem uma dimensão política, pois aborda questões sociopolíticas


de interesse da sociedade. Tem uma dimensão pedagógica no sentido de formar
cidadãos críticos e engajados com a realidade. Vale ressaltar que, como aponta
Libâneo, o PPP não apenas confirma ou descreve algo, mas também transforma,
reinventa e desenvolve:

“O projeto é avaliado ao longo do ano letivo para verificar se as ações


estão correspondendo ao que foi previsto, se as metas precisam ser
alteradas em função de fatos inesperados, de forma a corrigir desvios,
tomar novas decisões e replanejar o rumo do trabalho". (LIBÂNEO,
2008, p. 162).

5
Com essas reflexões em mente, o PPP é um processo que exige a
discussão constante de questões da sociedade e das escolas, o que significa
ousadia e determinação.

2 O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

Os Projetos Políticos-Pedagógico (PPP’s) estão diretamente relacionados


às organizações escolares e são programas que orientam as escolas para a
ação. Portanto, é necessário compreender a importância dos PPP’s para a
prática cotidiana das escolas e dos professores da escola.

De acordo com Betini:

[...] o projeto político-pedagógico da escola, quando bem construído e


administrado, pode ajudar de forma decisiva a escola a alcançar os
seus objetivos. A sua ausência, por outro lado, pode significar um
descaso com a escola, com os alunos, com a educação em geral, o
que, certamente, refletirá no desenvolvimento da sociedade em que a
escola estiver inserida. (BETINI, 2005, p.40)

Entende-se que o planejamento é fundamental para planejar e organizar


o futuro. Assim, compreende-se a importância do PPP, pois organiza a vida
escolar e orienta o ensino. Os planos ajudam a organizar as coisas a curto,
médio e longo prazo.

O Projeto Político-Pedagógico é um importante documento que organiza


a ação escolar por meio de decisões democráticas, com o objetivo de alcançar
uma educação capaz de formar sujeitos-chave capazes de exercer a cidadania.

Através da organização e gestão a escola tem como principais tarefas e


objetivos a educação, o ensino e a aprendizagem dos alunos. As questões
relacionadas com o planeamento, gestão, organização e controle das atividades
educativas estão associadas a vários termos.

6
Na Constituição Federal de 1988, começamos a falar da gestão
democrática das escolas. O artigo 206 VI dispõe: “gestão democrática do ensino
público, na forma da lei”.

A gestão democrática pressupõe a participação de todos os agentes


escolares na construção educacional. Dessa forma, o discurso proporciona às
escolas uma nova forma de gerenciar processos e tomadas de decisão.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96)


orienta a gestão democrática das escolas, sobre a organização do espaço físico,
o trabalho docente e o trabalho de ensino, o qual menciona o engajamento do
educador e a integração da comunidade nos ambientes escolares.

Assim, o desenvolvimento de PPP estava previsto tanto na LDB quanto


no Plano Nacional de Educação (2001). Os documentos proporcionam essa
elaboração e apresentam o projeto como condição sine qua non para a
construção da autonomia pedagógica da escola.

No artigo 12 da LDB, vemos que o sistema educacional recebe o seguinte


mandato:

I – elaborar e executar sua proposta pedagógica;


II – administrar seu pessoal e seus recursos materiais e
financeiros;
III – assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula
estabelecidas;
IV – velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada
docente;V – prover meios para a recuperação dos alunos de
menor rendimento;
VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando
processos de integração da sociedade com a escola
VII – informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos,
e, sefor o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e
rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da
proposta pedagógica da escola. (BRASIL, 1996)

Verificamos no artigo 12 que a lei atribui às escolas a responsabilidade de


formular e implementar seus conselhos de ensino. No item VI, aprendemos que
as escolas têm um direcionamento claro com as famílias e comunidades para

7
criar processos que integrem sociedade e escola. No item VII, observamos que
as escolas devem informar os alunos sobre a frequência e o desempenho e
explicar às famílias como as recomendações instrucionais estão sendo
implementadas.

No artigo 13 lê-se que:

Os docentes incumbir-se-ão de:

I- participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento


de ensino;

II- elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta


pedagógica do estabelecimento de ensino;

III- zelar pela aprendizagem dos alunos;

IV- estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor


rendimento;

V- ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de


participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à
avaliação e ao desenvolvimento profissional;

VI- colaborar com as atividades de articulação da escola com as


famílias e a comunidade.

Neste artigo, é possível observar as tarefas atribuídas aos professores,


que incluem a participação na formulação do programa instrucional da escola, a
formulação e conclusão de seu trabalho de acordo com a proposta instrucional
da instituição de ensino,

No artigo 15 preconiza, que “Os sistemas de ensino assegurarão às


unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos
graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira,
observadas as normas gerais de direito financeiro público”.

Assim, a LDB confere às escolas avanços na autonomia pedagógica,


administrativa e de gestão financeira. No que diz respeito à autonomia docente,
as escolas podem desenvolver seus planos de trabalho para atender às
especificidades de suas comunidades. Essa autonomia dá à escola a

8
oportunidade de estabelecer sua própria identidade, para que a equipe escolar
possa ser sujeito de sua própria prática.

Verifica-se que há um direcionamento no sentido de dar autonomia às


escolas, delegando responsabilidades a todos os atores envolvidos no processo
educativo, e constatamos também que as famílias devem estar vinculadas às
escolas e as escolas às famílias.

