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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCACAO

LICENCIATURA EM ENSINO DE HISTÓRIA COM HABILITAÇÃO EM


DOCUMENTAÇÃO

LEIDISLAU MOISES MIGUEL Rodrigues

SISTEMA COLONIAL FRANCES

Quelimane
2022
1

LEIDISLAU MOISES MIGUEL Rodrigues

SISTEMA COLONIAL FRANCES

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue na cadeira de História de África
dos finais do séc. XIX a meados do
séc. XX, para fins avaliativos.

Docente: Phd. Cassimo Jamal

Indice

Quelimane
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Introdução........................................................................................................................................3

1.1 Objectivos..................................................................................................................................3

1.1.1 Objectivo Geral.......................................................................................................................3

1.1.2 Objectivos Específicos............................................................................................................3

1.2 Metodologias.............................................................................................................................3

2 Sistema Colonial em África..........................................................................................................4

2.1 Conceito.....................................................................................................................................4

2.2 A colonização francesa..............................................................................................................5

2.2.1 O modelo colonial da potência...............................................................................................6

2.2.2 Características Gerais do sistema colonial em África............................................................6

2.2.3 A função das colónias francesa para a metrópole...................................................................7

2.2.3.1 Administração colonial........................................................................................................7

2.2.3.2 Administração colonial francesa..........................................................................................7

2.2.4 Economia................................................................................................................................8

2.2.5 Estruturas políticas..................................................................................................................9

2.2.6 As missões cristas.................................................................................................................10

3 Conclusão...................................................................................................................................11

4 Referências Bibliográficas..........................................................................................................12
3

1 Introdução
O imperialismo europeu em África foi conotado durante algum tempo com motivos de
natureza económica ou financeira. No século XIV, exploradores europeus chegaram a África.
Através de trocas com alguns chefes locais, os europeus foram capazes de capturar milhões de
africanos e de os exportar para vários pontos do mundo naquilo que ficou conhecido como a
escravidão. No princípio do século XIX, com a expansão do capitalismo industrial, começa o
neocolonialismo no continente africano. As potências europeias desenvolveram uma "corrida à
África" massiva e ocuparam a maior parte do continente, criando muitas colónias.

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo Geral

 Compreender o sistema colonial e as politicas de administração: colónias francesas

1.1.2 Objectivos Específicos

 Explicar as características gerais do colonialismo nos territórios franceses;


 Descrever as políticas de administração nos territórios franceses;
 Destacar a politica de administração usada nos territórios franceses.

1.2 Metodologias
Para realização do presente trabalho, baseou-se na consulta de algumas referências
bibliográficas, tais como “livros, artigos” entre outros meios referenciais a produção do mesmo.
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2 Sistema Colonial em África

2.1 Conceito

Colonialismo é a política de exercer o controlo ou a autoridade sobre um território


ocupado e administrado por um grupo de indivíduos com poder militar, ou por representantes do
governo de um país ao qual esse território não pertencia, contra a vontade dos seus habitantes
que, muitas vezes, são desapossados de parte dos seus bens (como terra arável ou de pastagem) e
de eventuais direitos políticos que detinham (Bozatto, 1983:9).

O termo colónia vem do latim, designando o estabelecimento de comunidades de


romanos, geralmente para fins agrícolas, fora do território de Roma. Ao longo da história, a
formação de colónias foi a forma como o ser humano se espalhou pelo mundo. A exploração
desenfreada dos recursos dos territórios ocupados incluindo a sua população, quase totalmente
aniquilada, como aconteceu nas Américas, ou transformada em escravos que espalharam pelo
resto do mundo, como na África levou a movimentos de resistência dos povos locais e,
finalmente à sua independência, num processo denominado descolonização, terminando estes
impérios coloniais em meados do século XX (Bonzatto, 1983: 11).

Pode dizer-se que a colonização recente da África iniciou-se com os descobrimentos e


com a ocupação das Ilhas Canárias pelos portugueses, no princípio do século XIV. O processo de
ocupação territorial, exploração económica e domínio político do continente africano por
potências europeias tem início no século XV e estende-se até a metade do século XX. Ligada à
expansão marítima europeia, a primeira fase do colonialismo africano surge da necessidade de
encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e consumidores
(Bonzatto, 1983: 11).

No século XIV, exploradores europeus chegaram a África. Através de trocas com alguns
chefes locais, os europeus foram capazes de capturar milhões de africanos e de os exportar para
vários pontos do mundo naquilo que ficou conhecido como a escravidão. No princípio do século
XIX, com a expansão do capitalismo industrial, começa o neocolonialismo no continente
africano. As potências europeias desenvolveram uma "corrida à África" massiva e ocuparam a
maior parte do continente, criando muitas colónias. Entre outras características, é marcado pelo
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aparecimento de novas potências concorrentes, como a Alemanha, a Bélgica e a Itália (Rato,


1997:78).

