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Ano 20XX, verão

Foi registrado como um dos dias mais quentes da histó ria.

Alta umidade, aliada a temperaturas superiores a 30°C na cidade; foi infernal. No


entanto, era um sá bado e muitas pessoas ainda lotavam o shopping para fazer
compras ou apenas passear.

11:15AM

Quando o sol estava alto no céu e estava mais quente do que nunca, um portã o
para outro mundo se abriu no meio do distrito de Ginza, em Tó quio.

Dele emergiu uma horda de cavaleiros e lacaios vestidos com armaduras


reminiscentes da Europa Medieval. Eles foram acompanhados pelo tipo de monstro
que normalmente se encontra em romances de fantasia; orcs, goblins e até gigantes.

Eles atacaram todos que estavam lá .

Independentemente de idade e nacionalidade, seu objetivo era massacrar


qualquer um que encontrassem. Como o Japã o estava em paz há muito tempo, as
pessoas nã o sabiam como se defender e só podiam gritar de terror diante do ataque.

Quer fossem apenas compradores, quer fossem pais ou mesmo turistas


estrangeiros, ninguém foi poupado dos cascos dos cavalos, das lanças afiadas dos
soldados ou das espadas que cortam para matar. As ruas foram pintadas de preto e
vermelho com sangue. Se houvesse uma palavra para descrever a cena horrível, seria
‘inferno’.

O exército de outro mundo plantou uma bandeira negra em uma montanha de


cadá veres e declarou em voz alta e em uma língua estrangeira para nenhuma
audiência em particular que esta terra agora era deles.

O ‘incidente de Ginza’.

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Foi assim que os historiadores chamaram o primeiro encontro com as pessoas
do outro mundo.

O primeiro-ministro japonês da época, Houjou Shinegori, declarou na Dieta


Nacional que “o lugar além do Portã o nã o existia em nenhum mapa conhecido”.

‘O que poderia haver além do Portã o? Que ambientes naturais poderiam ser
encontrados lá ? Que tipo de vida as pessoas além poderiam levar? Quã o desenvolvida
poderia ser sua civilizaçã o? Quã o tecnologicamente avançados eles poderiam ser?
Que religiã o eles poderiam seguir? Que tipo de governo eles poderiam ter?

Apó s a abertura do Portã o, muitas pessoas foram presas.

No entanto, o termo “prisã o” é estranho aqui. Os prisioneiros de guerra nã o sã o


abrangidos pela lei. No Japã o, os prisioneiros de guerra nã o existem legalmente. De
acordo com o sistema judiciá rio, os invasores de além do Portã o sã o simplesmente
criminosos que infringiram a lei.

Embora o Japã o tenha sido acusado de usar justificativas questioná veis, eles
ainda consideraram a terra além do Portã o como parte do Japã o.

Como seria de esperar, a terra além do Portã o é completamente desconhecida do


Japã o; nã o se sabe nada sobre a terra e a populaçã o de lá , muito menos se existe um
governo.

Mesmo que existisse um governo, sem estabelecer as fronteiras desse país ou


mesmo estabelecer relaçõ es diplomá ticas, ele nã o poderia ser reconhecido como uma
naçã o soberana.

Nesta fase, os invasores sã o apenas terroristas armados que massacraram pessoas


inocentes.

Embora houvesse sugestõ es para iniciar um diá logo diplomá tico com eles, a
outra parte teria que estar disposta a sentar conosco e negociar. No entanto, como
faríamos isso? Nã o havia maneira imediata de se comunicar com eles.

Vamos envolver a outra parte em um diá logo, mesmo que tenhamos que usar
força bruta para fazê-lo. Faremos o possível, mesmo que tenhamos que agarrá -los
pelos cabelos.

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Para chegar a um acordo com eles, é preciso primeiro conhecer o inimigo.

Assim que prendemos esses criminosos, conseguimos obter algumas


informaçõ es deles, apesar da barreira do idioma. Mas só isso nã o é suficiente.
Precisamos ver o outro lado do Portã o com nossos pró prios olhos.

Portanto, as pessoas devem ser enviadas além do Portã o. No entanto, eles nã o


farã o mal a civis inocentes e também estarã o constantemente vigilantes, pois estarã o
em um local completamente estranho para nó s.

Além disso, entrar desarmado nã o serviria. Com base em nossa experiência


inicial em Ginza, é prová vel que precisemos lutar. Nestas terras desconhecidas, o
julgamento de quem é amigo e quem é inimigo será deixado para o pessoal no local.

Alguns de nossos colegas da Dieta sugeriram que nã o há sentido em se aventurar


em um lugar tã o perigoso quando poderíamos simplesmente fechar o Portã o por
meio de demoliçã o. No entanto, isso seria realmente uma boa decisã o?

Muitos cidadã os temem que o Portã o apareça em outro lugar. Pode se


materializar bem na frente das casas de seus familiares. Além disso, há a questã o da
justiça e da indenizaçã o à s famílias das vítimas.

Caso exista um governo além do Portã o, o Japã o nã o hesitaria em extraditar o


líder e solicitar suas sinceras desculpas e reparaçõ es pelo Incidente de Ginza.

Se a outra parte se recusar a obedecer, o Japã o flexionará seus mú sculos,


prenderá os responsá veis pelo incidente e os sentenciará de acordo com nossa lei.
Caso os responsá veis possuam bens, estes serã o utilizados para indenizar as famílias
das vítimas do Incidente de Ginza. Do ponto de vista deles, isso seria natural.

Assim, o governo do Japã o decidiu implantar as Forças de Autodefesa Japonesas


além do Portã o. A missã o deles é encontrar, prender e exigir indenizaçõ es dos
responsá veis.'

Embora houvessem algumas objeçõ es do partido de oposiçã o, a decisã o de


implantar o JSDF além do portã o ocorreu sem problemas. O governo dos Estados
Unidos da América declarou que “nã o hesitará em ajudar na investigaçã o das terras
além do Portã o com toda a sua força”. O primeiro-ministro Houjou respondeu que
“atualmente nã o é necessá rio” e “pediria se a situaçã o o exigisse”.
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O governo da Repú blica Popular da China divulgou uma declaraçã o de que ‘o
Portã o é um fenô meno antinatural’ que ‘deve ser investigado por meio de um esforço
multilateral e internacional’, insistindo que, embora o Portã o tenha aparecido no
Japã o, seus benefícios potenciais nã o devem ir para Japã o sozinho.

* * * * * *

‘Por favor, perdoe-me pela franqueza, mas a situaçã o está fora de controle.
Sofremos baixas sem precedentes na histó ria deste império. Sua Alteza tem um plano
para lidar com esse problema?

Como Senador e nobre, o Marquês Casel nã o mediu palavras ao se dirigir ao


Imperador Molt Sol Augustus, que estava sentado no trono.

Se algum dos senadores presentes no salã o falasse tã o descuidadamente com o


imperador, ele seria perdoado. Eles acreditavam que esse era seu dever como
estadistas.

O Senado era um salã o sombrio que abandonou as decoraçõ es extravagantes em


favor de uma arquitetura moderada, mas robusta. Havia cerca de trezentos homens
de rostos sombrios sentados em bancos no centro do salã o. Esses homens eram todos
senadores do Império.

Se alguém desejasse se tornar senador, havia vá rias maneiras. Uma maneira era
nascer em uma família influente. Nã o importa o país, os nobres sã o uma pequena
minoria da populaçã o, mas nã o parecia ser o caso na capital imperial. Se alguém
jogasse uma pedra pela janela, poderia muito bem atingir um nobre.

Assim, se você quisesse ser senador, sua nobreza nã o desempenhava nenhum


papel. Mesmo entre os nobres, apenas a nata da colheita poderia ser indicada para tal
posto.

Isso significava que, se você nã o fosse de sangue nobre, nã o havia possibilidade


de se tornar senador? Este nã o era o caso. Se alguém ocupasse o cargo de ministro ou
general, tinha chance de ingressar no Senado.

Para cumprir a á rdua tarefa de administrar um país, era necessá ria a existência
de uma burocracia. Se um plebeu possuísse as qualidades de senador, com alguma
sorte, trabalho á rduo e um bom histó rico, poderia ser nomeado para o Senado.
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Haviam muitos ministros no Império; Primeiro-Ministro, Ministro de Assuntos
Internos, Finanças, Agricultura, Relaçõ es Exteriores e assim por diante. Muitos
daqueles que subiram na hierarquia para se tornarem ministros ou generais seriam
agraciados com uma cadeira no Senado apó s a aposentadoria.

Além disso, um general poderia ingressar na nobreza mesmo se fosse de


nascimento comum, pois os oficiais comissionados recebiam o título de cavaleiro.

Marquis Casel nasceu em uma família de barõ es que eram apenas da pequena
nobreza. Foi apenas por suas realizaçõ es anteriores e excelentes serviços como
ministro que ele conseguiu uma cadeira no Senado. Ele era um trabalhador esforçado
que sempre tentava cumprir seu dever. Em outras palavras, ele era um homem de
cará ter.

Assim, ele era temido por sua ousadia e uma língua afiada que diziam levar
homens adultos à s lá grimas.

'Foi um grave erro considerar nosso adversá rio fraco e covarde depois de
capturar apenas alguns deles.

O que deveria ter sido feito é o reconhecimento; determinando a verdadeira


força do inimigo através do reconhecimento. Entã o, poderia ter sido concluído se
seria mais sensato enfrentá -los como amigos ou inimigos ', argumentou Marquis.

Sem dú vida, as circunstâ ncias na capital imperial eram terríveis.

A expediçã o custou ao Império mais da metade de seu exército. Embora fosse


possível reconstruí-lo, muito tempo e recursos seriam gastos.

Com seu poderio militar reduzido a menos da metade, como o Império deveria
manter sua hegemonia?

Nos trinta anos do reinado do imperador Molt, ele governou com mã o de ferro.
Conflitos com países vizinhos além das fronteiras do Império, bem como com
vassalos e tribos rebeldes dentro, foram resolvidos pelo poder dos militares, trazendo
paz e estabilidade ao Império. As naçõ es nã o tiveram escolha a nã o ser se submeter
diante dos esmagadores exércitos imperiais. Aqueles que estavam no caminho do
Império foram totalmente aniquilados.

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Nã o importa o quã o ressentidos os vassalos estivessem com o Império, diante
dos poderosos exércitos imperiais, eles só podiam esconder sua raiva.

No entanto, agora que os militares imperiais foram tã o completamente


devastados, os vassalos oprimidos e as naçõ es estrangeiras se levantariam?

Enquanto o Marquês Casel, o líder da facçã o liberal balançava sua toga, ele
desafiou o Imperador:

'Sua Alteza! Como você vai liderar seu país?'

Quando o Marquês Casel terminou seu discurso, ele voltou ao seu lugar. Olhando
para aquele que o havia criticado, o imperador se mexeu calmamente em seu trono,
inclinando-se para a frente e abrindo a boca.

‘Marquês, eu considerei as circunstâ ncias. Apó s esta perda, a superioridade do


exército imperial está ameaçada, mas é inú til chorar pelo leite derramado. As naçõ es
estrangeiras e os estados vassalos que há muito escondem seu ó dio por nó s
começarã o uma rebeliã o e marcharã o para a capital? Ah, só de pensar nisso já dá
sono né? Comovente.'

Com a brincadeira do imperador, a atmosfera tensa no salã o foi suavizada com


risadas silenciosas.

‘Vocês se lembram da Batalha de Akuteku há 250 anos, meus queridos


senadores? Como nossos grandes predecessores reagiram à notícia da derrota total
do exército? Eles lamentaram seu valor e orgulho perdidos e negociaram a paz, o que
efetivamente significaria rendiçã o?

Você se lembra de como as mulheres do Império reagiram?

Eles disseram: E daí se perdemos 60.000 homens? Faremos nascer esse nú mero
em pouco tempo, disseram eles, enquanto arregaçavam as saias para todos verem!

Houve heroínas, e espero que nã o haja mais nada a ser dito.

O Império resistiu a tempos terríveis como este inú meras vezes desde a sua
fundaçã o. O Imperador sempre cooperou com o Senado e os cidadã os para enfrentar
essas provaçõ es – é por isso que o Império ficou tã o poderoso.'

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Os contos do imperador ressoaram com os senadores.

‘Nunca há uma certeza de vitó ria na guerra. Se o general fosse responsabilizado


por cada revés em um conflito, nã o haveria generais. Devemos apontar o dedo uns
para os outros enquanto o inimigo cerca a capital?'

Se nenhum homem fosse o culpado por trá s do desastre, entã o, naturalmente, o


imperador estava isento de qualquer responsabilidade. Percebendo que o imperador
havia efetivamente se esquivado de sua responsabilidade, o marquês Casel estalou a
língua em irritaçã o.

Entã o, o imperador continuou seu discurso.

A expediçã o contava com soldados veteranos, magos sá bios e poderosos e alguns


dos mais fortes e ferozes orcs e goblins.

Abundantemente abastecido, intensamente treinado e liderado habilmente, era


uma força a ser reconhecida. O general, os centuriõ es e os soldados rasos, todos
cumpriram seu dever.

No entanto, levou apenas sete dias.

Passaram-se apenas sete dias desde a abertura do Portã o. Contando a partir do


dia em que o inimigo iniciou um sério contra-ataque, levou apenas dois dias para
devastar o exército imperial.

Quase todos os soldados foram mortos ou capturados. Apenas um punhado


voltaria vivo.

Agora que o portã o da colina de Arnus foi capturado pelo inimigo, era impossível
fechá -lo, pois o inimigo havia fortalecido a colina.

A fim de recuperar o controle sobre o Portã o, a cavalaria foi enviada em um


ataque em massa. No entanto, isso terminou com o sopé da colina repleto de milhares
de cadá veres fedorentos de homens e cavalos.

‘Você está ciente de quã o poderoso é o armamento do inimigo? Foi bang, bang,
bang! No momento em que o inimigo fez aquela confusã o, nossas fileiras
desmoronaram em um jato de sangue. Nunca em minha longa vida encontrei uma
magia tã o incrível antes!' exclamou Godasen, um senador e mago, entusiasmado.

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A unidade que ele liderava foi levada pelo vento como folhas em uma
tempestade, incapaz de alcançar até mesmo o sopé da colina de Arnus. Antes que ele
percebesse, seus arredores estavam quietos e ele era o ú nico homem ainda de pé.
Tudo o que ele podia ver ao seu redor eram corpos de homens e cavalos caídos em
poças de sangue.

Fechando os olhos, o imperador disse: 'O inimigo se infiltrou em nossa terra.


Embora eles estejam construindo um forte ao redor do Portã o, um dia eles começarã o
uma invasã o total. Precisamos lidar com o inimigo sobrenatural em Arnus Hill, bem
como com estados vassalos traidores.'

'Vamos travar uma guerra com eles!'

Um cavaleiro careca, o Marquês Podawan levantou-se e curvou-se diante do


Imperador.

‘Se encurralado, a melhor maneira de lutar é lutar com coragem. Vamos reunir as
forças espalhadas pelo Império e esmagar os vassalos rebeldes que ousam se opor a
nó s. Entã o, vamos nos virar e destruir o inimigo na colina de Arnus. Simplificando,
vamos atacar o Portã o!'

Os senadores apenas encolheram os ombros com sua explosã o grosseira, dando


a entender que, se isso fosse possível, eles nã o teriam que discutir a situaçã o
longamente. Se convocassem as forças restantes, o Império ficaria indefeso e cairia na
anarquia.

O salã o se tornou uma cena de caos quando os senadores começaram a discutir.

Podawan enfatizou com firmeza que, matando todos os rebeldes e escravizando


suas famílias, as cidades seriam desertas e a rebeliã o cessaria. Surpreendentemente,
havia precedentes disso no Império.

Nos dias em que o Império ainda era uma pequena naçã o cercada por inimigos,
os exércitos imperiais nã o apenas escravizavam as pessoas dos países que invadiam,
mas também arrasavam suas cidades, queimavam suas florestas e salgavam seus
campos para torná -los infértil. Assim, a regiã o se tornaria inabitá vel e inofensiva ao
Império.

‘Mesmo se pudéssemos fazer isso, como vamos derrotar os inimigos em Arnus?


Se atacarmos de frente, nã o seria apenas uma repetiçã o da Batalha de Godasen?'

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Quando a voz no salã o chegou aos seus ouvidos, Podawan cerrou os dentes e
respondeu: 'Apenas reú na todos os soldados nos estados vassalos sem dizer a eles
por quê. Poderíamos arrecadar 100.000 e, mesmo que se mostrem fracos, podemos
usá -los como escudo de carne quando atacarmos!'

'Eles seriam tã o obedientes?'

‘Entã o com base em que devemos dizer a eles para reunirem suas tropas? Diga-
lhes honestamente que perdemos mais da metade de nosso pró prio exército? Se
fizermos isso, apenas nos humilharemos!'

O marquês Casel teve dor de cabeça ao ouvir a fanfarronice irracional e


imprudente do marquês Podawan.

A crescente tensã o entre os falcõ es e as pombas eletrizou a atmosfera do Senado.

'Entã o, o que você diz que fazemos, hein?' ‘Belicista!’ Os senadores haviam
perdido a compostura e estavam prestes a se comunicar com os punhos.

Só o tempo foi perdido. Os poucos que ainda estavam em um estado de espírito


racional tentaram fervorosamente arquitetar um plano, mas nã o conseguiram
controlar as brigas no corredor.

Em meio ao caos, o imperador Molt se levantou de seu trono.

Percebendo que o imperador estava prestes a falar, os senadores briguentos se


acalmaram. ‘Embora fossem um pouco rudes, as palavras do Marquês Podawan foram
inspiradoras.' Ao ouvir essas palavras, Podawan curvou-se reverentemente para o
imperador.

Diante do régio imperador, os senadores se acalmaram e ouviram o que ele tinha


a dizer.

‘Agora, o que fazemos? Observamos impotentes enquanto a situaçã o se


deteriorar ainda mais? Nã o. Isso está fora de questã o, tudo o que podemos fazer é ir
para a guerra. Vamos seguir a proposta do Marquês Podawan e reunir os exércitos de
todos os nossos estados vassalos. Envie um mensageiro para cada
país solicitando ajuda dos líderes para repelir os invasores sobrenaturais do
Continente Falmat. Um exército aliado reunido dos estados vassalos será convocado
para atacar Arnus Hill.'

'Um exército aliado?'


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As palavras do imperador causaram estragos entre os senadores.

Cerca de dois séculos atrá s, a fim de repelir uma tribo guerreira de cavaleiros
que invadiu o Império do Norte, muitas naçõ es se uniram em batalha. Esses países
sempre lutaram entre si, mas quando enfrentaram uma potência estrangeira do além,
deixaram de lado suas diferenças e se uniram.

Reis e cavaleiros que já foram inimigos se uniram e repeliram as forças


invasoras. Este conto foi transmitido nas lendas para as geraçõ es vindouras.

'Se você colocar dessa forma, entã o parece ser uma causa justa.' 'No entanto, é
um pouco…'

Ele estava certo. Nã o foi o Império que começou a invasã o? O imperador


distorceu a verdade. Ignorando o fato de que o Império era o agressor, o Imperador
ordenou que os estados vassalos enviassem tropas para se defenderem dos invasores
sobrenaturais. Isso foi vergonhoso, mas é claro que ninguém disse isso em voz alta.

No entanto, o Imperador poderia convencer os estados vassalos a reunir suas


tropas, argumentando que os invasores nã o parariam apenas de destruir o Império -
eles conquistariam todo o Continente Falmat. Simplificando, nã o era a verdade que
importava, era a narrativa.

‘Vossa… Vossa Alteza? Os pés da colina de Arnus estariam cheios de casos!

Ouvindo as palavras do marquês Casel, o imperador respondeu em voz alta: 'Eu


luto pela vitó ria, mas nunca há certeza da vitó ria na guerra. O destino do exército
aliado é desconhecido. Se eles caírem, isso será lamentá vel. Se isso acontecer, o
Império enviará o exército imperial para lutar contra os invasores.'

Se os exércitos dos estados vassalos também fossem dizimados, a vantagem


militar do Império sobre eles permaneceria.

‘‘Esta é a tua missã o ao lidar com esta crise. Alguma objeçã o, Marquês Casel?’

O imperador havia tomado sua decisã o.

O marquês Casel olhou para o imperador, estupefato e lamentou o destino do


exército aliado.

As pombas só podiam abaixar a cabeça diante do imperador e despachar


emissá rios para entregar suas ordens.

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O céu escuro da noite estava brilhantemente iluminado com chamas.

O Kodou Rino Guwaban, o exército aliado, começou seu ataque.

As chamas crepitantes iluminaram o exército que avançava no sopé da colina.

Na frente cavalgava a cavalaria pesada, acompanhada por gigantes, ogros,


goblins e outros monstros fantá sticos, lançando sombras terríveis sobre a terra em
suas massas. Soldados humanos formando uma parede de escudos rolaram atrá s
deles.

Voando no céu havia pessoas montadas em estranhos pá ssaros gigantes.

Sua força contava centenas de milhares, impossíveis de contar.

O observador avançado gritou em seu rá dio.

‘Três décimos na reserva, sete décimos no ataque! Três décimos na reserva, sete
décimos no ataque!'

No relató rio do posto avançado, o 5º Esquadrã o de Combate da 502ª Divisã o do


JSDF correu pelas trincheiras para suas posiçõ es e preparou seus canhõ es para cobrir
o campo designado.

O oficial de estado-maior do JSDF se esforçou muito para organizar a expediçã o.


Afinal, eles estavam enfrentando inimigos de outra era. Nenhum dos JSDF jamais
havia lutado contra guerreiros em armaduras ou monstros fantá sticos e acima de
tudo, nunca haviam encontrado magia antes. Assim, eles buscaram ideias em
romances e filmes de fantasia.

O PX, posto de troca, estava repleto de romances de fantasia, mangá s e filmes


sobre membros do JSDF que viajaram de volta à era dos Reinos Combatentes.

Houve até casos de membros do JSDF fazendo fila nas livrarias de Akihabara
apenas para comprar filmes e animes relacionados à fantasia.

As obras do diretor e autor cujas iniciais sã o M e T foram reunidas para


encontrar inspiraçã o.

Foi tomada a decisã o de implantar três divisõ es de unidades em todo o país.


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Eram comandados por oficiais comissionados que iam de capitã es a alferes, além
de suboficiais até o posto de cabo.

As razõ es foram explicadas pelo primeiro-ministro: “Na terra desconhecida além


do Portã o, o julgamento de quem é amigo e quem é inimigo será deixado para o atual
comandante.” Todos sabiam que nã o era tã o simples.

O equipamento das tropas posicionadas além do Portã o era antigo. Em primeiro


lugar, as tropas foram equipadas com os clá ssicos rifles Type 64 Howa. Além disso, os
veículos do exército com os quais foram designados eram tanques Terrain Type 74.

Este equipamento foi retirado de uso ativo apó s ser substituído por modelos
mais novos.

‘Vamos usar o material antigo enquanto podemos’, foram as palavras sarcá sticas
de um ex-sargento. Mas havia mais do que isso.

Os rifles Tipo 64 foram escolhidos porque os cartuchos de 5,56 mm dos rifles de


assalto Tipo 89 nã o conseguiam parar um ogro peso-pesado. Além disso, se alguém
atacasse o inimigo com uma baioneta, a lâ mina irregular se cravaria na armadura do
inimigo.

Portanto, depois de considerar a possibilidade de abandonar o equipamento em


caso de retirada, julgou-se melhor usar as velhas armas que acumulavam poeira no
armazenamento do que a nova geraçã o de armas que custam uma fortuna para
fabricar.

Os tipo 64s tinham bipés em pé e eram apontados com mira de ferro. Eles usam
muniçã o normal e foram classificados como armas pequenas.

Alguns bipés sustentavam metralhadoras de 5,56 mm com cintos de muniçã o.

Os sargentos e comandantes se opuseram ferozmente a trazer a metralhadora


Type 62. Pá lidos, eles perguntaram ao alto comando se ele estava tentando assassiná -
los. No fim nã o foi trazida para a Regiã o Especial porque era propensa a avarias.

Para combater a cavalaria voadora, os canhõ es antiaéreos autopropulsados Tipo


87 com canhõ es gêmeos Oerlikon de 35 mm, o M42 Duster e outros canhõ es AA
antigos foram implantados. Houve um zumbido mecâ nico quando eles voltaram a
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mirar para o céu.

Outra atmosfera iluminou o céu escuro enquanto o exército inimigo marchava


propositalmente em direçã o à colina.

Os interruptores de segurança nos rifles foram mudados de 'seguro' para 'semi'.

Dos fones de ouvido do soldado, eles podiam ouvir a voz de seu comandante.

“Nã o entre em pâ nico… Segure o fogo…”

Embora ainda nã o estivessem acostumados com isso, também nã o eram


completamente novatos. Foi a terceira vez que os inimigos atacaram o local
conhecido localmente como Arnus Hill.

Os soldados JSDF prenderam a respiraçã o e esperaram pela ordem enquanto o


inimigo se aproximava deles.

Por duas vezes as forças de ataque já haviam sido, para dizer francamente,
aniquiladas.

O equipamento militar comum daquele mundo consistia em espadas, lanças,


arcos e armaduras. A estratégia era formar fileiras e atacar em uníssono. À s vezes,
eles usavam fogo e bombas em seu ataque, mas o armamento era lamentavelmente
deficiente em alcance e carecia de força.

No filme [Kagemusha] do diretor Kurosawa, havia uma cena horrível em que a


cavalaria de Lord Takeda atacava os mosqueteiros de Lord Tokugawa no campo de
batalha.

A cena em Arnus Hill era muito parecida com a do filme, com muitos homens e
cavalos espalhados ao pé da colina.

No entanto, o inimigo continuou avançando, determinado a capturar o morro.

O JSDF manteve sua posiçã o e lutou.

O Portã o era seu ú nico acesso ao outro mundo. Eles nã o permitiriam que o
Portã o fosse capturado e arriscar um segundo Incidente de Ginza.

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Um lado estava decidido a manter a colina, o outro resolveu tomá -la, e esse
choque de vontades levou à terceira batalha.

Os atacantes podem ter aprendido um pouco com suas tentativas anteriores, pois
tentaram um ataque noturno desta vez. Com apenas o brilho da lua, a visã o era
obscurecida à noite. Além disso, as pessoas costumavam ser descuidadas à noite. Esse
foi o pensamento por trá s do ataque, e nã o foi nada mal.

No entanto, como os sinalizadores os expuseram completamente ao inimigo, o plano


cuidadosamente traçado saiu dos trilhos.

“fogo!”

Em Tó quio e no resto do Japã o, as lojas 24 horas eram comum. Com a noite tã o


clara quanto o dia, as bocas de armas e canhõ es serviram de introduçã o a esse outro
mundo.

Primeiro Tenente Itami Youji, 33 anos. Ele era um Otaku agora e seria um Otaku
no futuro.

Embora ele fosse um Otaku, ele nã o era o tipo de Otaku que poderia escrever
seus pró prios romances de fantasia, desenhar seu pró prio mangá , fazer suas pró prias
estatuetas ou até mexer com Vocaloids. Ele nem comentava os trabalhos de outras
pessoas na internet.

Itami Youji era o tipo de cliente Otaku que só lia as obras de outras pessoas.

Ele compareceu a cada Comiket de verã o e inverno em Nakano ou Akihabara


durante suas férias, mas nenhuma vez em seu santuá rio local. A parede de seu quarto
no dormitó rio ainda tinha o autó grafo de Rumiko Takahashi de seus tempos de
colégio.

Em vez de livros relacionados ao exército que deveriam estar em suas estantes,


elas estavam cheias de doujinshis que ocupavam todo o espaço, fazendo com que ele
simplesmente enfiasse todos os seus novos livros relacionados ao trabalho em seu
armá rio.

Devido ao seu favoritismo de interesses em detrimento do trabalho, ele tinha


pouca paixã o por qualquer coisa relacionada ao trabalho. Por exemplo, se houvesse

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um exercício programado, ele solicitaria férias propositalmente com a desculpa de
“tenho coisas para fazer naquele dia…” e fugiria de sua responsabilidade.

Certa vez ele disse:

“Eu só trabalho pelo meu hobbie, entã o se alguém me perguntasse se eu escolhi


meu hobbie ou trabalho, eu escolheria o primeiro.”

Era difícil imaginar alguém como ele na força de autodefesa, mas de alguma
forma ele se alistou com sucesso.

Seu lema de vida era “Comer, dormir, brincar, repetir. E a vida no meio.” A frase
em um de seus mangá s favoritos era “A ú nica vez que você está vivo é quando está
descansando”, combinando mais com uma pessoa como ele.

Assim, ele escolheu um colégio pú blico de baixa concorrência e foi admitido


apesar de nã o estudar muito. A partir daí, suas notas só pioraram, pois ele só assistia
anime e lia mangá no Clube de pesquisa de anime e mangá de sua escola, enquanto
ocasionalmente fazia fila no cinema na estreia de um filme.

Seus 3 anos de vida no ensino médio foram apenas a isso.

Na faculdade, se formou em um curso recém-criado que tinha pouca ou nenhuma


concorrência e foi aprovado sem muito esforço.

Embora tenha passado a maior parte de sua vida universitá ria com animea,
mangá a e light novels; ele nunca havia matado ou atrasado aulas e cursos.

Assim, os comentá rios do professor para ele foram “Itami? Hmm, ele é um cara
legal. E deu a ele a nota “Bom”” apó s seus 4 anos de faculdade.

“Que carreira você está querendo?”

Quando essa pergunta começou a surgir entre os alunos de graduaçã o, Itami


murmurou baixinho: "Nã o estou com vontade de entrar na sociedade como aqueles
riajuu ..." Entã o, ele bateu na porta de uma filial local do escritó rio da JSDF um dia

Qualquer um exclamaria “Como diabos ele foi comissionado como oficial?”

Por nã o ter mentalidade para a defesa nacional e paixã o pelo trabalho, seu chefe
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lhe disse para “refazer seu treinamento” e o enviou para uma unidade de treinamento
famosa por seu regime de treinamento duro.

Sem surpresa, ele contatou seu chefe e disse-lhe que “quer sair”.

Seu chefe também estava preocupado. Nã o adiantava encorajá -lo verbalmente,


ele nã o precisaria passar por todo aquele trabalho se isso pudesse funcionar.

Estando sem escolha, ele recorreu ao uso da habilidade final contra Itami.
“Se você sair agora, nã o aprovo sua licença de fim de ano.” (29, 30 e 31 de dezembro)

"Huh? Entã o vou tentar o meu melhor.”

O chefe de Itami, até hoje, ainda nã o tem ideia de pô r que suas palavras foram
tã o eficazes contra Itami.

Entã o, em um certo dia de verã o, quando Itami estava correndo em direçã o a um


evento de doujinshi, realizado em um canto da cidade pela Linha Shimbashi, algo
inacreditá vel aconteceu.

Um enorme “portã o” apareceu de repente.

Dele emergiu um exército de monstros fantá sticos.

A á rea além do Portã o foi nomeada como Regiã o Especial pelo governo. No
entanto, Itami levou apenas alguns segundos para entender que a terra além do
Portã o era um mundo totalmente diferente.

Entã o, ele se lembrou.

“Nã ooo! Se isso continuar, o Summer Comiket será cancelado!”

Seu pensamento e açõ es perspicazes seriam posteriormente publicados em


todos os principais meios de comunicaçã o.

Quando a cidade de Kasumigaseki e Nagata foi atacada, todos os políticos e


funcioná rios do governo correram para salvar suas vidas, mesmo sem entender a
situaçã o que acontecia ao seu redor. Como nã o havia ninguém ordenando, as tropas
JSDF estacionadas lá nã o puderam ser destacadas. O portã o sul de Sakurada foi
destruído pelo ataque. Com a cadeia de comando da força policial ausente, a polícia
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foi incapaz de tomar açõ es efetivas.

Em meio a essa situaçã o, Itami calmamente agarrou um policial em pâ nico nas


proximidades e apontou para o oeste.

“Evacue os civis em direçã o ao Palá cio Imperial para refú gio!”

Mas ele foi respondido com um “impossível!” Afinal, para o pensamento de um


mero policial, a ideia de buscar refú gio no Palá cio Imperial nã o era uma opçã o que ele
pudesse considerar.

Pode ser, mas o Palá cio Imperial era originalmente o castelo Edo, um lugar
construído como uma estrutura militar que poderia acomodar dezenas de milhares
de pessoas. Na hora de se defender das cavalarias da Idade Média, nã o havia lugar
melhor do que este.

Nã o, eles nã o estavam sendo cercados, entã o eles nã o precisavam segurar o forte


e apenas deixar os civis escaparem para o oeste através do portã o de Hanzou.

Itami e a polícia que perderam contato com a estrutura de comando, mas ainda
queriam proteger os civis, barricaram-se no palá cio imperial com a cooperaçã o dos
refugiados.

Embora os seguranças do palá cio protestassem, bastou uma ordem de uma certa
‘Pessoa Importante’ do Palá cio para apaziguá -los.

O Castelo Edo que foi construído por Tokugawa nunca havia experimentado uma
batalha antes. Ironicamente, depois de centenas de anos de paz, o palá cio finalmente
mostrou seu valor como forte.

Depois disso, o primeiro pelotã o de choque formado por guardas do Palá cio
Imperial e o quarto pelotã o de choque implantado de Ichigaya iniciaram
autonomamente o que mais tarde seria conhecido como 'A batalha defensiva das duas
pontes'.

No entanto, ninguém se oporia à realizaçã o de Itami que salvou milhares de


pessoas algumas horas antes disso. Assim, Itami nã o só recebeu uma comenda do
Ministro da Defesa, como também foi promovido ao posto de Primeiro-Tenente.

E assim, ele ganhou o dia.


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******

Algum tempo depois, no acampamento da força de despacho da regiã o especial.

Era madrugada apó s o terceiro ataque.

O céu claro brilhou na terra cheia de inú meros humanos e carcaças de bestas
fantá sticas que a cobriam.

Houve até wyverns que foram abatidos pelas balas de 40 mm do canhã o AA.

Dizia-se nas lendas que as escamas de um dragã o eram mais duras do que o
pró prio aço. Parecia que a lenda era verdadeira, mas nã o aguentou as balas
perfurantes de 40 mm chovendo sobre elas.

“Entã o, uma cidade cheia de pessoas se foi assim?”

Itami pensou enquanto observava a visã o à sua frente.

O nú mero de inimigos que atacaram Ginza era de cerca de sessenta mil.

Excluindo as criaturas fantá sticas, como os ogros, o nú mero de vítimas desde o


primeiro ataque até o terceiro na noite passada chegou a sessenta mil. Depois de
perder um total de cento e vinte mil soldados, o que o inimigo planeja fazer a seguir?

Nã o havia como determinar a populaçã o deste mundo. Afinal, a missã o deles era
proteger o Portã o e a á rea ao seu redor, entã o eles nã o realizaram nenhum
reconhecimento ainda.

Usando o bom senso, um país ou tribo que perdesse dezenas de milhares de


soldados sofreria um duro golpe. Havia pessoas que pareciam crianças. Nã o,
realmente eram crianças, ou será que uma determinada raça possui tais
características?

Ainda nã o era certo, mas para um país enviar crianças para o campo de batalha,
era uma prova de seu desespero.

Se Itami pensou tã o longe, os outros comandantes definitivamente teriam os


mesmos pensamentos.

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Que havia a necessidade de iniciar uma investigaçã o sobre este mundo.

A fim de garantir uma quantidade considerá vel de territó rio, defender a terra ao
redor do portã o e negociar com o inimigo, havia a necessidade de reunir informçõ es
para formular planos futuros. Felizmente, usando o helicó ptero Kawasaki OH.1, eles
puderam tirar fotos aéreas da terra ao redor do Portã o para fazer um mapa. Se uma
pista fosse construída, drones de reconhecimento nã o tripulados poderiam ser
implantados.

Depois disso, a investigaçã o sobre as cidades humanas, populaçã o, raças,


indú stria, religiã o, cená rio político e cultura do povo poderia ser iniciada.

Como eles investigariam?

Indo diretamente para lá , é claro.

“Isso realmente funcionará ?”

“Nã o se importe se funcionará ou nã o! Você está indo!'

O major Higaki respondeu com voz cansada ao seu subordinado que demorou a
reagir. Itami inclinou a cabeça desconcertantemente com as palavras de seu novo
chefe.

Ele era um oficial servindo na 5ª unidade de combate, um primeiro-tenente que


era uma espécie de fardo. Ele nã o era tã o estú pido para nã o entender sua missã o de
reconhecimento, mas nã o tinha subordinados.

“Será que eu tenho que ir sozinho?”

Nã o havia como ele ficar bem com isso.

“Acho que nunca disse isso. Estou organizando seis equipes de investigaçã o
profunda. Sua missã o é liderar a terceira para contatar os residentes dentro de sua
zona designada e entender sua situaçã o. Pode ser importante para as açõ es futuras do
JSDF, entã o tente ficar do lado deles, se possível.”

“Hmm... Se você diz...”

Assim, Itami coçou a cabeça e se tornou o comandante de pelotã o do terceiro


pelotã o de reconhecimento.
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******

Estados Unidos da América, Casa Branca:

“Senhor. Presidente, aqui está o 6º relató rio sobre o Portã o em Tó quio.”

Depois de passar geléia e manteiga em uma torrada, o presidente Dirrell comeu


antes de receber os papéis colocados em uma pasta por seu há bil assessor.

Depois de dar uma olhada nos poucos papéis, colocou o relató rio sobre a mesa.

“Senhor. Crealon. De acordo com este relató rio, o exército japonês passou por
muitos problemas para passar pelo Portã o, apenas para se fechar atrá s de paredes ao
redor dele como tartarugas?”

“É como você diz, senhor. A ú nica açã o que o JSDF fez recentemente foi fortalecer
sua defesa, nada mais.”

O assessor nã o usou o termo Exército, mas Força de Autodefesa. No entanto, o


presidente nã o se importou com a correçã o indiferente e continuou dizendo.

“Hmph… uma lacuna tecnoló gica esmagadora. Excelentes soldados que passaram
por um treinamento rigoroso. Por que diabos eles estã o hesitando? Me diga o que
você acha.”

“Senhor. Presidente, por favor, permita minha declaraçã o direta. O Japã o


aprendeu com a Guerra Mundial. Que embora tenham um poder de luta avassalador,
para obter o controle total sobre aquelas vastas á reas de terra, apenas usar armas
nã o é suficiente. O que eles podem fazer agora é, depois de compreender
completamente as situaçõ es políticas da Regiã o Especial, adotar a estratégia de
suprimir alvos-chave.”

Isso pode ser visto se considerarmos o nú mero incomum de comandantes de


nível médio na força posicionada além do Portã o. Depois de completar a fase de
proteger o Portã o, eles agora estã o mobilizando pequenos esquadrõ es para coleta de
informaçõ es e trabalho de pacificaçã o.

Depois de enxugar a gordura nos lá bios, o presidente olhou para seu


subordinado.

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“Em outras palavras, o Exército Japonês está investigando a situaçã o na Regiã o
Especial agora?”

“É como diz, senhor presidente. O primeiro-ministro Houjou parece ser um


homem cauteloso e pra nã o apressar as coisas, agora está levando as coisas passo a
passo.”

O presidente Dirrell tomou um gole de seu café.

Depois de assumir uma postura dura contra o Incidente de Ginza com uma
atitude inflexível, o primeiro-ministro Houjou ganhou um impulso inesperado em seu
apoio e agora está politicamente está vel. Assim, nã o havia necessidade de apressar as
coisas como estã o.

Por outro lado, o apoio do presidente Dirrell está indo por á gua abaixo. Ele tinha
que mostrar resultados significativos para o seu povo logo, era assim que a situaçã o
era para ele.

“Meu caro assessor, o Portã o é uma nova terra desconhecida.” “Assim é, senhor
presidente.”

“Deve haver inú meras possibilidades além do Portal. Imagine só .

Recursos intocados, vantagem tecnoló gica esmagadora, natureza nã o poluída.


Para uma economia feita de capitalismo, era como um pote de ouro.

A presença de recursos foi confirmada.

Depois de analisar os equipamentos dos atacantes de Ginza, todos eram feitos de


recursos minerais semelhantes à Terra. Além disso, parece que a Regiã o Especial
pode ser rica em minerais raros, como ouro e diamantes.

A diferença de tecnologias pode ser determinada a partir do design e dos tipos


de armas.

Embora o equipamento parecesse uma obra de arte à primeira vista, era apenas
no nível de itens artesanais. O material e a construçã o nã o eram uniformes e nã o
havia design definido.

Depois de considerar o equipamento das cavalarias e suas estratégias de ataque,


pode-se prever facilmente a sociedade e a produtividade de sua civilizaçã o.

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Além disso, havia a existência de criaturas fantá sticas, feras e demi-humanos do
outro lado do Portã o. Seus genes poderiam ser considerados uma montanha
revolucioná ria de tesouros para os pesquisadores bioló gicos.

Este era o valor do Portã o.

Esse fenô meno antinatural atraiu o interesse de cientistas de todo o mundo.

“Nã o se preocupe, senhor presidente. A América é aliada do Japã o. Com nossos


valores semelhantes e nossos fortes laços econô micos, os benefícios colhidos na
Regiã o Especial devem ser abertos à América. Já é hora de trabalharmos para isso.”

"Nã o é o suficiente."

Falando em açõ es, a Uniã o Européia começou a reagir.

China, Rú ssia, assim como outros países em ascensã o já começaram a agir nos
bastidores pelos benefícios concedidos pelo portã o.

“O problema é até que ponto podemos garantir nossos interesses.”

Esse era o resultado que o presidente Dirrell queria mostrar ao seu povo.

“Portanto, acho que nosso país pode participar mais da açã o. Considerando a aliança
entre o Japã o e a América, que tal enviar nosso pró prio exército para o Portã o?”

No entanto, o assessor balançou a cabeça com pesar.

“Nossas mã os estã o ocupadas com a situaçã o no Oriente Médio e nã o podemos


poupar esforços.”

Além disso, as possibilidades do Portal podem nã o ser todas benéficas. Para


domar os bá rbaros sem educaçã o na Regiã o Especial, grandes quantias de orçamento,
aptidõ es e tempo foram necessá rios. Assim como na época em que os britâ nicos
colonizaram outras naçõ es, apenas usar a força nã o era suficiente.

O presidente suspirou profundamente com a realidade irritante que o impedia


de conseguir o que queria.

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“Com base no relató rio, as batalhas na Regiã o Especial parecem ser intensas?”

“O nú mero de consumo de muniçã o foi alarmante. Mas parecia diminuir. O JSDF


deve ter protegido o Portã o. Afinal, a diferença de equipamento e treinamento é
muito grande.”

“Hmph... Entã o o que devemos fazer?”

“É bom apenas fornecer ao Japã o armas e muniçõ es. Só precisamos avisar a


indú stria de armas. Em seguida, seria a assinatura de um acordo para enviar nosso
pessoal para pesquisas científicas. Depois disso, dependerá da situaçã o.”

Se eles apoiarem demais o Japã o, podem ser arrastados para uma situaçã o ruim.

Muitos países concordaram que o JSDF sendo enviado para a Regiã o Especial foi
por uma causa justa. Mas alguns países, como China e Coréia do Sul, criticaram que o
militarismo do Japã o voltou a aparecer e agora está invadindo outros novamente.

Nã o importa o que o Japã o faça, esses países criticariam suas açõ es de qualquer
maneira, mas ele nã o poderia ignorá -lo, pois sua denú ncia era pú blica. Se o Japã o
decidir monopolizar os lucros da Regiã o Especial, mais países com postura
semelhante surgirã o. Se tal situaçã o surgir, a América nã o estará a salvo de ser
chamada de cú mplice do Japã o.

“Deixe o Japã o tirar a castanha do fogo.”

“Entã o execute um plano adequado quando a situaçã o exigir.” disse o assessor.


No entanto, o presidente Dirrell ainda nã o estava satisfeito.

Por enquanto, o Japã o estava movendo todas as peças certas, nã o permitindo que
a América se envolvesse.

O presidente Dirrell teve que mostrar alguns resultados significativos para seu
povo. No entanto, ele nã o podia simplesmente ignorar os avisos de seu assessor.
Estalando a língua em aborrecimento, ele concordou com o conselho e passou para o
pró ximo tó pico que exigia sua atençã o.

O aparecimento do Portã o teve o segundo maior impacto na histó ria desde a


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descoberta da América por Colombo.

Assim como a descoberta da América fez com que a Espanha se tornasse um


império, o aparecimento do Portã o afetará muito a estrutura do mundo. Assim, todos
os governos do mundo agora estavam de olho nas açõ es que o Japã o tomaria em
relaçã o ao Portã o.

******

Ula Pianca (Castelo Imperial)

Todos os dias, centenas de senhores e nobres visitavam o castelo.

Senadores, nobres e cortesã os se reuniam em reuniõ es, tratando a política como


qualquer outra tarefa.

Nas reuniõ es, eles desfrutavam de comidas deliciosas, dançarinas graciosas,


jogos de azar, cortejando antes de iniciar diá logos... Esse era o sentimento geral. Os
nobres podem até decidir a implantaçã o de exércitos com base no nú mero de jogos
que fazem.

No entanto, com as recentes derrotas assombrando suas mentes, cada um deles


tinha uma expressã o sombria no rosto.

As belas peças de arte agora pareciam pedras na estrada, enquanto a mú sica


graciosa soava oca para elas.

O que levou o Império a manter sua posiçã o dominante entre os países quando
estava sob o reinado do imperador Molt Sol Augustus foi a força militar esmagadora e
a imensa riqueza.

Até uma criança saberia que essas eram as razõ es pelas quais o Império era
temido por muitos países.

Agora, pode-se dizer que o Império perdeu um braço.

Como os generais e nobres da corte faziam parte da expediçã o, houve um grande


nú mero de baixas.

Com uma quantidade tã o grande de mortos, os nobres tiveram que passar o dia
correndo de um funeral para outro.

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O pró prio imperador organizou a cerimô nia com roupas de luto e os dias
preguiçosos do castelo continuaram.

“Sua Majestade, o Exército da Aliança sofreu uma grande derrota. Os mortos e


desaparecidos chegaram a sessenta mil. Se incluirmos os que ficaram feridos, mas
ainda podem retomar as suas funçõ es, sã o cerca de cem mil. Os sobreviventes do
Exército da Aliança retornaram para seus respectivos países.”

Esses nú meros nã o incluíam os ogros, goblins e gigantes. Os demi-humanos que


tinham inteligência inferior eram tratados como cavalos de guerra.

Ao ouvir o relató rio do Ministro do Interior, Marquês Marcus, o imperador


acenou com a cabeça, cansado.

“Assim como planejado. Os senadores covardes que ficaram com medo depois
que sofremos algumas perdas nã o têm mais com o que se preocupar.”

“Mas, o movimento dos inimigos além do Portã o é uma preocupaçã o.”

“Hmm, você está ficando paranoico?”