No entanto, observamos através da prática diária que nem sempre isso


acontece. Percebemos que nas escolas nem todos têm acesso ao PPP ou
mesmo sabem para que serve. No entanto, sabemos que pais, alunos,
professores, diretores e toda a comunidade devem ter consciência disso.

Como resultado, as escolas são capazes de estabelecer autonomia e ser


capazes de atingir seus objetivos. Portanto, faz parte da construção coletiva.

O Plano Nacional de Educação prevê que cada sistema de ensino seja


gerido democraticamente, envolvendo os diferentes níveis administrativos
(Federal, Estadual e Municipal), de modo que a participação dos fóruns nacionais
e locais de planejamento, comitês de educação em todos os níveis comunitários
e decisões da família sobre as escolas.

Vasconcelos, define que o projeto político-pedagógico:

É o plano global da instituição. Pode ser entendido como a


sistematização, nunca definitiva, de um processo de planejamento
participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que
define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um
instrumento teórico - metodológico para a intervenção e mudança da
realidade. É um elemento de organização e integração da atividade
prática da instituição neste processo de transformação.
(VASCONCELOS, 2004, p. 169)

De acordo com Veiga:

Construir projeto político-pedagógico é um processo dinâmico de ação


e reflexão que ultrapassa a simples confecção de um documento.
Como processo, não é pronto e acabado, porque é um movimento.
Refaz-se ao tempo-espaço escolar, vai-se concretizando. A ideia de
projeto é, então, de unidade, e considera o coletivo em suas dimensões

9
de totalidade – política e participação. A construção de projeto é uma
prática social coletiva, fruto da reflexão e da consciência de propósitos
e intencionalidades. (VEIGA, 2004, p.78)

O PPP, segundo Veiga:

É um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando,


de que maneira, por quem para chegar a que resultados. Além disso,
explicita uma filosofia e harmoniza as diretrizes da educação nacional
com a realidade da escola, traduzindo suaautonomia e definindo seu
compromisso com a clientela. É a valorização da identidade da escola
e um chamamento à responsabilidade dos agentes com as
racionalidades interna eexterna. Esta ideia implica a necessidade de
uma relação contratual, isto é, o projeto deve ser aceito por todos os
envolvidos, daí a importância de que seja elaborado participativa e
democraticamente. (VEIGA, 2004, p.110)

Dessa forma, é o PPP que vai organizar a forma como os professores


trabalham em sala de aula e todo o ensino na escola, assim entendemos a
importância de todos os agentes envolvidos no processo educativo, ou seja,
além da comunidade escolar. Os pais, professores e alunos também devem
estar envolvidos na preparação deste documento.

Segundo Veiga (2004, p.14), a organização do trabalho pedagógico


ocorre em dois momentos decisivos: "A organização da escola como um todo e
a organização da sala de aula, incluindo sua relação com o contexto social
mimético, busca observar a visão geral".

É preciso um compromisso com a elaboração deste documento, para que


ele seja efetivo na prática, e que os próprios profissionais da escola acreditem
no PPP para que possam persuadir a comunidade a participar de sua
formulação.

Como destaca Hernández:

Partindo do pressuposto de que professores e demais funcionáriosda


escola tenham um comprometimento profissional e ético em relação à
qualidade da educação, a sensibilização, o convencimento destes
precede o envolvimento dos alunos e familiares. Tanto os alunos
quanto seus familiares precisarão encontrar motivação na equipe de
funcionários da escola para acreditarem na importância desta
construção. Além dessa motivação, os próprios professores deverão
estar convencidos da necessidade dessa participação já que “a escola

10
não pode ser propriedade dos professores, ela deve incluir toda
comunidade educativa no planejamento de suas metas de melhoria”.
(HERNÁNDEZ, 2003, p.25)

Portanto, entendemos que é necessária a participação de todos os


funcionários para que se convençam da importância de participar do movimento
de elaboração de documentos que possam convencer os alunos e seus familiares
da necessidade da constituição de um PPP.

Segundo Gadotti:

Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro.


Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-
se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma estabilidade
em função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do
que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa
frente determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os
campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.
(GADOTTI, 1998, p. 52)

3 A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA

Fonte: diarioescola.com.br

11
Falando em gestão democrática, devemos primeiro entender o que é
gestão e o que é democracia, para depois entender a gestão democrática a partir
de um conceito de responsabilidade cívica implícita.

Pode ser definido como o campo das humanidades, segundo conceitos


especificados pela gestão, dedicado à administração de empresas e outras
instituições para que possam atingir seus objetivos de forma eficaz e eficiente.

O conceito de gestão está diretamente relacionado à gestão dos recursos


disponíveis em uma organização. Esses recursos podem ser materiais,
financeiros, e humanos, técnicos ou de informação.

A filosofia de gestão é baseada em quatro pilares: planejar, organizar,


liderar e controlar. Definir metas a serem alcançadas, planejar as etapas
necessárias para alcançá-las e diagnosticar e resolver problemas ao longo do
caminho são algumas das tarefas de gerenciamento.

Outra preocupação da gestão é a melhoria dos processos adotados pela


empresa, com esforços perpétuos para aprender e buscar a inovação.

Por meio dos conceitos explicados acima, a gestão está relacionada ao


uso dos recursos pertencentes a uma organização. Nesse sentido, abordar
essas questões por meio de uma boa gestão desses recursos e monitorar como
eles são utilizados depende do assunto em questão. Torna-se necessário
conceituar a democracia para entender como ela deve ser implementada na
gestão escolar.

