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“Poderia parecer estranho ao colecio-
“nador de nossa série “Arte e Cultu-
ra” o título deste tomo, “O Ouro no
Brasil”, pois quando do lançamento
do primeiro, em 1978, afirmamos
nossa disposição de editá-la sobre
áreas inéditas da arte e da cultura
brasileira. E o ciclo do ouro já foi en-
“focado sobre praticamente todos os
aspectos, menos um: a visão artísti-
PoeStile lo MT) Res o = (oifljiito Mo rc ço
levância do Professor Pietro Maria
Bardi.
O Ouro no Brasil
9
há no país. Mitchell Snyder diz que são cente, a maior e mais antiga do Brasil,
entre 2 e 3 milhões ou 1% da população. povoada a trabalhos e despezas do Do-
A revista 'Fortune', baseada em estudos natario Martim Affonso de Souza, autho-
universitários, afirma que são entre 250 rizado pela Carta Regia de 20 de No-
e 500 mil. O governo federal calcula o vembro de 1530, quando começarão os
número em 300 mil, pouco mais de Colonos a ter notícia da existencia do
0,1% da população. ouro neste Paiz; ou fosse pelas informa-
A Prefeitura de Nova lorque diz que na ções, que colhião dos naturaes, à pro-
cidade há 57 mil. A de Washington es- porção que com elles se familiari-
tima os seus em 6.500. São as duas ci- zavão..
dades, junto com Los Angeles e Chi- As atividades, dentro dos interesses rel-
cago, com maior número de 'ho- nícolas e locais, tomaram rumos rotinei-
meless.
É]
ros. E o início de uma 'economia fecha-
da', quando possível, de simples aceita-
Descobertas as Américas, uma das ção de serviços e troca, à espera de
convicções fixas de brancos era a de se tempos melhores. Um único distribuidor
considerarem os donos dos povos de de trabalho, aliás variando segundo as
outra cor, fato que se consolidou ainda zonas.
mais quando pensado em termos de su- Os valores eram estabelecidos através
perioridade racial. Ganhava campo o de deliberações que fixavam pouco a
racismo, no que, infelizmente, Portugal pouco então o valor do açúcar, do cou-
se distingúia, tanto assim que só nos ro, dos panos de algodão que se come-
fins do Oitocentos é que foi deliberada a çavam a tecer, das carnes conservadas.
libertação dos escravos. Quando aparecer o ouro, naturalmente,
Logo que uma terra era ocupada tenta- tudo mudará. Ao longo de reformas,
va-se transformar os legítimos donos em apareceram até moedas que Portugal
escravos. Até Cristovão Colombo, vol- dispendia na Africa. O numerário torna-
tando da sua segunda viagem, levou da va-se necessidade universal.
América 600 'ndios' para serem vendi-
dos em leilão em Sevilha. A Rainha Isa- No Quinhentos, Portugal que pouco se
bel o proibiu. Tratava-se de um empre- importava com a devastação, já que O
endimento colonial e tudo valia. Foram pau-brasil se tornava comerciável, pro-
os jesuítas que passaram a ajudar os cedeu a cortes desenfreados no litoral a
povos conquistados, tentanto cristiani- fim de abastecera Europa. Logo depois,
zá-los. Veremos como acabou a em- as atenções se voltaram para a cana-de-
presa. açúcar, e de Norte a Sul os canaviais
apareceram ensejando farta produção.
De século em século, chegaram ao Bra- Foi então o açúcaro ouro do Seiscentos.
sil os negros, contribuindo para deter- Porém o metal ricaço provocava conti-
minar o espírito da raça, como notou o nuas pesquisas, oficiais e particulares.
então jovem antropólogo Claude Levi- O Seiscentos é o século que põe à prova
Strauss, quando viveu em São Paulo, a engenhosidade dos brancos, valendo
frequentando os bairros populares. a utilização da cana e consequente pre-
Também Gilberto Freyre observou: “Do paração do açúcar. Importa-se gado e
negro, especialmente em todo o litoral, inicia-se uma produção que dá os pri-
desde o Maranhão ao Rio Grande do Sul meiros resultados econômicos para
e no Estado de Minas Gerais: influxo Portugal.
direto ou remoto do Africano”. O Brasil, De qualquer modo, é sempre a desco-
que no começo do Setecentos, tem uma berta do ouro que interessa Portugal e
população de brancos de uns cem mil, seu governo não foi pego de surpresa,
passa, em um século, para trezentos logo depois dos primeiros boatos e su-
mil, aumento este devido à importação posições: já tinha armada a eficiente
de africanos. máquina para obter as vantagens pre-
vistas. Sabia-se que de ouro, se não ple-
Cada colonizador ou presumível coloni- na, pelo menos era rica a nova Colônia,
zador estava concentrado na esperança parente próxima do México e do Peru:
de encontrar ouro. Todavia disposto a assim a caça àquela riqueza resultou to-
se testar em qualquer ato sucedâneo tal. Até no Norte, sem contar a Amazô-
pois, na posição de um Robinson Cru- nia, se andou procurando zonas auri-
soé, de qualquer jeito devia desempe- feras, encontrando ao invés, como coisa
nhar algum trabalho. Assim, obede- de valor, drogas, como se falava naque-
cendo ordens, por conveniência enfren- Je tempo: cacau, baunilha, canela, cra-
tou os modestos serviços arranjados vo e resinas aromáticas. Isto aconteceu
para se manter e sonhar com fortunas. ao explorador Pedro Teixeira, entre
Os primeiros dois séculos não deram 1637 e '39, quando por lá esteve para to-
notícias de possíveis descobertas, nem mar posse de terras então de ninguém.
mesmo de prata. Em 1663 Lisboa decretava alvarás
Todavia do ouro sempre se falou. Teste- “para regular o modo de descobrimento
munha disso é o livro 'Memoria da ori- e cultura das Minas de ouro e prata das
gem, progressos, e decadencia do Capitanias”. Outras provisões são do
Quinto do Ouro na provincia de Minas começo do Seiscentos, de 1608 e 1609:
Gerais' de José Antonio da Silva Maia: a procura de metais preciosos era cons-
“Apenas se havião lançado os primeiros tante —- porém sem resultado, conti-
fundamentos da Capitania de S. Vi- nuando a se falar no imposto do quinto.
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= sismos rota
n.
Numa manhã de 1859, o senhor Giuseppe Boni, de Módena, na ltália, entrou numa salsicharia. Enquanto esperava que
o merceeiro o atendesse, passou a examinar uma sala da loja, cujo forro era feito de pergaminhos desenhados. Esquecido
das salsichas, o Boni, diretor da Biblioteca Estense local, pagou bom preço pelos pergaminhos. Verificou que se tra-
tava do mais antigo mapa onde aparecem Brasile a linha das Tordesilhas. Era a primeira vez que se incluíam estas
informações, porque os reis portugueses proibiam sua divulgação. Para conseguir um mapa completo, um italiano teve de
subornar um cartógrafo de Lisboa, pagando-lhe 12 ducados de ouro, recebendo assim um bomtrabalho. O artista anô-
nimo, que quase certamente pertenceria às oficinas reais, reproduziu todas as terras conhecidas por Portugal, chegando
ao requinte de assinalar a ilha de Ascensão, de localização tão recente. O mapa dito de Cantino oro ficou conhecido),
data de 1502 e mede 105 x 220 cm. Mostra ainda a costa oriental da América do Norte, que só seria oficialmente desco-
berta dez anos mais tarde. Do álbum 'Mapas Históricos Brasileiros”, editado pela 'Abril', um dos numerosos trabalhos
dedicados ao conhecimento de nossa história que a casa paulista editou.
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Na Memória' de Silva Maia, o leitor Brasil não é possível fazer, conservar e
pode se informar das vicissitudes do aumentar fazenda, nem ter engenho
quinto. corrente”.
O negócio era dos donos das fazen-
Na Paulicéia, a produção do açúcar vi- das, aqueles que eram respeitados co-
nha logo após a de Pernambuco, mo senhores, os tais comodistas, ates-
quando se começou a implantar os en- tam as lendas, que obrigavam uma es-
genhos, poucos e periclitantes. E a má- crava a lhes pôr na boca o cigarro já
quina que, em sua evolução, represen- aceso. Dados do Arquivo Público Mi-
tará uma das primeiras riquezas bra- neiro afirmam que em 1738 os pro-
sileiras. prietários, isto é, os senhores eram
Quem conseguiu examinar de perto a 1788, com 8167 escravos, numa média
produção de um antigo engenho, se im- de cinco para cada família branca. O
pressionou, atribuindo àquele surpreen- caso do cigarro pode parecer singular,
dente mecanismo a solução de vários mas geralmente o produtor da riqueza
problemas para produção não só do para si mesmo é descrito como um
açucar como de outras fabricações. impertinente aproveitador. Tratava-se
Simples na construção, a força para fun- de portugueses, aos quais Eça de
cionar atribuída ao braço humano, em Queiroz atribui qualidades de per-
seguida movimentada por bois, ou cur- sistência nas decisões. Além destas
sos hidráulicos, provocando contínuos qualidades, Gilberto Freyre cita ou-
aperfeiçoamentos artesanais e obtendo tras, devendo ser lembradas aquelas
daquele rodar o efetivo rendimento do em que diz: ouro quando se fila é sua
trabalho colonial. idéia, espírito prático sempre atento
tudo quanto era produzido era vendido, a realidade útil', 'sempre à espera de
O comércio na alta dos preços, pelo fa- alguns milagres”. Pensa-se que a soma
vor encontrado, contribuía para realizar destas virtudes tenha provocado a em-
negocios nos centros que andavam se presa tão exaltada dos bandeirantes,
formando. O reino gratificava os açu- que daqui a pouco vamos encontrar.