“Eu nasci com essa minha paranoia. Eu nunca alcançarei tamanha


magnanimidade como Vossa Majestade.”

"Assim seja. Nesse caso, agirei para aliviar as preocupaçõ es do meu fiel lacaio. Este
nã o é um problema tã o difícil. A distâ ncia de Alnus Hill até aqui é longa. Será bom
usar o extenso territó rio do Império como baluarte."

O imperador continuou.

Se os inimigos começarem a mover suas peças, todas as cidades e vilas que


antecedem o Império serã o incendiadas, os poços envenenados e a comida
apreendida até o ú ltimo grã o de trigo. Portanto, em meio à terra devastada, nenhum
exército poderia obter suprimentos e, assim, impediremos o seu avanço. Com isso,
nã o importa o quã o forte seu exército e seus magos possam ser, uma chance para eles
mostrarem sua fraqueza surgiria.

Se nã o houvesse maneira de obter suprimentos localmente, os suprimentos


teriam que ser enviados de seu pró prio país. Seria um fardo pesado para os cavalos.
Dessa forma, o potencial de combate do inimigo seria menor quanto mais perto
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chegasse da capital, dando vantagem ao exército do Império ao lutar perto da capital.

Se eles construíssem fortalezas em vá rios locais e forçassem os inimigos a


sangrar, os inimigos desmoronariam gradualmente sob a pressã o. Essa era a base da
ciência militar deste mundo.

Faça os inimigos avançarem profundamente no territó rio inimigo e acerte-os


quando estiverem cansados. Sem dú vida, era uma tá tica facilmente compreensível e
eficaz em qualquer mundo. No entanto, as tá ticas de terra arrasada transformariam
suas pró prias terras em desertos e seria difícil desfazer o dano. Tais tá ticas
desrespeitavam os meios de subsistência do povo, roubando sua comida e á gua, e o
apoio do povo seria perdido.

Assim, o povo teria ressentimento em relaçã o ao governo que duraria geraçõ es.
Considerando todos esses contras, era difícil emitir tais ordens politicamente. No
entanto…

“Mas… a receita tributá ria diminuiria.”

Marquês Marcus usou de maneira reservada para articular os danos que seriam
causados ao povo.

O imperador apenas disse “Hmph. Apenas cancele alguns desfiles planejados e


adie os planos para a villa imperial. Para o poderoso Império, o sofrimento do povo e
a aprovaçã o dos cidadã os eram coisas tã o triviais. Falou-se do Marquês Casel, fazendo
barulho.”

“Por que eu tenho que me importar com a sanidade do Marquês Casel?”

“Parece que ele e alguns dos senadores estã o conspirando para declarar um
conselho de estado de emergência.”

O conselho do Senado poderia vetar as ordens do imperador. O Senado ainda


tem o poder de demitir o imperador.

Na histó ria do Império, nã o foi baixo o nú mero de casos em que tronos de


imperadores foram ameaçados por deliberaçã o do Senado.

“Hmph, que interessante. Basta deixá -los fazer o que eles querem. Quem sabe,
esta pode ser uma chance de reunir todos esses conspiradores ao mesmo tempo.
Ordene ao Conselho Privado que investigue este assunto.”
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Marcus teve uma expressã o de espanto no rosto por um segundo, mas ainda se
curvou respeitosamente para o imperador.

A arma do imperador contra o Senado era o crime de traiçã o. Exigiu que o


Conselho Privado apresentasse provas para condená -los.

“Parece que muitos dã o por certo o privilégio de ser senador. Acho que é hora de
remover as ervas daninhas.”

O Marquês Marcus curvou a cabeça respeitosamente.

De repente, uma voz clara como um sino cortou o ar silencioso do palá cio. “Sua
Majestade!”

A pessoa desrespeitosa que apareceu diante do imperador era a princesa. Em


outras palavras, uma das filhas do imperador.

Ela tinha cabelos vermelhos como chamas e pele de porcelana branca que era
acentuada por sua vestimenta de seda branca. Ajoelhada sobre um joelho, ela exibia
etiqueta impecá vel da corte.

“Qual é o problema?”

“O Império agora está tendo uma emergência. O que Vossa Majestade fez para
conter esse problema? Vossa Majestade está ficando senil?”

Essas palavras afiadas emergiram de seu belo rosto.

Percebendo que havia outro que confundia privilégio com autoridade, o


imperador Molt sorriu amargamente.

A língua da princesa estava afiada como sempre.

“Sua Alteza, que assuntos urgentes você tem para invadir os aposentos de Sua
Majestade?”

Se a terceira filha do imperador, Piñ a Co Lada, apenas ficasse sentada com um


sorriso no rosto, ela pareceria uma obra de arte inigualá vel. No entanto, sua língua
afiada foi dita por ter feito homens fracos desmaiarem, o que era infame no Império.

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“Obviamente, é sobre os bandidos que ocupam Arnus Hill. Parece que até hoje a
colina ainda está sob seu controle. Eu nã o poderia imaginar que Vossa Majestade
ainda estaria sentado com uma postura tã o relaxada depois de ouvir o que aconteceu
com o Exército Aliado. Marquês, você relatou os fatos a sua majestade?”

“Sua Alteza, eu certamente dei o relató rio. O Exército da Aliança sofreu pesadas
perdas, mas eles se defenderam bravamente contra a invasã o do inimigo no
Continente Falmat. Graças ao corajoso Exército da Aliança que sacrificou suas vidas
na batalha, o inimigo que recebeu danos físicos e psicoló gicos e estã o tremendo de
medo enquanto construíam fortes fortes em pâ nico, escondendo-se como ursos
hibernando. Esses inimigos nã o sã o nenhuma ameaça para nó s.”

Depois de ouvir as palavras do Marquês Marcus, Piñ a respondeu com um 'hmph'.

“Nã o sou mais criança, sei que a maneira como as coisas sã o colocadas importa.
Mas transformar a derrota completa de um exército em vitó ria é algo inédito para
mim.”

"É a verdade."

“Entã o você vai sacrificar a verdade e pintar os livros de histó ria com suas
mentiras?”

“Mesmo se você colocar assim, nã o posso responder.”

“Seu cortesã o astuto! A Colina Sagrada de Arnus ainda nã o está sob o controle
total do inimigo? Eles defenderam com sucesso? A verdade é que o sopé da colina está
cheio de cadá veres.”

“É verdade que sofremos algumas perdas…”

“Entã o, o que vamos fazer a partir de agora?”

O Marquês Marcus se fez de bobo enquanto explicava a ela os projetos como o


recrutamento de novas tropas e seu treinamento. Piñ a estalou a língua irritantemente
com as palavras de Marcus que qualquer um que fosse relacionado ao exército
saberia.

“Quantos anos você acha que vai demorar? Você poderia garantir que os
inimigos de Arnus Hill ficariam quietos e esperassem?”

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“Sua Alteza. Estou ciente disso. Mas atualmente, tudo o que podemos fazer é
seguir as etapas de recrutamento, treinamento e reconstruçã o do exército. Mesmo os
estados vassalos perderam suas tropas. Mesmo que outro Exército da Aliança fosse
formado, o tempo necessá rio para que isso se tornasse realidade seria proporcional à
força nacional. Mesmo que os outros países reconstruíssem seus exércitos depois de
nó s, eles os alcançariam mais cedo ou mais tarde.”

Ao ouvir isso, Piñ a exclamou surpreendentemente:

“Será impossível nos defendermos dos invasores se esperarmos tanto tempo!”


Suspirando, o imperador Molt ergueu a mã o para impedir a briga.

Com base em suas observaçõ es, Piñ a tinha a tendência de causar agitaçã o. Os
sem responsabilidades eram assim; sempre criticando, mas nã o tinha sugestõ es
construtivas. Mesmo que fizessem sugestõ es, era tudo uma ilusã o que desrespeitava a
tradiçã o e o status social dos outros. Se alguém expressasse objeçõ es contra eles, eles
responderiam perguntando "O que você faria entã o!"

Por exemplo, a ú nica soluçã o agora é seguir os passos que o Marquês Marcus
disse. Ganhar tempo para isso dependeria da diplomacia. Para conseguir isso, o plano
do imperador de reunir as tropas do país vassalo e eliminá -las de uma só vez foi bem-
sucedido.

O imperador resignado encolheu os ombros e disse à filha. “Se você colocar dessa
forma, Piñ a, tenho algo a dizer.”

“Sim sua Majestade?”

“Em relaçã o aos inimigos da colina de Arnus, as informaçõ es que temos em


nossas mã os agora sã o muito limitadas. Por que você nã o vai dar uma olhada?Eu?"

“Sim. Ainda estamos reconstruindo o exército do Império, entã o estamos sem


batedores e nã o podemos retirá -los de nosso exército permanente. O alistamento e o
treinamento de novos recrutas precisarã o de tempo, como disse o Marquês Marcus.
As ú nicas tropas livres e adequadamente treinadas seriam a sua Ordem dos
Cavaleiros. Isso é se os cavaleiros nã o sã o seus companheiros de jogos de faz de
conta…”

Sob o olhar provocador do imperador, Piñ a calou a boca.

O tempo necessá rio para viajar até Arnus Hill era de dez dias a cavalo.
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Foram as perigosas linhas de frente, onde dezenas de milhares de soldados
morreram. Agora ela e sua Ordem dos Cavaleiros tiveriam que correr sozinhas para
lá …

Além disso, nã o seria pra uma batalha magnífica, mas uma simples viagem de
reconhecimento.

Para os cavaleiros, que eram ridicularizados por estarem jogando um jogo de faz
de conta, embora se orgulhassem de receber missõ es, o conteú do da missã o era
insatisfató rio.

Além disso, ela e sua ordem de cavaleiros nã o tinham experiência em uma


batalha real. Ela e seus cavaleiros poderiam completar com sucesso esta missã o
perigosa?

O olhar do imperador carregava o significado de 'se você nã o quer, entã o cale a


boca'.

“Bem entã o. Você aceita esta ordem?”

Cerrando os dentes, Piñ a levantou a cabeça com um olhar determinado e... “eu
farei isso.”

Depois que ela disse aquelas palavras orgulhosas, o Imperador Molt respondeu
cerimoniosamente. “Umu, entã o esperarei ansiosamente por suas conquistas.”

“Bem, entã o, pai. Estarei a caminho.

Com isso, Piñ a Co Lada deu as costas ao trono pra sair do salã o.

Itami murmurou para si mesmo. Enormes aglomerados de nuvens flutuavam no


céu, sem utilidade e postes telefô nicos obscurecendo a visã o. O céu estava claro, nã o
importa para onde ele olhasse.

“Você também pode ver a mesma paisagem em Hokkaido.”

O sargento Kurata respondeu do banco do motorista. Ele veio da guarniçã o em


Hokkaido.

“Quanto a mim, eu esperava um lugar onde á rvores gigantes vagam, enormes


dragõ es voam e fadas zumbiam por aí. Mas os humanos que vimos na aldeia até agora
sã o todos humanos e o gado é apenas gado e ovelhas, que decepçã o.”

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Kurata tinha acabado de terminar seu curso de sargento e tinha apenas 21 anos.
Depois de conhecer Itami e sua abordagem casual nas relaçõ es hierá rquicas, Kurata
falou sem reservas.

Com o céu azul como pano de fundo, um comboio militar de cor verde percorreu
as planícies em fila ú nica.

Liderando o caminho estava um caminhã o leve Type 73, com um High Mobility
Vehicle (HMV) atrá s dele e um Light Armor Vehicle (LAV) bem atrá s.

Em palavras simples, os dois da frente eram jipes e o de trá s era um veículo


blindado.

Itami estava sentado no HMV no meio do comboio.

Atrá s dele estavam os membros do Terceiro Pelotã o de Reconhecimento, sob seu


comando. Três veículos e doze membros, essa era a força total desse pelotã o.

O sargento-mor Kuwahara Soichiro, que estava no banco de trá s com seu mapa
estendido, inclinou o rosto para o banco do motorista.

“Ei, Kurata, você poderá ver um pequeno riacho em breve. Vire à direita e siga
por ela, e logo chegaremos a uma floresta. Essa seria a floresta que o chefe da Aldeia
Coda mencionou.”

Orientando-se por meio de uma bú ssola e um mapa feito por meio de fotografia
aérea, o sargento-mor Kuwahara, que dava orientaçõ es, trabalhou desde o posto de
soldado raso e tinha cinquenta anos. Ele tinha vasta experiência como treinador no
departamento de treinamento e era respeitado e temido pelos recrutas que o
chamavam de 'Oyatsu-san'. Kurata completou seu treinamento militar bá sico como
recruta em Sobuyama sob a tutela do sargento-mor Kuwahara.

Nã o havia satélites neste mundo, entã o o GPS nã o podia ser usado. Portanto, eles
só podiam contar com mapas e bú ssolas. Somente aqueles que eram experientes
poderiam lidar com essa tarefa, entã o Itami empurrou a operaçã o do pelotã o para
Kuwahara.

“Tenente Itami, tenho uma sugestã o. Vamos parar antes da floresta e montar
acampamento lá .”

Itami olhou para trá s para expressar sua concordâ ncia quando ouviu o que
Kuwahara disse. Kuwahara acenou com a cabeça em resposta e pegou o fone do rá dio.
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Kurata checou sua distâ ncia do LAV atrá s dele através do espelho retrovisor.

“Hmm, tenente Itami, nã o vamos dirigir até lá de uma só vez?”

“Se formos para a floresta agora, precisaremos passar a noite lá , certo? Passar
uma noite em uma floresta com sabe-se lá quais criaturas nela? Eu vou passar isso.
Mesmo que haja uma aldeia como indicada pela inteligência, nó s os alarmaríamos se
chegá ssemos à noite, correto? Nó s somos o JSDF que ama a paz e os cidadã os, como
poderíamos fazer movimentos tã o ameaçadores?”

“É por isso que apenas um pequeno grupo entrará na floresta.” disse Itami.

O objetivo do reconhecimento era se comunicar com os locais e saber mais sobre


as pessoas. Seria mais conveniente viajar de helicó ptero, mas eles propositadamente
optaram por viajar por terra para interagir com os nativos de lá .

Oprimi-los com violência nã o era seu objetivo. Eles tiveram que fazer o possível
para evitar a ira dos habitantes locais. Essa foi a diretriz para esta operaçã o.

Eles visitaram três assentamentos até agora e tentaram conversar com os


nativos desta terra. Todos eles disseram que a guerra era assunto dos senhores e nã o
tinha nada a ver com eles, e nã o pareciam expressar antipatia ou ó dio por Itami e os
outros. Nesse caso, o grupo de Itami nã o precisou fazer coisas desnecessá rias para
complicar seu trabalho.

“Eh-”

Itami tirou um caderno de capa preta do bolso do peito e folheou até a pá gina
que detalhava frases comuns nos idiomas locais e começou a praticar. Estes foram
escritos por especialistas em linguagem depois que eles questionaram os prisioneiros
do incidente de Ginza.

“Sabaru, haru, ugutu—? (Olá , como vai?)”

“Totalmente monótono, você não deveria frequentar uma escola de idiomas primeiro?”
<TL: linha de um comercial>

"Cale-se!"

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Itami derrubou o capacete de Kurata.

E assim, o Terceiro Pelotã o de Reconhecimento alcançou a planície antes da


floresta. A primeira coisa que chamou a atençã o deles foram colunas de fumaça negra.

"A merda está pegando fogo, yo."

Itami manteve os olhos na fumaça no céu e respondeu a Kurata "Sim, está tudo
queimando." Cintilaçõ es de fogo podiam ser vistas na floresta.

“Entã o este é o poder da natureza.”

“Você quer dizer um filme de monstro?”

Kuwahara entregou seu binó culo a Itami ao dizer isso e apontou levemente para a
direita.

Itami olhou para o lugar que Kuwahara apontava.

“Isso é!”

Uma criatura gigante que parecia um T-rex com asas estava queimando o chã o
com chamas.

“Rei Ghidorah de cabeça ú nica?”

Kurata retrucou: “Você é velho pop desatualizado, isso é um dragã o.”

Kuwahara era de uma geraçã o que pensava em Ri Sho Ryu (Bruce Lee) quando
ouvia o termo Ryu (Dragã o). Era por isso que o diá logo deles estava fora de sincronia.

Uma pequena funcioná ria do Corpo de Exército Feminino (WAC) desceu do


caminhã o Tipo 73 na frente e correu.

Dois WACs foram designados para este pelotã o de reconhecimento. Ao interagir


com os nativos, seria melhor que as mulheres estivessem presentes, daí sua
implantaçã o. Por exemplo, em naçõ es islâ micas cheias de tabus, seria melhor para as
mulheres conversarem com as mulheres.

“Tenente Itami, qual é o problema? Nã o podemos simplesmente ficar aqui. Era a


sargento Kuribayashi.

A maioria dos JSDF masculinos perguntava a ela se seu equipamento era muito

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pesado depois de vê-la. Ela estava coberta com tanto equipamento que parecia que
ele a estava movendo. No entanto, qualquer um que tentasse intimidá -la por causa de
sua pequena estatura teria um destino terrível. Afinal, ela era uma guerreira que
tinha uma insígnia de combate corpo a corpo.

“Os dragõ es têm o há bito de cuspir fogo em florestas desertas?”

Mesmo que ela fosse questionada, nã o havia como Kuribayashi saber a resposta.
Mas ela nã o respondeu “nã o sei” diretamente e adotou uma atitude atrevida.

“Tenente, se você está curioso sobre o comportamento dos dragõ es, por que nã o
dar uma olhada no que está atacando?”

Ela perguntou em vez disso.

“Kuribayashi-chan, estou com medo de ir sozinho, você pode ir comigo?”

“Eu absolutamente nã o quero.”

“Ah, é mesmo?”

Itami coçou a cabeça com força e disse:

“Encontre uma posiçã o adequada para se proteger e veja como fica. Depois que o
dragã o partir, entraremos na floresta e prestaremos ajuda aos sobreviventes.”

Eles tinham informaçõ es indicando que havia uma aldeia na floresta.


Provavelmente era isso que o dragã o estava atacando, pensou Itami.

No final, o grupo de Itami só entrou na floresta na manhã seguinte.

O fogo queimou durante a noite, expelindo uma fumaça que impediria qualquer
reconhecimento. Graças à chuva que caiu à meia-noite, o incêndio florestal finalmente
acalmou e eles puderam entrar na floresta.

A visã o dentro da floresta era completamente clara.

As folhas foram queimadas e os troncos das á rvores reduzidos a carvã o. Fios de


fumaça subiam do chã o enegrecido.

O calor residual ainda permanecia no solo e eles podiam sentir o calor nas solas
dos pés.
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“Seria um milagre se houvesse sobreviventes.”

Itami concordou com Kurata, mas ele ainda se dirigiu para a aldeia de qualquer
maneira. Depois de uma caminhada de duas horas, eles finalmente chegaram a uma
clareira sem á rvores.

Se a floresta nã o tivesse sido queimada, levaria, pelo menos, meio dia para
chegar aqui.

Examinando a á rea, Itami pô de ver sinais de vá rios edifícios. Se ele olhasse de


perto... Nã o, ele nã o precisava, ele podia ver vá rios objetos enegrecidos em forma
humana. Em vez de objetos com forma humana, seria mais apropriado chamá -los de
mú mias queimadas.

“Tenente, estes sã o…”

“Nã o diga isso, Kurata…”

“Bleh, eu vou vomitar.”

Kurata esfregou seu abdô men enquanto olhava ao redor.

Atentos aos ataques, eles caminharam lentamente pelos restos da aldeia.

Todos os prédios foram queimados. Tudo acima do chã o de pedra foi destruído,
reduzindo tudo a pilhas de escombros. Cadá veres enegrecidos jaziam sob essas
estruturas.

“Sargento Nishina, pegue Katsumoto e Tozu e procure no leste. Kurata,


Kuribayashi; vamos tomar o oeste.Procurar?”

“Para que?”

Em resposta à pergunta de Kuribayashi, Itami deu de ombros e respondeu:

“Erm~ Sobreviventes?”

Depois de procurar por cerca de uma hora, eles confirmaram que provavelmente
nã o havia sobreviventes nesta aldeia.

Itami enxugou o suor enquanto se sentava ao lado de um poço. Os outros


membros ainda estavam procurando nas coisas usadas pelos aldeõ es aqui e estavam
vagando por ai.
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Imediatamente, Kuribayashi correu até ele com uma prancheta.

“Tenente, há três prédios grandes e vinte e nove prédios de médio a pequeno


porte nesta vila. Confirmamos vinte e sete corpos, é muito pouco. Alguns podem ter
sido esmagados pelos escombros quando os prédios estavam queimando.”

“Digamos que haja três pessoas por prédio, deve haver noventa pessoas nesta
vila. Incluindo famílias maiores, deve haver cerca de cem aqui. Eles foram
exterminados ou se esconderam em algum lugar?”

“Que brutal.”

“Sim. Vou precisar relatar a existência de enormes dragõ es que atacam as aldeias
de volta à base.”

“Durante as batalhas defensivas do Portã o, havia wyverns inimigos montados


também. Esses eram bem menores do que vimos ontem, mas suas escamas
aguentavam o impacto de muniçõ es de 7,62 mm. Mal perfuramos suas barrigas
macias com balas de 12,7 mm.”

A amplitude do conhecimento de Kuribayashi fez Itami arregalar os olhos.

Ele tinha ouvido rumores sobre a coleta de carcaças de wyvern e os testes de


dureza realizados em suas escamas, mas nã o sabia dos resultados. Em condiçõ es
normais, balas de 7,62 mm podem perfurar chapas de aço de 10 mm. O que
significava que as escamas dos wyverns eram mais duras do que isso.

“Exatamente como um APC.” “Isso mesmo”

Itami percebeu que estava ficando sem á gua depois de colocar a boca no cantil.
Depois de girá -lo por um momento, ele olhou em volta e percebeu que havia um poço
atrá s dele. Agarrando o balde ao seu lado, preparou-se para baixá -lo no poço e puxá -
lo para cima com a corda.

“Parece que precisamos investigar onde fica o ninho do dragã o e sua á rea de
atividade.” Dizendo isso, jogou o balde no poço.

Quando ele fez isso, ele ouviu um “donk” agudo. “Hmmm?”

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Normalmente, deveria ser o som de algo caindo na á gua.

Em vez disso, ele esperava um som de respingos, entã o Itami olhou para o poço
surpreso. Kuribayashi se inclinou para frente e olhou para baixo com curiosidade
também enquanto murmurava “O que é isso?”

E entã o…

Havia uma jovem com longos cabelos dourados e uma protuberâ ncia na cabeça
flutuando na á gua como uma marionete com as cordas cortadas.

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“Tuka, levanta rá pido.”

A jovem foi despertada por seu pai de seus sonhos. “Pai, o que é isso? Eu estava
dormindo tã o bem.”

Ela se levantou e disse enquanto esfregava os olhos.

Olhando ao redor, viu a brilhante luz do sol brilhando em seu quarto.

Ser despertada do seu cochilo da tarde a deixou tonta. Mas ela ainda notou que a
expressã o de seu pai quando a acordou era estranha.

Ela podia ouvir barulho de pessoas correndo e gritando, a vila estava um caos.
Ela entendeu a partir dessa atmosfera que tinha algo grande acontecendo..

"O que está acontecendo?"

Tuka encontrou a resposta sozinha. Do lado de fora da janela, a figura de um


dragã o gigante podia ser vista no céu. Nã o havia dragõ es fazendo ninhos por aqui,
entã o essa era a primeira vez que ela via um. Claro, Tuka aprendeu sobre eles com as
liçõ es gerais de seu pai quando era jovem.

“Isso é um Dragã o de Chamas?”

“Isso mesmo.”

Seu pai segurava um arco, a arma comum dos elfos. E ele estava tirando as
flechas valiosas da gaveta, aquelas com ponta de mithril e penas.

O pai vai lutar?

Tuka pegou seu arco de confiança por reflexo.

No entanto, seu pai a interrompeu verbalmente.

“Por favor, nã o.”

“Por que?”

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“Você precisa escapar.”

“Eu também quero lutar.”

“Nã o, se alguma coisa acontecer com você, sua mã e vai me repreender.”

Seu pai só menciona sua falecida mã e quando ele absolutamente precisa que ela
o ouça. Mas a filha que já estava madura mentalmente o rejeitou com um sorriso.

“Se o oponente é um Flame Dragon, nã o importa para onde eu corro. E é melhor


ter mais um soldado, certo?”

Dizia-se que a comida favorita dos Flame Dragons carnívoros era a carne de Elfos
e Humanos. Se eles nã o derrotarem o Dragã o de Chamas aqui, ele os perseguirá pelo
cheiro, nã o importa para onde corram. Nã o importa o quanto os elfos ou humanos
terrestres corram, eles nã o serã o capazes de escapar do dragã o voando no céu.

Do lado de fora da janela, os guerreiros atiravam suas flechas para o ar ou


convocavam espíritos do vento e da á gua para atacar o Dragã o de Chamas. No
entanto, eles eram basicamente ineficazes.

Em vez disso, o fogo expelido pelo Flame Dragon queimou as pessoas, fazendo-as
gritar. Mulheres e crianças que tentavam escapar foram apanhadas pelas chamas e
reduzidas a uma batata frita.

Seus espasmos de morte atingiram os ouvidos de Tuka, fazendo-a franzir as


sobrancelhas. “É perigoso aqui, vamos sair!”

O pai agarrou a mã o de sua Tuka, enquanto ela segurava seu arco e flecha com força.
Gritos angustiantes encheram o ar.

Quando Tuka saiu de sua casa, ela viu a garota com quem ela cresceu dilacerada
pelas presas do Dragã o de Chamas.

“Yuno!”

Sea querida amiga foi comida. Aceitando esse fato, Tuka preparou seu arco
rapidamente. Ela podia ser jovem, mas era uma elfa que era ó tima com arco desde o
nascimento e nã o era fraca.

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Ela puxou a corda com toda a força e soltou, mas sua flecha foi desviada.

Além de Tuka, os outros guerreiros élficos dispararam inú meras flechas contra o
Flame Dragon, mas todos foram bloqueados pelas suas pesadas escamas sem causar
nenhum dano.

Depois de mastigar e engolir a garota Elfica, o Flame Dragon virou seus olhos
gigantes, pegando sua pró xima presa.

“Yu, Yuno ela, Yuno…”

No momento em que o Dragã o de Chamas olhou para ela, Tuka foi dominada pelo
terror.

Ela nã o conseguia se mover, embora quisesse escapar, nã o conseguia falar,


embora quisesse gritar. Apenas olhar para o dragã o a fez congelar de medo. Tuka
parecia ter perdido a alma, até mesmo sua vontade de escapar desapareceu sem
deixar vestígios.

“Tuka, Nã o!”

Seu pai atirou sua flecha enquanto convocava os espíritos. “Ainu, uur nya pilin o
poldore variarar ilya”

Com a ajuda do espírito do vento, a flecha brilhante voou em direçã o ao olho do


Flame Dragon.

Naquele instante, o uivo do Flame Dragon sacudiu o ar. Isso fez com que todos se
perguntassem se a onda de choque destruiria todas as criaturas vivas ao redor.

“O olho! Mirem no olho!”

Os guerreiros concentraram suas flechas na cabeça dele. Atirar no dragã o no


chã o era bom, mas mirar no olho de um dragã o voador era difícil até mesmo para
elfos que eram mestres arqueiros.

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O Flame Dragon mudou seu alvo para o elfo que o feriu.

Usando gigantescos pilares de chamas, queimou a vila e despedaçou os


guerreiros com suas garras e presas. Ele golpeou, pisoteou e engoliu.

“Tuka, você deve correr!”

O pai rugiu para a filha. Mas sua ela apenas ficou lá , imó vel.

Seu pai gentil nunca havia falado tã o alto antes, ele era apenas um pai bom e
manso normalmente. No entanto, durante esses momentos de crise... Quando ele
precisava ser corajoso e violento, ele também conseguia.

Antes que sua filha fosse pega entre as mandíbulas do dragã o, o pai a agarrou. E
entã o a pegou e correu.

"chega!!"

As vozes do guerreiro se misturaram como um coro.

Algumas das muitas flechas atingem as lacunas da escama do dragã o, a boca e a


base das garras.

No entanto, o dragã o era destemido enquanto seu enorme corpo descia. O pai
disse à filha.

“Você deve se esconder aqui, certo?”

Ele entã o jogou sua filha no poço.

A ú ltima coisa que ela viu antes de ser jogada foi uma boca gigante e garras
afiadas se fechando nas costas de seu pai.

Ela passou muito tempo no poço.

A aldeia e a floresta em chamas podiam ser ouvidas claramente. As cinzas caíram


no poço junto com os rugidos e gritos dos guerreiros.

Estar submersa até a cintura na á gua fria a fez estremecer. Ela estava com medo,
tensa, inquieta e suas lá grimas continuavam escorrendo.

Antes que ela percebesse, o barulho parou.

O que ela podia ouvir era sua respiraçã o e batimentos cardíacos, bem como a
ondulaçã o da á gua. O céu azul ficou preto antes que ela percebesse. Mas de alguma
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forma, a á rea ao redor do poço ainda estava bem iluminada. O fogo queimando a
aldeia brilhou no poço.

Ela nã o sabia quanto tempo havia se passado quando começou a chover.

Seu corpo inteiro estava encharcado, a á gua encharcou seu rosto e entrou em
seus olhos. Mas ela nã o conseguia desviar o olhar do céu.

“Ah Tuka, você está bem?”

Seu pai mostrou o rosto ao dizer isso. Ela já tinha visto essas alucinaçõ es vá rias
vezes.

No entanto, ela nã o ouviu ninguém, por mais que esperasse.

A ideia nojenta de que todos já estavam mortos surgiu em sua mente, esmagando
seu coraçã o.

“Pai... Salve-me.”

A á gua do poço estava fria. O frio, o cansaço e a fome sugavam de Tuka as forças
para se manter afastada. O desespero roubou sua vontade.

“Nesse ritmo, acho que vou morrer?”

Pensou Tuka. Era insondá vel, mas ela nã o tinha medo da morte. Ou talvez fosse
melhor se ela simplesmente morresse assim. Ela seria libertada do medo e do mal-
estar se morresse. A solidã o e a tristeza também se dissipariam. A morte era a ú nica
maneira dela se livrar de todo esse sofrimento, era assim que ela se sentia.

De repente, ela pareceu ouvir a voz de alguém acima do poço.

Ela olhou para cima, apesar de sua consciência turva. Sua visã o foi
completamente coberta por algo que parecia um balde de madeira.

Um som de 'donk'.

Uma dor aguda semelhante a respirar especiarias profundamente pelo nariz


encheu sua visã o de estrelas.

Sua consciência se afastou. “Oiawmjeiofjpo aiojaioejf”

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Ela sentiu suas bochechas sendo esbofeteadas e ouviu vozes interrogativas.

De sua visã o turva, ela viu alguém olhando para ela, ele se parecia muito com seu
pai.

“Pai…”

"É um elfo, tenente."

Sargento Kurata disse e Itami responderam “Parece que sim.”

“E uma elfa loira também. Ku~~~ há esperança!”

“Kurata, você acha os Elfos moe?”

"Nã o. Se eu tiver que escolher um, vou preferir o tipo sexy. Se existem elfos, deve
haver bruxas luxuriosas, sú cubos puros, garotas vampiras apaixonadas e garotas
monstro elegantes, certo? A propó sito, uma linda garota lobisomem travessa também
está bem.”

Imagens de doujinshi R18 descrevendo essas garotas vieram à mente de Itami...


Mas ele sentiu um pouco de medo de que elas realmente existissem.

As Beast Girls provavelmente pareceriam mais realistas do que a atriz que usava
maquiagem no musical baseado em um mangá de Tezuka. Se as bruxas e vampiros de
que Kurata falou realmente existissem, elas definitivamente seriam moe.

“Bem, a chance delas existirem é definitivamente maior agora.”

“Elas, elas definitivamente existem!”

Afastando-se de Kurata, que parecia estar queimando enquanto cerrava o punho


e dizia "How moe!", Itami o animou com "Bem, boa sorte". De uma distâ ncia.

Kuribayashi e outrs WAC, Sargento Kurokawa Mari, estavam ocupadas tirando as


roupas encharcadas da garota que parecia ter dezesseis anos, e enrolando um
cobertor em volta dela.

Embora os homens quisessem assistir a essa cena, era impossível com a ameaça
de puniçã o do punho de ferro da Kuribayashi. Eles nã o podiam nem chegar perto.

Itami só podia observar de longe enquanto enrolava as cordas depois de entrar


no poço. A á gua que encharcou suas roupas no fundo do poço era fria, e suas botas
faziam barulho por causa da á gua dentro delas.
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Os outros membros usaram suas pá s pra cavar buracos para os cadá veres ou
limpar os escombros e coletar artefatos. Eles reuniram mó veis e louças usados no dia
a dia dos moradores, além de itens que sobreviveram ao incêndio, como arcos e
flechas. Afinal, filmar e fotografar era um trabalho importante, eles precisavam trazer
essas informaçõ es de volta.

Itami se abaixou para tirar as botas e as virou de cabeça para baixo. A á gua
derramou num esguicho. Ele nã o queria usá -la imediatamente, mas nã o conseguia
andar sem ela. E assim, ele enfiou jornais de sua bolsa dentro delas para absorver o
má ximo de á gua possível, depois espremeu a á gua de suas meias antes de colocá -las
novamente.

Momentos depois, a sargento Kurokawa (que era uma enfermeira licenciada) se


aproximou.

Ela cumprimentou Itami, entã o ele teve que retribuir a saudaçã o. No entanto,
Itami, que mal tinha 170 cm, teve que olhar para a Sargento Kurokawa, que tinha 190
cm de altura.

Kuribayashi, que usou todos os tipos de maneiras de contornar o requisito de


altura mínima, e Kurokawa foi chamada de beanpole e shortstack WAC do 3º
reconhecimento.

“A temperatura corporal dela voltou ao normal. O galo na cabeça que parecia


algo saído de um mangá havia diminuído, acho que ela vai ficar bem ... Mas o que
fazemos a seguir? Nã o podemos ficar aqui muito tempo, e seria muito desumano
deixar essa garota aqui sozinha.

Kurokawa disse em um tom calmo e tranquilizador.

Ao contrá rio da Kuribayashi de pavio curto e impetuosa, a Kurokawa alta era


educada e quieta em contraste.

“Parece que toda a vila foi destruída e nã o podemos simplesmente abandonar


alguém que salvamos. Para mantê-la segura, devemos levá -la conosco.”

Kurokawa sorriu. Itami sentiu que o tempo passava devagar quando estava com
essa senhora, que incompreensível.

“Eu tinha certeza que você diria algo assim, tenente.”


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“Você quer dizer que sou um verdadeiro humanitá rio, certo?”

“Bem, eu me pergunto sobre isso? Eu estava pensando que você tem um gosto
especial ou porque aquela garota é uma elfa, tenente. Seria rude da minha parte dizer
mais.”

Itami começou a suar profusamente, no pescoço, na gola e nas roupas.

De acordo com o cronograma, eles precisam visitar mais duas ou três aldeias,
mas a garota élfica precisava de atendimento médico de emergência, entã o Itami
planejou voltar atrá s e retornar à base. Depois de configurar a antena para buscar
conselhos da base, ele recebeu uma resposta do tipo 'sim, tudo bem, continue com
isso'.

“Sargento Major Kuwahara… É assim mesmo, estarei contando com você. Vamos
voltar para a vila de Kouda.”

Depois que Itami disse isso, ele se sentou no banco do passageiro do HMV.
Kurata dirigirá e Kuwahara comandará todo o pelotã o do banco de trá s. Para cuidar
da elfa, Kurokawa ficou com ela.

O terceiro pelotã o de reconhecimento partiu mais uma vez.

A viagem de volta também foi tranquila. Era difícil acreditar que apenas esta
manhã um dragã o estava voando e aniquilou uma vila inteira.

Um céu claro sem nuvens e vastas planícies a perder de vista.

Quase metade do dia de viagem foi gasto na poeira levantada pelo comboio.
Comparado com a hora em que chegaram, o pelotã o de reconhecimento estava mais
enérgico e parecia fugir.

“Seria terrível se o dragã o nos perseguisse.”

“Nã o diga isso, pode simplesmente acontecer.”

Quando ouviu essas palavras do banco do motorista, Itami nã o pô de deixar de


retrucar.

A estrada nã o era pavimentada e a suspensã o do veículo nã o conseguiu absorver


completamente o choque, por isso tremeu muito.

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Kurokawa mediu a pressã o sanguínea e o pulso da garota e com a cabeça
inclinada.

“Qual é a pressã o sanguínea normal e a frequência cardíaca dos elfos?” Ela


perguntou, o que deixou Itami perplexo. “Seus sinais vitais se estabilizaram, mas
estã o um pouco baixos em comparaçã o com o normal para humanos.” Ela relatou.

“Ela está bem?”

“Sua respiraçã o se acalmou, sua pressã o arterial, frequência cardíaca e


temperatura estã o está veis. Ela nã o está suando anormalmente… Ela está bem para
os padrõ es humanos.”

Kurokawa, que nã o conhecia a biologia dos Elfos, só poderia responder dessa


forma. Itami sentiu que entrar em contato com os locais e conversar com o elfo seria o
melhor curso de açã o.

Os aldeõ es de Kouda deram as boas-vindas ao grupo de Itami com um


sentimento do tipo 'Oh, você está aqui de novo'. Eles nã o eram hostis e apenas os
cumprimentavam casualmente.

Itami olhou para seu dicioná rio enquanto falava com o chefe da aldeia e
explicava a situaçã o, como eles encontraram a aldeia na floresta conforme as
instruçõ es, como ela havia sido reduzida a cinzas pelo ataque do dragã o, etc.

“O que? Aniquilado? Isso é terrível!”

Itami folheou seu minú sculo dicioná rio e escolheu a frase para dizer.

“Também~. Entramos na floresta. Pá ssaro grande. Floresta incendiada. Aldeia


incendiada.”

Nã o havia palavras apropriadas, entã o Itami disse 'grande pá ssaro' enquanto


esboçava a imagem de um dragã o em seu caderno. Itami era bom em fazer essas
ilustraçõ es.

O rosto do chefe empalideceu quando viu o esboço.

“Isto, isto é um dragã o, e ainda por cima um Dragã o de Chamas!”

O vocabulá rio de Itami aumentou com essas novas palavras. Ele escreveu as
palavras para dragã o em romaji.

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“Dragã o, respire fogo. Humanos, muitos queimados.”

“Nã o humanos, você quer dizer elfos. Aqueles que vivem lá sã o elfos.”

Usando a linguagem deste mundo, o chefe repetiu 're-namu' vá rias vezes. Itami
anotou em seu dicioná rio nas pá ginas ‘E’ e escreveu ‘Elf/ Re-namu’.

"Sim. Elfos lá . Muitos morreram.”

“Estamos muito gratos por você ter nos contado isso. Temos que alertar as
aldeias pró ximas. Os dragõ es que conhecem o gosto de elfos e humanos atacarã o vilas
e cidades quando sentirem fome.

Para expressar sua gratidã o, o chefe apertou a mã o de Itami e gritou para sua
família e as pessoas ao seu redor.

Quando souberam que um dragã o atacou uma aldeia élfica, o rosto dos aldeõ es
empalideceu e eles fugiram.

“Uma pessoa, garota salva.”

As palavras de Itami fizeram o chefe erguer a cabeça com um 'Oh'. O chefe foi
entã o conduzido ao compartimento traseiro do HMV para mostrar a ele a menina
loira inconsciente.
“Que trá gico. Esta criança foi deixada sozinha, todos que ela conhecia se foram.”

O chefe acariciou os cabelos loiros da garota Elfica. A cultura deles pode ser
diferente, mas a vila Kouda teve alguma interaçã o com a vila élfica.

Os Elfos vigiam a floresta, impedindo os caçadores de vagar por suas


profundezas. Eles também ajudariam os caçadores quando eles estivessem perdidos
ou feridos, indo tã o longe a ponto de escoltá -los para casa.

Nã o se intrometer nos assuntos um do outro e ficar longe um do outro. Mas de


certa forma, eles se respeitavam.

“Erm~... Este, vila cuide…?”

O chefe entendeu o que Itami estava dizendo, mas balançou a cabeça.

“Nossa raça e cultura sã o diferentes. Você deve confiar a ela uma aldeia élfica.
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Além disso, devemos fugir daqui.”

“Aldeia, abandono?”

“Estamos fugindo. Se você nã o nos informasse, toda a vila seria destruída. Somos
muito gratos.”

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Havia um pequeno trecho de á rvores localizado a alguma distâ ncia da vila Coda,
e dentro dessas á rvores havia uma pequena casa.

A casa tinha aproximadamente o tamanho de dois cô modos de seis tatames.


Havia duas pequenas janelas em suas paredes que foram projetadas para permitir a
entrada má xima de luz e vento na casa, devido à falta de vidro neste mundo.

Suas paredes eram feitas de tijolos secos ao sol, colocados uns sobre os outros, e
cobertos de trepadeiras.

A luz que filtrava através do dossel arqueado acima deles aquecia o ar


circundante, fazendo com que a casa tivesse uma sensaçã o elegante.

Alguém havia estacionado uma carroça na frente da casa. O fundo cedeu sob o
peso de uma pequena montanha de caixotes, sacos e livros amarrados com barbante.

Depois de olhar a quantidade de bagagem na carroça e o burro pastando à beira


da estrada, pode-se perguntar se isso nã o era demais para um pobre animal puxar.

Na frente dessa pilha estava uma pessoa obviamente perturbada, segurando um


maço de livros.

Ela era uma garota de cabelos prateados e parecia ter cerca de 14 ou 15 anos de
idade. Ela estava usando um kantoi.

(Nota TL: Um Kantoi é algo entre um poncho e um manto) "

Mestre, nã o podemos continuar empilhando coisas na carroça."

Nã o importa o que fizessem, eles simplesmente nã o conseguiam colocar mais


nada na carroça. A menina relatou calmamente esse fato à pessoa que estava dentro
da casa.

“Lelei! Nã o consegue pensar em nada?

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Um velho de barba branca enfiou a cabeça para fora de uma janela pró xima, com
uma expressã o de “nã o aguento” no rosto enrugado.

“Faria mais sentido deixar as frutas Coam e as peras Lochte para trá s.”

A moça chamada Lelei foi retirando da carroça os sacos cheios de frutas


maduras, um apó s o outro. Ela colocou o pacote de livros que estava segurando no
espaço que foi liberado.

Coam Fruits e Lochte Pears eram remédios fitoterá picos muito eficazes contra
febres altas. No entanto, essas febres eram raras e, portanto, nã o eram
particularmente necessá rias a curto prazo. E embora fossem raros, de forma alguma
nã o eram impossíveis de serem obtidos, entã o os livros preciosos que ela acabara de
carregar tinham prioridade sobre eles.

O velho de cabelos brancos curvou os ombros.

“O Flame Dragon nã o deveria ter acordado por mais 50 anos, por que agora …”

A notícia do ataque do Flame Dragon na vila dos elfos se espalhou como um


incêndio.

Normalmente, eles teriam largado tudo e fugido, mas como foram avisados com
antecedência, ainda havia tempo para fazer as malas. Como resultado, a vila estava
cheia de atividade enquanto todos se preparavam para escapar.

O velho resmungou e carregou os sacos que Lelei havia tirado da carroça de volta
para a casinha. Havia uma porta secreta debaixo da cama onde ele planejava escondê-
los.

Nesse ínterim, Lelei guiou o burro e o amarrou na carroça. "Mestre, é melhor


você montar rapidamente."

“Ah? O que você está dizendo? Nã o estou interessado em montar uma garotinha
como você. Sua irmã mais velha seria muito melhor... Ah, sim, sua irmã mais velha e
saltitante..."

“…”

Lelei olhou para o velho com o olhar mais frio que conseguiu. Entã o ela começou
a solidificar o ar em um caroço e o lançou contra ele. O ar solidificado ainda era tã o
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duro quanto uma bola de borracha, mas ainda doía quando atingia alguém.

“Ei! Pare com isso! Magia nã o é brinquedo! A magia nã o deve ser usada para
ganho ou diversã o pessoal... Ei!”

“…”

“Embora ainda haja algum tempo, nã o podemos brincar assim. Vamos sair logo.

“Entendi, entendi, nã o precisa se apressar... você realmente nã o aceita uma


piada, nã o é?”

O velho agarrou seu cajado com uma das mã os e se acomodou no assento ao lado
de Lelei. Lelei, por outro lado, olhou para o velho e falou.

“As piadas sã o destinadas ao entretenimento entre amigos, pais, amantes e


outras pessoas pró ximas. No entanto, uma vez que eles começam a assumir uma
natureza sexual, deve-se começar a levar em consideraçã o também a outra parte. Por
exemplo, seria totalmente inaceitá vel começar a fazer piadas obscenas com uma
adolescente. Isso pode prejudicar irreparavelmente o relacionamento com eles.
Acredito que isso deva ser de conhecimento comum para indivíduos maduros, nã o?”

O velho suspirou profundamente enquanto sea discípula o repreendia. “Huu…


estou tã o cansado. Eu gostaria de nã o ter que envelhecer.

“Objetivamente falando, isso está incorreto. Eu sinto que o Mestre é tã o


resistente quanto uma barata.”

“Isso é o que eu chamo de rude. É assim que uma discípula deve falar?”

“Foi assim que fui criada desde a infâ ncia e fui criada por meu Mestre.”

Depois de suas palavras sem reservas, Lelei bateu levemente no burro com seu
chicote.

O burro tentou obedientemente avançar, mas nã o conseguiu, porque a carroça


estava sobrecarregada.

“…”

"… Como eu disse, estamos carregando muito."

“Isso era esperado. Além disso, foi você quem disse que poderíamos continuar
acumulando coisas, Mestre.”
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“…”

Lelei silenciosamente saltou da carroça.

Ela sentiu que seria melhor continuar andando do que ficar parada em um
veículo imobilizado.

“Oi, oi! Lelei, você precisa ter mais paciência! Se você for assim, ninguém vai
querer casar com você, e isso seria uma pena!”

Assim que o velho disse isso, ele pegou o aguilhã o e bateu no burro. O burro
tentou o seu melhor, mas como esperado, a carroça se recusou a se mover.

Lelei notou que uma das rodas estava cravada no chã o, cerca de um terço do
caminho. Se estava presa assim, era natural que a carroça nã o pudesse se mover.

“Mestre, acho que você precisa sair da carroça.”

“Nã o, nã o se preocupe. Afinal, nã o temos isso?

O velho ergueu o cajado e Lelei suspirou. Imitando o tom de seu mestre, ela
respondeu:

“A magia nã o é um brinquedo. A magia nã o deve ser usada para ganho ou prazer


pessoal…”

O suor escorria como uma cachoeira da testa do velho, e ele correu para
respondê-la.

“Somos magos, nã o caminhamos como o resto da Humanidade.”

