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Grupo I
Texto
As crianças ocupam grande parte do seu tempo a ver televisão. Aliás, esta
dedica-lhes, particularmente aos fins-de-semana, espaços próprios com programas
infantis. Esta situação tem contribuído para que a criança desenvolva uma postura activa
em relação à televisão, de tal forma que, mesmo as crianças mais pequenas, se tornam
cognitivamente activas, decidindo o que querem ver e o que lhes interessa. Face à
publicidade, as crianças tornaram-se um público-alvo muito importante, em especial a
emitida pela televisão. Os programas infantis estão repletos de publicidade dirigida às
crianças, que é visionada por elas com muita atenção. Pode mesmo dizer-se que, quando
a mensagem é compreensível e interessante, a criança toma atenção e aprende com ela.
Desta forma, a publicidade tem vindo a constituir-se como um poderoso meio de
socialização da criança, introduzindo-a no mundo dos objectos e proporcionando-lhe
familiaridade com eles.
A publicidade, mesmo a que não é dirigida para crianças, actua como uma fonte
de atracção para a criança desde a sua fase mais precoce. Investigações desenvolvidas
por Kapferer revelam que as crianças gostam muito de publicidade, mas ainda gostam
mais da que é dirigida aos adultos do que a destinada a elas. Isto pode significar que a
publicidade é um meio através do qual as crianças também se iniciam nos papéis dos
adultos, tornando-se uma peça importante para a construção da sua identidade, logo do
seu Self1. As escolhas que as crianças fazem neste domínio contribuem, deste modo,
para o processo da sua autodefinição, no qual as marcas publicitadas têm um papel de
relevo a desempenhar em todo o processo. Embora só numa fase mais avançada da
idade, as crianças comecem a diferenciar a marca do produto, esta associação é feita de
forma progressiva desde o nascimento até por volta dos 6 a 7 anos, quando a criança
inicia as operações concretas de diferenciação cognitiva no seu processo de
1
Eu.
desenvolvimento. Assim, um aspecto relevante da influência da publicidade nas
crianças é a variação com a sua idade e estádio de desenvolvimento afectivo e
cognitivo. (…)
A influência da publicidade nas crianças apresenta duas perspectivas a
considerar. Por um lado, existe a perspectiva que considera que a criança é manipulada
pela publicidade e, por outro lado, existe uma perspectiva que considera que a criança
tem capacidades para criticar a publicidade. Na perspectiva da criança manipulada, esta
é vista como um receptor passivo, que está a ser condicionado pelas imagens que
observa e consequentemente criando-lhe reflexos condicionados. As crianças são assim
consideradas como tendo reacções primárias, com um património conceptual muito
reduzido, tornando-as incapazes de análise e crítica. Consequentemente, estão mais
receptivas às mensagens subliminares, desenvolvendo ligações inconscientes que as
tornam permissivas às mensagens que estão a receber.
Na segunda perspectiva, as crianças são consideradas como adultos, com
capacidade crítica relativamente à publicidade. Elas são capazes de identificar o
discurso publicitário com precisão, desenvolvendo reacções às mensagens, quer nas
dimensões afectivas, quer nas cognitivas, racionalizando a informação que recebem.
Grupo II
c) “A economia portuguesa recuou 2,0 por cento no quarto trimestre de 2008, face
aos três meses anteriores, o que coloca o país em recessão técnica. De acordo
com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o Produto Interno Bruto
(PIB) fixou-se nos zero por cento, depois de um aumento de 1,9 por cento em
2007. Este ritmo de crescimento anual foi o mais baixo em cinco anos, desde a
recessão de 2003. Face ao terceiro trimestre de 2008, o PIB recuou 2,0 por cento
nos últimos três meses do ano. Entre Julho e Setembro de 2008, a economia
portuguesa já tinha sofrido uma contracção de 0,1 por cento. Em termos
homólogos, comparando com o último trimestre de 2008, o PIB recuou 2,1 por
cento. Os dados divulgados esta sexta-feira pelo gabinete de estatística
português são piores que as estimativas esperadas pelos especialistas, que
antecipavam um recuo de 1,0 por cento. A justificar a quebra no PIB esteve a
procura interna (consumo e investimento), e em particular o contributo negativo
do investimento e a procura externa líquida (diferença entre exportações e
importações).”