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O Fim d a Ex tre m a- Esq u e rda e m A n g o la

A presente edição não segue a grafia do


novo Acordo Ortográfico.

Título: O Fim da Extrema-Esquerda em Angola – Como o MPLA Dizimou os Comités Amílcar


Cabral e a OCA (1974-1980)
autorA: Leonor Figueiredo

© Autora e Guerra e Paz, Editores 2017


Reservados todos os direitos

revisão: Henrique Tavares e Castro


design de capa: Ilídio J.B. Vasco
paginação: Gráfica 99

isbn: 978-989-702-296-8
depósito legal: 428072/17
1.ª edição: Julho de 2017

Guerra e Paz, Editores, S. A.


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O FIM DA
EXTREMA-
-ESQUERDA
EM ANGOLA
Como o MPLA Dizimou os Comités
Amílcar Cabral e a OCA (1974-1980)

LEONOR FIGUEIREDO

não ficção · história política


Dedico esta investigação aos jovens angolanos,
aos que eram jovens quando o País nasceu
e aos que querem saber o que não conta a história oficial.
Índice

Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

I PARTE

A «bolha» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Os Comités Amílcar Cabral . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Pequena burguesia «fraca» . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Dúvidas iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Massacres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Em nome do MPLA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Encontro com Agostinho Neto . . . . . . . . . . . . . . 54
A importância da cor da pele . . . . . . . . . . . . . . 60
Lúcio Lara e a juventude . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Pepetela entre os CAC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Neto exige nomes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Kifangondo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
O alvo Wanga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Depois da batalha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Primeiras prisões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
A Organização Comunista de Angola . . . . . . . . . . 109

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O Fim da Extrema-Esquerda em Angola · Leonor Figueiredo

Greves boas e más . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118


Os outros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124
Autocrítica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .129
O fim da «Pró» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .135
Mais depurações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .140
A expulsão de Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .148

II PARTE

No 27 de Maio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
Maria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .167
A casa da malta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
Noite de «facas longas» . . . . . . . . . . . . . . . . . .184
Torturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189
Cadeias abarrotadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195
Armas e traidores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .199
Primeira greve de fome . . . . . . . . . . . . . . . . . 202
Alegria e medo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208
Novas greves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211
Braço de ferro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .217
Depois da clausura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 224
O que fica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230

Siglas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233
Documentos e anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259

10
Prefácio

L
eonor Figueiredo já nos tinha brindado com uma muito
esperada e belíssima biografia de Sita Valles, uma das figu-
ras-chave para o entendimento do mais trágico momento
das lutas políticas internas do MPLA desde sempre – o 27 de Maio
de 1977. Desta vez, oferece-nos um texto não menos importante,
embora menos trágico, sobre as lutas políticas que caracterizaram
o pós-25 de Abril de 1974, em Angola. Uma fase em que os movi-
mentos de libertação anticoloniais, saídos das respectivas áreas de
guerrilha, iriam começar uma nova fase de luta, transpondo para
o mundo urbano os seus combates fratricidas, iniciados em plena
luta armada anticolonial.
Verdade seja recordada: a luta armada anticolonial em
Angola estava globalmente num beco sem saída no momento em
que se dá a queda do regime salazarista, e nenhum dos três movi-
mentos de libertação (FNLA, MPLA e UNITA) podia reclamar para
si qualquer hegemonia político-militar, para lá de discursos propa-
gandísticos. No caso do MPLA, o 25 de Abril encontrara-o no meio
de mais uma crise interna. Pior do que as precedentes, esta última
arrastava-se há anos, reduzindo a actividade militar do movimento
a um estado quase nulo em muitas frentes de combate.
É, portanto, um MPLA ainda muito enfraquecido que entra
nas cidades após ter assinado acordos de cessação de hostilidades
com representantes das novas autoridades portuguesas na colónia.
À sua chegada aos centros urbanos, e mais precisamente a Luanda,