No entanto, ele nã o conseguiu desafiar o olhar de Lelei, que era totalmente


desprovido de calor ou compaixã o.

A boca do velho se abriu como se ele fosse “ah~”, e ele começou a entoar as
palavras que nã o falava há muito tempo.

“…”

A sua solenidade de educador chocava-se com os outros sentimentos do seu


coraçã o. Parece que o pró ximo movimento do velho levaria algum tempo. Depois de
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uns minutos, ele olhou para Lelei com uma expressã o desconfortá vel no rosto.

"Eu... me desculpe."

"tudo bem. Afinal, eu sei que é assim que o Mestre é”. Lelei era uma criança que
nã o adoçava suas palavras.

Depois de usar magia para aliviar o peso da bagagem, o burro poderia facilmente
puxar a carroça e sua montanha de carga. E assim, Lelei e seu Mestre sentaram-se na
carroça e deixaram a casa que ocupavam há muitos anos.

Enquanto conduziam a carroça até o centro da aldeia, Lelei notou muitas famílias
com carroças cheias de coisas, muito parecidas com ela e seu Mestre. Nã o eram
apenas carroças que eles usavam, mas carros de feno e arreios, e algumas pessoas até
carregavam seus cavalos com alforjes.

Lelei olhou atentamente para os outros aldeõ es, como se estivesse estudando-os.
Seu Mestre falou:

“Você é uma criança inteligente. Todos os outros devem parecer tolos aos seus
olhos.

“É natural que os humanos fujam com tudo o que podem carregar assim que
souberem da aproximaçã o do Dragã o de Chamas.”

"Você disse que era natural para os humanos... isso significa que eles sã o tolos,
entã o?"

“…”

Lelei nã o podia negar as palavras de seu Mestre.

Se eles realmente valorizassem suas pró prias vidas, eles imediatamente


largariam tudo e correriam o mais longe que pudessem. Parar para pegar e guardar a
bagagem só desperdiçaria tempo que poderia ser gasto na fuga, e a pró pria bagagem
os atrasaria. Seria tarde demais para abandoná -la quando o Flame Dragon viesse.

Para começar, por que os humanos lutaram tanto para sobreviver? A morte era
inevitá vel – aconteceria mais cedo ou mais tarde. Qual era o sentido de prolongar um
pouco a vida de alguém?

Lelei dissecou logicamente o assunto enquanto o considerava, e o velho estava


agonizando sobre como falar com ela.
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Quando chegaram ao centro da aldeia, o caminho foi bloqueado por uma linha de
carroças.

“O que está acontecendo à frente?”

A coluna de carroças nã o se moveu, mas o Mestre de Lelei recebeu uma resposta


de alguém à frente.

“Ah, é Kato-sensei. E Lelei também. Ah, estamos com problemas agora. Alguém
sobrecarregou a carroça e o eixo quebrou, e agora está preso no meio da estrada
bloqueando todo mundo. Estamos todos ajudando, mas vai demorar.”

Eles ficariam atolados pelas carroças atrá s deles, mesmo que quisessem dar
meia-volta e tomar outro caminho. Isso era o que alguns poderiam chamar de Catch-
22.

Enquanto seu Mestre conversava com o aldeã o, a atençã o de Lelei foi atraída por
um grupo de homens misteriosos, que falavam uma língua que ela nunca tinha ouvido
antes.

“A assistência em desastres também faz parte do nosso trabalho. Comece


rebocando a carroça afetada! Itamitaichou, por favor, peça permissã o ao chefe da
aldeia para iniciar as operaçõ es, e Tozu, diga à s pessoas que estã o atrá s que houve
um acidente e que tomem outra rota! Idioma? Use a linguagem corporal! Kurokawa,
certifique-se de que ninguém se machuque mais à frente.”

À primeira vista, esses homens estavam todos vestidos de verde… Bem, verde e
algumas outras cores, como marrom.

Nã o, parecia que também havia uma mulher entre eles. Eles pareciam estar
usando capacetes; eles eram soldados de algum lugar? No entanto, eles nã o usavam
armadura. Parece que pertenciam a um grupo que Lelei desconhecia.
Embora ela nã o tivesse certeza do que eles estavam dizendo, os homens e a mulher
entraram em açã o sob as ordens de um homem de aproximadamente 45 anos.

Pela aparência das coisas, ele parecia ser o comandante. Pareciam uma espécie
de organizaçã o militar, do tipo que continha sua violência com regras e regulamentos.

Ela disse ao seu Mestre que iria “verificar as coisas” e saiu do vagã o.
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A carroça que causou o incidente estava cerca de quinze carroças à frente. Um de
seus eixos foi quebrado e a carroça ficou esparramada na estrada. Ela podia ver a
bagagem espalhada, um homem caído, bem como uma mã e com seu filho. O cavalo
estava caído na estrada, com a boca pingando de espuma. Ele se debateu enquanto
lutava para se levantar, no entanto os aldeõ es que queriam ajudá -lo a se levantar nã o
conseguiram se aproximar.

“Você, muito perigoso, volte mais rá pido.” Era um dos homens de verde.

Suas palavras nã o eram claras, mas a julgar por seus gestos, ele deve ter
desejado que ela se mantivesse afastada.

No entanto, Lelei percebeu que a mã e e a criança caídas estavam feridas. Ela


empurrou o homem para o lado e continuou, ignorando o cavalo se debatendo ao lado
dela.

“Continua vivo.”

O menino era um pouco mais novo que Lelei, uns dez anos. Depois de dar uma
rá pida olhada nela, ela descobriu que ele havia batido a cabeça, e seu rosto e
membros estavam gradualmente ficando pá lidos. Seu suor escorria como um pano
espremido e seu corpo esfriava rapidamente.

A mã e estava inconsciente, mas seu estado de saú de era está vel. A criança era
quem estava em perigo.

“Lelei! O que você está fazendo? O que aconteceu?”

Ela se virou e viu que o chefe da aldeia estava gritando com ela. Ao lado dele estava
um homem de verde. Ele deve ter ido informar o chefe sobre isso.

“Chefe, acho que a causa foi sobrecarga da carroça e podridã o no eixo. A criança
está em grande perigo, mas seus pais devem ficar bem. O cavalo está além da
ajuda.Kato-sensei está por perto?”

“Ele está muito ocupado nas carroças lá atrá s. Ele me deixou vir aqui para dar
uma olhada.”

Enquanto ela falava, a mulher de verde começou a triagem da criança que Lelei
tinha olhado. Sua técnica sugeria que ela tinha formaçã o médica. O homem de verde
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ao lado do chefe, de cerca de trinta anos, começou a sinalizar para sua equipe.

De repente, um grito soou. “Perigo!”

“!”

O som de uma explosã o se seguiu logo, e quando Lelei olhou para trá s, o cavalo
se debatia imó vel no chã o. Passou por um fio de cabelo dela, mas se chegasse mais
perto, todo o peso do cavalo – dez vezes o de um homem – teria caído em cima de
Lelei.

Tudo o que Lelei sabia era que os homens de verde haviam feito algo com o
cavalo frenético e que isso a salvara.

******

Os exércitos aliados, reunidos sob a bandeira do Império, desapareceram no


espaço de uma noite.

Se fosse no Japã o, teria sido a manchete de todos os jornais ou em outdoors


eletrô nicos nos distritos comerciais. Mas neste mundo, para os moradores do Á rea
Especial, os movimentos do exército eram desconhecidos. Mesmo que perdessem a
guerra, eles simplesmente trocariam um conjunto de governantes por outro, e isso
nã o afetaria muito suas vidas diá rias.

A razã o pela qual isso acontecia era porque este país era um territó rio
contestado. À s vezes, uma parte o conquistava e, à s vezes, outra parte o conquistava.
Como seus governantes mudavam com muita frequência, era impossível para o povo
sentir qualquer lealdade para com eles.

Neste mundo, desde que a casa de alguém nã o seja um campo de batalha e as


famílias nã o sejam recrutadas para lutar no campo de batalha, o povo comum nã o se
importará com seu país.

Mesmo assim, a vida das pessoas foi afetada. A recente violência dos bandidos foi
a causa.

Este mundo era governado por soldados e cavaleiros, mas nenhum deles agiu
para suprimir o banditismo. Isso porque as obrigaçõ es dos nobres e seus cavaleiros
nã o se estendiam à manutençã o da ordem.
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Eles só se importavam com o “controle”. Na verdade, os nobres nã o eram
diferentes dos bandidos. Os primeiros roubavam os camponeses e chamavam isso de
“impostos”, enquanto os segundos nã o usavam tal pretensã o. Ambos os lados se
recusaram a aceitar qualquer forma de protesto e respondiam a qualquer recusa de
pagamento com força bruta.

Mesmo quando os nobres ou cavaleiros cavalgavam para caçar bandidos, eles


eram como pastores afastando lobos, o que significava que eles parariam assim que
os criminosos desaparecessem de vista. Francamente falando, qualquer bem que eles
fizessem era apenas um efeito colateral.

Como bandidos desesperados lutavam mais do que o normal e podiam até


conseguir matá -los por sorte, os nobres e suas tropas nã o estavam muito empolgados
em encurralar e acabar com eles. Essa opiniã o nã o era rara. Mesmo no Japã o, havia
um filme sobre sete samurais contratados pelos aldeõ es para defendê-los de
criminosos desenfreados, enquanto o senhor da terra nada fazia para ajudar.

Dito isto, os bandidos preferiam quando havia menos nobres e cavaleiros por
perto.

Até recentemente, eles tinham que se esconder nas sombras, mas agora podiam
se mover livremente.

Um caçador inteligente consideraria que matar todas as presas, nã o deixaria


nada para o futuro. Felizmente, ou infelizmente, uma pessoa inteligente nã o teria se
tornado um bandido e portanto, a maioria deles eram cruéis e implacá veis ao
extremo.

Por exemplo, teve uma família que fugiu de sua aldeia ao receber a notícia de que
um dragã o havia sido avistado nas proximidades.

O pai dirigia sua carroça com seu cavalo de arado, e nela estavam todos os
pertences da família, sua esposa de 32 anos e sua filha de 15.

Todos os aldeõ es fugiram como se fossem animais pastando. No entanto, ao


contrá rio de herbívoros selvagens, como bú falos ou zebras, esta família nã o se movia
em grupo. Nã o havia tempo para isso, nã o quando um dragã o poderia atacar a
qualquer momento.
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Entã o eles ignoraram os gritos de seus aldeõ es para que parassem e deixaram a
aldeia por conta pró pria. Na segunda noite, eles encontraram um grupo de bandidos.

O homem esporeou seu cavalo desesperadamente, mas nã o havia como a carroça


e o cavalo sobrecarregados se moverem rapidamente. Sem ter como resistir, a família
foi capturada pelos bandidos montados.

O homem foi morto instantaneamente, e sua esposa e filha foram levadas


embora.

Na escuridã o, mais de uma dú zia de bandidos se reuniram em torno de uma


fogueira e alegremente vasculharam seus despojos.

Suas presas nã o carregavam apenas moedas e dinheiro, mas também provisõ es.
Eles encheram suas barrigas com a comida que haviam capturado. Eles se revezaram
estuprando a mã e e a filha, mas os bandidos mais importantes já haviam saciado suas
luxú rias bestiais e relaxavam com vinho.

" O chefe da Vila Coda está prestes a fazer um movimento!

Desde que o Flame Dragon apareceu, dezenas de aldeõ es fugiram. Carregados de


bagagem, eles nã o podiam se mover rá pido e nem podiam lutar. Por que nã o atacá -
los? Nã o havia razã o para nã o fazê-lo. Eles os matariam e pilhariam.
Depois de ouvir seu lacaio falar, o chefe riu de satisfaçã o. Foi uma boa ideia,
entã o eles deveriam ir em frente e fazer isso. Mas enquanto ele pensava nisso….

“Nã o temos gente suficiente.”

Seria pedir muito de seu bando de vinte e poucos homens para tomar uma aldeia
inteira de uma vez.

“Sobre isso, por que nã o pegamos caras da regiã o? Dessa forma, podemos
trabalhar juntos para trazer a maior carga de todos os tempos.”

Esta também foi uma boa chance de recrutar mais mã os.

Com pessoas suficientes, eles poderiam atacar com sucesso aldeias inteiras e até
cidades. Se eles jogassem bem suas cartas, ele—expulso por seu senhor—poderia até
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mesmo aspirar a se tornar um senhor.

De bandido a senhor. O doce sonho de passar de um pequeno ladrã o miserá vel a


governante de seu pró prio domínio encheu sua mente.

Os momentos finais desse chefe bandido sem nome foram gastos imaginando um
momento em que ele seria mais feliz. Isso foi uma coisa boa, ou uma coisa ruim?

De qualquer maneira, sua cabeça caiu de seu pescoço, com um som curiosamente
cô mico de “goro”. Ele rolou pelo chã o e caiu na fogueira. O fedor de cabelo e carne
queimada encheu o acampamento instantaneamente.

Biologicamente falando, uma cabeça decepada pode reter a consciência por


vá rios segundos. Sendo assim, ele teria caído de cabeça no chã o. Seu campo de visã o
teria rolado junto e antes que percebesse o que estava acontecendo, teria visto o que
costumava ser seu corpo jorrando sangue.

Depois disso, em seu campo de visã o que escurecia rapidamente, ele teria visto a
deusa da morte de cabelos negros banhando-se em seu sangue fresco.

A primeira coisa que alguém pensaria ao ver a garota era “preta”.

Sua pele era tã o pá lida que era quase transparente, seus cabelos e roupas eram
pretos e seus olhos eram poços sem fundo de obsidiana.

A cabeça decepada do chefe dos bandidos voou com um “pyun”. Ela segurava
uma pesada alabarda nas mã os.

Era uma arma que parecia que alguém havia anexado uma pesada lâ mina de
machado em forma de laje a uma longa haste. Nã o era algo que uma garotinha frá gil
pudesse balançar como um palito de fó sforo. Tampouco era algo que uma garota de
renda preta deveria usar. Ela usando tal arma com seus braços delicados e esguios e
seus dedinhos finos, pá lidos como jade branco, estava muito além da capacidade de
qualquer um imaginar.

Ela descansou a alabarda sobre os ombros e exalou alto. A garota estava cercada
pelos cadá veres espalhados dos bandidos.

“Bem, isso foi divertido. Ojii-san-tachi, obrigado por esta noite.”

Ela agarrou a bainha de sua saia e fez uma mesura elegante.

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À primeira vista, ela parecia ter cerca de 13 anos e a julgar por sua beleza e
movimentos refinados, parecia uma garota muito bem-educada. Ela tinha um sorriso
brilhante no rosto, mas esse sorriso nã o chegava aos olhos. Suas pupilas negras
estavam cheias de uma escuridã o faminta, como um abismo insondá vel.

“Obrigado por oferecer suas vidas para mim. Agradeço em nome do meu deus.
Ele está muito satisfeito com seu presente e diz que eu deveria me divertir com você.

"...O que! O que diabos é você!

Entre os bandidos sobreviventes, um deles conseguiu gritar com muito mais


coragem do que sentia, embora suas entranhas estivessem congeladas de medo. Ele
merecia elogios por ainda ser capaz de falar, apesar das circunstâ ncias atuais.

"Eu?"

Ela sorriu adoravelmente.

“Eu sou Rory Mercury. Apó stola de Emroy, Deusa das Trevas.”

“E-essa é a roupa formal das sacerdotisas do Templo de Emroy? Um, um dos


Doze Apó stolos, Rory, o Ceifador?!”

“Ara~ você sabia? Mhmh~ correto.”

Diante da garotinha rindo, os bandidos se espalharam como folhas.

Eles deixaram tudo para trá s e fugiram com todas as suas forças, movidos pelo
medo da morte.

“O que, que diabos, como podemos lutar contra um apó stolo!”

"Oh nã o. Nã o nã o nã o nã o nã o. Você nã o pode fugir.

Rory saltou, carregando a densa placa de metal que parecia pesar vá rias vezes
mais que ela. Ela perseguiu os bandidos em fuga como um carnívoro feroz caçando
sua presa.

A alabarda cortou as cabeças dos bandidos como se ela estivesse dividindo


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melancias na praia e a á rea ao redor ficou repleta de pedaços de carne.

“Ueh, abbah... aiiiieeeee!”

Rory se elevava sobre o homem caído. Ela balançou sua alabarda levemente,
varrendo-a atrá s de suas pernas antes de erguê-la bem acima de sua cabeça.

Sua pele branca como a neve estava tingida de vermelho por sprays de sangue.

“Ufufu… Deus-sama disse isso, sabe. O objetivo de toda a vida é a morte. Nenhum
Humano pode escapar disso.”

Um grito lamentá vel soou no momento em que a alabarda desceu.

******

“Haa… haa… haa… por que, o que um Apóstolo de Emroy está fazendo aqui?!”

O homem amaldiçoou seu infortúnio enquanto corria com todas as suas forças.

Um grito lamentável soou à distância. Rory, o Ceifador, reivindicou outra alma.

“Droga, droga!”

Á noite nã o existiam caminhos no deserto. A paisagem estava repleta de


pâ ntanos, formaçõ es rochosas, matagais espinhosos e á rvores. O homem tropeçava
ocasionalmente, seu corpo estava coberto de lama e suor e suas roupas estavam
rasgadas.

Mais uma vez, um uivo soou na frente dele. Ele escorregou em um trecho de
lama.

Seu corpo deslizou pelo chã o e ele bateu com a cabeça no chã o. “Droga, droga,
drogaaaaa, por que minha sorte é tã o ruim!”

“Ara ~ você nã o estava se divertindo?” Houve o som de passos.

Ao ouvir a voz clara, semelhante a um sino, olhou desesperadamente para cima.


A garota vestida de preto se elevava sobre ele, iluminada por trá s pelo disco prateado
da lua.

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“Você nã o estava se divertindo agora? Você nã o matou pessoas?

Ela plantou a ponta de seu machado entre as pernas abertas do homem, a um fio
de cabelo de sua virilha.

“Aiiieeee! Eu, eu, eu nunca matei ninguém!”

“Ara, sério? qual é?”

"É verdade! Este foi o primeiro trabalho que fiz desde que entrei! Com as
mulheres também, falaram que eu tinha que esperar até o fim porque eu era o cara
novo! Eu nem encostei um dedo nelas!”

“Hmmmmmm?”

Rory pensou brevemente sobre isso antes de falar com o homem novamente.

“Todos os outros jii-sans foram chamados para ficar com Emroy. Você nã o se
sente sozinho?

O homem balançou a cabeça desesperadamente. Ele nã o estava sozinho, nem um


pouco solitá rio.

“No entanto, nã o será triste se você for o ú nico deixado de fora?”

“Nã o, por favor, eu realmente gostaria de ficar de fora!” o homem implorou.

Rory olhou para ele com um olhar frio e afiado como uma faca. “O que devo fazer
com você, entã o~”
Ao dizer isso, Rory bateu palmas.

“Entendi, deve ser uma boa ideia. Já que você ainda nã o fez nada, por que nã o
começar agora?”

Com isso, a garota vestida de preto agarrou uma das pernas do homem.

Ele podia sentir uma força inimaginá vel que desmentia sua aparência delicada.
“Ru run ra ~” ela cantarolava para si mesma, enquanto arrastava o homem como um
esfregã o.

“Isso dó i! Por favor pare! Gwaahhhh!”

O deserto aqui estava cheio de pedras e areia. Elas rasgaram as roupas do


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homem em pedaços enquanto ele era arrastado transformando sua pele suada em
carne viva. Logo seu corpo estava coberto com seu pró prio sangue.

“De quem você gostou mais entre a mã e e a filha?”

“Nã ã ã o! Por favor pare! Gueeehhh…”

“Nã o faça cerimô nia, este é o fim para você, de qualquer maneira. Vou pedir
educadamente para que você possa fazê-los.

Rory agarrou a perna do homem e o jogou.

Ele caiu em uma pilha irregular ao lado da mã e e da filha. “Bem, vá em frente


entã o. É sua vez."

O homem balançou a cabeça freneticamente.

As pernas das mulheres nuas permaneceram abertas, um testemunho oco de sua


violaçã o. Seus braços estavam erguidos, como se saudassem o imperador.

Nenhuma delas estava se movendo. Pela aparência das coisas, elas pararam de
respirar.

“Ara ~ que incô modo. As duas já faleceram.

Parece que elas foram estupradas até a morte. “Sinto muito, nã o chegamos a
tempo.”

Rory fechou seus olhos sem piscar e abaixou a cabeça. Entã o ela sorriu para o
homem.

“Ainda assim, já que elas estã o assim, por que nã o fazer de qualquer jeito?”

A umidade se espalhou pela virilha do homem e uma poça de líquido se formou


abaixo dele.

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O jovem bandido implorou por perdã o.

Ele estava prostrado no chã o como se estivesse em oraçã o. Seu rosto estava
coberto de lá grimas e ranho, implorando para que Rory mostrasse misericó rdia. Ele
alegou que nã o havia cometido nenhum pecado diretamente, que suas mã os ainda
estavam limpas. Ele nã o teve escolha a nã o ser recorrer ao banditismo para
sobreviver. Ele refletiu sobre suas açõ es e virou uma nova pá gina, que trabalharia
com seriedade e assim por diante.

Rory suspirou enquanto observava a aparência lamentá vel dele.

Ela desviou o rosto com nojo, como se tivesse visto algo sujo. Ela sentiu que seria
contaminada por sua imundice se olhasse por mais tempo.

Havia uma condiçã o importante ao matar os outros. Do jeito que Rory via, nã o
havia pecado em matar pessoas. O importante era o porquê; qual era a intençã o e sua
atitude ao fazê-lo.

Esse foi o ensinamento do deus que Rory serviu.

O que havia de errado com ladrõ es e bandidos roubando os outros?

Que pecados os soldados e carrascos cometiam por matar inimigos e prisioneiros


no corredor da morte?

Era assim que ela via.

O deus que Rory servia nã o fazia distinçã o entre o bem e o mal.

Ela tolerou todo tipo de pessoa, respeitando a carreira que escolheram para
viver e o caminho que tiveram que percorrer. Portanto, um bandido só precisava agir
como um bandido.

Se esse homem pudesse olhar nos olhos de Rory com orgulho como um bandido,
Rory mostraria a ele o devido respeito. Como uma apó stola de seu deus, ela poderia
até amá -lo por isso.

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No entanto, o que havia com a atitude deste homem?

Em primeiro lugar, a desculpa de dizer que suas mã os ainda estavam limpas era
imperdoá vel. No momento em que se tornou bandido, passou a fazer parte de um
grupo que contava com nú meros e violência. Nã o tinha nada a ver com ele
participando diretamente ou nã o.

E era indesculpá vel recorrer ao banditismo simplesmente por causa da pobreza.


Se ele nã o conseguisse comida, ele deveria simplesmente se deitar e morrer.

Aqueles que nã o tinham habilidade e nã o tiveram a sorte de encher o estô mago


podiam escolher viver como mendigos. Rory gostava e respeitava a tenacidade dessas
pessoas.

Estú pido como humano, desprezível como homem. Nã o havia valor em sua
existência. A feiura do homem fez a apó stola das trevas torcer seu belo rosto em uma
carranca.

Rory emitiu seu comando friamente. Ele deveria cavar três sepulturas.

O jovem respondeu que nã o tinha ferramentas, mas Rory respondeu que tinha o
par de mã os dado a ele por seus pais. E assim, o jovem começou a cavar as sepulturas
no deserto.

Ao contrá rio de poços de areia ou terras agrícolas, cavar um buraco na natureza


nã o era fá cil. Suas unhas foram arrancadas e sua pele foi rasgada, mas sempre que o
jovem queria parar por causa da dor, a alabarda gigante batia no chã o, a centímetros
de cortar seus dedos.

Impulsionado pelo terror, o jovem esqueceu completamente a dor do momento


anterior, cavando com toda a força o solo coberto por pedras e grama.

Pouco depois, enterrou o pai da família. Entã o a mã e. E por ú ltimo, a filha.

Quando começou a cobrir com lama o tú mulo da jovem com as mã os dormentes,


o sol começou a nascer, iluminando os arredores.

O homem fez tudo isso porque essa era a condiçã o para ele ser solto. Nã o, isso
era somente no que ele acreditava. O homem se virou para pedir o parecer de Rory.
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“Está , está tudo bem?”

Com sede, fome, cansaço e dor nas mã os, o homem que estava prestes a desmaiar
viu.

Ele viu a garota – a figura de Rory– juntando as mã os em oraçã o.

Ajoelhando-se sobre um joelho, ela juntou as mã os em devota oraçã o. Aquecida


sob a misteriosa luz do sol, ela parecia linda e nobre, roubando o fô lego de todos que
a viam.

Seu vestido escuro esvoaçante era como um traje para funerais, e seu cabelo era
preto e comprido. Pele de porcelana branca.

Seus lá bios, que pareciam pintados de vermelho com sangue, formaram um


sorriso.

A menina levantou-se depois de terminar sua oraçã o e ergueu bem alto sua
alabarda. Ela balançou o símbolo de sua fé e do amor de seu deus para o homem que
nem teve tempo de se virar.

******

A elfa que vivia na floresta de Koan, Tuka, a filha mais velha de Hodor Ray
Marceau, ainda pensava que ela estava sonhando.

Com seus olhos que estavam embaçados como se estivessem cobertos por um
véu, ela podia ver os humanos correndo.

Aconteceu alguma coisa? Sua mente nã o estava funcionando corretamente,


apenas permitindo que ela assistisse e ouvisse sem nenhuma introspecçã o.

As nuvens no céu e a paisagem diante de seus olhos passavam de tempos em


tempos. Parando e recomeçando de vez em quando, balançando o corpo com o
movimento.

Ela parecia estar em algo semelhante a uma carruagem.

Começou a se mover e parou, e se moveu e parou, uma e outra vez.

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O que ela viu das janelas da carruagem foram as figuras cansadas das pessoas
carregando bagagens, como se estivessem fugindo de alguma coisa.

A carruagem carregada de bagagens rangeu ao avançar. Começou a se mover,


mas parou momentos depois.

O pano que cobria a carruagem escura foi aberto, permitindo que a luz de fora
brilhasse.

Que brilhante…

De repente, sua visã o foi bloqueada por uma figura negra. “Dou? Onnanoko no
yousuha?”

Havia alguém conversando fora de sua linha de visã o, mas ela nã o conseguia
entender o que estava ouvindo.

“Kuro-chan~, como está a garota?”

“Tenente Itami… Ela está gradualmente recuperando sua consciência. Ela pode
abrir um pouco os olhos agora.

A conversa deles nã o passava de ruído sem sentido para Tuka.

Um escultor altamente habilidoso concentrou sua paixã o mais forte e espírito


moe para criar uma linda garota com a pele perfeita. Agora, a garota estava deitada de
lado impotente. Entre seus cabelos dourados estavam seus olhos azuis ligeiramente
abertos que eram como pedras preciosas.

Itami olhou para a garota Elfica enquanto considerava seus problemas.

A febre havia diminuído. Ele nã o tinha certeza sobre os sinais vitais dela, mas
eles permaneceram está veis, entã o ela provavelmente estava bem, pelo menos foi o
que Kurokawa disse. No entanto, eles nã o podiam deixá -la sozinha ainda.

“A caminhada dos refugiados é lenta e nã o avança, mais e mais problemas


continuam ocorrendo e o nú mero de feridos e desistentes continua aumentando. Esta
fuga está lentamente exaurindo-os.”

Ele estava apenas desabafando suas queixas. Para Itami, cujo lema era ‘comer,
dormir, brincar, repetir, a vida é tudo no meio’, essa jornada aparentemente
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interminá vel foi apenas sofrimento.

Os aldeõ es tinham expressõ es deprimidas. Sentiam cansaço nos ossos, fome no


estô mago e sede na garganta. Os lamentos penetrantes de bebês abandonados por
seus pais fugitivos permeavam o ar. Pessoas sangrando de acidentes na estrada. O sol
brilhava fortemente em suas costas apenas aumentando sua luta. A pior parte para os
aldeõ es, no entanto, era toda a lama. Lama que cobria o chã o e endurecia suas calças e
sapatos que eles nã o tinham tempo de sacudir.

Havia uma carruagem que nã o conseguia se mover porque a estrada havia se


tornado um mingau, entã o a família sentou ao lado dela. No entanto, mesmo que
quisessem, os aldeõ es nã o poderiam oferecer ajuda. Eles só podiam abandonar os
desistentes com rostos inexpressivos. Eles nã o tinham vontade ou energia de sobra. O
pai carregou seu filho, implorando à s carruagens que passavam para pelo menos
salvar seu bebê.

Abandonar a caravana significava a morte. Eles careciam de comida ou á gua para


sua subsistência e provavelmente seriam vítimas de feras e bandidos.

Era natural abandonar. Era natural ser abandonado. Esta era a linha entre a vida
e a morte, a lei da natureza.

Alguém por favor ajude.

Tais oraçõ es nã o tinham sentido.

Alguém por favor ajude.

Os deuses nã o ofereceriam salvaçã o. Eles nã o viriam para ajudar, e simplesmente


ficariam parados observando de cima.

Alguém… Alguém, por favor, ajude.

Como tiranos, os deuses ordenaram que morressem.

Era por isso que os ú nicos que podiam salvar os homens eram os outros homens.

Os homens de verde reuniram-se diante da carruagem imó vel. Se fossem apenas


as rodas presas na lama, eles ainda poderiam ajudar.

“Tudo bem, vamos empurrar!”

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“Dê tudo o que você tem, mostre-me do que você é feito!!”

Ao comando, a equipe empurrou a carruagem com todas as forças. Depois de


recuperar a carruagem atolada na lama, os homens nem esperaram para receber os
agradecimentos antes de retornar à sua carruagem incrível que nã o era puxada por
cavalos.

Os aldeõ es se perguntaram quem eles eram.

Eles nã o eram soldados desta naçã o ou residentes desta aldeia.

Eles informaram a aldeia sobre o perigo iminente e imediatamente ofereceram


sua ajuda. Em vez de simplesmente serem generosos, esses estrangeiros exibiam
sorrisos inacreditá veis e eram excessivamente gentis. Essa impressã o ficou no
coraçã o de todos os aldeõ es.

Mas quando uma carruagem nã o suportou a carga e quebrou, eles ficaram


insensíveis.

Os homens de verde e o chefe da aldeia aproximaram-se dos aldeõ es parados


atordoados diante de suas bagagens.

Em seguida, o Chefe os convencia a levar apenas a bagagem que pudessem


carregar. Os aldeõ es nunca pensaram em abandonar suas coisas. Era da comida que
viviam e de sua riqueza. Como eles sobreviveriam se os perdessem? Mas o chefe
ainda os fez abandonar a bagagem e para acabar com a hesitaçã o, os homens de verde
sugeriram queimar. Com seus pertences queimados, eles nã o tiveram escolha a nã o
ser seguir em frente. E amanhã ? O dia Depois de Amanhã ? Sem esperança à vista, eles
só podiam dar um passo de cada vez em lá grimas.

O grupo foi dividido entre os que estavam de carroça e os que andavam. Com o
tempo, o grupo de vagõ es foi ficando cada vez menor.

Kurokawas perguntou a Itami: “Por que estamos ateando fogo?”

“Eles nã o poderã o abrir mã o de seus pertences enquanto estiverem bem diante


de seus olhos. Este é o ú nico caminho.”

“Nã o podemos solicitar transporte adicional?”

Com a capacidade de transporte do JSDF, eles poderiam mover facilmente essa


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quantidade de carga. Mas Itami apenas coçou a cabeça com uma cara preocupada.
“Primeiro, estamos atrá s das linhas inimigas aqui. Eles podem estar nos ignorando
por causa de nosso pequeno nú mero, mas o inimigo definitivamente reagirá se
enviarmos uma grande unidade para dentro de seu territó rio. Engajamento acidental,
expansã o nã o planejada de nossa linha de frente e comprometimento de nossas
forças sã o exatamente o que queremos evitar. A escalada repentina da guerra pode
arrastar os aldeõ es para tudo isso… Só de pensar nisso me dá coceira na cabeça.”

Kurokawa sorriu ironicamente em resposta à s palavras de Itami.

“É por isso que tudo o que podemos fazer agora é dar uma mã ozinha.” Kurokawa
nã o teve escolha a nã o ser concordar com a cabeça.

Quando os refugiados da aldeia Koda chegaram a esta á rea, o sol estava no auge.

Liderando o vagã o estava o HMV do terceiro pelotã o de reconhecimento. No


entanto, movia-se em ritmo de caminhada, pois os aldeõ es atrá s iam a pé, junto com
mulas e cavalos de fazenda puxando as carroças. Talvez caminhar fosse ainda mais
rá pido do que isso.

“Mas… nã o podemos ir mais rá pido?” O sargento Kurata reclamou.

“Nã o dirijo tã o devagar desde a autoescola.”

Se ele pressionasse muito o acelerador, deixaria o vagã o para trá s. Kurata se


movia usando a inércia da marcha automá tica, simplesmente segurando o volante
sem pisar no pedal.

Refletida no espelho retrovisor estava uma criança agarrando o banco do


motorista por trá s e olhando para a frente. O HMV estava cheio de crianças e feridos
que nã o podiam mais andar. O mesmo aconteceu com o caminhã o tipo 73 atrá s, sua
bancada estava cheia de vítimas e mulheres grá vidas. Claro, as armas perigosas,
muniçõ es e alimentos foram todos transferidos para o HMV.

Itami estudou o mapa do terreno feito a partir de fotografias aéreas, observando


o horizonte com seus binó culos. Ele comparou o terreno com sua posiçã o atual,
calculando a distâ ncia que haviam percorrido e quanto ainda faltavam. Ele registrou
as condiçõ es da estrada e sua inclinaçã o. Essas nã o foram as ú nicas coisas que ele
anotou, pois o fluxo dos rios e a vegetaçã o também eram informaçõ es importantes.

“Isso é estranho, os corvos estã o circulando por lá .”


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Depois de responder “Você está certo” para Kurata casualmente, Itami olhou
para frente com seus binó culos novamente. Ele entã o descobriu uma garota agachada
ao lado da estrada, cercada por corvos.

“Uma Loli Gó tica?”

Essa é uma fantasia que ele costuma ver durante eventos e em á reas como
Harajuku. Havia muitos pontos de vista diferentes sobre o que era gó tico, mas Itami
tinha certeza de que o estilo de roupa da garota era o de uma Loli gó tica.

Ela tinha entre doze e quatorze anos. Parecia muito atraente, uma verdadeira
beleza.

Uma garota como aquela estava agachada ao lado de uma estrada vazia, seus
olhos negros como joias olhando para cá sem nem mesmo piscar.

“Woah, uma boneca articulada em tamanho real?”

Kurata comentou depois de assistir através de seus binó culos. Aquela garota era
como uma boneca orgâ nica sem costuras.

Nã o importa o quanto ele quisesse, Kurata nã o podia simplesmente acelerar para


olhar aquela garota. A carruagem de Koda avançava tã o devagar quanto a entrada de
uma convençã o de doujinshi, o ponteiro dos segundos do reló gio daria cinco voltas
antes que o HMV alcançasse aquela garota.

Itami decidiu enviar Katsumoto e Furuta para ir a pé para verificá -la.

A julgar pelo vestido, ela parecia mais uma japonesa sequestrada durante o
incidente de Ginza do que uma nativa daqui.

Quando Katsumoto e Furuta tentaram conversar com ela, eles pareciam


incapazes de se comunicar. A garota agachada parecia uma fugitiva ignorando as
perguntas de dois policiais novatos.

Quando a carruagem alcançou a garota, ela se levantou como se estivesse


esperando, espanando a sujeira do vestido, pegando facilmente sua enorme alabarda
e caminhando ao lado do HMV.

“Ei, de onde você veio e para onde você está indo?” A garota estava falando a
língua local.

Itami e os outros nã o conseguiam conversar fluentemente com ela. Eles só


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conseguiram espremer algumas frases depois de folhear seu livro de frases que
substituía um dicioná rio. Katsumoto e Furuta deram de ombros e continuaram
andando.

Quem preencheu as lacunas da conversa foi um menino de cerca de sete anos


que estava sentado no pequeno espaço entre Kurata e Itami.

“Somos da Vila Coda, Onee-san.”

“Hmm~? E essas pessoas com roupas estranhas?

“Eu realmente nã o sei, mas eles sã o pessoas legais nos ajudando.”

A garota andou em círculo ao redor do HMV que se movia em ritmo de


caminhada.

“Entã o eles nã o estã o forçando você a ir junto?”

“Nã o, um Dragã o de Chamas veio e eles estã o nos ajudando a escapar.”

O grupo de Itami simplesmente ouviu com uma expressã o incerta, exibindo um


comportamento típico japonês.

Itami enviou Furuta e Katsumoto para cuidar dos aldeõ es na parte de trá s,
decidindo questionar a garota pessoalmente. Ele verificou seu livro de frases e
esperou que o diá logo entre o menino e a menina parasse antes de perguntar.

“Eu me pergunto como essa coisa se move?”

“Eu também gostaria de saber. Mas eu nã o entendo o que eles estã o dizendo…
Mas andar nele é muito melhor do que em uma carruagem!”

“Entã o ~ andar nele é bom?”

Antes que ele pudesse impedi-la, a Goth Loli embarcou no HMV do lado do
passageiro de Itami. Ela passou por cima dos joelhos de Itami. Nã o havia portas, entã o
ela entrou facilmente.

O HMV podia acomodar dez adultos.

Os assentos da frente ficavam voltados para a frente, enquanto os traseiros


ficavam voltados para o centro. Havia espaço suficiente para armazenar
equipamentos no centro. Se eles pudessem ignorar as regras de trâ nsito como agora,
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seria possível carregar vinte crianças.

No entanto, já havia muita bagagem, crianças e idosos no veículo, estava lotado


como um trem no horá rio de pico da manhã . A menina que entrou dizendo ‘com
licença’ nã o foi bem recebida pelos moradores. Eles nã o declararam sua relutâ ncia
abertamente, mas ainda mostraram uma expressã o preocupada.

“Ei, está apertado, Onee-san.”

“Ah ~ espere um momento.”

Já estava apertado e além disso, ela trouxe algo tã o longo com ela.

A alabarda era comprida e pesada. Nã o importa como ela a posicionasse, a


alabarda tocaria a cabeça ou o rosto de alguém, fazendo com que ela se encolhesse
porque estava apertada dentro do HMV. Como resultado, foi colocada no chã o do
veículo.

Ela entã o procurou um lugar para sentar, mas nã o havia lugar. Sem outra
escolha, a garota sentou-se nos joelhos do homem que ocupava o banco do
passageiro.

“Espere!”

Itami ficou pasmo com sua açã o repentina.

Ele queria parar a Goth Loli vestida de preto, mas se ele tocasse em algum lugar
perigoso, poderia ser pintado como assédio sexual e desencadear um grande
incidente, entã o ele nã o o fez. Por causa da barreira do idioma, seus protestos e
xingamentos em japonês como “Ei! Esperar! Espere!”, “Nã o toque nisso”, “Nã o toque
na pistola e no extintor de incêndio”, “Saia primeiro”, “Wah, que diabos você está
trazendo!” foram completamente ignorados.

O lugar em que a garota se sentou foi nos joelhos dele. Ele teve que gritar “Espera ai!”
nesta fase.

Um lado queria empurrar o outro para longe enquanto o outro lado lutava por
um lugar para sentar. A luta da classe baixa começou assim.

“●×𝗈、□○○○!!!!!” “𝗈□×¥!○𝗈□×××!!”

E assim, a luta entre duas partes que nã o conseguiam se comunicar verbalmente


terminou com Itami cedendo metade de seu assento.

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******

O JSDF prestou muita atençã o à segurança de suas tropas. Assim, quando eles
fossem implantados em terras estrangeiras, um acampamento-base defensivo seria
primeiro construído. Com aquela base como fortaleza, eles teriam um refú gio durante
uma emergência. Por exemplo, eles fizeram isso em Samawah, no Iraque.

Ao contrá rio da antiga visã o militar que pensava pouco nas vidas humanas, eles
agora estavam acostumados a realizar missõ es de socorro para salvar pessoas. Além
disso, o JSDF prestou mais atençã o à defesa do que seus antecessores. Este foi o
resultado da mudança gradual no clima político no Japã o apó s a ú ltima Guerra
Mundial

Além disso, do outro lado do Portã o estava sua terra natal. Em outras palavras,
defender o Portã o foi a principal razã o pela qual o JSDF estava aqui. Usando métodos
políticos e militares, eles deveriam conquistar e proteger a terra ao redor do Portã o.
Esta foi a missã o do JSDF. Mapear a terra ao redor do Portã o tirando fotos aéreas,
mobilizar batedores também fazia parte do plano.

Fora isso, a construçã o de um forte, considerado uma relíquia do século passado,


também estava nos planos.

O forte nã o era uma fortificaçã o de campo construída à s pressas de terra ou


sacos de areia, mas sim, foi construído com concreto armado, com a intençã o de
torná -lo uma estrutura de defesa permanente.

Fazia 3 semanas desde que o JSDF assumiu o controle da terra ao redor do


Portã o. Depois de trabalhar incansavelmente por vá rios dias e noites, Arnus Hill se
tornou uma fortaleza inexpugná vel.

A fortaleza em forma de hexagrama uniformemente construída exibia o cará ter


do assessor que concebeu esse projeto.

A maioria das pessoas que viram o forte com uma visã o panorâ mica disseram
que ele se parecia com a fortificaçã o de seis lados em Hakodate.

Quando um civil normal se tornava oficial do JSDF, eles liam sobre a histó ria
militar e debatiam os pró s e contras de um castelo fortificado, revendo as formas de
defender e atacar tal instalaçã o.
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No entanto, havia alguns desviantes que riam e diziam que essa era uma
formaçã o má gica. É isso mesmo, as pessoas que nã o sabiam nada sobre os mistérios
da magia construíram involuntariamente um hexagrama em grande escala que
surpreenderia qualquer um conhecedor das artes arcanas em Arnus Hill e arredores.

Mas por ora, vamos mudar de cená rio.

Os sons estrondosos dos motores de um HMV, um caminhã o Type 73 e um


veículo blindado leve (LAV) criaram uma nuvem de poeira em seu rastro.

Os idosos, mulheres e crianças nos veículos tiveram que suportar o balanço do


veículo em curvas fechadas e mudanças de velocidade, fazendo com que suas cabeças
e corpos colidissem entre si. Cerrando os dentes, eles suportaram a dor.

Olhando pela janela do veículo, a visã o foi bloqueada pelos aldeõ es de Coda em
fuga.

E a sombra negra caindo sobre eles do céu. Era o Dragã o de Chamas.

Era o terceiro dia do êxodo da vila de Coda, e os refugiados pensaram que


estavam fora dos campos de caça do Flame Dragon. No entanto, a besta apareceu de
repente e imediatamente começou a atacar sua presa.

Graças ao conhecimento prévio da apariçã o do Flame Dragon, cortesia do JSDF,


Coda Village e algumas outras aldeias pró ximas fugiram simultaneamente da besta.
Depois que o Flame Dragon nã o conseguiu encontrar nenhum humano ou elfo para
caçar, ele seguiu seu nariz para um lugar cheio de humanos.

Como a preparaçã o para a fuga havia levado algum tempo e eles estavam
sobrecarregados com a bagagem, a velocidade lenta dos aldeõ es de Coda permitiu
que o Dragã o de Chamas os pegasse.

“Lutar com monstros é a tradiçã o do JSDF! Quem diria que estaríamos fazendo
isso aqui!”

O sargento-mor Kuwabara gritou furiosamente para Kurata: “CORRE! CORRE!”.


Talvez fosse devido ao excesso de secreçã o de adrenalina pelo cérebro, mas uma
pitada de alegria podia ser ouvida em sua voz.

O Dragã o de Chamas desceu sobre os aldeõ es que estavam congelados no lugar.


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Vendo isso, Itami gritou na direçã o do LAV em alta velocidade.

"Suprimindo fogo! LAV! Atire nele com a metralhadora!

O soldado Sasagawa reuniu toda a força de seu corpo para segurar o cabo da
metralhadora de alto calibre enquanto fazia sons como uma britadeira em um
canteiro de obras.

Os cartuchos grossos caíram desordenadamente no chã o em meio a gotas de


fumaça negra enquanto as balas de 12,7 mm criavam faíscas nas costas do Dragã o de
Chamas.

No entanto, as duras escamas do dragã o desviaram todas as balas. "É inú til!"
Ouvindo as palavras de Sasagawa, Itami gritou em resposta: “Nã o se preocupe com
isso! Apenas continue atirando! Fogo! Fogo! Fogo!”

Embora armas de airsoft disparando BBs nã o pudessem matar pessoas, ser


atingido por elas era irritante. Como tal, embora o corpo do dragã o estivesse coberto
por escamas duras que nã o podiam ser penetradas por balas, ainda era uma coisa
viva e possuía o sentido do tato. Itami ordenou a seus subordinados que
continuassem atirando.

Flores de fogo irromperam dos supressores de flash dos rifles Type 64 Howa.

O Dragã o de Chamas nã o suportou a chuva de balas. Seu ataque diminuiu, o que


permitiu que o fazendeiro que já estava em sua boca escapasse.

O terrível dragã o virou a cabeça para os homens.

Uma flecha projetava-se de seu olho cego, mas ninguém podia olhar diretamente
para seu rosto aterrorizante. Era como uma cicatriz no rosto de um Yakuza.

O Flame Dragon cuspiu fogo neles como um lança-chamas, mas nã o conseguiu


alcançar os veículos JSDF descontroladamente evasivos.

“Ono! Yuniryu!! Ono!”

Uma voz adolescente feminina veio de trá s deles.

Quando ele se virou, cabelos dourados entraram na linha de visã o de Itami.


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A elfa pá lida apontou seus dedos finos para os olhos enquanto gritava “Ono!”
repetidamente.

Naquele momento, embora houvesse uma barreira linguística entre eles, Itami
de alguma forma entendeu o que ela quis dizer.

“Mire nos olhos!”

Os soldados JSDF miraram na face do dragã o e abriram fogo.

O Flame Dragon parecia visivelmente irritado quando virou o rosto e parou seus
movimentos.

“Katsumoto! Use o Panzerfaust!”

Do LAV, ele puxou um lançador de foguetes antitanque portá til de 100 mm que
tinha um fator de penetraçã o RHA (armadura homogênea enrolada) de 700 mm. Era
uma arma de infantaria que possuía um poder tremendo.

Trocando de lugar com Sasagawa, que operava a metralhadora calibre .50, o


Sargento Katsumoto subiu com o Panzerfaust.

No entanto, esta arma era pesada na frente e difícil de virar. Além disso, o JSDF
preocupado com a segurança nã o tinha o há bito de atirar de uma posiçã o
despreparada.

“Backblast limpo!”

“Idiota, apenas atire já ” - alguém repreendeu baixinho. Mas depois de se lembrar


do treinamento, tudo o que eles conseguiam pensar era “Heh. Afinal, é o JSDF…”

Enquanto ele estava mirando, o Flame Dragon tentou escapar para o céu.