De acordo com Rosenfield:

A democracia, no sentido etimológico da palavra, significa o “governo


do povo” o “governo da maioria”. Prevalece nessa primeira
aproximação desse fenômeno político uma definição quantitativa.
Basta lembrar que a democracia da antiguidade grega, mais
particularmente em Heródoto, é uma “forma de governo” entre duas
outras: a monarquia ou “governo de um só” e a aristocracia ou o
“governo de alguns”. (ROSENFIELD, 2003, p.5)

12
Portanto, como a democracia é um governo e a responsabilidade está nas
mãos de todos os sujeitos, a gestão dos recursos e das questões escolares não
podem ser apenas responsabilidade da equipe docente, pois na gestão
democrática vários sujeitos devem estar envolvidos no processo.

Luck menciona que a participação do sujeito tem as seguintes


características:

[…] pela força da atuação consciente pela qual os membros de uma


unidade social reconhecem e assumem seu poder de exercer
influência na determinação da dinâmica dessa unidade, de sua cultura
e de seus resultados, poder esse resultante de sua competência e
vontade de compreender, decidir e agir sobre questões que lhes são
afetas, dando-lhe unidade, vigor e direcionamento firme. (LUCK, 2010,
p. 21)

Dessa forma, as questões escolares podem ser continuamente discutidas


e refletidas por meio do PPP de forma democrática, pois todos os membros da
comunidade escolar podem e devem ser envolvidos no processo.

Somente quando todos participam da construção pode-se buscar uma


melhor qualidade de ensino, dando assim um melhor direcionamento para o
investimento de recursos e a melhoria da educação.

A construção da educação democrática começa com a ideia de participação


efetiva e sustentada na comunidade escolar. A participação nesta comunidade
deve envolver questões pedagógicas e organizacionais. É preciso compreender
que os sujeitos são ativos e engajados no processo. De acordo com Libâneo:

Uma escola bem organizada e gerida é aquela que cria e assegura


condições organizacionais, operacionais e pedagógico-didáticas que
permitam o desempenho dos professores em sala de aula, de modo
que todos os seus alunos sejam bem-sucedidos em suas
aprendizagens.( LIBÂNEO, 2003, p.301-302)

O Projeto Político Pedagógico está diretamente relacionado à


organização escolar e é um guia para os rumos que a escola deve tomar.
Portanto, além de tentar verificar como os professores o utilizam para organizar

13
o processo de ensino, é relevante determinar a importância dos PPP’s para a
prática docente nas escolas.

Portanto, o PPP está fundamentalmente associado à organização do


ensino, uma vez que norteia o trabalho docente, é preciso reconhecer a
importância da documentação para que o professor organize sua prática. No
entanto, é necessário verificar se os professores utilizam esse elemento para
organizar o ensino.

Para isso, precisamos verificar se o projeto está acontecendo no cotidiano


da instituição, pois os professores muitas vezes não entendem o papel do PPP,
seus objetivos, e nem sequer o trataram uma vez. Eles não têm acesso ao
documento e não sabem onde ele se encontra.

Se analisarmos o PPP da escola, vemos que há uma lista com os nomes


das pessoas envolvidas no seu desenvolvimento, assim como os nomes dos
funcionários que são docentes e os nomes de outras pessoas que são
funcionários da escola.

Poucas famílias estão envolvidas em projetos e decisões que precisam


ser tomadas na escola. Muitos pais nem sabem o que seus filhos estão fazendo,
muito menos como são investidos os recursos que cada escola recebe.

Muitas escolas parecem não se importar em comunicar aos pais a


importância de seu envolvimento na vida escolar de seus filhos, supervisionar
questões de ensino e apoiá-los em casa. Além disso, esquecem a necessidade
de monitorar as questões de financiamento público nas escolas.

Poucas pessoas querem estar na APMF ou no conselho escolar quando


se trata de reuniões de pais, e muitos preferem se absolver, no entanto, é preciso
que todos estejam envolvidos no processo de construção de um PPP.

Pimenta observou que o programa de educação política:

14
[…] resulta da construção coletiva dos atores da educação escolar.Ele
é a tradução que a escola faz de suas finalidades, a partir das
necessidades que lhe estão colocadas, com o pessoal -
professores/alunos/equipe pedagógica/pais - e com os recursos deque
dispõe. (PIMENTA, 1991, p.79)

O processo de governança democrática é desencadeado quando se


estabelece um PPP com a comunidade escolar, uma forma de construção de
PPP que pressupõe uma forma diferente de pensar a escola e a implementação
de um plano de ação voltado para as relações interpessoais e ações para a
busca do benefício coletivo.

Quando a construção de tal documento é feita conjuntamente pelas


diversas instâncias que compõem a escola, todos são solidariamente
responsáveis pelo investimento de recursos e pelo sucesso ou fracasso da
componente didática. É preciso ter uma participação efetiva para que seja
possível a coleta e buscar uma educação de qualidade.

Souza (2009) entende que os alunos não apenas se beneficiam das ações
de construção do PPP, mas devem ser envolvidos em seu desenvolvimento, pois
possuem visão de mundo própria e podem trabalhar para mudar a realidade da
escola.

Portanto, é necessário realizar um projeto de conscientização no sentido


de que as escolas transmitam a real importância dos alunos como parte da
construção da realidade, apontando deficiências visando a melhoria escolar,
mostrar soluções para problemas educacionais que não são atraentes quando
elaboradas pelos professores.

