Você está na página 1de 2

INTRODUÇÃO

O caso angolano foi o mais complexo e traumático de todos os que envolveram


os territórios ultramarinos portugueses que alcançaram a sua independência nos anos de
1974 e 1975. Sendo a maior de todas as colónias e a segunda mais povoada (mais de 7
milhões de habitantes em 1974), com uma significativa população branca e urbanizada e
valiosos recursos naturais como petróleo e diamantes, não surpreende que Angola tenha
sido ferozmente disputada por diversos movimentos políticos e potências internacionais
que, no contexto da Guerra Fria, queriam tirar partido do vazio de poder deixado pelo
governo português.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Independência de Angola

A Independência de Angola deu-se no dia 11 de Novembro de 1975, quando o


então primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, proclamou a independência de
Angola, de jure e de facto de Portugal. Este acontecimento deveu-se, em grande parte,
aos acontecimentos militares e políticos que ocorreram um ano antes em Portugal,
aquando da Revolução de 25 de Abril de 1974.

Evolução

O controle de Angola estava dividido pelos três maiores grupos nacionalistas


MPLA, UNITA e FNLA, pelo que a independência foi proclamada unilateralmente,
pelos três movimentos.

O MPLA que controlava a capital, Luanda, proclamou a Independência da


República Popular de Angola às 23h de 11 de Novembro de 1975, pela voz de
Agostinho Neto dizendo, "diante de África e do mundo proclamo a Independência de
Angola”, culminando assim o périplo independentista, iniciado no dia 4 de Fevereiro de
1961, com a luta de libertação nacional, estabelecendo o governo em Luanda com a
Presidência entregue ao líder do movimento.

Holden Roberto, líder da FNLA, proclamava a Independência da República


Popular e Democrática de Angola à meia-noite do dia 11 de Novembro, no Ambriz.
Nesse mesmo dia, a independência foi também proclamada em Nova Lisboa (Huambo),
por Jonas Savimbi, líder da UNITA.
Logo depois da declaração da independência iniciou-se a Guerra Civil Angolana
entre os três movimentos, uma vez que a FNLA e, sobretudo, a UNITA não se
conformaram nem com a sua derrota militar nem com a sua exclusão do sistema
político. Esta guerra durou até 2002 e terminou com a morte, em combate, do líder
histórico da UNITA, Jonas Savimbi. Assumindo raramente o carácter de uma guerra
"regular", ela consistiu no essencial de uma guerra de guerrilha que nos anos 1990
envolveu praticamente o país inteiro. Ela custou milhares de mortos e feridos e
destruições de vulto em aldeias, cidades e infraestruturas (estradas, caminhos de ferro,
pontes). Uma parte considerável da população rural, especialmente a do Planalto
Central e de algumas regiões do Leste, fugiu para as cidades ou para outras regiões,
inclusive países vizinhos.

No fim dos anos 1990, o MPLA decidiu abandonar a doutrina marxista-leninista


e mudar o regime para um sistema de democracia multipartidária e uma economia de
mercado. UNITA e FNLA aceitaram participar no regime novo e concorreram às
primeiras eleições realizadas em Angola, em 1992, das quais o MPLA saiu como
vencedor. Não aceitando os resultados destas eleições, a UNITA retomou de imediato a
guerra, mas participou ao mesmo tempo no sistema político. Logo a seguir a morte do
seu líder histórico, a UNITA abandonou as armas, sendo os seus militares
desmobilizados ou integrados nas Forças Armadas Angolanas. Tal como a FNLA,
passou a concentrar-se na participação, como partido, no parlamento e outras instâncias
políticas.

Atualidade

Apenas prevaleceu como independência reconhecida internacionalmente, a


proclamação do MPLA, passando a FNLA e a UNITA, a partidos da oposição.

CONCLUSÃO

Porém, seria o regime do MPLA a ser imediatamente reconhecido por um


conjunto de países, nomeadamente por vários estados africanos (incluindo os
lusófonos), pelo Brasil e pelos países do bloco de Leste. Fiel aos compromissos do
Acordo de Alvor (que previam a realização de eleições entre os três partidos), o governo
português suspenderia o reconhecimento do novo estado até fevereiro do ano seguinte,
quando o MPLA já se encontrava numa posição de clara vantagem.

Você também pode gostar