O LAV acelerou repentinamente, fazendo com que o corpo de Katsumoto se


debatesse e o dragã o saísse da visã o do lançador de foguetes.

“Droga! Mantenha-se firme, Azuma!” “Nã o peça o impossível!”

Afinal, o lançador de foguetes nã o tinha um sistema de orientaçã o por


computador. Assim, atirar em movimento era impossível. Com isso em mente,
Katsumoto apontou o lançador de foguetes para o Dragã o novamente.

Devido à frenagem repentina do LAV e ao recuo do disparo do foguete, quando o


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gatilho foi puxado, o Panzerfaust parecia que erraria.

O foguete acelerou em direçã o ao Dragã o com chamas brotando de sua cauda.

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O dragã o que havia perdido o equilíbrio abriu as asas para recuperá -lo enquanto
recuava para fugir da ogiva. No entanto, seu pé de repente escorregou.

Olhando de perto, havia uma alabarda cravada no chã o.

No HMV, a gó tica lolita fez um buraco na lona que cobria a bagagem e jogou a
alabarda de lá . Seu cabo atingiu a perna do animal.

O Flame Dragon caiu na direçã o do foguete, que deveria ter falhado.

Devido ao Efeito Neumann, mesmo as duras escamas do dragã o foram incapazes


de resistir à explosã o. Excedeu o limite de elasticidade Hugonió tica de sua armadura
e quebrou, abrindo um buraco através dela.

Se alguém comparasse a anatomia do Flame Dragon com a de um humano, todo o


braço esquerdo foi arrancado.

O ar vibrou com o lamento do dragã o.

Seu rugido era como seus olhos, que podiam abalar o espírito e destruir a
coragem de um guerreiro. Todas as pessoas presentes tiveram suas almas
congeladas.

O rugido penetrante do Flame Dragon causou um breve lapso no fogo do JSDF.


Aproveitando esta oportunidade, o Flame Dragon voou para o céu. Abrindo as asas,
num voou instá vel enquanto ganhava altitude. O JSDF assistiu silenciosamente
enquanto ele voava para longe deles.

O Dragã o de Chamas foi repelido.

Ao ouvir isso, qualquer um ficaria desconfiado e diria “Você está brincando


comigo!?”

Pessoas que poderiam matar dragõ es sozinhos apareceriam apenas em mitos e


lendas.

Triunfar sobre ursos e bú falos com as mã os nuas ainda era possível se a pessoa
treinasse bastante. Mas lutar contra um Dragã o Antigo era suicídio. Mesmo que uma
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ordem inteira de cavaleiros, equipados com armaduras e armas má gicas, má gicos,
sacerdotes, arqueiros élficos e usuá rios do Espírito fossem enviados contra um
dragã o antigo, ainda assim seria inú til. Isso era senso comum neste mundo. Como tal,
Ancient Dragons significavam desastres.

No entanto, a notícia de “Embora nã o tenha sido derrotado, ainda assim foi


rechaçado” nã o veio de uma ú nica fonte, mas de muitas pessoas. Assim, muitos
acreditaram. Por outro lado, houve quem dissesse “Pode ser verdade, mas você tem
certeza que era um Dragã o de Chamas?”.

Seu período ativo ocorre a cada 50 anos, como mencionado anteriormente. Além
disso, era difícil imaginar que algo pudesse derrotar um Dragã o Antigo. Com isso em
mente, seria mais convincente dizer que o Ancient Flame Dragon era, na verdade, um
grande Dragonewt ou um Slither Wyrm.

Dito isto, um Dragonewt muito velho pode crescer até o tamanho de um Dragã o
Antigo. Slither Wyrms também eram mais perigosos que Wyverns. Com isso, até
mesmo matar um desses dragõ es menores poderia qualificar uma pessoa como um
Dragon Slayer. Com mais da metade dos aldeõ es ainda vivos, eles tinham mais
motivos para acreditar que “era desse nível apenas”.

Neste mundo, a morte pode chegar a qualquer um, a qualquer momento. Estar
perdido em uma floresta significava morte, brincar ao lado do rio e cair nele por
acidente também significava morte. O que lhes deu esperanças e os levou a espalhar a
notícia ainda mais. Cada um estava curioso sobre quem era o novo heró i.

Havia três tipos de sobreviventes da vila de Coda.

Alguns deles eram aldeõ es que podiam procurar sua família ou amigos nas
proximidades. Esses foram os sortudos, pois sua família e amigos garantiram sua
segurança, proporcionando-lhes acomodaçã o e oportunidades de trabalho.

O segundo tipo eram aldeõ es que nã o tinham família ou amigos e tinham que
viver como refugiados. Estas pessoas, que constituíam a maioria dos aldeõ es, nã o
tinham alojamento nem oportunidades de trabalho. Embora eles se preocupassem
em como viver no dia seguinte, eles ainda rezavam em gratidã o por terem
sobrevivido a esse desastre e esperavam que Lady Luck os ajudasse enquanto se
espalhavam por toda a terra.

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Cada um dos aldeõ es sobreviventes segurou as mã os de Itami e seus
subordinados e agradeceu profusamente.

Para os refugiados, os JSDF eram seres misteriosos. Eles os ajudaram a escapar e


até lutaram contra o Dragã o de Chamas, embora nã o tivessem obrigaçã o de fazê-lo, e
nã o pediram nada em troca.

Dado que nã o falavam a língua, nã o pareciam cavaleiros ou sacerdotes deste


país. Se fossem o exército de uma naçã o estrangeira, os aldeõ es teriam sido
massacrados e saqueados.

Claro, eles nã o eram bandidos.

A explicaçã o mais razoá vel para eles era que o JSDF era um grupo de
mercená rios estrangeiros que viajava em busca de um empregador. Recentemente,
parecia que o país e seus nobres estavam recrutando tropas.

A ú nica coisa fora do comum era que, se fossem um grupo mercená rio, nã o os
ajudariam sem buscar lucros. Assim, os aldeõ es ficaram com medo de que tipo de
recompensa o JSDF exigiria em troca de seu poder.

No entanto, eles nã o pediram um ú nico centavo no final.

Nã o apenas isso, apesar de sua louvá vel conquista de repelir um Dragã o de


Chamas, eles tinham olhares sombrios em seus rostos e ombros afundados que
faziam as pessoas pensarem que estavam do lado perdedor. Eles até ajudaram a
enterrar os mortos (um sacerdote estava por perto e realizou ritos fú nebres simples).

Enquanto eles se separavam, o JSDF até segurou suas mã os com força e chorou.

Olhando para o JSDF que estava acenando para eles mesmo depois que os
aldeõ es estavam fora de vista, os ex-moradores da vila de Coda só podiam sorrir
amargamente.

Os aldeõ es ficaram gratos por seu sacrifício e pela maneira como ajudaram sem
pedir compensaçã o, mas pensamentos de “Eles podem sobreviver assim?” entraram
em suas mentes.

“Nã o importa o que aconteça, eles nã o foram muito gentis? Se isso continuar,
como eles vã o ganhar a vida?

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“Agora nã o é hora de se preocupar com os outros. Também estamos em apuros, o
que vamos fazer a partir de agora…?”

"Sim."

“Humph. Nã o importa o quã o idiotas sejam os senhores ou nobres, eles


definitivamente nã o vã o deixar essas pessoas habilidosas irem embora. Nã o importa
como você olhe, era um Dragã o de Chamas! Eles lutaram em pé de igualdade com
aquele monstro.”

"Sim. Mas, com certeza, o preço de contrataçã o nã o será baixo.”

Nã o importa o quê acontecesse, eles nã o seriam tã o idiotas, certo? Embora eles


pensassem isso, os aldeõ es estavam genuinamente preocupados; os nobres tinham
uma característica comum de ganâ ncia insaciá vel.

De qualquer forma, os aldeõ es rezaram a seu deus para que este grupo
mercená rio (JSDF) com seus trajes e valores incomuns fosse contratado por um
empregador de bom coraçã o.

Aliá s, a sorte dos aldeõ es da Vila Coda ainda nã o havia acabado.

Em sua jornada, eles encontraram muitas pessoas que pediram confirmaçã o. Em


outras palavras, “O Dragã o de Chamas realmente foi expulso?”.

“Era realmente um Dragã o de Chamas, eu vi com meus pró prios olhos. Ele olhou
para mim com olhos que diziam ‘humanos lamentá veis’...... hein? Quem, você
pergunta? Eram as pessoas que usavam roupas verdes manchadas. Eles eram
humanos, com certeza. Nã o Elfos ou Anõ es. Talvez seja o traje da tribo oriental.
Apesar de nã o falarem a nossa língua, eles eram espertos e continuaram tentando
aprender a nossa língua. Eram boas pessoas, ajudaram-nos a fugir sem pedir nada em
troca. De graça, eu te digo! É verdade!”

Ao contrá rio dos bardos, eles nã o tinham um vocabulá rio amplo e sua descriçã o
dos eventos era bastante grosseira. Mas o que eles viram com seus pró prios olhos nã o
precisava de exagero.

A imaginaçã o dos ouvintes foi facilmente estimulada quando ouviram as


palavras do sobrevivente, deixando uma grande impressã o neles. Como as
testemunhas viram com seus pró prios olhos, quando foram perguntados “Entã o,
como foi?”, elas puderam responder facilmente à s perguntas do pú blico.

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Quando a cena foi descrita em que o braço do dragã o foi arrancado, os ouvintes
engoliram em seco e disseram baixinho: “Que poderoso”.

Eles se separaram com sorrisos no rosto e sem pedir nada em troca.

Até os pró prios soldados do JSDF teriam perguntado “De quem você está
falando?” Afinal, uma histó ria de heró is que nem seria encontrada em anime estava se
espalhando entre o povo.

Nos bares ou mesmo na rua, os refugiados eram parados e perguntados “Você é


da Aldeia Coda?” E porque os aldeõ es viam coisas diferentes de diferentes pontos de
vista, o que saía de cada uma de suas bocas era naturalmente diferente. Com isso,
suas palavras pintaram uma cena surpreendentemente realista.

Apenas por contar sua histó ria, o povo da Aldeia Coda nã o precisou se preocupar
com comida ou hospedagem antes de retornar à sua aldeia.

“Cavaleiro Norma, o que você acha?”

Nas cortes imperiais, havia cavaleiras que serviam como ajudantes. Uma delas,
Hamilton Uno Ro, perguntou a seu senpai, que também era seu colega, sobre as
histó rias da rua.

Vá rios cavaleiros e seus seguidores estavam sentados no canto da taverna


barulhenta, cheia de convidados. O bar estava sujo e só tinha um pequeno espaço
entre as mesas. O lugar era tã o barulhento que talvez nã o se pudesse ouvir o que
estava sendo dito em uma mesa pró xima, a menos que alguém gritasse. Em meio a
essa atmosfera barulhenta, os cavaleiros e seus seguidores sentaram-se lado a lado,
estendendo as mã os para a comida e segurando as taças cheias de vinho.

Olhando para cima, havia uma garota de Coda Village trabalhando como
garçonete temporá ria que servia seus clientes com uma bandeja de cerveja. Depois de
colocar o prato de pratos na mesa, ela descreveu o que tinha visto e recolheu uma boa
quantidade de gorjetas.

O Cavaleiro Norma, cujo bigode estava bem aparado, tinha uma expressã o
desconfortá vel no rosto.

Enquanto estava na corte no palá cio limpo e brilhante, ele desfrutou de

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deliciosas refeiçõ es preparadas pelas esposas dos nobres ou suas filhas. Embora ele
fizesse parte da ordem dos Cavaleiros da Princesa, eles nã o passavam de uma
decoraçã o da corte e nada tinham a ver com as linhas de frente. E agora, um ajudante
como ele comia pratos grosseiros e á lcool turvo.

Embora fosse uma missã o, nã o se encaixou bem com ele.

Como diabos eu me meti nessa confusão…? Norma teve vontade de xingar seus
superiores. Apenas se impedir de fazer isso havia tomado toda a sua força de vontade.
Como era uma ordem direta da princesa, a missã o de investigar Arnus Hill nã o
poderia ser evitada. No entanto, ele esperava que a princesa liderasse toda a ordem
dos cavaleiros, de modo que seus servos teriam que servi-lo completamente durante
toda a jornada.

No entanto, aquela garota obstinada emitiu ordens para posicionar suas forças
principais bem atrá s, levando apenas algumas pessoas para realizar o
reconhecimento. Eles até esconderam suas identidades, sujando intencionalmente
suas roupas, comendo o pã o preto cru e o vinho escuro dos camponeses comuns, que
ele considerava impró prio para um cavaleiro como ele.

Norma levantou a mã o para sinalizar à garçonete para reabastecer. Vendo como


sua kouhai nã o reconhecia o quanto a situaçã o era ruim para eles, ele suspirou um
pouco.

Depois que ele pegou sua recarga, Norma encolheu os ombros sob o olhar
inocente de Hamilton, que esperava sua resposta.

“Se há tantos refugiados que disseram a mesma coisa, provavelmente nã o é um


boato. Nã o é prová vel que tantas pessoas se reunissem para contar tal mentira. Ainda
assim, é muito difícil para eu acreditar que era um Dragã o de Chamas.”

“Acho que, se tantas pessoas estã o dizendo a mesma coisa, nã o custa nada
acreditar nelas.”

A garçonete colocou uma garrafa de vinho tinto na mesa enquanto dizia: “É


verdade, Knight-nii-san. ~Realmente era um Dragã o de Chamas.~”

“Hahahahahaha, você nã o vai me enganar tã o facilmente.” respondeu o cavaleiro


Norma Co Igloo. “Dragõ es Antigos, Dragonewts, Slither Wyrms e Wyverns, todos eles
sã o chamados de dragõ es. Deve ser algum tipo de engano.
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Em resposta à reaçã o dele, a garçonete franziu os lá bios em desagrado.

“Nã o ligue para ele. Eu acredito no que você acabou de dizer, entã o me conte
mais.” Hamilton disse enquanto lhe dava algumas moedas de cobre. Isso foi demais
para uma gorjeta normal.

O humor da garçonete mudou imediatamente. Ela sorriu fofamente ao dizer:


“Obrigado, jovem Knight-sama”. Embora seu traje a fizesse parecer velha, ela podia
ser mais jovem do que parecia.

“Depois de receber tanto, vou contar o que escondi dos outros.” Dito isso, a
garçonete começou sua histó ria:

Quando a notícia da apariçã o do Flame Dragon começou a se espalhar, Coda


Village ficou tã o ocupada quanto uma colmeia. A mulher do ferreiro vizinho veio
contar a novidade a Melissa. Era meio-dia e ela estava secando suas roupas.

“Melissa! Melissa! Má s notícias!”

Elas costumavam fofocar sobre os acontecimentos na pequena aldeia e


tornaram-se bastante pró ximas. Mesmo que nã o houvesse ninguém em casa, ela sabia
onde Melissa estaria enquanto voltava para onde secava suas roupas para procurar
por Melissa.

Melissa disse ao filho que estava recolhendo as roupas secas para avisar o
marido que estava no campo e entã o correu para casa para começar a fazer as malas.

Depois de um tempo, seu marido voltou ofegante e gritando: “Está tudo bem?!?!”
Aparentemente, a maneira como o filho descreveu o fez pensar que o Dragã o de
Chamas já havia atacado a vila.

Vendo que sua esposa estava sã e salva, o marido sentou-se no chã o aliviado.
Embora ela estivesse segura, o perigo real ainda estava à espreita na esquina. Depois
de explicar a situaçã o ao marido, Melissa voltou a fazer as malas.

Depois de carregar sua comida, á gua, algumas necessidades bá sicas diá rias,
algumas mudas de roupas e suas economias suadas em sua carroça que era usada
para a agricultura, ela estava cedendo sob o peso de toda a bagagem.

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Eles usaram uma mula para puxar a carroça enquanto o filho e o marido a
empurravam por trá s, e entã o começaram a descer a estrada em direçã o à aldeia.
Quando chegaram ao centro da aldeia, já havia muitos outros aldeõ es também em
suas carroças lotando a estrada.

Muitos vagõ es quebraram devido à s cargas pesadas, bloqueando a rua.

Depois de perder um tempo precioso esperando que os vagõ es fossem retirados,


eles finalmente saíram da aldeia. A essa altura, o sol já começava a se pô r.

À noite, eles montam acampamento. Ao raiar do dia, eles continuaram sua


jornada. No entanto, entre os refugiados, havia pessoas que eram lentas e pessoas que
eram rá pidas.

Três dias depois, as aldeias que trouxeram os anciã os e as crianças ficaram para
trá s da caravana. A distâ ncia entre cada vagã o aumentava e os que vinham atrá s nã o
viam mais os da frente.

À s vezes, as rodas de uma carroça ficavam presas no solo lamacento e ela ficava
imó vel. Gritos raivosos de “Saia do caminho!” e gritos desesperados de “Venha
ajudar!” entrelaçados entre si, amplificando as frustraçõ es de todos os presentes.

Cenas de pessoas brigando, carroças viradas, bagagens espalhadas por toda


parte, crianças chorando alto e mulheres com olhares ó bvios de desespero em seus
rostos podiam ser vistas em todos os lugares.

Mas, em seu momento de necessidade, seus salvadores vieram em seu auxílio.

“Eles eram os Homens de Verde. Eram doze, duas das quais eram meninas.”

“Como sã o as meninas?”

A pergunta de Norma fez Melissa fazer um “Hmph!” em aborrecimento.

“Os homens sã o porcos. Ugh, tanto faz. Havia uma mulher alta. Durante o dia, ela
usava um capacete que cobria seu cabelo, mas à noite, quando partíamos para o
acampamento, eu via isso claramente.”

“Quando ela desamarrou o rabo de cavalo, até eu, uma mulher, engasguei de

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surpresa. A cor de seu cabelo era preta como a pena de um corvo. Se nã o houvesse
uma barreira de idioma entre nó s, eu teria perguntado o segredo de sua cor preta
viva. Seu corpo também era magro. Ela era definitivamente uma beleza exó tica. Err,
que tal a outra?”

“Aquela era como uma gata. Seu cabelo era castanho e ela tinha um corpo
pequeno. Ele também era curto como o de um menino e ela era cheia de espírito. Ela
também era capaz de cuidar dos outros e instantaneamente se dava bem com as
crianças. Mas até os homens mais poderosos tinham medo dela. Quando meu marido
brigou com o marido de Moyer, ela entrou na luta como um trovã o e usou apenas as
pernas para derrotar aqueles dois homens grandes ……”

Os homens que os cercavam perderam instantaneamente o interesse. Uma


atmosfera vazia envolveu a cena. Uma mulher tã o infantil nã o era popular entre os
homens.

“Ela tem uma ó tima figura. Embora fosse baixa, seus seios eram como tetas de
vaca. Até eu fiquei com ciú mes daqueles melõ es. A cintura dela também era muito
fina, era imperdoá vel. No entanto, seu rosto era mais fofo do que bonito.

“UWAAAAA!”

"Como esperado……"

Melissa estalou a língua em aborrecimento com os homens aplaudindo. Embora


a empolgaçã o dos clientes fosse uma coisa boa, como mulher, ela nã o podia ficar feliz
com isso.

"Hum. Foi assim. Muitas coisas aconteceram, mas mesmo assim conseguimos
seguir em frente. Entretanto aquela fera finalmente nos alcançou.

Nã o havia á gua suficiente para os aldeõ es e eles nã o tinham comida suficiente


para saciá -los. Ainda assim, eles fizeram o possível para aguentar para dar mais um
passo à frente, mas estavam chegando ao limite.

No entanto, eles continuaram sua difícil jornada, mesmo quando seus


suprimentos diminuíram rapidamente para nada.

Infelizmente, eles finalmente atingiram seu limite.

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Os que ainda podiam se mover continuaram, enquanto os que nã o podiam se
sentaram de cansaço.

As pessoas na estranha carroça verde que nã o precisava de cavalos para se


mover carregavam as crianças e os idosos que nã o podiam mais se andar. Ainda
assim, nã o poderiam levar todos eles.

“Eu nã o conseguia mais me mexer. Ainda assim, desejei que meu filho
continuasse vivo. Orei muito a Deus, mas nada aconteceu. Esses sacerdotes disseram
que Deus existe, mas por que Deus nã o nos ajudou quando está vamos em uma
situaçã o tã o difícil? Nã o farei uma coisa idiota como orar a Deus da pró xima vez...

O céu brilhante acima deles de repente ficou escuro. Esperando ver nuvens de
chuva, os aldeõ es levantaram a cabeça e congelaram no lugar.

“Era um dragã o vermelho. Tinha braços e pernas e abria as asas como um


morcego. Foram aquelas grandes asas que cobriram o céu.”

O dragã o pousou. Em um instante, Moyer e seu marido desapareceram diante


dos olhos de Melissa.

Apenas as metades inferiores de seus corpos foram deixadas.

Antes que as pessoas entendessem a situaçã o, seu instinto natural assumiu


enquanto cada um deles corria. Carregando seus filhos e abandonando suas bagagens
enquanto tentavam fugir do monstro.

As carroças viraram, esmagando muitos aldeõ es sob elas.

Enquanto todos escapavam, o Flame Dragon cuspiu fogo ao seu redor. Depois de
assar completamente os humanos, engoliu-os inteiros.

Eles correram como filhotes de aranhas enquanto tentavam escapar. Como uma
criança destruindo um formigueiro, o Dragã o de fogo esmagou os aldeõ es fugitivos
sob seus pés e os comeu.

O desespero encheu os coraçõ es dos aldeõ es.

“Naquele instante, os Homens de Verde apareceram.” Melissa disse com um tom

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de admiraçã o.

“Eles andavam em suas carroças, que eram mais rá pidas que cavalos. Nas duas
carroças, os Homens de Verde ergueram seus cajados má gicos e atacaram o Dragã o
de Chamas com feitiços.

No entanto, o dragã o permaneceu ileso. Mesmo a magia deles foi incapaz de


perfurar as suas escamas. Mas, eles nã o desistiram.

Eles circularam em torno do dragã o repetidamente e continuaram atacando para


ganhar tempo para os aldeõ es escaparem.

Graças a eles, muitos dos aldeõ es sobreviveram.

O Flame Dragon se virou para atacar os Homens de Verde. Mas a besta nã o


conseguiu acompanhar sua velocidade assustadora. Movendo-se, eles se mantiveram
a salvo das chamas abrasadoras do dragã o.

Mas logo o dragã o se acostumou com suas tá ticas. As pessoas de verde que só
podiam lançar magia de longe estavam em desvantagem.

“Naquele momento, o líder do povo de verde gritou alguma coisa e eles tiraram
aquela coisa.”

“Que coisa?”

“Um cajado má gico gigante. Nó s o chamamos de Bastã o Divino de Aço. Nó s até


ouvimos os encantamentos. Era 'Baku-Burasuto-Kuria'. Depois disso, houve um
grande estrondo e todo o braço esquerdo do Dragã o de Chamas foi estourado.”

Foi nesse momento que o chamado invencível Flame Dragon foi derrotado.
Depois de se machucar, o dragã o soltou um rugido de tremer a terra e voou
rapidamente.

Terminada a histó ria, os presentes silenciaram pela magnanimidade de seu


relato.

"Divino... Divino Bastã o de Aço?"

Um nome tã o exagerado os deixou em um silêncio chocado.

Apó s um momento de contemplaçã o silenciosa, os Cavaleiros começaram a


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discutir seus pensamentos sobre isso. A taverna também voltou à sua atmosfera
barulhenta.

“Em poucas palavras, eles eram muito poderosos. Embora pareçam mercená rios
estrangeiros, eles tinham habilidades incríveis. Acho que devemos empregá -los. O
que você acha, Alteza?”

A cavaleira de cabelos vermelhos que estava prestes a comer a carne de Ma Nuga


em suas mã os foi questionada. Ela entã o colocou a carne de volta em seu prato sobre
a mesa para responder ao cavaleiro.

A carne de Ma Nuga era feita envolvendo o osso longo do gado com carne
defumada. Para as pessoas da Terra, parecia um tipo de salsicha ou perna de peru. A
carne era assada e consumida diretamente sem ser cortada. Tinha um gosto
magnífico quando se mordia.

Estendendo as mã os para a taça de vinho, Piñ a Co Lada respondeu: “Estou muito


interessada nas armas usadas por aquelas pessoas que repeliram o dragã o”.

O senador Godasen já havia dito isso antes. “A arma da infantaria inimiga fez um
som de 'Bang! Bang! Bang! ' Um momento depois, nossas tropas caíram.”

“Mulher, você viu as armas daquela gente. Como eles se parecem? Melissa
inclinou a cabeça enquanto contava o que tinha visto.”

Embora ser chamada de 'mulher' a deixasse infeliz, por causa da presença da


jovem cavaleira que lhe dava gorjetas, ela decidiu contar a verdade.

“Em outras palavras, essas pessoas usavam bastõ es que pareciam de aço. Eles
fizeram um som de explosã o, além de cuspir fogo?”

“Na minha opiniã o, é uma arma má gica.”

“Entã o, o cajado que eles usaram para repelir o Slither Wyrm…….é chamado de
Divine Rod of Steel, certo? Com o que se parece? Tente com o melhor de suas
habilidades para descrevê-lo.”

“Eu nã o disse que era um Flame Dragon, nã o um Slither Wyrm?” a garçonete


insistiu. Com um sorriso perverso, ela olhou para os homens ao seu redor.

“Você está sendo retó rica. A Divine Rod é algo bom… Bem, eu nã o posso culpá -lo,
vendo que você nasceu em um ambiente superprotetor. Mas, por que você nã o
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pergunta à s meninas que têm maridos? É igual à coisa de um homem. Claro, é tã o
grande que você pode abraçá -lo. Acho que nenhum homem aqui tem uma coisa tã o
grande ou tã o preta quanto isso”

A garçonete riu grosseiramente enquanto se dirigia à outra mesa para anotar os


pedidos. Confuso, Piñ a olhou para os cavaleiros em busca de uma explicaçã o.
Como se fosse uma deixa, todos eles desviaram o rosto do olhar de Piñ a. Ela
finalmente voltou sua atençã o para Hamilton. "Vocês. Você tem um noivo, certo?

Ela deve ter pensado que estava a salvo da linha de fogo.

A cavaleira formal e conveniente, Hamilton Uno Ro, que estava bebendo sopa,
borrifou surpresa. Seu cabelo curto bagunçado balançou com a cabeça enquanto ela
protestava: “E-eu tenho... mas eu ainda sou uma donzela! Como eu saberia sobre
essas coisas ah.”

Os olhos dos homens pousaram em Hamilton. “Hmm, esse tipo de coisa, hein?” O
olhar desconfiado de Piñ a a perfurou.

Hamilton só podia corar furiosamente quando ela se encolheu em seu assento.

Observação

(Carga moldada Efeito Neumann: A energia explosiva é liberada diretamente da superfície


de um explosivo, portanto, moldar o explosivo concentrará a energia explosiva no vazio. Se a
cavidade tiver o formato adequado (geralmente cô nico), a enorme pressã o gerada pela
detonaçã o do explosivo impulsiona o forro na cavidade oca para dentro para entrar em colapso
sobre seu eixo central. A colisã o resultante forma e projeta um jato de alta velocidade de
partículas de metal para a frente ao longo do eixo.)

(Limite de Elasticidade Hugonió tica: o ponto em que um só lido se torna um líquido apó s
ser submetido a um forte choque)

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Havia três maneiras de evacuar os refugiados. Dois já haviam sido descartados.

O método escolhido por Itami e pelos outros foi o terceiro. Eles escolheram esse
método de evacuaçã o porque havia apenas cerca de 20 a 30 pessoas com quem
precisavam se preocupar.

Seguir um grupo armado de afiliaçã o desconhecida era tã o arriscado quanto


pular em uma ravina para as pessoas deste mundo. Eles poderiam muito bem ter sido
despidos e vendidos como escravos. No entanto, eles nã o tiveram escolha. Eram
crianças que haviam perdido seus pais quando o Dragã o de Chamas atacou, ou idosos
que haviam perdido seus filhos, e alguns até feridos. Em circunstâ ncias normais, o
resultado para eles seria uma morte longa e lenta de qualquer maneira.

Claro, alguns deles eram diferentes. Por exemplo, havia o Mago Kato e seu pupilo,
que estavam muito interessados no JSDF, assim como a sacerdotisa de Emroy.

No entanto, muitos dos refugiados receberam perguntas que nã o puderam ser


respondidas, como “Para onde você quer ir depois disso? Vamos levá -lo para onde
você quiser ir.”

Itami decidiu perguntar ao chefe da aldeia o que fazer com as 20 a 30 pessoas


restantes. A resposta que obteve foi: “Deixe isso com Deus”.

Itami inclinou a cabeça e perguntou novamente. Apó s a traduçã o, as respostas


que obteve foram do tipo “Onde ninguém precisa cuidar deles”, “Em qualquer lugar”,
“Onde você quiser”.

Ele suspirou profundamente.

O chefe da aldeia subiu na carroça em que sua família estava e falou com Itami:
“Entendo perfeitamente que vocês sã o pessoas nobres e compassivas e que devemos
parecer cruéis e sem coraçã o aos seus olhos. No entanto, já é muito difícil para nó s
apenas cuidarmos de nó s mesmos… perdoe nosso egoísmo neste assunto.”

O chefe da aldeia saiu sem olhar para trá s.

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Itami e os outros ficaram mudos com a insensibilidade dessa declaraçã o. Eles
sabiam que todos os que haviam ficado para trá s foram abandonados.

O HMV estava carregado com as crianças ó rfã s, os feridos, a menina Elfica…


todos os olhos estavam em Itami. Eles estavam muito inquietos com a decisã o que ele
tomaria aqui. Como nã o conseguiam entender sua linguagem, eles estudaram as
mudanças mínimas em seu rosto. Entre eles, a Loli gó tica vestida de preto olhou para
ele com grande interesse em seus olhos.

No entanto, Itami nã o sentia o grande peso da responsabilidade que todos


colocavam sobre ele.

“Bem, quem se importa… Nã o faz mal, nó s cuidaremos disso.” Seu sorriso


inocente removeu a tensã o no ar.

O dever de Itami era investigar os habitantes deste mundo. Comunicar-se com


eles, construir boas relaçõ es com eles e coletar o conhecimento deste mundo era uma
parte crítica dessa missã o. Nã o seria ó timo se ele pudesse trazer os nativos de volta
por sua pró pria vontade e melhorar sua compreensã o da língua e cultura deste
mundo? Pelo menos, foi o que ele pensou.

Na verdade, seria quase impossível encontrar um funcioná rio pú blico que


pensasse assim.

Qualquer um que nã o percebesse o problema com esse tipo de pensamento


nunca teria se tornado um funcioná rio pú blico. O que os servidores pú blicos mais
odiavam eram as pessoas que aumentavam sua carga de trabalho.

“Você você você…”

O major Higaki agarrou sua cabeça, na frente de seu subordinado que nã o sabia o
que havia feito.

Os oficiais das outras Equipes Avançadas de Reconhecimento permaneceram em


silêncio, enquanto os refugiados que haviam ficado fora do acampamento olhavam
em volta com curiosidade.

“Quem, quem disse que você poderia trazê-los aqui?!”

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"Eh? Isso foi uma coisa ruim? Itami coçou a cabeça distraidamente.

Higaki andou um pouco, antes de dizer “Siga-me” e sair de seu escritó rio.

******
“General… os relató rios dos pelotõ es de reconhecimento que despachamos
chegaram.”

“Oh!”

O homem que respondeu foi o tenente-general Hazama.

Ele havia estudado filosofia na Universidade de Tó quio e se graduado naquela


escola que só aceitava oa melhores dos melhores. No entanto, a parte
verdadeiramente inspiradora de sua histó ria de vida foi como ele se alistou como
soldado raso no JSDF e subiu na hierarquia até se tornar o poderoso tenente-general
que era agora. Pode-se dizer que, embora pudesse ter escolhido o caminho mais
rá pido, ele escolheu o caminho mais longo. Sua frase de efeito era “Sem dor, sem
ganho”.

Hazama tirou os ó culos e olhou da pilha de documentos em sua mesa para o 1LT
Yanagida.

1LT Yanagida se formou na Academia de Defesa Nacional do Japã o (NDA) com


distinçã o e em circunstâ ncias normais, ele seria considerado um pensador de elite. No
entanto, na frente de Hazama, ele nunca pareceu capaz de levantar a cabeça. A razã o
para isso foi aparentemente porque ele nã o conseguiu entrar na Universidade de
Tó quio.

As pessoas se comparam com outras por muitas métricas; registros acadêmicos,


currículos, registros de desempenho e para os membros do JSDF, sua habilidade
como guerreiros. Eles sempre procurariam campos em que pudessem superar os
outros. Entã o, o que aconteceria se um indivíduo excelente em todas as á reas
aparecesse diante deles? A maioria das pessoas aceitaria incondicionalmente sua
inferioridade e pensaria: “Esse cara é incrível”, mas Yanagida era orgulhoso demais
para isso. Talvez ele tenha tido um encontro infeliz quando criança, ou seus pais o
criaram assim, mas diante de um indivíduo superior, ele nã o sentiu respeito, mas sim
ressentimento do fundo do coraçã o.

“Qual é o problema, você percebeu alguma coisa?”

Hazama ergueu a cabeça cortada à escovinha e recostou-se na cadeira. A mobília


barata do escritó rio rangeu sob seu peso. Ele nã o pensou muito sobre o
ressentimento de Yanagida, embora pensasse: “Preciso ficar de olho nesse sujeito”.
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“Vá rios relató rios de reconhecimento chegaram, mas nã o achei que fossem tã o
importantes porque sã o apenas dados brutos…”

“Isso é verdade, certifique-se de que eles façam um bom trabalho.”

Hazama nã o sentiu que um simples reconhecimento lhe daria uma imagem


completa da situaçã o. No entanto, ele estava ansioso para entender as inclinaçõ es dos
habitantes locais.

Seu relacionamento com os habitantes locais, a segurança das unidades JSDF as


opiniõ es da Regiã o Especial com relaçã o ao Japã o e à influência governamental
estavam intimamente interligados. Ignorar os sentimentos dos locais geraria
desprezo, ou pior, insurgência ativa e isso superaria quaisquer benefícios de tal
insensibilidade. Como tal, era fundamental entender o que os locais queriam dizer
com retidã o, maldade e assim por diante. Por exemplo, as culturas islâ micas odiavam
cã es e preferiam que os homens tivessem barba.

“O ú nico ponto em comum entre as equipes foi que, apesar da dificuldade, todos
fizeram o primeiro contato. Os habitantes locais, que superficialmente se assemelham
a seres humanos, vivem principalmente da agricultura, com a silvicultura em segundo
lugar. Sua populaçã o é distribuída em assentamentos e geralmente é baixa. O 6º
Pelotã o de Reconhecimento só encontrou instalaçõ es mercantis em aldeias com
populaçã o superior a 500 pessoas. Eles vendem principalmente roupas, ferramentas,
equipamentos agrícolas, lamparinas a ó leo e outros itens essenciais para a vida... Esta
é a lista de estoque e o catá logo de preços. Vá rias fotos também estã o incluídas.”

Yanagida concluiu seu briefing colocando uma folha de papel A4 fotocopiada na


mesa de Hazama. Ele se destacou neste campo de trabalho e raramente cometeu
erros.

Hazama examinou os materiais como se estivesse lendo uma tabela de nú meros.


No entanto, essa informaçã o era crítica para entender a situaçã o econô mica da Regiã o
Especial, entã o ele teve que enviá -la de volta pelo Portal para estudo por especialistas
do governo.

“No momento, nã o sabemos se existe uma autoridade central para a Regiã o


Especial. Cada aldeia encontrada foi liderada por um chefe que cuida dos aldeõ es.”

“Como eles escolhem os chefes das aldeias?”

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Ao entender isso, eles poderiam teorizar se este mundo era governado por uma
democracia, uma oligarquia ou uma simples autocracia.

Yanagida suspirou com voz exagerada, insinuando o quã o difícil seria essa
investigaçã o.

“Tudo o que precisamos é convidar alguns residentes para…”

“Seria problemá tico se os trouxéssemos sem nos comunicarmos adequadamente


com eles, nã o? Expressá -lo como sequestro ou transporte forçado seria uma dor de
cabeça…”

“Sobre isso…”

Depois de estabelecer as bases, Yanagida estava pronto para dar o bote. Levado
pelo fluxo da conversa, Hazama agora parecia pronto para ouvir as palavras de seu
subordinado.

“Felizmente, a equipe de Itami trouxe de volta alguns refugiados da vila de Coda.”

“Oh, esse seria o lugar onde o Dragã o foi avistado.”

“De fato.”

Funcioná rios de alto escalã o do Japã o, incluindo Hazama, só podiam equiparar as


feras da Regiã o Especial a animais perigosos como ursos, tubarõ es e afins. Era
incompreensível para eles que as pessoas abandonassem suas aldeias por causa de
ameaças tã o pequenas. Eles simplesmente nã o conseguiam imaginar criaturas tã o
perigosas no Japã o moderno, entã o tudo o que podiam dizer era “Nã o pode ser
evitado se algo assim aconteceu lá , certo?”

Uma das razõ es pelas quais era tã o difícil para eles acreditar no perigo
representado pelo Dragã o era por causa dos Wyverns que atacaram Arnus Hill. Eles
foram facilmente derrubados por armas antiaéreas normais.

“Bem, por que nã o alojamos os refugiados da Vila Coda aqui? Explicaremos como
uma medida necessá ria. Os envolvidos ficarã o agradecidos e ninguém vai pensar que
é um sequestro, certo?”

Yanagida começou sua explicaçã o.

O plano era construir um campo de refugiados perto de Arnus Hill e acolhê-los.


Como a evacuaçã o da vila de Coda foi causada por uma fera, nã o seria uma medida
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temporá ria. Enquanto os refugiados estivessem lá , seria possível para o pessoal de
pesquisa e investigaçã o obter informaçõ es significativas. Por meio de uma interaçã o
diá ria prolongada, eles poderiam resolver o problema da barreira do idioma e obter
uma compreensã o clara da situaçã o econô mica da Regiã o Especial.

Na verdade, o Ministério da Defesa e o Gabinete do Primeiro-Ministro


começaram a exigir relató rios internos detalhados sobre a Regiã o Especial. Yanagida
estava sob muita pressã o, entã o ele queria mostrar os resultados rapidamente.

Hazama bateu na mesa com o dedo.

“O que acontece se começar um tiroteio? A principal força armada do inimigo


cessou as operaçõ es de combate, mas este ainda é o alvo deles.”

Esta foi uma das perguntas mais ó bvias a se fazer.

“Precisamos considerar como as forças inimigas vã o lidar com os locais que


tiveram contato conosco.”

Ele relembrou um incidente no passado, em que cidadã os japoneses foram


massacrados porque estavam muito pró ximos de uma minoria ou religiã o odiada.

“Quando o inimigo se aproximar, acolheremos os refugiados e garantiremos sua


segurança. Embora a maneira como o inimigo trata os moradores, seja tortura ou
massacre, nã o seja tecnicamente nossa preocupaçã o, nã o podemos ficar parados e
deixar que essas coisas aconteçam”.

Hazama franziu a testa. Ele aprovou o plano de acolher os refugiados. Ele pró prio
estava pensando em algo semelhante, entã o nã o teve oposiçã o a isso. O que o
incomodava era o jeito direto de falar de Yanagida.

Havia um limite para o quanto uma pessoa poderia pensar sozinha, porque
teriam erros ou omissõ es. Mesmo que eles abrigassem os refugiados dentro da
pró pria base, isso poderia causar todos os tipos de problemas. O inimigo pode ter se
infiltrado nos refugiados e trazê-los para a base seria um convite à sabotagem, por
exemplo. Mas nã o conseguiram localizar os refugiados longe só porque temiam
correr riscos.

Para fazer com que aqueles que causaram o Incidente de Ginza se rendessem a
eles na mesa de negociaçõ es, eles precisariam entender com firmeza a situaçã o na
Regiã o Especial. Eles precisariam investigar e entender esta terra, este domínio, bem
como o governo deste mundo.

Quando Hazama estava prestes a perguntar sobre o centro de refugiados durante


as operaçõ es de combate, uma voz veio de fora.
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“To entrando.”

Havia uma placa do lado de fora da porta de Hazama que dizia: “Nã o precisa
bater, apenas entre”. Como resultado, o Maj. Higaki entrou apó s se anunciar.

“Eu tenho um relató rio. O 3º Pelotã o de Reconhecimento voltou. Embora eles


estejam de volta… na verdade… aquele Itami, ele…”

E assim foi aprovada a questã o do acolhimento dos refugiados.

******

“Ei, Itami.”

Itami parou no lugar quando ouviu seu nome ser chamado.

Enquanto seus superiores o repreendiam por quase uma hora, Itami colocou
uma má scara de ignorâ ncia cuidadosamente fingida e deixou as palavras fluírem de
um ouvido e saírem pelo outro. No final, a reuniã o (que mais parecia um
interrogató rio) terminou com um “Já que você os trouxe de volta, nã o há como
evitar”.

Ele teve que relatar ao Ichigaya (Ministério da Defesa) sobre como ele estava
protegendo aqueles refugiados que eram incapazes de cuidar de si mesmos, como
doentes, idosos feridos e crianças. Embora a palestra fosse inevitá vel, quando Itami
disse que havia forçado sua passagem por razõ es humanitá rias, o outro lado só pô de
sorrir amargamente e reconhecer seus esforços.

“Embora, você terá que cuidar deles.”

Isso nã o significava que Itami teria que pagar por eles do pró prio bolso, mas que
Itami se encarregaria de providenciar a proteçã o dos refugiados. Essa foi a condiçã o
imposta a ele.

Itami pensou em alimentar os refugiados e em arranjos para eles dormirem, ele


deixou o corredor preto para a escada. Se ele fizesse uma requisiçã o com a equipe de
racionamento, provavelmente poderia resolver o primeiro problema. Certo, eles
comeriam raçõ es de combate, mas dificilmente poderiam escolher. O verdadeiro
problema era conseguir camas para eles. O quartel da base ainda nã o foi concluído e
os integrantes da equipe tiveram que se contentar com as esquadrias dos prédios. As
tendas eram a ú nica saída, ao que parecia. Preparando os documentos, registrando os
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itens necessários, as costeletas… ahhh, que dor, pensou Itami ao sair para o corredor.

Entã o, quando ele ouviu a voz, ele virou a cabeça para trá s muito, muito
lentamente.

Depois de olhar para trá s, ele viu alguém sentado em uma cadeira nas sombras,
bem como uma partícula de luz de um cigarro aceso. O fio de fumaça que se enrolou
até o teto veio de uma boca que se enrolou em um sorriso malicioso.

Era o 1LT Yanagida.

“Itami, você fez isso de propó sito?”

“Fazer o quê de propó sito?”

O 1LT Yanagida era mais jovem do que ele, mas era tenente há mais tempo do
que o recém-promovido Itami. Quando as patentes eram as mesmas, a antiguidade
tinha precedência. Por outro lado, Itami nã o gostou nada de Yanagida. Seu princípio
era envolver-se o mínimo possível com pessoas de quem nã o gostava. Dessa forma,
reduziria o atrito e suavizaria incidentes dolorosos na memó ria da outra parte.

“Nã o aja como um idiota. Todo mundo sabe disso. Você nunca perdeu um ú nico
check-in perió dico antes, entã o quem vai acreditar em você quando disser que as
comunicaçõ es sã o ruins? Você estava com medo de receber ordens para abandonar
os refugiados?

“Ahhh, bem, quanto a isso… é um mundo diferente, afinal. É difícil prever a


condiçã o da ionosfera e da magnetosfera, certo? Além disso, provavelmente há
manchas solares aqui também… ah ha ha ha...”

Itami coçou a cabeça enquanto ria como um idiota. Parecia ruim, mas ele nã o
precisava convencer Yanagida. Mesmo que ninguém acreditasse nele, o relató rio
ainda dizia: “Devido à má comunicaçã o, nã o pude receber mais instruçõ es, entã o fiz
um julgamento e trouxe os refugiados de volta à base”.

“Hmph, você está realmente tentando encobrir isso, sério…”

Yanagida deu uma longa tragada em seu cigarro e expirou. Junto com a fumaça
veio um suspiro.

“Eh, bem, nó s teríamos que aprofundar as relaçõ es com os locais mais cedo ou
mais tarde de qualquer maneira, isso foi um pouco antes do previsto. Até a chefia
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pensa assim também. Mas para nó s... bem, é um pé no saco. Nossos planos estã o todos
uma bagunça agora.”

Yanagida parecia meio impotente quando disse isso.

Quando ele viu o estado em que Yanagida estava, ele nã o pô de deixar de se sentir
culpado. “Você será espiritualmente recompensado por isso, mais cedo ou mais
tarde.”

Yanagida apagou o cigarro com força no cinzeiro e deu de ombros. "Isto nã o é


suficiente. Nã o está nem perto do suficiente.

“Bem, alguém está sendo mesquinho hoje... o que você quer que eu faça para
animá -lo?”

Yanagida sorriu levemente, entã o se levantou. “Falaremos sobre isso em outro lugar.”

******

O sol estava se pondo lentamente e, a oeste, o céu ficou vermelho onde o dia
terminaria.

Enquanto observavam o céu, os dois homens no ponto de secagem de roupas do


Quartel No. 2 Oeste (temporá rio) se entreolharam.

Yanagida encostou-se na cerca e acendeu um cigarro antes de falar.

“A julgar pelas informaçõ es que coletamos anteriormente, este mundo é uma


mina de ouro. As sequências de DNA das criaturas aqui sã o muito semelhantes à s
nossas. Pelo que sabemos, poderíamos até procriar com eles. A teoria exata ainda está
nas mã os dos estudiosos, mas o que posso dizer é que podemos viver neste mundo.
Estamos respirando o ar daqui agora, e embora nossa comida seja importada do
outro lado do Portã o, se as criaturas daqui podem comê-la, entã o devemos ser
capazes de comer a deles sem dificuldade.”

O ambiente deste mundo nã o foi destruído ou poluído. Há muita terra e suas


plantas sã o exuberantes e vibrantes. E aqueles elementos que seriam considerados
terras raras em nosso mundo sã o abundantes aqui. O nível de civilizaçã o dos
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habitantes locais está tã o longe de nó s quanto uma formiga estaria de um elefante, o
que nos dá uma vantagem esmagadora. Este mundo só abriu suas portas para o Japã o.
Isso é uma grande sorte ou um desastre em formaçã o.