careiros pioneiros até mesmo com ti-
tulos, outorgando-lhes muitos privilé- Cada página, cada frase, reporta à
gios, sem contar que os nascentes fa- complementação de outros aconteci-
zendeiros acumulavam lucros de alta mentos, dependendo do interesse do
conveniência. leitor: sobre a maneira de viver dos in-
A tecnologia manual se afirmava e os dígenas e dos africanos, seus costu-
primeiros progressos das simples provi- mes, suas atividades, seus'ideais e, por
dências do sistema patronal logo im- que não dizer, suas contribuições étni-
plantado davam também certo, apesar cas não indiferentes?
do controle fiscal, como se pode pen- O Brasil, nos primeiros séculos de sua
sar, odioso. existência, à parte o caso do ouro, foi
moldando seu perfil. Nas compras dos
A nova indústria funcionava, sem impe- escravos na região mineira os trafican-
dir que as desesperadas pesquisas aurí- tes pagavam mais pelos elementos
feras continuassem. Era esta a única fi- práticos em atividades artesanais,
nalidade colonial. Procurou-se ouro até aqueles que melhor sabiam lidar com
nas redondezas de Santos, despon- metais.
tando alguns resultados aqui e ali, os Freyre considerou que Minas estava
voluntariosos permanentemente atrás atenta para estas aquisições pois, de-
da fortuna. Em São Paulo e em algumas pendendo dos investimentos dos nas-
aldeias do interior, as pesquisas deram centes empresários do ouro, os espe-
resultados modestos. As esperanças culadores tinham mais conveniências
continuavam de qualquer jeito, interes- que os fazendeiros, os quais, para a la-
sando conspícuos senhorês: preces e voura, se limitavam a compras mais
pedidos a Deus que caridosamente indi- aproveitáveis como maquinário hu-
casse os possíveis paraísos. mano.
Assim era indispensável o trabalho A vida continou no Setecentos sem
dos escravos mercantilizados através maiores perspectivas. Apesar do ouro,
de bandos sempre crescentes de trafi- se vegetava. À Instrução era mortifica-
cantes. Comprados, eram postos a tra- da: poucas, aliás raras, eram as no-
balhar nos engenhos de cana. Não se ções das primeiras letras e da doutrina
tratava somente de negros, pois os cristã. Os fazendeiros e empresários
brancos também usaram os aboríge- mandavam seus filhos para Portugal pa-
nes capturados, ensinando-os a fazer ra estudos superiores e ao voltarem vi-
pequenos serviços, como carregar e nham sempre aportuguesados, boa par-
desempenhar fáceis incumbências. te bacharéis. Os centros ficavam su-
jeitos ao canhestro sistema colonial.
Completam as crônicas os depoimen- Isto é um pouco da história da região
tos, sendo indispensável recorrer ao das Minas. Apesar de perturbada por
escritor que venerava a franqueza e imagináveis contrastes de gente mer-
não escondia seus pareceres certa- gulhada no metal provedor da solução
mente indigestos ao poder. A palavra é do dia e do futuro. Era um tempo man-
de Antonil: “Os escravos são as mãos e tido com mão de ferro, a esperança vis-
os pés do senhor: porquê sem eles no lumbrada em face das coisas desagra-
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Indios catando cascalho para encontrar ouro aluvial perto de um rio. Ilustração na
La Historia General y Natural de la India' de Gonzalo Fernandes de Oviedo, 1535-48,
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Jean Baptista Debret, Índios atrave
Col. Museu de Arte de São Paulo
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“Modo como se estrai o ouro no Rio das Velhas e nas mais partes que á Rios”. Aquarela in 'Mapas, estatísticas e alguns
desenhos reunidos em um volume, ' Sec. XVIIl, manuscrito nº 49. Instituto de Estudos Brasileiros da USP,
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Aquarela representando a praça principal de Vila Rica com o Palácio do governo e uma companhia de milícias apresentando
as armas. De 'Mapas, esta tísticas e alguns desenhos reunidos em um volume, 'Séc. XVIII, manuscrito nº 49. Instituto de
Estudos
Brasileiros da USP.
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dáveis, fugindo da severidade das in-
tendências. Vida de coletivismo des-
combinado, aliás composto de indivi-
dualismo em que o egoismo era parte
dominante.
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filhos da terra dos Negros, quando
nossos aborígenes eram já astróla-
tras, e assim por diante.
O escritor não sabia serem os aboríge-
nes luxuriosos e de um viver coletivo
indigesto aos moralistas ocidentais,
como se lê de escandaloso nas Cartas
do padre Manoel da Nóbrega.
Releve-se no prefácio de Afrânio Pei-
xoto uma série de 'ovos de Colombo,
como por exemplo: economicamente
a América do Sul é superiorà do Norte.
se a riqueza era o ouro, lê-se numa car-
ta de Américo Vespucci aos Médicis,
quando descreve com detalhes sua
segunda viagem, em 1501: “O país não
produz nenhum metal, salvo o ouro
que existe em grandíssima quantida-
de apesar de que nós nesta viagem não
pudemos levar, porém disto tivemos
confirmação por parte de todos os in-
dígenas que afirmam que nestas par-
tes o ouro abunda, e às vezes dizem
que entre eles é pouco considerado e
de quase nenhum valor..."
Outra observação de Afrânio: a In-
glaterra deve ao Brasil, através do nos-
So ouro, considerável benefício, o que
é verdade, como veremos em seguida.
Sabe-se que desde otratado de
Cromwell, em 1654, Portugal ficou em
posição dependente, satélite da In-
glaterra, e depois do novo tratado, o de
Methuen, em 1703, a submissão tor-
nou-se humilhante. MEMORIA
Peixoto documenta, em bem nutridos
trinta parágrafos, nossas vicissitudes * ORIGEM, PROGRESSOS, E DECADENCIA
do dar e haver nos primeiros séculos. dt E Ex Le | Do
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Comentada por Antonio Barreto ('O mineiro é um motor do mundo de dentro
quando o de fora está enguiçado”) no livro Momentos de Minas! do Núcleo de Fo-
tografias de Minas Gerais, coordenado por Branca de Paula, se reproduz esta ima-
gem de lavador de ouro, por Miguel Aun, executada em Araguary.
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Corte ao longo de um rio. De 'Ouro do Amapa | Rio de Janeiro, 1924
19
Para os primeiros povoadores do Bra-
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silo ouro era, e ainda é, tudo quanto vi-
DO BRASIL
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nha da natureza. Todavia a idéia fixa |
plicado embarcar num navio até como Não será supérfluo lembrar que a obra
clandestino, a decisão firme, votos a de Antonil, um clássico da primeira his-
uma das Nossas Senhoras para contri- tória brasileira, passou pelos aconteci-
buir na proteção, para um tranquilo mentos mais complexos. Recorda-se no
desembarcar no El Dorado. prefácio da edição de 1837 que o livro
Apareciam na terra, então ainda de tornou-se bem raro por causa da proibi-
ninguém, os sujeitos mais indescrití- ção e perseguição no tempo do El-Rei
veis, que aqui aportavam com a finali- D. João V; lembra a que “título inferirão
dade de abarcar fortuna, em pequena os leitores quanto a elle he util a todos
ou grande escala. os estudiosos de economia política e
Foi sempre assim, mesmo no século em geral a todos os Brasileiros, que alli
das imensas imigrações. O desejo era acharão a certeza de que o seu aben-
vencera parada. çoado paíz já então era a mais rica parte
Aterra conquistada, depois, passará a da America em quanto a productos ru-
ser monopólio de El-Rey, e foi por ele rais.. A edição da qual se reproduz o
repartida em sesmarias, oferecidas a frontispício leva a antiga anotação: "Per-
alguns privilegiados, de nobreza here- muta feita com a Biblioteca pelo Sr. J. C.
ditária ou da burocracia estratificada, (Capistrano) de Abreu”, lembrando-nos
para dar subsistência a um rudimentar o mestre da historiografia brasileira
desfrute.
morando" na Biblioteca Nacional.
Protagonistas os mineiros, os quais
sem perder tempo procuravam des-
cobrir a possibilidade de contra-
bandearo quanto podiam, fugindo
dos impostos imediatos, baixados por “CULTURA E OPULENCIA |
El-Rey, dito também Throno, numa
montanha de dispositivos como por POR: SUAS DROGAS E MINAS, .
exemplo estes: Ordens do Conselho we
Ultramarino, Bandos das Capitanias « PLANTAR E BENEFICIAR O TABAÇO; TIRAR OURO DAS MINAS, E
DESGUBAIR AS DA FRATA, E DOS GRANDES EMOLUMENTOS QUE
Gerais, Provisões da Junta da Fazen- E
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ESTA CONQUISTA DA AMERICA MERIDIONAL DA! AO REINO DE
PORTUGAL COM ESTES,
E OUTROS GENEROSK CONTRATOS RELES, |
da, Editais, Portarias, Devassas, Pro-
cessos das Intendências, etc. “Obra de André João AntoniF,
Havia os que administravam o chama- | OFPRARCIUA 405 QUA Bão rua OLONIFIGADO NOS ALTARHS
do 'quinto eos contraventores de
Ein AQ VENBRARIS. FARA JOGÁ ANGIUETA,
qualquer disposição, à mercê do man- ac Tara tacerdote da Companhia da Jem,
dachuva de prontidão, os desviadores Mislogurio Ra o mato Thsumalargo de Brasil
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do Brazil, por suas drogas e minas, no E ch u à q E b
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Segunda maior pepita do mundo, propriedade da Caixa Econômica Federal, extraí-
da em Serra Pelada, pesando mais de sessenta quilos e que foi apresentada no Mu-
seu de Arte de São Paulo, na exposição 'Minerais, Minérios e Gemas do Brasil, em
março de 1984. Foto de Luiz Hossaka.
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Desde o tempo dos bandeirantes, a caça ao ouro nunca parou. Quem tema paciên-
cia de consultar os boletins do o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio
encontrará reconhecimentos geológicos de voluntariosos especialistas contrata-
dos, como Antônio Rodrigues Vieira Junior, o qual foi mandado ao Amapá, na zona
do antigo território contestado Franco-Brasileiro, para estabelecer, em 1924, 0
quanto restava das garimpagens do Oitocentos, ricas se não do metal, pelo menos
de um entusiasmo ainda bandeirante. A reprodução deste desenho da relação é
para lembrar o quanto os problemas foram estudados.