Mas todo mundo tem que estar aberto a esse tipo de mudança, a essa
ideia de construção coletiva. Os problemas devem ser apontados, a reflexão a
partir da prática, melhorar a qualidade da educação escolar e fazer com que os
alunos prestem atenção ao aprendizado.

15
Busmann (1995) entende que para vivenciar o processo de governança
democrática, todos os participantes da comunidade escolar, professores,
profissionais da escola, pais e alunos devem mudar as práticas escolares.

Essas mudanças na prática escolar dependem de apontar o que esses


diferentes sujeitos passam, cada um com seu papel e percepção da realidade,
pois todos sabem que as rotinas escolares podem ser aprimoradas.

Para isso, é preciso respeitar as diferentes perspectivas de todos os


envolvidos no processo, entender que as soluções não estão apenas nas mãos
de uma pessoa, mas buscar soluções para os problemas escolares em um
consenso de ideias pela proposta em grupo.

A participação da comunidade na gestão da escola pública tem


encontrado alguns obstáculos em sua implementação, e um dos principais
requisitos para atingir esse objetivo é convencê-la da necessidade da
participação e não desistir quando surgirem dificuldades. Muitas vezes os
próprios diretores não têm uma atitude democrática, sentem-se donos de tudo,
agem autoritários, assumem todas as responsabilidades e os mantêm dentro de
sua esfera de poder.

Entende-se que, de fato, isso é um entrave ao processo de governança


democrática. Se o gestor não acredita que a construção coletiva pode ser um
fator importante para melhorar a gestão e melhorar a educação, ele tentará tomar
tudo em suas próprias mãos, para que o processo de gestão democrática fique
apenas no papel.

A participação é o principal meio de garantir a governança democrática da


escola, permitindo que profissionais e usuários participem do processo decisório
e do funcionamento da organização escolar. Além disso, proporciona uma
melhor compreensão das metas e objetivos, estruturas organizacionais e suas
dinâmicas, relações escola-comunidade e facilita a aproximação entre
professores, alunos e pais.

16
Vasconcelos (2004) aprendeu que ao desenvolver projetos coletivos, as
dificuldades nos ambientes escolares podem ser enfrentadas por meio de ações
co-descobertas e efetivas.

Quando as soluções são vistas em grupo, diferentes perspectivas são


apresentadas, de modo que é possível maior crescimento e organização, pois
vários indivíduos buscam interesses comuns.

A união das diversas pessoas envolvidas no processo educativo


possibilita uma visão mais ampla de atuação, cada uma apontando suas
necessidades e entendendo que tais necessidades individuais devem ser
direcionadas para um bem maior: a educação de qualidade utilizando os
recursos em benefício de todos.

4 A ESTRUTURA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

Tendo em vista que é necessário especificar o PPP para entender a


estrutura deste documento. Embora seja de conhecimento, cada escola
desenvolverá seu PPP de forma única, pois deverá atender às necessidades
locais e estruturais de cada localidade, é preciso entender a estrutura geral que
compõe o projeto.

No que diz respeito à Lei, a Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010,


estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação
Básica, que orienta o currículo com base nos interesses sociais da população,
nos direitos e deveres dos cidadãos, no respeito ao bem comum e ordem
democrática, e um reexame do problema único do PPP. No item 44 demonstra
como deve ficar a estrutura de preparação do documento:

I- o diagnóstico da realidade concreta dos sujeitos do processo


educativo, 12 contextualizados no espaço e no tempo;

II- a concepção sobre educação, conhecimento, avaliação da


aprendizagem e mobilidade escolar;

17
III- o perfil real dos sujeitos [...] que justificam e instituem a vida da e
na escola, do ponto de vista intelectual, cultural, emocional, afetivo,
socioeconômico, como base da reflexão sobre as relações vida
conhecimento-cultura-professor-estudante e instituição escolar;

IV- as bases norteadoras da organização do trabalho pedagógico; V -


a definição de qualidade das aprendizagens e, por consequência, da
escola, no contexto das desigualdades que se refletem na escola;

VI- os fundamentos da gestão democrática, compartilhada e


participativa [...];

VII- o programa de acompanhamento de acesso, de permanência dos


estudantes e de superação da retenção escolar;

VIII- o programa de formação inicial e continuada dos profissionais da


educação, regentes e não regentes;

IX- as ações de acompanhamento sistemático dos resultados do


processo de avaliação interna e externa […];

X- a concepção da organização do espaço físico da instituição escolar


de tal modo que este seja compatível com as características de seus
sujeitos, que atenda as normas de acessibilidade, além da natureza e
das finalidades da educação, deliberadas e assumidas pela
comunidade educacional. (BRASIL, 2010)

A implantação do PPP deve partir das necessidades atuais, no cotidiano


de trabalho da escola, surgindo da análise do presente, com vistas a melhorar a
escola no futuro, buscando corrigir os defeitos ou melhorar os locais que não
exista o suficiente.

Embora muitas vezes o projeto seja apenas encaminhado a Secretaria


da Educação, ele vai muito além disso, muito além de planos de ensino e
projetos pensados para ficar no papel.

Segundo Veiga (2004), a construção do projeto não deve ser engavetada,


arquivada e entregue apenas para cumprir o protocolo, mas deve ser construída
e vivenciada por todos os envolvidos de forma continuada para que o processo
educativo ocorra.