Os investimentos em empreendimentos de recursos do Japã o estã o disparando


nas bolsas de valores de Nova York, Xangai e Londres. As açõ es relacionadas a
petró leo e minérios estã o caindo. Os parlamentares de Nagata-cho estã o em consulta
com o povo da Federaçã o Econô mica dia e noite. Os serviços diplomá ticos estã o
enlouquecendo tentando lidar com os países da OTAN. No entanto, o governo, a parte
mais crítica de todo esse negó cio, está tendo problemas para lidar com isso. China,
Alemanha e outras naçõ es fornecedoras de recursos estã o começando a exigir que “A
Regiã o Especial deve ser controlada internacionalmente”. O problema da caça à s
baleias pode ser explicado pela cultura do nosso país, entã o mesmo que o mundo
inteiro nos despreze, tudo bem, mas quando se trata de economia, nosso país ainda
nã o é forte o suficiente para fazer de inimigos a metade do mundo.

Entã o, estou lhe dizendo, Itami, é isso que o pessoal de Nagata quer saber.

“Eles querem saber o que este mundo tem que vale a pena antagonizar metade
do mundo.”

“E se existe tal coisa?”

“Obviamente alguém que possui algo é mais forte do que alguém que nã o possui,
você deveria saber disso. O Exército Popular de Libertaçã o massacrou muitos
tibetanos e uigures, o envenenamento de gyoza congelado pela China, os russos
rasgando unilateralmente o acordo de mineraçã o de gá s natural porque sã o ricos, a
Ossétia do Sul se separando da Geó rgia, no final, todas essas pessoas conseguiram
fazer o que fizeram porque tinham recursos que todos queriam. Você poderia até
dizer que, se pudéssemos ganhar algo da Regiã o Especial que valesse a pena
antagonizar o mundo inteiro, poderíamos recorrer a todos os meios necessá rios para
protegê-la.”

Itami deu de ombros.

“Yanagida, nã o sabia que você pensava tanto em nosso país. Pelo menos agora eu
sei que você é um patriota. No entanto, as pessoas têm muitos usos. Na verdade, nã o
estou realmente interessado em todas essas coisas geopolíticas. Veja, o que estou
pensando agora é como as crianças que trouxe de volta vã o comer e dormir. Entã o, o
que exatamente a política tem a ver com o meu trabalho?”

“Eu nã o te disse? Eles querem saber qual o valor deste lugar. Nã o, isso nã o está
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certo, eles querem saber onde estã o as coisas valiosas. Quer a Regiã o Especial
pertença ao Japã o, ou seja, gerida pela comunidade internacional, qualquer pessoa
com essa informaçã o terá uma vantagem esmagadora. Você sabe que está na melhor
posiçã o para obter essas informaçõ es, certo? Tudo o que as outras equipes de
reconhecimento fizeram foi verificar o que as aldeias estavam vendendo e adicionar
algumas palavras novas ao nosso vocabulá rio. O que você fez foi ganhar a confiança
das pessoas aqui. Enquanto você estiver por perto, podemos descobrir onde eles
constroem coisas, onde escondem coisas, como se comunicar com eles e assim por
diante.”

“Espere, Yanagida. Você espera que eu pergunte à s crianças onde o tesouro está
enterrado? Onde estã o os campos de petró leo? Você acha que eles vã o me dizer se eu
apenas perguntar a eles? Lamento dizer isso, mas sou péssimo em geografia, embora
tenha feito faculdade. Você acha que essas crianças sem instruçã o se sairã o melhor?
Posso dizer-lhe desde já que eles nã o saberã o nada que nã o diga respeito à s suas
vidas diá rias imediatas.”

Ao dizer isso, Itami pensou na garota de cabelos prateados com uma carroça
cheia de livros e no velho que era seu mestre. Provavelmente seria mais produtivo
deixar os linguistas examinarem seus livros.

“Encontrar pessoas com informaçõ es e obter essas informaçõ es é absolutamente


crítico.”

Depois de ouvir isso, Itami nã o pô de continuar.

“Itami, ultimamente, você tem tido muita liberdade em suas atividades. Sua
pró xima missã o vai depender muito de quã o bem os oficiais podem escrever, mas
independentemente do que suas ordens contenham, seu objetivo final permanece o
mesmo.”

“Droga, estou cansado dessa merda.” Itami continuou xingando amargamente.

“Hmph! Bem, você estava gastando alegremente o dinheiro dos contribuintes até
agora, entã o como pode você diz, 'Oooh, eu nã o gosto disso, eu nã o quero isso'?
Melhor trabalhar duro.” Yanagida jogou fora a ponta do cigarro depois de terminar.

******
Embora nã o pudesse ver o que o futuro traria, em termos prá ticos, ele tinha que
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lidar com isso com cuidado. Como toda a situaçã o estava uma bagunça, prosseguir
sem um plano seria contraproducente. Mesmo assim, as pessoas que viviam nessas
condiçõ es provavelmente já estavam acostumadas.

Em todo caso, ele tinha que conseguir algo para eles comerem.

Em todo caso, ele teve que começar a armar barracas para os refugiados
dormirem.

Em todo caso, ele teve que levar os feridos aos médicos.

De qualquer forma, ele teve que distribuir roupas.

As pessoas mais velhas ou as crianças mais velhas poderiam cuidar das crianças
mais novas.

Depois de alguns dias desses “Em qualquer caso”, ele provavelmente poderia
relaxar um pouco. Viver em tendas nã o seria um arranjo de longo prazo,
especialmente porque as pessoas que o fariam eram crianças e idosos. Eles
obviamente iriam querer paredes fortes e um teto sobre suas cabeças.

Depois de ouvir as sugestõ es de Kurokawa e Kuribayashi, Itami estava


atualmente a cerca de dois quilô metros ao sul de Arnus Hill. Eles estavam
construindo um acampamento para os refugiados da Aldeia Coda no trecho de
floresta ali localizado.

Por conveniência, deveriam ter construído o acampamento mais perto do morro,


mas ocorria o risco de envolvê-los em eventuais tiroteios que ocorressem, por isso,
apó s estudarem o terreno e as condiçõ es da regiã o, escolheram este local.

Na verdade, a construçã o era tarefa dos engenheiros, mas cabia a Itami fornecer
recursos, consumíveis, esquemas, plantas e assim por diante. O MSGT Nishina tinha
experiência com esse tipo de coisa e forneceu muitos comentá rios ú teis. Embora
tenha ficado frustrado com a obsessã o minuciosa de Yanagida por detalhes (até
apontando erros de pontuaçã o), no final ele conseguiu um computador de seus
superiores para ajudá -lo com seus problemas e passou todo o segundo dia dormindo.

“Se fosse um burocrata do governo fazendo isso, ele teria terminado com uma
mã o.”

Depois de ouvir as palavras de MSG Nishina, Itami agradeceu por nunca ter
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entrado no serviço pú blico.

“Bem, eu também sou funcioná rio pú blico, mas por causa de deveres especiais,
quase nã o somos relacionados. Ah, tenho sorte de ser um funcioná rio pú blico com
funçõ es especiais!”

À s vezes ele murmurava essas palavras e à s vezes as gritava.

******

Preparar-se para uma tarefa era muito problemá tico. Mas assim que uma missã o
começava, o JSDF trabalhava rá pido.

Em um piscar de olhos, eles derrubaram um trecho de á rvores e depois de mover


o terreno com equipamentos pesados, construíram facilmente um conjunto de casas
cobertas.

Lelei só podia assistir essa cena com a boca aberta e a língua amarrada.

“…Bem, parece que finalmente podemos descarregar nossa bagagem. Preciso


dormir.”

Tendo se resignado com essas palavras, ele desapareceu de volta em sua tenda.
Depois de observar seu Mestre, Lelei nã o pô de deixar de concordar com ele. Suas
carruagens nã o eram puxadas por cavalos, mas corriam mais rá pido que os cavalos.
Seus cajados má gicos poderiam forçar um Dragã o de Chamas a recuar.

Sua robusta e vasta fortaleza em Arnus Hill.

Suas gigantescas libélulas de ferro voavam pelo céu enquanto faziam barulhos
terríveis.

A maneira como eles podiam transformar instantaneamente á rvores enormes


em tá buas, onde até mesmo uma equipe de lenhadores levaria meio dia apenas para
derrubar uma ú nica á rvore.

Suas carruagens com pá s gigantes que poderiam fazer o trabalho de cem homens
em um piscar de olhos. E entã o, havia a maneira como construíam casas em instantes.
Na verdade, ela estava ficando cansada de tantas surpresas.

As crianças e os idosos que nada sabiam ficaram chocados em silêncio. Eles


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agradeceram sinceramente e aceitaram com gratidã o esses benefícios. Quanto a Lelei,
que era mais sá bia, mas ainda nã o conseguia entender essas circunstâ ncias irreais, seu
cérebro havia superaquecido há muito tempo.

“...Papai ficará desapontado por nã o ter visto algo assim. Eu tenho que contar a
ele mais tarde...”

O corpo da garota Elfa se recuperou rapidamente, e ela estava vestida com as


roupas que as pessoas daqui lhe deram, que eram uma camisa e calças feitas de um
material elá stico, mas macio (que ela descobriu mais tarde se chamava “T-shirt” e
“jeans”). Ela observou os procedimentos silenciosamente.

Lelei ficou com inveja.

Ela nã o aguentava mais assistir. Tudo o que ela queria fazer era se enrolar sob os
cobertores. Bem, ela já havia esquecido que deveria ser uma guardiã da floresta e
assistia em muda surpresa.

No entanto, como ela havia escolhido o caminho do sá bio, ela nã o podia deixar
essas circunstâ ncias difíceis de explicar como estavam. Afinal, a ambiçã o de um sá bio
era conquistar os mistérios do mundo com sabedoria.

Depois de se motivar adequadamente, ela partiu.

Ao se aproximar das carruagens de pele de ferro em movimento, os


trabalhadores ali presentes olharam para ela com um misto de surpresa e medo. Eles
pareciam gritar algo como “é perigoso”. Se ela fosse atropelada por um veículo tã o
grande, provavelmente seria esmagada até virar uma pasta. Por causa disso, eles
provavelmente estavam tentando mantê-la longe.

Nesse momento, um veículo soltando nuvens de fumaça rolou da esquina do


canteiro de obras. Lelei passou a estudar sua estrutura cuidadosamente.

Ela entendeu com um ú nico olhar.

Dito isto, uma “cozinha mó vel” foi uma ó tima ideia. Suas vantagens eram ó bvias
para os militares, mas mesmo os comboios comerciais que percorriam longas
distâ ncias o apreciariam. Afinal, era preciso muito esforço para acender fogueiras
para cozinhar.

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Ela pensou no que o homem havia dito a ela com um sorriso enquanto ela estava
na frente dele.

“Por favor, espere um pouco, terminaremos em breve.”

Infelizmente, Lelei nã o conseguia entender suas boas intençõ es.

Lelei percebeu que eles estavam tentando aprender a língua local. Eles repetiram
suas palavras e estavam ansiosamente tentando falar com ela. Embora os resultados
nã o fossem muito ó bvios, pelo menos eles podiam se comunicar. Porém, se Lelei
esperasse até aprenderem a falar a língua local, ela nã o conseguiria aprender nada.
Ela queria saber sobre as ferramentas e a tecnologia que eles usavam, bem como o
que eles pensavam. Para fazer isso, ela teria que aprender a língua deles. Assim, Lelei
se preparou e começou a falar com o homem.

O líder soldado Furuta sorriu para ela enquanto exibia suas habilidades com a
faca, das quais ele se orgulhava.

Seu apelido de “lojista” nã o era para se exibir. Ele ingressou no JSDF para ganhar
dinheiro suficiente para abrir sua pró pria loja. A pensã o que receberia apó s o término
do contrato era importante para atingir esse objetivo.

A garota apontou para a pequena pilha de ingredientes. "Hum?"

“Uma-seu seru?”

Ela estava apontando para os rabanetes e dizendo alguma coisa. Ela repetiu a
mesma palavra e, com certo aborrecimento, Furuta disse: "É um daikon, daikon." Mas
depois que ele disse isso, pensou: “Droga, tenho que ser legal com ela”.

“Die Corn?”

“Sim, um daikon.”

Furuta pegou o daikon e o balançou.

Pode-se dizer que o auge da culiná ria japonesa é o sashimi, e também pode-se
dizer que o melhor acompanhamento para o sashimi é o daikon.

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A culiná ria de peixe cru começou a se tornar popular em todo o mundo, mas nem
todos a receberam bem. Afinal, europeus e americanos achavam bá rbaro comer peixe
cru. (tiulau: bá rbaro foi o que os brasileiros fizeram com a culiná ria japonesa)

Entã o, e este mundo? Enquanto pensava sobre isso, Furuta falou com a garota de
cabelos prateados.

“Core Rekt, Daikon.”

“Die Corn?”

Lelei inclinou a cabeça enquanto decifrava. Havia um “Core Rekt” na frente desse
substantivo, entã o deveria significar alguma coisa.

Talvez este vegetal tenha sido chamado de “Daikon”.

"Daikon."

O homem sorriu e acenou com a cabeça como se dissesse “isso mesmo”.


Enquanto ele assentia, ele mostrou a ela como poderia cortar o daikon em tiras finas
que pareciam folhas de pano. Enquanto ela observava suas emocionantes habilidades
com a faca, Lelei se perguntou se todos os homens em seu mundo eram grandes chefs.

Com isso, a sá bia Lelei La Lelena, embora carregada de alguns equívocos, lançou-
se ao estudo da língua japonesa.

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Observação

Yanagida fala sobre algumas coisas com Itami, aqui está uma breve explicaçã o
dos termos que ele menciona.

O problema tibetano: isso deve estar se referindo ao levante tibetano de 1959 e


aos uigures, o Incidente Violento Urumqi 7.5, que foi uma série de tumultos violentos
ocorridos na Regiã o Autô noma Uigur de Xinjiang.

O incidente de envenenamento com gyoza congelado refere-se à descoberta


policial em 2008 de que 10 pessoas no Japã o ficaram doentes por comer gyoza
contaminado com pesticida, e esses gyoza foram rastreados até a Tianyang Foods em
Shijiazhuang, Hebei. A polícia chinesa prendeu o culpado em 26 de março de 2010, Lu
Yueting, que envenenou o gyoza como vingança.

O incidente da Geó rgia e da Ossétia do Sul refere-se a como a Geó rgia se


aproximou da OTAN depois de declarar independência da URSS, e a Rú ssia também
queria os recursos naturais da Geó rgia. Durante os Jogos Olímpicos de 2008, a
Geó rgia atacou a Ossétia do Sul, mas as forças russas os repeliram.

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As três ondas de ataques do Exército da Coalizã o nã o poderiam realmente ser
consideradas uma batalha. Um exemplo melhor seria uma horda de lemingues
ignorando um penhasco diante deles e cometendo suicídio em massa. E claro, a maior
razã o para isso foi porque o Império nã o construia nenhuma inteligência sobre o
inimigo.

Naquela época, as bandeiras de mais de 21 naçõ es foram hasteadas nos


acampamentos do Exército da Coalizã o, e suas forças somavam mais de 100.000.
Vindo de todo o continente, a visã o de soldados de vá rias naçõ es reunidas em um só
lugar foi inspiradora.

Havia cavalaria leve em cavalos nus.

Havia cavalaria pesada, envolta em grossas camadas de armadura.

Havia cavaleiros de dragõ es, montados em Wyverns que voavam pelo céu.

Havia unidades gigantescas de batalha, que abalavam a terra a cada passo que
davam.

Havia soldados de corpo pequeno que pareciam extraordinariamente durõ es das


naçõ es do sul.

Havia infantaria pesada, que carregava grandes escudos de torre retangulares.

Havia lanceiros, cujas pontas formavam uma floresta de aço.

E entã o havia besteiros, catapultas, balistas e outros reunidos.

Embora Goblins e Ogros fossem tratados como bestas de guerra no Exército


Imperial, algumas das outras naçõ es permitiam que usassem armaduras.

Por serem de terras diferentes, competiam pelo esplendor de seus uniformes.

Desta vez, sua força de batalha combinada era igual à de um exército três vezes
maior que o nú mero real, e seu avanço escureceu o céu e sacudiu a terra por dias.
Todos sentiram que esta batalha era uma conclusã o precipitada.
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Originalmente, Arnus Hill foi designado como um lugar sagrado, mas, na
verdade, era pouco mais que uma colina ligeiramente inclinada.

Nã o havia á rvores para bloquear o campo de visã o de alguém e nem grandes rios
para bloquear rotas de avanço, nem havia penhascos íngremes. Era simplesmente
uma pequena protuberâ ncia na terra no meio de uma grande extensã o de espaço
aberto.

Eles foram informados de que o topo da colina havia sido tomado pelo inimigo,
mas nã o receberam nenhuma informaçã o sobre o terreno local. De acordo com as
tropas imperiais na á rea, os invasores de outro mundo pareciam fazer coisas
estranhas como cavar buracos e valas, além de se cercar de uma estranha cerca
ondulada de pequenas agulhas.

Se eles pudessem construir fortalezas subterrâ neas como os anõ es, poderia ter
sido problemá tico, mas os humanos só poderiam fazer isso muito lentamente. Seria
impossível completá -lo dentro de um mês ou mais.

Assim sendo, os vencedores seriam os que tivessem nú meros superiores.

O Rei Duran do Reino do Elba penteou o cabelo com mechas brancas para trá s e
tentou adivinhar o que o Imperador Molt Sol Augustus estava pensando quando
reuniu tantas tropas da Coalizã o para lutar contra tã o poucos invasores.

Esse nú mero de inimigos deveriam ter sido facilmente eliminados com o pró prio
poder militar do Império. Nã o deveria haver necessidade de reunir os exércitos da
Coalizã o.

Portanto, reunir o Exército da Coalizã o nã o foi um movimento militar, mas


político.

Por exemplo, ele pretendia demonstrar seu pró prio poder perante o Exército da
Coalizã o? No entanto, se fosse esse o caso, ele só precisaria convocar os reis antes
dele. Tal grande poder de luta nã o seria necessá rio. Deve haver algum motivo para ele
querer reunir mais de 100.000 homens. Afinal, alimentar tantos homens nã o era uma
questã o trivial.

Talvez ele pretendesse usar essa enorme força para atacar algum país, mas como
o Exército da Coalizã o havia sido formado com a intençã o de proteger o continente,
nã o havia justificativa para usá -lo como um exército de conquista.

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“Entã o, Excelência, como devemos proceder com o ataque?”

Normalmente, valeria a pena considerar as palavras da Liga do Arquiduque em


reuniõ es com os outros líderes militares. No entanto, todos eles estavam pensando:

“Meras tá ticas sã o inú teis quando possuímos tal poderio militar. No final, vamos
esmagá -los como uma mã o forte esmaga um ovo”. Como tal, eles nã o pensaram muito
nisso.

Na verdade, ele convocou a Liga do Arquiduque mais para zombar de sua


paranó ia do que para uma discussã o.

“Sua Excelência, você deveria pensar seriamente sobre isso.”

“Você pode dizer isso, mas se forem apenas nossas tropas saindo, ainda
precisamos considerar formaçõ es e tá ticas. Ainda assim, o inimigo parece chegar a
10.000 no má ximo. Em comparaçã o, temos uma vantagem de 10 para 1 em nú meros e
o poder de combate de 300.000 homens, entã o um ataque em massa nã o terminaria a
batalha sem nenhum esforço? Quanto à condiçã o do inimigo, provavelmente
podemos descobrir assim que fizermos contato com eles.”

"É como você diz."

“Você é surpreendentemente sensível para um homem da sua idade.”

Duran nã o ouviu a zombaria de League enquanto estava perdido em pensamentos.

******

O movimento de um grande exército precisaria de tempo. Um dos motivos foi


porque as estradas nã o eram planas, uniformes ou mesmo atuais, mas o principal
motivo foi a escala do movimento. Afinal, levava quase meio dia para ir da cabeça da
formaçã o até a retaguarda.

A montagem do acampamento também levaria muito tempo, cerca de 10 a 20


dias.

Mesmo assim, o Exército da Coalizã o que alcançou Arnus Hill, cercou a colina de
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acordo com seus arranjos anteriores e começou a formar suas linhas de batalha,
mantendo uma distâ ncia segura do inimigo.

Essa distâ ncia seria determinada pela experiência individual. Ou seja, eles
tinham que considerar os alcances e distâ ncias mínimas de segurança para arqueiros,
balistas, catapultas e assim por diante. No entanto, o JSDF habilmente camuflou suas
trincheiras e posiçõ es de rifle para nã o deixar o inimigo descobri-los.

Como resultado, os quatro mil homens do Reino de Arguna, o elemento de


vanguarda do Exército, estavam agora em grande perigo.

As tropas imperiais que deveriam estar estacionadas nas colinas pró ximas
desapareceram sem deixar vestígios; será que eles já haviam sido derrotados? Se
fosse esse o caso, eles teriam que resgatar os sobreviventes. O Rei Arguna tinha isso
em mente quando ordenou que seus homens avançassem.

O Reino de Arguna era um pequeno país sem características especiais. Sua


economia girava em torno da agricultura e da pecuá ria. Por nã o possuírem
características especiais, careciam de apelo, mas poderiam contar com isso para
evitar serem engolidos pelo Império e pelos países vizinhos. Por causa disso, suas
tropas eram compostas de Ogros e Goblins com arcos e machados de guerra, seguidos
por suas tropas de esteio, a infantaria pesada e arqueiros, com feiticeiros como uma
linha de batalha final.

Este era o plano de batalha típico deles.

Seus arqueiros dispersos atirariam, e entã o os poderosos Ogros e Goblins


atacariam a formaçã o inimiga para deixá -los confusos.

Em seguida, a infantaria pesada avançaria em uma formaçã o densamente


compactada, seus escudos quadrados formavam em uma parede de escudos mó vel,
marchando em passo cerrado até entrarem na briga.

Se eles restassem feiticeiros suficientes, eles lançariam um ataque má gico em


conjunto.

Finalmente, as tropas se abririam e a cavalaria atacaria para garantir a vitó ria.

Essa era a tá tica usual.


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Foi por isso que eles nã o entenderam o que havia acontecido com eles.

O que os atingiu foi uma barragem de artilharia em massa das unidades do


JGSDF.

A artilharia JGSDF era famosa por sua habilidade de tiro, que eles demonstraram
desenhando uma imagem do Monte. Fuji no ar com fumaça. Eles cobriram o inimigo
com projéteis, que detonaram simultaneamente em uma enorme frente.

Foi por isso que o Exército da Coalizã o disse: “Eles foram pelos ares em um
momento”.

As vítimas eram tropas do Reino de Arguna, que serviam como vanguarda, bem
como os homens do Reino de Modwan, e as perdas totais foram estimadas em 10.000
homens.

Seus disparos pretendiam destruir completamente o inimigo que havia entrado


em sua zona de matança. Portanto, eles imporiam um poder de fogo esmagador
contra seu inimigo. Depois dessa primeira saraivada, o ataque foi concluído.

“Fiquei em formaçã o e pensei por um momento que Arnus Hill havia entrado em
erupçã o. Princesa, você já viu uma montanha entrar em erupçã o? Na minha
juventude, uma vez vi um vulcã o entrar em erupçã o nas montanhas. Foi como se ela
toda tivesse explodido. Nã o havia sinal disso de antemã o, como terremotos, e entã o
ouvi o ar se partindo, seguido por uma explosã o inimaginavelmente vasta. Meu
coraçã o quase pulou pela boca, e essa foi apenas uma das vá rias ocorrências.

Quanto ao que havia acontecido… paramos para ter certeza das circunstâ ncias,
mas tudo o que vimos diante de nó s foi uma fumaça espessa e negra.

Logo a fumaça se dissipou e foi como se alguém tivesse conduzido um arado


gigante pelo chã o. Na terra que foi desenterrada, vimos os corpos dos exércitos de
Arguna e Modwan, esmagados no chã o como grã os de arroz em um prato de paella…”

Duran fechou os olhos e estremeceu ao se lembrar daquela cena.

Ao lado dele estava uma freira, que tentava alimentá -lo com uma paella de frutos
do mar. Mas ele nã o comeu, em vez disso, virou o rosto.

“E quanto aos dois reis?”


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Duran balançou a cabeça quando ouviu a pergunta de Piñ a.

“Como devo colocar isso...?”

Piñ a havia procurado nas aldeias perto de Arnus na esperança de encontrar o


Exército da Coalizã o apó s o início da batalha. A conclusã o a que ela chegou foi que o
Exército da Coalizã o havia recuado depois de perder seu comandante.

Embora fosse chamado de retirada, era mais como os remanescentes do Exército


que estavam voltando para casa, já que nenhum dos soldados ou oficiais havia
escapado intacto. Tiveram sorte de o inimigo nã o os ter perseguido, e foi assim que
sobreviveram. Nessa condiçã o, a á rdua jornada para casa provavelmente seria ainda
mais angustiante do que a pró pria batalha. Na verdade, os corpos das tropas que
caíram já haviam sido enterrados pelos aldeõ es em todo o país.

Em pouco tempo, Piñ a ouviu que um convento a serviço do deus Hoboro havia
recebido um homem de alto nascimento. Quando eles correram para o local,
descobriram que era o Rei Duran do Reino de Elba.

Ele tinha mais de sessenta anos e talvez por causa do estresse ou algum outro
motivo, todo o seu cabelo agora estava branco.

Seu corpo nã o suportaria uma longa jornada a pé, e as tropas que tiveram a sorte
de sobreviver haviam escapado há muito tempo. Ele ordenou que suas poucas tropas
restantes que ainda eram fiéis voltassem ao país e espalhassem a notícia desse perigo,
enquanto ele pró prio recuperava suas forças neste convento. No entanto, este era
apenas um convento, afinal de contas, nã o havia médicos e a comida era de má
qualidade. Sua força voltou lentamente, mas pouco a pouco, também se esvaiu.

O cheiro de podridã o do toco de sua perna perdida estava começando a encher o


ar.

Seu rosto estava pá lido, seu sangue nã o circulava adequadamente e ele tinha os
sinais de Battle sob os olhos. Se ele permanecesse nesse estado, nã o parecia que
viveria muito.

“Eu estava na terceira onda. Isso é o que eu me tornei. Avancei com o exército
Mocha para a encosta, mas espinhos de ferro bloquearam nosso caminho. No
momento em que superamos os obstá culos e retomamos o avanço, a luz caiu como
chuva sobre nó s, e logo em seguida fui arrebatado em um instante.”

“Rei Duran, notificarei o Império imediatamente e providenciarei um médico e


uma carruagem para eles. Conversaremos sobre isso depois que você recuperar suas
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forças.

Embora ela fosse a princesa, em termos de nobreza, Duran era superior a ela por
ser um rei. Piñ a caiu de joelhos, pegou a mã o direita intacta de Duran e fez uma
reverência.

Mas Duran balançou a cabeça.

“Lamento rejeitar a gentileza da princesa, mas nã o desejo incomodar o Império.


Além disso, nã o estou muito tempo neste mundo.”

"Por que é que?"

“Eu estive pensando sobre por que o Imperador convocaria o Exército da


Coalizã o para lutar nesta guerra… depois de ficar assim, eu entendi. O imperador
sabia que isso aconteceria. Acho que ele estava com raiva por termos permanecido
intactos enquanto suas tropas eram derrotadas. Em outras palavras, o Imperador
queria que o inimigo nos destruísse para ele.”

Duran nã o usou honoríficos para dignificar o imperador, o que mostrava sua


raiva. Já que ele estava prestes a morrer, ele imaginou que poderia muito bem falar o
que pensava.

“Princesa, nã o diga que nã o sabia disso. Coloque-se na posiçã o do Império. Você


provavelmente pode imaginar o que aconteceu quando o Exército Imperial entrou em
confronto com o inimigo…”

“Sim. O Exército Imperial foi derrotado, disso eu sabia. Mas eu nã o sabia que tipo
de inimigo nos esperava lá , nem que o Exército da Coalizã o que mandamos para lá
acabaria assim…”

“Por favor, vá , princesa. Nã o desejo que alguém armado em mentiras e


empunhando uma espada de engano esteja diante de mim. O Exército da Coalizã o
teria lutado até o amargo fim para proteger este continente. No entanto, nosso maior
inimigo estava realmente atrá s de nó s. O Império é nosso inimigo. Eu digo
novamente, princesa, por favor, vá .”

“Sua Majestade. É tarde demais para pedir que você reprima sua raiva, mas você
poderia pelo menos me dizer como é o inimigo? Que magia eles usam, que tá ticas?
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Por favor, conte-me sobre suas tá ticas também.”

“Nã o vou falar deles. Fizemos grandes sacrifícios para aprender tanto. Se a
princesa deseja descobrir, por favor, vá para Arnus Hill sozinha. Talvez o inimigo lhe
diga o preço de seus homens.

Piñ a deu o seu melhor. O imperador havia subestimado seus oponentes. Ele
pensou que poderia compensar a diferença no poder de combate com estratégia e
esquemas. No entanto, Piñ a sentiu que o inimigo e o Império estavam em níveis
completamente diferentes. Ela tinha a sensaçã o de que se o Império nã o entendesse o
poder do inimigo, seria completamente destruído.

Enquanto esses pensamentos martelavam em sua cabeça, a Princesa Imperial o


encarava diretamente.

“Isso nã o vai funcionar. Você deve me contar tudo o que sabe. Se nã o, tomarei o
Reino de Elba como refém. Se Vossa Majestade nã o falar, vou levar tropas para o Elba
e queimá -lo até virar cinzas.”

Isso chamou a atençã o de Duran.

“O que, o que é isso!? Primeiro você levou meus soldados, depois meus servos,
até minha vida, e agora você quer meu reino e minha família também… tal pai, tal
filha... Muito bem, faça o que quiser. Além disso, quando eu morrer, é apenas uma
questã o de tempo até que meu país seja engolido pelo Império. Eu posso ouvir a
morte se aproximando, entã o tudo isso nã o importa mais para mim. Vou me juntar à
minha família na morte, e entã o vamos zombar do imperador e de você quando nos
seguir.”

“Você perdeu completamente a esperança à beira da morte… Mas o Império nã o


vai perder.”

Piñ a ficou de pé, olhando para o rei moribundo.

“Tudo é permitido, desde que se tenha poder” É nisso que você acredita. No
entanto, temos nossa convicçã o e nosso orgulho. Quando formos invadidos,
naturalmente retribuiremos o favor. Os inimigos em Arnus sã o um exército poderoso,
com armas de poder divino e tá ticas de potência divina. Eles nos esmagaram como

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bebês chorõ es. O Império que os trouxe aqui terá o mesmo destino que nó s. ‘Tudo é
permitido, desde que se tenha poder’, você diz? Mas os inimigos em Arnus sã o mais
fortes do que você. O Exército Imperial está em grave perigo. Quando você descobrir
e implorar por ajuda, ninguém vai responder. Você semeou o vento e colherá o
redemoinho!”

Depois que Duran gritou essas palavras, ele desmaiou, ofegante em seu leito.
Piñ a nã o tinha palavras para dizer.

Mesmo com poder e força, era difícil conquistar um coraçã o. Nã o era como se ela
nã o pudesse fazer isso, mas se o fizesse, o rei estaria morto.

Como nã o havia mais nada a ganhar com o rei, ela teve que desistir dele.

Os gritos de raiva de Duran ecoaram em seu coraçã o, assim como seu ó dio pelo
Império que o traiu.

"Sua Alteza, por favor, nã o ordene aos cavaleiros que ataquem Arnus Hill."

Piñ a suspirou ao ouvir as palavras que a atingiram logo depois que ela saiu do
quarto de Duran. “Hamilton, quã o estú pida você acha que eu sou?”

“Eu nã o me atreveria. Mas Vossa Alteza está irradiando um ar que diz 'Nó s
cavalgaremos imediatamente!'”

Se partissem, seu objetivo nã o seria Arnus Hill, mas a Capital. Piñ a pensou isso,
mas nã o disse.

Seus olhos percorreram Hamilton, que parecia um príncipe muito bonito à


primeira vista. Como se para confirmar seu gênero, Piñ a deu um tapinha gentil no
peito achatado de Hamilton. Bem, era macio e saltitante.

Piñ a se perguntou o que diabos ela estava fazendo. Ela mal podia acreditar que
estava brincando em um momento como este... Ou melhor, talvez ela estivesse tã o
nervosa que precisava desabafar.

“Esqueça, atacando ou nã o, ainda precisamos ir para Arnus Hill. Precisamos ver o


inimigo com nossos pró prios olhos.”

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“Ah~ Princesa, com tantas pessoas? Nã o será muito perigoso?”

“Na verdade, vai ser perigoso, mas você vai me proteger, certo?”

Com isso, Piñ a deixou o convento.

******

Pequim — Edifício Nanhai da Repú blica Popular da China

O relató rio sobre a mesa do presidente Dong Dechou descrevia a estratégia do


Partido Comunista Chinês para lidar com o 24º Relató rio do Extremo Oriente. Estava
cheio de linhas de caracteres chineses e nã o era apenas grosso, mas também denso.

O presidente Dong olhou para o relató rio que sua secretá ria havia lhe dado.

O assunto ainda era o Relató rio do Extremo Oriente, mas o interior estava cheio
de Kanji, e uma grande parte dele pertencia à Regiã o Especial.

“A Regiã o Especial, hm…”

Dong pensou que era algum tipo de piada desde o início.

Os animes japoneses tiveram um grande impacto no mundo. Seu pró prio filho
constantemente incomodava seus pais para comprá -lo para ele, entã o quando ele viu
pela primeira vez um relató rio falando sobre um portã o que levava a outro mundo,
descrevendo monstros e cavaleiros medievais que poderiam ter saído de um filme,
ele pensou que deveria haver algum tipo de erro.

No entanto, depois de verificar novamente com as agências de notícias e os


diplomatas, ele sabia que era verdade. Bem, o primeiro instinto de Dong foi: “Isso
deve ser um desastre para os japoneses”, mas uma vez que o JSDF eliminou os
soldados que vinham do Portã o, Dong nã o podia mais ignorar o que estava por trá s
disso.

As previsõ es diziam que havia vastas terras e amplos recursos do outro lado. Por
que o Japã o deveria ter o direito exclusivo sobre eles?

Embora o Japã o fosse um país pequeno que carecia de recursos, era um país
desenvolvido, por isso era rico o suficiente, mesmo sem os recursos do outro lado do
Portã o.
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De fato, a Regiã o Especial era o que a China realmente precisava.

A China tinha uma populaçã o de mais de 1,3 bilhõ es de pessoas, que estava
aumentando constantemente. Foi essa vasta populaçã o que limitou o nú mero de
pessoas que poderiam desfrutar de uma vida pró spera, o que exigia uma quantidade
enorme de recursos e territó rio expansivo. Arriscariam até a censura da comunidade
internacional para dar ao seu povo um bom futuro e terras férteis.

Se o Portã o tivesse sido aberto em Pequim, todos os problemas teriam sido


resolvidos. Eles explorariam e desenvolveriam a Regiã o Especial e levariam seus
cidadã os por ela. Dessa forma, o ô nus para a China seria diminuído e eles poderiam
enviar recursos de volta pelo Portal, para que pudessem ignorar as sançõ es de outras
naçõ es. No entanto, o Portã o apareceu no Japã o. Corrigir esse problema seria difícil.

Dong terminou de ler o relató rio e suspirou.

“Enquanto o Portã o estiver em Tó quio, os métodos que nossa naçã o pode


empregar sã o limitados. Quanto de participaçã o podemos ter no desenvolvimento da
Regiã o Especial…?”

A secretá ria de Dong respondeu de acordo com os pensamentos dele. “É


impossível enquanto o Japã o o monopolizar.”

“De fato. Por isso, precisamos impor restriçõ es à s açõ es do governo japonês na
Regiã o Especial.”

“Entendido.”

“Vamos promover relaçõ es a gente e o Japã o. Faremos exigências conforme


necessá rio, ou negociaremos de forma dar e receber. Idealmente, poderíamos mover
metade de nossa populaçã o para a Regiã o Especial.”

“Vamos fazer outra China lá ?”

“Eu ficaria muito feliz se pudéssemos fazer isso.”

Dong sorriu e colocou o relató rio em sua gaveta.


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******

Há algum tempo, o conteú do da TV e os noticiá rios começaram a mudar.

As estaçõ es de televisã o pú blicas começaram a mostrar cenas de como os nativos


da Austrá lia e da Tasmâ nia foram massacrados, violentados e dizimados pelos
imigrantes ingleses criminosos.

Ou talvez mostrassem como os espanhó is destruíram o Império Inca. Ou Cartago,


destruída pelos romanos.

Esses programas de televisã o sempre tocavam no mesmo ponto, enfatizando-o e


repetindo-o para que deixassem uma impressã o profunda em seu pú blico. Sejam
programas de variedades, novelas, programas de perguntas e respostas, revistas
semanais, notícias, eles adicionaram sua pró pria mensagem para mudar a opiniã o de
seus telespectadores.

A mensagem era como uma cultura superior esmagou e destruiu uma mais fraca.
Eles enfatizaram as tragédias resultantes da limpeza étnica.

As pessoas naturalmente simpatizariam com o azarã o. Eles usaram essa simpatia


para influenciar as pessoas.

Promovendo a ideia de que o forte deveria ser racional e controlado. As imagens


de crianças africanas morrendo de fome em um deserto olhavam para a sociedade.

Eles fizeram uma pausa para reflexã o. Foram levados a par e pensar. Será que
também somos vítimas?

O que o JSDF estava fazendo do outro lado do Portã o? Lutando contra o inimigo...
Certo?

As batalhas do outro lado do Portã o receberam cada vez mais atençã o. No


entanto, nã o houve muita elaboraçã o sobre elas. O povo só tinha certeza de que eles
haviam se defendido dos ataques inimigos. Como houve poucas ou nenhuma baixa do
lado do JSDF, naturalmente as pessoas se perguntaram sobre o destino das pessoas
contra quem lutaram. Havia vítimas do outro lado do Portã o?

Na Dieta Nacional, uma vereadora da oposiçã o se levantou e fez essa pergunta. A


pessoa que atendeu foi o Subsecretá rio de Defesa.
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“Nos três confrontos, as perdas inimigas foram de aproximadamente 60.000.
Nenhum deles era de pessoal nã o combatente”.

Os membros do partido de oposiçã o ficaram sem palavras.

Simplificando, os ataques obstinados do inimigo à nossa posiçã o defensiva foram


exatamente o oposto do Incidente da Colina 203 durante a Guerra Russo japonesa. O
inimigo era realmente tolo.

As baixas na guerra eram naturais. Se perdêssemos, nosso lado teria mais


mortos. Se ganhá ssemos, o inimigo teria mais mortos. A raiva dos cidadã os apó s o
Incidente de Ginza era compreensível. No entanto, para aquelas pessoas que se
sentiam mais razoá veis e racionais, que queriam tratar os outros com essa compaixã o
e compreensã o, o tipo de pessoa que queria “salvar o mundo com gentileza”, esses
nú meros eram inaceitá veis.

《A vergonha do JSDF? 130 vítimas civis?!》

《Falsidades na resposta do subsecretá rio!》

《Batalhas desconhecidas na regiã o especial! Havia nã o-combatentes entre as


enormes baixas?》

Esses assuntos circulavam incessantemente nos jornais matutinos e vespertinos.

Repó rteres de TV e de jornais cercaram o Ministério da Defesa e o Parlamento,


apontando seus microfones e câ meras para o primeiro-ministro ou para o ministro de
Defesa.

O primeiro-ministro Hojo havia renunciado ao cargo desde que seu mandato


expirou, deixando o atual primeiro-ministro para lidar com as perguntas espinhosas
feitas pelos repó rteres.

Como o Chefe de Gabinete e o Subsecretá rio eram suspeitos de corrupçã o, como


responsá veis, a resposta do Primeiro-Ministro foi extremamente grave. No entanto,
suas respostas foram relatadas como “Sem comentá rios”, “Essas sã o palavras sérias”
e assim por diante, e isso apenas diminuiu a aprovaçã o do pú blico.
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Na Dieta, o partido da oposiçã o decidiu dar sequência a isso, providenciando
para que seus membros se sentassem no pó dio do Presidente, de frente para o Chefe
de Gabinete e o Subsecretá rio, que deveriam ficar diante deles e responder à s suas
perguntas.

“As baixas civis relatadas nã o foram causadas em combate com nossas forças na
Regiã o Especial, mas sim por um desastre natural.”

Em resposta à resposta do subsecretá rio de Defesa, o vereador da oposiçã o


perguntou: “Que tipo de desastre? Teve algo a ver com o JSDF?”

“De acordo com os relató rios, era uma fera perigosa. Era uma criatura como
aquelas que você veria em um filme de kaijuu. O Regimento de Reconhecimento da
Regiã o Especial JSDF o envolveu em combate para resgatar os civis do kaiju.”

"Um momento por favor. Um kaiju? Você quer dizer que a Regiã o Especial tem
essas formas de vida?

“Claro, nã o é um kaiju de filme real, mas algo semelhante a ele. Besta Perigosa
Classe A da Regiã o Especial, também conhecida como ‘Dragã o’. Se possível, no futuro,
nos referiremos a ele como um kaiju. Recuperamos uma parte do corpo do kaiju como
amostra.”

“Entã o acreditaremos nessa histó ria inacreditá vel. Ou seja, este incidente foi
causado por civis envolvidos em operaçõ es de combate contra este kaiju?”

"Nã o. Os soldados em questã o usaram armas para atacar o kaiju a fim de


proteger e resgatar pessoal nã o combatente, mas todas as baixas foram causadas pelo
kaiju.”

“Vice-Ministro, anteriormente você disse que nã o houve vítimas nã o


combatentes. No entanto, por que você nã o se manifestou sobre este incidente e suas
muitas baixas?”

“A consulta anterior foi direcionada à s forças armadas inimigas que atacam o


JSDF. Durante esses combates, nã o houve vítimas nã o combatentes.”

“Estamos plenamente conscientes do nú mero de mortos e que este é um


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desastre que já fez muitas vítimas. No futuro, por favor, informe-nos sobre essas
coisas, entã o, e os civis resgatados pelo JSDF?”

“De acordo com nossos relató rios, eles se refugiaram nas cidades e aldeias
pró ximas. Por causa da aparência do kaijuu, eles abandonaram seus lares ancestrais e
foram atacados pelo kaiju a caminho para a segurança.”

"Eu vejo. Entã o os sobreviventes conseguiram escapar. Você sabe alguma coisa
sobre a vida deles agora?

“Nã o chegamos a esse ponto. Nossa prioridade é proteger a regiã o ao redor do


Portã o e como resultado, nã o acompanhamos os movimentos dos refugiados. No
entanto, concluímos que os feridos, os idosos e as crianças sem para onde ir terã o
problemas para sobreviver por conta pró pria e sob o julgamento do comandante no
local os colocamos sob nossa custó dia protetora”.

“Entendo, entã o e as pessoas envolvidas? Presidente…?” o vereador da oposiçã o


disse enquanto mudava seu â ngulo de ataque.

“Na verdade, sem ouvir uma testemunha, é muito difícil ter uma imagem clara da
situaçã o apenas a partir de relató rios. Como usar o Portal é muito perigoso, ele coloca
uma barreira entre nó s e as pessoas envolvidas. Como tal, gostaria de solicitar que o
oficial do JSDF encarregado na época e alguns dos sobreviventes fossem trazidos aqui
para uma entrevista…”

Um pedido para falar com o oficial relevante, bem como com os locais
protegidos. Se o governo nã o tivesse nada a esconder, nã o deveria recusar. A oposiçã o
repetiu seus pontos.

A decisã o foi tomada para desviar com a verdade os ataques do partido de


oposiçã o e da mídia. Por essa razã o, decidiram trazer o oficial do JSDF em questã o e
vá rios representantes dos locais para este lado do Portã o.

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E entã o, este era o comandante de campo em questã o.

No início da manhã , Itami sentou-se diagonalmente em frente à mesa do oficial


da equipe operacional, ignorando seu olhar frio enquanto Itami navegava em seus
sites de romances favoritos em seu telefone.

Fazia apenas dois dias desde que ele conseguirá usar o telefone deste lado do
portã o.

Antes de instalar a antena, ele só podia usá -la nos dias de férias, quando voltava
para Ginza. Apó s a instalaçã o de uma antena para utilizaçã o do celular, foi possível
fazer chamadas telefô nicas pessoais também deste lado do Portã o. Que alegria.

“Faz muito tempo que nã o verifico, entã o há muitas atualizaçõ es. Ah, eu deveria
baixar isso…”

Ao contrá rio dos romances nas livrarias, os romances da web contêm textos
originais e fanfictions, permitindo desfrutar de uma grande variedade de obras. A
quantidade é tã o grande que é impossível ler tudo. Portanto, foi uma grande sorte
encontrar uma obra-prima. Claro, havia alguns que você nã o gostaria de continuar
lendo depois de passar os olhos pelas primeiras linhas.

À s vezes, Itami encontrava uma série com ó timas críticas em um fó rum, apenas
para descobrir que havia sumido da web. Houve momentos em que ele queria ler uma
série novamente apenas para perceber que ela havia sido retirada. Ao pensar nisso,
Itami ficou deprimido.

“Ah ~ tenente, você está ouvindo?”

Itami tentou ao má ximo desligar a voz que vinha de trá s dele.

Era um som agradá vel de mulher, mas ele decidiu se fazer de bobo. Ele estava de
folga agora e nã o queria ouvir nada relacionado ao trabalho.

No entanto, o som da oficial da equipe de operaçõ es pigarreando tornou


impossível para Itami se concentrar em seu romance. Em momentos como este, ele
realmente gostaria de ter um escritó rio particular.

“Tenente.”
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“Ugh!”

Pode parecer normal em tom e volume, mas Itami sentiu dor na panturrilha. O
som pode machucar as pessoas? O som tinha a capacidade de atacar neste mundo?

Ao se virar enquanto pensava sobre isso, Itami viu Kuribayashi e Kurokawa


olhando para Itami com olhos suspeitos. Se ele tivesse que descrevê-las usando
termos de mangá , seria um tipo de olhar 'Jii-tto'. A propó sito, o que induziu uma dor
aguda na panturrilha de Itami foi a ponta da bota de Kuribayashi.

Para os artistas marciais que atingiam um determinado nível, seus punhos e pés
eram equivalentes a armas, ainda mais para Kuribayashi que tinha uma insígnia de
combate corpo a corpo. Ela tinha permissã o para usar a força em pessoas indefesas?
O oficial do estado-maior da operaçã o, que deveria ter sido testemunha de tamanha
crueldade, olhou com olhos de aprovaçã o. Parecia que Itami nã o tinha aliados nesta
luta.

“Podemos ter uma palavra com você?”

“Quem eu?”

Itami colocou o telefone na gaveta e se virou junto com a cadeira.

Usando um tom preguiçoso para dizer 'É inú til discutir qualquer coisa comigo
agora', Itami expressou como se sentia naquele momento.

“Qual é o problema?”

Itami pressionou todo o peso do corpo na cadeira do escritó rio, fazendo-a


ranger.

“É sobre Tuka.”

Kurokawa estava falando sobre um dos refugiados sob os cuidados do terceiro


pelotã o de reconhecimento, a elfa de cabelos loiros e olhos azuis, Tuka Luna Marceau.

“Entã o e ela?”