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qual Antonil oferece ao leitor a seguin- Quem não leuo livro de Antonil deve
te dedicatória “...aos que desejam ver fazê-lo a fim de se instruir sobre a pri-
glorificado nos altares ao venerarel mitiva mineração que se processou na
Padre José de Anchieta, Sacerdote da Colônia, texto eivado de sutilezas
Companhia de Jesus, missionário úteis para se conhecer a formação da
Apostólico, e novo Thaumaturgo do mentalidade nacional, no pensar de
Brazil”. cada um a fim de tirar o máximo provei-
No frontispício do livro, Antonil subli- to da aventura, a começar por El-Rey.
nhava: “Com várias notícias curiosas
do modo de fazer o açúcar, plantar e Raciocinava certo o governador de
beneficiar o tabaco, tirar ouro das mi- uma região do Norte, D. Diogo de Me-
nas e descobrir as da prata e dos gran- nezes, fazendo sabera El-Rey: “Creia
des envolvimentos que esta conquista V. M. que as verdadeiras minas do Bra-
da América Meridional dá ao reino de sil são açúcar e pau Brasil de que V. M.
Portugal com estes e outros gêneros e tem tanto proveito, sem lhe custar de
contratos reais.” Tratava-se de um texto sua fazenda um só vintem”.
da maior importância, tanto que o cen- De conversa em conversa, de lem-
sor do Santo Ofício decretava que “se brança em lembrança, recordações
pode estampar com letras de ouro”. do que se leu, os acontecimentos cor-
E de fato, a propósito das peripécias rem numerosos. Esta história é um
do próprio ouro, se trata de um relato desfilar de personagens merecedores
indispensável a tudo quanto aqui se de nota. Eis mais alguém a ser celebra-
recorda. Os primeiros capítulos dedi- do, homem de visão agrícola: Martim
cados ao tema representam um verda- Afonso de Souza, chegado ao Brasil
deiro festival da cata do metal, de vez em 1091.
em quando denominado 'preto'. Anto-
nil supervisiona vários empreendi- Para sair da monotonia do contar co-
mentos, as minas abertas a todos os mo a administração reinícola exerceu
que quisessem aproveitar. O frade não as previstas relações minerador-al-
pode registrar o que se reserva a El- fândega, eis alguns dados do confisco
Rey, valendo os quintos devidos, e às do ouro clandestino, os quais confir-
vezes denunciando 'sonegando-se mam qual a operosidade dos fiscais e a
tanto ouro não quintado, bem se deixa destreza dos sonegadores: já em 1701 se
ver que o ouro que cada ano setira, confiscam 695 oitavas; em 1708, 7324;
sem encarecimento algum, passa de em 1713, 7103; e assim por diante.
cem arrobas, e que nestes dez anos Ainda para interessar, eis uma página
passados se tem tirado mais de mil ar- antecipadora da Inconfidência: os epi-
robas. E, se nos primeiros anos não sódios de revolta contra os desfruta-
chegaram a cem arrobas, nos outros dores não faltaram. Deve ser lembrado
certamente passaram. E continuando o de Piranguií, em cena o paulista Do-
ao presente o rendimento com igual mingos Rodrigues do Prado, um ele-
ou com maior abundância por razão mento conhecido como insubordina-
do maior número dos que se empre- do e sedutor dos povos”, para qualifi-
gam em catar, só os quintos devidos a cá-lo de popular. Em 1720 recusou-se
Sua Majestade se foram notavelmente a pagar os quintos e, convocando um
diminuindo, ou por se divertir para ou- grupo armado, expulsou do cargo vio-
tras partes o ouro em pó, ou por não ir à lentamente o capitão-mor e mandou
Casa dos Quintos, ou por usarem al- matar o juiz ordinário, provocando a
guns de cunhos falsos, com engano ofensiva militar. Condenado à morte,
mais detestável. Mas ainda assim, não Domingos se refugiou na mata ficando
deixou Sua Majestade de ter grande impossível prendê-lo, tanto que foi en-
lucro na Casa da Moeda do Rio de Ja- forcado, porém, contam as crônicas,
neiro, porque comprando o ouro a do- em estátua' e, ele conhecedor da pu-
ze tostões a oitava, e batendo-se em nição, enforcou também 'em estátua
dous anos três milhões de moeda na- o ouvidor que o tinha condenado. E
cional e provincial de ouro, foi lucran- um dos vários motins daquele tempo, o
do seiscentos mil cruzados de avanço”. povo e seus chefes demonstrando hosti-
As 'qualidades abundantes do metal lidade aos patrões.
nas minas asseguravam o maior ren- O povo reagia às arbitrariedades, in-
dimento' aos bandeirantes que o re- vadindo repartições, capaz até de ma-
lator apelida de 'paulistas”, encontran- tar, não suportando um regime que ti-
do-se também capitães, tenentes, sar- nha como bandeira a avareza, obri-
gentos-mores, com bastante hierar- gando às vezes os governantes a de-
quia. E se dá notícia de insaciáveis, os cretaro perdão”. Não faltavam os es-
quais em vez de “ir buscar indios nos cândalos, e na própria administração:
matos se desviam desta diligência me- até a descoberta em 1731 de uma fábri-
nos escrupulosa e mais útil” para ti- ca bem aparelhada de moeda falsa em
rar da terra 'rendosa;, não sem dis- Paraopeba, na comarca de Sabará. O
cutir, como ocorreu no rio das Mortes, boato revelava que o estabelecimento,
onde alguns homens morreram, “bri- evidentemente vindo de Portugal, era
gando entre si sobre a repartição dos de um parente próximo de João V.
índios gentios que traziam do sertão”.
Os capturados deviam servir no traba- Os fiscais se empenhavam em desco-
lho das minas. brir os fraudadores do fisco. A pena
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mais séria podia ser a extradição para teratura existente permite um retrato
fora da capitania ou até mesmo exílio bem aproximado, possibilitando
na India. As autoridades, naturalmen- eventuais revisões, correções, desde
te, como qualquer polícia, se valiam o modo de pensar, os trajes, o falar, O
também dos espiões. Um bando pre- realizar, o decidir.
cisava: “Qualquer escravo que de- O que vale mesmo para manifestar
nunciar o seu senhor e por virtude de uma visão própria é o romantismo que
dita denunciação for confiscado, fica- os enquadrou, a começar pela manel-
rá forro e se lhe passará carta de alfor- ra como os descreveram ao adjetivá-
ria em nome de Sua Majestade, e se lhe los e apresentá-los.
dará a terça parte do dito confisco" No que se refere à escravidão o histo-
O contrabando tornava-se um fato igual- riar resultou bem mais fácil, pois dos
zinho ao que hoje sabemos ser praticado africanos e dos denominados índios
notadamente com a cocaína ou a maco- existiram mais elementos comproba-
nha. A caça aos contraventores alcan- tórios.
çava até mesmo a 'classe baixa dos de- Mas como retratar o bandeirante”
nunciantes:. Era o terror, os traficantes O sujeito era de formação um tanto iné-
praticamente patrões, através de organi- dita: meio rebelde, talvez um desertor
zações bem estudadas e conduzidas, dos canaviais, com uma maneira própria
procuravam entendimentos. Nem todos de encarar a liberdade, indiferente ao
Os senhores eram da estirpe do Domin- que diziam as leis e os alvarás, interes-
gos, acima encontrado. sado em mexer com o imenso do ignoto,
Quando descobriam os contrabandistas vislumbrador do futuro. Pode-se imagl-
o rigor tomava decisões bem severas, ná-los até frequentando a sacristia de al-
especialmente se metidos no mais fácil guma capela, a fé guardando a sua
setor dos diamantes, os quais abunda- parte. Acima da fé: caráter, independên-
vam na Terra. cia, inventivae ação.
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Eis como foi ilustrado no volume Brasil exporta' de Antonio Olinto.
21
Naquele findar do Quinhentos, Portu-
gal se empenhou em vencer sua Sur-
preendente prova ocupacional, des-
cobrindo outras riquezas que não o
ouro. São os bandeirantes que iniciam
as marchas, substituindo até o patrão,
eles mesmos tornando-se tal. Sem dú-
vida, não sabiam o que havia do outro
lado do canavial do fazendeiro princi-
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Com o desenvolvimento da caça ao ouro , as cidades de Minas andaram se povoando, através de um continuo trabalho de
ocupação, o ouro atrtraind
ai o mineiros, artesãos e comercian tes. Aqui uma vista de Ouro Preto, onde aparecem construções
do Setecen tos. De 'Minas Colonial " foto Euler C âssia.
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Fundos da Casa dos Contos, de Ouro Preto. Foto de Euler Cássia, publicada em
Minas Colonial”
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Escravos extraindo ouro, gravura de D.K. Bonatti, sec. XIX. Coleção Particular,
São Paulo.
