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Não é sem razão que se diz que o Conceito, desde sua gênese grega,
encontra seus motivos de origem no plano sócio-histórico em que se inscreve,
e que sua problemática inicial era uma problemática produzida no plano
político. E se é verdade, por um lado, que a vida política não deixa de se insinuar
sempre na constituição do Conceito, este, por outro lado, não enviaria – mesmo
quando o ignorasse ou quando passa a se encarar como Ideia ou Sistema, ou
ainda quando ultrapassa os limites do plano sócio-histórico – todo tipo de eco
secreto ao universo político1? A ontologia é sempre política, mas na exata
medida em que a própria política é ontológica: “há tão somente o social e o
metafísico”, diziam Deleuze & Guattari2. Ainda que a elaboração sucessiva das
categorias centrais construídas pelo pensamento grego ao longo do processo
histórico da filosofia possa chegar a obscurecer ou amortecer seus efeitos
políticos, ao fim das contas a Filosofia pode não ser mais do que a política
continuada por outros meios.
1
Cf., em especial, VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego, notadamente p. 141-142: “Advento
da Polis, nascimento da filosofia: entre as duas ordens de fenômenos os vínculos são demasiado estreitos para
que o pensamento racional não apareça, em suas origens, solidário das estruturas sociais e mentais próprias da
cidade grega. (...) Quando Aristóteles define o homem como animal político, sublinha o que separa a Razão
grega da de hoje. Se o homo sapiens é a seus olhos um homo politicus, é que a própria Razão, em sua essência, é
política. (...) Quando nasce em Mileto, a filosofia está enraizada nesse pensamento político cujas preocupações
fundamentais traduz e do qual tira uma parte de seu vocabulário. É verdade que bem depressa se afirma com
maior independência. Desde Parmênides, encontrou seu caminho próprio; explora um domínio novo, coloca
problemas que só a ela pertencem.”
2
DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix. O Anti-Édipo, p. 475.
“como a ordem pode nascer do conflito entre grupos rivais (...)? Como a vida
comum pode apoiar-se em elementos discordantes? Ou – para usar a fórmula
dos Órficos – como, no plano social, o uno pode sair do múltiplo e o múltiplo
do uno”3? Trata-se de problematizar as relações ocasionadas pela coexistência
e distinção, relação e separação, entre o domínio da “ordem” ou do poder
político no sentido estreito de administração da vida da Cidade, de um governo
em geral – que deve ser “uno e homogêneo” como tal – e o domínio do
“conflito entre grupos rivais” nas bases do campo social – “múltiplo e
heterogêneo” em sua composição – isto é, trata-se de interrogar o domínio das
relações entre o político e o social, o comando e a comunidade. E trata-se de
fazê-lo em relação a um coletivo em que o político se retrai para além do social,
como poder político “em separado”, como diria Engels, em que o comando é
pressuposto como elemento exterior à comunidade. Se há oposição entre
ambos os regimes, veremos, é porque se supõe uma forma de organização
comunitária que está incapacita para a coesão do comando ou do governo em
seu próprio ser, que deve, portanto, encontrar o poder de governo e de
organização além de si mesma. Ora, são estes mesmos embates serão postos
como problema conceitual de maneira rigorosa pelo pensamento filosófico na
constituição da oposição entre Uno e Múltiplo.
3
VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego, p. 48.
4
PLATÃO, La République, 462b.
corpo social de modo a fazer “das dores e prazeres de um, as dores e prazeres
de muitos”, ou fazer a Mesma as dores e os prazeres de vários, fazendo da
diversidade uma unidade. Desta perspectiva, toda associação ou comunidade só
é possível através do Idêntico ou do Uno como aquilo que estabelece a
semelhança ou identifica seus elementos e estabelece a norma do que associa
ou do comum, como ordenação unificada do Múltiplo, enquanto o Múltiplo,
por sua vez, se não unificado ou civilizado, é pura fragmentação como negação
da sociabilidade.
5
PLATÃO, La République, 397e. É preciso notar que as mesmas passagens d’A República envolvem a recusa da
imitação associada ao simulacro, ou à “má cópia”, na forma da poesia e do teatro, para os que detém o
governo da Cidade. O imitador, o homem que faz muitas coisas, só pode fazê-las mal, ou ao menos muito
pior do que o faria o homem de uma só atividade. Se os homens do governo devem imitar, é apenas a suas
virtudes próprias, isto é, no limite, a si mesmos, uma vez que a imitação constitui hábito e natureza naquele
que imita. Cf. La République, 394e-398a.