“Na verdade…”
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De acordo com Kurokawa, “Ela é estranha”

Especificamente, ela pedia dois conjuntos de refeiçõ es ao comer. Kurokawa nã o


tinha pensado muito sobre isso, pensando que era apenas uma diferença cultural,
mas nã o era.

“Talvez ela queira comer mais? Talvez o seu cená rio seja o de uma elfa possuída
pelo demô nio do apetite?”

"Nã o. Ela pediu dois conjuntos de refeiçõ es. Nã o o dobro da quantidade de


comida, mas dois conjuntos, incluindo utensílios.”

Kuribayashi disse enquanto folheava seus registros.

"Hum? Ela poderia querer guardá -lo para alguém? Como um animal de
estimaçã o escondido ou algo assim?”

“Um conjunto seria deixado intocado. Quanto à s roupas, o conjunto extra que ela
pediu sã o para homens.”

Itami também nã o entendia. Ele teve uma leve dor de cabeça e memó rias que ele
já havia suprimido começaram a vir à tona.

“Hum~. Bem, entã o você perguntou por quê?”

“Nã o conseguimos nos comunicar bem com ela, entã o nã o temos certeza. Mas
perguntamos a Leleichan, que tem o melhor domínio da nossa língua, sobre por que
ela deixou a comida para trá s.”

“E entã o?”

“Ela respondeu que nã o sabia e que nã o havia mais ninguém durante as refeiçõ es
de Tuka.”

O silêncio pairou entre eles. Talvez ela quisesse ficar junto com alguém? Tal
pensamento saiu da mente de Itami.

“Será que ela tinha um namorado imaginá rio ou algo assim?” Itami disse
brincando.

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No entanto, Kuribayashi e Kurokawa nã o reagiram como ele esperava. Elas já
haviam pensado na possibilidade de Tuka ter um namorado imaginá rio antes.

“Para ser franco, seria melhor assim.” Kurokawa murmurou preocupada.

“Você já discutiu isso com um médico?”

“Um psiquiatra veio. Ele levantou a hipó tese de que ela estava tratando o pai
morto como se ele ainda estivesse vivo. Mas era impossível para nó s julgar se isso é
normal ou anormal para sua espécie.”

“Que tal perguntar ao professor de Lelei… Kato-sensei, nã o é? Aquele velho


provavelmente saberia mais.”

“Nó s fizemos, mas suas opiniõ es eram quase as mesmas que as nossas. De acordo
com Kato-sensei, ela era de uma raça rara mesmo entre os Elfos. Suas respostas
foram 'raramente visto' e 'inseguro'.”

As frases que eles conheciam agora eram limitadas, entã o era difícil entender
frases complicadas.

'Nã o foi possível entender', 'Informaçõ es insuficientes' e 'Inconclusivo'... Todos


esses termos foram traduzidos simplesmente como 'Nã o sei'. Eles precisariam gastar
mais tempo conversando uns com os outros para diferenciar esses termos.

O interesse de Itami aumentou quando ele ouviu que ela era de fato uma elfa.
Mas comparado a isso, o importante era a condiçã o psicoló gica.

“A ú nica coisa que podemos fazer é falar com ela, certo? Nã o tenho certeza se ela
está tratando alguém que nã o está lá como se estivesse vivo, mas devemos fazer o
possível para ajudá -la.”

“Eu também acho. Para ser sincera, é difícil dizer o que há de errado e, sem saber
disso, nã o posso ajudá -la mais.”

Isso fez Itami pensar.

O combo WAC alto e baixo do terceiro pelotã o de reconhecimento. Kurokawa era

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popular entre as crianças refugiadas. Até mesmo a garota com roupas pretas de
sacerdotisa que incomodava os outros fazendo o que queria ouvia Kurokawa.
(Segundo Lelei, ela nã o é uma criança e na verdade é muito, muito, muito mais velha.)

Itami olhou para Kuribayashi.

“Eu, eu nã o sei. Nã o sou treinado em aconselhamento e, portanto, nã o sei nada


sobre psicologia.”

De fato, essa pequena senhora com seios grandes era um cérebro musculoso que
só conseguia se comunicar com o punho. Deixar algo tã o delicado para ela seria como
pedir a um gorila bêbado e irritado com uma forte ressaca para fazer uma cirurgia no
cérebro.

"Entendo. Vou experimentar mais tarde. Mas nã o tenho certeza se posso


expressar bem minha intençã o.”

“As crianças começaram a aprender japonês recentemente, acho que logo


entenderemos a língua um do outro.”

Itami quis ressaltar que Tuka nã o era uma criança... mas neste momento, a voz
do Sargento-Mor Kuwahara veio do corredor.

“Comandante, está na hora de partir. Kurokawa, Kuribayashi, volte logo.” “Ah,


estou indo.”

Itami seguiu as meninas até o corredor.

Com o comando de ‘desembainhar armas’, os integrantes da companhia 502 se


dividiram em pelotõ es e entraram no arsenal. Os membros do terceiro pelotã o de
reconhecimento seguiram atrá s deles para requisitar suas muniçõ es.

Eles se reuniram diante de seus quartéis e apertaram os supressores de flash em


seus rifles tipo 64. Como nã o tinha arruela, poderia cair quando a arma fosse usada.
Depois de apertar, eles poderiam fixar bipés de fuzil e/ou baionetas neles.

Fita preta também foi trazida e usada para prender peças importantes, evitando
que caíssem. Eles estavam indo para uma batalha real, entã o se a manutençã o deles
fosse meia-boca... Bem, com a possibilidade de luta de baioneta, eles tinham que ser
cuidadosos.

Desdobrando os bipés, os soldados colocaram os fuzis nas bandoleiras e


prenderam as baionetas na cintura. Elas já haviam sido afiadas em preparaçã o para a
batalha. Foram afiadas usando um rebolo simples, mas eram afiadas o suficiente.
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Os membros do pelotã o sentaram-se juntos e carregaram as balas em seus
pentes.

Seis pentes para cada soldado. Com vinte cartuchos em cada, seriam 120
disparos. E claro, granadas também foram distribuídas.

A metralhadora Private First Class (PFC) Furata colocou cuidadosamente seu


cinto de muniçã o de 5,56 mm na caixa de seu Minimi.

Além de seu pró prio rifle, Katsumoto também recebeu uma arma antitanque de
infantaria de 110 mm conhecida como 'Panzerfaust 3', que ele colocou no LAV. Seria
impossível danificar as criaturas conhecidas como dragõ es sem isso, entã o a
quantidade de Panzerfausts que foram emitidos aumentou.

A metralhadora pesada de 12,7 mm no LAV era operada por Sasagawa. A


proporçã o de cartuchos perfurantes de blindagem pintados de preto para cartuchos
rastreadores no cinto de muniçã o também aumentou.

Depois de guardar as muniçõ es e materiais sobressalentes, os membros do


pelotã o praticaram suas formaçõ es com suas armas.

Com o comando do sargento-mor Kuwahara, eles alternaram rapidamente entre


formaçã o de arquivo, formaçã o de linha e formaçã o de quadrado.

Eles também praticavam a coleta e a distribuiçã o. Cada membro observando seu


pró prio arco de fogo, cobrindo todos os â ngulos. Se alguém caísse, eles praticavam
quem precisaria assumir a tarefa da vítima e o que precisava fazer. Todos já sabiam
disso, mas ainda tinham que treiná -lo repetidamente.

Este foi o ponto culminante do estudo de antigos e novos programas de TV de


fantasia antes do JSDF entrar em outro mundo. A razã o pela quais soldados com
armas poderosas caíam com mais frequência em batalha era porque eles eram
separados de seus aliados e subjugados. Em conclusã o, trabalhar em conjunto e
apoiar-se mutuamente tornou-se uma regra inflexível.

Depois que o grupo de Itami terminou sua preparaçã o, eles prenderam seus
pentes em seu rifle e no comando de Itami de “Carregar e Travar!” carregou uma bala
e colocou o seletor de disparo da arma na posiçã o “SEGURO”.
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“O JMSDF diria algo como 'Estaçõ es de batalha prontas!'…”

Na atmosfera tensa, as palavras sem sentido de Itami fizeram todos se sentirem


fracos. “Isso é um meta de anime, certo?”
Uma voz feminina murmurou de algum lugar.

“De qualquer forma, estamos indo para um campo de batalha em potencial, entã o
todos mantenham a guarda.”

E com isso, eles deixaram Arnus Hill e partiram para o campo de refugiados
construído na imitaçã o de um prédio de apartamentos.

Haviam vinte e cinco pessoas no campo de refugiados agora. Vinte e três deles da
aldeia Koda, um de uma aldeia élfica e a sacerdotisa Goth Loli que se juntou a eles no
meio de sua jornada até aqui.

A habitaçã o em si era originalmente apenas um trailer, mas considerando a


possibilidade de crescer no futuro, também foi construído um prédio feito para durar
dez anos para quatro famílias. Pode ser, mas as pessoas no prédio nã o eram
familiares ou parentes. Elas simplesmente vinham da mesma aldeia, e os mais velhos
cuidavam dos mais novos.

Nã o tinha eletricidade, gá s ou á gua encanada, mas essas coisas nã o existiam


neste mundo em primeiro lugar, entã o eles nã o se sentiram incomodados com isso.
As crianças podem usar garrafas para coletar á gua da nascente pró xima. Quanto ao
esgoto, eles poderiam despejá -lo cavando um buraco no canto do acampamento. Por
questõ es de higiene, a á gua suja era tratada com alvejante, enquanto a á gua potá vel
era trazida pelo grupo de Itami em garrafas plá sticas.

Das três refeiçõ es diá rias, o almoço e o jantar eram fornecidos pelo grupo de
Itami.

Quanto ao café da manhã , eles mesmos o preparavam com ingredientes que lhes
foram fornecidos pela JSDF. Na verdade, as porçõ es eram um pouco escassas, entã o as
crianças e os idosos vagavam pela floresta para encontrar ervas silvestres para
comer. O almoço era uma raçã o de combate tipo dois, enquanto o jantar era uma
enorme panela de sopa preparada por Furata e os outros membros da equipe
enquanto conversavam com as crianças.

Se quisessem, o JSDF poderia fornecer todas as três refeiçõ es para eles, mas nã o
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o fizeram para preservar sua capacidade de se sustentar. O JSDF queria apoiá -los no
pró prio sustento. Esse era o princípio bá sico do JSDF quando eles foram implantados
no Iraque. Se eles pudessem se sustentar adequadamente, o pró ximo objetivo seria
que eles conseguissem todas as três refeiçõ es por si mesmos. Se conseguissem algum
trabalho, talvez nã o pudessem pagar por suas acomodaçõ es, mas, pelo menos,
poderiam pagar por suas refeiçõ es.

Esse era o plano, mas o JSDF nã o iria pressioná -los muito. Afinal, os moradores
eram duas idosas e um idoso, duas mulheres de meia idade feridas, um homem ferido
e as outras dezenove crianças.

A propó sito, os três feridos sofreram fraturas, por isso nã o podiam realizar
trabalhos manuais, embora pudessem cuidar das crianças.

O interessante é que Lelei, que estava aprendendo a se comunicar muito rá pido,


disse que das dezenove chamadas crianças, a sacerdotisa gó tica Loli, a garota élfica e
a pró pria Lelei nã o eram. Portanto, o nú mero de crianças era, na verdade, dezesseis.

Entã o, quantos anos tinham as três? A sacerdotisa Goth Loli provavelmente nã o


responderia. Segundo Lelei, ela 'nã o era uma criança, mas muito, muito, muito mais
velha'. Quando questionada sobre o nú mero exato, a inexpressiva Lelei franziu a testa
e balançou a cabeça, sem vontade de perguntar.

A propó sito, a pró pria Lelei tinha quinze anos. Neste mundo ela era considerada
adulta.

Os elfos têm uma longa expectativa de vida que era um cená rio comum em
histó rias de fantasia, por isso era fá cil de entender. Tuka disse que ela tinha 165 anos.

Eles pensaram que os nú meros seriam fá ceis de entender, mas ainda davam
muito trabalho.

Lelei formou um círculo com o polegar e o indicador e apenas estendeu o dedo médio.
Se seus outros três dedos estivessem estendidos, isso seria um sinal de 'OK' na Terra.
Depois disso, ela cerrou o punho com o polegar para fora, o que normalmente
significaria “bom trabalho”.

Mas no mundo dela isso significava quinze, o que era totalmente diferente do
Japã o. No final, eles usaram pedras para comparar os nú meros, um era um dedo
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indicador estendido, cinco era um polegar para cima, dez era um círculo com o
polegar e o indicador… esse era o sistema.

Com tal sistema, eles contaram até sessenta e nove. Eles podiam contar mais,
mas os dedos davam cã ibras e era impraticá vel, entã o foi decidido perguntar sobre
isso mais tarde. Na verdade, Lelei aprendeu a contar em japonês antes disso
acontecer.

Quando Itami e os outros chegaram ao acampamento, Lelei e as crianças saíram


para recebê-los. Quando Kurokawa saiu, todas as crianças foram até ela.

O grupo descarregou á gua potá vel, ingredientes alimentares, suprimentos


médicos, raçõ es de combate e necessidades diá rias.

No lugar disso, duas sacolas de lona do tamanho de travesseiros foram


carregadas no HMV por dois meninos um pouco mais velhos. Elas pareciam bastante
pesadas. Depois de trocar algumas palavras com os meninos, Lelei e Tuka entraram
no HMV.

Lelei estava vestindo um poncho com capuz marrom claro no estilo dos nativos
americanos. Em seus pés haviam mocassins e ela segurava um bastã o na mã o.

Em contraste com ela, Tuka usava uma camiseta verde, jeans justos e tênis de
basquete. Se nã o fosse por suas orelhas compridas, ela se pareceria com uma típica
colegial da Califó rnia. Em suas costas havia um arco e uma aljava cheia de flechas.

Os meninos que trouxeram a bagagem voltaram para o campo de refugiados,


onde meninos e meninas trabalhavam duro.

No meio da colina de Arnus, incontá veis carcaças de Wyvern cobriam a á rea. De


acordo com Kato-sensei, as garras e escamas dos Wyverns podem ser transformadas
em equipamentos defensivos resistentes. Portanto, eles eram itens valiosos. As
crianças os colhiam das carcaças em decomposiçã o, lavavam a carne podre e o sangue
e os secavam. Era a primeira vez que Lelei e Tuka iriam à cidade vender essas peças.

Este pode ser um trabalho que eles poderiam realizar indefinidamente. Se assim
fosse, isso os ajudaria a alcançar a independência.

Nã o ficou claro qual era a intençã o de Rory, a sacerdotisa, mas ela também
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entrou no veículo. Ela ainda estava usando seu vestido gó tico preto, segurando uma
alabarda que parecia muito pesada em suas mã os.

Como esta era uma boa chance para Itami e os outros observarem a interaçã o
dos residentes com os comerciantes para fins de inteligência, eles se ofereceram para
fornecer transporte e escoltá -los. Além disso, Yanagida alegou que queria ver o que
interessaria aos comerciantes e trouxe algumas mercadorias de amostra.

Por outro lado, os soldados mortos do exército da coalizã o e os cadá vers das
forças imperiais que atacaram anteriormente foram todos enterrados junto com suas
armas, equipamentos e bolsas de dinheiro pelo JSDF.

Era uma riqueza considerá vel… Afinal, nã o havia instituiçõ es financeiras neste
mundo, entã o os soldados só podiam manter seu dinheiro com eles. Também havia
cavaleiros e nobres de alto status enterrados aqui… Mas havia muitos problemas
éticos, entã o o JSDF nã o poderia simplesmente levá -los. Na verdade, esse movimento
resultou no desaparecimento de muitas moedas da economia local, atingindo
duramente o império e as naçõ es vizinhas financeiramente, mas essas eram questõ es
para outra hora.

O má ximo possível de cavalos de guerra que perderam seus donos foram


reunidos.

Isso foi feito por medo de reclamaçõ es de grupos de proteçã o animal, mas
fornecer comida para um nú mero tã o grande de cavalos era um problema. As
mercadorias deixadas para trá s pelo inimigo incluíam raçã o para cavalos, mas seria
apenas uma questã o de tempo até que o suprimento acabasse. A colina de Arnus era
cercada por terra estéril e nã o havia grama adequada para eles pastarem na floresta
um pouco mais distante.

E assim, encontrar pessoas para assumir os cavalos foi adicionado à lista de


tarefas de Itami.

Quanto aos bens entregues a Lelei, havia cerca de duzentas escamas de dragã o e
três garras de dragã o, de apenas dois wyverns.

Isso foi depois que eles separaram as peças quebradas e as que eram muito
pequenas.

Quantas escamas eles conseguiriam processando todos os wyverns em Arnus


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Hill? Só de pensar nisso, todos os refugiados, sejam eles jovens ou velhos, incluindo
Kato-sensei, ficaram tontos.

Apenas pedir aos refugiados que vivessem de forma independente os fez baixar a
cabeça em depressã o.

Seja construindo casas para morar, cultivando alimentos com atividades de caça,
seria impossível para os idosos, os feridos e as crianças realizarem por conta pró pria.

Quando Lelei e Tuka estavam pensando em se prostituir, o JSDF disse a eles “vamos
ajudá -los”, lhes deram comida e construiram casas para eles. Quando eles estavam
preocupados em encontrar empregos, eles receberam carta branca para processar
itens valiosos como desejassem, permitindo-lhes coletar as escamas dos wyverns em
Arnus Hill.

As escamas de 'dragõ es' eram realmente muito valiosas.

Era como dizer a eles para pegar o quanto quisessem de uma montanha de
tesouros. Suas respostas foram tipo “Sério? Está tudo bem?”

Para os aldeõ es e crianças que viviam vidas auto-suficientes de relativa pobreza,


o influxo maciço de renda permitiu-lhes comprar coisas que antes pensavam ser
inatingíveis…, para levar tudo… Infelizmente, isso estava além da imaginaçã o de
meros camponeses.

As escamas de dragã o podem ser divididas em vá rias categorias, o valor de


mercado dependeria do tipo e condiçã o das escamas.

O nível mais alto seria a escala dos dragõ es, uma peça em perfeitas condiçõ es
valia dez moedas de ouro Suwani. A armadura feita das escamas vermelhas de um
Dragã o de Chamas (muito difícil de fabricar) seria um tesouro lendá rio, dinheiro
suficiente para comprar uma naçã o inteira. Se isso realmente existisse.

A pró xima nível seria de escamas de dragã o recém-nascido. No entanto, esses


dois tipos de escamas eram basicamente impossíveis de encontrar no mercado. Como
mencionado anteriormente, era impossível para o homem caçar dragõ es. A ú nica
maneira de obtê-los era da pele trocada por dragõ es ou dragõ es recém-nascidos
durante a muda. Na verdade, armaduras feitas de escamas de dragã o apareceram em
alguns contos de heró is e lendas, e o pró prio item era adorado dentro do templo do
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deus da guerra.

Quanto aos wyverns, naçõ es com cavaleiros wyverns tinham um suprimento


constante deles, entã o essas escamas menores eram mais baratas. Uma delas estava
entre trinta e setenta dená rios de prata.

Se você nã o esbanjar, um dená ri de prata pode alimentar uma pessoa por cinco
dias. Entã o, se eles vendessem todas as duzentas, o grupo de Lelei ficaria rico.

Mas eles precisavam de um comprador adequado.

Para trocá -las por dinheiro com segurança, Lelei esperava vendê-las para uma
grande loja. No entanto, ela estava preocupada se um grande lojista negociaria com
uma garotinha… Se uma pequena loja nã o pudesse pagar tanto dinheiro, ela teria que
deixá -los pagar em uma data posterior. Embora Lelei fosse uma sá bia, ela nã o sabia
sobre recebimentos e transferências de contas.

Felizmente, seu mestre Kato tinha um conhecido que era comerciante, elas
podiam ir até lá mesmo sendo um pouco longe. O JSDF iria com elas de qualquer
maneira… E assim, o olhar de Lelei caiu sobre o grupo de Itami.

“Hum? Qual é o problema?”

Depois de olhar para Itami e ser questionada sobre isso, Lelei manteve sua poker
face de sempre e falou uma frase que significava 'nada'.

“Bem, entã o onde fica a loja desse tal de Shooto?”

Tuka e Rory se inclinaram e perguntaram. Lelei respondeu direto ao ponto.

“Cidade de Itá lica, a oeste da cidade de Tipilika, no sopé da montanha Romalia.”

“Cidade Tipilika, montanha Romalia, cidade Itá lica…”

O sargento-mor Kuwahara rotulou os marcos conhecidos em seu mapa feito a


partir de fotografias aéreas. Ele ouviu de Lelei sobre os nomes dos lugares nas
proximidades e basicamente mapeou a á rea ao redor de Arnus Hill.

“Entendo, rodovia Appian, rio Roma, planícies de Gurlpaz, cordilheira de Dima…”


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Lelei parecia estar curiosa sobre o mapa que mostrava os arredores com
detalhes nítidos. Os mapas que ela conhecia apenas esboçavam as colinas e rios, e o
mapa seria considerado bom se as posiçõ es correspondessem aproximadamente.
Portanto, era natural que ela estivesse interessada em um mapa tã o detalhado. Lelei
apontou no mapa os lugares que conhecia e deu seus nomes. Outra coisa que chamou
sua atençã o foi a bú ssola.

Lelei sentiu que o segredo de como Kuwahara se orientou e o mapa estava


naquele objeto.

Kuwahara, que já tinha cinquenta anos, se perguntou quanto o norte magnético


se desviava do norte verdadeiro neste mundo enquanto ensinava o uso da bú ssola a
Lelei, que ele tratava como sua pró pria filha. Bem, eles estavam sentados em um HMV
em movimento, entã o a bú ssola tremeria um pouco de qualquer maneira.

Kurata deu uma olhada em Kuwahara pelo espelho retrovisor e murmurou: "O
velho conhecido como sargento demô nio parece muito feliz quando está com garotas
bonitas."

No está gio inicial do curso de sargento, todos os estagiá rios teriam


experienciado suas ordens para correr com pesos, o que gerou muita frustraçã o e
raiva no coraçã o de Kurata. Mas todos os seus rancores se dissiparam como o vento
quando ele viu Kuwahara agindo como um avô apaixonado por sua neta.

Rory e Tuka estavam conversando sobre algo.

Elas estavam falando relativamente rá pido em seu pró prio idioma, entã o Itami e
os outros nã o conseguiam entender. No entanto, eles ainda podiam dizer que Rory
estava provocando Tuka. No final, Tuka ficou quieta com as bochechas inchadas. Rory
deu um sorriso malicioso ao olhar para Kurokawa. Itami estava se perguntando o que
ela queria dizer quando o rosto de Tuka e as orelhas compridas ficaram vermelhas.

Havia claramente algo fora do lugar.

Rory riu com vontade, curtindo como Tuka estava em pâ nico. Lelei disse que
Rory era 'muito, muito velha', mas ver Tuka que tinha 165 anos sendo tratado como
uma criança era estranho.

“Comandante Itami, fumaça à frente, à direita.” Kurata que estava dirigindo


apontou para a frente direita.
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O mesmo relató rio foi recebido via rá dio, o veículo à frente também notou a
fumaça.

Itami observou a origem da fumaça com binó culos, mas nã o conseguiu confirmar
nada, pois estava a uma certa distâ ncia. Itami parou o comboio e perguntou a Kurata:

"Ei, esta estrada levará a algum lugar perto da fonte dessa fumaça?"

“A estrada está indo direto para lá .”

"Droga. Esta é a segunda vez que a fumaça aparece bem na nossa frente. Eu
tenho um mau pressentimento sobre isso."

Itami entã o pediu a opiniã o de Kuwahara.

Referindo-se ao mapa, Kuwahara encontrou a cidade rotulada como Italica perto


da fonte da fumaça. Este comboio indo para Tipilica estava se movendo em direçã o a
Italica.

Itami entregou o binó culo para Lelei e pediu sua opiniã o.

Lelei segurou ao contrá rio, mas mudou ao perceber seu erro imediatamente. “Isso é
fumaça.”

Lelei disse em japonês.

“O motivo da fumaça?”

A esperta Lelei entendeu imediatamente a pergunta de Itami.

“Terra, queimar, sem fumaça. Temporada, errada. Causada pelo homem. Voador?
Mas muito grande.”

“Nã o é ‘voador’, é fogo.”

Depois de corrigir o erro, Itami emitiu suas ordens.

“Observe atentamente os arredores, estamos nos aproximando da cidade. Fique


de olho no céu.”

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Kuwahara e Kurokawa pegaram seus rifles, cobrindo a esquerda e a direita,
respectivamente. Tuka juntou-se a Kurokawa e Lelei ajudou Kuwahara a observar os
arredores. O comboio partiu mais uma vez.

Rory se espremeu entre Itami e Kurata enquanto murmurava “sangue fresco”


com um sorriso sensual.

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A cidade de Itá lica foi fundada há duzentos anos, reunindo os comerciantes da
regiã o para construir uma cidade-fortaleza.

Politicamente falando, este lugar era a encruzilhada das rodovias Dressia e


Appian, e se desenvolveu como uma cidade fronteiriça entre as naçõ es. Mas com a
expansã o das fronteiras do Império, sua importâ ncia política havia diminuído
significativamente, e agora era apenas um mercado local de médio porte. Nã o tendo
especialidades locais, mas as colheitas, o gado e os produtos artesanais, como os
tecidos, eram enviados para a capital, entã o servia como base de coleta.

Agora, este era o territó rio da nobre família do Império, o clã do Conde Formal.

Colt, o chefe do clã Formal teve três filhas, Elle, Loui e Myui. Além do Myui mais
nova, as outras duas haviam se casado com outros clã s. Colt estava planejando
encontrar alguém para se casar no clã depois que sua filha mais nova crescesse para
assumir a propriedade da família.

Myui ainda era solteira e depois que Colt e sua esposa morreram por causa de
um acidente, o infortú nio começou a se abater sobre a cidade.

A filha mais velha, Elle, e a segunda filha, Loui, casaram-se com o clã do Conde
Roen e o clã do Conde Missna, respectivamente, entã o Myui tinha o direito de
sucessã o sobre elas. Esta era a lei do Império e nã o havia motivo para contestaçã o. No
entanto, Myui a mais jovem tinha apenas onze anos, entã o quem se tornasse seu
guardiã o… se tornaria o líder de fato. E assim começou a luta pelo poder.

As conversas entre as duas irmã s mais velhas começaram como uma discussã o
calma e se transformaram em brigas feias, puxando os cabelos uma da outra em
brigas, e chegaram a envolver até seus maridos. Como resultado, os soldados do
conde Roen e do conde Missna travaram uma guerra em pequena escala.

Mas sua luta nã o aumentou muito. Afinal, eles tinham forças limitadas e os
maridos nã o eram cegos de raiva como suas esposas.

A segurança dentro do territó rio era mantida pelos vassalos do Conde Formal e
pelos soldados do Conde Roen e do Conde Missna, assim nã o havia qualquer ameaça à
subsistência dos comerciantes e residentes. O valor de Itá lica estava no seu comércio
e nã o haveria nada a ganhar se fosse desperdiçado.

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E assim, a situaçã o se tornou um impasse.

A disputa das irmã s mudou para os tribunais da capital, e a guardiã a de Myui


logo seria decidido pela deliberaçã o do imperador.

No entanto, a situaçã o piorou apó s a campanha do império contra o outro


mundo.

Os chefes dos clã s Roen e Missna morreram em batalha. Elle e Louise nã o podiam
mais demandar esforços para cuidar do territó rio Formal entã o retiraram suas forças,
deixando Myui com os vassalos do Conde Formal.

A jovem Myui nã o conseguia controlar seus vassalos e a administraçã o do


territó rio tornou-se ineficaz devido à negligência. Nã o restavam muitos vassalos leais,
mas havia muitos que tinham segundas intençõ es. Antes que ela percebesse, a
corrupçã o e a injustiça corriam soltas.

Os cidadã os estavam desconfiados e a segurança se deteriorou.

Grupos dissolvidos de soldados se voltaram para a criminalidade e começaram a


atacar caravanas, paralisando o comércio e estagnando o movimento de recursos.

Bandidos e trolls formaram um grupo e chegaram à s centenas. Finalmente, a


pró pria cidade de Itá lica foi atacada.

De pé sobre o portã o da cidade, Piñ a disparou algumas flechas contra os


bandidos em retirada e respirou fundo.

Soldados feridos cambaleavam ou desmaiavam devido à perda de sangue.


Flechas foram atiradas nas paredes de pedra e a á rea ao redor estava uma bagunça.
Comm uma olhada Ela avistou vá rios cidadã os segurando ferramentas agrícolas e
gravetos.

Fora da parede, os cadá veres de bandidos e carcaças de cavalos estavam


espalhadas por todo o chã o.

“Norma! Hamilton! Vocês estã o bem?”

Dentro do portã o quebrado, Norma estava defendendo uma barricada. Ele

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apoiou seu corpo colocando o peso em uma espada, seus ombros subindo e descendo
enquanto ele ofegava. Ele levantou uma mã o para sinalizar que estava bem, mas sua
armadura estava coberta de flechas e sinais de ter sido atingido por uma espada.

Seu entorno mostrava evidências de uma batalha intensa, com corpos de


bandidos atacantes e soldados defensores por toda parte.

Quanto a Hamilton, ela já estava sentada no chã o.

Suas pernas estavam esticadas com as palmas das mã os apoiando seu corpo, mal
a impedindo de cair. Sua pegada na espada estava frouxa.

“De qualquer forma, hah hah, eu estou, hah hah, viva.”

“E eu, princesa? Que frio!”

"Grey! Claro que você vai ficar bem, é por isso que eu nã o perguntei.

“Devo ficar feliz? Ou triste?

Grey, um homem que parecia ter cerca de quarenta anos com uma constituiçã o
robusta, nã o mostrou nenhum sinal de fadiga enquanto descansava a espada nos
ombros.

Nã o havia sangue nele e se nã o houvesse em sua espada, ele provavelmente


estava escondido em algum lugar, o que explicaria por que ele ainda parecia tã o
enérgico. Ele era o Cavaleiro Grey Co Aldo, um veterano do campo de batalha que
subiu na hierarquia.

Na ordem dos cavaleiros de Piñ a, a maioria dos cavaleiros eram nobres. Como
eles nã o tinham nenhuma experiência real de batalha, esses veteranos eram o
verdadeiro nú cleo da unidade.

O caminho para a cavalaria era estreito para os soldados. No entanto, eles seriam
tratados como oficiais regulares depois de passarem.

Hamilton disse com um tom de reclamaçã o: “Princesa, por que estamos lutando
com saqueadores aqui?”

Foi um pouco rude, mas ela teve que dizer em voz alta.
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“Isso nã o pode ser evitado! Eu pensei que o exército do outro mundo atacaria
Italica! Vocês nã o concordam?”

Depois de completar suas investigaçõ es das á reas ao redor de Arnus, Piñ a ouviu
algumas notícias enquanto planejava se infiltrar na Colina.

“Um grande grupo armado apareceu no territó rio do Conde Formal e está
planejando atacar Itá lica.”

Depois de ouvir esta notícia, Piñ a pensou que o exército do outro mundo
finalmente havia começado sua invasã o. 'Eles estã o enviando forças para suprimir os
territó rios vizinhos antes de sitiar a capital imperial?', pensou ela.

Entã o ela teve que tomar contramedidas. Para Piñ a, em vez de um


reconhecimento sem sentido, uma batalha elegante lhe convinha melhor. Ela saiu de
Arnus, ordenou que seus cavaleiros se dirigissem para Itá lica, enquanto ela e seu
grupo corriam para lá com antecedência.

Nã o importa que tipo de batalha fosse, nã o saber a escala e o potencial de batalha do


inimigo seria inú til. Se as forças inimigas fossem limitadas, ela defenderia Itá lica e
atacaria com um ataque de pinça com seus cavaleiros que chegariam depois.

No entanto, ela logo percebeu que quem atacava Itá lica era um bando de
saqueadores. A maioria dos membros eram remanescentes do antigo Exército de
Coalizã o.

Em contraste, A chefe do clã Formal encarregado das defesas da cidade tinha


apenas onze anos. Ela nã o conseguia comandar em batalha e a moral estava no nível
mais baixo.

Piñ a estava desanimada, mas nã o conseguia ficar parada vendo os bandidos


devastarem a cidade. Entã o revelou sua identidade ao clã e assumiu o comando dos
soldados da Condessa em defesa de Itá lica.

“Se pudermos aguentar por três dias, meus cavaleiros estarã o aqui.” Para ser
honesto, eles podem chegar ainda mais tarde do que isso.

Mas os cidadã os e as tropas da condessa acreditaram em Piñ a e lutaram com


tudo o que tinham. O inimigo pode ser o remanescente de um exército derrotado, mas
eram ex-soldados e proficientes em atacar fortalezas.

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A cidade nã o caiu, mas o portã o que deveria ser só lido foi destruído, permitindo
a entrada do inimigo. Com a ajuda dos cidadã os e da milícia lutando com suas
ferramentas agrícolas, eles sobreviveram ao primeiro dia, mas parecia uma derrota.

Eles haviam perdido demais.

O pequeno nú mero de tropas diminuiu e os corajosos da milícia caíram em


batalha. O que restou foram baixas e soldados exaustos. Apenas um dia foi o
suficiente para despencar o moral dos soldados e cidadã os ao fundo do poço. Piñ a nã o
conseguia pensar em nada para animá -los.

Foi assim que sua primeira batalha terminou.

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Piñ a Co Lada era filha do imperador Molt Sol Augustus e sua concubina, a
condessa Nell.

O imperador Molt teve oito filhos reconhecidos. Ela era a quinta entre eles e a
terceira entre as filhas. A propó sito, se incluíssemos os filhos ilegítimos, ela teria
cerca de 12 a 15 irmã os.

Por ser filha legítima do imperador, Piñ a tinha um lugar na sucessã o imperial. No
entanto, ela era a 10ª na fila (o irmã o do imperador estava à frente dela), entã o quase
ninguém a via como herdeira do trono. Em uma idade adequada, ela provavelmente
se casaria com um rei estrangeiro ou um nobre influente. Nã o era glamoroso, mas ela
pelo menos desfrutaria de uma vida confortá vel.

No entanto, sua existência era como uma tempestade soprando na camada


superior da sociedade, embora isso fosse mais por causa de sua personalidade do que
por razõ es políticas. Quando ela era jovem, costumava ficar com raiva por pequenas
coisas e pregar peças exageradas, o que perturbava as pessoas ao seu redor.

Quando ela tinha 12 anos, ela se acalmou e começou a jogar “The Knight Game”
com um elenco totalmente nobre.

De acordo com a fofoca popular, ela foi influenciada depois de ver uma atriz em
uma peça. Nã o havia como dizer se isso era verdade, mas algo aconteceu naquela
época.

Depois de reivindicar um prédio antigo, mas robusto na periferia da capital, ela


reuniu vá rios filhos nobres e os fez viver como se fossem militares, tendo ela como
comandante. Por ser um jogo de soldados jogado em grupo, eles bagunçavam muito e
nã o tinham alimentaçã o nem uniforme adequados. Porém, mesmo quando falhavam,
tudo parecia novo, entã o as crianças se divertiam.

A princípio, os adultos ficaram preocupados. Mas ao observá -los e vê-los felizes,


os adultos se acalmaram e decidiram esperar até que se cansassem da brincadeira e
voltassem para casa.

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No final, as crianças foram para casa depois de dois dias e seus pais as receberam
de volta perguntando “Você se divertiu?”

O talento de liderança de Piñ a se desenvolveu aqui. Isso porque ela podia ver
que, incluindo ela mesma, eles eram todos muito fracos.

Ela também percebeu que seus colegas se cansariam do jogo depois de dois dias
e iriam querer ir para casa depois de três dias. Portanto, ela deixou todos voltarem
mais cedo, para que continuassem pensando “Foi divertido”, e entã o teriam mais
chances de jogar outra rodada do “Jogo de Cavaleiro”.

Uma semana depois, ela começou um segundo “Knight Game”.

Eles usaram o mesmo prédio da ú ltima vez, mas desta vez ela trouxe cozinheiros
e criados, entã o a comida, roupas e condiçõ es de vida eram muito diferentes de antes.
Quando eles viram isso, os pais e as crianças ficaram tranquilizados.

E assim, esta rodada do “The Knight Game” começou em um ambiente


confortá vel.

Embora fosse chamado de jogo, ainda era um assunto militar.

Portanto, quando as crianças voltaram, os pais disseram coisas como “Suas


palavras e movimentos sã o muito mais refinados do que antes”, “Eles se tornaram
sociá veis e fizeram bons amigos”, “Eles estã o mais fortes e com mais energia” , “Eles
nã o sã o mais exigentes com a comida”, “Eles estã o vivendo suas vidas corretamente”.
O “Jogo de Cavaleiro” da Princesa Imperial mostrou uma influência positiva em seus
filhos. E como eles jogaram mais “Knight Games”, alguns dos pais nobres até
forneceram seu pró prio financiamento e encorajaram seus filhos a participar.

Os companheiros de Piñ a nessa época eram chamados de primeiro lote. O


primeiro lote fez as regras, e eles foram os modelos para juramentos, vá rios rituais e
patentes para o resto dos recrutas.

O treinamento de uma ordem de cavaleiros levava cerca de dois anos e, quando


Piñ a tinha cerca de 14 anos, o que eles chamavam de “treinamento bá sico” era um
período de coabitaçã o de cerca de dois a três meses.

A escolaridade passou a fazer parte de sua formaçã o, e eles convidaram vá rios

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estudiosos imperiais para ministrar aulas, de modo a nã o negligenciar a educaçã o das
crianças, os pais viam este “Jogo de Cavaleiro” como uma forma de “educaçã o dos
jovens” na forma de formaçã o para uma ordem de cavaleiros.

Se fosse aqui que os “Jogos dos Cavaleiros” tivessem terminado, teria sido visto
como um empreendimento significativo que teria seu lugar nos livros de histó ria do
Império. Afinal, tornava as crianças mais independentes, ensinava um estilo de vida
saudá vel e disciplinado, encorajava a piedade filial, tratava todos como irmã os e irmã s
(na verdade, muitas das crianças juravam fraternidade ou irmandade umas com as
outras). Os adultos ficaram satisfeitos com este tipo de “Knight Game”.

Grupos de jovens semelhantes surgiram em todo o país, e foi nessa época que
esses grupos de jovens também começaram a se denominar de acordo com as ordens
dos cavaleiros.

No entanto, Piñ a queria transformar isso em uma unidade militar adequada.

Quando ela tinha quinze anos, seu grupo de cavaleiros começou a incorporar os
fundamentos do treinamento físico, esgrima, arco e flecha e equitaçã o em seu
treinamento, e eles também trouxeram treinadores externos, oficiais e suboficiais do
Exército Imperial.

O humor do pessoal encarregado de ajudar nisso variava. Os que estavam


prestes a se aposentar ficaram satisfeitos, mas os oficiais e suboficiais mais jovens
ficaram chateados por estarem apenas brincando com a princesa imperial em um
“Knight Game”.

Portanto, com a mentalidade de “Nã o podemos continuar brincando”, eles


iniciaram um programa sério de educaçã o militar. E era isso que Piñ a esperava.

Os oficiais esperavam que as crianças nã o aguentassem e desistissem, mas Piñ a


acreditava que todos aguentariam essa rodada de treinamento.

Assim, a organizaçã o militar inteira começou a tomar forma. Sua teoria e prá tica
durante o treinamento nã o eram menos do que as unidades reais do exército estavam
aprendendo, e os membros do grupo de cavaleiros de Piñ a logo se tornaram excelentes
soldados e cresceram rapidamente.

Quando Piñ a tinha 16 anos, algo importante aconteceu que empurrou seu grupo
de cavaleiros para frente.
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Os meninos se formaram.

Aqueles jovens nobres que nã o estavam na camada superior queriam se tornar


soldados e oficiais no futuro. Por terem crescido em um grupo que valorizava o valor
marcial, todos queriam ser soldados, e Piñ a nã o conseguiu impedi-los de ir.

Com as palavras: “Como um do grupo original de cavaleiros, vá e seja um


cavaleiro que nos orgulha”, ela se despediu daqueles jovens.

Agora, o nú cleo do grupo de cavaleiros era em grande parte composto por


mulheres. Como teriam que aprender a ser boas noivas, as mulheres também tiveram
que deixar o grupo de cavaleiros. No entanto, alguns ficaram para trá s e também
houve novos recrutas.

Como havia mais candidatos desta vez, o grupo de cavaleiros cresceu.

Nos três anos seguintes, quando os jovens do grupo de cavaleiros começaram a


se destacar como oficiais subalternos, suas conquistas chamaram a atençã o dos
oficiais de alta patente.

Quando o grupo de cavaleiros se formou... quando as rosas floresceram...


comandantes de vá rios exércitos vieram em busca de futuros subordinados. No
entanto, seus olhos estavam voltados para os graduados do sexo masculino, já que
nã o havia lugar para as mulheres nas forças armadas.

Por causa disso, Piñ a decidiu formar um bando de cavaleiros adequado,


composto principalmente por mulheres e alguns homens (principalmente meninos
nobres de alto escalã o e alguns veteranos experientes que Piñ a escolheu), e com
algumas tropas adicionais, eles se tornaram a “Ordem dos Cavaleiros da Rosa”.

A “Ordem dos Cavaleiros Rosa” recebeu a bênçã o da sociedade nobre e da corte,


mas na maioria das vezes eles desempenhavam o papel de guardas de honra,
guardiõ es de nobres e ocasiõ es cerimoniais, mas nã o tinham experiência em combate.

E entã o, as coisas no Império mudaram.

As coisas sendo como estavam, a Ordem dos Cavaleiros Rosas nã o poderia mais
definhar nos escalõ es da retaguarda. Sob o comando de Piñ a, que tinha sede de
combate real, eles levantaram bandeiras das rosas vermelhas, brancas e amarelas e
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marcharam pela Via Á pia.

Eles mal podiam suportar olhar para Itá lica sitiada por bandidos.

Flechas choveram sobre a cidade do lado de fora, além das muralhas da cidade e
no anel externo de casas. Os corpos dos bandidos e dos defensores de Itá lica cobriam
o chã o em ambos os lados das muralhas da cidade, e o chã o estava pintado de
vermelho com sangue seco.

Aqueles homens que ainda tinham forças corriam para frente e para trá s para
apagar incêndios. Os pequenos podiam ser apagados com á gua, mas os prédios que
ardiam intensamente tiveram de ser abandonados.

As mulheres tentavam ajudar os feridos moderados ou graves, enquanto as


crianças recolhiam armas e flechas espalhadas.

Os feridos leves enterraram os mortos, usando pá s para cavar valas comuns nos
arredores da cidade. Normalmente, eles os teriam enterrado adequadamente, mas
haviam muitos cadá veres, entã o eles acabaram com a cerimô nia e apenas os
colocaram no chã o. Os corpos dos bandidos foram simplesmente jogados em uma
vala profunda.

Assim, os soldados, os comerciantes, as garçonetes, os homens, as mulheres, os


idosos, as crianças e todos da cidade saíram para ajudar. Qualquer um ficaria cansado
se tivesse que continuar trabalhando assim em meio à batalha campal da tarde.

“Sua Alteza... podemos, podemos fazer uma pausa?”

Um velho, que representava os cidadã os, perguntou isso a supervisora Piñ a em


voz baixa.

Todos pareciam cansados e ela entendia seus sentimentos. No entanto, agora


eles tinham que enterrar rapidamente os mortos, apagar as chamas nas casas e nas
torres de vigia, além de consertar os portõ es e barricadas da cidade.

Piñ a sabia da importâ ncia dessas coisas e por isso lançou um olhar irritado para
o velho pedindo um descanso.

“Os bandidos ainda nã o desistiram. Uma vez que eles se recomponham,

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imediatamente atacarã o novamente. Nã o podemos contar com portõ es da cidade
destruídos e barricadas para nos proteger; vai ser ainda mais cansativo.

“Mas, mas…”

O velho deve ter pensado que Piñ a estava sendo uma tirana irracional. Suas
posiçõ es e perspectivas eram diferentes. Parece que esperar que eles entendessem
era um sonho ingênuo que ela teve.

“Eu nã o estou perguntando a você. Isso é uma ordem.”

“Gray, como estã o os portõ es da cidade, podemos consertá -los?”

Gray, que acompanhava as condiçõ es do portã o, virou-se para Piñ a.

“Sua Alteza, na minha opiniã o, está além do reparo. O pino está completamente
destruído,”

“Entã o o que devemos fazer?”

“Por que nã o derrubá -lo e bloquear a entrada?”

Eles podiam entrar e sair pelas pequenas portas laterais. Afinal, eles nã o
moveriam carruagens e carroças pelo portã o principal. Se eles pudessem abrir as
portas laterais para entrar e sair, bloquear a entrada principal deveria ser bom.

“Bem. Faça isso.”

Gray instruiu os cidadã os a juntarem seus mó veis robustos e empilhá -los contra
o portã o.

“Eles podem queimá -lo. Tudo bem?

Gray deu de ombros e disse que, se começasse a queimar, eles poderiam jogar
mais lenha.

Piñ a pensou sobre isso e assentiu. Afinal, uma cerca em chamas era uma grande
barreira. Piñ a olhou para trá s e ergueu a cabeça para o topo da parede.

“Norma! Como está o seu lado?

No topo da parede, Norma estava inspecionando o lado de fora com um arco na


mã o. Ele olhou para trá s e respondeu: “Nenhum inimigo até agora!”

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“Fique alerta, nã o relaxe. Quem sabe quando eles voltarã o.”

Norma assentiu, ignorando os riachos de sangue escorrendo por sua testa, e


ordenou a seus subordinados que mantivessem os olhos abertos.

“Venha, venha, você deve estar com fome, certo? Nó s preparamos comida.”

Quem falava era uma das criadas da casa do conde, que conduzia uma carroça
com uma grande panela. Ela trouxe leite e mingau de cevada, além de pã o preto.
Nenhum dos dois era particularmente delicioso, mas um estô mago vazio era o melhor
tempero para comida ruim.

Piñ a ficou impressionada com o cheiro da comida e sentiu que trabalhar com
fome nã o ajudaria, entã o ela ordenou que eles comessem em turnos. Depois, ela
sentiu que deveria comer também e foi para a casa do Conde Formal.

Como os guardas e outros homens estavam vigiando os muros da cidade, a casa


do conde estava praticamente vazia e ela nã o foi saudada por ninguém.

No entanto, nem todos foram embora. Havia vá rios caldeirõ es grandes no pá tio
da residência, cheios de mingau de cevada ou pã o preto assado. Todas as empregadas
estavam ajudando.

No final, alguém veio cumprimentar Piñ a. Era a antiga mordoma do conde e a


criada principal.

“Sua Alteza, seja bem-vindo.”

“Mm. Perdoe-me, mas você tem alguma coisa para comer ou beber?”

Ao terminar de falar com a empregada-chefe, Piñ a sentou-se no sofá como se


fosse sua pró pria casa.