Neste projeto, é preciso buscar claramente formar e construir o conceito


de pessoa e sociedade. Essas ideias devem assumir que os cidadãos são

18
sujeitos livres, iguais, autônomos, responsáveis, além de garantir seu acesso e
permanência nas escolas.

Veiga (2004) destacou que a construção do PPP é marcada por três atos
distintos, um ato situacional, que descreve a realidade da escola; um ato
conceitual envolvendo conceitos sociais e humanos que se pretende formar; e
um ato operacional que é a operacionalização das ações.

Para começar a escrever as diversas partes do PPP, é interessante ter


uma conversa para entender as necessidades da comunidade escolar e refletir
sobre as práticas dos professores e das escolas para que seja possível alcançar
novos objetivos de melhoria da educação.

Além disso, não basta deixar os projetos no papel, é preciso recomeçar


para verificar se estão sendo concluídos, quanto tempo levará para atingir as
metas propostas e se é preciso fazer ajustes para tornar o planejamento mais
flexível.

Para sustentar essa visão, usando a afirmação de Gadotti (2000, p.71) de


que "O programa de ensino de uma escola é manter um estado de constante
reflexão e elaboração, recriando de forma esclarecida questões relacionadas de
interesse comum e, historicamente necessário".

Os PPP's devem ser desenvolvidos ao longo de dois a cinco anos, quando


as metas forem atingidas ou precisarem ser revisadas, à medida que houver
mudanças na comunidade ou no ambiente escolar. Mudanças nos grupos de
clientes, dados de aprendizagem, recursos, planos de ação, diretrizes, podem
mudar ao longo do ano, podem ocorrer durante as reuniões pedagógicas ou
durante as reuniões com a diretoria da escola.

Uma cópia deste documento deverá ser disponibilizada para os


professores e funcionários consultarem em caso de dúvidas. Lembrando-se de
que o PPP pode ser montado em um arquivo em no computador para que seja

19
possível alterá-lo facilmente ao longo do ano. Assim sendo, uma versão
resumida deve ser disponibilizada aos pais no momento da matrícula. Também
se faz necessário descrever a missão da escola, bem como os seus valores e
crenças em relação à aprendizagem, procurando responder ao tipo de aluno que
queremos formar e a sua concepção de educação.

É importante definir a identidade da instituição e o caminho que ela


seguirá. É preciso ouvir a comunidade para determinar as necessidades e as
diretrizes pedagógicas da escola. Portanto, os princípios e valores da escola
precisarão ser discutidos nas conferências de ensino e no conselho escolar. Os
diretores precisam trazer materiais para debater e documentar essas
considerações. Descrever brevemente a história da comunidade, da escola e as
condições econômicas, sociais e culturais das comunidades atendidas.

Para Libâneo (2001, p.68) "A participação é o principal meio de garantir a


gestão democrática das escolas, permitindo que profissionais e usuários
participem do processo decisório e do funcionamento das organizações
escolares".

Portanto, o PPP é o documento mais importante para estabelecer a


identidade da escola, pois orienta o caminho a ser percorrido e os objetivos a
serem alcançados, sempre com base em princípios democráticos, para a gestão
do ensino.

4.1 Perspectivas do Projeto Político-Pedagógico para exercício da


cidadania

Por muito tempo, as escolas se preocuparam principalmente com


métodos de discussão. Nos dias de hoje, tem havido uma crise de paradigma
que afeta todas as sociedades. Nesse caso, a sociedade percebe que é preciso
exigir autonomia.

20
Que autonomia é essa que a escola tanto deseja? Partindo desse
pressuposto, o ambiente deve ser um espaço democrático, não limitado à
realidade imposta pelas instituições de ensino, pois o espaço deve favorecer a
participação e a reflexão sobre seu papel na sociedade.

Como disse Libâneo (2008, p.152), “A autonomia de uma instituição


significa o direito de determinar seus objetivos e forma de organização,
mantendo-se relativamente independente da autoridade central”.

Rios (1982, p.77) também acrescentou: "A escola tem autonomia relativa,
e a liberdade é algo vivenciado em uma situação, expressão de limitações e
possibilidades".

É assim que as escolas orientam seus caminhos, reunindo educadores,


alunos, funcionários, pais e comunidade, e responsabilizando a todos pelo
progresso da escola, para que ela se torne um ambiente de trabalho
transformador e organizado.

Como disse Freitas (1991, p. 23), “Novas formas devem ser consideradas
no contexto da luta, levando em conta a correlação de forças, às vezes
desfavorável. Devem ser consideradas no contexto de professores e
pesquisadores o "piso escolar" como apoio.

No entanto, a instituição escolar deve entender que tipo de cidadão quer


formar, de acordo com sua visão de sociedade, pois é a partir dessa posição que
a escola pode fazer as mudanças necessárias à sociedade, e é através do
cidadão que essa transformação social vai acontecer.

Quando há atitude, a instituição se organiza, engaja-se em uma educação


consciente e humana, é capaz de compreender e refletir sobre o cotidiano,
buscar sempre superar as desigualdades sociais, porém, assume a
responsabilidade pela ação transformadora. Segundo Dalmás (2008, p.130), “a

21
educação é um meio pelo qual o ser humano pode realizar livre e
responsavelmente sua humanidade”.