6
PLATÃO, La République, 370b e 397e.
de cada um dos segmentos (ou classes) de cidadãos em sua função, garantindo
a cada um a posse de seu modo de existência e lhe impedindo a posse de outro:
a condição e exercício da Justiça é a estratificação estática da estrutura social7, a
identificação de cada elemento da multidão da Cidade de acordo com a regra
do Um em seu Estado – e é sempre preciso lembrar que as sociedades “com
Estado, são sociedades do uno. O Estado é o triunfo do uno”8 – e sua
permanência na função que lhe é designada na estrutura social.
7
PLATÃO, La République, 428e-434d.
8
CLASTRES, Pierre, Entrevista com Pierre Clastres in A sociedade contra o Estado, p. 239.
9
Cf. DELEUZE, Gilles, Différence et Répétition, p. 82-83, 165-169.
comando, em uma transcendência normativa do alto ao baixo. Ainda que o
comando ou o governo sejam sempre a unidade, ou a coesão da multidão social,
o comando só é Uno quando se exterioriza, quando se torna poder normativo
superior e separado de um Múltiplo sobre o qual mantém a arché. A linha
dividida com seus segmentos desiguais é, logo se vê, uma pirâmide que tem em
seu topo o Bem ou o Uno e em seu extremo oposto uma infinidade múltipla de
fantasmas e miragens; então, talvez seja apenas adotando o modelo do Uno que
o Múltiplo possa ter seu direito reconhecido na Cidade, sem o que é relegado
ao nível de uma ilusão inconsistente, uma “infrasocialidade”. A diversidade e a
variação só são admitidas como um grau mínimo de diversidade ou variação,
um grau civilizado e passivo o suficiente para se deixar representar nos quadros
do Uno.
Em todo caso,
10
CLASTRES, Pierre. A questão do poder nas sociedades primitivas in Arqueologia da violência, p. 138.
como idealidade a ser expressa e problematizada a partir das práticas de poder
ocidentais. Mas o que nos deixaria entrever a problematização das práticas de
poder fora dos muros do Ocidente e de seu pressuposto sobre a disjunção entre
político e social? Qual seria a possível (de)composição Uno/Múltiplo efetuada
ao não se aceitar a oposição e a exterioridade entre governo e campo social, ou
seja, quais são as relações pensáveis entre o político e o social para além das
fronteiras de “nosso” pensamento político, para além de nossa divisão?
11
CLASTRES, Pierre. A questão do poder nas sociedades primitivas in Arqueologia da violência, p. 138.
classes. O Uno, lei da identidade harmônica e comando em separado, e o
Múltiplo, diversidade secundária seja como “infrasocialidade” de fantasmas seja
como reprodução inferior do Uno – isto é, seja como Múltiplo fora da lei e
simples negação do vínculo social, seja como Múltiplo legal, como dispersão
absoluta ou como disposição ordenada – são, ambos, fruto da divisão que
exterioriza o primeiro e segmenta o segundo, da divisão que retira (ou tende a
retirar) o poder político da sociedade e incapacita a sociedade para o poder
político. Não há, portanto, nada menos Uno do que uma sociedade
“homogênea” e “indivisa”, que recusa os próprios termos em que o problema
do Uno e do Múltiplo será colocado. O que é, no entanto, o paradoxo de uma
“homogeneidade” e uma “indivisão” que recusam o Uno? Mais ainda: se uma
sociedade primitiva é aquela que recusa o surgimento do Uno/Estado e que
tendo chefes os impede de qualquer exercício de poder, o que pode significar
seu desejo de se mostrar como “totalidade e unidade”12?
12
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência in Arqueologia da violência, p. 236.
13
E de fato, é assim que Clastres se expressa de maneira aparentemente inadequada em uma entrevista: “Sob
esse ponto de vista, poderíamos opor termo a termo as sociedades primitivas sem Estado e as sociedades
com Estado: as sociedades primitivas estão do lado do pequeno, do limitado, do reduzido, da cisão
permanente, do lado do múltiplo, ao passo que as sociedades com Estado estão exatamente do lado contrário,
do crescimento, da integração, da unificação, do lado do uno. As sociedades primitivas são sociedades do
múltiplo (...).” CLASTRES, Pierre. Entrevista com Pierre Clastres in A sociedade contra o Estado, p. 239.
a razão de ser e o princípio de inteligibilidade da guerra” primitiva14. O
etnocentrismo primitivo, sua inimizade constitutiva em relação a um Outro
latente, acabaria por ser o reflexo da afirmação da unidade identitária da
comunidade, e se a comunidade se afirma como diferença, é sempre como
diferença específica contra qualquer diferenciação ou inovação, que introduziria
nela a divisão entre dominantes e dominados que ela recusa. “Eis portanto
como aparece concretamente a sociedade primitiva: uma multiplicidade de
comunidades separadas, cada uma zelando pela integridade de seu território,
uma série de neomônadas”15. Mesmo a troca intercomunitária e a aliança
parecem ser apenas incômodos com os quais se lida a contragosto, já que
ameaçam a autonomia absoluta da comunidade, em nome da manutenção da
guerra como máquina de produção do Múltiplo. A guerra parece atuar como
instrumento do conservadorismo primitivo na afirmação de sua repetição
idêntica, da repetição do grande Si de cada comunidade, o instrumento pelo
qual a sociedade primitiva persiste em seu ser indiviso.