A partir de 1880, a competição entre as metrópoles pelo domínio dos territórios africanos
intensifica-se. A partilha da África tem início, de fato, com a Conferência de Berlim (1884), que
institui normas para a ocupação, onde as potências coloniais negociaram a divisão da África,
propuseram para não invadirem áreas ocupadas por outras potências. Os únicos países africanos
que não foram colónias foram a Etiópia (que apenas foi brevemente invadida pela Itália, durante
a Segunda Guerra Mundial) e a Libéria, que tinha sido recentemente formada por escravos
libertos dos Estados Unidos da América. No início da Primeira Guerra Mundial, 90% das terras
já estavam sob domínio da Europa.

A partilha é feita de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas e


culturais de cada povo, o que contribui para muitos dos conflitos actuais no continente africano,
tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas foram unidas. No fim do século XIX, início do
XX, muitos países europeus foram até a África em busca das riquezas presentes no continente.
Esses países dominaram as regiões de seu interesse e entraram em acordo para dividir o
continente. Porém os europeus não cuidaram com a divisão correcta das tribos africanas, gerando
assim muitas guerras internas. Os seguintes países dividiram a África e "formaram" países
africanos existentes ainda hoje (Ki-Zerbo, 2002:234).

2.2 A colonização francesa

Na África, foi no Senegal que os franceses primeiro estabeleceram entrepostos em 1624,


mas não formaram verdadeiras colónias até ao século XIX, limitando-se a traficar escravos para
as suas colónias nas Caraíbas. No Oceano Índico, os franceses colonizaram a Île de Bourbon
(actual Reunião), em 1664, Île Royale (actualmente Maurícia), em 1718 e as Seychelles, em
1756. Durante o reinado de Napoleão, o Egipto foi também conquistado por um breve período,
mas a dominação francesa nunca se estendeu para além da área imediatamente à volta do Nilo. O
verdadeiro interesse da França por África manifestou-se em 1830 com a invasão da Argélia e o
estabelecimento de um protectorado na Tunísia, em 1881. Entretanto, expandiram-se para o
interior e para sul, formando, em 1880, a colónia do Sudão Francês (actual Mali) e, nos anos que
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se seguiram ocupando a grande parte do Norte de África e da África ocidental e central. Em


1912, os franceses obrigaram o sultão de Marrocos a assinar o Tratado de Fez, tornando-se outro
protectorado (M’bokolo, 2004).

2.2.1 O modelo colonial da potência


Apesar da vontade política, a exploração das riquezas coloniais africanas não foi tarefa
fácil. Com efeito, nesses reservatórios de mão-de-obra escrava, até pelo menos 1869, não
existiam nem infra-estruturas nem meios de comunicação indispensáveis a qualquer tipo de
desenvolvimento económico (Rato, 1997:1121).

2.2.2 Características Gerais do sistema colonial em África

O colonialismo em África, verifica-se a partir do século XX, durante a expansão


europeia, mas as grandes conquistas realizam – se a partir do século XIX pós ai 1920, por causa
das derrotas das resistências activas, no que dá a partilha e dominação de África por regimes
coloniais europeus. Não foi fácil a colonização do continente Africano, porque colónias ou
regiões pretendidas pelos europeus eram bem amplas do que as metrópoles, e as vias e meios de
comunicação eram ineficientes (Ki- Zerbo, 2002:87)

Nos primeiros anos da colonização as potências coloniais ainda não continham estruturas
de administração que permitiam a recolha de impostos por isso tinham de suportar integralmente
as defesas. Para adaptar as defesas as metrópoles tinham que ter um nível de desenvolvimento
económico elevado, e alem disso os governantes das colónias tinham de ter no seu currículo
experiencia na área militar. O Colonialismo deve-se a vários factores desde os sociais, políticos
económicos ideológicos, etc Mas também para analisar bem as características do colonialismo
em África, a que ter em conta primeiro alguns aspectos como:

 O tipo de colónia,
 A forma de administração
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2.2.3 A função das colónias francesa para a metrópole

As colónias francesas eram para as metrópoles uma fonte de matérias-primas para as suas
indústrias ou, então, constituíam óptimos mercados para a venda dos produtos, normalmente de
baixa qualidade, que não tinham aceitação nos mercados Europeus ou Americanos. Nesta relação
entre as colónias e as respectivas metrópoles, podemos encontrar diversas semelhanças entre as
diferentes potências coloniais; no entanto, verificam-se também algumas diferenças que vão
caracterizar a actuação de cada potência, tanto ao nível económico, político e sociocultural
(M’bokolo, 2007).