91
nhas como se sabe. Enfim, tinham des- "Os prospectores paulistas que fi.
cobert o queriam.
o que zeram trabalho pioneiro em Minas
O boato voou, como se já houvesse Gerais, primeiro encontraram ouro
mecanismo eletrônico para o mundo aluvial no leito dos rios e riachos. Os
todo ouvir. Movimentou-se a Colônia depósitos de tal ouro eram chamados
inteira: os primeiros forasteiros fo- faisqueiras, porque ao sol faiscavam
ram ao encontro dos paulistas. Con- as partículas maiores. Daí a palavra
tradições, aliás, lutas, E mais: uma faisqueiro para classificar o prospec-
guerra que apelidaram dos 'emboa- tor itinerante ou o mineiro de ouro de
bas': os paulistas contra os que se pre- plácer.
cipitaram para lá. Algumas crônicas às Quando os rios estavam na enchente
vezes denunciam as atitudes dos ban- grossos demais para o trabalho, os
deirantes como “dissensões dos Pau- faisqueiros voltavam sua atenção para
listas com os Europeus”, dando ori- as margens e sua vizinhança imediata
gem a novos regimentos e cartas rê- — tabuleiros — onde era freqúente en-
gias de 1702. contrarem também ouro. Quando tais
Derramamento de sangue. Começava depósitos se exauriam, ou OS recém-
a época do ouro. chegados encontravam-no já traba-
Havia os que se batiam por causa do lhado pelos seus predecessores, os
metal, os portugueses que se reputa- prospectores seguiam adiante, pro-
vam donos diante dos forasteiros; in- curando ouro nas fendas e rachaduras
cluindo alguns cristãos, negros e Ín- das encostas vizinhas — grupiaras ou
dios: degladiavam-se e, de vez em quan- guapiaras. Todos os mais recuados
do, sobrava um morto. Os paulistas trabalhos em ouro foram do tipo plá-
eram xingados porque a cachaça os Colhido o cascalho, o minerador devia
peneirá-lo a fim de retirar o ouro. cer, e só quando o ouro de aluvião se
amolecia. Os escravos não eram nem foi fazendo escasso foi que os minera-
dignos de serem olhados, os nativos dores cavaram túneis e poços nas en-
considerados bestas, ainda pior. costas... O processo primitivo de lavar
Instantâneo exagerado? Talvez, mas e peneirar o ouro mostrava-se o mais
apenas para estar mais perto da reali- simples. O único instrumento neces-
ade. sário era a bateia, uma bacia grande
e rasa, cônica, feita de madeira ou de
Neste festejar o primeiro metal é bom metal, que o mineiro segurava com
não esquecer o quinto, o qual entra em ambas as mãos. O subsolo arenoso,
ação sem demora. Já em 1700 rendia 940 misturado ao cascalho que continha
oitavas de ouro, dando início a uma, na as pepitas de ouro, era colocado na
medida do possível, arrecadação, bateia com alguma água suficiente
através de portaria nomeando o guar- para cobri-lo. O mineiro, então, rodava
da-mor para uma sumária divisão das
cuidadosamente a bateia num movi-
terras mineiras, proibindo qualquer
mento circular ou elíptico, e, de vez
trânsito do ouro para São Paulo, Rio em quando, inclinava-se para deitar
de Janeiro, Bahia e Pernambuco sem fora um pouco da água e dos casca-
guia responsável pelo pagamento das lhos, cuidando de que o ouro ficasse
dívidas com as Casas de Quintar. Es- no fundo, até que fôsse claramente vi-
creve Costa Maia que nunca os minei- sível. O cascalho nem sempre era o da
ros puseram em dúvida a “obrigação superfície do solo, pois retiravam-no
de pagar o Quinto do Ouro extraído de profundidades diferentes, sob uma
das Minas das Geraes; este Direito camada de areia, terra ou argila. Os
chamado Senhoreal que se dizia de- poços ou escavações feitas no curso
vido pela Regalia, e Senhoreagem das da extração do cascalho, eram cha-
Minas dos metaes, comprehendidas mados 'catas”, e muitos terrenos de Mi-
entre Direitos Reaes... O systema po- nas Gerais depressa tomavam, por
rém da sua arrecadação tem soffrido causa deles, o aspecto de favos. À
notaveis alterações”. proporção que os depósitos se foram
Portugal, de tempos em tempos, cui- razendo em menor número e mais pro-
dava de afirmar seus direitos; até em fundos, os métodos de extração tor-
1789, já na decadência do ouro, uma naram-se mais complicados, no pri-
representação da Câmara de Sabará meiro quarto do século XVIII. Lavadou-
repetia: “Bem persuadidos estamos, ras e máquinas hidráulicas foram em-
Excelentissimo Sr, da justiça com que pregadas, e em alguns casos o leito
S. Magestade nos pede a contribuição do rio ou do riacho era exposto, atra-
do Quinto do Ouro, perfeitamente re- vés do represamento da água ou do
conhecemos, que elle he devido em desvio artificial da corrente para outro
consequência de Supremo Senhorio canal. Ao contrário do que com fre-
que tem nestas conquistas, e princi- quência se declara, a mineração sub-
palmente nos Vieiros, e Minas que he terrânea foi algumas vezes feita na Mi-
hum dos Direitos Reaes, que já adoptou nas Gerais colonial, mas é sabido que
a nossa Legislação, ainda muito antes tal processo não era comum.”
da descoberta deste Continente...” C. R. Boxer, “A idade de ouro do Bra-
sil, Companhia Editora Nacional, São
Eis um retrato otimista dos mineiros Paulo, 1969.
que completa o parágrafo acima. E de
Nelson de Sena e se lê no prefácio de
Aires da Mata Machado Filho para o
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precioso ensaio 'Mineiridade' de Syl-
vio de Vasconcellos: “Foram sempre
gente conservadora de tradições, de
hábitos, aferrada a terra e ao lar, 'te-
mente a Deus e à Lei”, de poucas e des-
cansadas falas, e nenhuns amores pe-
la exibição e patacoadas, como diziam
OS nossos avoengos. No melo dessa
aparência moleirona e apática, re-
passada de uma certa astúcia inata,
são os mineiros em geral escravos fiéis
da palavra empenhada, destemerosos
opositores ao despotismo, amigos
leais da ordem, extremados na defesa
de sua fé religiosa, da honra de seus la-
res e da independência de suas cren-
ças políticas, no seio das 'montanhas
alterosas'. Desdenhando a zombetei-
ra irreverência com que são alvejados,
nas desfrutáveis revistas e na insulsa
crítica literária dos que só vivem nas
capitais e desconhecem por inteiro a Mineiros lavando terras auriferas nas 'canoas.
gente boa e forte que moureja no in-
terior do Brasil, arroteando campos,
pastoreando rebanhos, plantando e
cultivando a terra — vivem alguns mi-
lhões de mineiros presos à gleba em
que nasceram, amigos das suas roças
e gado, contentes da modéstia folgada
dos seus haveres, que lhes garantem
teto, roupa, lume e pão, para si mes-
mos e para quantos (e são muitos) os
que rodeiam e vivem sob a sua autori-
dade e cuidados”.
Mineiridade é um termo que se tornou
comum, abraçando toda a região mais
típica do garimpo pela abundância do
metal promotor de riqueza, ainda na
crista das preocupações de muitos po-
vos que procuram “teto, roupa, lume e
pão”, antonomásia da nossa Minas, à
qual se deve também a rebeldia contra
o regime de proibição política.
Estamos numa região a qual não se sa-
be ao certo se Deus ou Satanás ponti-
lhou da riqueza que serviu ao mundo,
ao “Mundo, mundo, vasto mundo/ se
eu me chamasse Raimundo/ seria uma
rima, não seria uma solução, na iro-
nia de Carlos Drummond de Andrade.
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do estradas ao acaso, galgando ro- CE sa
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Da corrida à descoberta do ouro so- Título de 16 vinténs de ouro da Caixa de
mos levados a pensar num fenômeno Fundição do Ouro da Capitania de Mi-
bem brasileiro: acumular massas em nas Gerais, correspondente a meia oi-
torno de uma possível realidade. tava de ouro, seiscentos réis. 'De Icono-
Quando Juscelino decidiu construir grafia de Valores Impressos no Brasil'
Brasília, a convocação de trabalhado- Ea. Banco Central, 1979.
res para realizar a empresa foi um fato
popular grandioso, a ponto de hoje a
Capital estar contornada até de cida-
des satélites.
E quando o Brasil, na segunda metade
do Oitocentos, evidenciava ser um
E indispensável para quem se envolve
país de futuro, não atraiu para aqui os
no assuntos da História, recorrer à bi-
milhões de braços que revoluciona- bliografia. No caso do ouro ou aspectos
ram nossa demografia”? inerentes ao tema se trata de uma quan-
Seja como felizmente foi, Carlos tidade de livros e dados possíveis de
Drummond de Andrade sintetizou: “E serem encontrados em nossas bibliote-
virá a companhia inglesa e por sua vez cas geralmente muito bem ordenadas.
comprará tudo e tudo voltará a nada e Os que têm prática em trabalhos históri-
secado o ouro escorrerã o ferro, e se- cos, naturalmente perceberão que as
cos os morros de ferro taparão o vale pesquisas poderiam ser mais amplas,
sinistro onde não mais haverá privilé- porém o propósito foi o de atualizar uma
gios, e se irão os últimos escravos, e vi- atividade que continua nas crônicas, es-
rão os primeiros camaradas”. pecialmente nestes últimos tempos em
que o comércio do ouro tornou-se co-
E o caso de São Paulo? E lícito inter- mum no Brasil.
romper o conto do ouro para recordar
um outro ouro, uma planta importada
de fora no Setecentos, bem no princi-
pio: um dos tantos ouros verdes”
Despontava no imenso da riqueza na-
cional um outro ouro, o café, cuja cul-
tura o Marquês de Pombal, que vamos
daqui a pouco encontrar, tinha in- Mininiaria da Agrieultora, Indostria + Commereio
MIGUEL CALMON DU Ci E ALMESDA Motyirs
36
Braço que servia de sustentação da balança oficial destinada à pesagem de ouro.
Séc. XVII? Existente em São João del Rey, MG.
Prensa manual de bronze com doisÉ ri laterais que servia para cunhar moe-
das e barras de ouro. Datada de 1680, tem gravadas as armas de Portugal. Acervo
do Museu do Ouro, Sabará, MG.
3/
gindo como cabeça de ponte do futu-
ro. Acrescenta que os paulistas vão
“buscar as fazendas para nela vende-
rem;... outros vão buscartropas de
animaes cavallares ou vaccuns para
venderem...' Mais adiante: “Os mora-
dores das villas de Jundiahy, São João
de Atibaia e Mogy Mirim e das fregue-
zias de Jugquery e Jaguary... também vi-
vem na mesma miséria, vendendo os
seus effectos na dita cidade (Cunha), e
aos passageiros”.