14
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência in Arqueologia da violência, p. 235.
15
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência in Arqueologia da violência, p. 236. É interessante notar que, nas
páginas seguintes, Clastres reapresenta (talvez de maneira advertida) erradamente o argumento hobbesiano da
guerra total. Se, diz Clastres, a sociedade primitiva deve recusar uma troca generalizada, como amizade
universal, que faria com que as comunidades perdessem sua autonomia, ela deve recusar igualmente a guerra
total que instauraria em seu meio a divisão, uma relação de dominação entre o Soberano e o súdito. No
entanto, o Soberano de Hobbes não se institui como resultado da guerra mas como o resultado de seu fim. É
porque a vida dos homens em estado de guerra é miserável que eles decidem, em comum, abdicar de seu
direito de guerra em nome da paz coletiva, e transferir parte de seu direito político ao Soberano. A
instabilidade da guerra generalizada jamais poderia fazer nascer, sem um salto para o exterior da sociabilidade
guerreira, a estabilidade do Leviatã. Como diz o etnólogo francês, mais sensatamente, ao fim do mesmo
ensaio “o Estado impede a guerra”. Resta saber se a vida dos homens em guerra é miserável, ou se ela o é sob
o Soberano. Lembre-se a curiosa memória de Bento Prado Jr. sobre Clastres, em que o antropólogo francês
comenta divertidamente o número relativamente baixo de óbitos nas guerras das sociedades primitivas. “O
que me lembro é que, segundo Clastres, o coeficiente de violência envolvido na guerra era quase igual a zero.
(...) Assim, a violência é controlada e reduzida, mas jamais eliminada, como seria o caso numa visão idílica e
nostálgica (“idealista”) da sociedade primitiva.” Lembranças e reflexões sobre Pierre Clastres: entrevista com Bento
Prado Júnior in Arqueologia da violência, p. 24. Deste ponto de vista, caberia ainda perguntar à antropologia:
supondo que a guerra não seja a inimiga da indivisão, não sendo, portanto, a troca um “mal necessário” para
amortecer os efeitos da generalização da guerra, não haveria uma positividade constitutiva da troca e da
guerra, sem a prioridade de qualquer uma das duas?
No entanto, é mesmo disso que se trata? Se a função da guerra é a
dispersão, a atuação de uma “lógica centrífuga” que domina a sociedade
primitiva, não se poderia sustentar a hipótese de que para que cada comunidade
mantenha a si mesma como “totalidade uma” e seja capaz de garantir sua
autonomia e indivisão, ela deveria interiorizar, em seu seio, aquilo que recusa
para a totalidade social, a operação contrária de uma lógica centrípeta ou de um
princípio de unidade interna? A comunidade primitiva como indivíduo absoluto
ou neomônada, a comunidade primitiva como átomo identitário não acabaria,
por sua vez, a reproduzir a imagem do Um? A hipótese parece risível, com
razão. Sabemos que a “unidade” da comunidade primitiva deve ser na
imanência, que ela não pode ter nada a ver com essa identidade elementar no
Múltiplo que o Uno insinua. Mas a associação da função de dispersão guerreira
no campo da totalidade social à noção da comunidade como totalidade una se
constrói como dinâmica de reprodução extensiva da unidade em microescala:
toda comunidade una é boa, desde que nos moldes do Pequeno Um. A força
centrífuga acaba por ser de direito e de fato (na gramática de Arqueologia da
violência) a força de gênese do Pequeno Um contra o Grande Um. E ainda assim
a sociedade primitiva é caracterizada como “recusa da unificação”, “recusa do
Um separado, sociedade contra o Estado”16. E enquanto o Um é, por sua vez,
o modelo para todo indivíduo, a regra de composição da auto-identidade das
coisas, não seria o caso, portanto, de se abandonar toda fraseologia sobre o Si,
e a “totalidade una” (à qual seria preferível ainda mesmo a de “autonomia
indivisa”)?
16
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência in Arqueologia da violência, p. 249.