O mordomo que estava ao lado serviu uma taça de prata com vinho para Piñ a.

“Sua Alteza, parece que estamos salvos.”

"Ainda nã o. Esses caras virã o para outra rodada.

“Temos que lutar contra eles? Talvez possamos negociar.

“Você quer evitar uma briga? Simples. Abra o portã o e dê a eles todo o seu
dinheiro e comida”.

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O velho mordomo, avesso ao combate, suspirou ao ouvir Piñ a falar.

“Depois que eles saquearem tudo que você tem, eles vã o matar todos os homens.
As jovens serã o levadas como escravas, mas antes disso, elas provavelmente vã o...
nã o, com certeza vã o ser violentadas. E os bandidos provavelmente vã o querer
estuprar garotas bonitas como eu. Eu poderia lidar com um, talvez dois, mas nã o acho
que conseguiria ficar sã o depois de 50 ou 100. O que você acha que acontecerá com
Myui-sama entã o?

“M-Myui-sama tem apenas onze anos!”

“Quem sabe, alguns bandidos podem gostar delas jovens… ou nã o, eles


definitivamente vã o ter alguns malucos como esse entre eles. Entã o, você quer rezar
para que nã o existam e abrir os portõ es para eles?”

O suor escorria pela cabeça do mordomo, e ele choramingava:

“Sua, Alteza. Por favor, por favor, nã o me assuste.

“Entã o tudo o que podemos fazer é lutar, certo? Tentar negociar com esses
animais é inú til. Esse é um caminho para a destruiçã o. Tudo o que podemos fazer é
cerrar os dentes e resistir até o amargo fim.”

Piñ a engoliu o vinho.

Com um satisfeito “Ufa!”, ela se serviu de pã o preto e mingau de cevada. No


entanto, depois de um bocado, ela franziu a testa.

"Tã o pouco e é sem graça também?"

A criada balançou a cabeça severamente e falou: “Sua Alteza, quando alguém está
cansado, seus estô magos também ficam fracos. Consumir alimentos ricos nessa
condiçã o só fará mal ao corpo.”

Piñ a aceitou os comentá rios da empregada chefe sem reclamar. Pensando bem,
as criadas do conde preparavam a comida sem nenhum sinal de medo, e ela mesma
nã o se lembrava de ter mandado que fizessem isso. De quem eram essas instruçõ es?
Ela percebeu que o velho mordomo era um covarde desprezível. Entã o, era a velha
empregada?

Enquanto pensava nisso, Piñ a fez uma pergunta à ela. “Você já passou por algo
assim antes?”

“Eu já morei na cidade de Rosa.”


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A cidade de Rosa já foi atacada pelo Império. Embora eles tenham derrotado o
Exército Imperial, seu governo entrou em colapso e finalmente foram levados pelo
Império. E agora era uma ruína.

Essa criada devia estar em Rosa durante aquela batalha. A guerra nã o se limitava
a arcos, magia e espadas. Elevar a moral, distribuir armas e raçõ es também eram
formas de lutar.

Nesse sentido, a velha empregada era uma veterana de combate.

A dona da casa era jovem e nã o se podia contar com ela. Portanto, a razã o pela
qual as empregadas podiam seguir em frente sem entrar em pâ nico deve ter sido por
causa dela.

Piñ a comeu até ficar quase cheia e limpou a boca com um guardanapo.

“Entã o, irei descansar em um quarto de hó spedes. Se alguma coisa acontecer,


traga o mensageiro diretamente para mim.”

Ao terminar de falar com a velha empregada, um brilho brincalhã o surgiu nos


olhos de Piñ a e ela decidiu mexer com ela.

“O que você faria se eu nã o acordasse?”

“Ora, eu jogaria á gua na sua cabeça e a convidaria a se levantar.” Disse a velha


empregada

Ela tinha um sorriso muito assustador no rosto.

Piñ a riu e disse que nã o estava interessada em tomar banho na cama enquanto
se dirigia para o quarto de hó spedes.

No entanto, no final, foi a sensaçã o de á gua fria no rosto que a acordou. Enquanto
enxugava o rosto, vestiu com raiva a armadura sobre as roupas molhadas.

“O que aconteceu? É o inimigo?”

Gray sentiu que o cabelo ruivo encharcado de Piñ a parecia excepcionalmente


atraente, mas ele segurou a língua por causa da emergência. Em vez disso, começou
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seu relató rio.

“Nã o sabemos se sã o amigos ou inimigos.”

À medida que o grupo desconhecido se aproximava, os soldados e civis prontos


para a batalha os espreitavam das ameias nas muralhas da cidade ou das brechas nos
bloqueios de estradas.

“Sua Alteza, você pode ter uma boa visã o daqui.”

Um fazendeiro segurando uma enxada de aço fez um pequeno buraco em um dos


bloqueios da estrada.

Pela pequena abertura ela viu o que pareciam ser carroças de quatro rodas... mas
nã o eram puxadas por cavalos ou vacas.

Piñ a conhecia as armas de cerco chamadas “vagõ es cobertos”, que eram


essencialmente caixas gigantes empurradas por cavalos, gado ou soldados de dentro.
Ela se perguntou se os três veículos na frente eram carroças cobertas.

Em inspeçõ es mais detalhadas, suas rodas pareciam ser feitas de algum tipo de
tecido ou couro.

Se fosse esse o caso, mesmo que pudessem parar o disparo de flechas, a á gua
fervente ou o chumbo derretido, eles nã o poderiam evitar ser esmagados por pedras
pesadas. O problemá tico seria o veículo na parte de trá s. Nã o parecia ser feito de
madeira, mas sim revestido de metal.

Haviam pessoas dentro daquele “vagã o blindado”. O telhado parecia ter algo
como um arbalest em cima, e parecia protegido contra flechas ou pedras
arremessadas.

Ainda assim, por mais requintadas que fossem suas armas, as armas sozinhas
nã o podiam tomar uma cidade.

As armas de cerco eram significativas porque eram usadas para tomar a cidade.
No entanto, ela nã o conseguia ver nenhum inimigo dentro de seu campo de visã o. Eles
também nã o pareciam querer quebrar os bloqueios de estradas.

Se as armas de cerco estavam ali para baixar o moral, deveriam estar fazendo
movimentos ameaçadores, mas nã o faziam nada disso, entã o ela nã o sabia dizer o que
o outro lado queria.

“Norma?!”
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“Sem mais inimigos.”

Norma respondeu como se soubesse o que Piñ a ia dizer.

Havia manchas ... nã o, eles usavam roupas verde-escuras com manchas marrons
e verdes claras e capacetes de tecido de cores semelhantes em suas cabeças.

Era difícil dizer se eles carregavam armas ou cajados má gicos, mas por suas
expressõ es severas e olhares penetrantes, essas pessoas tinham um poder que nã o
podia ser ignorado.

"Amigo ou inimigo?! Se você é um amigo, entã o saia!”

Norma gritou alto, enquanto Piñ a, os defensores de Italica e os cidadã os


prendiam a respiraçã o.

Depois de um tempo, a porta traseira de uma das carroças cobertas se abriu.

Uma garota emergiu dela. Ela parecia ter entre 13 e 15 anos. A julgar pelo longo
manto e pelo cajado má gico que carregava, ela foi instantaneamente reconhecida
como uma maga.

O cajado parecia ser feito de madeira... o que significava que ela era uma maga
ortodoxa da escola de Lindon. Se fosse esse o caso, ela deveria ser habilidosa com
feitiços de ataque e em combate com feitiços, apesar de sua pouca idade.

No ataque anterior, os bandidos nã o haviam usaram nenhum mago. Deve ter sido
por isso que os defensores aguentaram tanto tempo, mas se os bandidos agora
tivessem um mago ao seu lado, a batalha seria muito mais difícil.

Piñ a estalou a língua enquanto pensava na difícil batalha que estava por vir.

A pró xima a descer foi uma menina de cerca de 16 anos, vestindo roupas
estranhas.

Suas roupas se agarravam ao seu corpo, mostrando as curvas de seu corpo. Como
as roupas eram um pouco pequenas demais, elas expunham a pele branca como a
neve de suas costas e barriga, incendiando a imaginaçã o dos homens.

Como mulher, Piñ a sentiu que havia adivinhado corretamente o propó sito
daquelas roupas.

O problema eram as orelhas compridas e pontudas dessa garota. Ela era uma
elfa, com cabelos loiros e olhos azuis.
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Nada bom… o inimigo tinha elfos além de magos. Ela ouviu que os elfos eram,
sem exceçã o, excelentes invocadores de espíritos. Dignos de nota eram aqueles que
podiam convocar os espíritos do vento para criar relâ mpagos que poderiam destruir
um pelotã o inteiro. Mesmo uma companhia completa de cavaleiros teria problemas
para derrotar tanto um mago no estilo Lindon quanto um elfo usando magia
espiritual.

Ela deveria tentar derrubá -los enquanto eles estavam desprevenidos? Acertá -los
com arcos pode funcionar…

Enquanto ela pensava em maneiras de derrubar as duas, depois que ela viu
aquela garota descer do veículo, suas roupas ú midas de repente ficaram geladas.

Ela usava roupas de sacerdote, feitas de seda preta e com bordas de renda.

Ela era uma jovem que usava uma grinalda de filó preta sobre os cabelos negros.
“Aquela, aquela é Rory… Mercú ri!”

Ela era uma agente da deusa da morte, julgamento, loucura e guerra - uma
Apó stola de Emroy.

Como o Imperador era o mais alto oficial religioso do Império, ele podia falar
com os Apó stolos durante os eventos religiosos nacionais. Como tal, ela teve a chance
de ver os Apó stolos do deus Emroy, razã o pela qual Piñ a pô de reconhecê-la.

“Esse é a lendá ria Rory, a Ceifadora? Embora seja a primeira vez que a vejo, ela
se parece com a jovem da residência do Conde…”

De fato, Rory parecia muito mais jovem do que a garota maga e a garota elfa.

No entanto, seus membros esguios seguravam facilmente uma alabarda que


parecia mais pesada do que ela, e ela a golpeou na terra quando desembarcou.

“Nã o se engane com a aparência dela, ela é um monstro com mais de 900 anos.”

Antes da formaçã o do Império, enquanto este mundo estava em caos, já havia


“semideuses” que nã o envelheciam, chamados de Apó stolos. Mesmo assim, Rory era a
segunda mais jovem entre esses apó stolos.

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Uma apó stola, uma maga e uma elfa... Piñ a preferia fugir do que pensar em lutar
contra os três.

“No entanto, o que um apó stolo de Emroy está fazendo com um bando de
bandidos?” Piñ a balançou a cabeça com a pergunta de Gray.

“Você nã o pode julgar essas pessoas assim.”

Os valores humanos normais nã o se aplicavam aos Apó stolos. Eles nã o se


importavam com o Imperador ou com as leis do Senado, ou mesmo com a coisa
chamada justiça. Pode nã o ser errado dizer que os Apó stolos zombavam deles.

Essa foi a explicaçã o preocupada de Piñ a.

“Se os Deuses existem nã o tem nada a ver com o bem ou o mal. As pessoas rezam
para eles, mas coisas ruins ainda acontecem. Pode-se adoecer mesmo que viva uma
vida virtuosa e um tirano cruel ainda pode viver muito tempo. Tudo isso nã o tem
nada a ver com oraçã o ou reverência.

Deuses sã o seres que os humanos nã o conseguem entender. Ou melhor, os


humanos nã o conseguem entender as motivaçõ es dos Deuses… e algumas pessoas
dizem que os Deuses devem ser loucos.”

Depois de ouvir os pensamentos de Piñ a, a testa de Gray estava escorregadia de


suor. Ele murmurou: “Se Sua Santidade ouvir isso, estaremos em apuros...”

“Oh sim. Essas pessoas se autodenominam mensageiros dos Deuses. Se você diz
que os deuses sã o completamente insanos e incompreensíveis, entã o nã o há
propó sito para eles existirem.”

Em um mundo politeísta, as fés nã o diferenciavam entre o bem e o mal, a


ortodoxia ou a heresia. Se alguém se cansasse de um deus, entã o poderia adorar
outro. No entanto, o sacerdó cio era uma organizaçã o religiosa que gozava de certos
privilégios e poder. Qualquer um que denegrisse os deuses se tornaria um alvo para
eles.

“Eu nã o ouvi isso, eu nã o ouvi isso...”

Gray balançou a cabeça para Piñ a atrá s dele. Entã o, Piñ a olhou para fora pela
abertura.
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“Ah... eles estã o aqui.”

Ela olhou para a frente do portã o mais uma vez. A garota maga estava se
aproximando deles.

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Normalmente, o trá fego aqui fluiria rapidamente, e entre os mercadores e os
fiscais com os quais eles tinham que lidar, a á rea seria muito movimentada. No
entanto, essa agitaçã o estava longe de ser vista hoje. Uma pilha de madeira e mó veis
bloqueava o portã o principal, negando a entrada de todos.

No topo da muralha da cidade, que tinha três andares, as sentinelas se alinhavam


e apontavam suas bestas para eles.

Eles até instalaram um polybolos, que poderia liberar vá rios virotes em


sequência.

Além disso, tinha muitas coisas difíceis de imaginar como armas. Por exemplo,
haviam caldeirõ es fumegantes suspensos sobre fogueiras.

Se estivesse localizado perto de um rio ou no topo de uma montanha, alguém


poderia pensar que era uma panela de uma bruxa. Mas no alto de uma muralha da
cidade, nã o havia como pensar que estava ali para preparar comida.

“Espero que nã o decidam nos dar banho…”

Kurata, que estava dirigindo o HMV, murmurou essas palavras. Itami pensou,
eles nã o podem te ouvir. Em programas de TV variados, o “banho” em questã o era
pouco mais que um adereço inofensivo, mas na realidade era um dispositivo horrível
a par das armas químicas.

Ser escaldado até a morte por á gua quente seria um longo e doloroso caminho a
se percorrer.

Ser escaldado por á gua quente em grande parte do corpo causaria a formaçã o de
bolhas em todo o corpo e consequente perda de fluidos corporais, levando à
desidrataçã o. Se isso nã o bastasse para matar uma pessoa, a perda de pele também
seria um convite à infecçã o. Os tecidos mortos apodreceriam e levariam à sepse,
mergulhando a vítima em dores terríveis. Mesmo que de alguma forma
sobrevivessem, eles carregariam as cicatrizes e a agonia por toda a vida.

Se ele soubesse que nã o era á gua, mas sim chumbo derretido, Itami teria
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ordenado uma retirada imediata porque ele estava ciente das histó rias em que
pessoas tentavam se matar por autoimolaçã o, mas de alguma forma conseguiam
sobreviver apó s um sofrimento incrível.

Os defensores do Italica usavam armas bem diferentes das de Itami e seus


colegas. Elas eram afiados ou quentes e à primeira vista, poderíamos chamá -los de
“implementos para assassinato”.

O termo “intençã o de matar” aparecia frequentemente em seriados de TV, light


novels ou mangá s, mas Itami nunca havia sentido esse tipo de coisa durante sua vida
na sociedade moderna. Talvez alguém só pudesse sentir essas coisas depois de se
tornar um mestre de artes marciais. O que ele sentia agora, era uma sensaçã o de dor
ou calor sempre que olhava para essas coisas. Além da cautela vinda dos defensores,
ele podia sentir os olhos cheios de intençõ es assassinas fixados neles.

“Amigo ou inimigo?! Se você é um amigo, entã o saia!”

Embora ele nã o soubesse o significado daquelas palavras sendo gritadas acima


dele, ele podia dizer pelo tom. Ele sussurrou para Lelei: “Nã o soa como boas-vindas.
Devemos tentar outra cidade?”

“As pessoas na cidade também parecem muito ocupadas, entã o parece que nã o
podemos discutir as coisas com elas adequadamente. Embora eu nã o saiba contra o
que elas vã o lutar, nã o quero me envolver nisso. Francamente falando, minha
segurança e a sua sã o minha principal prioridade. O que você acha?”

“Sim, eles estã o morrendo de vontade de nos ter lá .”

Enquanto Kurata resmungava do banco do passageiro, o sargento-mor


Kuwabara disse pelo rá dio: “Se eles nã o se movem, nó s nã o nos movemos”.

Os dois estavam com os rifles em mã os e apontaram cuidadosamente para fora.

No entanto, Lelei usou sua expressã o vazia usual e voz firme para dizer:
“Rejeitado”.

“Mas nã o podemos entrar enquanto eles estã o assim.”

“Existem outras entradas. Itá lica é uma cidade de planície. Haverá portõ es no

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norte, sul, leste e oeste. Nã o há como nã o haver outra maneira de entrar.

“Itami, primeiro você espera. Vou até lá falar com eles.”

Com isso, Lelei fez mençã o de se levantar. No entanto, Tuka imediatamente a


interrompeu e disse para ela esperar.

Tuka, assim como Itami, queria saber por que eles tinham que ir para esta
cidade.

Embora ela nã o tivesse medo como Itami, quando se pensava sobre isso, nã o
havia nenhum benefício em se envolver com uma cidade sitiada. Havia uma chance
deles serem arrastados para o conflito… bem, se eles entrassem na cidade, eles
definitivamente estariam envolvidos.

Lelei respondeu a ela: “Nã o é questã o de entrar na cidade, mas quero que eles
saibam que nã o somos inimigos. Se sairmos assim, eles vã o pensar que fazemos parte
das forças inimigas. Se voltarmos no futuro, ou formos para outras cidades, essa
notícia se espalhará . Vai ser inconveniente.

“No entanto, você vai atrair essas pessoas para isso por nossa causa?” Tuka
gesticulou para Itami, Kurokawa e os outros enquanto falava.

“Eles nos ajudaram sem pedir reembolso. Nã o deveríamos mantê-los fora de


perigo?”

“É por isso que eu vou. Recebemos muita gentileza de Itami e dos outros, entã o
nã o quero que pensem que Itami e o resto sã o inimigos.”

“Você está fazendo isso para Itami?”

"Sim. Afinal, ele e os outros sã o donos desta carruagem especial. Tuka teve que
assentir ao ouvir isso.

“Vai ficar tudo bem. Diremos apenas que viemos fazer negó cios e que estamos
confirmando a situaçã o.”

“Eu entendo. No entanto, nã o posso deixar você ir sozinha. Você precisa de


proteçã o contra flechas”. Assim que Tuka disse isso, ela começou a entoar um feitiço
na língua das fadas.

Quase imediatamente, eles puderam sentir o movimento do vento.

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E assim, Lelei, Tuka e Rory saíram do veículo.

“Itami, você deveria esperar aqui.”

Depois de repetir essa linha, os três se aproximaram lentamente do portã o


principal. As pontas das flechas das bestas das sentinelas as seguiram enquanto se
aproximavam.

Ao ver isso, Itami se sentiu inquieto, embora tivessem lhe dito para esperar. Sua
mente estava cheia de pensamentos como: “Como homem, como soldado, como ser
humano”, e assim por diante.

Tudo o que ele podia fazer era assistir.

Embora Itami parecesse congelado de medo, o que ele sentia era, na verdade,
orgulho ou algo semelhante.

Claro, a maioria dos adultos nã o diria “é uma honra”, mas se enganaria com
palavras como “a missã o” ou “nosso dever”. No entanto, Itami sempre foi muito
honesto nesse aspecto e disse calmamente:

“Eu odeio coisas assustadoras, mas também odeio perder a reputaçã o…”

Depois de estalar a língua alto, ele deixou seu rifle Tipo 64 no veículo, prendeu
cuidadosamente o pesado colete à prova de balas nº 2 em seu corpo e saiu do HMV.

A propó sito, eles estavam todos equipados como as tropas no Iraque.

Ele tinha uma pistola amarrada à coxa, mas deixou o rifle para trá s porque nã o
queria parecer ameaçador por carregar um objeto semelhante a uma arma.

“Eu também vou. Francamente falando, eu tenho que ir. Me deixar ir.”

“Ninguém está te impedindo, nã o é?”

Depois de congelar por alguns segundos, Itami disse: “Sargento-mor Kuwabara,


vou deixar o resto com você. Se acontecer alguma coisa, venha e ajude”. Com isso, ele
correu até Lelei e os outros.

******

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Piñ a foi forçado a tomar uma decisã o.

Ela nã o tinha base pra isso, mas tinha que decidir de qualquer maneira. Isso seria
uma grande aposta.

“Gray, o que devemos fazer?”

Mesmo o experiente Gray nã o conseguiu responder à pergunta de Piñ a. Ninguém


poderia garantir o resultado e nessas condiçõ es, a necessidade de tomar uma decisã o
importante como essa se tornou uma fonte imensa de estresse. Isso foi chamado de
“Cadeias de Comando”.

Os soldados empunharam suas armas, aguardando a decisã o de Piñ a. As mã os


dos arqueiros tremiam enquanto esticavam as cordas. Os fazendeiros esperavam com
suas feramentas agrícolas de metal.

Os soldados empunhando espadas, o povo de Itá lica, todas essas vidas


dependiam de suas decisõ es.

Para começar, a apó stola de Emroy, Rory Mercury, assim como uma elfa e uma
maga, realmente se juntariam a um grupo de bandidos?

A resposta… foi “nã o”. Ela queria que fosse “nã o”.

Quanto ao porquê… bem, se eles tivessem feito parte dos bandidos desde o
início, teriam participado do primeiro ataque e Itá lica já teria caído há muito tempo.

No entanto, Rory e os outros podiam nã o estar com os criminosos desde o início.


Elas poderiam esperar o momento certo para se juntar a eles. Ela nã o podia concluir
que elas nã o faziam parte dos bandidos só porque nã o participaram do primeiro
ataque.

E se elas nã o faziam parte dos bandidos, entã o por que Rory e os outros vieram
para Itá lica? Por que eles chegaram a uma cidade sitiada?

Ela deveria apenas negar a entrada delas, mas isso pode transformá -las em
inimigos.

Piñ a queria Rory e seus amigos ao seu lado. Afinal, os habitantes da cidade e os
soldados teriam a certeza da vitó ria com uma apó stola de Emroy, uma elfa e uma
maga ao seu lado.

Ela sentiu que nã o tinha as habilidades de liderança para deixar seus homens
certos da vitó ria.

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Embora ela nã o tivesse certeza de por que Rory e os outros tinham vindo, se ela
pudesse convencê-las a se juntarem, entã o ela poderia dizer aos residentes: “A ajuda
está aqui!”

Nã o, nã o havia tempo para longas discussõ es. Ela tinha que torná -los seus
aliados. Ou isso, ou proibi-los de entrar. Ela tinha duas opçõ es.

Enquanto Piñ a pensava no que fazer, o som de uma batida veio do lado de fora
do portã o.

Ela prendeu a respiraçã o.

Entã o, Piñ a engoliu em seco e tomou uma decisã o. Ela usaria seu comportamento
imponente para prender a outra parte e arrastá -la para o lado dela.

O portã o três vezes trancado foi aberto com força e energeticamente.


“Finalmente você chegou!”

Depois de sentir um baque surdo em suas mã os, Piñ a viu Rory, a garota elfa, e a
maga olhando para um homem que estava caído na frente da porta.

Seus olhos reviraram e ele perdeu a consciência. Imediatamente, as três olharam


friamente para Piñ a.

“Será que… isso… foi minha culpa?”

A maga vestida de branco, a sacerdotisa vestida de preto e a elfa loira de olhos


azuis assentiram ao mesmo tempo.

******

Rory e Lelei sabiam que era apenas um acidente, entã o nã o culparam Piñ a, mas
foram ajudar o inconsciente Itami.

Itami era um cara grande e usava uma armadura pesada. Com a ajuda dos outros,
conseguiram arrastá -lo para a cidade. Entã o elas pensaram em tirar suas roupas para
ajudá -lo a respirar.

Primeiro, eles deveriam remover a coisa em sua cabeça. Depois disso, elas
quiseram tirar a camisa dele, mas o que elas pensaram ser uma camisa de pano
acabou por ter placas de metal. A camisa era misteriosa em mais do que apenas sua
aparência, e elas nã o tinham ideia de pô r onde começar. Elas decidiram tentar
afrouxar o colarinho.

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Rory colocou a cabeça de Itami em seu colo, enquanto Tuka tirou um cantil de
á gua de seu cinto. As sentinelas e os habitantes da cidade se reuniram para
perguntar: “O que está acontecendo?”

Piñ a engasgou e nã o conseguiu responder.

Lelei usou todo o conhecimento que tinha para começar a diagnosticar Itami.

Ela abriu as pá lpebras dele para verificar os globos oculares, depois olhou para o
nariz, orelhas e boca para verificar se havia sangramento ou ferimento, apalpou o
rosto e a cabeça para ver se havia algum ferimento oculto e depois de se certificar de
que ele estava bem, deu um suspiro de alívio.

Depois disso, ela finalmente olhou para Piñ a com olhos acusadores. “O que você
estava tentando fazer?!”

Porém, a primeira a falar nã o foi Lelei, mas sim Tuka.

Ao derramar a á gua do cantil na cabeça de Itami, ela repreendeu Piñ a por abrir a
porta com tanta força quando sabia que alguém estava do outro lado.

Ela chegou a dizer coisas rudes como “Mais burra que um duende”, mas Piñ a
sabia que a culpa era dela por ser descuidada, entã o ela permaneceu em silêncio, com
uma expressã o de desculpas no rosto. Ela nã o parecia nada com uma princesa
imperial agora.

Quando alguém ficavam com raiva, as pessoas ao seu redor ficavam animadas ou
mais calmas ainda. Lelei agora estava muito calma e parecia ter percebido que agora
estava em Itá lica.

Com um olhar, ela percebeu que a saída estava fechada e o ferrolho estava no
lugar. Os guardas e as pessoas da cidade se reuniram ao redor deles.

Ela nã o pô de deixar de olhar para Rory... mas a sacerdotisa vestida de preto


simplesmente sorriu divertida.

Itami recuperou a consciência depois de um tempo.

“Owie,” ele disse enquanto esfregava o queixo, enquanto abria os olhos. Foi entã o
que ele percebeu que o rosto de Rory, a sacerdotisa vestida de preto, agora preenchia
seu campo de visã o.

Seu cabelo preto roçou no rosto de Itami. Foi um pouco espinhoso.

Ela parecia muito jovem, mas sua expressã o era a de uma mulher madura que
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tinha muita experiência em “brincar”. Ele nã o sabia se ela estava brincando com ele
ou falando sério. Suas mã os seguraram a cabeça de Itami e a moveram para sua coxa.
Havia uma beleza encantadora em suas pupilas negras.

“Ara ~ ele está acordado.”

As palavras vieram deste mundo, mas ele podia entendê-las facilmente. Além
disso, a voz de Rory era como o tilintar de sinos de prata e agradava seus ouvidos.

“Você se lembra de tudo?” Itami assentiu.

A porta que de repente se abriu bateu em seu rosto e mandíbula, e tudo ficou
preto. Parece que ele desmaiou por um tempo.

Quando ele abriu mais os olhos, escondidas pelo rosto de Rory... muitas pessoas
estavam olhando para Itami, e ele viu o rosto preocupado de Lelei.

De repente, ele ouviu Tuka repreendendo alguém com raiva.

Ele estudava furiosamente a língua deste mundo, mas agora nã o precisava de um


tradutor para entender as palavras ao seu redor. O centro de linguagem em seu
cérebro deve ter feito certas conexõ es, provavelmente causadas por uma pancada na
cabeça.

O colete à prova de balas nº 2 era pesado, entã o Itami só conseguiu se levantar


com muito esforço. Por alguma razã o, a parte superior de seu corpo estava
encharcada.

Quando Tuka estava no meio de sua repreensã o, ela pareceu perceber que Itami
havia se levantado e perguntou: “Você está bem?”

"Sim. Eu deixei você ver um lado embaraçoso de mim.

Itami puxou o zíper da camisa e fechou os botõ es do colete à prova de balas. Depois
disso, ele pegou o capacete de Lelei e arrumou seu equipamento bagunçado.

Ele ouviu o sargento-mor Kuwabara tentando se comunicar e apertou o botã o na


parte inferior do peito.

“Tenente, você está bem? Eu estava preocupado.”

“Meio que sim. Eu desmaiei um pouco.”

“Se você tivesse demorado mais, eu teria ordenado que nossos homens
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invadissem.”

Poder evitar uma batalha desnecessá ria era uma grande sorte. Seria terrível se
eles deixassem para trá s vítimas porque se isso acontecesse. Kuwabara esperou tanto
tempo porque tais pensamentos estavam em sua mente. A necessidade de resgatar
um camarada capturado e a necessidade de evitar um tiroteio desnecessá rio. Foi
difícil para ele decidir o que priorizar.

“Vou entrar em contato com você novamente assim que descobrir o que está
acontecendo. Aguarde por enquanto.”

“Entendi.”

"Tudo bem entã o, quem vai me dizer o que está acontecendo?" Itami estava se
dirigindo à s pessoas ao seu redor.

Rory olhou para Tuka, Tuka olhou para Lelei, Lelei olhou para Piñ a e Piñ a olhou
suplicante para todos ao seu redor. No final, todos eles desviaram o olhar, com
olhares inquietos em seus rostos.

Foi morno ou confuso...? Bem, a melhor palavra para o estado de espírito deles
naquele momento pode ser “sem pressa”.

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Os oficiais do Quartel-General da Força Expedicioná ria da Regiã o Especial JGSDF,
a maioria deles de nível de campo, estavam discutindo acaloradamente entre si. Se as
coisas corressem mal, poderia até acabar em uma luta.

Hazama olhou para seus subordinados e pensou que eles provavelmente o


haviam segurado por um longo tempo.

Muitos membros da Força Expedicioná ria da Regiã o Especial JGSDF estavam


entediados e inquietos. Afinal, nã o havia nada para eles fazerem depois que chegaram
aqui.

Por exemplo, havia as tarefas que eles estavam fazendo agora, que seriam a
defesa da base, despachando pequenas equipes de reconhecimento para coletar
informaçõ es para planejamento futuro, ajustar os padrõ es operacionais da unidade,
todas as quais eram em grande parte tarefas administrativas.

Quanto à defesa da base, houve apenas alguns combates ao vivo, e os


movimentos e a força do inimigo eram completamente desconhecidos.

Portanto, em circunstâ ncias normais, eles manteriam a segurança do perímetro,


construiriam a base ou a manutençã o do seu equipamento pessoal.

Assim, a responsabilidade pela defesa da base foi dada ao 5º Grupo de Combate,


enquanto os 1º e 4º Grupos de Combate, de orientaçã o ofensiva, repetiram seus
exercícios de combate dia apó s dia na base.

A propó sito, o 2º e 3º Grupos de Combate nã o estavam deste lado do “Portã o”,


enquanto o 6º Grupo de Combate e além ainda nã o estavam totalmente formados.

No momento, o Ministério da Defesa estava organizando lentamente o envio de


tropas, alegando que nã o havia necessidade de mobilizar todos, pois nã o estavam
planejando uma invasã o em grande escala. A mençã o adicional de “orçamento
operacional” silenciou toda a dissidência.

Esses homens inquietos devem ter ficado com muita inveja depois de ouvir que
uma certa equipe de reconhecimento “encontrou um dragã o, derrotou um dragã o e
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salvou civis inocentes”.

Em sua pá tria, onde a vida era tranquila e nada de especial acontecia, eles
podiam suportar. No entanto, este lado do “Portã o” era um campo de batalha, e as
equipes de artilharia e artilharia antiaérea (AAA) podiam se orgulhar de sua exibiçã o
na batalha, enquanto os soldados de infantaria discutiam ansiosamente a tensã o
antes de atirar e a sensaçã o de puxar o gatilho. Os engenheiros, por outro lado,
estavam ocupados construindo muros e estradas, e seus uniformes estavam
constantemente manchados de lama.

E, no entanto, algumas pessoas receberam missõ es onde poderiam ganhar gló ria,
enquanto elas mesmas…

Seus sentimentos distorcidos, combinados com o tédio diá rio da vida do 1º e 4º


Grupos de Combate, apodreceram o coraçã o dos homens. Os oficiais que
comandavam esses homens também foram contagiados por sua inquietaçã o.

E entã o, como maná do céu, chegou o pedido de reforços de Itami.

O pessoal que soube disso ficou muito feliz e, naturalmente, houve uma resposta
ruidosa e turbulenta das tropas.

O pedido de Itami pode ser resumido assim:

① No mês passado, um grupo de desertores do comando central das forças


armadas inimigas cometeu atos de pilhagem, violência, incêndios criminosos e
assassinatos arbitrários dentro do domínio de Itálica. Várias aldeias foram vítimas deles
e muitas vidas foram perdidas.

O 3º Pelotão de Reconhecimento foi atacado enquanto tentava visitar a cidade de


Itálica. Os defensores tentaram o seu melhor para montar uma batalha defensiva, mas as
perdas foram pesadas. Um segundo ataque em grande escala está chegando.

A pedido do representante da cidade, Piñ a Co Lada, assumimos o dever de oferecer


segurança e proteção à população local. Por favor, envie ajuda imediatamente.

② Os desertores do comando central das forças armadas inimigas, também


conhecidos como “bandidos”, estã o fortemente armados pra os padrõ es da Regiã o
Especial. Confirmamos a presença de cavalaria, infantaria e arqueiros em nú mero
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superior a 600. As habilidades exatas de seus magos sã o desconhecidas.

③ A cidade nã o tem capacidade para eliminar estes “bandidos”, e embora as


autoridades locais representadas pela família do Conde Formal já tenham
apresentado um pedido de reforços à s instâ ncias superiores, vã o demorar no
mínimo três dias a chegar.

Em outras palavras, esta foi a oportunidade perfeita para salvar civis inocentes
em nome da justiça, espancar os criminosos, aliviar sua inquietaçã o e ganhar
experiê ncia de combate ao real!

Os coronéis pisaram em seus sapatos de couro enquanto discutiam ferozmente


ao lado do general Hazama.

O coronel Kamo do 1º Grupo de Combate deve ter se cansado das discussõ es


interminá veis, porque se apresentou ao general Hazama dizendo: “Por favor!
Vamos!”

O 1º Grupo de Combate era uma unidade de armas combinadas, construída em


torno de uma companhia de infantaria, apoiada por pelotõ es de artilharia, AAA,
tanques, engenharia, sinalizaçã o, saneamento, armamento e logística.

“Nosso 101º Esquadrã o Armado está com força total e pronto para a missã o!
Estamos prontos para partir a qualquer momento!”

Atrá s do Coronel Kamo, Ltc. Tsuge também se levantou, dizendo algo muito
problemá tico. Foi problemá tico porque ele havia reunido seus homens antes que a
ordem de partida fosse dada. Nesse momento, eles provavelmente estavam com o
equipamento de batalha completo e dando voltas.

“Nã o, se fomos correndo pelo chã o, vamos demorar muito para chegar lá . Nessas
condiçõ es só nó s podemos chegar lá a tempo. Comandante, por favor, ordene que o 4º
Grupo de Combate entre em açã o.”

O coronel Kengun disse isso enquanto avançava. O 4º Grupo de Combate era um


grupo de combate aéreo centrado em helicó pteros... em outras palavras, uma unidade
de cavalaria aérea ao estilo americano.

“Preparamos os amplificadores e alto-falantes, além dos CDs do Wagner”, disse o


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tenente. Youga do 401º Esquadrã o.

“Muito bem, tenente. Youga,” Kengun assentiu. Parecia que Kengun queria
despacha-lo também.

“…”

Hazama apertou o nariz entre o polegar e o indicador, rolando-o levemente.

O que ele deveria fazer com eles, esses caras... eles estavam possuídos pelo
espírito do Coronel Kilgore? (Nota TL: veja Apocalypse Now) Talvez seus cérebros
tenham apodrecido…

Mesmo assim, ele nã o teve escolha a nã o ser enviar reforços imediatamente.


Sendo esse o caso, o 4º Grupo de Combate em movimento rá pido seria a melhor
escolha.

Hazama deu a Kengun suas ordens.

Coronel Kamo e Tenente. Tsuge, entre outros, ficou parado como se


testemunhasse mudo o fim do mundo. Por outro lado, Kengun e Youga eram todos
sorrisos.

“E o que versã o você vai tocar?”

“A da Orquestra Filarmô nica de Varsó via, é claro.”

Enquanto observava os dois partirem, Hazama podia adivinhar como eles


estariam em algumas horas.

******

Os esquadrõ es de helicó pteros AH-1 Cobra e UH-1J voaram em um curso NOE


(nap-of-earth, no nivel da copa da asrvores), enquanto seus alto-falantes explodiam a
partitura operística de Wagner pelo céu.

Ao redor deles, os bandidos fugiram.

O que veio do céu foram as asas da morte.

Embora nã o houvesse como haver mísseis antiaéreos apontados para eles, os


helicó pteros lançaram sinalizadores de qualquer maneira. Essas chamas eram
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puxadas pela gravidade e traçavam uma trajetó ria no ar, e as dezenas de rastros de
fumaça que deixavam lembravam as asas de um anjo.

Quando os locais as viram, devem ter tremido de medo com a descida de uma
deusa da guerra.

Os AH-1 Cobras dispararam seus foguetes e transformaram o solo em um mar de


fogo. Balas choveram do céu e mataram os bandidos.

Nã o houve pontos cegos sob seus campos de visã o sobrepostos. As tropas nem
precisaram desmontar de seus helicó pteros e derrubaram os bandidos.

Os moradores que assistiram a isso devem ter interpretado essa visã o


apocalíptica como um vislumbre do inferno…

******

Neste momento, os moradores de Itá lica estavam consertando


desesperadamente seus muros e barreiras.

Assim que souberam que seriam ajudados nã o apenas pela Apó stola de Emroy, a
Elfa e a maga, mas também pelos “Homens de Verde”, a coragem do povo da cidade se
multiplicou por cem e o moral dos soldados disparou.

Se eles realmente tivessem o poder de derrotar um Flame Dragon, derrotar esses


homens quebrados que se tornaram criminosos seria uma tarefa trivial. Claro, os
homens de verde eram apenas 12, entã o eles ainda teriam que lutar. No entanto, uma
vez que eles tirassem suas “varas de aço”, eles destruiriam os bandidos facilmente.

O desespero que preenchia a cidade antes havia desaparecido e os olhos das


pessoas estavam cheios de luz e esperança. Ninguém queria deixar suas casas para
trá s e fugir, entã o, se pudessem, ainda queriam proteger esta cidade. A presença de
Itami e dos outros era a fonte de sua esperança.

Os olhos dos habitantes da cidade estavam fixos nas costas de Itami e dos outros.

A pedido de Piñ a, Itami moveu seu povo para a linha de frente no portã o sul.
Desta forma, nã o seria difícil para eles responderem aos pedidos de ajuda.

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Segundo ela, o portã o sul já havia sido arrombado uma vez e as preparaçõ es
defensivas foram completamente destruídas. Como tal, foi uma fraqueza em suas
defesas. Na pró xima batalha, deve ser o local de combates intensos.

Da ú ltima vez, eles pararam o avanço inimigo com bermas e cercas, mas a confusã o
que se seguiu deixou muitos mortos. Agora os habitantes da cidade foram totalmente
mobilizados para consertar as cercas e fortalecer as bermas.

Para Itami, para salvaguardar a linha defensiva da muralha e porta da cidade,


seria melhor concentrar ali a sua força de combate, mas Piñ a insistiu que teriam uma
segunda linha de defesa atrá s das muralhas de cercas do interior.

Suas tá ticas pareciam presumir que o portã o principal seria derrubado.

Ao contrá rio de Itami, que esperava por reforços, Piñ a nã o achava que eles
aguentariam o tempo suficiente para a ajuda chegar, entã o seu plano era fazer os
invasores pagarem com sangue por cada centímetro que avançassem, na esperança
de quebrar sua moral. Na verdade, a ideia nã o era ruim, entã o Itami segurou a língua.

Itami reuniu seus homens no topo do portã o da cidade e de lá eles tiveram uma
boa visã o das belas ruas de pedra de uma cidade da era medieval, sob a luz poente do
sol.

Embora fosse uma cidade regional, Itá lica tinha uma populaçã o de mais de 5.000
pessoas. Localizava-se na encruzilhada da Via Á pia e da Via Tisá ria e possuía lojas e
pousadas localizadas ao longo das ruas que seguiam nas quatro direçõ es cardeais.
Atrá s deles haviam vá rios armazéns, está bulos e escritó rios comerciais.

Na floresta ao norte ficava a grande mansã o do Conde Formal, que era cercada
por outras casas luxuosas, transformando-a em um bairro residencial de alta classe.

As porçõ es sul, leste e oeste eram cercadas por paredes de pedra, enquanto o
norte era cercado por falésias como uma barreira natural.

Itami se virou e olhou ao longo dos arredores da cidade.

Haviam estradas que se estendiam até o horizonte, campos de plantaçã o e


campos de pousio onde o gado pastava, á rvores caídas, florestas e algumas casas
pequenas. E entã o...

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O binó culo de Itami avistou os batedores inimigos, que eram vá rios homens a
cavalo. Eles se moviam lentamente, provavelmente tentando espionar o estado dos
preparativos de defesa.

Além deles, ele podia ver o esconderijo dos bandidos. "Entã o, vamos enfrentar o
ataque deles de frente, hein."

Itami acenou com a cabeça para o sargento. Maj. Kuwabara. Isso era
definitivamente uma possibilidade. Os criminosos nã o teriam a opçã o de fazer um
ataque envolvendo-os.

Tinha muito poucos bandidos para cercar a cidade, e um cerco levaria muito
tempo. Isso seria muito ruim para eles. Da mesma forma, a construçã o de tú neis e um
avanço lento e cauteloso cavando trincheiras estavam fora de questã o.

Sendo assim, os bandidos só podiam escolher um ponto e atacá -lo. No entanto,


isso seria simplesmente uma aplicaçã o de força bruta, mas um ataque que faria uso
da vantagem ú nica do atacante.

Essa vantagem era a capacidade dos atacantes de ditar a hora e o local de seus
combates. Com essa liberdade, eles poderiam fingir um ataque e entã o romper as
defesas enfraquecidas em outros lugares. Essa era a abordagem típica.

O alvo que atacariam ainda estaria fraco, apesar de ser uma finta. “Entendo,
entã o a razã o pela qual eles nos deram o portã o sul foi…”

Eles planejaram deliberadamente fazer uma fraqueza ao longo da linha


defensiva, o que atrairia os ataques do inimigo.

Sendo assim, as tá ticas de Piñ a eram compreensíveis.

Durante a ú ltima batalha, eles também fingiram deliberadamente uma


vulnerabilidade, para que o inimigo pensasse que era um alvo fá cil. Quando o inimigo
se comprometeu com o ataque, eles começaram uma batalha de atrito com eles da
forte segunda linha de defesa. Em termos prá ticos, mesmo que o inimigo atravessasse
o portã o da cidade, eles seriam parados e desgastados contra a robusta linha
defensiva interna.

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Como as forças dos atacantes e defensores eram muito pequenas para uma
batalha campal por toda a cidade, eles preferiam concentrar suas forças dessa forma.

Dar o portã o sul mais fraco para Itami e os outros era uma admissã o tá cita de
que eles seriam uma isca, a fim de transformar o portã o sul no local de uma batalha
campal. Pensando nisso, fazia mais sentido que ela focasse no reforço da linha
defensiva interna.

“Bem, você diz isso, mas o inimigo cairá duas vezes?”

O inimigo deveria ter considerado isso depois de ser derrotado uma vez. Será
que eles realmente tentariam atacar esse local mal defendido?

Além disso, essa tá tica tinha outro grande problema associado a ela. “Furuta!
Coloque a metralhadora aqui. Azuma, o rifle vai lá .”

Kuwabara atribuiu a cada soldado sua Á rea de Responsabilidade designada.

Os soldados se apoiaram e seus rifles Tipo 64 contra as paredes com ameias.

Eles atirariam de uma altura de três andares. Se o inimigo se aproximasse o


suficiente, eles poderiam começar a disparar flechas contra eles, entã o eles
designaram o alcance dos arcos como FPL (linha de proteçã o final) e, além disso, eles
poderiam escolher seus pró prios alvos em seu pró prio ritmo.

Faltava apenas uma hora para o sol se pô r completamente. Kuribayashi


distribuiu o equipamento de visã o noturna enquanto Kurokawa cuidava dos veículos
e equipamentos.

Atrá s de Itami e dos outros havia um grande nú mero de cidadã os carregando


ferramentas agrícolas ou tacos de madeira, esperando inquietos por instruçõ es. Nesse
momento, Nishina veio, segurando um livro de frases em uma das mã os com os dois
braços estendidos, fazendo movimentos de escavaçã o e indicando que eles deveriam
encher os sacos que tinham com terra e trazê-los.

Os outros estavam recolhendo lenha para queimar, em preparaçã o para uma


fogueira. Os habitantes da cidade se perguntavam por que nã o faziam fogo à noite
enquanto trabalhavam.

Enquanto isso, alguém fez uma pergunta a Itami, que estava olhando através de
seu equipamento de visã o noturna montado no capacete com Tuka e Lelei.

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"Eh? Por que estamos ajudando os imperiais que deveriam ser nossos inimigos?

“Bem, é para proteger as pessoas desta cidade.”

Rory riu ao ouvir a resposta. “Você realmente quis dizer isso?”

"Sim eu quis."

A tentativa de humor de Itami fez Rory encolher os ombros de uma maneira


"pare de brincar comigo". Para Itami, o Império era seu inimigo. Se seguissem pelo
raciocínio de “O inimigo do inimigo é meu amigo”, nã o seria estranho tomar os
bandidos como aliados, mas Itami nã o fez isso.

Piñ a era uma princesa imperial que defendia a família do conde Formal. Por isso,
ela negociou com Itami e pediu sua ajuda.

Rory também estava lá , mas como nã o suportava a presença de Piñ a, saiu logo
em seguida.

E entã o, Itami concordou com “a proteçã o do povo itá lico”. Oficialmente, eles
podiam lutar juntos porque tinham o mesmo objetivo de defender o Itá lica.

Mesmo assim, ela ainda nã o conseguia entender por que Itami estava recebendo
ordens de uma princesa inimiga. Afinal, ele deveria ter esperado que o portã o sul se
tornasse uma esperança perdida e o local de uma batalha feroz.

"Você quer saber por que?"

Itami era desajeitado e nã o conseguia prender adequadamente seu equipamento


de visã o noturna ao capacete. Por conveniência, ele deixou Rory segurar seu capacete
com as duas mã os.

Devido à diferença de altura corporal, Rory parecia estar com as mã os erguidas


em oraçã o, enquanto Itami abaixava a cabeça para ouvi-la.

“Emroy é um deus da guerra, entã o Ele nã o proíbe matar. No entanto, o motivo


para matar é importante. Mentiras mancham a alma.”

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Itami queria pegar o capacete de Rory e terminar de trabalhar nele, mas Rory
nã o o entregou a Itami e fez questã o de colocá -lo em sua cabeça.

Itami ergueu a cabeça para deixar Rory colocar o capacete.