Manoel! talvez exagerasse um pouco,
porém sendo largamente reportado
por Simonsen, é digno de crédito. O
autor de História Econômica do Bra-
sil junta as imposições que então se
exerciam por lá: “quinto, das entra-
das, das passagens dos rios; dízimos,
ofícios de justiça, donativos, arrema-
tações privilegiadas de contratos, dos
confiscos”.
Todavia São Paulo estava destinada a
vencer.
38
Aspecto da região do ouro em Minas Gerais, fotografia reproduzida no interes-
sante trabalho que a revista Mercedes Benz dedicou a Minas Gerais.
39
conhecidamente brancas. Não mos- “Das minas geraes de Cataguas as mi-
travam as ruas o menor vestígio de cal- lhores, e de maior rendimento forão
camento... contínuas eram as inunda- até agora a do ribeiro d'Ouro Preto: a
ções, vendo-se por toda a parte os re- do ribeiro de N. 5. do Carmo; e a do ri-
síduos das vazantes em charcos e po- beiro de Bento Rodrigues, do qua! em
ças... De todos os lados, compactos pouco mais de cinco braças de terra
matagaes de fedegoso e vassorinhas se tirarão cinco arrobas de ouro. Tam-
ocultam cobras e comumente tam- bém o rio das Velhas he muito abun-
bém não poucos jacarés vindos do rio, dante de ouro, assim pelas margens,
embora pequenos... Igreja frequenta- como pelas ilhas, que tem, e pela ma-
da quase exclusivamente por nuvens dre, ou veio d agua; e delle se tem tira-
de morcegos... e no meio de toda essa do, e tira ainda em quantidade abun-
desolação um povo abastardado, pre- dante.
so de molestias periódicas e vivendo Chamão os Paulistas ribeiro de bom
dura miséria...” rendimento, o que dá em cada batea-
isto, naturalmente, era diferente em al- da duas oitavas de ouro. Porém assim
gumas cidades mineiras que soube- como ha bateadas de meia oitava, e
ram se servir da improvisada fortuna. de meia pataca; assim ha também ba-
teadas de tres e quatro, cinco, oito,
comente o ouro enviado à fiscalização dez, quinze, vinte, e trinta oitavas, e
utilizava as balanças. Importá-las foi mais: e isto não poucas vezes succe-
tarefa feita pelos comerciantes. Eles deu na do ribeirão, na do Ouro Preto,
eram verdadeiros aproveitadores, na de Bento Rodrigues, e na do rio das
mestres em sonegação e em possíveis Velhas. Os grãos de maior peso, que
trapaças. se tirarão, forão hum de noventa e
Outro inconveniente a ser superado cinco oitavas; outro de tres libras, que
era separar o ouro dos restos de casca- repartirão entre si tres pessoas por um
lhos nele fixados. As análises estabe- machado, outro que passou de cento e
leciam as diversas variações do valor. cincoenta oitavas, em forma de huma
Avaliavam os experts improvisados. lingua de boi, que se mandou ao go-
Todas estas simples ocorrências de- vernador da nova colonia; e outro
viam ser resolvidas com os comercian- maior de seis libras”. André João An-
tes. Os mais ativos eram os traficantes tonil, Cultura e Opulência do Brazil
de escravos, que tinham facilidades e por suas Drogas e Minas.
sistemas próprios para entrar e sair
das zonas demarcadas. O que faz con-
Cluir que os beneficiados da situação
foram os sujeitos práticos do comprar
e vender.
Ali estava, a seu modo, o princípio da
economia propriamente dita, e por ini-
ciativa de indivíduos práticos no mer-
cantilizar.
A corrupção de vez em quando apre-
sentava sintomas de generalização,
tanto assim que era oportuno fechar
um olho, já que havia implicações por
parte de superiores que não podiam se
tornar públicas.
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Vila Rica (Ouro Preto) em 1821.
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Arca de jacarandá utilizada para guardar o ouro. Coleção Francisco Marques dos
Santos.
43
ta... entre nós é derramado com uma
prodigalidade espantosa .
É possível medir-se a pouca visão dos
administradores ao sabermos que So-
mente em 1815 é que armou-se uma
fábrica de fundição de ferro, no Mor-
ro do Pilar.
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Das nações sul-americanas, as que usaram o ouro, como também a prata, para
confeccionar objetos de apreço, foram o México e o Peru. Distinguem-se tam-
bém outros países como a Colômbia. Cada nação conserva acervos importan-
tes, uma vasta literatura ilustrando-os. Recentemente a exposição 'Ouro do
Peru, realizada no Museu de Arte de São Paulo, deu ao público a oportunidade
de conhecer obras de extraordinária singularidade: o precioso metal empre-
gado não somente na ourivesaria, mas também utilizado em objetos de uso do-
méstico,
45
De fato, na Bahia, Gabriel Soares de
Souza nos deixa a notícia de que 'mul-
tos moradores, gente de fazendas
exhibem peças de prata e ouro..., al-
guns com “dois a três mil cruzados em
jóias de ouro e prata lavrada , as mu-
lheres “mui bem ataviadas de jóias de
ouro". Eram portugueses que vinham
do reino. Divulgavam então o gosto de
aparecer. Não vamos esquecer que a
moda andava acompanhando a vida
de todos os países. Quanto ao que se
passava aqui, O francês Pyrard de La-
val, conta nas suas memórias que no
começo do Setecentos, frequentan-
do a boa sociedade da época, andava
“vestido de seda à portugueza e à moda
de Gôa que é differente da dos portu-
guezes de Lisbôa e do Brasil: notícia
pescadano Retrato de Paulo Prado.
No prefácio que Rodrigo Melo Franco
de Andrade, o inesquecível coordena-
dor dos estudos dedicados ao nosso
patrimônio cultural, fez para 'As artes
plásticas no Brasil — Ourivesaria' de “Os mineiros, inábeis para lutar contra
José Gisella Valladares, observa-se: as forças da natureza, completamente
“As vicissitudes históricas do povoa- ignorantes da arte de explorar as mi-
mento do nosso território e do nas, e sobrecarregados de vexames e
desenvolvimento da nossa civilização impostos, acabaram por abandonar,
material no Brasil, aliadas às con- pouco a pouco, os seus trabalhos. As
dições anteriores do País e de suas po- minas, que no começo do século XVIII,
pulações, não forneceram nem es- se achavam em estado cada vez mais
timularam, particularmente aqui, uma florescente, não tardaram em pericli-
produção artística original, e valiosa”, tar, a ponto de cairem, para o fim do
A arte nacional dependeu dos manei- século, em completa decadência. Foi
rismos da Europa nos tempos da Colô- assim que, no tempo em que as minas
nia, sendo cada manifestação regula- estavam em plena prosperidade, nas
da pelo que se fazia em Portugal, o vizinhanças do ano de 1750, o número
qual por sua vez dependia da Espanha. de trabalhadores ocupados na explo-
Assim, a ourivesaria não teve outro ca- ração ascendia a mais de 80.000, ao
minho se não se ater ao que era impor- passo que em 1820 mal atingia a 6.000
tado. Desembarcaram então na Bahia o número de pessoas ocupadas na ex-
os primeiros artífices. tração do ouro. Ao passo que o quinto
A Terra era nova aos trabalhos de arte rendia 1.170 quilos de ouro em 1750,
tanto de ouro como de prata, ao passo não chegava a mais de 570 em 1799, e
que em outras colônias, como o Peru e apenas a 105 em 1819.”
o México, a ourivesaria representava Von Eschwege, 'Pluto Brasiliensis”
uma das atividades dominantes. O Berlin, 1833. Editado pela Universi-
Brasil dos indígenas não dava ne- dade de São Paulo, em 1979.
nhuma importância aos metais e às pe-
dras preciosas, o ornamento era de
plumagem de pássaros, os corpos re-
cebendo desenhos, os lábios osten-
tando argolas e outros enfeites.
Um princípio de riqueza existia em
Pernambuco mais que na Bahia. As
jóias eram naturalmente de importa-
ção, todavia havia alguns ourives, co-
mo documentam as denúncias e con-
fissões do Santo Ofício. Calculou-se
que no Rio de Janeiro, na metade do Se-
tecentos, os mestres ourives eram 3/9.
Os interesses portugueses eram bem
guardados: os ourives deviam com-
prar o ouro somente na Casa da Moe-
da, para saldar o quinto. De qualquer
jeito, os enganadores tinham a possi-
bilidade de usar o ouro em pó, os artífi-
ces eram cúmplices dos contrabandis-
ta, e a engenhosidade multiplicava as
pilhagens contra as fiscalizações.
Nos centros de comércio, o ouro
começava a brilhar nas roupas das
mulheres, como comenta José Gisella
46
À douração ocorre nos objetos de representação ou de culto, como se vê nesta
armadura dos Templários, confraria de espírito medieval do século XVI: estes
guerreiros místico-religiosos tinham por símbolo uma bandeira preta e branca,
cuja empunhadura é aqui reproduzida, o preto significando terror e morte aos
inimigos, o branco sinal de paz. Da nova e esplêndida revista brasileira 'Ven-
tura.
47
Valladares: “Mas a verdade é que todo
esse ouro junto constitui uma insignt-
ficância, quando comparado ao que,
sob a forma de barras, mvedas ou mes-
mo em pó, passou para o estrangeiro .
48.
alar as atividades dos
Grupo de ordens maçônicas do primeiro reinado. Coleção José Claudino da Nóbrega. Devem-se assin ca-se
antiquários, a serem considerados autênticos preservadores das artes do passado, e nesta página particularmente, desta
José Claudino da Nóbrega, autor de um livro de memórias documentando o que descobriu e passou por suas mãos, inclusive a
numismática brasileira, um setor que exige conhecimentos técnicos significativos, no caso do Brasil complicados pela cunha-
gem feita em vários locais. NO citado livro, por nós prefaciado, observamos: “Conheço o Nóbrega desde sempre, como amigo e
como instituição no setor no qua! me aventurel, O antiquariato, uma profissão de muitas emoções. Vocação? Não sei. Pode ser
que se tome aquele caminho por acaso, gosta-se, e por ali se val, Duscando e farejando, descobrindo e sopesando”; todas
estas iniciativas que Nóbrega cumpriu, inclusive a dedicação no que se refere aos objetos de'O ouro, sendo ele possuidor hoje de
ouro no Brasil
uma preciosa coleção de moedas, jóias, ourivesaria, à qual se recorreu para ilustrar este
49
Os prateiros mudaram-se para o Rio
pois sabiam que tudo continuaria, já que
as leis não eram respeitadas.