2.2.3.1 Administração colonial


O período entre as duas grandes guerras constituiu a verdadeira fase da implantação dos
sistemas de administração nas colónias. A medida que iam progredindo a conquista e a
pacificação, as potências coloniais haviam tomado a disposição necessária de organizar o
possível de manter os territórios sob o domínio. Nem sempre deixaram tempo necessária a um
sólido conhecimento das sociedades Africanas e a reflexão sobre a melhor forma de
administração. Terminada as guerras os quadros da administração colonial e os politico sentiam a
necessidade sobre os melhores modos de administração das colónias (M’bokolo, 2007: 393).

Vários debates cruzaram-se onde destacou-se, a administração Directa, indirecta,


assimilação ou associação.Os dois grandes teóricos da época Lord Frederich Lugard e Albert
Sarrurt, trouxeram esses quadros teórico que permitiam formular resposta em termos práticos e
político entre todas as partes que participavam nos debates, a base da política preconizada era a
superioridade Europeia e a incapacidade do colonizado em tomar conta de si. A colonização
devia beneficiar tanto ao colonizador como ao povo dominado (o que mais tarde Lugard chamou
de duplo mandato da colonização e que Albert denominava o direito e deveres de colonizador).

2.2.3.2 Administração colonial francesa


França foi um grande defensor da política da administração directa. Para eles, estavam a
fazer uma política de assimilação e argumentavam que nas suas sociedades coloniais, a sua
política permitia que o africano considerado indígena, não civilizado mediante um processo de
assimilação, poderia tornar-se civilizado ou cidadão (que devia ter o direito a educação, saúde,
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emprego e viver a modelo europeu). Segundo esta teoria o africano não tinha o desejo de ter a
representação no governo colonial.

2.2.4 Economia
Albert Sarraut, ministro francês das colónias, escrevia a propósito da França: O único
direito que ela quer conhecer e o direito de o mais forte proteger o mais fraco. A França,
continuava a mostrar garantia do crescimento económico e o desenvolvimento humano de suas
colónias.
O sistema económico colonial francês não se distingue essencialmente do sistema dos
outros países colonizador e grandes números de observadores não se seguem em particular em
matéria de exploração económica, e que não serão repetidas mais adiante, são valida também
para outros, comércio Europeu trata de explorar no máximo a terra conquistada e dela retirar o
maior benefício possível. Em princípio a colónia devia abastecer a si mesma graça a autonomia
financeira. Este princípio foi aplicado na África ocidental Francesa onde os chefes públicos, bem
recheados serviam de garantia em empréstimo em França para a realização de trabalho muito
pouco rentáveis para o sector privado (Ki-Zerbo, 2002:103)

A base do sistema era uma rede bancária muito integrada e quase monopolitana com
banco de África. O banco comercial Africano e o banco Francês de África, menos sólida irão a
falência quando a grande crise de 1929 era imaginável que indígenas pudessem recorrer a tais
organismos de créditos, porque entre outros motivos não tinham propriedade privada e não
podiam fornecer garantias hipotecárias. As três enormes firmam que dominaram o mercado são
Compagniefrancaise de lʾafiqueoccidental, a societcommerciale de lʾouestafrican e a unilever
que controla as oleaginosas.

O aparelho administrativo vai-lhe trazer um forte apoio em todos estes sectores. As infra-
estruturas que serão instadas são nitidamente condicionadas pelas actividades comercial, onde
vai ajudar as companhias assegurar a situação de monopólio, impondo a preferência aduaneira
com direito alfandegário draconiano salvo. As melhores terras eram de resto com frequência
retirada a aldeia situada nas concessões. Mais tarde quando estas companhias que o devera tratar
entre os produtos produzidos eram algodão.
9

Na África ocidental Francesa, a produção de amendoim no Senegal estabelecia a fábrica


de óleo. A borracha de Guine é arruinada a partir de 1911 pela borracha das plantações asiáticas,
o amendoim tomava o seu lugar e constituído estes três produtos em 1909, um total de 87% de
valor de exportação. O estado de exportação do amendoim vai em breve sofrer a concorrência do
cacau, introduzido em 1908 por método autoritário na Costa de marfim. O algodão e o sisal,
savana ficam em lugar secundário. A banana começara a ser explorada no Guine antes da II
guerra mundial. A madeira ganhara importância na Costa de Marfim.