11
O Fim da Extrema-Esquerda em Angola · Leonor Figueiredo

o MPLA saído do maquis encontrar-se-á frente-a-frente com um


activismo político desenfreado, maioritariamente a seu favor. Um
activismo animado fundamentalmente por uma massa juvenil
oriunda de todas as camadas sociais e grupos somáticos, ambos
ilustrativos da complexidade sociopolítica e humana da Angola
colonial. Formado em «Comités de Acção», este «MPLA urbano»
iria ser, senão a tábua de salvação do MPLA do maquis, pelo menos,
um formidável instrumento de regeneração político-militar, graças
ao imenso poderio de mobilização e politização levadas a cabo por
esses «Comités», nos quais se destacavam, indubitavelmente, os
Comités Amilcar Cabral (CAC).
Os CAC não eram só o mais activo dos «Comités» pró-MPLA;
foram, sem sombra nenhuma de dúvida, e como mostra o texto de
Leonor Figueiredo, o mais original, e o mais inventivo de todos
eles, tanto em termos organizativos como políticos, definindo-se
como «maoista», enquanto outros assumiam outras ideologias. Ser-
-se maoista não era mais «pecaminoso» do que ser-se trotskista, ou
de tendências «albanesa», «estalinista», etc. Mas, na conjuntura da
divisão que caracterizava à época o Movimento Comunista Inter-
nacional, era pecaminoso não se alinhar na doxa de um ou de outro
lado das duas potências ideológicas do Movimento Comunista
Internacional na altura, entenda-se a União Soviética e a China de
Mao. E, entre nós, em Luanda, a nova doxa era a de quem tivesse
pegado em armas para combater o inimigo comum, o colonialismo
português, ou seja, os três movimentos de libertação. Os outros
deviam alinhar-se sobre as posições desses últimos, ou desaparecer.
Os CAC e outros «Comités» urbanos de esquerda ou tão
pouco, tinham escolhido o MPLA como companheiro de luta nesta
fase de transição. Mas, ao contrário de quase todos os outros, os
CAC decidiram, deliberada e sistematicamente, seguir o seu cami-
nho, criar a sua própria doxa, trilhar o seu rumo, como um corpo
livre, e não como um simples anexo ao MPLA. Isto significava
entrar numa dissidência tanto mais sui generis, já que os CAC não
eram parte do MPLA, mas apenas parte da sua «nebulosa» político-

12
prefácio

-ideológica do momento; concebiam-se apenas como um aliado


conjuntural deste, sem obrigação de lhe prestar contas de tudo
quanto fizessem ou decidissem. Tal atitude tornou infrutífera qual-
quer veleidade de anexação e dissolução dos CAC dentro da força
política armada e dominante do momento, que – ironia da histó-
ria – eles próprios auxiliaram, ao ajudarem a derrotar os dois outros
movimentos armados em Luanda, donde se proclamaria unilate-
ralmente a Independência, a 11 de Novembro de 1975. Para um
MPLA que acabava de sair de um longo período de crise interna e
de dissidências, era uma afronta, por demais inaceitável. A violenta
repressão que atingiu os CAC não era, portanto, surpresa nenhuma,
obrigando-os a seguir pelos «subterrâneos da liberdade», como
escrevia Jorge Amado.
Depois de uma vida semilegal, entre 1974 e 1976, e face à
repressão levada a cabo por aquele que, ainda há pouco, fora seu
aliado, e que eles ajudaram a regenerar política e militarmente, os
CAC iriam com efeito mergulhar na clandestinidade, transfor-
mando-se na Organização Comunista de Angola (OCA). Foi uma
utopia a mais, uma leitura mais do que irrealista do momento his-
tórico nacional e internacional, por duas razões básicas. Em pri-
meiro lugar, o contexto nacional angolano do pós-11 de Novembro
de 1975 não permitia sequer tal escolha. Em segundo lugar, o nas-
cimento da RPA e o seu reconhecimento a nível internacional e,
sobretudo, em todo o campo socialista, bem como as mudanças de
alianças políticas em Portugal (onde poderia ter contado com algu-
mas simpatias politicas) retiravam qualquer base de apoio externo
à OCA.
Não obstante, importa, para a veracidade dos factos, sublinhar
o papel importante dos CAC na vitória do MPLA, em 1974-75. Eles
apoiaram este partido nas lutas urbanas, quer entre os três movi-
mentos armados anticoloniais, quer no combate contra as rema-
nescentes bolsas de resistência da ordem colonial a seguir ao 25 de
Abril de 1974. A sua originalidade política, a sua inventividade orga-
nizativa, o peso que tiveram na mobilização político-social e labo-