O bando começou a ser lançado sem
obter resultados. Finalmente se desco-
bre que o único sistema para controlar
os prateiros era a marcação. O volume
assinalado acima registra as marcas
de 1/25 a 1845. E de uma elaboração
muito acurada, apesar do estado das
declarações.
50
Comenda colonial: Ordem do Grão
Pará. Ouro e Crisólito. Dada aos gran-
des dignatários da Igreja Católica.
Coleção José Claudino da Nóbrega.
51
não é menos verdade que dificultou O
aproveitamento dessas condições ao
entorpecer o desenvolvimento da Me-
trópole... Em suas memórias, o Marquês
de Pombal afirma categoricamente que
a Inglaterra havia reduzido Portugal a
uma situação de dependência, conquis-
tando o reino sem os inconvenientes de
uma conquista militar; que todos os mo-
vimentos do Governo eram regulados
de acordo com os desejos da Inglater-
Id.
o2
Tabaqueira de ouro, tendo ao centro a coroa imperial e o monograma do Impera-
dor D. Pedro ll, oferecida pelo mesmo ao Abade Geral Frei Manoel de São Cae-
tano Pinto, por ter libertado os escravos da Comunidade Beneditina Brasileira.
Do livro '400 anos do Mosteiro de São Bento da Bahia.
o)
Será a devotada ação da Igreja que
contribuirá de maneira preeminente na
difusão de um senso a indicar como na-
cionalista.
Desmontados os acampamentos da
fortuna, os primitivos agrupamentos são
transformados aos poucos em aldeias,
sendo construídas as primeiras igrejas
onde os padres iniciavam a adoração
das imagens com fé e o quanto ao der-
redor se arranja. Surgem as vilas, inter-
vindo novos capitães chegados de Lis-
boa a fim de assistir à formação das ci-
dades. Logo se processava o apareci-
mento de adequadas administrações.
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Coroa de D. Pedro Il: ouro, brilhantes e pérolas, manufaturada pelo ourives francês
Charles Marin em 1841, para a coroação do Imperador.
5
Do improvisado se passava ao definiti-
vo, cada bairro criando ambientes para
reuniões. Não faltam os pelourinhos.
Como expõe Joaquim Felício dos San-
tos, até no Oitocentos: “Uma picota, em
lugar bem público, com uma argola de
ferro presa no alto, onde se amarram os
escravos para serem surrados. Desgra-
cadamente em muitas de nossas vilas e
cidades ainda se ostenta em público
esse sinal de barbaria da atualidade.
Simão de Vasconcellos descobriu um
documento já de 1711 relatando que em
Nossa Senhora do Monte do Carmo de
Albuquerque, a Câmara aprovou uma
das primeiras despesas: a construção
do pelourinho, “a primeira armadilha
para aterrorizar O povo e, mais que tudo,
como medida acauteladora dos reais
quintos que iam redourar as carruagens
e multiplicar os colares da Bahia, eram,
como se sabe, a forca e o pelourinho”.
56
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Caixa de fumo de Frederico o Grande, trabalhada em ouro, a qua! mostra o Hei
usando a faixa da Ordem da Aguia Negra, os lados e a base gravados com sim-
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brasileiro, pois são notados motivos no
decorar que surgem apropriadamente
da Terra.
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Pingente Lalique em ouro e esmalte,
c. 1900.
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59
os países, lá se refugia juntando-se à
superstição, ao fanatismo e à hipocrisia,
recebendo as mais altas homenagens.
É um novo Gregório de Mattos que em-
prega a sátira desde que não é possível
usar a força. Ao longo do século, a Me-
trópole espolia sua Colônia sem pie-
dade, desperdiçando o Ouro das Minas
no luxo. E suficiente uma alusão à cons-
trução do monstrengo arquitetônico de
Mafra, que empregou dezenas de mi-
lhares de braços e 2.500 carros de bois:
profusão de mármores, estátuas, telas,
madeiras brasileiras, sinos, carrilhões,
adornos, tudo inspirado na já exaurida
Renascença italiana.
60
Um laboratório de ourivesaria era quase sempre estreito e escondido, contando
com poucos instrumentos, também para a fundição, pois através deste meio pe-
ças pequenas podiam ser produzidas. Mas o ateliê se tornava repleto de idéias e
fantasia quando o ourives se punha a executar uma obra, o que se pode associar
ao anônimo mestre que deu à luz esta singular obra-prima, taça em ouro e es-
malte do Sagrado Imperador Leopoldo |, datada de 1665, em leilão na Sotheby's,
da coleção Nelson Rockefeller.
61
desta Cidade ao lugar da forca, e nela
morra morte natural para sempre e que
separada a cabeça do corpo seja le-
vada a Villa Rica, donde será conser-
vada em poste alto junto ao lugar de sua
habitação, até que o tempo a consuma,
que seu corpo seja dividido em quartos,
e pregados em iguaes partes em postes
pelas estradas de Minas nos lugares
mais públicos, etc.
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breza de Tejuco jamais se viu com tanta
magnificência.
E quanto as Senhoras, isso então, fal-
tam-me inteiramente as expressões: eu
as contemplava com uma admiração
extranha: a natureza e a arte com que
estavam ornadas, as fazião amaveis...
Seguiu o jantar.
Eram tres salões... as iguarias exhala-
vão um cheiro tão delicioso... Burbulha-
va nos copos o generoso vinho do Pico,
da Madeira, Feitoria, Champagne,
Porto... licores exquisitos, cerveja de
toda a qualidade, doces com muita
grandeza; tudo formava o espetáculo
mais brilhante e majestoso que se pode
imaginar... “À descrição continua por
páginas e, lendo-a, recorda-se um re-
cente casamento da filha de um marajá
atual que os jornais comentaram como o
mais espetacular. O ouro pode ser mal
empregado, vício tão antigo quanto
contemporâneo.
64
O ouro representou e representa O or-
Er
66
O ouro em fio bordado numa colcha de seda representando pássaros sobre um
fundo de vegetação tropical, um motivo oriental importado de Macau. Coleção
Museu do Ouro, Sabará, Minas Gerais.
67
bretton, integrada entre outros por
Grandjean de Montigny, Nicolas Antol-
ne e Auguste-Marie Taunay, Jean-
Baptiste Debret, Charles Simon Pradier
e os irmãos Marc e Zéphririn Ferrez.
A Inglaterra segue, passo a passo, Por-
tugal; tanto isto é verdade, que os nego-
ciantes ingleses se precipitam para o
Brasil. São eles os provedores, a come-
çar com a venda de vidros. Em 1764, 0
comandante Byron, maravilhado, cons-
tatara na Capital que somente o Palácio
do vice-rei apresentava vidraças, ense-
jando, então forte importação de vidro.
Com o vidro vinha também a tinta para
pintar as galerias, toneladas de ferro,
barris de manteiga e sabão, e até
mesmo mobiliário e peças para decora-
ção. Na publicidade dos jornais, tanto
no Recife quanto na Bahia, aos ingleses
deve ser deferido o papel de renova-
dores.
Gilberto Freyre reproduz em seu livro Aqui se oferece ampla relação do que
numerosos anúncios em que as indús- se refere as moedas de ouro, sua apli-
trias britânicas oferecem de tudo: ma- cação mais comum para representar
quinário, serviços de banco, compa- valor nas práticas da vida.
nhias de seguros. Até artigos 'para ca- Além de uma escolha de peças anti-
valheiros': “variado sortimento de feitio gamente de uso nacional, hoje tornan-
francez e inglez de diversas fazendas e do-se raridades numismáticas, eis
varias cores;casacas pretas de panno fi- uma página reservada a um conjunto
nissimo insuperavel; chapeos de castor recentemente leiloado na Sotheby's
pretos e brancos”. Se oferecia também de Nova lorque, registrando valores
água de colônia, uísque, cnampanha, incomuns. Há um certo tempo, aumen-
mostarda, relogios, carros para dois ca- tos dedicados a obras raras vêm sur-
valos, etc, mercadorias que eram adqui- preendendo, o que de resto se registra
ridas pelo desprovido rico, mas permi- para as artes plásticas.
tindo que o Brasil aviasse um outro Vão-se estabelecendo os sintomas de
modo de viver. uma concorrência ao ouro? Ão que
parece deve-se refletir sobre certas
Até aqui falou-se do metal, das pos- importâncias que distinguiram, por
sibilidades de consegui-lo, caçá-lo, exemplo, pinturas de Van Gogh e dos
tundí-lo. Alude-se ao ouro que já no mestres impressionistas, inclusive de
Quinhentos embelezava as coloniza- elementos contemporâneos. Os valo-
doras, resultado de empresas laborio- res deram realce excepcional às artes
sas, às vezes prenhes de sacrifícios he- plásticas dos mestres do passado.
rÓiCos, pois nos primeiros tempos as As referências dos valores continuam
pesquisas se processavam de uma porém na base do ouro e das cotações
complicada maneira. O oposto daqui- publicadas diariamente, demonstra-
lo que hoje acontece, pois é possível ção da sua contínua potência, pois
escavar galerias a uma profundidade tudo participa do estabelecer o
de 2.500 metros, 1.600 abaixo do nível “quanto vale
do mar, o que nos dá uma idéia do que
significa minerar.
Refere um técnico: “Adentrá-las des-
faz a idéia do ouro fácil e exposto, por-
que os túneis perseguem filões invisí-
veis, detectados apenas pelos espe-
cialistas que estudam as rochas. São
quase duas horas de caminhada até o
nível mais profundo. O forte calor, o ar
rarefeito, a poeira das rochas e a dis-
tância, são os obstáculos que o ouro
propõe a quem se atreva a desvendá-
lo”.