O outro impacto é relativa a imposto de indígena constituiu logo a seguir ao decreto


alfandegário, a segunda maior fonte de receita no orçamento das colónias onde estes impostos
tinham que ser pago em dinheiro, que era um meio de obrigar os camponeses de vender os
produtos de exportação caso contrario era imposto nos campos de algodão nos compôs dos
comandantes sem contar com trabalhos nas obras de infra-estruturas, as estradas, portos, linhas
férreas, foram construído com equipamento que foram construído a mão-de-obra de homens e
mulheres (Ki-Zerbo, 2002:103)

2.2.5 Estruturas políticas


Estruturas políticas jurídico destes sistemas, a França controlava no oeste da África em
território que foi conquistada pela organização militar e que ficaram muito tempo sob a
administração militares parte inteira ou território conquistado (Ki-Zerbo, 2002:11).

Mas entre estes princípios as realidades encontram-se numerosas soluções intermédias.


Os territórios franceses foram de princípio agrupados em dois conjuntos: África acidental
francesa, composta de sete e depois de oitos território, quando em 1919, o alto Senegal, Níger foi
cedido para constituir duas colónias (o Sudão e o alto volta), sendo os outros, o Senegal e
Maurícias, a Guine, a Costa de marfim, o Níger e o Doane. Os territórios da África equatorial
francesa constituído mais dificilmente por (Congo, gabão, ubangui-chari e chade), estiveram
durante algum tempo reunido numa única colónia. A decisão de separar veio a mostrar-se
impraticável.

A cabeça de aparelho encontravam-se, o ministro das colónias responsável pelos


administradores coloniais perante a assembleia nacional, este em princípio pode legislar para as
colónias, no entanto, a falta de interesse ou o desconhecimento dos assuntos levarão a
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encaminhar praticamente tudo para o ministério, que orientava o andamento das colónias
descritas.

A personagem chave foi portanto naturalmente, o homem que em cada federação estava a
cabeça da administração, o governador-geral representante e detentor dos poderes do governo da
República, ele que prepara o orçamento federal e é o chefe das forças armadas e dos serviços
Administrativos centrais da federação. Ora lei nenhuma, decreto nenhum vindo da França, são
aplicáveis a o seu sector se não tem a sua proclamação.

Esta deposição dá-se praticamente uma espécie de decreto de veto suspensivo em relação
as medidas que lhe desagrade embora tenha de contar com os interesse económicos
poderosamente representados nas assembleia parlamentar e no governo. O conselho de governo
não funciona junto do governador, conselho formado por secretário-geral com seu próprio
conselho consultivo. O primeiro era que o governador-geral governasse e o governador
administrasse.

2.2.6 As missões cristas


Que era constituída pela missão religiosa onde levavam um trabalho multiforme na
África negra Francesa onde estiveram ligados cronologicamente pelo menos da mesma
nacionalidade que os agentes das potências coloniais e no meio de mato, levavam naturalmente o
contacto que a igreja para viver e prosperar muitas vezes explorou o ponto de vista financeiro e
material. O conselho da administração das missões obterem terras e prédios assim como
subsídios para as suas obras sociais. No entanto numerosos missionários vivendo em condições
particularmente miserável atingiram a simplicidade heróica da primeira idade da igreja (Ki-
Zerbo, 2002:116).
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3 Conclusão

Depois das investigações feitas para a efectivação do presente trabalho, tive a seguinte
conclusão: o colonialismo em África teve um período muito longo e com características
diferentes de acordo com a potência colonizadora e o tipo de colónia junto a sua forma de
administração. Para tal, conclui que África sofreu durante o colonialismo por causa dos tipos de
colónias que o próprio continente tinha em função. Os europeus aproveitaram-se das riquezas
africanas para satisfazerem os seus interesses. Apesar da vontade política, a exploração das
riquezas coloniais africanas não foi tarefa fácil. Com efeito, nesses reservatórios de mão-de-obra
escrava, até pelo menos 1869, não existiam nem infra-estruturas nem meios de comunicação
indispensáveis a qualquer tipo de desenvolvimento económico.
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4 Referências Bibliográficas

Bonzatto, Eduardo António. (1983). colonialismo em África: um outro olhar eurocentrico.

Ki-Zerbo, Joseph. (2002). Historia da Africa negra Volume II, 3ª edicao, Europa-America.

M’bokolo, Elikia. (2004). África Negra: História e civilizações do séc. XX aos nossos dias. Vol.
II. Lisboa: edições colibri.

Rato, Maria Helena da Cunha. (1997). o colonialismo Portugues factor do subdesenvolvimento


nacional.

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