Quanto à pergunta dela, ele arqueou os cantos da boca. Parecia um sorriso. “Eu
nã o estava mentindo quando disse que queria proteger as pessoas da cidade.”

“Mesmo?”

"É claro. Embora houvesse outro motivo…”

Rory olhou para Itami como se fosse furá -lo com os olhos.

“Quero que essa princesa entenda que é melhor se dar bem conosco do que lutar
contra nó s.”

Rory sorriu maliciosamente, pois acreditava ter entendido as palavras de Itami.


“Interessante. Muito interessante.”

Ele gravaria a palavra “medo” no coraçã o da princesa. Ele mostraria seu poder de
luta para ela sem se conter e a faria tremer ao pensar em lutar contra ele. Dessa
forma, se dar bem com ele seria muito mais atraente do que lutar contra.

“Bem, se for esse o caso, eu também gostaria de ajudar. Já faz um tempo desde a
ú ltima vez que tive a chance de me soltar.

Rory levantou a saia e fez uma mesura para Itami, como uma dançarina se
curvando para seu parceiro.

******

A batalha começou quando a noite estava quase acabando. O ataque foi


executado pouco antes do nascer do sol.

Na escuridã o antes do amanhecer, os bandidos arqueiros lançaram flechas


flamejantes no portã o leste.

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No portã o leste estava o cavaleiro Norma Co Igloo.

Sob a direçã o de Norma, as sentinelas e a milícia responderam ao fogo com seus


arcos. Embora fossem chamados de milícia, eram fazendeiros que nunca haviam
tocado em um arco em suas vidas e esperar precisã o deles era impossível. No entanto,
os disparos de suas flechas suprimiria o inimigo e poderia até causar uma ou duas
baixas.

Desta forma, a batalha se tornou uma troca de flechas por um tempo.

Os soldados, os fazendeiros e os homens alquebrados que se tornaram bandidos,


todos gritaram e caíram.

Entre os arqueiros marchavam lacaios com armadurase carregando escudos


robustos. Eles se apertaram contra a parede. Seus uniformes eram variados, enquanto
seus escudos eram de tamanhos e formas diferentes, o que sugeria que eram de
origens mistas.

Contra eles, as robustas tias da mercearia e as crianças mais velhas jogavam


pedras ou despejavam caldeirõ es de chumbo derretido neles. Essas armas eram mais
eficazes e destrutivas do que as saraivadas de arco imprecisas.

Abaixo das muralhas, os bandidos ergueram seus escudos na tentativa de se


protegerem da tempestade de flechas e pedras que chovia sobre eles. Mesmo que
fossem atingidos por flechas, derrubados por pedras ou queimados vivos por ó leo
fervente, eles nã o recuavam.

Eles devem ter querido gastar o ó dio e a frustraçã o que sentiram por nã o serem
capazes de atacar Arnus contra este lugar, eles bateram no portã o leste com enormes
troncos.

Quanto aos bandidos... para os remanescentes do exército derrotado da coalizã o,


a Batalha de Arnus nã o foi uma batalha.

Sem sequer vislumbrar seu inimigo, sem saber o que estava acontecendo, seu
pró prio povo simplesmente caiu. O ó dio pelo Império que os manteve cruelmente na
ignorâ ncia de seu inimigo, seus rancores contra os comandantes inú teis que só
podiam incitá -los para a morte, esses sentimentos estavam profundamente gravados
em seus coraçõ es.
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Sem comandantes, sem camaradas, sem lealdade, sem suprimentos, sem comida,
eles vagaram pelo deserto e sem ao menos suas casas no final, tornaram-se
criminosos. Logo, outros que sofreram como eles vieram, e seus nú meros cresceram
até agora.

Seu respeito pelo Império tornou-se uma quantidade igual de ó dio e raiva, que
governava suas almas.

Esta foi a guerra, que cortou com espadas, matou com flechas, queimou com fogo
e pisoteou com cascos.

Esta foi a guerra, com seus estupros, pilhagens, massacres e mortes.

Na verdade, eles fizeram da guerra sua motivaçã o. Uma guerra pessoal, uma
guerra que poderia satisfazê-los. Uma simples matança, uma simples propagaçã o da
morte. A sensaçã o de esfaquear, cortar e ser esfaqueado, banhar-se no sangue do
oponente, abraçar a terra fria enquanto morria. Eles se jogaram para frente para
experimentar isso. Caso contrá rio, a guerra terminaria para eles.

Vá rias foram presas na parede da cidade.

Os bandidos levantaram seus escudos e as escalaram.

Evitando as flechas que voavam sobre eles, finalmente alcançaram o topo do


muro.

Um bravo fazendeiro quebrou uma escada mesmo depois de levar uma flechada
no ombro. Os bandidos elogiaram sua coragem enquanto disparavam suas flechas,
torcendo por ele mesmo enquanto o matavam.

A escada que se soltou da parede caiu com os soldados no chã o, junto com o
fazendeiro que a havia derrubado.

Até mesmo o estrondo ao atingir o chã o trouxe uma salva de palmas.

Era como se tivessem enlouquecido em um festival, batendo nos escudos com


suas espadas e gritando em suas pró prias línguas.

Esta foi a cançã o de louvor que eles cantaram para Emroy, deus da guerra.

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A loucura da batalha foi seu sacrifício para Emroy e as chamas da guerra,
alimentadas pelas almas dos combatentes mortos, queimaram ferozmente.

As flechas flamejantes atingiram a torre do reló gio, que queimava


descontroladamente contra a escuridã o da noite.

A apó stola, Rory Mercury, estava tentando suportá -lo. Ela se abraçou para
aguentar.

O suor escorria por sua testa. “P-por quê?”

O espírito de batalha que flutuava ao seu redor infectou sua carne e penetrou em
seu espírito. "Por que eles nã o estã o atacando aqui?"

As chamas da guerra queimaram sua alma, e doces movimentos fluíram de seu


coraçã o e subiram por sua espinha oscilante.

Seus braços e pernas se moviam por conta pró pria e ela tremia como uma
sacerdotisa intoxicada por drogas alucinó genas.

“Huuu…. haaaa…”

O prazer fluindo de dentro dela quase a levou ao clímax, e contra a escuridã o da


noite, a semideusa torceu seu corpo para que todos pudessem ver sua forma
encantadora.

“Ela está bem?”

Itami quis ir até Rory, pois foi surpreendido pelo sú bito frenesi dela, mas Lelei e
Tuka o impediram.

“É porque ela é uma Apó stola…”

Ele nã o entendeu muito bem, mas parecia ser por isso que Rory estava tã o
frustrada.

Se ela estava assim enquanto estava tã o longe do campo de batalha, como ela
ficaria no centro dele?
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Ela provavelmente veria todos como inimigos e os mataria. Ninguém seria capaz
de detê-la, nem ela mesma.

A explicaçã o de Lelei só deixou Itami nervoso.

******

“Os bandidos devem atacar as aldeias! Você é muito ousado para atacar uma
cidade!”

Este foi o grito do cavaleiro Norma. Ele havia descoberto que nenhuma das
flechas em seu lado acertaram. Mesmo que todas as pessoas ao seu lado fossem
amadores, ele podia ver que o caminho das flechas lançadas havia se desviado
misteriosamente de seus alvos, como se estivessem protegidos pelo vento.

“Será que o inimigo pode invocar espíritos?”

Norma sacou sua espada e matou um bandido do sul que estava escalando a
parede. O soldado ferido caiu da parede e no chã o.

No entanto, um bandido barbudo do norte tentou derrubar Norma por trá s.

Apó s interceptá -lo com sua espada, os bandidos atrá s continuaram atacando a
milícia de defesa. Eles tinham lanças, clavas, morningstars, espadas gêmeas,
cimitarras e muito mais.

O fluxo interminá vel de inimigos dominou o povo de Itá lica e eles nã o tinham
para onde fugir.

******

Houveram algumas diferenças na situaçã o atual em relaçã o ao plano de batalha


de Piñ a.

Eles esperavam que a primeira linha de defesa caísse, mas caiu cedo demais.
Agora os topos da muralha da cidade eram um campo de batalha, as sentinelas e a
milícia haviam sido expulsas.

“Somos muito fracos. Isso é o mesmo quando você considera o moral elevado.”

Eles esperavam que o inimigo estivesse ciente de seus esquemas e estivesse em


guarda para isso.
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No entanto, na verdade, o inimigo nã o estava em guarda.

Eles atacaram e atacaram, sem nenhuma tá tica ou estratégia,

A milícia e as sentinelas que tomaram esse ataque foram pegas desprevenidas


desde o início. Assim, eles nã o conseguiram prender o inimigo como Piñ a esperava.
Eles nã o podiam nem infligir perdas significativas.

Ainda assim, no geral, os defensores ainda podiam lutar.

“A realidade é diferente do que você está imaginando em sua cabeça.” Piñ a, que
sabia disso e nã o se surpreendeu com o fato de seu plano nã o ter saído exatamente
como ela esperava.

Mesmo que ela sentisse um vago pressentimento, como algo preso entre os
dentes, Piñ a seguiu o plano e mudou sua principal força de combate do portã o leste
para as barreiras defensivas que eles construíram no interior.

Os portõ es leste e noroeste foram reforçados com uma segunda linha defensiva
de bermas e cercas.

Embora uma segunda linha defensiva soasse bem no papel, elas foram
construídas com a suposiçã o de que a primeira linha seria invadida. Portanto, a
primeira linha foi essencialmente um sacrifício.

A milícia nã o entendeu isso quando a batalha começou. No entanto, agora eles


entenderam que as pessoas que cuidavam dos portõ es haviam sido abandonadas
desde o início.

Seus aliados ficaram nas bermas e outras barreiras que construíram atrá s deles,
mas nenhum deles se adiantou para ajudar. Eles estavam apenas observando-os lutar
e morrer. Quantas pessoas nã o se desesperariam ao perceber isso?

Algumas pessoas perceberam e desistiram, balançando suas espadas


descontroladamente até que logo caíssem.

“Onde estã o os homens de verde? Onde estã o nossos reforços?!”

Eles nã o poderiam vir. Afinal, eles estavam estacionados no portã o sul, como
companheiros de sacrifício.

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E assim, enquanto os habitantes da cidade observavam, o ú ltimo defensor do
portã o finalmente caiu.

Piñ a presumiu que os bandidos pressionariam imediatamente o ataque assim


que tomassem o portã o leste, mas nã o o fizeram. Eles ergueram suas espadas e lanças
e aplaudiram três vezes. Este foi um sacrifício literal, afinal. Depois disso, os portõ es
da cidade se abriram lentamente e a cavalaria e os soldados de fora entraram.

Os cavaleiros arrastaram os cadá veres da milícia e sentinelas que haviam caído


da muralha da cidade. Eles começaram a jogar aqueles corpos dentro da cidade.

Entre eles estavam os corpos das crianças que jogavam pedras e das tias. Eles
jogaram as cabeças decepadas de fazendeiros e comerciantes contra a cerca interna.
Enquanto os habitantes da cidade esperavam que o inimigo atacasse, os cadá veres de
seus amigos, parentes e familiares eram empilhados como uma pequena montanha.

Os habitantes que enfrentavam os bandidos por trá s das cercas cerravam os


dentes contra as lá grimas e o desespero, enquanto os invasores zombavam deles.

Eles os xingaram e insultaram como covardes escondidos em uma jaula. Eles


brincavam com os cadá veres como se fossem marionetes.

Como a milícia, formada por fazendeiros e comerciantes armados, suportaria


assistir a isso?

“Bastardos!”

Um jovem de sangue quente saltou a cerca com a pá na mã o, enquanto outros


também se juntaram a ele.

Desta forma, a batalha dentro da cidade foi completamente diferente de como


Piñ a a havia imaginado, e seu plano de batalha desmoronou.

******

Os gemidos obscenos e as contorçõ es físicas de Rory ficaram mais intensos com


o passar do tempo.

Ela prendeu a respiraçã o e balançou o cabelo. Seu corpo se curvou para trá s
como um arco. Ela agarrou a cabeça, à beira de lá grimas e seus pés marcaram o chã o.

Sua expressã o estava febril, ofegante e distorcida parecia que ela havia sido
amaldiçoada, como se fosse uma marionete estremecendo em suas cordas, seu corpo
se contraindo e seus braços se agitando.
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Era uma dança amaldiçoada e louca que ela nã o conseguia controlar por vontade
pró pria, mas era linda.

De acordo com as explicaçõ es de Lelei, as almas dos caídos estavam passando


por seu corpo a caminho de Emroy. Embora ela fosse influenciada pelas
personalidades das almas e seu espírito de luta, para uma semideusa como ela, eles
eram como um afrodisíaco.

Apenas ceder a esse frenesi seria fá cil, mas ela nã o podia simplesmente ceder, ou
melhor, nã o tinha permissã o para ceder. O calor e a ansiedade queimando em seu
peito a faziam sofrer.

“Nã o, nã o, noooo! Vou enlouquecer se isso continuar!!”

Tozu, observando por trá s, sussurrou: “Droga. estou duro.”

“Cale a boca, cara, eu também.”

Embora nenhum deles gostasse de crianças, os gemidos de Rory devem tê-los


feito pensar em algo agradá vel. A voz do corpo trêmulo de Rory era tã o sedutora.

Como esperado, Kuribayashi sussurrou: “Isso é ruim, certo?”

Tuka cobriu o rosto corado, enquanto o de Lelei era uma imagem de calma
indiferença.

O suspiro de Itami foi sua resposta.

Parece que ambos os lados se esqueceram deste lugar. Nã o havia sinal do


inimigo, nem mensagens de seus aliados. Assim, eles nã o tinham como saber o que
estava acontecendo no portã o leste.

Os reforços de Arnus deveriam estar aqui, e eles precisavam de um observador


avançado para guiar seus ataques, entã o ele decidiu enviar alguém.

“Kuribayashi!”

Ela respondeu com um “sim” e deu um passo à frente.

“Desculpe por isso, mas você poderia acompanhar Rory? Ter homens por perto
pode causar problemas. Depois disso, nó s, incluindo Tomita para um total de quatro
pessoas, iremos para o portã o leste. Sargento Maj. Kuwabara, deixarei o resto com

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você. Rory, vamos! Só aguente mais um pouco!”

Mas Rory nã o aguentou mais.

Ela pulou do muro de três andares da cidade e disparou em direçã o ao leste


como um coelho.

Itami e os outros a seguiram.

Eles correram para a base da parede e subiram no caminhã o Type 73 pró ximo.
Tomita acelerou o motor e, em meio ao guincho dos pneus, eles também correram
para o leste.

*****

Os três helicó pteros, um AH-1 Cobra à frente e dois UH-1 atrá s dele, dispararam
pelo céu clareando.

“Col. Kengun! 5 minutos para o objetivo!”

Ltda. Youga disse: “De acordo com o relató rio da 3RCN (3ª Equipe de
Reconhecimento), o portã o leste está atualmente ocupado. Por segurança, devemos
nos aproximar do leste e acabar com os inimigos no portã o.”

Kengun acenou com a cabeça em aprovaçã o e disse: "Cuide disso, Ltc."

Os homens na cabine do helicó ptero carregaram os pentes para seus fuzis. "Dois
minutos!"

Assim que Youga disse isso, ele apertou o botã o do amplificador. E aumentou o
volume ao má ximo e apertou o botã o “play”. O som de cornetas soou.

Os sons leves dos instrumentos de sopro corriam pelo ar como um Pégaso, e o


tema principal começava com o soar das trombetas.

Esta foi uma cançã o escrita em homenagem à s oito Valquírias.

Um dos soldados que terminou de carregar seu rifle colocou o capacete entre as
pernas. Seu curioso camarada perguntou-lhe:
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“Por que todos sentam em seus capacetes?”

“Para nã o explodirmos nossas bolas!”

Lâ minas esculpidas em carne e sangue espirraram.

Uma cabeça humana se desfez como uma melancia partida à beira-mar. O som do
golpe da espada ecoou ao redor.

Houveram gritos de homens enfrentando suas condenaçõ es e gritos amargos de


sofrimento.

Como uma estaçã o de trem na hora do rush, as pessoas estavam pressionadas


umas contra as outras por toda parte.

Ninguém poderia pensar na situaçã o geral. Toda a atençã o deles estava focada
no inimigo à sua frente enquanto cortavam e dilaceravam com suas espadas. Claro,
algumas pessoas se encolheram no chã o, tentando rastejar para um lugar sem
inimigos, mas foram pisoteadas por cavalos.

O chã o estava coberto de cadá veres, corpos e restos mortais, e o chã o de pedra
estava tingido de um preto avermelhado por sangue seco e o vermelho mais brilhante
de sangue recém-derramado fluía tanto de amigos quanto de inimigos. Foi por isso
que eles nã o ouviram o som distante que trovejou no ar.

O canto de uma mulher ressoou no céu, acompanhado por trombones. Neste


momento, o tempo parou.

Parou quando ela pulou as bermas, as cercas e caiu no chã o. Ela derrubou
homens e cavalos, amigos e inimigos, e abriu espaço ao seu redor. Nesse instante,
tudo parou.

Sob a força daquele impacto e seu poder destrutivo, todo o som e clamor da
batalha desapareceram. Em seu lugar, ouviram o som de trombetas:

「Ho-jo to-ho! Ho-jo to-ho! Ho-jo to-ho!」

Os olhos de todos estavam fixos no objeto preto que apareceu diante deles.
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「Ho-jo to-ho! Ho-jo to-ho! Ho-jo to-ho!」

Era uma garota com roupas de sacerdotiza pretas como azeviche, com bordas
de renda.

「Ho-jo to-ho! Ho-jo to-ho! Ho-jo to-ho!」

Seus joelhos estavam apoiados no chã o.

Sua mã o esquerda estava plantada no chã o.

E na outra havia uma alabarda que dava arrepios na espinha das pessoas.

Ela levantou a cabeça e seus olhos loucos olharam para a frente. Um brilho
prateado radiante delineava seu cabelo.

Naquele momento, enquanto a semideusa sorria zombeteiramente enquanto as


trombetas tocavam, o topo do portã o leste pegou fogo.

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A formaçã o de três helicó pteros varreu os bandidos do lado de fora com tiros.

Conforme os helicó pteros passavam, eles jogavam granadas, como se estivessem


dando presentes. Isso Mostrou o rigor do JGSDF.

O ataque veio de vá rios lados, em vá rias ondas.

Do leste para o oeste, depois dobrando para trá s e percorrendo o terreno que
cobriam... de novo e de novo, da esquerda para a direita, da frente para trá s, uma
saraivada interminá vel de tiros espalhou-se pela terra e matou tudo que se movia.

Os bandidos se espalharam, como um enxame de aranhas em fuga. No entanto, a


pé ou montados, nenhum deles conseguiu escapar.

Os bandidos, apanhados no meio de suas queimadas, matanças e pilhagens,


viram o jogo virar contra eles e caíram ao chã o apó s serem atingidos por balas.

Um homem corajoso realmente conseguiu pegar e disparar uma flecha contra


eles, mas a flecha disparada para o céu tinha pouca força. Ela caiu rapidamente, sem
qualquer poder.

A bordo dos helicó pteros, um policial colocou a lâ mina da mira frontal de seu
rifle no meio da abertura da mira traseira e centralizou a cabeça do bandido em sua
mira. Ele levou em consideraçã o a velocidade do helicó ptero e o movimento do
bandido ao mirar.

“Mira correta, postura correta, solda de bochecha adequada, nã o aperte o


gatilho…” Enquanto murmurava isso para si mesmo, ele ajustou o peso de 2,7 kg do
rifle em seus braços.

Ele atirou três vezes.

Seu ombro direito absorveu o recuo, e a falta de necessidade de recuperar os


cartuchos foi estranhamente relaxante.

Normalmente, eles estariam sob ordens estritas de ficar de olho em onde todos
os seus cartuchos (ou partes deles) iam, mas agora os cartuchos vazios caíram no
chã o do helicó ptero e, eventualmente, nos corpos dos bandidos.

A boca do fuzil nã o brilhava, velada como estava por uma pesada fumaça preta.
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Os corpos dos guerreiros se tornaram sacrifícios pelas chamas da guerra, que
arderam intensamente.

******

O portã o da cidade de Itá lica estava envolto em chamas carmesim, e o sol que se
erguia no céu enchia o mundo de calor e brilho.

Os soldados totalmente blindados foram despedaçados.

O som das asas da Morte era diferente dos pá ssaros. Era um som mais feroz e
agourento do que o deles, que se repetia sem parar.

Uma chuva de chumbo caiu sobre as pedras da muralha da cidade, deixando-a


marcada por pequenos buracos.

A guarnecida Piñ a, que apertava a garganta enquanto gritava ordens, de


repente perdeu a voz e olhou muda para a tragédia que se desenrolava diante dela.

Ela observou os pégasos de ferro com suas asas rodopiantes de aço, voando pelo
céu que eles possuíam.

A primeira coisa em que alguém pensaria quando mencionasse tropas


aerotransportadas eram obviamente os cavaleiros do Dragã o. Mas o que Piñ a viu nã o
foi uma criatura viva, mas algo muito mais terrível. Os cavaleiros do dragã o deveriam
ter atacado com muito mais elegâ ncia, usando espada e lança em igual medida. No
entanto, estes eram diferentes. Eles trouxeram consigo uma tempestade de matança
unilateral, de total brutalidade.

Quando as chamas do pégaso de ferro atingiram o solo, destruíram tudo o que


atingiram. Pedras foram reduzidas a seixos, cavalos foram despedaçados e os homens
atingidos pelas explosõ es deitaram e morreram.

「Ho-jo to-ho! Ho-jo to-ho! Hei-a ha! Hei-a ha!」

Era a sinfonia da morte. Ela tinha ouvido todos os tipos de mú sica durante sua
vida na corte, mas Piñ a nunca tinha ouvido uma exibiçã o tã o bela e majestosa.
Trompas, trombetas, fagotes e a voz do cantor trovejaram pelo campo de batalha com
um volume incrível, acompanhando um massacre.
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「Ho-jo to-ho! Ho-jo to-ho! Hei-a ha! Hei-a ha!」

Piñ a estremeceu, como se tivesse sido apunhalada nas costas por uma espada de
gelo. Num instante, tudo fora destruído por uma brutalidade absoluta a que nada
resistia. Suas emoçõ es, positivas e negativas, misturaram-se dentro dela e abalaram
seu corpo e sua alma.

「Ho-jo to-ho! Ho-jo to-ho! Hei-a ha! Hei-a ha!」

A mente e a alma de Piñ a foram atingidas pela carnificina de todos os lados,


atacando todos os seus sentidos.

Ela finalmente chegou à conclusã o de que a humanidade era sem valor, sem
sentido e impotente.

「Hei-a ha!ーーーー Hei-a ha!ーーーー」

Até agora, todos os inimigos que ela conheceu eram seres fisicamente massivos.
No entanto, isso foi um erro.

Ela nã o conseguia olhá -los nos olhos, mas nã o conseguia desviar os olhos.

「Ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!!

Ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!ha!!」

Piñ a foi derrotado pela letra conhecida como "Valkyries' Mockery". Seu orgulho,
seu status, tudo sobre ela que tinha valor foi negado em um instante.

Ela nã o sabia o que as palavras queriam dizer, mas entendia o significado delas.

Ó minúscula humanidade!

Ó humanidade trágica e impotente!

E quanto ao seu poder e autoridade? Todas essas coisas que você passa de geração
em geração, destruiremos em um piscar de olhos, assim!

Piñ a chorou ao sentir o desdém das Valquírias. Ao mesmo tempo, ela sabia que
havia seres poderosos que superavam a si mesma.
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Seres poderosos.

Seres radiantes.

O que brotou em seu coraçã o foi o respeito. Respeito e medo.

E havia o desespero, de que tais entidades impressionantes estivessem tã o


distantes dela.

P a g e 208 | 225
******

"Porcaria! Rory, ela - ela está investida no meio do inimigo! Como um otaku,
Itami estava maravilhado com a força de Rory.

No entanto, esta magnífica garotinha nã o parecia muito forte.

Como resultado, ele estava preocupado. Ele havia passado um tempo com ela e
estava preocupado com ela. Ele nã o podia simplesmente deixá -la sozinha assim.

Itami saltou do caminhã o e ordenou: “Fixem as baionetas” enquanto fixava a sua


pró pria baioneta.

Kuribayashi e Tomita também fixaram suas baionetas, batendo nelas para se


certificar de que estavam presas.

Eles se entreolharam. Seus seletores de tiro foram mudados de “SAFE” para


“AUTO”. E Itami disse a eles: “Nã o se separem”, e entã o eles avançaram.

No entanto, subindo à frente do resto como uma bala de canhã o estava


Kuribayashi.

Itami e Tomita murmuraram: “Cheh, aquela mulher estú pida” e entã o correram
também, determinados a nã o serem deixados para trá s.

“Avante, ataque!”

Eles se miraram em seus alvos, avançaram alguns passos e atiraram. Mais alguns
passos, e entã o eles estavam atirando sem muita consideraçã o.

Eles repetiram as manobras que aprenderam no treinamento. Vá rios bandidos


caíram em meio a respingos de sangue.

À frente deles estava Rory, empunhando sua alabarda em uma dança de morte.
Ela balançou, girou, partiu o escudo de seu inimigo e entã o o derrubou. Ela nã o
parecia nem um pouco preocupada e seus movimentos eram relaxados. No entanto,
os corpos estavam se acumulando ao seu redor.

Seus inimigos tentaram pressioná -la com escudos, empurrando por cima com
suas espadas e atacando seu joelhos por baixo. Mas Rory simplesmente deu um passo
para trá s e balançou sua alabarda de cima para baixo.

Ela os separou, homem e escudo de um só golpe, como se estivesse partindo


lenha.
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Ela nem olhou para os inimigos circulando atrá s dela - ela simplesmente os
empurrou para trá s com a base pontiaguda de sua alabarda.

Contra um ataque de lança de todas as direçõ es, ela saltou quando as pontas se
cruzaram abaixo dela e as usou como pontos de apoio para saltar no ar.

A saia de Rory floresceu como uma rosa negra, exibindo suas cintas-liga de renda
preta que se conectavam à calcinha preta e as linhas suaves e fluidas de suas pernas.
Ela girou sua alabarda em um círculo completo.

Como se estivessem presos nas lâ minas de um processador de alimentos, os


topos das cabeças dos bandidos se soltaram, jorrando sangue como uma maré
carmesim.

Seu rosto estava salpicado de pérolas vermelhas da chuva sangrenta, enquanto


ela fendia o vento, partia a carne, partia o aço.

Uma grande espada cheia de quantidades iguais de medo, ó dio e sede de sangue
caiu sobre a cabeça de Rory.

Mas os olhos penetrantes de Rory notaram que o ataque e a aposta desesperada


de seu oponente falhou.

Com a mã o esquerda, Rory agarrou sua saia e esquivou-se do golpe como um


toureiro fugindo do ataque de um touro.

Neste momento, Kuribayashi chegou.

Gritando: "Estocada de baioneta!" ela esfaqueou o homem que tentava emboscar


Rory pelas costas.

Ela usou o recuo do disparo de sua arma para ajudar a extrair a baioneta, entã o
cortou o inimigo à sua frente. Ela esfaqueou e esfaqueou, entã o balançou sua coronha
como um porrete. Esmagar, esmagar, esmagar! Entã o apontou o cano de seu rifle para
a ponta do nariz do homem e atirou.

Ela aparou um golpe de espada com seu rifle, que o estragou. A coronha também
estava amassada, mas Kuribayashi nã o se importou, simplesmente varrendo os pés
de seu oponente e depois pisando em seu rosto com o salto de sua bota.

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O bipé vacilante caiu com um som estrondoso, e Kuribayashi fez “Acha ~”
enquanto pensava no que o sargento do arsenal diria. Entã o, novamente, foi por isso
que o Type 64 foi expedido, e nã o o Type 89. Murmurando, “Item descartá vel, item
descartá vel”, Kuribayashi agarrou seu rifle com força.

Isso foi bá rbaro, combate corpo a corpo de uma era anterior. Mas Kuribayashi
havia treinado para isso.

Seu pequeno corpo era tã o á gil quanto o de um gato e ela subjugou seus
oponentes em combate corpo a corpo e os abateu enquanto tentavam recuar. Depois
que suas balas foram gastas, ela jogou uma granada na cabeça de seus inimigos.

Ela julgou que os corpos de dos bandidos poderiam servir de escudo para si
mesma. As explosõ es atrá s do inimigo os encheram de medo. Eles perderam a
vontade de lutar e se esconderam atrá s de seus escudos erguidos.

Kuribayashi sacou sua arma e disparou três tiros. Como eles estavam usando
escudos de madeira, as balas de 9 mm poderiam estilhaçar um escudo em um tiro,
estilhaçá -lo em outro e atingir a pessoa que os segurava com um terceiro.

Rory investiu pela brecha e Kuribayashi recarregou seu rifle nesse meio tempo.

Itami e Tomita nã o queriam ficar para trá s, entã o protegeram as meninas. Com
seus rifles, pistolas e baionetas, eles impediram que os inimigos flanqueassem Rory e
Kuribayashi.

Se alguém pudesse dar um passo para trá s e observar calmamente as damas


lutando, seria uma bela visã o. Especialmente Rory, cujo poder era indomá vel. Foi por
causa de seu frenesi de batalha, ou esse era apenas o seu jeito de ser? As duas
estavam sorrindo amplamente como se estivessem em agonia de prazer, mesmo que
este fosse o campo de batalha. Ainda assim, qualquer homem gostaria de ver um
rosto como aquele na cama com ele.

As duas exibiram entusiasmadamente suas técnicas de combate em sintonia.

Golpes de baioneta, golpes de alabarda, tiros de rifle, granadas, o cabo da


alabarda girando, chutes voadores e socos diretos derrotaram o inimigo.

Nã o deu tempo nem de trocar de pente. Assim que Kuribayashi saiu, ela gritou:
"El-tee, arma!"

Itami jogou seu rifle para Kuribayashi, e Kuribayashi jogou seu rifle quase
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destruído para Itami.

Os cidadã os e guardas itá licos no meio das lutas descobriram que o ataque
inimigo havia enfraquecido repentinamente. Depois de olhar em volta, eles viram
Itami e companhia.

“A Apó stola de Emroy está aqui! Os Homens de Verde estã o aqui!” Enquanto
gritavam essas coisas, eles recuperaram a disciplina e começaram a se ajudar na
luta. Depois disso, eles ouviram o som de explosõ es e o clangor das trombetas.

「Fü hret die Mä hren fern von einander, bis unsrer Helden Hass sich gelegt!
Der Helden Grimm bü sste schon die Graue!

Ha ha ha ha ha ha ha ha ha!

Ha ha ha ha ha ha ha ha ha!

Ha ha ha ha ha ha ha ha ha!」

E entã o, o helicó ptero de ataque apareceu, irrompendo das nuvens de fumaça


que obscureciam o céu.

Sua absoluta majestade impressionou as pessoas que assistiam. Eles levantaram


suas cabeças para contemplar o Pégaso de ferro que havia descido do céu.

O canhã o automá tico de 20 mm M197 de três canos do AH-1 Cobra girou para
mirar nos bandidos que Rory e os outros haviam compactado em massa.

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Vendo isso, Itami e Tomita acenaram um para o outro.

Itami agarrou Rory enquanto Tomita agarrou Kuribayashi por trá s e correu,
gritando "Abaixe-se!" assim como eles fizeram.

Como se estivessem esperando a retirada de Itami, os tiros de 20 mm,


disparados a uma taxa de 680 a 750 tiros por minuto, mastigaram o inimigo em
picadinho.

O Cobra desceu enquanto disparava. Este foi o golpe final.

As chamas da guerra arderam e a torrente de projéteis destruiu tudo.

Em pouco tempo, a metralhadora parou. O som das trombetas havia sumido e


nos ouvidos de todos ouvia-se o som das hélices dos helicó pteros. Tudo o que restou
foram fiapos de fumaça.

O UH-1J pairou no ar.

Cordas pendiam e soldados JSDF as desciam. Com movimentos rá pidos e esforço


organizado, eles procuraram por quaisquer sobreviventes entre o inimigo.

A princípio, ninguém ousou falar com os “Homens de Verde”. Seja em nú mero ou


força, ficou claro que eles eram soldados de algum lugar. Alguém perguntou
respeitosamente a Tomita de onde eles eram, e a resposta que receberam foi “Somos
do JSDF”.

Sob o poderoso jato das hélices do helicó ptero, Rory notou que seu cabelo nã o
estava jogado para trá s. Enquanto ela apertava a saia que estava sendo levantada pelo
vento do helicó ptero, ela olhou em volta. No entanto, nã o havia mais inimigos ao seu
redor.

De repente ela percebeu.

Ela percebeu que estava sendo abraçada por alguém.

O braço esquerdo de alguém se projetava por baixo de sua axila esquerda em seu
peito, e uma palma enluvada descansava em seu seio direito. Rory Mercury notou
isso, e entã o seus lá bios cor de cerejeira se separaram, revelando caninos afiados.

******

Piñ a ficou na frente de Itami, Rory, Tuka e Lelei, mas nã o sabia o que dizer. Ainda
ontem, quando ela conheceu os quatro, ela ordenou que eles a ajudassem, como se ela

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estivesse no comando.

Ela estava encostada em uma mesa, tomando seu chá elegantemente, explicando
assuntos importantes para eles como se fossem seus subordinados. Era assim que
Piñ a e pessoas como ela viviam na alta sociedade.

Bem, talvez a atitude de ontem nã o tenha sido tã o ruim, mas foi perto o
suficiente. Mas e o status dela hoje? Ela nã o foi uma das tragicamente derrotadas?
De fato, os bandidos foram derrotados e os habitantes da cidade ficaram felizes por
terem vencido e sobrevivido.

É claro que o luto e a superaçã o da perda de vidas e de familiares levaria um


tempo. Reconstruir as aldeias e cidades em ruínas também seria um problema. No
entanto, essa vitó ria foi conquistada apostando suas vidas, por isso deve ser
comemorada. O luto por si só nã o significaria nada para o falecido.

Nesse sentido, Piñ a deveria ter comemorado, como um dos vencedores. No


entanto, a atmosfera desolada ao seu redor era de derrota.

Ela nã o se sentia como se tivesse vencido.

Os vencedores foram Rory, Itami e o “JSDF”.

Esses inimigos que assumiram o controle de Arnus, que cavalgavam pégasos de


ferro, que seguravam em suas mã os uma magia que podia queimar a terra em um
inferno crepitante, que exterminaram em um instante aqueles bandidos que
perturbaram Piñ a.

Se eles decidissem virar suas presas contra Piñ a e Italica, o que ela poderia fazer?
A princesa Piñ a do Império e a jovem condessa Myui da Casa Formal se tornariam
prisioneiras, e o celeiro do Império seria tomado pelo inimigo.

E os habitantes da cidade? Eles poderiam resistir? Nã o, eles receberiam os


invasores de braços abertos. Afinal, foi o JSDF quem ganhou o dia. A conversa sobre
os “Homens de Verde” já havia se espalhado pela boca dos aldeõ es de Coda.

O povo comum era simples e nã o entendia de governança. Eles seriam fisgados


por qualquer coisa que os beneficiasse, mesmo que fosse apenas temporá rio.

Se eles exigissem esta cidade em troca... eu poderia ter que me ajoelhar na frente
deles e implorar por sua misericórdia, e para eles libertarem a mim e a Condessa Myui.

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Eu, implorando a um inimigo por misericórdia? Uma orgulhosa princesa imperial?
Puxar a manga de um homem como uma prostituta comum em uma cervejaria?

Piñ a cerrou os dentes.

Se ela se ajoelhasse e beijasse seus dedos dos pés, eles poderiam realmente fazê-
lo. Ela teria que ceder a qualquer pedido humilhante que eles tivessem.

Piñ a esperava com medo as demandas de Itami e seu povo.

Ela havia planejado esperar. No entanto, nos pró ximos momentos, sua visã o
recuperou a cor e o som ao seu redor a chamou de volta aos seus sentidos.

“Queremos escolher os prisioneiros.”

Lelei traduziu as palavras de Hamilton para o coronel Kengun. Do ponto de vista


linguístico, Itami sozinho nã o conseguia traduzir com sucesso, entã o Lelei teve que
ajudar.

Kengun assentiu com uma postura rígida.

“Entendemos que a mã o de obra é a chave para a recuperaçã o da Itá lica. Embora


essa seja sua prá tica, espero que você possa tratá -los com humanidade. Só
precisamos de três a cinco cativos para interrogató rio. Esperamos que você possa nos
acomodar nesse ponto.”

“Eles nã o entendem muito bem o termo ‘humanitariamente’...”

Lelei estava trabalhando duro. O fato de que o suor escorria de sua testa para o
rosto inexpressivo apenas reforçava isso.

Ela tentou explicar com suas pró prias palavras e disse: “Como você trataria um
amigo, parente ou conhecido”. No entanto, Hamilton franziu a testa para isso.

“Será que nossos amigos e parentes atacariam cidades e vilas pacíficas, para
assassinar e saquear?”

Piñ a gritou para manter Hamilton, que gritava com raiva, sob controle.

“Tudo bem, entã o nã o os trate com muita crueldade. Eles desempenharam um


papel importante nesta vitó ria, entã o podemos deixá -los com isso.”

Hamilton relaxou depois que Piñ a abriu a boca.


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Lelei falou com Kengun por um tempo, e entã o ela traduziu algo para ela.
“Podemos entender isso.”

Embora ela tivesse se intrometido, onde estava isso e o que ela estava fazendo?

Piñ a tentou desesperadamente mobilizar sua inteligência para entender a


situaçã o. E quem era esse homem, afinal?

O homem parado na frente de Piñ a era um guerreiro corpulento. Ele também


usava verde, mas seu porte era claramente diferente de um mero soldado de
infantaria.

Sua barriga era gorda, mas pelas rugas na testa, ele era um veterano grisalho. A
atitude franca e aberta do homem sugeria que ele confiava em si mesmo. Essa
autoconfiança deve ter nascido de uma longa experiência, e Piñ a mataria para tê-las

Ele parecia ser um comandante da JSDF.

Ao perceber isso, Piñ a sentou-se na cadeira do Conde Formal, já que ela a


representava. Ao lado dela, a condessa Myui estava sentada entre seu mordomo e a
criada principal.

Quem falava era Hamilton, mas quem negociava, fazia propostas e tomava a
decisã o final era a pró pria Piñ a.

Piñ a considerou cuidadosamente suas palavras para se certificar das


circunstâ ncias. Mas em uma situaçã o como essa, que tipo de acordo eles poderiam
fazer?

Ela fez sinal para Hamilton com um dedo, e ela com bandagens na testa e no
resto do corpo, chegou perto.

“Ah, Alteza, você veio, eu estava preocupado.”

“Perdoe-me, eu fiz você se preocupar.”

Depois disso, eles decidiram repassar os detalhes novamente para ter certeza.

“Hm. Entã o, gostaria de esclarecer as condiçõ es com você.”

Hamilton os recitou como se estivesse lendo um poema épico.

“Primeiro, o JSDF deve pegar de três a cinco cativos daqui e levá-los de volta.
Esses cativos e todos os direitos pertencentes a eles pertencem ao JSDF. Além disso,
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a Casa Formal promete não maltratar os cativos.

Em segundo lugar, como agradecimento pelos esforços de socorro do JSDF, a


Casa Formal e a Princesa Imperial Piña Co Lada abrigarão e garantirão a
segurança dos enviados do Japão. Além disso, o número de enviados, despesas de
subsistência e assim por diante serão acordados mais tarde, mas a Casa Formal e
a Princesa pagarão os primeiros 100 suwanis ao JSDF sem compromisso.

Terceiro, o JSDF e os refugiados que ficam em Arnus não serão obrigados a


pagar pedágios, imposto de renda, sobretaxas de câmbio e vários outros impostos
ao negociar no domínio da Casa Formal.

Quarto, uma vez que o tratado entre em vigor, o JSDF liderado pelo coronel
Kengun não pode tocar na riqueza, propriedades ou pessoal da Casa Formal (com
exceção de quaisquer cativos do primeiro ponto) e seus cidadãos, também devem
deixar o domínio de Casa Formal imediatamente. No entanto, pequenos grupos e
refugiados que vivem em Arnus terão passagem livre garantida no domínio da
Casa Formal para fins de comunicação com a Casa Formal.

Quinto, a duração deste tratado é de um ano. Se ambas as partes não se


opuserem, ele se renovará automaticamente.

Assinado por

Condessa Myui Formal, Princesa Imperial Piña Co Lada 3º dia do Mês da


Névoa, 687 IR

Depois de ler o conteú do do pergaminho, Hamilton o entregou a Piñ a.

Ela leu algumas vezes. Eles nã o se saíram mal. Ou melhor, esses termos eram
realmente muito bons. E o JSDF nã o pediu para exercer seus direitos como
vencedores.

Cuidar de enviados seria problemá tico e pagar 100 suwanis seria uma perda
dolorosamente sentida. No entanto, ambos eram despesas necessá rias. Na verdade,
eles se safaram facilmente pagando apenas aquele valor.

Hamilton também trabalhou duro.

Piñ a tinha confiança em sua capacidade de ler as pessoas, mas as habilidades de


negociaçã o de Hamilton Uno Ro estavam além de suas expectativas. Como ela
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conseguiu fazer guerreiros com um poder de luta tã o incrível abrir mã o de seus
direitos de vitoriosos? Magia? Ou ela usou suas artimanhas femininas durante as
negociaçõ es?

Nã o importa, se os diplomatas ouvissem sobre isso, eles tentariam caçá -la. As


habilidades de negociaçã o de Hamilton seriam críticas para os grupos de cavaleiros.

Piñ a pensou nessas coisas, depois assinou a ponta do pergaminho e colocou uma
gota de cera sobre ele antes de carimbá -lo com seu anel de sinete.

Ao lado dela, a Condessa Myui assinou e carimbou com grande formalidade.


Hamilton estendeu o pergaminho diante de Kengun. Depois que Lelei e Tuka leram e
confirmaram os termos, ele assinou em Kanji.

Rory se virou com uma expressã o infeliz no rosto, enquanto Itami ficou parado,
com o olho direito roxo.

Duas có pias do tratado foram feitas.

Enquanto faziam a segunda có pia, Piñ a segurou a primeira.

Ela queria olhar a assinatura de Kengun. As palavras pareciam muito elegantes


para ela.

******

Os termos do tratado entraram em vigor imediatamente e, portanto, o 401º


Esquadrã o voou de volta à base.

Os habitantes da cidade tiraram um tempo da limpeza pó s-batalha para vê-los


voar alto, acenando com seus chapéus para eles até que desaparecessem de vista.

Lelei, Tuka e Rory foram até a casa do comerciante Ryudo para tratar de
negó cios.

Ser isento de impostos era um grande ponto de venda para qualquer


comerciante, entã o as meninas seriam bem recebidas por todos eles. As coisas
ficaram ainda mais simples desde que Mestre Kato as havia apresentado
anteriormente.

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Eles completaram a venda de 200 escamas de dragã o por 4.000 dená rios de
prata e 200 pias de ouro.

No entanto, reivindicar esses 4.000 dená rios em moeda líquida era impossível.
Ryudo tentou o seu melhor, mas o territó rio da Casa Formal tinha acabado de ser
devastado por bandidos e o comércio em Italica havia parado. Além disso, o Império
nã o fornecia muita moeda à s suas regiõ es periféricas, portanto, obter até 1.000
dená rios seria um grande desafio.

No final, os restantes 2.000 foram pagos em garantias de crédito, enquanto os


restantes 1.000 foram anulados como desconto. Em troca, porém, Lelei pediu
informaçõ es a Ryudo.

Essa informaçã o pertencia aos mercados da regiã o e além, e também pediu a ele
que investigasse cuidadosamente os preços de certos itens em vá rios mercados.

Ryudo riu ao ouvir esse pedido.

Ao contrá rio da compra e venda dos cidadã os comuns, as informaçõ es sobre os


preços dos comerciantes eram uma arma importante nas negociaçõ es de preços.
Nenhum comerciante faria perguntas tã o diretas sobre eles, nem ninguém
responderia tã o prontamente.

No entanto, como Lelei era uma forasteira, ela nã o sabia nada sobre o custo das
coisas. Como ela nã o sabia de nada, ela queria essa informaçã o, mas de alcance mais
amplo, com mais detalhes, em troca da dívida.

"Mil pratas, hein."

Ninguém nunca havia pago tanto por informaçõ es antes, mas como o preço havia
sido anunciado, era uma venda. E os produtos também eram de alta qualidade.

E assim, Ryudo concordou em coletar as informaçõ es relevantes de todos os


lados.

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(posfá cio)
Aos leitores que acabaram de adquirir este volume, ou aos que já começaram a
lê-lo, muito obrigado.

Esta histó ria é sobre como um otaku se envolve com um mundo onde os
militares modernos encontram um mundo de fantasia.

Embora eu ache que ninguém vai querer ingressar no JSDF depois de ler este
isso, se você decidir se alistar e eles perguntarem por que você deseja ingressar, nã o
mencione este livro. Há 90% de chance de que eles o rejeitem. No entanto, também
nã o seja muito idealista, como dizer que deseja proteger a democracia, a naçã o e
assim por diante. Resumindo, nã o diga nada em que você mesmo nã o acreditaria. Os
entrevistadores sabem tudo sobre isso, e posso dizer isso com segurança porque já
me alistei seis vezes. Essas entrevistas sã o onde você mostra sua atitude e sua
vontade.

Se você disser que está escolhendo esse caminho para si mesmo, os


entrevistadores podem aceitar. Em um trecho, mesmo se você disser: “Eu só quero
comer”, contanto que você consiga convencê-los de sua determinaçã o, você ainda
pode conseguir.

O protagonista desta histó ria, Itami Youji, é um homem que vive para seus
hobbies.

Durante a entrevista de Itami, ele provavelmente respondeu assim quando


questionado sobre sua motivaçã o. “Quero me juntar para proteger minha vida
cotidiana (enquanto eu puder ler mangá e etc…)”

O entrevistador ficou convencido da convicçã o de Itami pela maneira como ele


respondeu. Nã o, ele definitivamente sentiu isso. Claro, se ele tivesse ouvido as partes
entre parênteses, poderia ter sido diferente. E assim, foi assim que uma pessoa
singularmente desmotivada como Itami conseguiu entrar no JGSDF.

Dito isso, Itami nã o esqueceu a dívida que tinha com seu país e com o JSDF.
Enquanto ele era um preguiçoso em condiçõ es normais, ele ficava bastante animado
quando era pressionado, e era por isso que ele podia mostrar suas coisas na Regiã o

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Especial.

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Caros leitores que entraram no mundo de “Gate” por meio deste romance, tenho
certeza de que vã o gostar das travessuras de Itami. Tenho certeza de que os leitores
que estã o começando no mangá tankoubon vã o gostar das fotos de inserçã o de Black
Lion-sama.

Entã o, estou ansioso para vê-lo novamente no futuro! Yanai Takumi

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