Nas minas de hoje o garimpeiro é ou-
tro. E já que se fala de mineração, eis
também um alarme de 'Visão”: “Des-
conhecidos de boa parte dos brasilei-
ros, OS recursos minerais do país cor-
rem o risco de ficar eternamente soter-
rados. Mal dimensionados, são ainda
cobertos de preconceitos, entre os
quais o nacionalismo estreito, que im-
68
o de am o e d a s de o ur o, em le il d os a partir d e um mile
lãão este ano na Sotheby'y's de Nova lorque, com preços estiimmaad | oito-
Co le çã s r
69
pede o desenvolvimento maior da ati-
vidade mineradora”. Entra em discus-
são a política.
Os parágrafos ligados ao ouro no Bra- “Em 1641, apenas começando o pri-
sil e suas peripécias, devem agora hos- meiro anno da dynastia bragantina, o
pedar um fato extraordinário: ainda te- marco de prata corria por dois mil e oi-
mos uma imensa mina em atividade, a
já lembrada Serra Pelada. tocentos. No anno seguinte a oitava de
Foi há uns dez anos que garimpeiros ouro, que valia quatrocentos e ses-
improvisados e forasteiros aborda- senta e oito réis, a 29 de Março subiu a
ram aquela Serra, ao que parece bas- seiscentos e sessenta, o marco a qua-
tante rica, tanto que acabou virando renta e dois mil duzentos e quarenta
um favelão, abrigando garimpeiros e réis. Estava dado o primeiro passo... À
suas famílias. lei de 4 de Agosto de 1688 fixou o grão
Repete-se lá o que ocorria nas monta- de ouro em vintem, a oitava em mil e
nhas de Minas tal e qual, se lermos as quinhentos réis... A lei chegou à Bahia
reportagens dos cronistas do Sete- em meiados do anno seguinte,
centos e as dos cronistas de agora. As quando, por morte do titular Mathias
antigas aparecem mais genéricas, en- da Cunha, governava interinamente o
quanto as de hoje mais edificantes. arcebispo D. Manoel da Ressurreição,
Os mineradores agora estão organiza- que a transmitiu ao desembargador
dos num sindicato e bem atuante para Manoel Carneiro de Sá, chanceller da
defender os interesses coletivos. A Relação, para publica-la, como era de
Serra é uma vila, que contémtodo o seu officio. Entre os dois potentados
necessário, até com treze igrejinhas. parece houvera attritos e não reinava
Tem também um posto de polícia. Tra- grande harmonia. O chanceller não
ta-se de um fenômeno social-traba- deu signal de vida. O arcebispo man-
lhista de grande importância, com dou proceder á publicação, “ao som
seus problemas a serem possivelmen- de caixas e tambores que alvoroçava
te resolvidos. o povo e não sabia si era leiou bando ,
Os acontecimentos de dezembro de commenta Carneiro de Sá. A attitude
'87 deveriam ensinar, pois a revolta da- do chanceller procedia de motivos su-
quela turma populosa foi séria. Neste periores a despeitos mesquinhos,
tempo da eletrônica e dos milagres da como explica em documento official.
química, o ouro é ainda captado num Tinha duvida si podia applicar-se ao
lavrar parecido ao dos séculos, para Brasil uma lei relativa a moedas que
não dizer ao dos milênios passados. aqui não corriam, e mandava que as
Nos últimos anos a situação tornou-se patacas de menos de sete oitavas de
crítica. Em 1986 uma dezena de pes- prata fossem pesadas e valessem a
soas morreu devido ao desabamento tostão a oitava. A generalidade das
de um barranco de 25 metros de altura. patacas da Bahia não passava de qua-
No mesmo ano, outros dois morreram tro oitavas e meia e valiam seiscentos
soterrados. O episódio voltou a se re- e quarenta; cada moeda perderia por-
petir em agosto de '87, matando mais tanto, levada á balança, cento e no-
sete garimpeiros e ferindo outros trin- venta réis; o prejuizo total seria de tre-
ta e quatro. zentos mil cruzados; resolveu por isso
A uns trinta quilômetros de Serra Pela- participar á côrte estes inconvenien-
da surgiu, aliás, está nascendo um no- tes e esperar pela decisão para agir. O
vo centro, pois um fazendeiro desco- arcebispo, recemchegado à terra e
briu possíveis jazidas do querido me- pouco conhecedor da situação, con-
tal. Foram alguns garimpeiros da Ser- fessa ter sentido escrupulos; decidiu-
ra que alugaram pedaços daquela pro- o a noticia de se haverem antecipado
priedade que começava a revelar gra- em Pernambuco. Apenas a lei se di-
mas de ouro. Todos concordaram em vulgou, soaram vozes descontentes,
não divulgar a novidade, mas hoje a in- encheu-se a Camara de povo, e foi re-
ventada Catia é meta de tudo quanto digido um papel contrario á execução
se precisa para dar vida aos primeiros da medida. O arcebispo convocou en-
refúgios, o comércio presente, junta- tão uma junta geral a que assistiram
mente ao barraco-igrejinha, a ilusão pessoas de todos os estados, — alguns
do ouro atraindo gente. Já se pensa ministros, frades e sacerdotes, asse-
num policial, num posto de gasolina, gura Carneiro de Sá, que não quiz
prostitutas e tudo o mais. O fazendeiro comparecer. Votaram-se varias re-
proprietário desempenha as funções soluções: eliminou-se o emprego das
de coordenador, cuidando de dar uma balanças e fixou-se em dois cruzados
certa regularidade à abertura e manu- o valor da pataca...” J. Capistrano de
tenção dos barrancos, e cada um dos Abreu, 'Ensaios e estudos (crítica €
voluntários vence como pode, sem história), 1932.
apostar no número favorável de uma
das muitas loterias.
A revista 'Veja', depois de uma com-
pleta reportagem sobre Serra Pelada,
publicou o 'ponto de vista do enge-
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dei, o qual conclui: “mineração não é
arimpo. .,
cravo “E o exemplo cru da explo-
ração do homem, e o que mais choca,
com a conivência de toda a nação. Não
há mais como esconder essa mentira
do enriquecimento fácil. A verdade é
que alguns poucos donos de barran-
cos enriquecidos abusam da humilda-
de e da necessidade de sobrevivência
de dezenas de milhares.
Evidentemente que para os bem pen-
santes e, neste caso, de um conhecido
profissional do ramo, o Governo de-
veria resolver o sério problema mais
do século XVIII que do XX. Todavia os
garimpeiros se opõem terminante-
mente a uma proposta de mecaniza-
ção, pois da mina depende a sua so-
brevivência.
Mistérios e paradoxos do garimpar.
As normas, aliás, leis para o comércio
do ouro, continuaram a valer em todos
os tempos e em todos os países onde o
metal era e é encontrado.
Para ficar no Brasil, o Banco Central,
para a aquisição do ouro bruto nos ga-
rimpos oficialmente funcionando, es-
tabelece normas de meticulosa severi-
dade. As instituições financeiras, além
da Caixa Econômica Federal, para
operar nesses eldorados, devem se
submeter a uma série de imposições
tais que fazem pensar no quinto e nos
décimos de portuguesa memória. E é
justo que seja assim.
À documentação exigida para a autori-
zação é a seguinte: uma solicitação
com a qualificação da instituição, a
exposição fundamentada do pedido,
o local, a data e o nome e cargo dos sig-
natários; duas cópias datilografadas e
autenticadas da ata da reunião do con-
selho de administração ou da direto-
ria, ou do ato deliberativo, relativos
aos pedidos de sociedade por quotas
de responsabilidade limitada, como
endereço completo do posto, a área de
abrangência de suas operações e, se
for o caso, os dados da agência bancá-
ria à qual ficará subordinada e ainda
cópia do ato declaratório da Secreta-
ria da Receita Federal que autoriza a
instituição a operar com ouro bruto.
O pitoresco do garimpar foi e é ainda a
burocracia.
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Moedas de três dobras (128800), cunhadas no Rio de Janeiro e Minas Gerais. Coleção José Claudino da Nóbrega.
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r e s de D. Joãao V cunhados em Vila Rica, cujo valor era de 20 mil réis no Brasil e em Portugal de 24 mil réis. Letra M De
GR a 1727. Coleção José é Claudino da Nóbrega.
13
nacionais: 51.499,28.142e 28.241,
vendidos ao Exterior: 39.415, 4e 24.
Então, o ouro não mais extraído, pelo
menos como se imagina, mas sem cer-
teza, retorna nos papéis da economia
nacional.
74
De cima para baixo: barras de ouro em diferentes tamanhos; Casa de Fundição de
Vila Rica; Casa de Fundição de Sabará; também Casa de Fundição de Sabará;
Casa de Fundição do Rio das Mortes.
Imagina-se a circulação do ouro como moeda usada e seu deslocamento para Por-
tugal, outros países e colônias. As variantes dos centros da moeda foram numerosas
nos desenhos e nos dizeres. Restaram poucos exemplares que os colecionadores
de numismática disputam, entre elas as cunhadas na Casa da Moeda de Vila Rica,
MG, entre 1724 e 27.
Dobrões de ouro de D. João V. Casa da moeda de Vila Rica Coleção Jose Clau
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dino da Nóbrega
tê
se referia à vida moral, os três séculos
do colonialismo deixaram nos costu-
mes marcas a serem revisadas e modi-
ficadas.
O que encontra o descendente dos
monarcas lisboetas pode ser descrito
somente em páginas negativas, como
de resto fez o já lembrado Paulo Prado.
O novo regime devia enfrentar esta si-
tuação, seja na Capital como nas for-
mandas cidades, para não dizer no
Brasil inteiro, com a escravidão ainda
vigorando.
Ter vencido o atraso, começado a re-
construir uma sociedade, dado ativi-
dade às primeiras indústrias e inaugu-
rado o comércio com o mundo, deve
ser considerado consequência do
fim do ouro metálico.