Os sistemas educacionais devem fazer recomendações que promovam a


construção da democracia e da educação de qualidade, e para isso é necessário
que os órgãos de governo priorizem a educação e disponibilizem recursos em
benefício de todos.

No entanto, se ocorrer o contrário, a escola deixará de cumprir seu papel


de socializar o conhecimento e investir na qualidade da educação, mas seu papel
é mais do que apenas um replicador de conteúdos.

4.2 A sensibilidade para a articulação do PPP

Cada equipe participante deve confiar e participar cuidadosamente da


fase de conscientização do grupo, pois todos devem ser incluídos como
coautores do projeto. A sensibilização é uma atividade conjunta dinâmica para
chegar à comunidade escolar; é construído por meio de conversas em grupo que
ajudam o público a definir metas para o futuro.

Nesse momento, não há autoritarismo e egoísmo, mas sim um sentimento


de pertencimento e participação visando mudar uma realidade às vezes
desafiadora e frustrante. Segundo Vasconcellos:

Diante das dificuldades (desânimo, descrença, pouco envolvimento) se


coloca a questão fundamental para a equipe que está coordenando o
processo de planejamento: não entrar no jogo de acusação ao
professor “são resistentes, não querem nada, são autoritários e
conservadores, não querem mudar”. (VASCONCELLOS, 2004, p.38)

Quando a sensibilidade ao assunto não recebe a atenção que merece,


muitos educadores acabam desmotivados e desistem porque não entendem
bem a proposta, ou simplesmente porque não se veem como parte integrante do
processo.

22
Embora a viabilidade do processo não fosse fácil, tornou-se uma tarefa
difícil devido ao consenso de que havia várias ideias e conceitos a serem
estudados a partir de cada projeto exposto.

Neste sentido, Vasconcellos lembra:

A apreensão que os diferentes membros da comunidade educativa


farão da realidade escolar poderá ser bastante divergente. Vai ser
preciso muita interação, muito diálogo para se chegar ás necessidades
e ás possibilidades de forma rigorosa (não-alienada) e coletiva.
(VASCONCELLOS, 2004, p. 30)

Vale ressaltar que no centro do projeto está um espaço aberto para o


diálogo, ou seja, poder sentir as necessidades da instituição e dar a oportunidade
de modificá-las, reescrevendo à medida que o processo se desenvolve,
definindo assim metas e rumos antecipados.

Segundo Vasconcellos (2004, p. 47), “O projeto não pode ser uma camisa
de força para escolas e professores (...). A posição de abertura deve ser mantida.

No entanto, as ações refletidas nesse processo buscam construir uma


relação dentro da escola que possibilite um propósito claro e um foco na
formação de cidadãos críticos, responsáveis e ativos em uma sociedade
capitalista e globalizada. No entanto, a principal característica do PPP é a
poderosa força de intervenção e transformação do contexto social.

4.3 Finalidades do Projeto Político-Pedagógico

O PPP traz a construção do conhecimento coletivo. No processo, o sujeito


passa a examinar conscientemente a si mesmo e a realidade que insere,
rompendo as barreiras tradicionais.

Todo projeto pressupõe uma ruptura com o presente e um compromisso


com o futuro. Projetar significa tentar sair de um estado de conforto para correr
riscos, passar por um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade,
porque todo projeto contém a promessa de um estado melhor do que é agora.

23
Diante de certas rupturas, os programas educacionais podem ser vistos
como um compromisso. Essas promessas tornaram visíveis áreas de ação
possíveis em detrimento de seus atores e autores.

Assim, estabelecer um PPP não é apenas um documento burocrático que


deve ser arquivado após a conclusão, mas é entendido como condição
essencial para a transformação da educação. Como sorte explícita Luck:

Com essa perspectiva, supera-se a concepção de trabalho mecânico,


fechado em si mesmo, de trabalho aproveitado pelos os outros e sem
proveito próprio, criando- se uma perspectiva de realização e
construção significativas, ao mesmo tempo social e individual. (LUCK,
2010, p. 61)

No entanto, se os educadores entenderem essa prática como ponto de


partida, o processo será satisfatório e a qualidade do sistema educacional
melhorará.

Os PPP's não tratam os seres humanos individualmente ou isoladamente


porque estão ligados ao seu ambiente de forma dependente. "O homem, no meio
em que vive", é um sistema indivíduo-ambiente que constitui um todo indivisível.
(Luck, 2010, p. 61)

Dessa forma, as disciplinas podem contribuir efetivamente para criar um


novo ambiente social, promover o crescimento como pessoa e como cidadão e
até mesmo aprimorar a prática docente. Segundo Padilha, é preciso destacar
essa discussão para viabilizar a construção do PPP:

Pensar em estratégias, em uma metodologia de trabalho que


reconheça esse momento como uma festa da escola cidadã, ou seja,
como um momento que permite uma leitura de mundo no sentido de
conhecer a realidade local e intervir de forma democrática e
participativa. (PADILHA, 2003, p. 25)

É por isso que o PPP é um documento completo, pois inclui todos os


aspectos e intenções da escola, no sentido de expressar e alcançar seu
propósito. Nele, todas as ações são divulgadas para a comunidade escolar de
forma organizada, mas para que sejam eficazes e com bons resultados, é

24
necessário que os educadores cumpram as ações delineadas, e caso aconteça
o contrário, tudo planejado e esperado se transforme utopia.

Como diz Libâneo (2008, p. 346): “Não bastam projetos, é preciso


executá-los, as práticas organizacionais e de gestão executam os processos
organizacionais para satisfazer os projetos.