13
O Fim da Extrema-Esquerda em Angola · Leonor Figueiredo

ral e, sobretudo, a delineação clara da sua estratégia face ao aliado


MPLA, tornam os CAC dignos de relevo e de estudo.
Em todo caso, os CAC ganharam, por mérito próprio, um
lugar na história da luta pela independência, que merecia ser valo-
rizado. O seu trabalho durante a fase de transição pós-25 de Abril
é digno de relevo, o que a história do MPLA deveria objectivamente
reconhecer de forma elaborada. Eles foram dignos herdeiros de
uma tradição de esquerda marxista cuja figura fundadora-mor fora
indubitavelmente Viriato da Cruz. Foram inequívoca e declarada-
mente «marxistas-leninistas», independentemente da crítica teórica
que se possa tecer hoje em dia sobre a substância da sua visão ideo-
lógica face à realidade sociopolítica daquela época (1974-1977).
Visão na qual, em abono da verdade, predominava uma leitura algo
ingénua e cândida do contexto político internacional, mais concre-
tamente no seio do Movimento Comunista Internacional e na ava-
liação das forças em confronto a nível nacional.
Isto não diminui, a meu ver, o seu mérito histórico como actor
de peso no destrinçar do processo político pós-25 de Abril de 1974
em Angola. Estes factos juntos tornam os CAC definitivamente dig-
nos de interesse para a história política de Angola. Pelo que deve-
mos ficar gratos à autora do presente ensaio por ter trazido a
público, mormente para o conhecimento das novas gerações de
activistas, que não participaram neste processo político, de enten-
der quão complexos foram os caminhos de aprendizagem da liber-
dade, do debate político. Da luta pela liberdade de expressão e de
organização política num meio e contextos políticos adversos.
À sua maneira, os CAC foram uma peça importante no nas-
cimento do Estado-nação angolano. Eles fizeram parte de uma
geração que, ao contrário das recomendações da Velha Chica, can-
tada por Waldemar Bastos, achava que sim, que se deveria «falar
política» e, sobretudo, se deveria lutar pelo seu direito de «fazer»
política. Desta geração de 1974-77, os jovens «Révus» e os «15+2» dos
anos 2011 em diante são herdeiros, embora, em menor escala – e
sem nenhuma comparação, é verdade, em termos ideológicos e teó-

14
prefácio

ricos –, mas não menos valiosos, pois ambas as gerações do acti-


vismo político angolano e juvenil pós-colonial têm em comum não
terem medo de «falar política»... E de a fazer. Bem-haja, portanto,
mais este contributo de Leonor Figueiredo ao entendimento do
processo político pós-colonial angolano.

Poitiers (França), Julho de 2017


Jean-Michel Mabeko-Tali
Howard University, Washington, DC.

15
O FIM DA
EXTREMA-
-ESQUERDA
EM ANGOLA
«À noite, o preso é chamado para interrogatório […]. O carcereiro,
acompanhado do agente, abre a porta com estrondo e chama o
preso em altos berros […]. Pelo caminho […] faz comentários à
sessão que se seguirá, «lá dentro está doce… agora é que vais
ficar doce…» Ao entrar na sala de interrogatórios o preso é rece‑
bido a pontapés, murros, empurrões e insultos, ao mesmo tempo
que é instado, em altos berros, a responder a perguntas sobre
vários assuntos ao mesmo tempo. Depois de cair e de se levantar
várias vezes, é encostado à parede. Um agente dá estaladas nos
ouvidos, outro interroga, um terceiro chama mentiroso e com
grande ferocidade dá uma chuva de murros e pontapés. Tenta­‑se
que o preso não pense, mas que fale. […] Enfiam­‑se os cigarros
acesos pelo nariz. O chicote é um cabo eléctrico de 1 cm de diâme‑
tro, com a ponta descarnada […]. Geralmente, bate­‑se até cansar.
Recorre­‑se a outras torturas bárbaras e sádicas. […] O preso
acaba por desmaiar, sendo acordado com um balde de água. A ses‑
são continua indefinidamente. […] Os presos que ficavam nas
celas adjacentes à sala de interrogatórios passam a noite acorda‑
dos, já se vê. O mesmo preso é torturado durante dias e depois
colocado numa cela onde se encontram outros dois ou três tortu‑
rados […]. Na sequência deste tratamento, indivíduos tiveram
[…] fracturas de ossos e de dentes; problemas psíquicos graves;
membros paralisados durante meses; problemas nos órgãos geni‑
tais; feridas e queimaduras.»