‘horizontais’ dentro da comunidade”17. A indivisão interna da comunidade está
envolvida com seu pluralismo e sua rivalidade interiores, seu potencial de
produção diferencial e diferenciante internos. O agôn primitivo e sua
disseminação de rivalidades e alianças, a diversidade interna do núcleo
comunitário, surgem como a condição real do bloqueio da divisão. É, afinal, a
divisão (ou diferença ‘vertical’) o motor do aniquilamento da diferenciação
interna da comunidade e sua transformação em uma série de identidades (ou,
ainda, de diferenças específicas não-comunicantes), enquanto é o próprio
procedimento de diferenciação ou variação interiores que impede a
segmentação identitária que faria surgir uma divisão. Se a atomização dispersiva
das comunidades existe, ela é o efeito da interiorização da diferenciação na
comunidade de modo que “a lógica da guerra determina univocamente a lógica
da chefia”18, e a própria força centrífuga é, em sua atividade de fragmentação,
resultado de uma dinâmica intensiva na indivisão comunitária.
17
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O intempestivo, ainda in Arqueologia da violência, p. 350.
18
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O intempestivo, ainda in Arqueologia da violência, p. 351.
19
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência, in Arqueologia da violência, p. 248.
Homens. Ywy mba’emeguá, a Terra imperfeita, morada dos guarani é o território
da desgraça, e o é porque “as coisas em sua totalidade são uma: e para nós que
não desejamos isso, elas são más”20. Porque não se deseja o Um? A Terra má,
habitada pelos homens, é a Terra do Um, a Terra em que as coisas são Uma.
Não tanto por formarem uma unidade “superior” ou um Todo universal, mas
pelo fato de que as coisas estão “gravada[s] pelo selo maléfico do Um”21, de que
são, em relação a si mesmas, uma só e mesma coisa. Aquilo que é um em si e para
si mesmo idêntico, é também o limitado, o finito ou o corruptível, apontam os
guarani. O Um é a morte, porque o Um é o Finito, o incompleto, porque é
aquilo que só pode ser o que é e que não pode ser outra coisa – um mundo em que
homens são apenas homens e não deuses, e em que a transformação ou a
diferenciação capaz de ultrapassar o delimitado, o unificado, são exorcizadas. O
Um é a repetição nua ou repetição do mesmo, morte incessante. E se as grandes
migrações guarani em busca do tempo perdido, da Terra sem Mal, ywy marã-eÿ
se intensificaram no exato momento em que o Estado começava a surgir entre
os Tupi da costa leste da América do Sul, tudo parece se passar como se os karaí
compreendessem muito bem o que Platão havia dito: a unidade das coisas, a
identidade dos elementos constituintes da sociedade, é ditada pelo Uno – isto
é, pelo Estado ou pelo poder que se instaura como instância de comando
separada do corpo social, como poder transcendente – como condição da
imposição normativa da ordem, da distribuição harmônica dos elementos no
arranjo social em uma divisão social das atividades.
20
CLASTRES, Pierre. Do Um sem o Múltiplo in A Sociedade contra o Estado, p. 185.
21
CLASTRES, Pierre. Do Um sem o Múltiplo in A Sociedade contra o Estado, p. 187.
22
CLASTRES, Pierre. Do Um sem o Múltiplo in A Sociedade contra o Estado, p; 187.
dizer isso? Ainda mais uma vez, tudo se passa como se lutando contra o Um, de
alguma maneira os Guarani soubessem do mesmo modo que pouco importa
combatê-lo, como Grande Um enquanto toda coisa for, em si mesma uma, e
conservar a regra do Um. O Múltiplo, como agrupamento de unidades é a
sombra e a divisão do Um, e a sociedade de indivíduos e que as coisas são todas
uma não pode deixar de ser uma sociedade com Estado na exata medida em
que o Um é a regra e a partilha dos elementos, como aliás e às avessas Hobbes
sabia muito bem. Diante desdobramento do Um em harmonia e simplicidade
pouco importa se se crê na “dissolução mecânica do Um”: trata-se também de
fugir do fantasma de um Múltiplo unificado, e o Um subsiste como Lei tanto
quanto subsistirem simplicidade idêntica e harmonia (e uma não pode existir
sem a outra). Qual é, então, a linguagem da Terra sem Mal, da Terra sem Um?
É aquela que diz que “isto é isto e ao mesmo tempo aquilo, que os Guarani são
homens e ao mesmo tempo deuses”:
23
CLASTRES, Pierre. Do Um sem o Múltiplo in A Sociedade contra o Estado, p. 188.
O dois, longe de ser um simples par de unidades, é o signo de uma
diferença interna, ou de uma transformação coexistente, inconfundível com a
simples sucessão de idênticos: pode-se ser homem e deus, pode-se passar de um
a outro sem que a passagem aniquile um dos termos.
Bibliografia
24
MARX, Karl & ENGELS, Friedrich, A Ideologia Alemã, p. 37-38.