As recomendações feitas pelo PPP devem ser praticadas por todos os


autores da escola para que tenha efeito prático e atenda ao fim a que se destina,
que é transformar novos valores, princípios e relações.

O Projeto Político-Pedagógico é um documento de extrema importância


que organiza a ação escolar por meio de decisões democráticas e reforça o
propósito de alcançar uma educação capaz de formar sujeitos críticos capazes
de exercer a cidadania.

Por isso, a escola assume a educação, o ensino e a aprendizagem dos


alunos como suas principais tarefas e objetivos através da organização e gestão
da escola. As questões relacionadas com o planeamento, gestão, organização
e controle das atividades educativas estão associadas a vários termos.

A conclusão é que os projetos de educação política facilitam as


discussões coletivas e democráticas dos problemas escolares e dessa forma
trabalham para encontrar soluções viáveis para que as escolas possam ter um
bom desempenho e buscar soluções em suas realidades.

Esses fatores são fundamentais para que as escolas levantem questões


e promovam soluções, proporcionando organização e engajamento na
comunidade escolar. O desenvolvimento do PPP pode dar a todos a
oportunidade de refletir sobre a real situação da escola, observar suas
necessidades, tirar dúvidas e discutir em grupo a fim de encontrar uma solução
viável de acordo com sua real situação.

25
Com base no que foi discutido, este documento não é apenas um
instrumento que deve ser adiado, mas deve ser usado para orientar o trabalho
docente.

Metas devem ser traçadas para serem alcançadas ao longo do tempo e


reformuladas se necessário, mas devem estar presentes no cotidiano da escola.
Embora saibamos que o PPP é o gatilho para o processo democrático nas
escolas, isso torna-se um desafio, pois na prática tem-se observado que é difícil
incluir e reunir todos os atores que devem estar envolvidos em sua formulação,
para que eles possam participar verdadeiramente na gestão democrática.

A qualidade do ensino pode ser buscada por meio da construção coletiva


do PPP. Todos devem realmente perceber a importância de sua participação e
realizar uma reunião para mostrar a real relevância deste documento.

O que se entende é que os desafios da construção de um PPP estão


relacionados à dificuldade de reunir todos os responsáveis para elaborar, e a
dificuldade que os professores têm em implementar o que é apresentado no
documento.

A importância do PPP é que ele está diretamente relacionado à


organização escolar e é um guia para os rumos que a escola deve tomar.
Portanto, além de tentar verificar como os professores o utilizam para organizar
o processo de ensino, é relevante sua determinação para a prática docente nas
escolas.

Buscar a interação da comunidade escolar nesse processo é essencial


para atingir os objetivos propostos e implementar o plano de ação, além disso, é
preciso transformar a escola para envolver todos nas questões pedagógicas,
administrativas e políticas.

Assim como a comunidade e os professores estão envolvidos no


processo, os alunos também devem estar atentos nessa elaboração. Sua leitura

26
do mundo e o que entendem é importante, diferentemente daquela de
professores e comunidades.

Dessa forma, é necessário realizar um projeto de conscientização no


sentido de que a escola transmita a real importância dos alunos como parte da
construção da realidade, apontando as deficiências voltadas para a melhoria da
escola, proporcionando soluções para determinados problemas educacionais
que surgem.

Os desafios encontrados baseiam-se nestas questões: a impossibilidade


de reunir todos os exemplos para construir o documento, a dificuldade de
sensibilização de todos os sujeitos que deveriam estar envolvidos na sua
construção, a falta de um informativo sobre o conteúdo, o não cumprimento das
metas propostas, revisão traçadas para reformulação de novas metas.

Dessa forma, verificamos que a gestão democrática deixa de ser


substantiva e passa a ser uma ideologia. Assim sendo, é necessário
mudar essa percepção, as orientações dessa governança democrática,
para que realmente aconteça nas escolas públicas e todos tenham
responsabilidade e controle sobre a qualidade da educação.

27
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANANA, Gisiane Vieira. Projeto Politico-pedagógico das escolas do campo.


Jaguarão: Selbach & autores associados, 2015.

ANDRE, M. E. O projeto pedagógico como suporte para novas formas de


avaliação. In. Amélia Domingues de Castro e Anna Maria de Carvalho (Orgs.).
Ensinar a Ensinar. São Paulo, 2001.

ANDRÉ, M. E.D. A. de. Etnografia da Prática escolar. 18ª ed. Campinas – SP:
Papirus 2012.

ARIES, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro.


LTC,1978.

BETINI, Geraldo Antônio. A construção do Projeto Político- Pedagógico da


Escola. São Paulo. Revista Pedagógica Unipinhal, v.01, 2005.

BORDENVE, J. E. D. O que é participação. São Paulo: Brasiliense,1983.

BORDIGNON, G. Gestão da Educação: o município e a escola. In:


FERREIRA, N. S. C. (org.). Gestão democrática da educação: atuais tendências,
novos desafios. São Paulo: Cortez, 2000.

BRZEZINSKI, I. LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. 8ª. ed.


São Paulo: Cortez: 2003.

BUSSMANN, Antônia C. O projeto político-pedagógico e a gestão da escola.


In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola: Uma
construção possível. São Paulo: Papirus, 1995.

CHIAVINATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7ª ed. Rio de


Janeiro: Elsevier/ Editora, 2003.