[Depoimento de um ex­‑preso político.]


Visão Informativa de Angola, n.º 6, Agosto de 1980, pp. 7­‑8.

19
Introdução

A
ngola viveu um período intenso de democracia no pós­‑25
de Abril de 1974, que durou cerca de ano e meio, até perto
da independência, a 11 de Novembro de 1975. Desde então,
essa liberdade nunca mais existiu. Até hoje. Naquela época, os
jovens de esquerda, estudantes e outros, tiveram um papel fulcral.
Ao longo destas páginas, contamos a história de um desses grupos,
os Comités Amílcar Cabral (CAC), criados por estudantes da Uni-
versidade de Luanda que em nome do MPLA  foram ocupar o
espaço deixado vazio pela ditadura.
Quando os dirigentes do MPLA chegaram a Luanda, meio ano
depois da revolução em Portugal, os CAC tinham lançado o Poder
Popular, uma das suas âncoras, com uma invejável facilidade de
mobilização de massas. Agregavam jovens de várias raças, grupos
sociais e raízes culturais distintos, que se tinham encontrado no
movimento estudantil e nos bairros negros circundantes, após os
massacres perpetrados por brancos racistas.
Com o embate ideológico ocorreram as primeiras prisões polí-
ticas, antes de Agostinho Neto anunciar unilateralmente a inde-
pendência. Os  CAC desapareceram e nasceu a sucessora, a
Organização Comunista de Angola (OCA). Apesar da repressão
impiedosa, estes jovens da esquerda radical continuaram na clan-
destinidade, até serem vencidos por vagas de prisões. Com idades
entre os 16 e os 20 e poucos anos, enfrentaram com propaganda a
estrutura político­‑militar do MPLA. Corajosos, ingénuos e, por

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O Fim da Extrema-Esquerda em Angola · Leonor Figueiredo

vezes, irresponsáveis, ninguém lhes tira o ardor com que lutaram


pelo seu ideário. Deram tudo de si, alguns a vida, por uma Angola
que desejavam mais igualitária.
O grupo extremista não era uma ameaça ao MPLA. Não pos-
suía poder bélico, nem o número de militantes assustava o movi-
mento, detentor de um exército, intelectuais e assessores
estrangeiros. Agostinho Neto era visto no mundo inteiro como um
líder nacionalista, «pai» do país livre. Quem daria atenção a um
punhado de jovens rebeldes? Nos bastidores desta imagem, intocá-
vel durante muitos anos, o regime de Neto mantinha cativos milha-
res de opositores. Homens e mulheres descrevem o que sofreram.
Só em 1980 os últimos presos políticos, portugueses e angolanos,
obteriam a liberdade.
Esta investigação apoiou­‑se num espólio relativamente redu-
zido, pois a maioria dos documentos foi destruída ou apreendida
pela DISA. Os mais de 30 testemunhos recolhidos em Angola e Por-
tugal ajudaram a compreender melhor o que se passou. É real a
possibilidade de haver intervenientes com «arquivo pessoal» para
poderem escrever a sua história, ou guardam­‑no, eventualmente,
para que não seja conhecida. É  justo lembrar aqui os Comités
Henda, que não foram incluídos por falta de documentação e de
um número importante de entrevistas a antigos militantes, muitos
dos quais foram mortos no 27 de Maio de 1977.
Os nomes dos elementos dos CAC e da OCA que menciona-
mos surgiram em entrevistas, notícias, abaixo­‑assinados, ou expo-
sições enviadas às autoridades. Pedimos desculpa por eventuais
erros, porque muitos dados não puderam ser confirmados. Os pro-
tagonistas são identificados com a informação disponível, incluindo
o país de nascimento e a raça, parte integrante daquela realidade,
como perceberão. Era um tempo específico, com um país africano
a libertar­‑se do colonialismo de um país europeu, vivido por uma
geração de jovens socialmente desiguais, mas unidos pelo sonho
de uma nova Angola, na terra onde nasceram ou cresceram.

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