O tema ouro, com seus numerosos des-
vios, às vezes com algumas comple-
mentações nem sempre pertinentes, re-
sulta do mergulhar na História do Brasil,
“memórias
encontrando não se sabe quantos cami-
nhos. As interferências, como se disse
nas primeiras páginas deste livro, são
do distrito
muitas, e nos obrigaram a parentesear.
Agora, no fim do inquérito, revendo o
acúmulo de anotações deixadas de la-
do, a surpresa torna-se mais convida-
tiva a rememorar um rico conjunto de
fatos e observações de certo interes-
diamantino
se, e que foram sacrificados a fim de fi- joaquim felício dos santos
car dentro dos limites de uma expo-
sição abreviada.
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76
Como se informa no texto, uma das providências para recolher o quinto e evitar a
circulação do ouro em barras, era o controle dos contraventores. Para isso, nos cen-
tros mais produtivos instituíam-se as Casa de Fundição, para obter barras devida-
mente numeradas e marcadas com as insígnias reais, acompanhadas do certifi-
cado que garantia a autenticidade. As barras podiam circular no comércio, tendo
até função monetária. Mas a Coroa recomendava o uso das moedas de cobre vindas
de Portugal, trazendo a legenda 'Aes usibus apitius oro; isto é o cobre é mais pró-
prio para o uso do que o ouro.
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nente americano, cheio de defeitose
qualidades, xingador e elogiador, feliz
e sofredor, ignorante e generoso...
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Barras de chumbo douradas, com as dimensões das verdadeiras. Veículo promocional do Banco Sudameris Brasil,
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s e pesados comportamentos, sem contar os casos fatais. Parece que aqui estão os ultimos garim-
infe rno, no mel hor dos cas os, de purgatori o.
jov ens jog ado s na ave ntu ra. Vid a se não de ori gin and o vit ima s, com o oco rre no
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Eras velhos yrá tic os e mas sa que se consolidam em pro tes tos ,
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abnegada
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nde pon te pró xim a à mina . Esp lên did a foto de Fláv io Canalinga na
os garimpeiros obstruiram a gra
começo do do ano, ano, quando 19 88.
revista 'Veja', 3/fe vereiro/
81
Aqui a arquitetura da Terra do Ouro à espera do Barroco, notando-se as primeiras aparições daquele estilo no portal da
Igreja Nossa Senhora do Rosário, também chamada Capela do Padre Faria, em Ouro Preto, Minas Gerais. Da interessante
monografia que Maurice Pianzola dedicou ao barroco brasileiro.
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Neste retábulo do altar da capela do noviciado da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, no Rio de Janeiro, obra de Mestre
Valentim, vê-se a profusão do ouro usado para enfeitar todo o conjunto.
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O desenho mostra o problema do Barroco, o estilo que pode indicar o uso co-
mum da douração, ofício que representou no Brasil um emprego basilar nas de-
corações de interiores de igrejas. Acenando àquele estilo, na definição do reno-
mado arquiteto Lúcio Costa, o adjetivo indica aquela maneira como própria da
Terra, particularidade já estudada em numerosas publicações, algumas assi-
naladas na bibliografia.
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Nesta imagem de Santa Escolástica, do século XVIII, tem- se o exemplo da douraç ao que era muito usada para enriquecer
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Nave da igreja do convento de São Francisco, Salvador, c uja construção foi realizada entre 1708e 1723, a colocação da
talha dourada terminada em cerca de 1743. De 'Brasil Ba roco por Maurice Pianzola. Foto de Kyioshi Yamada.
88
Altar-mor da Igreja de São Francisco, em Salvador, BA: uma otuscante cintilação de ouro. De 'Brasile;, ensaio recolhido pela
Editora 'Eda” Savigliano, Itália, 1975. Foto Carlo Moriondo.
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Âmbula de prata fundida cinzelada e dourada. Na inscrição se lê: “Esta âmbula deu
de esmola Cazzilia Mendes de Almeida à Sagrada Religião de São Bento em 13 de
Junho de 1727". Em contraste aparece PFC do Rio de Janeiro. Acervo dos Padres
Beneditinos.
983
“A relativa escassez de mulheres bran-
cas em muitas regiões, e a miscigena-
ção resultante entre homens brancos e
mulheres de cor, chocou, abertamente,
muitos observadores estrangeiros, e
provocou bastante comentários adver-
sos dos governadores e bispos coevos,
Essa miscigenação em larga escala foi
responsável, indubitavelmente, pelo
crescimento de um proletariado de cor,
urbano e rural, que não tinha educação
apropriada e vivia de expedientes. Esse
estado de coisas levou, por sua vez, às
chagas sociais como a vadiagem, a
prostituição, as doenças, que tal estado
de insegurança social! propiciam. Por
outro lado, um número surpreendente de
pessoas dessa comunidade de cor
eventualmente progrediu, fosse como
vaqueiros, nos distritos criadores do Rio
São Francisco e do Piauí, como músicos
e tabeliões mulatos em Minas Gerais, ou
em outros ofícios e ocupações, onde ha-
bilidosas pessoas de cor eram muitas
vezes encontradas — às vezes desa-
fiando as leis discriminatórias. Ademais,
o cadinho racial brasileiro, com todas as
suas variedades, ênfases e origens, rea-
lizou fusão mais ou menos pacífica entre
as três raças, a européia, a africana e a
ameríndia, que, assim não fosse, po-
deriam ter precisado resolver suas di-
ferenças étnicas e culturais com derra-
mamento de sangue.
Fosse qual fosse a extensão da riqueza
retirada das minas de ouro e diamantes
do Brasil, para não falar nas plantações
de cana-de-açúcar e tabaco, e nas fa-
zendas de criação, essa riqueza foi con-
siderada, na voz popular, como enorme.
Talopinião era apoiada pelo fato de que
exatamente quando as primeiras jazidas
de ouro de Minas Gerais começaram a
apresentar sinais de exaustão, novas
descobertas foram feitas em Cuiabá, e
depois veio a descoberta (oficial) de dia-
mantes no Séêrro do Frio. Tais descober-
tas foram seguidas, no devido tempo,
pelo achamento e exploração dos cam-
pos auríferos de Goiás e Mato Grosso. A
chama de esperança que lateja eterna-
mente no peito humano, era periodica-
mente reavivada por essas descobertas
sucessivas, sempre que as jazidas pre-
cedentes pareciam estar declinando em
produção. Tinha-se a impressão de que
a riqueza mineral do Brasil era inesgota-
vel, e que se um distrito mineiro já não
oferecia proveitos, outro depressa seria
descoberto no sertão, para substituí-lo.
Embora muito do ouro e dos diamantes
do Brasil tivesse sido gasto em paga-
mentos para importações provenientes
da Europa Setentrional, ou prodigali-
zado nas igrejas e conventos do mundo
português do Atlântico, acreditou-se am-
plamente — embora erroneamente — que
D. João V fosse o mais rico monarca da
Europa, crença que seus gastos genero-
sos nada faziam para diminuir.” E
C. R. Boxer, 'A idade de ouro do Brasil",
Companhia Editora Nacional.
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95
O ouro nas imagens religiosas era
usado em ornamentos, especialmente
nas coroas, como se vê nesta relíquia
bizantina, a pintura recoberta de prata
e de ouro, aparecendo somente a testa
eas mãos. Ourivesaria do século XVIII,
provavelmente grega. Coleção parti-
cular, SP,
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Sabe-se através da história da arte que as pinturas dos primeiros séculos deste
milênio eram geralmente executadas tendo por fundo uma camada de ouro, os
chamados fundos-de-ouro. O autor desta pintura devia, então, conhecer aquela
técnica, como se pode ver, acurada.
97
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Em 1964, por iniciativa dos Diários e Emissoras Associadas, uma idéia do perma-
nentemente presente na vida nacional, Assis Chateaubriand, foi lançada a campa-
nha 'Ouro para o bem do Brasil" obtendo resultados de alta significação, pois se
tratou de uma ação nacional. Arrecadaram-se fortunas em ouro, jóias e moedas
estrangeiras: uma quantidade que representou a unidade e a vontade do Brasil,
para sanear o seu balanço econômico. Vale aqui como lembrança do aconteci-
mento alguns dados que pode-se ter no relatório de quanto foi oferecido a Casa da
Moeda. Através das fotografias, vê-se o povo que, dia após dia, alluía aos centros
de coleta; os caminhões devidamente escoltados que transportavam as doações.
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Todos os que entendem dos valores, em jornais e revistas, logo correm para saber e
ver as estatísticas publicadas. Em nossa pesquisa fizemos o mesmo, seguindo os
desenhos da revista Senhor. Nesta página: o ouro em companhia do café, da soja e
do boi. Reproduzimos uma das páginas de estatísticas, Revista Senhor; 15/fe-
vereiro/1966.
PERFIL DO MERCADO
(Variação % na semana, até o dia 26)
Dólar paralelo
100
Os historiadores, naturalmente, acha-
rão resumidas as indicações aqui rela-
cionadas. Mas, referindo-seao quanto
foi escrito desde o começo, é bom justi-
ficar que estas paginas atendem a um
propósito setorial: o ouro no Brasil en-
volve quantidades de eventos políticos,
sociais e estéticos, que os leitores vo-
luntariosos podem conhecer nas publi-
cações dos dois autores aos quais se
dedica este ensaio, e em numerosas
outras sobre a história nacional.
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COLEÇÃO
ARTE E CULTURA
| — O Modernismo no Brasil
| -— A Arte da Prata no Brasil
Il — A Arte da Cerâmica no Brasil
IV — Mestres, Artífices, Oficiais e
Aprendizes no Brasil
V -— À Madeira desde o Pau-Brasil até
a Celulose
Vi — Lembrança do Trem de Ferro
VIl — Comunicação: Notícias de Cabral
à Informática
VIIll - Engenharia e Arquitetura na
Construção
IX — Excursão ao Território do Design
X -Emtorno da Fotografia
XI — O Ouro no Brasil