DALLARI, D. O que é participação política. São Paulo: Brasiliense, 1984.

28
DALMÁS, Ângelo. Planejamento participativo na escola: Elaboração,
acompanhamento e avaliação. 14. ed. Vozes: Petrópolis, RJ ,2008.

FREITAS, Luís Carlos. “Organização do trabalho pedagógico”. Palestra


proferida no VII Seminário Internacional de Alfabetização e Educação. Novo
Hamburgo, 1991.

GADOTTI, M. Pressupostos do projeto pedagógico. In. Conferência Nacional


de Educação para Todos, vol.1 Anais. Brasília: MEC, 1994.

GADOTTI, Moacir, ROMÃO, José E. (orgs.). Autonomia da Escola: Princípios


e Propostas. São Paulo: Cortez, 1997.

GADOTTI, Moacir. Pedagogia da práxis. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1998.

GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do


desenvolvimento infantil. 4. ed. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1995

GARCIA, Regina Leite. Em defesa da educação infantil. Rio de Janeiro: DPLA,


2001.

HERNANDEZ, Fernando. O Projeto Político-Pedagógico vinculado à


melhoria das escolas. Pátio, Porto Alegre: Artmed, n. 25, p. 08-11, fev.2003.

HORN, Maria da Graça de Souza. Sabores, cores, sons, aromas: A


organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre, Artmed, 2004.

KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª


edição. São Paulo: Cortez, 2003.

LEITE, S. Considerações em torno do significado do conhecimento. In:


MOREIRA, A.F.B. Conhecimento educacional e formação de professores.
Campinas: Papirus, 1994.

29
LIBÂNEO, João Carlos et. al. O sistema de organização e de Gestão da
Escola: teoria e prática. In. Educação Escolar: políticas, estrutura e
organização. São Paulo: Cortez, 2003.

LIBÂNEO, Jose Carlos, SEVERINO, Antonio Joaquim, PIMENTA, Selma


Garrido. Educação Escolar: Políticas, Estrutura e organização. São Paulo:
Cortez, 2003.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da escola: teoria e prática. 5.


ed. Revista e Ampliada. Goiana: 2008.

LUCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional.


Vol. II. Petrópolis: 2009.

LUCK, Heloísa. A gestão participativa na escola. 8. ed. vozes. Petróleos. 2010.

LUCK, Heloísa. A gestão participativa na escola. Rio de Janeiro. Vozes, 2010.

MARTINS, J; BICUDO M. A. A pesquisa qualitativa em psicologia. São Paulo:


Moraes, 1989.

NEVES, Carmem Moreira de C. Autonomia da escola pública: um enfoque


operacional. In: VEIGA, Ilma Passos A. (Org) Projeto Político Pedagógico da
Escola: uma construção possível. Campinas, SP; Papirus, 15ª Edição, 1996.

OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis,


Vozes, 2002.

OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um


processo sócio-histórico (2a. ed.). São Paulo: Scipione, 1992.

PADILHA, Paulo Roberto. Caminho para uma escola cidadã mais bela
prazerosa e aprendente. Pátio, Porto Alegre: Artmed, n 25. 2003.

PADILHA, Paulo Roberto. Projeto político pedagógico, leitura do mundo e


escola cidadã. São Paulo, Instituto Paulo Freire. 2002.

30
PARO, V. H. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo:
Cortez/Autores associados, 1986.

PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da pública. São Paulo: Cortez,


2007.

PIMENTA, Selma Garrido. O pedagogo na escola pública. São Paulo: Loyola,


1991.

RESENDE, Lucia Maria Gonçalves de Veiga, Ilma Passos a. (orgs.). Escola:


espaço do Projeto Político Pedagógico. Campinas: Papirus, 1998.

RIOS, Terezinha A. Significados e Pressupostos do projeto político


pedagógico. In: Série Idéias nº 15, São Paulo: FDE, 1993.

ROSENFIELD, D. L. O que é democracia. São Paulo: Brasiliense, 2003.

ROSSETTI, José Paschoal. Política e programação econômicas. 3 ed. São


Paulo: Ed. Atlas, 1999.

SAVIANI, D. Pedagogia histórico crítica. Campinas-SP: Autores associados,


1997

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia: Polêmicas do nosso tempo.


Campinas: Autores Associados, 1994.

SILVA, T. T. da. Documentos de identidade: uma introdução ás teorias do


currículo. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007

SOUZA, A. R. Explorando e construindo um conceito de gestão escolar


democrática. Educação em Revista. Belo Horizonte, v.25, n.3, p.123-140, dez.
2009.

VASCONCELLOS, C.S. Planejamento: Plano de Ensino Aprendizagem e


Projeto Educativo. São Paulo: Libertat, 1995.

31
VASCONCELLOS, Celso S. Projeto Político-Pedagógico: Educação
Superior. Campinas, SP. Papirus, 2004.

VEIGA, I. Projeto político pedagógico da escola: uma construção possível.


22ª ed. CampinasSP: Papirus, 2006.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma


construção coletiva. In: Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma
construção possível. Campinas: Papirus, 2004.

VIGOTSKY, L. S.; COLE, Michael. A formação social da mente: o


desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1999.

WALLON, Henri. As origens do pensamento na criança. São Paulo: Manole,


1989.

WOLCOTT, H.F. Ethonographic research in education. In: JAEGER, R.M.


Complementary methods for research in education. Aera, 1988.

32

Você também pode gostar